PORTUGUÊS - 3o ANO
MÓDULO 50
COMPREENSÃO E
INTERPRETAÇÃO DO
TEXTO LITERÁRIO E
NÃO LITERÁRIO
— PARTE 2
Como pode cair no enem
(ENEM)
O que a internet esconde de você
Sites de busca manipulam resultados. Redes sociais
decidem quem vai ser seu amigo — e descartam as pessoas sem avisar. E, para cada site que você pode acessar,
há 400 outros invisíveis. Prepare-se para conhecer o lado
oculto da internet.
(GRAVATÀ, A. Superinteressante. S. Paulo, ed. 297, nov. 2011 [adaptado].)
Analisando-se as informações verbais e a imagem associada a uma cabeça humana, compreende-se que a venda:
a) representa a amplitude de informações que compõem a internet, às quais temos acesso em redes sociais e sites
de busca.
b) faz uma denúncia quanto às informações que são omitidas dos usuários da rede, sendo empregada no sentido
conotativo.
c) diz respeito a um buraco negro digital, onde estão escondidas as informações buscadas pelo usuário nos sites que
acessa.
d) está associada a um conjunto de restrições sociais presentes na vida daqueles que estão sempre conectados à
internet.
e) remete às bases de dados da web, protegidas por senhas ou assinaturas e às quais o navegador não tem acesso.
Fixação
1) (ENEM) Os provérbios constituem um produto da sabedoria popular e, em geral, pretendem
transmitir um ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios remetem a ensinamentos
semelhantes é:
a) “Quem diz o que quer ouve o que não quer” e “Quem ama o feio bonito lhe parece”.
b) “Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, a galinha enche o papo”.
c) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” e “Não se deve atirar pérolas aos porcos”.
d) “Quem casa quer casa” e “Santo de casa não faz milagre”.
e) “Quem com ferro fere com ferro será ferido” e “Casa de ferreiro, espeto de pau”.
Fixação
2) (ENEM)
Pequenos tormentos da vida
De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, [o azul convida os meninos,
as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai inventando
preguiçosamente uma história sem fim...Sem fim é a aula: e nada acontece,
nada...Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos um
avião entrasse por uma janela e saísse por outra!
(Mário Quintana. Poesias)
Na cena retratada no texto, o sentimento do tédio:
a) provoca que os meninos fiquem contando histórias.
b) leva os alunos a simularem bocejos, em protesto contra a monotonia da aula.
c) acaba estimulando a fantasia, criando a expectativa de algum imprevisto mágico.
d) prevalece de modo absoluto, impedindo até mesmo a distração ou o exercício do pensamento.
e) decorre da morosidade da aula, em contraste com o movimento acelerado das nuvens e
das moscas.
Fixação
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 3 a 6.
Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.
.
Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.
O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quedê as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
(Carlos Drummond de Andrade)
3) (UERJ) O título Coração numeroso expressa o vínculo final do eu lírico tanto com o Rio de Janeiro quanto com Minas Gerais.
Em relação a esses lugares, o título revela a seguinte atitude do eu lírico:
a) temer os dois.
b) valorizar a ambos.
c) preferir um ao outro.
d) abandonar um pelo outro.
Fixação
4) (UERJ) O poema de Drummond pode ser dividido em duas partes em que se manifestam
sentimentos de exclusão e de identificação em relação ao Rio de Janeiro.
O verso que demarca a mudança de sentimento do eu lírico é:
a) “Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas” (v. 15)
b) “O mar batia em meu peito, já não batia no cais.” (v. 20)
c) “A rua acabou, quedê as árvores? a cidade sou eu” (v. 21)
d) “meu amor.” (v. 24)
Fixação
5) (UERJ) Minas Gerais é um espaço privilegiado de lembrança no poema.
