Agência Facos - 28.02.2010
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ANO 38 - nº 01 - Centro de Ciências da Comunicação e Artes - 28.02.2010
Dengue volta a
preocupar a
população santista
Atendimento em hospitais e venda de repelentes aumentam em razão do surto. Páginas 5, 6, e 7
Árvore de cinco metros oferece
perigo na Zona Noroeste
Página 8
Jogo proibido continua
em casas lotéricas
Página 8
Mais de cem pessoas são
atendidas em mutirão dentário
Página 3
Viaduto causa transtornos
em São Vicente
Moradores reclamam do acúmulo de lixo e da presença de desocupados no local. Página 13
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Agência Facos - 28.02.2010
Destino da Rua do Peixe
continua sem data marcada
Letícia Fernandes Villarinho
Na última semana de fevereiro,
aconteceu mais uma reunião dos
comerciantes da Rua do Peixe com
representantes da Prefeitura de Santos em conjunto com a Promotoria
para definir como ficará a situação
iniciada em novembro do ano passado, onde o restaurante Gotisso e o
SENAI acionaram a Prefeitura contra
a permanência dos boxes, que estão
há dezessete anos no local.
Outro impasse é a liberação dos
documentos para a Secretaria do
Patrimônio da União (SPU) assinar e
liberar o terreno, que fica na Avenida Mário Covas, na Ponta da Praia,
para o início das obras de um novo
mercado. “Depois de tantas reuniões
e nenhuma resposta, começamos a
ficar com medo de não ter onde trabalhar, pois ninguém falava nada”,
disse José Bispo dos Santos, comer-
ciante há 17 anos na rua. A demora ocorre pelo fato dos documentos
irem para São Paulo, depois seguem
para Brasília volta a São Paulo e chega a Santos.
“A prefeitura no começo não
queria nos ajudar, mas nessa última
reunião que tivemos com o promotor,
ela se prontificou em cooperar. Mas
ainda todo o custo que a Prefeitura
vai ter na construção, depois será somado e dividido entre a gente”, disse
José Roberto Mandu da Silva, trabalhador na rua há quatro anos.
Na Avenida Mário Covas, no
novo terreno, que antes abrigava
um canteiro de obras de uma empreiteira, não faltará espaço para
abrigar os 24 boxes (sendo 22 de
pescados e dois de gelo. Já que o
espaço é maior que o habitado hoje,
estará tudo conforme as normas da
Vigilância Sanitária, que antes eram
infringidas, custando multas diárias
à Prefeitura. “A mudança vai ser
ótima, teremos tudo que é preciso
para trabalhar com peixaria. E como
o terreno é perto, a clientela vai continuar a buscar nossos produtos”,
comentou Elaine dos Santos Cavalcanti, proprietária de um dos boxes.
Os trabalhadores esperam que
essa situação seja resolvida o mais
rápido possível, pois enfrentaram
uma queda de procura após ser divulgado que eles não poderiam continuar no local. “Eu mesma, quando vi
na televisão fui comprar em outro lugar, pensei que eles não trabalhavam
mais aqui”, disse Maria Aparecida Oliveira, cliente na rua há dez anos.
Ainda não foi marcada uma próxima reunião para ser definida uma
data exata para o início da construção. Enquanto a situação não for resolvida, o comércio na rua continuará normalmente e a Prefeitura estará
isenta de pagar as multas.
Altas temperaturas não
prejudicam venda de ovos
Mayara Rached
Falta um pouco mais de um mês
para a Páscoa e algumas lojas da
região já estão com os ovos de chocolate expostos nas prateleiras. Com
altas temperaturas, os comerciantes
têm uma nova preocupação e tomam medidas para que o calor não
interfira nas condições dos produtos
comercializados.
Os supermercados são os que
mais podem sofrer com essa situação, afinal, o seu prejuízo seria
muito maior comparado a mercados menores que vendem em menor quantidade. Segundo a líder de
atendimento do Hipermercado Extra
em Santos, Juliana dos Santos Pinto,
em princípio são 240 mil ovos para
serem vendidos, mas não há riscos
deles derreterem. Ela explica isso
afirmando que a temperatura da loja
permanece em média 24 graus. Já
em época de Páscoa a tendência é
essa temperatura diminuir em torno
de 4 graus. Essa maior refrigeração
preserva o chocolate.
Ainda de acordo com ela, apesar
do derretimento não vir a se concretizar, as crianças não costumam exigir
muito quanto ao seu formato ideal.
O pequeno Otávio Muller, de 5 anos,
afirma essa questão dizendo que não
se importa que o seu ovo de páscoa
esteja derretido. Para ele, “o mais legal
de tudo” é o brinquedo que costuma
vir junto. A sua irmã Carolina Muller
confirma que isso não influencia para
ele. Juliana dos Santos alega que para
os adultos isso é diferente, mas que
ninguém precisa se preocupar, pois
o supermercado consegue contornar
essa situação e preservar os produtos.
O comércio desses ovos já está
à tona. Isso é conveniente principalmente àqueles que não gostam de
deixar de fazer as compras de última
hora garantindo o seu predileto sem
correr o risco dele se esgotar. Juliana
tem uma má notícia aos atrasados:
“quanto mais perto do dia 4, mais
gente adquirindo o seu chocolate”.
Para aqueles que consideram essa
parte da Páscoa uma tentação, os
apaixonados pelo doce, Juliana confirma a sua venda até uma semana
depois do dia, portanto, se a vontade continua, ainda haverá tempo
para comprar. Caso ainda reste algum ovo na prateleira, ele passa a
ser vendido por 50% do valor, isso
quando não há devolução.
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Mutirão de próteses
garante novos sorrisos
Carla Martuscelli
Ontem, aproximadamente 120
pessoas receberam a segunda parte
do tratamento para a implantação de
próteses dentárias no Centro de Especialidades Odontológicas da Zona
da Orla/Intermediária. Os pacientes
esperaram em média três horas para
o atendimento, o que ocasionou
aborrecimentos.
As pessoas ficaram exaltadas
e gritaram com funcionários e voluntários, por causa da demora, e a
guarda municipal foi acionada para
controlar a situação. O motivo do
atraso foi a falta de dentistas. Como
nem todos apareceram, outros fica-
ram sobrecarregados.
A maioria dos pacientes, como
a faxineira Maria Fátima da Costa,
não entendeu o motivo da irritação. “Vale a pena esperar, as pessoas precisam valorizar o esforço dos
dentistas e funcionários, eles estão
aqui voluntariamente e as próteses
são gratuitas”.
A seleção de pacientes é feita
pelos próprios dentistas, que atendem nas policlínicas da Cidade.
“Fui fazer apenas uma limpeza nos
dentes e o dentista me perguntou
se gostaria de trocar as próteses, é
claro que aceitei”, conta a acompanhante de idosos, Alice Canelas.
