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OURINHOS, 6 de Outubro de 1968
ANO I
N.° 29
CINEMA :
Você Não Quer Mudar Um Pouco?
ÚLTIMA PÁGINA
o
re
— Benaventuarados os que acreditam em ”ser” e
não, em ”ter”
Benaventurados os que já sentiram o prazer da
' vida e não se contentam em sobriviver.
Benaventurados os que sabem*que amar, não é re­
duzir a pessoa amada à condição de ” objeto ” ... Eu des­
cobri derrepente que amar não é lutar para que a feli­
cidade da pessoa dependa da gente, mas lutar para que
ela seja feliz « em si mesma » e com todos. Os que
amar verdadeiramente, são livres em qualquer momento
e sob qualquer pressão.
A i daqueles, que não acreditam no povo, porque
se marginaliza da vida - do todo - não se compreende
como parte dele.
A i daqueles, que não têm a consciência de que a
liberdade é uma conquista de cada dia.
A i daqueles, que vivem se preservando da morte
quando a morte é uma condição da vida. A morte não
se pode evitar e o tempo gasto em evitá-la pode ser
utilizado na construção da vida.
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“ Os Inc endiários”, p e r s o n a g e n s de “ A Morta ” de O sw a ld o de Andrade:
« 0 que nos traz à cena é a fome! « - Lo­
go após - »nós trabalhamos para alimentar ca­
dáveres, Mais eles absorvem a produção, mais
aniquilam os vivos. Tudo o que produzimos vai
para sua boca insaciada. Eles possuem almas
e dirigem exércitos iludidos pela ignorância
e pela fé religiosa. *
Ourinhos, 6/10/68
Tempo de Avanço - 2
H if M O R
UM P O U C O C H 1 T O E H I S T O R I A !
Descobrim ento e Reinação
Aos oito dias de março de 1 500 ( e não nove
como se propagam, pois houve êrro no horário de v e ­
rão ), o ianque P eter Alvarez Calbraith ( o da antiga
nota de mil, pois o d’agora o govêrno vai substituir
pelo K ennedy ) partiu de Pearl Harbor, com três lan­
chas Chircraft, m otor central Pento-Gono, 170 HP sen­
do escoltado pelo Minas Gerais ( aquêle Minas Ge­
rais. .. ). Encontrando Pero Vaz pelo caminho, que era
um pirata explorador metido a turista e que Getúlio
expulsou do Mato Grosso quando tentava descobrir
p etró leo ), ofereceu lhe carona enganjando-o como bi­
bliotecário com a função de escrever a carta ao dom
Manoel Lincoln, quando invadisse o Brasil. Ao contrá­
rio do que dizem os livros, a viagem foi muito calma.
Pela manhã algumas partidas de boliche, à tarde uma
fézinha, a noite, roleta, um baile acompanhado pelos
Beatles, Caetano e R obert Charles.
Apenas um incidente se verificou: um dos m ari­
nheiros em meio da viagem recebendo um cisco no
ôlho direito gritou: Terra na vistaaal E quase precipi­
ta o descobrimento sendo severam ente advertido por
Calbraith, ficando sem comer a sobrem esa por uma
semana.
No dia 1.° de abril, o capitão de m ar e guerra
Oliveira Castanheia Pereira Sm ith de pé na gávea
gritou: vejo terra! A tripulação correu ansiosa para a
am urada, enquanto Oliveira gritava lá em cima: 1.° de
abril! 1.° de anril!. Foi tam bém severam ente punido,
ficando obrigado a nadar o resto da viagem com a
âncora no pescoço.
No dia 1 de abril, otimoneiro Pascoal ( esta passag e m virou piada pelos engraçadinhos) a vistando uma grande rocha com a qual colidiu, perguntou:
« O que é aquilo? », e Calbraith; « É um monte, P as­
coal », sendo por isso o prim eiro geógrafo brasileiro.
