Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904
TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA E DOR EM PORTADORES DE OSTEOARTROSE.
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: FISIOTERAPIA
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
AUTOR(ES): ISABELLA PEREIRA DA SILVA, TAINÁ ANITA FURTADA MARTINS
ORIENTADOR(ES): JOSÉ LUÍS FELTRIN ORÉFICE
Qualidade de Vida e Dor em Portadores de Osteoartrose.
Resumo
O termo Qualidade de Vida tem sido utilizado com frequencia em todas as áreas de
formação, com grande ênfase nas ciências da saúde. Com o aumento na
expectativa de vida da população mundial e por extensão a população nacional,
viver com qualidade tem sido alvo de desafios motivadores neste século. Assim, o
presente estudo objetiva avaliar a QV e a Intensidade da Dor, em portadores de
Osteoartrose, frenquentadores do Centro de Reabilitação da Universidade
Anhanguera – Uniderp, na cidade de Campo Grande – MS. Para tanto serão
utilizados um questionário para avaliação da Qualidade de Vida, denominado The
Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Helty Survey e a uma Escala Visual
Análoga de Dor (EVA) os quais serão aplicados aos particpantes por meio de uma
entrevista dirigida. Teriam os idosos portadores de Osteoartrose atendidos no
Centro de Reabilitação Uniderp, boa qualidade de vida?
Palavras-chave – Qualidade de Vida, Dor, Doença Degenerativa Articular.
Introdução
Viver mais, desejo da maioria das pessoas que pode resultar numa sobrevida
marcada por incapacidades ou dependências (PASCHOAL, 2000, p.85). O desafio é
conseguir uma maior sobrevida, não apenas para fazer uma descrição da velhice,
mas, principalmente, para avaliar o impacto de tratamentos, condutas e políticas
empregadas, corrigir seus rumos, alocar recursos e planejar serviços, visando uma
sobrevida melhor e consequente melhora da Qualidade de Vida (QV) (PASCHOAL,
2000).
Segundo Spilker (1996), a expressão Qualidade de Vida foi empregada pela
primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, em
referência ao sistema bancário norte-americano. No entanto, o termo QV, como vem
sendo aplicado na literatura médica, não parece ter um único significado e
apresenta, também uma definição dada pelo Grupo da Organização Mundial de
Saúde e Qualidade de Vida (WHOQOL GROUP) em 1994 como sendo a percepção
do indivíduo, de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores
nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e
preocupações o que faz com que o tema seja subjetivo e multidimensional,
composto por dimensões positivas e negativas vivenciadas por cada indivíduo.
Cardoso (2001) discorre sobre o assunto, colocando-o como sendo atual e
importante, contudo polêmico e complexo. Por ser um tema muito explorado
atualmente, classifica-se como atual e importante e, pelo fato de ser aplicado às
varias áreas da vida como, por exemplo, a saúde, a cidadania e o urbanismo e,
devido as suas propostas de mudanças, condições e estilo de vida, bem-estar,
necessidades humanas e de desenvolvimento social, classifica-se como polêmico e
complexo. O crescente desenvolvimento tecnológico da Medicina e das ciências
afins trouxe como uma consequência negativa a sua progressiva desumananização.
Assim, a preocupação com o conceito de QV refere-se a um movimento
dentro das ciências humanas e biológicas, no sentido de valorizar parâmetros mais
amplos do que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da
expectativa de vida. (OMS, 1998).
Ciconelli (2003) menciona que as medidas de avaliação disponíveis não são
capazes de dizer, com exatidão, ao profissional da área como proceder. Entretanto,
podem demonstrar se os pacientes conseguem fazer determinadas atividades do
seu cotidiano e como se sentem quando as estão praticando.
O comitê de taxonomia da Associação Internacional para o Estudo da Dor
(IASP) conceitua a dor como uma experiência sensitiva e emocional desagradável,
decorrente ou descrita em termos de lesões teciduais (MERSKEY et al., 1979, p.45).
Teixeira (1990) situa a dor como dimensão sensitiva-discriminativa, afetivamotivacional e cognitivoavaliativa que interagem entre si na percepção e nas
reações frente à sua ocorrência.
Mediante tais descrições, Barr (2002) comenta sobre as orientações práticas
da American Society of Pain (ASP, 1998), sobre a importância de se avaliar a dor
em condições diferentes de saúde e nas diferentes fases do desenvolvimento
humano, é crucial que a dor seja avaliada com exatidão.
Por se a OA uma doença incapacitante sobre o ponto de vista da biomecânica
articular e, da presença de dor uma vez que há degeneração osteocartilaginosa
dispostas, principalmente nas grande articulações, também conhecidas como de
suporte, e na coluna vertebral, estas podem causar alteração na QV de seus
portadores (LACERDA, 2005).
Tida como uma das principais causas de afastamento do trabalho, OA tem
sido alvo de estudos sobre a ótica da prevenção primária e secundária uma vez que
acomete o ser humano em qualquer que seja o momento de sua vida (SALAFFI,
2005).
Atualmente, a intervenção medicamentosa relacionada com a reconstituição
osteocartilaginosa, associada ao tratamento fisioterapêutico, visam à reorganização
do aparelho locomotor em busca da melhor função reduzindo a dor e incapacidade
funcional, melhorando assim a QV da população (FOX, 2007).
Objetivos
2.1 Objetivos Gerais: Avaliar a Qualidade de Vida e a Intensidade da Dor em
Portadores de Osteoartrose.
2.2 Objetivos Específicos: Comparar os índices de intensidade de dor
determinados pela Escala Visual Análoga de Dor e relacioná-los com os dados
encontrados neste domínio pelo questionário de qualidade de vida.
Materiais e Métodos
Participantes e Local de Desenvolvimento da Pesquisa
Participarão desta pesquisa 30 participantes portadores de OA, provenientes
da clínica de fisioterapia da Universidade Anhanguera – Uniderp da cidade de
Campo Grande – MS, de ambos os sexos e sem distinção de raça, cor e nível
socioeconômico.
Os participantes com este perfil serão convidados a participarem da
pesquisa de maneira voluntária, os quais assinarão ao Termo de Consentimento
Livre Esclarecido que, obedece as normas da Resolução 196/96 para pesquisa em
seres humanos.
O referido projeto está devidamente aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa em Seres Humanos, segundo inscrição número 377.540.
Serão exclusos da pesquisa os que não tiverem diagnóstico clínico de AO, os
que não apresentarem com dições cognitivas suficientes para o entendimento dos
questionamentos realizados e aqueles que, por motivos variados não quiserem
participar da mesma.
Teriam os portadores de OA acompanhados na clínica de fisioterapia da
Universidade Anhanguera – Uniderp de Campo Grande – MS uma qualidade de vida
satisfatória e baixos índices de dor?
Instrumentos
Para avaliação da QV será utilizado o Questionário de Avaliação de
Qualidade de Vida relacionado à saúde, The Medical Outcomes Study Short-form 36
(MOS SF – 36 - Anexo I). Este questionário genérico de avaliação de Qualidade de
Vida foi traduzido e validado para o português por Ciconelli (1997), e idealizado por
Ware e Sherbourne em 1992, é um instrumento tanto auto-administrável quanto
administrável por terceiros, composto por oito conceitos sobre saúde: capacidade
funcional, dor, aspectos sociais, saúde mental, vitalidade, estado geral de saúde,
aspectos físicos e emocionais.
Visando classificar os escores dos domínios avaliados pelo instrumento de
QV foi elaborada pelo próprio pesquisador uma tabela de equivalência para a
determinação mais clara da QV conforme descrito a seguir.
Esta tabela foi idealizada a partir da forma como se calcula os escores do
questionário de QV utilizado. O SF-36 tem seus dados numéricos divididos por 100
para alcançar os resultados finais, assim tem-se o percentual relativo a cada
domínio avaliado (ORËFICE e SOUZA, 2011).
A tabela distribui os escores de zero a cem divididos em cinco grupos os
quais possuem além dos dados numéricos, descritores para classificação dos
domínios avaliados no questionário (ORËFICE e SOUZA, 2011).
Para a coleta e análise da intensidade da dor será utilizada a Escala Visual
Análoga a qual teve adequação para o português realizada por Teixeira e Figueiró
(2001).
Consiste em uma reta de 10 cm sendo a extremidade a esquerda
considerada como zero ou ausência de dor, e a extremidade a direita considerada
como dez ou dor máxima.
Ao assinalar nesta reta pode-se mensurar, a intensidade de dor, referida
pelo avaliado.
Aspectos Éticos da Pesquisa