O processo entre a seleção e o
atendimento é demorado. Todos os
entrevistados demoraram cerca de
um ano para serem chamados. O
aposentado Sidney Barroso de Paula
relata as etapas do procedimento.
“Após um ano de espera, no dia 6 de
fevereiro, fiz os moldes necessários
e hoje vim experimentar”. Ele ressalta o bem que as próteses vão trazer
para sua autoestima.
O pedreiro José Carlos Nunes
acha uma iniciativa maravilhosa e
conta que o tempo de espera será
compensado com um novo sorriso.
“É preciso ter paciência, quem esperou um ano pode esperar algumas horas, o importante é o resultado final.”
Casa Martim Afonso oferece
novo passeio ao passado
Bruna Almeida
A exposição do Sítio Arqueológico Bacharel, na Casa Martim
Afonso em São Vicente, oferece aos
visitantes uma viagem no tempo. A
história da cidade e dos povos que
habitavam a região antes mesmo
da colonização é contada através
de quadros de grandes pintores,
como Benedito Calixto. Além disso, é
possível encontrar vestígios de fragmentos históricos, como restos de
sambaquis, ossos humanos, peças
confeccionadas em barro e louças,
que confirmam a história.
O Sítio foi encontrado a partir
da construção de um prédio na Biquinha, na Praça 22 de janeiro. Durante a construção, ao lado da Casa
Martim Afonso, foi encontrada uma
parede de pedra histórica de vinte e
cinco metros. Depois de pesquisas
foi constatado que aquela parede
poderia ter sido parte da Fortaleza
da Vila de São Vicente, erguida por
Martim Afonso. A construção do prédio então foi interrompida e os estudos começaram em todo o redor
da parede. Após onze anos desta
descoberta, a Casa Martim Afonso
e a parede histórica foram tombadas pelo Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico Arquitetônico,
Cultural e Turístico de São Vicente,
o Condephasv. Além do sítio histórico em que a parede se encontrava,
foram encontrados objetos de civilizações indígenas e de outras que
viveram na região por volta de três
mil anos atrás.
Na exposição é possível visitar
o próprio sítio arqueológico e conhecer como está sendo feito este trabalho. Para o coordenador da Casa
Martim Afonso e historiador, Marcos
Braga, a exposição hoje vem confirmar o que os livros nos disseram.
“As pessoas não estão acostumadas
a visitar ruínas, mas as evidenciações vão trazer outro interesse à população. Antes, elas não tinham um
pensamento muito concreto sobre a
história, a ruína dá a relação concreta com a história da cidade”.
O trabalho de escavação e busca por fragmentos é uma parceria
entre a Prefeitura de São Vicente e
o arqueólogo e professor da USP,
Manuel Gonzalez. A exposição tem
caráter permanente, mas vai sofrer
uma pausa no dia 10 de março para
a retomada das pesquisas no sítio e
para a realização de outra exposição. No meio do mês, ela será reaberta ao público com mais novidades
das novas escavações.
A Casa Martim Afonso fica na
Praça 22 de Janeiro, na Biquinha,
em São Vicente. A visita é monitorada e gratuita e está aberta de terça a
domingo, das 10 às 18 horas.
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Agência Facos - 28.02.2010
Super Banca apoia
causa ecológica
Jessica Brandão Gonçalves
A Super Banca está arrecadando garrafas pet de todos os tipos e
tamanhos. A campanha é para aquisição de matéria-prima para uma cooperativa de fabricação de vassouras
ecológicas. Prossegue, desde o dia
4 de fevereiro, até o dia 31 de março, de segunda a sábado, das 6h30
às 19 horas e aos domingos, até as
14horas. A ação contribui para diminuir a poluição e os possíveis focos
de dengue por acúmulo de água, o
que torna obrigatória a lavagem das
garrafas para doação. A cada três
garrafas doadas o contribuinte recebe um cupom para concorrer a um
kit ecológico e ganha um desconto
na compra da vassoura.
Com doze garrafas pets é possível fazer uma vassoura em cerca
de 40 minutos. A meta de doações
estava em cerca de 800 garrafas e
já foi batida ontem, segundo Cesar
Alves Malaco, 36 anos, ex aluno de
Jornalismo da UniSantos, atual proprietário da Super Banca, que achou
o projeto super interessante e é um
dos principais colaboradores.
Ontem pela manhã o ex-vereador
Adelino Rodrigues, atual coordenador
do CIDOC (Centro de Informação Defesa e Orientação do Consumidor),
64, estava passando na Super Banca
e afirmou: “O projeto é uma iniciativa
perfeita, logo que é esse lixo que está
sendo reciclado e reaproveitado, que
é um dos causadores das enchentes
que estão acontecendo”. A professora
de Educação Física Valéria Maria Rodrigues Machado, 50 anos, disse “Sou
totalmente adepta a reciclagem, tanto que utilizo brinquedos reciclados
nas atividades que aplico em minhas
aulas” ela apoia a causa afirmando
que as vassouras são muito úteis e
que as pessoas acabam decidindo
comprar as convencionais apenas por
causa do marketing ao invés de ter
uma atitude ecológica.
Há cinco anos a professora Silvania Aparecida S. Ramos, 50 anos,
líder da Pastoral da Criança criou a
cooperativa “Revitalizando o patrimônio humano” em parceria com o
artesão carioca José Barbosa e se
tornou coordenadora. Barbosa for-
neceu as técnicas do processo de
fabricação de vassouras e escovas
de banheiro ecológicas. As vassouras ecológicas têm sido fonte de renda dessa cooperativa que possui 19
pessoas, em sua maioria mulheres,
de 45 a 50 anos, no lugar de serem
beneficiadas com cestas básica na
Pastoral como antigamente.
O projeto é uma homenagem a
Zilda Arns Neumann, coordenadora
internacional da Pastoral da Criança,
que morreu em um terremoto no
Haiti, tem o patrocínio da Petrobrás,
da Prefeitura Municipal de Santos e
faz parceria com o Lojão de Aparecida e Jaú Materias que fazem a armazenação e a entrega das garrafas
respectivamente.
As vassouras são encontradas
na Super Banca, na Avenida Alexandre Martins, 139, no bairro Aparecida
em Santos, em lojas de produtos de
limpeza, supermercados, entre outros lugares. Segundo Silvania a cooperativa ainda precisa de mais postos
de venda. E a cooperativa “Revitalizando o patrimônio humano” fica na
Rua Marques de Herval,24.
Farmácia Popular
agrada população
Amanda Camargo
A Farmácia Popular do Brasil, no
Campus Vila Nova da Católica UniSantos, inaugurada há dois meses e
meio, agrada a população por disponibilizar o acesso a medicamentos,
como controle de colesterol e diabetes, mais baratos. Os medicamentos
mais vendidos até o momento são
para tratamentos de hipertensão,
diabetes e controle de colesterol.
