Silva Pereira reafirma linha do TGV para Porto e Vigo
apesar da falta de retorno
Por Maria Lopes
O ministro da Presidência reafirmou hoje a intenção do Governo em construir as linhas de alta
velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo, apesar de um estudo encomendado pelo ministério das
Finanças concluir que estas terão pouco retorno ou até mesmo prejuízo.
O estudo encomendado pelo ministério de Teixeira dos Santos a um professor da Universidade
do Minho debruça-se sobre o pacote de grandes obras públicas projectadas pelo Governo. E
conclui que os investimentos necessários para as duas linhas de TGV para Norte só a longo
prazo poderão ter algum retorno no caso do troço Lisboa-Porto e que o as contas do lanço
Porto-Vigo deverão mesmo ser sempre negativas. A excepção a este cenário cinzento é a linha
Lisboa-Madrid.
Questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa sobre a reunião extraordinária do
Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira desvalorizou as conclusões do estudo e lembrou
que “todos os investimentos implicam, numa primeira fase, um endividamento”. No caso do
TGV, vincou, “são investimentos que promovem, a prazo, o retorno para a economia”, e “as
análises de custo-benefício são favoráveis a esses investimentos”.
“Não podemos confundir as lógicas de curto prazo com as lógicas estruturais. E o país está
numa fase em que precisa de fazer escolhas estruturais”, afirmou. E avisou que Portugal “não
pode demorar décadas a discutir os investimentos”, como “os 50 anos para discutir o Alqueva,
40 para o novo aeroporto, e 20 para a alta velocidade”.
“O estudo confirma que estes investimentos são úteis e modernizadores da economia
portuguesa”, reiterou o ministro.
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