No dia 22, descendo à terra, C albraith defron­
tou-se com hom ens em trajes de banho, que diziam
ser índios da tribo Excelsior, comandados pelo chefe
Palácio Bránco. Segundo a praxe, houve a troca de
regalos: pacaus, bolinhas, maconha, LSD (era inicio de
uma série de tran saçõ es...). A noite houve um baile
anima do pelo Oswaldo Nunes e pelo Simonal ( Ocunhê e Shell Foi marcada para o dia seguinte uma
grande manifestação cristã, rezada pelo padre Godinho
e animada pelo Ray Conniff. A missa obteve enorme
sucesso que logo alcançou o prim eiro lugar nas para­
das de discos e foi bisada durante uma semana inteirinha no teatro Record-Centro. Até a censura Colabo­
rou. A renda foi revertida em benefício do W alter
Silva.
Surgiu um problema no qual discutia- se o nome
que seria dado à terra. United Satel Brazsil? SouthAmercian Republic? Qual nome? Houve então uma
votação democrática, na participaram : Costa e Silva
( que já havia vencido uma revolução e topava qual­
quer o u tra ), Raul Pila, Heleninha Fossa, Robert Fields
( que era contra-m estre do navio capitânea ), o pró­
prio Calbraith, José de Alencar ( que a estas alturas
engravidara cinco filhas de pagés ) e o voto de minerva seria a tribo dos Boróros ( naquela época o boróros viviam no litoral e passavam muito bem, sim
senhor! ). Depois de m archas e contra-m archas, ven­
ceu Brazilian Peace Contry Ltd., e tudo porque a Helininha Fossa conchavou os indios to be- guarânias,
que fizeram pressão no plenário.
Os dias se passaram , os meses, os anos, os sé­
culos e surgiu:
Cicero Gonçalo
Capitulo 11
Pedro o prim eiro guerrilheiro brasileiro!
Pero Vaz vendo as cousas pretas (era o comêço
do rascismo) dirigiu-se à W estern-M ellon-M elão e en­
viou um telegram a a D. Manoel estava confabulando
com seu xará Salazar, im perialista de tangente, e dis­
cutiam a invazão de Cuba.
Dizia o telegram a: "Reforços amor Deus vg Mi­
lhares guerrilheiros vg piores que vietgong”. Resposta:
“Não amedrontar vg segue grosso tropa”.
E assim aportou por estas plagas o famoso sufocador de revoltas:
Capitulo 111
Caxias, o pacificador! Que pacificou tudo/ Norte,
Sul, Leste, Oeste, O riente, Paraguai, Argentinas, pam ­
pas, seringais, salinas, Sorocaba, Campinas, SantosJundiai, Jorge Amado, os que forem brasileiros sigamme! E assim, depois desta frase, ficou sendo o patrono
e guia do exército nacional...
E viva a República que se instalara/ Vivaa! Viva
Zapata! Vivaa!
Criou-se a TFP. o Ministério da Educação, 1964
etc. Isto porém são coisas da democracia que tra ta re ­
mos oportunam ente.
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Tempo de Avanço - 4
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Em matéria de cinema você pode es­
colher, mas falando em carnes é só
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PROGRAM AÇÃO de 7 -10 a 13 - 10 de 1.968
Segunda Feira - dia 7 vesp. 14,15 e 20 horas
FARENHEIT 451 - col. c/Julie Chistie
Terça Feira - dia 8 ás 20 horas
Opinião Publica - nacional
Quarta Feira - dia 9 vesp. 14,15 e 20 hrs.
Procurado Jonnhy Texas - col. cinem. com
Jam es Newman.
Quinta e Sexta Feira - dias 10 e 11 vesp
14,15 e 20 horas
TONY ROME - col. cinem. com F rank
S in atra
Sabado- dia 12 vesp. 14,15 e 20 hrs*
Bandoleiro Tem erário - col. cinem. com
Audio Murphy.
