Barroco ou seiscentismo
1601-1768
BARROCO
• Como o marco inicial do
Barroco no Brasil temos
a publicação da obra
Prosopopéia (1601), de
Bento Teixeira e vai até
metade do século XVIII,
até 1768.
BARROCO 1601- 1768
Prosopopéia de Bento Teixeira é uma
obra que não é bem aceita, pois é
uma imitação de “Os lusíadas”.
O BARROCO
• *Movimento artístico e
filosófico que surge com o
conflito entre a Reforma
Protestante e a Contra
Reforma. Seu objetivo era
propagar a religião através
de uma arte de impacto,
sinuosa, enfeitada ao
extremo. Arte altamente
contraditória.
Momento histórico
• O quadro brasileiro se completa, no séc. XVII,
com a presença cada vez mais forte dos
comerciantes, com as transformações
ocorridas no Nordeste em consequência das
invasões holandesas e, finalmente, com o
apogeu e a decadência da cana-de-açúcar.
AS INVASÕES HOLANDESAS
• AS INVASÕES COMEÇARAM EM SALVADOR,
EM 1624.
• DEPOIS INVADIRAM PERNAMBUCO, EM
1630; EM 1635 UMA FAIXA DO LITORAL
BRASILEIRO , DE SERGIPA AO MARANHÃO,
ESTAVAM SOB O DOMÍNIO HOLANDÊS.
CARACTERÍSTICAS DO BARROCO
• O HOMEM DO SEISCENTISMO VIVIA UM
ESTADO DE TENSÃO E DESEQUILÍBRIO, DO
QUAL TENTOU EVADIR-SE PELO CULTO
EXAGERADO
DA
FORMA,
SOBRECARREGANDO A POESIA DA FIGURAS,
COMO A METÁFORA, A ANTÍTESE, A
HIPERGOLE E A ALEGORIA.
Barroco arte da contradição e do
exagero
• O homem barroco vive um desequilíbrio
infinito. A todo momento ele conflitua entre
céu e inferno; vida e morte; claro e escuro.
CARACTERÍSTICAS
• PODEMOS NOTAR DOIS ESTILOS NO BARROCO
LITERÁRIO:
• CULTISMO- É caracterizado pela linguagem
rebuscada, culta, extravagante. Também
conhecido como Gongorismo.
• Conceptismo- É marcado pelo jogo de ideias, de
conceitos, seguindo um raciocínio lógico,
racionalista, que utiliza uma retórica aprimorada.
Conhecido como Quevedismo por causa do
espanhol conceptista Quevedo.
Poema cultista
•
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
Em todo o sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.
O conflito sagrado e o profano
O HOMEM BARROCO
• O HOMEM BARROCO É UM
HOMEM TOTALMENTE
CONFLITUOSO, É REFLEXO DO
CONFLITO ENTRE O TERRENO
E O CELESTIAL, O HOMEM E
DEUS( antropocentrismo x
teocentrismo), O PECADO E O
PERDÃO, A RELIGIOSIDADE
MEDIEVAL E O PAGANISMO
RENASCENTISTA, O MATERIAL
E O ESPIRITUAL, DILEMA QUE
TANTO ATORMENTA O
HOMEM DO SÉC.XVII.
Produção literária
• - Bento Teixeira;
• - Pe. Vieira (na prosa);
• - Frei Manuel de Santa
Maria Itaparica;
• - Botelho de Oliveira;
• - Sebastião da Rocha
Pita;
• - Nuno Marques
Pereira.
• - Gregório de Matos (na
poesia);
Produção literária
• Bento Teixeira
• PROSOPOPÉIA
Produção literária
• PADRE ANTONIO VIEIRA
PADRE ANTONIO VIEIRA - prosa
PADRE ANTONIO VIEIRA
• O Padre António Vieira
nasceu em Portugal,
mais precisamente na
cidade de Lisboa, em 6
de Fevereiro de 1608 e
morreu em São
Salvador da Bahia em
18 de Julho de 1697
PADRE ANTONIO VIEIRA
• A obra do Padre
Antônio Vieira pode ser
dividida em três tipos
de trabalhos:
• Profecias;
• Cartas;
• Sermões.
O MAIOR ORADORDE TODOS OS
TEMPOS
• PROFECIAS:
Conta, três histórias:
-História do futuro;
-Esperanças de Portugal
-Clovis prophetarumsebastianismo.
Pe. VIEIRA
• CARTAS:
• São cerca de 500 cartas,
que versam sobre o
relacionamento entre
Portugal e Holanda,
sobre a inquisição e os
cristãos novos e sobre a
situação da colônia.
Pe. Antônio Vieira
• SERMÕES:
• São quase 200 sermões
o melhor da obra de
Vieira. Em estilo
barroco conceptista,
totalmente oposto ao
gongorismo, o pregador
português usa a retórica
jesuitica para trabalhar
ideias e conceitos.