Além de remédios, preservativos
também são vendidos.
A farmacêutica Patrícia Bajerl
Koshio diz que apesar da divulgação
de que não é permitida a venda de
medicamentos sem receita, a população mais desavisada aparece. “As
pessoas que vêm à farmácia sem
prescrição médica são orientadas de
que só podem adquirir medicamentos aqui mediante apresentação da
receita.”
Apesar do intenso calor dos últimos dias, Patrícia afirma que os
medicamentos de hipertensão, por
exemplo, não tiveram uma elevação
nas vendas. O preço dos medicamentos é bem vantajoso em relação
a outras farmácias. Patrícia ressalta
que a diferença é bem grande e os
medicamentos têm preços bastante
acessíveis. Por exemplo, dez comprimidos do medicamento Metformina
850 mg, para tratamento de diabetes, custam R$ 0,30, e dez comprimidos de Maleato de Enalapril 10
mg, para tratamento de hipertensão
arterial, custam R$ 0,60.”
João José da Silva, 35 anos, diz
que compra na Farmácia Popular
porque os remédios são mais baratos e o atendimento também é muito bom. A Farmácia Popular funciona
de segunda a sexta-feira, das 8 às
18 horas, e aos sabádos, das 8 às
12 horas.
Agência Facos - 28.02.2010
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Pneu ecológico ajuda a
preservar o Meio Ambiente
Fabiana Pardini Blanco
Uma forma encontrada para
causar menos impacto ao meio ambiente é o pneu ecológico que reutiliza as carcaças de pneus usados,
diminuindo assim o seu custo. Nesse
processo, chamado vulcanização, é
adicionada uma nova banda de rodagem, onde a carcaça é colocada
em um forno onde há altas pressões
e temperaturas para unir as duas
partes. Quanto maior esse processo,
mais dura fica a borracha, por outro lado, quando ela é mais mole, a
durabilidade é menor que é o que
ocorre com o pneu ecológico.
O proprietário da loja Mil Rodas
do Litoral, Rogério Heriques Parreira, explica que o pneu convencional
é composto por arames e malha de
aço e terminada a parte de aço, a
borracha é colocada por cima. Já no
ecológico ou ‘remold’ é reaproveitada
a parte estrutural do pneu convencional, ou seja, o aço e as lonas, e colocado uma nova capa de borracha.
O custo do pneu ecológico é
aproximadamente 40% a 50% do
convencional e varia de acordo com
o aro.Um pneu com o aro 14 custa
em média R$ 120, enquanto o novo
custa de R$ 250 a R$ 350. E sua durabilidade é 30% menor do que o
convencional, esclarece Parreira.
Nem todos os pneus servem
para serem reutilizados devido aos
gastos, apenas cerca de 50%. Porém, há outras formas de uso para
os pneus, como bóias para amortecer o impacto entre os navios e o
atracadouro. Em alguns casos, separam a borracha e a lona da parte
de metal e trituram para usar na
usina de asfalto, e a parte metálica
(malha de aço da banda de rodagem) volta para as fábricas para
ser reciclada.
Parreira ainda afirma que em
carros mais luxuosos, como Mercedes, há uma nova espécie de pneu,
o ‘Run-Flat’, que é um pneu que
pode furar e cortar que não perde
a dirigibilidade, podendo circular por
mais 600 km. Por isso, esses carros
não possuem mais estepes. O valor
desse pneu é alto, podendo custar
em média 1.500 reais cada pneu.
Por outro lado, o funcionário da
Dpaschoal, Leandro Matias, afirma
que o pneu ecológico está saindo
de circulação e que a própria loja da
Dpaschoal não vende. O mecânico
da loja Gatto Auto-Peças, Antônio
Soares Leite, diz que um pneu ecológico roda em torno de 30 mil quilômetros. E explica que o pneu convencional prejudica o Meio Ambiente
por casa do tempo de decomposição
da borracha e a energia utilizada no
processo de vulcanismo. Além disso,
com o reaproveitamento da carcaça
há uma economia de 70% de energia e matéria-prima
O empresário João Lorenzo
Veloso afirma que sabia da existência de pneus ecológicos, mas que
não os compra, pois acaba tendo
mais problemas que o convencional, como no caso da durabilidade.
“Embora o pneu convencional custe mais, ele dura mais também e
acredito que as chances de defeitos também são menores.”
Borracharias se previnem
contra mosquito
Lincoln Spada
No primeiro trimestre de 2010,
Santos teve mais de 130 casos de
dengue, conforme o site da Prefeitura de Santos. Para combater a doença, borracheiros tomam medidas
de prevenção. Nas borracharias visitadas na manhã de ontem, todos
os pneus empilhados estavam em
bom estado e em áreas cobertas. As
medidas beneficiam quem mora perto do estabelecimento, constatando
que não teve casos de dengue nas
proximidades.
O dono da A. D. Pneus do Bra-
sil (Av. Carvalho de Mendonça 326),
Antonio Carlos, conta que depois de
contrair dengue no início de fevereiro, ele teve ainda mais cautela em
seu trabalho. Diariamente ele aplica
veneno nos 300 pneus.
A Borracharia Canal 2 AutoCenter
(Av. Dr. Bernardino de Campos 486)
funciona em espaço aberto, contendo poças de água durante as chuvas.
Por sua vez, há uma área separada e
coberta para os 40 pneus. O responsável pelo ponto comercial, Nelson
Anastácio, afirma: “semanalmente
coloco sal grosso ou creolina naquele
galpão”, apontando para o local desti-
nado exclusivamente aos pneus.
Ao contrário desses estabelecimentos, normalmente a São Judas
Center Pneus (Rua Joaquim Távora,
94) recebe vistorias da Prefeitura.
Dois pneus desgastados expostos
ao ar livre recepcionam os clientes
ao estabelecimento que funciona há
32 anos. Embora isso, os borracheiros Pedro Ângelo Soares, 58 anos, e
João de Souza, 62 anos, tomam as
devidas providências. Pedro explica
como não juntar água nas plantas
e nos 150 pneus. Com 45 anos de
profissão, João declara: “eu não contribuo para a dengue”.
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Agência Facos - 28.02.2010
Oficinas Automotivas
lucram com as enchentes
Jéssica Amato
Oficinas automotivas lucraram de
5 a 15 % com as enchentes dos últimos dias devido a falta de manutenção preventiva dos carros. Os problemas que atingem não só o motor, mas
também a parte elétrica, podem ser
previstos se houver um trabalho de
base com o mecânico de confiança.
Proprietário de uma oficina mecânica no bairro Vila Mathias, José
Erick Bastos Carneiro, 46 anos, que
tem 25 anos de profissão, diz que
para amenizar os danos causados
pelas enchentes faz “um trabalho
educativo de prevenção com os
clientes para diminuir custos, preservar o carro e trazer mais segurança
não só para quem dirige”.Antes disso
os carros chegavam na oficina com
problemas sérios tendo que consertar praticamente tudo e o preço ficava muito mais alto. Além de fazer o
serviço de prevenção, ele dá suporte
fora da oficina disponibilizando o seu
email e telefone para esclarecer as
dúvidas de seus clientes.