Análise crítica dos riscos e benefícios aos sujeitos da pesquisa – por não
haver a aplicação de métodos invasivos, esta não oferece riscos físicos ou
psíquicos aos participantes, e trará por benefício a estes, obtenção de um
melhor feedbach do seu tratamento por meio dos dados obtidos pelos
instrumentos aplicados.

Responsabilidade do pesquisador, da instituição e do patrocinador cabe à instituição todos os custos adicionais à realização desta pesquisa,
ficando os seus participantes (pesquisador responsável, discentes e
avaliados) isentos de quaisquer responsabilidade financeira.

Critérios para suspender ou encerrar o projeto – os participantes poderão
a qualquer momento, desistir de participar desta, sem quaisquer ônus,
devendo o pesquisador responsável ser notificado.

Local onde serão realizadas as diversas etapas da pesquisa – as etapas
destas serão desenvolvidas na Clínica de Fisioterapia da Universidade
Anhanguera – Uniderp conforme descrição em folha de rosto.
Análise Estatística
Será realizada uma análise descritiva dos resultados apresentando médias e
desvios padrão de cada domínio do questionário MOS SF-36 e Whoqol-Bref,
considerando os 30 participantes.
Resultados
Acredita-se que, com a inclusão do tratamento fisioterapêutico, os
participantes possam ter boa qualidade de vida, tendo em vista que, a
Osteoartrose é uma doença incapacitante sobre o aspecto da alteração na
biomecânica articular, bem como, da sensação dolorosa por ela imposta.
O tratamento fisioterapêutico visa, minimizar o impacto das alterações
biomecânicas e dolorosas sobre o aparelho locomotor, permitindo maior
liberdade e funcionalodade ao paciente, melhorando inlcusive a sua alto estima.
Considerações Finais
A melhora da qualidade de vida, deve atingir não só os aspectos físicos mas
também os aspectos emocionais uma vez que, a liberdade para realização de
uma tarefa, bem como, a independência funcional propicia melhores ações na
sociedade e na família, deixando o paciente em pleno estado de recuperação.
Poderá proporcionar a conclusão de que, com a ação fisioterapêutica
associada ao tratamento destes paciente, se conseguirá atingir o patamar
necessário para uma boa qualidade de vida e menor afastamento das funções
laborais e consequente redução do custo com afastamento por incapacidades.
Referências
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