Público
04­04­2012
Periodicidade: Diário
Temática:
Cultura
Classe:
Informação Geral
Dimensão:
264
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
51453
Página (s):
25
Retraio
do século XVIII
Crítica de Música
trompa lento traverso e no peso da
Orquestra Barroca
cor na construção Staier esteve no
seu melhor mas é também digno
de nota o bom trabalho de conjun
da Casa da Música
to nesta obra
Porto Casa da Música Sala Suggia
31 de Março às 18h
Sala a 3 4
O concerto de Páscoa da Orquestra
Barroca da Casa da Música OBCdM
Contrapunctus V foi o caminho ex
traordinário pelo qual Staier prosse
guiu a solo deslumbrando Depois
a tarefa de Daniel Sepec não seria
muito fácil não porque o Concerto
para violino e orquestra em lá maior
n° 78 de J G Graun não seja uma
partitura interessante mas porque
sacro mas o importante é que não
Staier é um intérprete extremamen
te criativo O papel de Sepec seria
faltou Bach desta vez com a assi
ainda menos fácil considerando o
natura de dois representantes do
virtuosismo de algumas passagens
mas não obstante flutuações na afi
nação exponenciadas pelo desem
penho da própria orquestra saiu se
escapou à tradição do repertório
clã Do patriarca Johann Sebastian
1685 1750 foram interpretados qua
tro contrapunctus e um canon de A
Arte da Fuga BWV1080 daquele que
bastante bem criando momentos
será o mais célebre dos seus filhos
de grande beleza por exemplo na
Carl Philipp Emanuel 1714 1788 ou
cadência
viram se dois concertos para cravo e
orquestra e uma sinfonia O interes
sante programa completou se com
uma obra de Johann Gottlieb Graun
1703 1771 compositor e violinista
Após o intervalo e o regresso das
cordas com o Contrapunctus III
Staier oferece nos mais um mo
mento raro no Concerto para cravo
e orquestra n° 4 em dó menor Wq
que foi professor do primogénito de
434 Também aqui os traversos e as
Johann Sebastian
trompas dividem papéis cabendo
aos primeiros ocupar se do segundo
O espaço musical é inaugurado
com o primeiro número de A A rte da
Fuga Contrapunctus I interpretada
pela orquestra num sereno mergu
lho no estilo de Bach que acusa des
de logo o ponto fraco do concerto
uma afinação nem sempre segura
Em seguida Andreas Staier sobe ao
palco fazendo a música emergir de
forma notável da partitura do Con
certo para cravo e orquestra n° 3
em mi bemol maior Wq 433 Às cor
das juntam se as trompas também
difíceis de afinar nos andamentos
extremos substituídas por traversos
no andamento central É impossível
não reparar na associação rápido
e às trompas ocupar se do terceiro
do quarto andamentos
Talvez o melhor do evento tenha
sido o episódio que se seguiu no Ca
non à 10ª em contraponto à 5a com
Staier a solo a descobrir a estrutura
da peça com a máxima clareza
Os músicos foram de tal modo
aplaudidos e Staier gosta tanto de
fazer música que pediu a um dos mú
sicos que anunciasse em português
que um último concerto para cravo e
orquestra de C P E Bach seria ainda
apresentado extra programa
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