O problema mais comum nos
veículos que passam por enchentes é o cálcio hidráulico, que ocorre quando entra água no motor, e é
também o serviço mais caro oferecido na oficina, que pode chegar em
média a R$ 6 mil.
O mecânico Willian de Santos
Salor, 35anos, que trabalha há 23
anos na profissão, diz que “existem
carros em que a tomada de filtro de
ar é mais baixo e por isso esses dão
mais problemas”.
O proprietário de uma oficina
mecânica, na Encruzilhada, Raimundo Santos Galvão,53 anos, que atua
na área há 43 anos, diz que o movimento aumentou muito devido às
chuvas. “Não faço o trabalho de prevenção e ninguém faz”.
Frente fria - A frente fria que
chegou à Baixada Santista provocou
muita chuva e transtornos. Santos,
São Vicente, Guarujá e Cubatão tiveram dezenas de ruas alagadas. A Defesa Civil de Santos decretou estado
de atenção ao constatar o encharcamento do solo. Diversas avenidas da
Zona Noroeste,em Santos, permaneceram alagadas e todos os canais
da região transbordaram durante a
madrugada de quinta-feira por conta
da alta da maré. Na Cidade, das 3
às 6 horas, choveu o correspondente
a uma semana de um mês chuvoso.
Dengue volta a assustar
moradores de Santos
Jéssyca Rolemberg Gomes
O aumento no número de casos
de dengue está levando a população
santista aos hospitais, centros clínicos e prontos-socorros de toda a
Cidade. Com essa crescente, os hospitais vêm registrando um grande
número de atendimentos.
De acordo com o site da Prefeitura de Santos, a Seviep (Seção
de Vigilância Epidemiológica), já são
132 casos confirmados até o momento, número esse que ultrapassa o total registrado em todo o ano
passado(130 casos). Com o aumento nos casos de dengue, aumentam
também a procura dos pacientes
pelos hospitais, gerando com isso
filas enormes e bastante demora
no atendimento. Esse “privilégio”
não se dá apenas a quem procura
por hospitais de rede pública, mas
também é constatado na rede par-
ticular de saúde. A autônoma Lucéia
Malta comentou que teve uma série
de problemas tanto no tempo de espera quanto no atendimento. “ Demorei mais de duas horas para ser
atendida na área particular no Santo
Amaro, e, além disso, o médico não
me deu atenção nenhuma, achei um
absurdo isso acontecer em um atendimento particular”, disse.
Segundo o médico Newton Almeida, plantonista do Pronto Atendimento da Unimed, o movimento
cresceu desde o início de fevereiro.
“ Mais de 50% dos pacientes que
chegam ao pronto-socorro são suspeitas de dengue, e pelo crescente
movimento foi colocado mais um clínico geral no quadro de médicos do
hospital”, conta.
Ele explica ainda que o espaço
físico do Pronto Atendimento já está
ficando limitado, que nos períodos
do dia com maior fluxo de pacientes,
a equipe de médicos e enfermeiros
tenta dar preferência no atendimento de crianças e idosos.
No hospital Infantil Gonzaga,
a recepcionista Adelaide Assunção
explicou que o aumento nos atendimentos ocorreu nos últimos 20 dias.
“ Houve na última semana a necessidade de um reforço no quadro de
médicos do pronto-socorro em decorrência da dengue. Notamos também o grande número de atendimentos de pacientes de outras cidades
da região, como Guarujá”, comenta.
Já no pronto-socorro do Hospital São Lucas o número de atendimentos mudou, porém o quadro
de médicos e enfermeiros não foi
reforçado. “Tivemos um aumento
considerável no número de atendimentos, e com isso as reclamações
de demora no atendimento são mais
decorrentes”, explicou a recepcionista Jaqueline do Carmo.
Agência Facos - 28.02.2010
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SINDEST ganha nova
diretoria em 2010
Juliana Ribeiro Vicente
Na última quinta-feira, foi realizada a posse da nova diretoria do
Sindicato dos Servidores Municipais
de Santos - SINDEST. Durante sete
anos, o sindicato passou por diversos problemas judiciais em relação
à realização de uma eleição. Agora,
os novos dirigentes, que são praticamente os mesmos que fundaram
o sindicato em 1989, planejam uma
reestruturação física e a melhoria
dos serviços de assistência social
oferecida aos associados.
Em dezembro de 2009, José
Roberto Mota foi destituído do mandato de interventor, pois não realizou as eleições dentro do prazo de
90 dias, como manda a lei. Tal atitude fez com que toda a antiga diretoria fosse retirada do sindicato pela
força policial. Assim, foi instalada
uma comissão temporária designada pela justiça, até que ocorressem
novas eleições.
Agora na presidência, Fábio
Marcelo Pimentel, 48, comenta sobre as mudanças que a nova diretoria planeja para os próximos cinco
anos. Primeiramente, pretende reorganizar a estrutura física do sindicato, pois algumas modificações precisam ser feitas. Colocar a categoria
novamente na luta pelos direitos dos
servidores e melhorar a assistência
social oferecida aos associados. Alguns serviços são oferecidos, como
atendimento odontológico e uma
lan-house.
Percalços - Em 2003, ocorreu a primeira tentativa de eleição.
Dentre diversos percalços, a justiça estadual anulou as eleições. De
acordo com a cláusula estatutária,
quando há alguma pendência judicial, o último presidente do sindicato fica como interventor, assumindo
novamente a presidência até que
ocorram novas eleições.
Após algumas eleições anuladas, em 2005 ocorreu a reforma judiciária e através da emenda 45, o
que antes tornava essa situação um
caso da justiça estadual, se tornou
um problema da justiça federal. Através dessa nova lei, também entrou
em jogo a antecipação de tutela,
que é uma espécie de adiantamento da sentença, para a possibilidade
do julgamento demorar muitos anos
para ocorrer.
Nessa situação, a antecipação
de tutela, a expectativa era que o
interventor em atividade, José Roberto Mota, realizasse uma nova
eleição dentro do prazo de 90 dias.
Caso isso não ocorresse se daria
uma destituição do mandato de interventor. Como não foi cumprida
a ordem dada pela justiça, em 10
de dezembro de 2009, toda a diretoria foi retirada pela polícia sem o
direito de levar nenhum documento do sindicato.
Vendas de repelentes
aumentam em Santos
Paula Moreira de Oliveira
A dengue tem sido uma grande
preocupação para a Baixada Santista
nas últimas semanas. Em razão das
dificuldades que a região tem enfrentado com o aumento dos casos da
doença (lotação dos prontos socorros
e hospitais), autoridades dizem que
a prevenção é a melhor alternativa.
