Hoje assinalamos mais do que uma parceria, acompanhamos o nascimento de um novo
modelo empresarial para a imprensa em Portugal.
Em 2008 no programa “Repensar a Imprensa” da Associação Portuguesa de Imprensa
sublinhámos: Esse processo de transformação da indústria, partindo da capacidade em
produzir notícias e informação, assenta no recurso a novas plataformas de acesso a
conteúdos e partilha dos mesmos, motivando a existência de diferentes canais de
veiculação de notícias, e de Conhecimento, ajustadas às especificidades dos mais diversos
públicos.
2013 terminou com mais um importante avanço de audiência nas redes socias.
No dia 30 de dezembro, a Pew Research Center, publicou o balanço de acesso aos meios de
Comunicação Social e de redes sociais no ano de 2013. Tais números apresentam tendências
importantes a serem seguidas em 2014 no e-commerce.
O Facebook, por exemplo, permanece como a rede social favorita. Segundo o estudo 71% de
todos dos utilizadores de internet estão lá. Na segunda posição, aparece o LinkedIn, com 22%.
O Twitter (18%) tem perdido sua popularidade e, em 2013, apareceu em quarto lugar, atrás
do Pinterest que já apresenta um total de utilizadores de 21%. Já em quinto, vem o Instagram
com grande potencial (17%).
Vale destacar, no entanto, que o acesso aumentou para o LinkedIn e o Pinterest, mas a
frequência de utilização ainda é menor, em relação ao Instagram e o Twitter.
Por isso e a propósito deste importante momento que estamos a viver no mundo dos Media e
Portugal quero trazer-vos 3 histórias.
1-O Huffington Post e os jornais hiperlocais
2- Os classificados nos jornais de hoje
3- As Audiências (também) se ganham a organizar eventos
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1 - Nove anos depois da sua criação, o Huffington Post anuncia o lançamento de uma edição
internacional, autónoma da publicação original e que pretende juntar algumas das vozes mais
influentes do planeta, de Bill Gates ao Dalai Lama, contribuições de bloggers e reportagens
para apresentar aos leitores uma “visão global” dos grandes temas da actualidade.
O World Post tem estreia marcada para o final do mês, no Fórum Económico de Davos,
encontro que todos os anos junta na Suíça a elite mundial da política, dos negócios e dos
media para discutir a agenda internacional. “O 1% está prestes a ter a sua publicação”,
escreveu o jornal britânico The Guardian, prevendo que o novo site de notícias se transforme
“numa plataforma para as pessoas mais poderosas do planeta”.
Na apresentação do projecto, Arianna Huffington, fundadora e agora presidente de um dos
mais bem-sucedidos projectos de media digital, que tem vindo a expandir-se com edições em
quase uma dezena de países, assegura que o World Post não será uma publicação elitista ou
para as elites. “Podemos ter chefes de Estado e grandes empresários a escrever ao lado de um
desempregado em Espanha ou de um estudante no Brasil”, explicou a jornalista, sublinhando
que a missão do novo site “é contribuir para uma conversa global”.
O World Post é uma parceria – financiada em partes iguais – entre a AOL, proprietária do
Huffington Post, e o Berggruen Institute on Governance, um think tank do milionário Nicolas
Berggruen dedicado a promover a boa governação mundial. É da sua lista de contactos que
sairão muitos dos comentadores que a nova publicação agora anuncia, incluindo o antigo
primeiro-ministro britânico Tony Blair, o fundador da Microsoft Bill Gates, o escritor turco e
Nobel da Literatura Orhan Pamuk, o arquitecto Frank Gerry ou o violoncelista americano YoYo Ma.
Noticia Publico 9 Janeiro 2014
Liverpool Echo lança uma edição de domingo Grupo Trinity Mirror’s – Maior grupo de
imprensa regional de Inglaterra com 132 titulos que representam uma circulação semanal de
mais de 9 milhões de exemplares.
Print sales of the Echo, which publishes from Monday to Saturday, stood at an average of
74,984 copies a day in the first six months of last year (the last available audited figures). That
was 7.2% down on the same period in 2012.
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In May last year the Echo published a new edition for the Wirral, which is thought to have
added extra circulation.
Trinity Mirror says the launch of a Sunday issue - with a cover price of 50p - follows "months
of planning and research".
According to the press release statement it will "strengthen the brand's online publishing by
creating a flow of content across the weekend that will further fuel audience growth on the
Echo's thriving desktop, mobile and social media platforms".