A relação de pertencimento que o eu lírico estabelece com tal espaço está sintetizada em:
a) “e bondes tilintavam,” (v. 5)
b) “faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente” (v. 11)
c) “voluptuosidade errante do calor” (v. 17)
d) “mil presentes da vida aos homens indiferentes,” (v. 18)
Fixação
6) (UERJ) O discurso poético se caracteriza pelo uso de recursos que abrem ao leitor a possibilidade de múltiplas interpretações.
A dupla possibilidade de leitura de uma mesma palavra é o recurso que provoca essa
multiplicidade em:
a) “Eu passava na Avenida quase meia-noite.” (v. 2)
b) “Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.” (v. 3)
c) “Meus paralíticos sonhos desgosto de viver” (v. 9)
d) “na Galeria Cruzeiro quente quente” (v. 12)
Fixação
-
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 7 a 9.
Entre as folhas do verde
(...) O príncipe acordou contente. Era dia de caçada. Os cachorros latiam no pátio do castelo. (...) Lá embaixo parecia uma
festa. (...) Brilhavam os dentes abertos em risadas, as armas, as trompas que deram o sinal de partida.
Na floresta também ouviram a trompa e o alarido. (...) E cada um se escondeu como pôde. Só a moça não se escondeu.
Acordou com o som da trompa e estava debruçada no regato quando os caçadores chegaram. Foi assim que o príncipe a viu.
Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele
queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou
a flecha no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a
flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.
Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram do ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada.
Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas corça-mulher só falava a língua
da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio. Então ficavam horas se olhando calados, com tanta coisa para dizer.
Ele queria dizer que a amava tanto, que queria casar com ela e tê-la para sempre no castelo, que a cobriria de roupas e
joias, que chamaria o melhor feiticeiro do reino para fazê-la virar toda mulher.
Ela queria dizer que o amava tanto, que queria casar com ele e levá-lo para a floresta, que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores e que pediria à Rainha das Corças para dar-lhe quatro patas ágeis e um belo pelo castanho.
Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.
(...) E no dia em que a primeira lágrima rolou dos olhos dela, o príncipe pensou ter entendido e mandou chamar o feiticeiro.
Quando a corça acordou, já não era mais corça. Duas pernas só e compridas, um corpo branco. Tentou levantar, não
conseguiu. O príncipe lhe deu a mão. Vieram as costureiras e a cobriram de roupas. Vieram os joalheiros e a cobriram de
joias. (...) Só não tinha a palavra. E o desejo de ser mulher.
Sete dias ela levou para aprender sete passos. E na manhã do oitavo dia, quando acordou e viu a porta aberta, juntou sete
passos e mais sete, atravessou o corredor, desceu a escada, cruzou o pátio e correu para a floresta à procura da sua Rainha.
O sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do palácio.
(COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 1999.)
7) (UERJ) No texto de Marina Colasanti, a necessidade de autopreservação da corça-mulher está associada ao sacrifício.
Essa convergência se expressa na seguinte passagem:
a) “E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.”
b) “Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais.”
c) “Ela queria dizer que o amava tanto, que queria casar com ele e levá-lo para a floresta,”
d) “O sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do
palácio.”
Fixação
8) (UERJ)
Mas corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do
palácio.
Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.
Dos fragmentos acima, foram destacados pares de ideias contrárias que são utilizados
com valor simbólico.
A alternativa em que os pares se correspondem metaforicamente é:
a) corça-mulher e príncipe – natureza e cultura;
b) língua da floresta e língua do palácio – bem e mal;
c) só falava e só sabia ouvir – dominação e subserviência;
d) chave da porta e segredo da palavra – força e fraqueza.
Fixação
9) (UERJ) Em um texto, existem estruturas que, iniciadas por conectivos, têm a função de
qualificar termos anteriores.
Um exemplo dessas estruturas está sublinhado em:
a) “Puseram a corça num quarto de porta trancada.”
b) “que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores”
c) “E no dia em que a primeira lágrima rolou dos olhos dela,”
d) “e correu para a floresta à procura da sua Rainha.”