Domingo - dia 13 vesp. ás 14 e 20 horas
O Golpe do Seculo - col. com Oliver Roed
F R IC A R - a mais completa
C ine Ourinhos
Segunda Feira - dia 7 vesp. ás 14,15 e 20 hs
A dorável Trapalhão - c/R enato Aragão
—
Ourinhos, 6/10/68
OURINHOS URGENTE
I
Agora, passado algum tempo, quando
o problema da faculdade para O uri­
nhos deixou as manchetes dos jornais
dai, chamamos sua atenção para a atu­
al situação do ensino secundário:
O Instituto de Educação Estadual
« Horacio Soares > teve 875 alunos
inscritos para os exames de admissão.
Sua capacidade para o proximo ano é
de 500, Se os exames seguirem a ori­
entação do ano passado, teremos só
naquele estabelecimento uns 750 alunos
novos.
Atualmente, ainda no IEEHS,
não há nem sequer uma sala de aula
disponível, em todos os periodos. Os
alunos daquele educandario não têm
sala para projeção, para conferências,
para o Gremio estudantil, etc, etc...
No Ginásio Estadual 2 a Unidade,
aproximadamente 250 crianças fizeram
inscrições paro os exames, além deles
não terem predio proprío e o diretor
ter dito à nossa reportagem que não
brigará com prefeito algum para a
construção do prédio, pois sua perma­
nência naquele estabelecimento é pro­
visória, estudam em instalações desti­
nadas às crianças do primário, ja que
funciona num grupo escolar. A despei­
to das promessas de doação de terreno
para a construção, nada foi feito.
Fala-se^na criação de uma 3.a unida­
de, e alguns até na 4.a. Funcionaria no
Grupo Escolar « Justina Oliveira Gon­
çalves. Se for criada mesmo, será mais
um « quebra galho * e terá os mesmos
problemas da 2 a unidade.
Em Santa Cruz do Rio Pardo, onde
o numero de matrículas não atingiu 500,
vai ser construída mais um pavilhão no
Ginásio de lá. Em Ipaussu foi instala­
do o curso normal. Exatamente 43 alu­
nos fizeram matrículas para exames de
admissão. As duas coisas foram conse­
guidas politicamente, e como vimos,
sem nenhum senso de planejamento. É
o problema da criação indiscriminada
de cursos, que vem arrazando com o
ensino no Brasil. E Ourinhos ganhou
uma - ou umas - faculdades, criadas in­
discriminadamente .......
EM TEM PO : A população do Jar­
dim Matilde pede agua, agua, agua. E
ja faz muito tempo. Vamos providen­
ciar 7
Terça Feira - dia 8
FOLGA SEMANAL
Q uarta Feira dia 9 ás 20 horas.
Opinião Publica - nacional.
Quinta Feira - dia 10 as 20 horas.
Procurado Jonnhy Texas - col. cinem. com
Jam es Newman*
Sexta Feira - dia 11 às 20 horas
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Sabado dia 12- vesp. as 14,15 e 19,45 e
21,45 horas.
TONY ROME - col. cinem. com Frank
Sinatra
Domingo dia 13 vesp. às 14 horas
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Carrosel da Alegria - col. com H enrique
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Domingo dia 13 ás 19,45 21,45 horas
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Rua dos Expedicionários, 663
Os horários e as Programações são
fornecidos pela Empresa exibidora.
Repartições Municipais têm Novo Horário
A Prefeitura Municipal avisa à população em geral
que nos têrmos do Decreto n.° 827, do dia 24 do corrente
mês, as repartições municipais passarão a funcionar para
o público, de segundas às sextas feiras, no seguinte
horário:
1.° period o d a s 8 à s 11 h o r a s
2.o ”
”
” 1 2 , 3 0 a s 1 5 , 3 0 h ora s
As repartições municipais funcionarão com expedien­
te interno de segundas ás sextas feiras das 15,30 às
18,18 horas.
Ourinhos, 25 de setembro de 1968
Ourinhos, 6-10-68
Tempo de Avanço 3
Vertical
Irineu Palm a
Cia. Telefônica de Ourinhos,
.