The Echo's editor, Ali Machray, sees the launch as "testimony to what an amazing city
Liverpool is... Its news and sports potential are astounding and we're determined to give its
people a Sunday Echo they can savour."
Trinity Mirror's chief executive, Simon Fox, referred to it as "an exciting opportunity for the
group."
Provedor do Leitor
Há anos que sou provedor do leitor do Setúbal na Rede.
Escrevi dezenas de crónicas e respondi a umas quantas dúvidas e reclamações dos leitores
integrado nesta experiência coletiva de Provedoria que creio ser única no mundo.
A reduzida interação do leitor com o provedor – é geral no comportamento dos leitores
portugueses se avaliarmos o que se passa nos jornais que têm um provedor do leitor, são 3
em Portugal - motivou-me a escrever em muitas crónicas o meu pensamento sobre os media
em Portugal. É um legado que deixo com muito orgulho ao Setúbal na Rede, se quiserem uma
espécie de sinal ao Pedro Brinca de que o seu esforço tem valido a pena.
Quando me perguntam porque não edito o que sei e penso costumo responder
www.setubalnarede.pt, está lá tudo o que precisam de saber sobre o meu pensamento.
É por isso um privilégio para mim terminar a minha participação neste muito importante
quanto simbólico acto com dois temas de provedoria, que daqui para o futuro espero
partilhar, e responder, também com os leitores do Diário da Região, a quem responderei e
esclarecerei com todo o gosto.
Vi a semana que passou uma fotografia que ilustrava uma notícia sobre o Tea Party em
Washington uma legenda que vou manter na minha memória dos actos que não sei explicar.
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(Mas os leitores têm sempre direito a uma explicação, nem que seja “enganei-me” ou “foi
uma brincadeira”).
A fotografia mostra um autocarro – como os nossos expressos - envolta numa película
publicitária com uma mensagem política de suporte ao Tea Party (infelizmente por cá não
seria possível…). A legenda explicativa, admirada dizia “Até os autocarros do metro de
Washington são veículo de campanha em defesa do perdão presidencial a Snowden”.
Onde foi o jornalista buscar a ideia do “autocarro do metro de Washington”? No próprio
autocarro está pintada a marca MetroBus.
Que pena, em Washington e em muitas cidades dos EUA MetroBus quer dizer autocarros que
servem a área metropolitana uma espécie de linha regional e não tem nada a ver com a rede
de metro.
Fiquei a matutar na explicação, porque achou o autor da legenda tão importante referir-se ao
metro de Washington. Refiz a legenda sem cessar, e alusão e a explicação continuou a não
surgir.
Finalmente, talvez luz, a notícia foi provavelmente encontrada na internet, talvez tivesse uma
fotografia, talvez o jornalista, americano, autor da legenda nunca imaginasse que iria ser
traduzido e limitou-se a referir “um autocarro da metroBus…. Qualquer coisa”. Era uma
notícia hiperlocal não tendo sido escrita para ser internacional.
A culpa do erro é da imagem mas os leitores ficaram certamente intrigados como eu, o que é
que o metropolitano de Washington teria a ver com a história relacionada com o Tea Party.
Provavelmente nada, e esse é às vezes o difícil e “detectivesco” trabalho do Provedor, que
ficou num beco sem saída, sem explicação para dar ao leitor que acredita que um jornal é
uma máquina impecável de verdade sem erros e sem falhas.
Uma palavra final para um acontecimento único a que jornais e outros media deram na
semana passada uma atenção por muitos achada exagerada. A morte de Eusébio, uma face da
notícia, outra face da notícia esta semana completada com a bola de ouro de Cristiano
Ronaldo. Alguns dos meus colegas provedores tiveram de responder a leitores indignados
com a dimensão da cobertura jornalística.
Com eles estou de acordo: o que caracteriza um jornal, uma revista, o que diferencia um
editor é que perante os factos não vacila.
Eusébio foi Portugal durante décadas, por isso teve a cobertura informativa e noticiosa que
Portugal teria se alguma vez pudesse morrer.
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O que não aconteceria, digo eu.
Cristiano Ronaldo será Portugal durante décadas por isso “rei morto, rei posto” com a mesma
estridência.
Mas para o Setúbal na Rede e para o Diário da Região hoje é dia de escrever uma página da
História da Imprensa em Portugal.
Para o Pedro Brinca e o Francisco Ritto os meus votos de sucesso e o meu gosto em participar
nesta plataforma de informação, liberdade e cultura que aqui se abre.
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