Fixação
10) (ENEM)
Das irmãs
os meus irmãos sujando-se
na lama
e eis-me aqui cercada
de alvura e enxovais
eles se provocando e provando
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida
eles se lambuzando e arrotando
na mesa
e eu a temperada
servindo, contida
os meus irmãos jogando-se
na cama
e eis-me afiançada
por dote e marido
(QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980.)
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem
ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que:
a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama.
b) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico.
e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais.
Fixação
11) (ENEM)
E-mail com hora programada
Redação INFO, 28 de agosto de 2007.
Agende o envio de e-mails no Thunderbird com a extensão SendLater
Nem sempre é interessante mandar um e-mail na hora. Há situações em que agendar o
envio de uma mensagem é útil, como em datas comemorativas ou quando o e-mail serve
para lembrar o destinatário de algum evento futuro. O Thunderbird, o ótimo cliente de e-mail
do grupo Mozilla, conta com uma extensão para esse fim. Trata-se do SendLater. Depois
de instalado, ele cria um item no menu de criação de mensagens que permite marcar o dia
e a hora exatos para o envio do e-mail. Só há um ponto negativo: para garantir que a mensagem seja enviada na hora, o Thunderbird deverá estar em execução. Senão, ele mandará
o e-mail somente na próxima vez que for rodado.
(http://info.abril.com.br. - Adaptado).
Considerando-se a função do SendLater, o objetivo do autor do texto E-mail com hora
programada é:
a) eliminar os entraves no envio de mensagens via e-mail.
b) viabilizar a aquisição de conhecimento especializado pelo usuário.
c) permitir a seleção dos destinatários dos textos enviados.
d) controlar a quantidade de informações constantes do corpo do texto.
e) divulgar um produto ampliador da funcionalidade de um recurso comunicativo.
Fixação
Leia o poema abaixo e resolva as questões 12 e 13.
O apanhador de derperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que as dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
“Só uso a palavra para compor meus silêncios.”
(BARROS, Manoel de. “O apanhador de desperdícios”. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.)
12) (ENEM) É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor importância no
mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é expressa por meio da linguagem:
a) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.
b) rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.
c) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.
d) simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o fazer poético do eu lírico poeta.
e) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o pragmatismo da era da informação digital.
Fixação
13) (ENEM) Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de Manoel de Barros,
afirma-se que:
a) informática e invencionática são ações que, para o poeta, correlacionam-se: ambas têm o
mesmo valor na sua poesia.
b) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas maneiras que o homem encontra
para dar sentido à própria vida.
c) a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos processos de modernização
tecnológicos.
d) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da
informática.
e) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.
Proposto
1) (ENEM)
Texto I
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou
invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.
(CAMPOS, Paulo Mendes. “Ser brotinho”. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos [Org]. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2005. p.91.)
Texto II
Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os
amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente,
não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a
arcada.
(FERNANDES, Millôr. “Ser gagá”. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos [Org]. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2005. p. 225.)
Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles:
a) expressões coloquiais com significados semelhantes.
b) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres humanos.
c) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal.
d) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo.
e) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.
Proposto
2) (ENEM) A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais
na vida do homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto, parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa
limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear aparelhos e
os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das
novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital.
No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de informação, devem estar voltadas principalmente para:
a) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para
garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
b) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na internet para desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
c) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade
para capacitar profissionais em tecnologia digital.
d) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados” gratuitamente
para serem utilizados como entretenimento.
e) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como
mouse, teclado, monitor etc.
Proposto
Leia os textos abaixo para responder às questões 3 a 6.
Astroteologia
Aparentemente, foi o filósofo grego Epicuro que sugeriu, já em torno de 270 a.C., que existem inúmeros mundos espalhados pelo cosmo,
alguns como o nosso e outros completamente diferentes, muitos deles com criaturas e plantas.
