UNIP – Universidade Paulista
Escola neoclássica
A teoria neoclássica da administração, é como foi chamada um conjunto de teorias
que surgiram na década de 50. Mesmo com o surgimento da teoria das Relações
Humanas a teoria clássica sempre esteve presente.
Neste sentido, a Teoria Neoclássica da Administração representa o ressurgimento da
Teoria Clássica e Científica de Administração, retomando diversos dos assuntos
abordados por essas teorias, aplicando novos pontos de vista, novas abordagens.
Teoria Neoclássica:
Principais autores: Peter Drucker; Willian Newman; Ernest Dale; Ralph Davis; Louis
Allen; e George Terry.
Características da Teoria Neoclássica
1. Ênfase na prática da administração: desenvolve os conceitos de forma
prática e utilizável, visando sobretudo a ação administrativa. A teoria só tem
valor quando operacionalizada na prática.
2. Reafirmação dos postulados clássicos: retoma os conceitos das Teorias
Clássicas (organização do tipo linear, funcional, linha/staff, relações de linha e
assessoria, problema de autoridade e responsabilidade e departamentalização)
adaptando-os às necessidades atuais, dando-lhes uma configuração mais
ampla e flexível.
3. Ênfase nos princípios gerais da administração: estabelece normas de
comportamento administrativo que orientam o administrador em suas funções e
definem o processo pelo qual ele deve planejar, organizar, dirigir e controlar o
trabalho de seus subordinados.
4. Ênfase nos objetivos e nos resultados: a organização:
1. existe para alcançar objetivos e produzir resultados;
2. deve ser dimensionada, estruturada e orientada em função dos objetivos
e dos resultados que quer alcançar;
3. seu desempenho passa a ser avaliado pelos objetivos organizacionais e
pelos resultados pretendidos.
5. Ecletismo da Teoria Neoclássica.
Ecletismo ou Ecleticismo - é um método científico ou filosófico que busca a
conciliação de teorias distintas
A troca dos meios pelos fins
Enquanto a Administração Científica enfatiza os métodos e a racionalização do
trabalho e a Teoria Clássica coloca ênfase nos princípios gerais da Administração, a
Teoria Neoclássica considera os meios na busca da eficiência, contudo, enfatiza os
fins e os resultados na busca de eficácia. Há um forte deslocamento para os objetivos
e resultados.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
Administração como Técnica Social:
O homem precisa cooperar com outros homens para alcançar seus objetivos.
Administração tem que dar ênfase em orientar, dirigir e controlar os esforços de um
grupo de pessoas para um objetivo comum. E alcançar seus objetivos com o mínimo
dispêndio é o papel de um bom administrador.
Aspectos administrativos comuns às organizações:
Peter Drucker
Quanto aos objetivos:
- as organizações são órgãos sociais que visam
a realização de uma tarefa social.
•
o objetivo da organização é externo a ela
e é sempre uma contribuição para o
indivíduo e para a sociedade.
Quanto à administração: todas as organizações são semelhantes em sua área
administrativa.
precisam equilibrar os objetivos da instituição com a necessidade de
flexibilidade e de liberdade individual;
exigem uma estrutura determinada pela tarefa e suas demandas e,
adequados à lógica da situação;
conflito entre à ênfase na eficiência e a ênfase na eficácia.
Quanto ao desempenho individual: é o campo onde há menor diferença entre as
organizações.
É a eficácia do pessoal que trabalha dentro das organizações;
As organizações são ficções legais pois nada fazem, nada decidem e
nada planejam, são os indivíduos que fazem, decidem e planejam;
As organizações só atuam à medida que seus administradores agem, se
auto-realizem e satisfaçam suas próprias necessidades;
A eficácia é necessária para a organização poder funcionar, e para o
indivíduo poder alcançar sua satisfação.
Princípios básicos da organização:
1.
2.
3.
4.
divisão do trabalho;
especialização;
hierarquia;
amplitude administrativa
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
1. Divisão do Trabalho
Maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de
pequenas tarefas que o constituem.
Vantagens:
• padronização e simplificação das atividades dos operários e do pessoal de
nível mais elevado;
• maior estabilização e detalhamento das tarefas;
• melhor aproveitamento do trabalho especializado por meio da
departamentalização.
Conseqüências:
• maior produtividade e maior rendimento do pessoal envolvido;
• maior eficiência da organização;
• redução dos custos de produção, principalmente os de mão-de-obra e de
materiais diretos.