0 animal que antes se
denominava
Agrupamento
vdi se tornando men
man
dominado pelo
que lá de cima
olha e apertando
o cinto, satisfeito,
e porque a máquina
manobra de tal maneira
que há um esmagamento
e o tal ego se dissipa
nos etêreos plujs,
rindo também
porque ele
tem o direito ao riso,
ainda que o riso
não passe de abertura na boca
pelos cantos sem cantos. . .
comunica que instalou uma mesa P.B.X.
no Mercado Municipal, que atenderá pelo
numero 2950.
A Diretoria
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JO SÉ RODRIGUES
As opiniões emitidas nos
artigos assinados não rep re­
sentam necessàriam ente o
ponto de vista do Jornal, po­
dendo até se re m contrárias
a êste. A opinião do Jornal
acha-se expressa nos edito­
riais e nos comentários não
assinados.
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OURINHOS
S. Paulo
Ourinhos, 6/10/68
Tempo de Avanço - 5
ERNESTO
Quem não em prega o term o « atu­
al conjuntura », na atual conjuntura?
É uma das criações do cronista
mais famoso e, talvez, mais lido
deste Brasil. Pra não dizer que não
falei das flores, vou falar, ou tentar,
da « fina flor dos Ponte Pretas »,
que é, nada mais, nada menos, o
Stanislaw Ponte Preta, falecido na
segunda feira, vitim a de um enfarte
cardíaco.
Quem Não Conhece
Quando tinha somente 28 anos
Samuel W ainer lançava Sergio Porto
na crônica carioca. Sua prim eira
crônica, para a Ultima Hora, chamou
« Pouchard estréia, Negrão é vivo.
Mas Heleno é o maior. Foi o que con­
cluímos depois de ler entrevista do
T V -P refeito». Desde então, Stanis­
law nunca sentiu a derrota, o suces­
so o acompanhou por todo esse tem ­
po. Com suas criações: Tia Zulmira a figura mais respeitada da familia,
m orm ente pela sua m aneira de en­
carar os fatos sem floreios, além de
ser a proprietária do imenso casarão
da Boca do Mato, celebrizado em
suas crônicas; Primo Altamirando, o
carioca tipico; Rosamundo, o esque­
cido; Bonifácio, o Patriota ardoroso
e Dr. Data Venia, o juriconsulto da
f a m i l i a . Com o surgim ento do
semario hepatico filosofico, A CA­
RAPUÇA, Stan criou outros perso­
nagens. Assim, apareceu o Dr. Hcnoris Caudas, ex-consultor da PIDE e
a Creuza, a consultora social da CA­
RAPUÇA. Mas, como iámos dizendo,
com suas criações e um vocabulá­
rio calcado no linguajar carioca,
Sergio Porto tornou-se nesses 17 anos
de profissão o cronista mais discuti­
do na im prensa brasileiro, tendo
suas crônicas publicadas nos maio­
res jornais e revistas do pais.
Como Sergio Porto, publicou
tres livros. São eles: « A Casa De­
molida », r A Historia do J a z z » e
« As Cariocas ». Como Stanislaw
DE
ALMEIDA
Ponte P reta escreveu: « FEBEAPÁ »
1 e 2, « Tia Zulmira e Eu », « Rosa­
mundo e os Outros », « Garoto Li­
nha Dura » e « Prim o A utam irando
e Elas ». O 1.° festival de B esteiras
que Assola o Pais - FEBEAPÀ vendeu em nove meses 37 mil exem ­
plares, o que m ereceu na orelha do
n.° 2, o seguinte comentário, do proprio:
— O prim eiro acontecim ento
im portante que aconteceu foi o Fes­
tival de Besteira que assolou - e
continua assolando - o Pais. O se­
gundo foi o lançam ento de um livro
sobre esse evento, cuja venda sur­
preendeu os meios literários e até
mesmo os livreiros mais tranqüilos,
pois liderou - durante grande parte
do ano de 1 967 - as vendagens de
livros, alcançando um recorde notá­
vel: no periodo de nove meses ven­
deu 37 mil exem plares. Ora, em no­
ve meses, mesmo os casais mais
proliferos raram ente conseguiram
mais de um rebento.