Entre elas, está o uso de repelente,
o que já se comprova com o aumento de 20 a 30% na venda dos produtos. Segundo o balconista Joelcio
Cipriano, do Drogão Super, o surto de
dengue fez aumentar as vendas. “Nós
vendíamos em média quinze por mês,
hoje vendemos trinta a mais comparado ao mês passado”.
A dona-de-casa Dolores Silva Teles, de 43 anos, disse que faz
questão de recorrer ao repelente.
“Comprei dois, pois quero minha
família livre dessa doença”, disse.
Segundo ela, seu marido já teve
dengue há três anos e sabe como é
difícil o processo de tratamento.
A farmacêutica Cícera Fernan-
des, da Poupa Farma localizada na
Avenida Conselheiro Nébias, diz que
as vendas de repelentes aumentaram
em seu estabelecimento. “De um
mês pra cá, posso dizer que as vendas tiveram um acréscimo de 15%,
inclusive de remédios como paracetamol, que não oferece risco para
quem está com suspeita de dengue”.
Ela ainda faz um alerta para que o
consumidor, antes de comprar o produto, faça o teste em uma pequena
área do corpo. O preço dos repelentes varia de R$ 8,00 a R$ 18,00.
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Agência Facos - 28.02.2010
Ficus ameaça segurança
de moradores
José Claudio Pimentel
Desde setembro de 2009, os
moradores da Rua Francisco de
Barros Mello, na Zona Noroeste,
em Santos, convivem com um problema que, até hoje, não teve solução. Uma árvore da espécie Ficus de
aproximadamente cinco metros de
altura, localizada no pátio da escola estadual Paulo Filgueiras, ameaça
cair a qualquer instante colocando
em risco as casas e a vida das pessoas que estão em seu entorno.
De acordo com a dona de casa
Claudia Nascimento, que mora há
20 anos na região, as autoridades
já foram acionadas diversas vezes e
mesmo com a aparente mobilização
da Defesa Civil, Bombeiros e Prefeitura de Santos, a situação continua
a mesma. “Eles disseram que o a escola é quem deveria tomar uma providencia”, ressalta. Mais da metade
da residência dela está ameaçada.
O sargento aposentado da Polícia Militar, Agostinho Pereira, mostrou à reportagem todos os requerimentos de solicitação feitos por ele.
Em um só dia ele passou pelo Horto
Florestal para solicitar a poda da árvore, na Ouvidoria Municipal e Defesa Civil requerendo uma vistoria de
segurança. Em nenhum dos lugares
obteve sucesso. “Quando cheguei
aqui, eu conseguia ver o mar”, explica Agostinho fazendo referência às
mudanças ocorridas na Zona Noroeste durante os 30 anos que está lá.
Nos dias de chuvas a situação
se agrava. “As pessoas que não possuem comportas em suas residências acabam perdendo tudo”, é o
que diz a dona de casa Edna Ribeiro.
Segundo ela, quando chove a rua
fica submersa e o solo em torno da
árvore fica encharcado, deixando-a
totalmente suscetível.
Por enquanto, todas as decisões
ficam em torno de promessas e muita
burocracia. O presidente da Sociedade de Melhoramentos do centro comunitário da região, Pedro Estevão,
disse que o Governo do Estado em
parceria com a Prefeitura se comprometeu a realizar vários investimentos
na região. De acordo com ele, o braço
do Rio Bugre que corta o local passará pelo processo de macrodrenagem,
diminuindo o excesso de água no
solo e facilitando a escoação.
Em relação à árvore, os moradores afirmam que a alegação do
Corpo de Bombeiros é de que só
pode tomar alguma atitude a partir do momento em que a queda
acontecer. Quanto a poda, como
forma de contenção do acidente, a
responsabilidade é empurrada entre
a concessionária de energia, CPFL,
para Horto Florestal e Prefeitura. A
escola estadual também já enviou
um ofício de solicitação para o Governo do Estado, mas nada foi feito
até o momento.
Bolões ilegais ainda
são feitos em Santos
Luiz Linna
Após o incidente da semana
passada em Novo Hamburgo, no
Rio Grande do Sul, a Caixa Econômica Federal (CEF) reforçou a proibição às casas lotéricas de fazerem
apostas referente a bolões. A Caixa
enviou nessa semana uma nota que
explica a proibição dos jogos. Os bolões não estão previstos na Norma
Geral dos Concursos de Prognósticos
emitida pelo Ministério da Fazenda,
e nas circulares emitidas pela CEF.
A nota esclarece que o comprovante
emitido pelo terminal de apostas é o
único documento que habilita o recebimento de prêmios. A Caixa afirma que as casas que tiverem bolões
serão devidamente multadas com o
risco de perder a licença de loteria.
Ontem, pela manhã, ainda era
possível encontrar bolões à disposição de jogadores. Em uma lotérica situada no bairro do Gonzaga,
este tipo de aposta estava sendo
feita. Com receio de se identificar,
uma funcionária revelou que para
ela o jogo era legal, pois o papel
era da Caixa, afirmou. “A Caixa
nunca multou ou fiscalizou os bolões”. Em outras duas que não fazem bolão, os funcionários foram
omissos e não quiseram se pronunciar sobre o caso.
O aposentado Floriolano da
Silva, 67 anos, diz que não é contra nem a favor do bolão. “Não sou
contra nem a favor, para mim é
uma aposta de risco que a pessoa
tem de seguir se ela se sujeitar a
isso. Ela que sabe se é certo ou errado, para mim é indiferente”. Mas
ressalta que já apostou e aposta
por meio de bolões. “Eu aposto
eventualmente, quando o acumulado está bem alto”, diz. O aposentado Jorge Guilherme Neves Alvarez, 61 anos, não costuma jogar,
então acha indiferente ter ou não
ter o bolão. “Não costumo jogar
nos bolões, pois não é da Caixa
Federal, então sempre fico com um
pé atrás com esses jogos. Não é
garantido que você terá o prêmio e
após o acontecimento no Rio Grande do Sul aí que não jogo mesmo”.
Agência Facos - 28.02.2010
9
A particularidade de
nascer em 29 de fevereiro
Juliana Vieira
Encontrar nascidos no dia 29 de
fevereiro é difícil. Porém, algumas
pessoas têm de lidar com a circunstância de fazer aniversário somente
nos anos bissextos e assim comemorar a data um dia antes ou depois.
É o caso da artesã Waldenize
Silva Fernandez que nasceu no dia
29 de fevereiro de 1960. Naquela
época, os pais tinham a opção de registrar os bebês nascidos nesta data,
nos dias 28 de fevereiro ou primeiro
de março. “Meu pai escolheu o dia
28 porque continuava no mesmo
mês”, contou Waldenize. Hoje é obrigatório que o pai faça o registro com
a data que consta na declaração expedida pela maternidade ou médico
que fez o parto.