2. Especialização
É conseqüência do princípio da divisão do trabalho
•
•
•
•
•
•
•
simplificação das tarefas;
atribuição de tarefas simples e repetitivas a cada posto de trabalho;
pouca experiência do executor e poucos conhecimentos prévios;
redução do período de aprendizagem;
facilidade na substituição dos indivíduos por outros;
melhorias de métodos de incentivos no trabalho;
aumento do rendimento da produção.
3. Hierarquia
Criou
a divisão do
trabalho
Intensa diversificação funcional
dentro da organização
Exigiu
desdobramento da função do
comando
•
•
a hierarquia divide a empresa em níveis de autoridade, tendo todos os
superiores certa autoridade, sobre os inferiores;
a autoridade é o direito formal e legítimo de tomar decisões, transmitir ordens e
alocar recursos para alcançar os objetivos desejados pela organização.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
A autoridade distingue-se por três características:
•
•
•
é alocada em posições da organização e não em pessoas;
é aceita pelos subordinados;
flui abaixo por meio da hierarquia verticalizada.
Responsabilidade: é o dever de desempenhar a tarefa ou atividade para a qual foi
designada.
•
•
o grau de autoridade é proporcional ao grau de responsabilidade assumida pela
pessoa;
a responsabilidade provém da relação superior-subordinado e do fato de
alguém ter autoridade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas.
A autoridade emana do superior para o subordinado, quando se faz uma designação
de deveres, enquanto a responsabilidade é a obrigação exigida do subordinado para
que este realize seus deveres.
Delegar é transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores da
hierarquia.
4. Amplitude de Controle
Se refere ao número de subordinados que um administrador pode efetivamente
administrar.
Administração por Objetivos – APO
O termo foi cunhado por Peter Drucker em 1954.
É um sistema ou estilo de administração que relaciona as metas organizacionais com
o desempenho e o desenvolvimento individual, por meio do envolvimento de todos os
níveis administrativos.
É uma tentativa de alinhar metas pessoais com a estratégia do negócio, por meio do
aumento da comunicação e percepções compartilhadas entre a gerência e os
subordinados, seja como indivíduos ou como um grupo, pela conciliação de conflito,
quando este existir.
Características da APO:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
estabelecimento conjunto de objetivos entre o gerente e os subordinados;
estabelecimento de objetivos para departamento ou setor;
interligação dos objetivos departamentais;
elaboração dos planos operacionais, com ênfase no controle;
contínua avaliação, revisão e reciclagem dos planos;
participação atuante da chefia na estimulação de envolvimento
subordinados.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
dos
UNIP – Universidade Paulista
O processo da APO:
1.
2.
3.
4.
5.
estabelecimento de metas e objetivos organizacionais;
desenvolvimento do plano de ação;
revisão periódica;
avaliação de desempenho;
focada em resultados.
Vantagens da APO
1.
2.
3.
4.
Concentra atenção sobre as áreas de eficácia organizacional;
Identifica progresso no alcance dos objetivos;
Melhora o controle da informação e dos padrões de desempenho;
Conduz a uma estrutura organizacional dinâmica, especificando
responsabilidades;
5. Identifica onde as mudanças são necessárias e procura melhoria contínua nos
resultados;
Críticas à APO
•
•
•
•
A falta de comparabilidade dos padrões de desempenho
A estruturação da avaliação de desempenho;
Ênfase nas realizações de curto prazo;
A Incapacidade como um preditor para decisões de promoção.
Centralização x descentralização
Refere-se ao grau de delegação de tarefas, poder e autoridade aos níveis mais baixos
da organização. Os dois termos podem avaliados em maior ou menor amplitude e
nunca em não existência de delegação.
Uma maior descentralização é desejada quando a organização quer ganhar os
benefícios de melhor participação de seus membros no processo de decisão.
Maior centralização é desejada quando o administrador quer exercer maior controle
direto sobre as atividades.
Descentralizada
Centralizada
Alto grau de delegação
de tarefas, poder e
autoridade
Alto grau de retenção de
tarefas, poder e
autoridade
Espectrum de centralização e descentralização. Uma organização poderá situar-se
em qualquer ponto do espectrum. Dificilmente estará nos extremos.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
Características da centralização:
1. enfatiza as relações escalares (cadeia de comando);
2. a autoridade para tomar decisões está próxima ao topo da organização;
3. a autoridade dos demais indivíduos é escalada para baixo, de acordo com sua
posição no organograma.