Mas não Ficou só nisso sua
vida artistica. Na musica, foi um dos
mais profundos conhecedores da
popular brasileira, assim como do
jazz. O “Samba do Crioulo Doido”
até a pouco tempo atras estava firme
nas paradas de sucesso, depois foi
trasform ado em show, que constitui
mais uma vez sucesso total. Agora
mesmo, no Teatro Bela Vista está
sendo apresentada sua tradução de
“O Burguês Fidalgo”, de Moliere
Outro sucesso.
Quem Tinha Medo do S t a n
Após o movimento m ilitar de 84batizado por ele de a redentora usou sua ironia irreverente para cri­
ticar o governo, os políticos, os cos­
tumes, com muito mais vitalidade
que em outros tempos. Tambem
com bateu muito a Liga da Defesa
da Tradição Familia e Propriedade -
para ele turm a da Tapeação, F res­
cura e Pilantragem e todas as orga­
nizações de direita do Brasil4 o que
lhe valeu um envenenamento. Para
o jornalista João Apolinario, da Ul­
tima Hora ele disse:
— É uma politica fascista
bem conhecida. Eu recebia ameaças
constantes, por telefone, principal­
mente, mas nunca liguei m uito para
elas, Paulo A utran tam bem recebia
e a peça que ele estava é de Molie­
re, teatrologo francês que nunca se
preocupou em m udar o regime po­
lítico do Brasil. Dai não liguei mes­
m o... e aconteceu. Na ultima sessão
de sabado, dia 20, tomei o resto de
café da garrafa térmica que havia no
camarim, e achei o gosto terrivelm en­
te amargo. Como café de garrafa té r­
mica é sem pre de am argar mesmo,
não liguei pra coisa.
Sai e fui para casa dormir.
Ai é que foi fogo, seu Apolinario:
fiquei sem dorm ir e cada vez sentir
dores mais atrozes pelo corpo todo.
Até ali tinha tentado esconder ofque
sentia, mas minha m ulher desconfi­
ou ( ela recebe ameaças telefônicas
tam bem ) e chamou o medico. Pedi
que não se fizesse barulho sodre a
coisa porque achei que poderia pa­
recer publicidade dessas que artista
de televisão e do radio costuma fa­
zer na base da fale mal mas fale de
mim.
Devido a intoxicação que re ­
sultou desse atentado, foi internado
a conselho do seu medico, no Insti­
tuto Brasileiro de Cardiologia. R e­
cuperado, voltou para casa mas um
novo ataque cardiaco, fez com que
retornasse ao Instituto, onde faleceu.
Na segunda feira à tarde os
amigos foram leva-lo ao Cemiterio
de São João Batista. Embora Sérgio
estivesse ali, ninguém riu. Era o
Brasil perdendo um de seus melho­
res jornalistas.
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Observou-se que não há iniciati­
vas no sentido de melhorar,o quadro,
ou de modificá-lo. Na cidade existia
un^C ineclube e as respostas de al­
guns sócios foram bastante diferen­
tes das demais, m ostrando que « os
participantes do Cineclube estavam
se beneficiando de algum modo ».
Cinema é aqui:
Com parando-se com as demais
respostas sôbre cinema e outros as­
suntos, os resultados e conclusões
gerais da citada pesquisa podem ser
descritos do seguinte modo:
1- O paticipante do Cineclube co­
nhecia mais cinem aque os demais, e
conhecia tam bém outros assuntos
relacinados ( arte etc.)
Você Não Quer Mudar
Um Pouco?
Você aprenderá
m aior do século.