Por isso, a produtora de multímidia, Brunna Louise, 22 anos, é re-
gistrada no dia 29 e adora fazer aniversário nesse dia. Para ela, é uma
situação quase única. “Temos o nosso próprio calendário”, comentou.
Na infância, ela se lembra de achar
estranho quando seus amigos mostravam o aniversário no calendário e
o dela não aparecia, mas que não
ficava triste por isso.
Cada uma comemora em uma
data. “Nasci depois do dia 28 então
prefiro comemorar no dia primeiro
de março, que no ano bissexto seria
29”, disse Brunna. A artesã Waldenize prefere festejar no dia em que foi
registrada, mas não deixa de fazer
festas e reunir familiares e amigos,
quando o ano é bissexto, pois esperou quatro anos para apagar as velinhas na data correta.
É comum escutar que quem nasce nessa data só envelhece de quatro
em quatro anos. “As pessoas falam
tanto que não envelhecemos que a
gente chega a acreditar”, afirmou a
produtora. Waldenize, com 50 anos,
brinca até hoje com os colegas que
ela é muito jovem e pede para eles
fazerem as contas de quantos anos
ela teria se comemorasse só nos anos
bissextos e todos ficam confusos.
Quando adulto é mais fácil entender o que acontece, mas as crianças tendem a estranhar, pois não
têm o dia do seu aniversário e não
podem fazer as festas. A psicóloga e
professora Eliana Bruno Ferreira de
Almeida explicou que o comportamento das crianças pode ser estranho, algumas podem não aceitar, já
que a maioria dos amigos não passa pela mesma situação, mas que
dificilmente esse problema causará
uma doença psíquica na criança.
“Quando crescem, aceitam e fazem
até brincadeiras”, completou Eliana.
Educação é prioridade
do projeto Educafro
Vanessa Luiz
Após a realização das inscrições
para o curso gratuito, a Educafro iniciará seu ano letivo. O projeto que
foi inaugurado em Santos no ano de
2002 conta atualmente com 255 unidades nas cidades do Rio de Janeiro,
São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Santa Catarina.
A unidade do núcleo Quilombo
é formada por voluntários e as aulas são realizadas em escolas públicas, todos os sábados das 8h30 as
18h30. Nessa semana a coordenação irá anunciar qual escola em que
as aulas serão administradas – Ponta
da Praia ou Aparecida.
A coordenadora geral do núcleo
Quilombo Pai Felipe, Maria Augusta
de França Oliveira, conta que Frei
Davi Raimundo foi o fundador do
projeto em 1993, no Rio de Janeiro.
Augusta ressalta o compromisso dos
voluntários com o curso. “Aula vaga
não existe aqui”.
Os critérios para a seleção dos
alunos são sua renda, idade e etnia.
Há preferência para os que estejam
afastados há mais tempo do ensino,
com o objetivo de inclusão social e
os afrodescendentes. A coordenadora acredita que as cotas são necessárias para preparar os que têm
menos chance.
Apenas estudantes de escolas
públicas ou os que estudaram com
bolsas de 100% podem se inscrever.
Anualmente são recebidas por volta
de 100 a 150 inscrições, sendo que
o curso oferece 50 vagas. O projeto
é conveniado a universidades particulares da região. No ano passado
16 alunos passaram em universidades públicas ou conseguiram bolsas
integrais nas particulares.
Auxiliar de limpeza, Jaqueline Cristina Cabral, 25 anos, que
terminou o ensino médio no ano
de 2002, tem o objetivo de passar
em um concurso público e acredita
que o projeto seja uma boa oportunidade.
Seis estudantes da Educafro
foram cursar medicina em uma universidade federal de Cuba, pois o
projeto também tem parceria com
universidades no exterior. Para mais
informações a Educafro disponibiliza
o site www.educafro.org.br.
10
Agência Facos - 28.02.2010
Prefeitura diversifica ações
no combate à dengue
Paula Ribeiro
Com o slogan: “O combate não
pode parar”, a Prefeitura de Santos
montou ontem um estande em frente ao Aquário de Santos, para informar a população sobre como evitar a
proliferação do Aedes Aegypti. Com
panfletos, saquinhos de lixo para
carros e até maquete para ilustrar
melhor os locais de foco do mosquito, os agentes mostravam a todos que aparecessem os processos
de desenvolvimento do mosquito da
dengue: ovo, larva, pupa e adulta.
A educadora Ana Lúcia Fernandes Bueno, que direcionava as informações no local, falou que a população está bem informada sobre
os cuidados que se deve tomar com
a doença, mas que nunca é demais.
“Todos os fins de semana temos
eventos, a dengue se combate todos os dias”.
Ela conta que uma das preocupações mais recentes é com os mais
novos. “A dengue atinge crianças
também, temos registros de óbitos
em Santos, uma criança de sete e
outra de cinco anos. As pessoas banalizam muito essa doença sendo
que precisam dar mais atenção”.
Queremos mostrar à população
que não há dificuldade na prevenção da doença, é simples, diz ela.
Ana explica que para prevenir basta
limpar as calhas, pratinhos de flores
com esponja e encher com areia, escorrer água de pneus, colocar lixos
em sacos plásticos e tampar a caixa
d’água. “A água sanitária é outra solução para o problema”. Como um
dos panfletos distribuídos afirma:
“Sem ovo, não há mosquito.”
A enfermeira Denise Victor Santos acredita que a população está
bem informada, mas o problema
é que muitas pessoas não levam a
sério. “Há muita informação pela Cidade e até na televisão, mas muitas
pessoas tratam com descaso”. Denise
também coloca que essa conscientização deve continuar. Seu filho de
cinco anos também ajuda no combate. “Água parada não pode”, diz ele.
O combate se estende pelo fim
de semana. Hoje, das 9 às 14 horas,
no supermercado Comprebem da
Avenida Bernardino de Campos e,
de acordo com Ana, durante o jogo
entre Santos e Corinthians, será exibido no telão um filme sobre eliminação dos criadouros do mosquito e
pendurada uma faixa com o slogan
da campanha. A partir dessa semana a campanha educativa começa na
televisão, rádio, internet e escolas
municipais.
Outras informações consulte
o site www.combatadengue.com.br
ou o telefone do disk saúde 0800
61 1997.
Stand Up é oportunidade
para novos talentos
Mayra Veríssimo Ruas
O ‘stand up comedy’ é um gênero no qual o artista utiliza assuntos
comuns para faezr humor ajustandoo ao seu público. Este estilo está ganhando espaço na Baixada Santista
por meio de apresentações. O grupo
Comédia na Areia é um exemplo do
estilo que esta evoluindo e abre um
espaço chamado ‘open mic’, no qual
pessoas que estão iniciando têm a
oportunidade de expor seu talento.