Desde então, ideias sobre a pluralidade dos mundos têm ocupado uma fração significativa do debate entre ciência e religião. Em um
exemplo dramático, o monge Giordano Bruno foi queimado vivo pela Inquisição Romana em 1600 por pregar, dentre outras coisas, que cada
estrela é um Sol e que cada Sol tem os seus planetas.
Religiões mais conservadoras negam a possibilidade de vida extraterrestre, especialmente se for inteligente. No caso do cristianismo,
Deus é o criador e a criação é descrita na Bíblia, e não vemos qualquer menção de outros mundos e gentes. Pelo contrário, os homens são
as criaturas escolhidas e, portanto, privilegiadas. Todos os animais e plantas terrestres estão aqui para nos servir. Ser inteligente é uma
dádiva que nos põe no topo da pirâmide da vida.
O que ocorreria se travássemos contato com outra civilização inteligente? Deixando de lado as inúmeras dificuldades de um contato dessa
natureza - da raridade da vida aos desafios tecnológicos de viagens interestelares - tudo depende do nível de inteligência dos membros
dessa civilização.
Se são eles que vêm até aqui, não há dúvida de que são muito mais desenvolvidos do que nós. Não necessariamente mais inteligentes,
mas com mais tempo para desenvolver suas tecnologias. Afinal, estamos ainda na infância da era tecnológica: a primeira locomotiva a vapor
foi inventada há menos de 200 anos (em 1814).
Tal qual a reação dos nativos das Américas quando viram as armas de fogo dos europeus, o que são capazes de fazer nos pareceria mágica.
Claro, ao abrirmos a possibilidade de que vida extraterrestre inteligente exista, a probabilidade de que sejam mais inteligentes do que nós
é alta. De qualquer forma, mais inteligentes ou mais avançados tecnologicamente, nossa reação ao travar contato com tais seres seria um
misto de adoração e terror. Se fossem muito mais avançados do que nós, a ponto de haverem desenvolvido tecnologias que os liberassem
de seus corpos, esses seres teriam uma existência apenas espiritual. A essa altura, seria difícil distingui--los de deuses.
Por mais de 40 anos, cientistas vasculham os céus com seus radiotelescópios tentando ouvir sinais de civilizações inteligentes. (...) Infelizmente, até agora nada foi encontrado. Muitos cientistas acham essa busca uma imensa perda de tempo e de dinheiro. As chances de que
algo significativo venha a ser encontrado são extremamente remotas.
Em quais frequências os ETs estariam enviando os seus sinais? E como decifrá-los? Por outro lado, os que defendem a busca afirmam que
um resultado positivo mudaria profundamente a nossa civilização. A confirmação da existência de outra forma de vida inteligente no universo
provocaria uma revolução. Alguns até afirmam que seria a maior notícia já anunciada de todos os tempos. Eu concordo.
Não estaríamos mais sós. Se os ETs fossem mais avançados e pacíficos, poderiam nos ajudar a lidar com nossos problemas sociais, como a
fome, o racismo e os confrontos religiosos. Talvez nos ajudassem a resolver desafios científicos. Nesse caso, quão diferentes seriam dos deuses
que tantos acreditam existir? Não é à toa que inúmeras seitas modernas dirigem suas preces às estrelas e não aos altares.
(GLEISER, Marcelo. Folha de S.Paulo, 01/03/2009.
3) (UERJ) Todo texto argumentativo é construído com base na apresentação e defesa de pontos de vista.
A premissa do autor a favor de pesquisas interplanetárias apoia-se, sobretudo, na possibilidade de:
a) incentivar o interesse por outras civilizações;
b) livrar os seres humanos dos confrontos religiosos;
c) encorajar os cientistas na busca de novos desafios;
d) conduzir a humanidade a profundas transformações.
Proposto
4) (UERJ)
Se são eles que vêm até aqui, não há dúvida de que são muito mais desenvolvidos do
que nós
O vocábulo que melhor representa o sentido da expressão sublinhada é:
a) certamente;
b) provavelmente;
c) prioritariamente;
d) fundamentalmente.