Cinema:
4- o cineclube proporcionou a opor­
tunidade de contato com certo tipo
de filmes diferente dos comumente
exibidos, abrindo novas perspectiva .
arte
É necessário acordar. Se você
quer se preparar para a vida, prepare-se corretam ente desde já. Nós
supomos que você estuda, trabalha
etc. para se preparar, para ser cada
vez mais apto, para produzir cada
vez mais. Se seu caso é assim, ultilize o cinema também; descubra o
mundo com sua complexidade, suas
cantradições, seus problemas. Descu­
bra uma arte que está modificando
hábito de com portam ento em todo o
mundo. Descubra que não é mais
apenas o teatro, a literatura etc. etc.
que debatem os caminhos e soluções
para o problemas da vida: o cinema
tam bém faz isso.
A ssistir filmes e debatê-los depois
é uma das atividades de um Cine­
clube mas não a única. Em recente
pesquisa efetuada em uma cidade
da Noroeste, entre universitários e
secundaristas do terceiro normal,
vislum brou-se um quadro que, caso
seja verdadeiro, torna dram ática a
situação do público de cinema no
Brasil. O que se observou lá?
O que faz? É simples. Cinema
não tem mistério: é uma associação
de imagens com sons que produz
um determ inado efeito Como Sócio
do Cineclube você assistirá filmes e
depois conversará com os demais
m em bros a respeito dêle. De início
pode ser que você não descubra
muita coisa, mas com o passar do
tempo você vai sentir que aquela
« associação de imagens com sons »
é mais arte que as outras artes, é
mais comunicativo que televisão, é
mais divertido que circo, é mais pro­
fundo que livro, é mais sério que
toda a tristeza do mundo. E você
vai sentir a diferença entre o Cine­
ma e o cinema, entre a Arte e o
comércio
cinematográfico,
entre
Hollywood e entre Mazzaropi e Car-
Observou-se que não se conhecia
cinem a brasileiro, havendo pessoas
que nunca haviam assistido nenuhum
filme nacional e outros que só viam
Mazzaropi. Tal desconhecim ento é
completo: não satisfeitos de desco­
nhecer os filmes, os inquiridos des­
conheciam também a história do ci­
nema brasileiro, os mais im portantes
diretores e profissionais do momen­
to, os movim entos básicos como o
Cinema Nôvo Brasileiro.
É necessário acordar para o cine­
ma. Abandone a passividade, aplique
critério para escolher seus filmes
como você aplica para escolher suas
leituras e roupas entre outras coisas.
Nós contamos com você. Em prin­
cípios de novembro faremos um fes­
tival, ou seja, um ciclo de cinema,
com projeções e debates. Assista os
filmes que serão exibidos, debata
com vigor, pense sobretudo.
Observou-se que as preferên­
cias quanto à escolha de filmes in­
cidiam nas superproduções, nos m e­
lodram as forjados, nos filmes sem
conteúdo.
PENSE. Estam os
conversados.
CAS Ai D O S A C U M U L A D O R E S IIIE O U R I N H O S
i
RODOLFO
HEL1AR
3- havia urgência de program ação
e debate de fimes brasileiros . Havia
prédisposição cerrada contra o cine­
ma brasileiro ; era necessário m udar
essa atidude .
litos. O mundo de antes, o mundo
de hoje e o mundo de am anhã se
desdobrarão à sua frente, analizados
e dissecados pela câmara.
Ê um convite, é um pedido que
fazemos: atenção, senhoras e senho­
res: estam os convidando para assis­
tir cinema. Não, você não estará sózinho, vai te r companhia no claro e
no escuro, para ver filme e para fa­
lar das coisas que você gostou ou
não gostou. O convite está feito:
você está oficialm ente convitiado^a
participar do Cineclube de Ourinhos.
Para participar do Cineclube que
está sendo formapo ( por pessoas
exatam ente iguais a você, nem mais
nem m enos) você só necessita de
uma coisa: cara e coragem. Boa von­
tade. Só e mais nada.
js s s * te |
2- o cinema funcinava como escola ,
ensinando como escola , o cineclube
era uma escola, o que é que você
acha disso ?
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