OS SERMÕES
• DIVIDEM-SE EM TRÊS
PARTES:
• Intróito- parte inicial;
• Desenvolvimento ou
argumento- a defesa de
uma idéia;
• Peroração- a parte final.
O sermão da sexagésima
• "Não fez Deus o céu em xadrez de
estrelas,
como os pregadores fazem o
sermão em xadrez de palavras.
Se de uma parte está branco;
da outra há se estar negro;
Se de uma parte dizem luz,
da outra hão de dizer sombra;
Se de uma parte dizem desceu,
da outra hão de subir.
Basta, que não havemos de ver
num sermão duas palavras em
paz?
Todas hão de estar sempre
em fronteira com o seu
contrário?"
(1633? – 1696)
GREGÓRIO DE MATOS GUERRA “
poesia”
• (1633? – 1696)
• Gregório de Matos é o
maior poeta barroco
brasileiro, sua obra
permaneceu inédita por
muito tempo, suas
obras são ricas em
sátiras, além de retratar
a Bahia com bastante
irreverência.
GREGÓRIO DE MATOS
Poesia lírica religiosa;
Amorosa;
Sátiras.
Poesia sacra ou religiosa
•
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho
delinqüido,
Vós tenho a perdoar mais
empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só
gemido,
Que a mesma culpa, que vos há
ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Gloria tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra
História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor
divino,
Perder na vossa ovelha a vossa
glória
Poesia lírica amorosa
• A lírica amorosa na obra
de Gregório de Matos
abrange um amplo
leque temático. Às
vezes é a mais pura
idealização do amor:
• Quem a primeira vez
chegou a ver-vos,
Nise, e logo se pôs a
contemplar-vos,
Bem merece morrer por
conversar-vos
E não poder viver sem
merecer-vos.
Poesia lírica psicologia amorosa
• “Largo em sentir, em
respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e
tão atento,
Que fazendo disfarce do
tormento,
Mostro que o não
padeço, e sei que o
sinto”.
• Outras, uma requintada
exploração da
psicologia amorosa,
como, por exemplo, na
expressão da timidez do
amante, temeroso do
desprezo da amada:
Poesia amorosa com realismo irônico
• Isto, que o Amor se chama,
este, que vidas enterra,
este, que alvedrios prostra,
este, que em palácios entra:
[.......................................]
este, que o ouro despreza,
faz liberal o avarento,
é assunto dos poetas:
[.......................................]
Arre lá com tal amor!
isto é amor? é quimera,
que faz de um homem
prudente
converter-se logo em besta.
• Chega também,
freqüentemente, a um
realismo irônico, quase
cínico, como nos seguintes
versos em que busca definir
o amor:
Poesia satírica
• O governador Câmara
Coutinho, por exemplo,
foi assim retratado:
“Nariz de embono
com tal sacada,
que entra na escada
duas horas primeiro
que seu dono.”
• O "Boca do Inferno" não
perdoava ninguém:
ricos e pobres, negros,
brancos e mulatos,
padres, freiras,
autoridades civis e
religiosas, amigos e
inimigos, todos, enfim,
eram objeto de sua "lira
maldizente".
Poesia satírica
• Apresenta uma sátira
direta. Por esse motivo
ele é conhecido como
• “ Boca do inferno”
• Contudo, o melhor de sua
sátira não é esse tipo de
zombaria, engraçada e
maldosa, mas a crítica de
cunho geral aos vícios da
sociedade. Sua vasta
galeria de tipos humanos
contribui para construir
sua maior e principal
personagem - a cidade da
Bahia:
A arquitetura barroca
• Na forma percebe-se
toda a herança do
Renascimento: um
soneto clássico de
versos decassílabos( a
medida nova), servindo
de fundo também tema
de reflexão moral. Com
rima em: ABBA ABBA
CDC CDC.
A seleção de palavras
• Evidente o trabalho
de palavras, que
resulta no
rebuscamento
característico dos
texto barrocos.
•
Desenganos da vida humana,
metaforicamente
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos preza:
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
As metáforas
• Metáfora- “ a vida é rosa; a
vida é planta...”
• Hiperbato – Inversão da
ordem direta dos termos da
oração. Ex:. “É vaidade,
Fábio, nessa vida rosa...”
Ordem direta ficariam:
Fábio, nesta vida, a vaidade
é rosa...”
• Hiperbole- Exagero,como
no caso de “púrpuras mil”.
• Metonímia- explicação de
algo já dito.
• Barroco Arte do
exagero
Antônio Francisco Lisboa, o
“Aleijadinho”
• O ALEIJADINHO!!!!!
•
•
Antonio Francisco da
Costa Lisboa, o
Aleijadinho, nasceu em
Vila
• Rica (atual Ouro Preto)
.
Características de aleijadinho
• Características da
escultura de
Aleijadinho:
• * Olhos espaçados
* Nariz reto e alongado
* Lábios entreabertos
* Queixo pontiagudo
* Pescoço alongado em
forma de V
Download

BARROCO OU SEISCENTISMO