A Civilização Romana
A civilização romana é tipicamente inserida
no grupo “Antiguidade Clássica”, juntamente
com a Grécia, que muito inspirou a cultura
deste povo.
Roma contribuiu para o desenvolvimento no
Mundo Ocidental em várias áreas de estudo,
como o direito, teoria militar, arte, literatura,
arquitetura, linguistica, e a sua história
persiste como uma grande influência mundial,
mesmo nos dias de hoje.
Origens de Roma
De acordo com os historiadores, a fundação
de Roma resulta da mistura de três povos que
foram habitar a região da península itálica :
gregos, etruscos e italiotas.
Desenvolveram na região uma economia
baseada na agricultura e nas atividades
pastoris. A sociedade, nesta época, era
formada por patrícios, nobres proprietários
de terras, e plebeus, comerciantes, artesãos e
pequenos proprietários.
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Por volta do século VII a.C., os etruscos
impuseram seu domínio aos italiotas, e a aldeia
romana acabou-se por tornar uma cidade.
Ao adquirir características de cidade, Roma
iniciou um processo de organização políticosocial que resultou na Monarquia.
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Durante a monarquia, Roma foi governada por rei,
senado e Assembléia Curial.
O rei era juiz, chefe militar e religioso. No
desempenho de usas funções, submetia-se a
fiscalização da Assembléia Curial e do Senado.
O senado era um conselho formado por cidadãos
idosos, responsáveis pela chefia das grandes famílias
(genos).As principais funções do Senado eram:
propor novas leis e fiscalizar as ações dos reis.
A Assembléia Curial compunha-se de cidadãos
agrupados em cúrias*. Seus membros eram soldados
em condições de servir o exército. A Assembléia
tinha como principais funções: eleger altos
funcionários, aprovar ou rejeitar leis, aclamar o rei.
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A sociedade romana estava dividida na seguintes
categorias:
Patrícios: eram os cidadãos romanos, grandes
proprietários de terras, rebanhos e escravos.
Desfrutavam de direitos políticos e podiam
desempenhar funções públicas no exército, na
religião, na justiça, na administração;
Clientes: homens livres que se associavam aos
patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais
em troca de auxílio econômico e proteção social;
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Plebeus: homens livres que se dedicavam ao
comércio, ao artesanato e ao trabalho agrícola. A
plebe representava a maioria da população romana,
sendo constituída de imigrantes vindos , sobretudo,
de regiões conquistadas pelos romanos. Durante o
período monárquico , os plebeus não tinham direitos
de cidadão, isto é, não podiam exercer cargos
públicos nem participar da Assembléia Curial;
Escravos: eram, em sua maioria, prisioneiros de
guerra. Trabalhavam nas mais diversas atividades,
como serviços domésticos e trabalhos agrícolas.
Desempenhavam funções de capatazes, professores,
artesãos etc. O escravo era considerado bem material,
propriedade do senhor, que tinha o direito de castigálo, vendê-lo, alugar seus serviços, decidir sobre sua
vida ou morte.
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Passagem para República
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Apesar dos progressos que Roma vinha alcançando
com a Monarquia, no reinado de Tarquínio as
famílias romanas poderosas (os patrícios) ficaram
insatisfeitas com as medidas adotadas por esse rei
etrusco em favor dos plebeus.
Para controlar diretamente o poder em Roma, os
patrícios, que formavam o Senado, rebelaram-se
contra o rei, expulsando-o em 509 AC e
estabelecendo uma nova organização política: a
República.
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República:
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Novas instituições políticas e expansão militar:
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Com a instalação da Republica, os patrícios
organizaram uma estrutura social e administrativa que
lhes permitia exercer domínio sobre Roma e desfrutar
os privilégios do poder.
Os patrícios controlavam quase a totalidade dos altos
cargos da República. Esses cargos eram exercidos por
dois cônsules e outros importantes magistrados. Na
chefia da República os cônsules eram auxiliados pelo
Senado, composto por trezentos destacados cidadãos
romanos. Havia, ainda, a Assembléia dos Cidadãos,
manobrada pelos ricos patrícios.
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Conflitos entre Patrícios e Plebeus
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Embora os plebeus constituíssem a maioria da
população, eles não tinham direito de participar das
decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no
exército, pagar impostos etc.
A segurança de Roma dependia de um exército forte e
numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na
formação do exército, uma vez que constituíam a
maior parte da população.
Conscientes disso e cansados de tanta exploração, os
plebeus recusaram-se a servir o exército, o que
representou duro golpe na estrutura militar de Roma.
Iniciaram uma longa luta politíca contra os patrícios,
que perdurou por mais de um século. Lutaram para
conquistar direitos, como o de participar de decisões
políticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se
com patrícios.