Vantagens da centralização:
as decisões são tomadas por administradores que possuem uma visão global
da empresa;
os tomadores de decisão no topo são geralmente melhor treinados e
preparados do que aqueles que estão nos níveis mais baixos;
as decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais globais;
a centralização elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e
reduz custos operacionais;
certas funções permitem maior especialização e vantagens com a
centralização (por exemplo compras e tesouraria).
Desvantagens da centralização:
as decisões são tomadas por administradores da cúpula, que estão
distanciados dos fatos e circunstâncias;
os tomadores de decisão no topo raramente têm contato com as pessoas e
situações envolvidas;
as linhas de comunicação da cadeia escalar provocam demoras e maior custo
operacional;
as decisões tem de passar pela cadeia escalar, envolvendo pessoas
intermediárias e possibilitando distorções e erros pessoais no processo de
comunicação das decisões.
Características da descentralização:
As decisões são pulverizadas nos níveis mais baixos da organização.
O grau de descentralização é tanto maior quando:
1. quanto maior for o número de decisões tomadas nas escalas mais baixas da
hierarquia administrativa;
2. quanto mais importantes forem as decisões tomadas nos níveis mais baixos da
hierarquia administrativa;
3. quanto menor for a supervisão sobre a decisão tomada. Significa relativa
autonomia e independência para tomar decisões.
Vantagens da descentralização:
os chefes ficam mais próximos do ponto no qual devem tomar as decisões;
a maior participação no processo decisório promove motivação e moral
elevado entre os administradores médios;
as decisões são tomadas mais rapidamente;
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
melhora a qualidade das decisões uma vez que o volume de decisões a ser
tomada por uma única pessoa diminui;
permite a formação de executivos mais motivados e mais conscientes dos seus
resultados operacionais.
Desvantagens da descentralização:
falta de uniformidade nas decisões;
falta de informação e coordenação entre os departamentos envolvidos;
maior custo pela exigência de melhor seleção e treinamento dos
administradores médios;
risco de subobjetivação: os administradores podem defender mais os objetivos
departamentais do que os empresariais.
Escola estruturalista
•
•
•
Surgiu no final da década de 1950
Face o declínio do movimento das relações humanas.
O impasse criado pela Escola Clássica e pela de Relações Humanas não foi
superado pelaTeoria da burocracia.
A administração científica foi um ponto de transição dos precursores da administração
para a Escola Clássica. As pesquisas de Hawthorne representam a passagem da
Escola Clássica para a Escola das Relações Humanas. Nessa evolução, o
estruturalismo representa uma nova visão no campo administrativo.
Origens da Abordagem Estruturalista
O nome de maior projeção do estruturalismo é Amitai Etzioni
nascido em 1929 na Alemanha, teve sua proeminência ter
analisado os fundamentos das escolas correntes (Clássica,
Científica, da Burocracia a das Relações Humanas).
Julgando-as insatisfatórias formulou uma síntese do que
denominou “estruturalismo”.
Origens da Abordagem Estruturalista
O estruturalismo implica reconhecer que fenômenos organizacionais se interligam,
interpenetram, e interagem de tal modo que qualquer modificação ocorrida em uma
parte da organização afeta as outras partes.
Esse estruturalismo foi talvez a primeira abordagem a reconhecer a importância do
conceito de sistema aberto, isto é, da interação entre as instituições humanas e o
ambiente onde ela se insere.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
Análise das organizações
Segundo os estruturalistas, as organizações podem ser concebidas segundo duas
concepções diferentes:
Modelo de Organização
Lógica
Utilizada
Racional
Sistema
Fechado
Natural
Sistema Aberto
Características
- Visão focalizada apenas
nas partes internas do
sistema, com ênfase no
planejamento e controle
- Expectativa de certeza e
de previsibilidade
- Visão focalizada sobre o
sistema e sua
interdependência com o
ambiente
- Expectativa de incerteza
e de imprevisibilidade
Aspectos Principais do Estruturalismo
1. A organização é concebida como sistema social aberto e deliberadamente
construída.
2. Os conflitos são considerados como inevitáveis e até mesmo desejáveis (no
que se refere à relação entre empresa empregado).
3. Os incentivos mistos são recomendados para a motivação dos funcionários, em
lugar de recompensas materiais (dinheiro) somente, como fonte única de
estimulação.