O grupo começou com André
Garrido, que se interessava pelo estilo e resolveu iniciar com o gênero na
região, pois aqui este ainda não era
conhecido. Com o tempo conheceu
outros que tinham a mesma proposta
e se uniram concretizando a existência
do grupo. O nome foi dado por ele
pelo fato de ser formado por humoristas da Baixada Santista. Hoje os integrantes são André Garrido, Luiz Lavor,
Fabio Barros e Luciano Cidade. A estreia do grupo foi em 4 de novembro
de 2009, no Cheers Pub, onde estão se
apresentando todas as quartas-feiras.
Segundo Fábio Figueiredo Barros este é um meio pelo qual cada
um pode expressar seu talento e ganhar espaço. Em São Paulo já é um
estilo bem mais conhecido e divulgado. O projeto ‘open mic,’ oferecido pelo grupo, lança a oportunidade
para novos talentos dando a facilidade de aprender tanto em relação a
textos quanto em presença de palco.
O iniciante deve apenas enviar seu
texto de no mínimo 5 minutos de
apresentação para o email ou orkut
do grupo ou entregar nos próprios
shows. O estilo teve maior divulgação com o programa de humor CQC
transmitido pela Band e assim passou a atingir um público maior, independente de idade, sexo ou religião.
Hoje, o grupo conta com a participação especial do palhaço pudim
que integra o show com números diferentes dando uma cara nova para
a apresentação. “É uma partcipação
importante que nos traz ensinamentos e novas experiências, pois ele
está bem mais tempo envolvido com
o mundo do humor”, diz Fabio Barros.
Para entrar em contato com o
grupo, basta acessar o orkut, perfil
ou comunidade, Comédia na Areia,
por meio do twiter @comedianaareia ou até mesmo pelo blog www.
comedianaareia.blogspot.com, onde
há textos, fotos e agenda do grupo.
Agência Facos - 28.02.2010
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Ingresso caro divide
opiniões de torcedores
Vinício Mancuso
Há exatamente 10 meses o Corinthians batia o Santos em plena
Vila Belmiro por 3x1, pela final do
Campeonato Paulista de 2009, com
direito a espetáculo do fenômeno
Ronaldo. Hoje às 17 horas, o Santos
busca a revanche contra o rival, em
jogo válido também pelo Campeonato Paulista, no mesmo “palco”,
mas com ingredientes diferentes.
Entre eles, estão o alto custo dos
ingressos e a divisão de opiniões
que eles causam.
O alvinegro praiano conta com
o ataque mais positivo da competição, Robinho, que não participará
do clássico devido ao compromisso
pela seleção brasileira, Neymar e
companhia, fazem a festa dos torcedores e apreciadores do “futebol
moleque”. Já o alvinegro da capital tem a melhor defesa e um time
experiente, sem falar do diferencial
Ronaldo. Tal cenário levou o atual
presidente do Santos, Luís Álvaro de
Oliveira Ribeiro, a elevar os preços
dos ingressos, preços que vão de R$
80,00 (R$ 40,00 meia) a R$ 200 (R$
100,00 meia), além dos camarotes
que custam R$ 250,00. Essa decisão
da diretoria santista divide opiniões,
e a justificativa do presidente, de
que para se manter um time forte é
necessário pagar por ele, não convenceu a todos os torcedores.
O estudante Weslei Martins da
Silva, torcedor do Santos e morador
da Cidade, não considera correta a
atitude da diretoria, e afirma que o
torcedor mais assíduo é quem sai
prejudicado. “Venho sempre à Vila,
o time bem ou mal, e quando surge
a oportunidade de curtir um clássico o torcedor acaba sendo lesado.”
Além disso, acredita que a ausência
de Robinho no clássico é outro motivo para manter o preço antigo dos
ingressos (R$ 30,00). “O time vem
bem sim, mas faltou lembrar o “Álvaro“ que a principal estrela do time
não vai jogar”.
Já o comerciante Edvaldo Mendes, 43 anos, que organizou uma
viagem com torcedores de Maringá
para ver o jogo, não vê problemas
no aumento do preço, e credita isso
ao ótimo futebol do time no começo
de temporada. “O time vem dando
show, a torcida tem que entender, e
o jogo tem de ser aqui na Vila Belmiro, é o alçapão do Peixe”. E complementou: “Venho com esse pessoal a jogos do Santos desde muito
tempo, em clássicos estamos sempre aqui. Com Robinho, sem Robinho, viemos aqui para ver o glorioso
alvinegro praiano”.
O movimento nas bilheterias da
Vila ontem pela manhã começou a
se intensificar apenas às 11 horas,
mesmo assim, ainda não existiam
filas para adquirir os ingressos. Lembrando que só é liberado apenas um
bilhete por espectador.
Antigo Problema - A questão dos ingressos na Vila Belmiro
tem histórico em causar polêmicas
e problemas para os torcedores. Em
clássicos, velhos problemas teimam
em aparecer. Um dos comissários do
Santos, Carlos Marquezane de Sene,
experiente e conhecido na Vila, confirmou que apenas 400 ingressos foram disponibilizados para a torcida
corinthiana de Santos, ingressos esses vendidos e já esgotados na quinta-feira, no estádio Urico Mursa. Disse também que a diretoria do time
da capital mandou de volta 1.000 ingressos que seriam vendidos em São
Paulo, por causa do preço estipulado.
Marquezane acredita que o
clássico merecia um palco maior.
“Apesar de gostar muito da Vila Belmiro, um jogo com esse porte deveria ser no Morumbi, mesmo com
mando do Santos, e o preço dos
ingressos mantidos, seria um espetáculo muito mais bonito, e também
rentável para o clube.”
Pelo menos um outro antigo
problema, esse recorrente em qualquer estádio do Brasil, foi inibido
com essa valorização: a atividade
dos cambistas. Marquezane afirma
que infelizmente essa atividade é
comum também na Vila, mas ressalva: “Aqui nenhum comissário tem
‘esquema’ com eles, se eles atuam,
é longe daqui, porque chamamos a
polícia se percebermos esse tipo de
movimentação. Esse preço do ingresso deixa o cambista com medo,
eles não querem ‘morrer’ com bilhetes de R$80,00 na mão”.
12
Agência Facos - 28.02.2010
Chuva altera preço das verduras
Pablo Oliveira Franco Menin
A forte chuva dos últimos dias
na região Sudeste influenciou na colheita de verduras. Plantações foram
perdidas fazendo os preços quase
duplicarem. A distribuição ficou irregular. Comerciantes aumentaram
os preços para não ficarem com
prejuízos. Já as frutas não sofreram
aumento de preço e continuam estáveis, explica a comerciante do Mercado Municipal, Odeti Ferreira.
“Banana, laranja e mamão estão com ótimo preço e qualidade.