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Conquistas Militares e expansão territorial
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A luta política entre patrícios e plebeus não chegou a
desestabilizar o poder republicano. Prova disso é que
a República romana expandiu notavelmente seu
território através de várias conquistas militares.
As primeiras evidências da expansão militar
consistiram no domínio completo da península itálica.
Mais tarde, tiveram inicio as guerras contra Cartago
( cidade no norte da África), conhecidas como
Guerras Púnicas* . Posteriormente veio a expansão
pelo mundo antigo.
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Conseqüências das conquistas militares
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As conquistas militares acabaram levando a Roma a
riqueza dos países dominados. O estilo de vida
romano, antes simples e modesto, evoluiu em direção
ao luxuoso, ao requintado, ao exótico. A elevação do
padrão e do estilo de vida romano refletia-se na
construção das casas, no vestuários e na alimentação
das classes dominantes. Mas o luxo e a riqueza eram
privilégios de uma minoria de patrícios e plebeus
ricos.
No plano cultural, as conquistas militares colocaram
os romanos em contato com a cultura de outras
civilizações. Nesse sentido, deve-se destacar a grande
influência dos gregos sobre os romanos.
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Crise e fim da Republica
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O aumento da massa de plebeus pobres e miseráveis
ornava cada vez mais tensa a situação social e política
de Roma. A sociedade dividia-se em dois grandes
pólos. De um lado, o povo e seus líderes, que
reivindicavam reformas sociais urgentes. De outro a
nobreza e grandes proprietários rurais.
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A transição para o império
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Com o agravamento da crise, tradicionais instituições
foram questionadas, e um clima de desordem e
agitação foi tomando conta da vida das cidades.
Diversos chefes militares entraram, sucessivamente,
em luta pelo poder, marcando o processo de transição
para o império.
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As instituições republicanas encontravam-se
em crise desde o princípio do século I a.C,
quando Sulla, general romano, quebrou todas
as regras constitucionais ao tomar a cidade de
Roma com o seu exército, em 82 a.C, para se
tornar ditador. Sulla resignou e devolveu o
poder ao Senado Romano, mas no entanto o
precedente estava lançado.
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Em 60 a.C.estabeleceu-se o Primeiro Triunvirato*,
formado por Crasso, Julio César e Pompeu para
governar Roma. Pouco tempo depois de assumir o
poder, Crasso foi assassinado. Surgiu, então, séria
rivalidade entre Pompeu e Julio César. César saiu
vitorioso e tornou-se ditador supremo de
Roma.Promoveu, durante o seu governo, diversas
reformas sociais para controlar a situação. Em 44 a.C.
foi assassinado por uma conspiração organizada por
membros do Senado.
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Em 43 a.C., estabeleceu-se o Segundo Triunvirado,
composto por Marco Antonio, Otávio e Lépido. O
poder foi dividido entre os três: Lépido ficou com os
territórios africanos, mas depois foi forçado a retirarse da politíca; Otávio ficou responsável pelos
territórios ocidentais; e Marco Antonio assumiu o
controle dos territórios do Oriente. Surgiu intensa
rivalidade entre Otavio e Marco Antonio, que se
apaixonara pela rainha Cleópatra, do Egito.
Declarando ao Senado que Marco Antonio pretendia
formar um império no Oriente, Otavio conseguiu o
apoio dos romanos para derrota-lo.
Assim, tornou-se o grande senhor de Roma.
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Império:
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A partir de 27 a.C., Otávio foi acumulando poderes e
títulos, entre eles o de “Augusto”, e o de imperador.
Otávio Augusto tornou-se, na prática, rei absoluto de
Roma . Mas não assumiu oficialmente o título de rei,
e permitiu que as instituições republicanas
(Senado, Comício Centurial e Tribal etc.) continuasse
existindo na aparência.
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Nos meios acadêmicos, discutiu-se bastante a razão
pela qual a sociedade romana, habituada a cerca de
cinco séculos de república, aceitou a passagem a um
regime monárquico sucessório. A resposta centra-se
no estado endêmico de guerra civil que se vivia nos
anos prévios a Augusto e no longo reinado de
quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela paz
interna. Com a esperança de vida média em cerca de
quarenta e cinco anos, à data da morte de Augusto, o
cidadão romano médio não conhecia outra forma de
governo e estava já preparado para aceitar um
sucessor.
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Império Romano em 117 D.C – Expansão
Máxima
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Crise e decadência do Império Romano
Por volta do século III, o império romano passava por
uma enorme crise econômica e política. A corrupção
dentro do governo e os gastos com luxo retiraram
recursos para o investimento no exército romano.
Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o
número de escravos, provocando uma queda na
produção agrícola. Na mesma proporção, caia o
pagamento de tributos originados das províncias.
Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras
ficavam a cada dia mais desprotegidas.
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O Império Romano passou a tolerar o cristianismo a
partir de 313 d.C, com o Édito de Milão, assinado
durante o império de Constantino I.
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Com este édito, o Cristianismo deixou de ser proibido
e passou a ser uma das religiões oficiais do Império.
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O Cristianismo tornou-se a única religião oficial do
Império , em 380 d.C., sob Teodósio I (379-395 d.C.).
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A divisão
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Teodósio foi o último imperador a reinar sobre todo o
império. Após sua morte em 395, o império foi
dividido e seus dois filhos herdaram as duas metades:
Arcádio tornou-se governando no Oriente, com a
capital em Constantinopla, e Honório tornou
governante no Ocidente, com a capital em
Mediolanum (atual Milão).
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O estado romano continuaria com dois diferentes
imperadores no poder até o século V. O latim era
usado nos documentos oficiais tanto, se não mais, que
o grego. As duas metades eram nominalmente,
cultural e historicamente, se não politicamente, o
mesmo estado.
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A finalidade dessa divisão era fortalecer cada uma
das partes do império para vencer a ameaça das
invasões Bárbaras. Entretanto, o Império Romano do
Ocidente não teve organização interna para resistir
aos sucessivos ataques dos povos bárbaros.
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Em 476, o ultimo imperador do Império Romano do
Ocidente, Romulo Augusto, filho de um general de
origem bárbara, foi deposto por Odocro, rei do
hérulos, um dos povos bárbaros.
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O fim
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Quando o último imperador romano foi
deposto poucos territórios (e tropas) restavam
ao seu serviço. Os comandantes e chefes que
tentavam manter o Estado Romano nos últimos
anos, também eram, na maioria dos casos, de
descendência bárbara.
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Observa-se que a deposição do último
imperador não foi um acontecimento repentino
e que trouxesse mudança social drástica, mas
sim foi o resultado de um longo processo que
se desenrolava há quase um século.
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Convencionou-se esta data como o fim da
Antiguidade, mas é provável que poucos
naqueles anos considerassem aquele fato como
o fim de uma era. Muito diferente, portanto, de
outros marcos da história como, por exemplo,
a Queda da Bastilha durante a Revolução
Francesa.
Possíveis causas da decadência
O declínio econômico
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Grande parte da população estabeleceu-se no campo,
tentando produzir eles mesmos os bens que queriam,
desmonetizando a economia e acabando com a
divisão de trabalho, ocorrendo uma drástica redução
da produtividade da economia.
Esses fenômenos resultaram na criação do primitivo
sistema feudal baseado na auto-suficiência de
pequenos territórios economicamente independentes.
Com seu sistema econômico destruído, a produção de
armas e a manutenção de uma força militar defensiva
se tornaram infinanciáveis, o que facilitou
enormemente as invasões dos bárbaros.
O declínio cultural
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Outra vertente que contribuiu para a sua queda foi a
diversificação cultural que Roma se tornou após o
contato com as colônias e com a naturalização dos
Bárbaros, fato que possibilitou à população
insatisfeita duvidar da influência dos deuses nas
decisões políticas, explicação que legitimava o poder
do Imperador.
O exército
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Roma conquistou o seu império graças às forças das
suas legiões. E os seus exércitos no baixo-império
eram muito diferentes do que tinham sido na época da
República e do alto império, eram tropas inferiores
sob todos os aspectos.
As Invasões
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Com relação às invasões, é importante notar
que a região européia do império passou a ser
ocupada por povos nômades, de diferentes
origens e em alguns casos, que realizavam um
processo de migração, ou seja, sem a utilização
de guerra contra os romanos. Vários desses
povos foram considerados aliados de Roma.
O cristianismo
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O Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império
Romano em 380. O Império Romano do Ocidente
cairia cerca de 100 anos depois. Entre os séculos II e
III, séculos em que o Cristianismo ganhou cada vez
mais adeptos entre os Romanos, o Império começou a
sentir os sinais da crise: a diminuição do número de
escravos, as rebeliões nas províncias, a anarquia
militar e as invasões bárbaras.
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CONCLUSÃO
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É que quando se fala de que o império se
desmoronou, existe a tendência a esquecer que
o Império Romano do Oriente, fortemente
cristianizado e urbano, ainda existiu mais mil
anos, embora em declínio territorial, enquanto
que a metade ocidental pagã e menos
urbanizada é que foi conquistada pelos
bárbaros.
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