4. Homem Organizacional. Em contraposição ao homem administrativo do
comportamentalismo, ao homem social da dinâmica de grupo e ao homem
econômico da administração. científica.
5. São visados “resultados máximos”, à semelhança da Escola Clássica e em
oposição ao comportamentalismo, que visa resultados satisfatórios.
Homem Organizacional: aquele que desempenha papéis em diferentes
organizações
Etzioni desenvolveu uma tipologia de organização e examinou como o envolvimento
individual com uma organização e o tipo de poder.
Organizações e Poder
Etzioni estudou como o envolvimento individual com uma organização e o tipo de
poder que interagem para explicar o consentimento ao poder.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
que resultaria
influencia
Tipo de poder
natureza da organização e
às razões pelas quais as
pessoas estão lá.
consentimento
É o comportamento dos
indivíduos que respondem ao
poder, e este pode tomar
muitas formas, ex. material,
perda (privação) crença e
outras.
Consentimento
Está relacionado ao significado do poder e à orientação do indivíduo
Tipos de poder na organização podem ser agrupados em.
1. Coercitivo: baseado em sanções físicas, como ameaças, imposição de dor,
geração de frustração, deformidades ou morte, controle da satisfação das
necessidades fisiológicas;
2. Remunerativo: baseado no controle dos recursos econômicos, como salários,
contribuições, comissões, benefícios, serviços e mercadorias;
3. Normativo: baseado na manipulação de recompensas simbólicas, como
alocação de liderança, de prestígio, de estima. O poder normativo é também
denominado poder moral e social.
Tipos de organizações - Etzioni
Etzioni classificou as organizações, de acordo com e
consentimento, como coercitivas, remunerativas ou normativas.
estrutura
de
•
Organizações coercitivas – são aquelas em que a coerção é o maior meio de
controle sobre os participantes e a alta alienação caracterizada a orientação
dos membros da organização. Exemplo: campos de concentração, prisões,
hospitais de doentes mentais etc.
•
Organizações remunerativas – são aquelas em que as recompensas matérias
são o maior meio de controle dos participantes, em que estes determinam a
quantidade de envolvimento que vai beneficiá-los mais. Exemplo: organizações
industriais, laboratório de pesquisa, atividades comissionadas, etc.
•
Organizações normativas – são aquelas em que o envolvimento moral e a
aceitação social são a maior fonte de controle, e a orientação dos participantes
e caracterizadas pelo alto envolvimento com a organização. Exemplos:
entidades religiosas, organizações de justiça, polícia e etc.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
Tipos de poder e envolvimento nas organizações
Tipo de
Organização
Envolvimento
Normativa
Comprometimento
Calculativo
ns
o
C
en
Envolvimento moral e
aceitação social
(entidades religiosas,
justiça, polícia,
advogados)
to
n
e
tim
Remunerativa
Recompensas
materiais (industrias,
laboratórios)
Coercitiva
Alienado
Coercitivo
Remunerativo
Moral
Coerção e alta
alienação (campos de
concentração, prisões,
hospitais de doentes
mentais)
Poder
Conflitos organizacionais
No estruturalismo, o conflito é considerado um processo social fundamental e
válido.
O conflito exerce importante papel por trazer à tona frustrações e desacordos na
organização, permitindo contornar as dificuldades à medida que surjam. O conflito é
um dos temas centrais do estruturalismo.
Conflitos organizacionais
•
Conflito é toda e qualquer espécie de oposição ou interação antagônica entre
duas ou mais pessoas ou partes.
Conflitos Organizacionais – processo social fundamental e válido.
Segundo Etzioni, os tipos mais comuns de conflitos nas organizações ocorrem entre a
autoridade do especialista (conhecimento) e a autoridade administrativa (hierarquia).
Criticas ao estruturalismo
Críticas:
• O estruturalismo não é uma corrente específica ou individualizada
das teorias da administração.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
UNIP – Universidade Paulista
• Omissa ou escassez de alusão em textos gerais de Administração.
Comentários:
• É uma teoria de transição que visava sintetizar proposições
válidas das correntes administrativas até então existentes.
• Contribuição maior foi a interdependência dos elementos internos e
externos encerrando o predomínio da escola das Relações Humanas.
Bibliografia básica
1. SILVA, Reinaldo O. da – Teorias da Administração, São Paulo – Pearson, 2008.
2. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração da Revolução Urbana a
Revolução Digital. 3a. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Disciplina: Fundamentos da Administração.
Download

Escola Es.. (2)