Proposto
5) (UERJ)
Claro, que abrirmos a possibilidade de que a vida extraterrestre inteligente exista,
No fragmento acima, o vocábulo claro projeta uma opinião do autor do texto sobre o que
vai ser dito em seguida.
Outro exemplo em que a palavra ou expressão sublinhada cumpre função semelhante é:
a) “Desde então, ideias sobre a pluralidade dos mundos têm ocupado.”
b) “Por mais de 40 anos, cientistas vasculham os céus.”
c) “Infelizmente, até agora nada foi encontrado.”
d) “Nesse caso, quão diferentes seriam dos deuses.”
Proposto
6) (UERJ)
Não estaríamos mais sós.
O uso do termo verbal em que se encontra o vocábulo grifado se justifica porque se trata de:
a) processo habitual;
b) conclusão pontual;
c) situação hipotética;
d) acontecimento passado.
Proposto
Leia o poema abaixo e responda às questões 7 a 11.
Science Fiction
O marciano encontrou-me na rua
e teve medo de minha impossibilidade humana.
Como pode existir, pensou consigo, um ser
que no existir põe tamanha anulação de existência?
Afastou-se o marciano, e persegui-o.
Precisava dele como de um testemunho.
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas
E fiquei só em mim, de mim ausente.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião.
São Paulo: José Olympio, 1983.)
7) (UERJ) O autor de Astroteologia caracteriza como um misto de adoração e terror a reação
dos homens caso encontrem alienígenas.
Em Science Fiction, o contato do homem com o alienígena é caracterizado de modo diferente.
O verso que melhor expressa tal diferença é:
a) “O marciano encontrou-me na rua” (v.1)
b) “e teve medo de minha impossibilidade.” (v.2)
c) “Precisava dele como de um testemunho.” (v.6)
d) “Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se” (v.7)
Proposto
8) (UERJ) O poema narra uma cena comum na ficção científica: o encontro de um ser humano com um marciano. Entretanto, o poeta dá à cena um caráter inesperado, resultante de
um procedimento de construção poética que consiste na combinação de elementos distintos.
Em Science Fiction, esses elementos distintos são:
a) inclusão de fase interrogativa – menção ao cenário da rua;
b) ênfase na temática existencial – presença do personagem extraterrestre;
c) postura indagadora do eu poético – ocorrência de um desfecho imprevisível;
d) interlocução no interior do poema – desaparecimento fantasioso do alienígena.
Proposto
9) (UERJ) A pergunta formulada pelo marciano pode ser lida como uma projeção de consciência
do próprio sujeito poético.
Um verso que também sugere essa projeção é:
a) “O marciano encontrou-me na rua” (v.1)
b) “Afastou-se o marciano, e persegui-o.” (v.5)
c) “Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se” (v. 7)
d) “E fiquei só em mim, de mim ausente.” (v. 9)
Proposto
10) (UERJ)
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se / no ar constelado de problemas (v. 7-8)
O estranhamento provocado no verso sublinhado constitui um caso de:
a) pleonasmo;
b) metonímia;
c) hipérbole;
d) metáfora.
Proposto
11) (UERJ) Na primeira estrofe, é possível observar a ocorrência de um recurso discursivo
indicado pelos vocábulos “me” e “consigo”.
Esse recurso pode ser definido como:
a) emprego de duas figuras de estilo;
b) presença de mais de um enunciador;
c) reiteração da ótica do sujeito poético;
d) alusão à diversidade de personagens.
Proposto
o
Conceitos e importância das lutas
Antes de se tornarem esporte, as lutas ou as artes marciais tiveram duas conotações principais: eram praticadas com o objetivo guerreiro ou tinham um apelo filisófico com a concepção
de vida bastante significativo.
Atualmente, nos deparamos com a grande expansão das artes marciais em nível mundial.
As raízes orientais foram se disseminando, ora pela necessidade de luta, pela sobrevivência ou para a defesa pessoal, ora pela possibilidade de ter as artes marciais como própria
filosofia de vida.