Nos supermercados as frutas e verduras são compradas em grandes
quantidades, sendo assim, elas estragam com mais facilidade e nem
sempre estão frescas” diz Odeti.
“Aqui no Mercado Municipal sempre
compramos tudo fresco e de ótima
qualidade, não deixamos nada passar do ponto”, completa.
As verduras que mais tiveram
alta foram a alface e o tomate. O alface americano custava R$ 1,50, subiu para R$ 2,00. O tomate italiano
foi de R$ 2,50 para R$ 3,60 o quilo,
segundo a comerciante Edna Sueco
Yogui. “Apesar da alta do preço das
verduras não perdi minha clientela,
que vem sempre aqui”, explica.
Uva, laranja, banana, mamão e
pêssego são algumas das frutas vendidas na banca do comerciante Luzinalvo Nunes da Silva. A maioria de
suas mercadorias vem do Nordeste,
e as chuvas de verão não afetaram
no preço. A caixa de laranja está
custando hoje R$ 32,00 e, em dezembro de 2009, custava cerca de
R$ 38,00, afirma Nunes.
O casal Maria Aparecida Pereira
e Agostinho Pereira reclama. “Apesar
do preço alto, verdura é essencial
no nosso dia-a-dia. O melhor lugar
para comprar frutas e verduras é na
feira ou no Mercado Municipal, nunca compro em supermercados”, diz
Aparecida.
Idosos buscam manter
uma vida saudável
Pedro Nogueira
Hoje em dia é essencial o ser
humano manter uma vida saudável, praticando exercícios e mantendo uma alimentação balanceada. Para a população da terceira
idade não é diferente. Os idosos,
pelo tempo já vivido e o corpo mais
desgastado, se tornam mais vulneráveis a lesões ou doenças. Por isso,
eles precisam pensar em uma vida
saudável, ingerindo medicamentos
quando preciso.
É recomendado às pessoas da
terceira idade uma alimentação que
inclua alimentos de todos os grupos
(lipídios, gorduras, proteínas, carboidratos, fibras, vitaminas e sais minerais), sempre se alimentando de 4 a
6 vezes ao dia. Isso sem contar com
a água que é de extrema importância para o organismo, sendo 8 copos
a quantidade mínima por dia.
“Nesse verão, com o alto índice de óbitos de idosos, não deixo
de ingerir líquido em geral, principalmente água. Isso sem contar
as inúmeras frutas e cereais, que
fazem muito bem a minha saúde,
regulando o bom funcionamento intestinal”, afirma o aposentado Fernandes Fernandez, 78, que diz ter
uma alimentação balanceada.
Além de manter uma alimentação benéfica à saúde, é necessário
fazer atividades físicas aeróbicas
como: caminhar, trotar, correr e
alongar. Porém, quando estes abusam muito do seu corpo, acabam se
lesionando, daí é necessário a busca por remédios. A aposentada Teresinha de Jesus Gomes, critica os
preços dos remédios, comparando
com o valor que recebe de aposentadoria. ”Recebo R$ 510,00 por mês
e acabo gastando quase a metade
de meu salário em compras de remédios. Isso é um absurdo. Até os
remédios genéricos aumentaram o
preço, enfatiza Terezinha.”
Agência Facos - 28.02.2010
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Vizinhos de viaduto convivem
com abandono e medo
Vinícius Augusto Nascimento
O Viaduto Mário Covas, que interliga as duas pontas da Avenida
Nações Unidas, cortada pela Rodovia dos Imigrantes, gera transtornos
para moradores da região. Sem fiscalização, debaixo do viaduto há um
grande depósito de entulhos, móveis
velhos e até animais mortos. Moradores reclamam que em dias de fortes
chuvas as casas são invadidas pelas
águas, junto com o lixo, desocupados e marginais também ocupam o
espaço, que tem causado apreensão.
“Quando anoitece, mendigos,
drogados e muita insegurança dominam a região”, afirma a dona de
casa Renata Oliveira Machado, 42
anos. Ela ainda acrescenta que depois da construção do viaduto sua
vida se tornou mais difícil. “Tive que
reforçar a segurança da minha casa,
grades, portões reforçados e até cerca elétrica no telhado instalei com
medo dos assaltos, fora a poeira, o
barulho e fumaça que invade minha
casa”, relata.
O aposentado Romeu Batista de
Souza, morador da região há mais de
30 anos, diz que antes, sem o viaduto, era mais prático para atravessar
a via. “Hoje, os carros e caminhões
descem numa velocidade desrespeitando o limite e o pedestre. Do jeito que foi construído, só atrapalha a
vida da comunidade. Depois das chuvas, são formadas poças de água,
que viram criadouros de mosquitos,
inclusive da dengue”, desabafa.
Rosângela Silva Nascimento,
23 anos, convive com os transtornos de um vizinho indesejável.
“Filmei as janelas do meu quarto,
porque as pessoas que passam pelo
viaduto conseguem enxergar por
dentro da minha casa. A visão que
tenho hoje quando abro a janela é
simplesmente o concreto da construção”. Eu e minha família só não
mudamos daqui porque não conseguimos vender nossa casa pelo pre-
ço que vale”, conclui.
O aposentado Amino Fortaleza
reclama que há dez anos foi obrigado a fechar seu comércio, por causa do muro que separa a rodovia,
obrigando pedestres a atravessarem
pelo viaduto. “Esse muro dividiu os
bairros Bitaru e Vila Margarida, atrapalhando o comércio local. Junto
com isso, há o acúmulo de lixo que
atrai ratos e mau cheiro. Tive que
demitir os 25 funcionários da minha
padaria e fechar as portas”, finaliza.
Já o comerciante Paulo Pereira
defende o viaduto. “Ninguém pode
negar a importância da passagem.
Antes do viaduto, era muito difícil
atravessar, pois o semáforo era demorado, hoje com a obra fica muito
mais fácil o acesso aos bairros e ir
para outras cidades”. Para o comerciante existe solução. “Se ao invés
do viaduto fossem construídas passagens de nível como as que existem
na Via Expressa Sul, em Praia Grande, acho que ficaria melhor”, diz.
Expediente
AGÊNCIA FACOS - Órgão Laboratorial do 3º semestre do Curso de Jornalismo do Centro de Ciências da
Comunicação e Artes da Universidade Católica de Santos - UniSantos.
Diretor: Prof. Roberto Hage Chain.
Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Paulo Bornsen.
Professores Responsáveis: Tereza Cristina Tesser e Robnaldo Fidalgo Salgado (texto). - Claudio Lemos (diagramação).
Equipe de Fechamento: Carla Martuscelli, Jéssyca Rolemberg Gomes, Lincoln Spada, Luiz Linna e
Mayra Veríssimo Ruas.
Técnico de Laboratório (Redação): Tércio Simei Gonçalves.
As matérias aqui veiculadas não representam necessariamente a opinião dos dirigentes da Universidade.
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Agência Facos - 01