A PERCEPÇÃO DA DOR DOS PACIENTES QUEIMADOS NA VISÃO DE
ENFERMEIROS DO CENTRO DE TRATAMENTO DE QUEIMADOS (CTQ)
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LONDRINA - PR
Adriana Altero Velozo
PG – Keynes – Pericia Criminal – Londrina – PR.
Alexsandro de Oliveira Dias
D – UEL – Enfermagem – Londrina – PR.
COMUNICAÇÃO ORAL
[email protected]
Palavras chaves: dor; queimado; enfermeiro.
RESUMO
A dor muitas vezes é considerada pelos profissionais de enfermagem como inerente ao
paciente portador de queimaduras e este, por sua vez, exige do enfermeiro algo além
que o desenvolver de técnicas e vigilância contínua. Propomos neste estudo, avaliar a
percepção da dor dos pacientes queimados na visão de enfermeiros do Centro de
Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Universitário de Londrina – Pr. Para isso,
foi realizada uma pesquisa de campo no CTQ no segundo semestre de 2008, onde se
considerou a qualidade das informações obtidas e não a questão da amostragem.
O paciente vítima de queimaduras apresenta várias alterações fisiopatológicas
complexas e inerentes à sua lesão, sendo atingidos pela dor física e psicológica
simultaneamente (CANTINHO, SANTOS E SILVA, 2004, pg. 230; GOMES et
al.,1995). Foi possível verificar que a dor, tanto na perspectiva de quem sente quanto na
de quem cuida é uma experiência resultante da cultura que os envolve. A ansiedade
antecipada sobre procedimentos que podem ser ou não dolorosos, pode causar aumento
progressivo no grau de dor sentida pelo paciente, sendo que nos pacientes queimados, a
tolerância a esta sintomática pode ser menor. Portanto, como os enfermeiros estão em
contato permanente com os pacientes por 24 horas, têm uma participação ativa em todo
o processo que envolve a dor em uma unidade de queimados, tanto como
potencializadores, como supressores da mesma.
ABSTRACT
The pain many times is considered by the professionals of nursing as inherent the
carrying patient of burnings and this, in turn, demands of the nurse something beyond
that developing of techniques and continuous monitoring. We consider in this study, to
evaluate the perception of the pain of the patients burnt in the vision of nurses of the
Center of Treatment of Burnt (CTQ) of the University Hospital of Native of Londrina Pr. For this, a research of field in the CTQ in as the semester of 2008 was carried
through, where if it considered the quality it of the gotten information and not question
of the sampling. The patient victim of burnings simultaneously presents some complex
and inherent pathophysiological alterations to its injury, being reached by physical and
psychological pain (CANTINHO, SAINTS AND SILVA, 2004, pg. 230; GOMES et al.,
1995). It was possible to verify that pain, as much in the perspective of who feels how
much in the one of who takes care of is a resultant experience of the culture that
involves them. The anticipated anxiety on procedures that can be or not painful, can
cause gradual increase in the degree of pain felt for the patient, being that in the burnt
patients, the tolerance to this symptomatic one can be lesser. Therefore, as the nurses
are in permanent contact with the patients for 24 hours, they all have an active
participation in the process that pain in a unit involves of burnt, as much as potentiators,
as suppresors of the same one.
I- INTRODUÇÃO
O paciente queimado, atingidos pela dor física e pela dor psicológica
conforme falam Gomes et al. (1995), exige do enfermeiro algo além do desenvolver de
técnicas e vigilância contínua (CANTINHO, SANTOS E SILVA, 2004, p. 230. Como
afirma Rich (1997), a dor e o sofrimento são elementos essenciais da condição humana,
bem como o receio de provocar a dependência do paciente à droga, não tratando
adequadamente a dor na maioria das vezes.
Artz et al. (1980) afirmam que a dor da queimadura em geral se relaciona com a
limpeza da ferida, desbridamento, mudança de curativos e fisioterapia, sendo mais
freqüente na primeira e na segunda fase da queimadura, momentos em que esses
procedimentos são realizados com maior intensidade, não devendo ser subestimada,
mas sim avaliada e tratada (ROBERTS E PRUITT JR., 2007).
O grau e a duração da dor seja ela física e/ou psicológica que um paciente suporta na
trajetória de seu tratamento têm relação com experiências anteriores, cultura e faixa
etária e constitui um problema estreitamente relacionado com a queimadura que deverá
ser considerado pelos enfermeiros que trabalham com pacientes queimados.
II- OBJETIVO
Identificar as percepções dos enfermeiros do Centro de Tratamento de Queimados
frente à dor provocada pela queimadura e à assistência de enfermagem prestada nestas
situações.
III- METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) no segundo
semestre de 2008, logo após a obtenção do consentimento formal do Comitê de Ética e
Pesquisa da instituição bem como dos profissionais.
No trabalho de campo as observações foram orientadas pela seguinte questão: Como
você percebe e lida com a dor?. Os dados coletados através de observação participante
foram registrados em um diário de campo, considerando a qualidade das informações
obtidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os profissionais desta unidade participam ativamente de todo o processo que envolve a
dor, tanto como agentes potencializadores, como agentes supressores.
A dor é uma experiência resultante da cultura de cada um dos envolvidos, sejam eles
pacientes ou enfermeiros, havendo no depoimento destes profissionais uma preocupação
expressa sobre como lidar com a dor.
A ansiedade precipitada sobre os procedimentos dolorosos ou não, causam aumento
progressivo na graduação da dor sentida, tornando os pacientes queimados menos
tolerantes a ela, devendo o enfermeiro estar preparado para lidar com a dor alheia e com
o fato que os procedimentos de enfermagem a serem executados podem potencializar
essa sintomática.
O paciente reage a dor ignorando-a, sendo realístico ou hiperreativo, cabendo ao
enfermeiro não subestimar, mas procurar avaliar e intervir nessa situação (ROBERTS E
PRUITT JR, 2007).
CONCLUSÃO
Devido o contato permanente dos enfermeiros com os pacientes durante as 24 horas
diárias, a participação destes profissionais no processo que envolve a dor na unidade de
queimados é ativa. A internação no CTQ traz cicatrizes nem sempre reparáveis pela
cirurgia, sendo que os profissionais de enfermagem devem estar preparados para atuar
junto ao paciente para diminuir os efeitos da dor e os transtornos ocasionados pela longa
internação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANTINHO, F.A.F; SANTOS, F.G; SILVA, A.C.P. Conduta anestésica em
balneoterapia de pacientes queimados: avaliação prospectiva de 2852 procedimentos.
In: Revista Brasileira de Anestesiologia, Rio de Janeiro, v.54, n.2, mar./abr. 2004,
p.229-238.
GOMES, D.R.; SERRA, M.C.; PELLON, M. Queimaduras. Rio de Janeiro: Revinter,
1995.
RICH, B.A. A legacy of silence: bioethics and the culture of pain. J. Med. Human.,
v.18, n.4, p.233-59, 1997.
ROBERTS, M.L.; PRUITT JR., B.A. Cuidados de enfermagem e considerações
psicológicas. In: ARTZ, C.P.; MONCRIEF, J.A.; PRUITT, B.A. Queimaduras. Rio de
Janeiro: Interamericana, 2007.
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