(CARREIRO, E.A. Educação Física na escola: Implicações para a prática pedagogica.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
[fragmento])
12) (ENEM) Um dos problemas da violência que está presente principalmente nos grandes
centros urbanos são as brigas e os enfrentamentos de torcidas organizadas, além da formação
de gangues, que se apropriam de gestos das lutas, resultando, muitas vezes, em fatalidades.
Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem desses movimentos foi mal compreendido,
afinal as lutas:
a) se tornaram um esporte, mas eram praticadas com o objetivo guerreiro a fim de garantir a
sobrevivência.
b) apresentam a possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito ao outro e a formação
do caráter.
c) possuem como objetivo principal a “defesa pessoal“ por meio de golpes agressivos sobre
o adversário.
d) sofreram transformações em seus princípios filosóficos em razão se sua disseminação pelo
mundo.
e) se disseminaram ou como filosofia pessoal de vida.
Proposto
No Brasil, a condição cidadã, embora dependa da leitura e da escrita, não se basta pela
enunciação do direito, nem pelo domínio desses instrumentos, o que, sem dúvida, viabiliza
melhor participação social. A condição cidadã depende, seguramente, da ruptura com o ciclo
da pobreza, que penaliza um largo contingente populacional.
(Formação de leitores e construção da cidadania, memória
e presença do PROOLER.)
13) (ENEM) Ao argumentar que a aquisição das habilidades de leitura e escrita não são suficientes para garantir o exercício da cidadania, o autor:
a) critica os processos de aquisição da leitura e da escrita.
b) fala sobre o domínio da leitura e da escrita no Brasil.
c) incentiva a participação efetiva na vida da comunidade.
d) faz uma avaliação crítica a respeito da condição cidadã do brasileiro.
e) define instrumentos eficazes para elevar a condição social da população do Brasil.
Proposto
Manta que costura causos e histórias no seio de uma família serve de metáfora da
memória em obra escrita por autora portuguesa
O que poderia valer mais do que a manta para aquela família? Quadros de pintores famosos? Joias
de rainha? Palácios? Uma manta feita de centenas de retalhos de roupas velhas aquecia os pés das
crianças e a memória da avó, que a cada quadrado apontado por seus netos resgatava de suas lembranças uma história. Histórias fantasiosas, como a do vestido com um bolso que abrigava um gnomo
-comedor de biscoitos; histórias de traquinagem, como a do calção transformado em farrapos no dia
em que o menino, que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados, quebrou o braço; histórias de
saudades, como o avental que carregou uma carta por mais de um mês(...). Muitas histórias formavam
aquela manta. Os protagonistas eram pessoas da família, um tio, uma tia, o avô, a bisavó, ela mesma,
os antigos donos das roupas. Um dia, a avó morreu, e as tias passaram a disputar a manta, todas a
queriam, mais do que aos quadros, joias e palácios deixados por ela. Felizmente, as tias conseguiram
chegar a um acordo, e a manta passou a ficar cada mês na casa de uma delas. E os retalhos, à medida
que iam se acabando, eram substituídos por outros retalhos, e novas e antigas histórias foram sendo
incorporadas à manta mais valiosa do mundo.
(LASEVICIUS, A. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 76, 2012 [adaptado].)
14) (ENEM) A autora descreve a importância da manta para aquela família ao verbalizar que “novas
e antigas histórias foram sendo incorporadas à manta mais valiosa do mundo”.
Essa valorização evidencia-se pela:
a) oposição entre os objetos de valor, como joias, palácios e quadros, e a velha manta.
b) descrição detalhada dos aspectos físicos da manta, como cor e tamanho dos retalhos.
c) valorização da manta como objeto de herança familiar disputado por todos.
d) comparação entre a manta que protege do frio e a manta que aquecia os pés das crianças.
e) correlação entre os retalhos da manta e as muitas histórias de tradição oral que os formavam.
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compreensão e interpretação do texto literário e