N39
www.inegi.up.pt
O
notícias
quadrimestral | abril 2015
WASIS
MAIS UM PROJETO
DO INEGI PARA
A INDÚSTRIA
AERONÁUTICA
OPINIÃO
À CONVERSA COM:
MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO
MR GROUP
O MR Group é um dos maiores da Europa no sector
do fabrico de Ferragens e acessórios para sistemas
de Alumínio, Vidro e Madeira, com forte aposta na
inovação
SERVIÇOS
INEGI ACREDITADO PARA A CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROS
O IPAC concedeu ao Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, LAC, a acreditação para a
calibração de anemómetros de copos em Dezembro de 2014.
INVESTIGAÇÃO
MULTI-LAYER STREAM MAPPING
UMA FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO E GESTÃO DA EFICIÊNCIA GLOBAL DE SISTEMAS
Autores: António José Baptista, Emanuel João Lourenço, João Paulo Pereira
A
s organizações enfrentam pressões
crescentes sobre a sua competitividade tornando-se fundamental
encontrar métodos de análise e gestão
robustos, porém simplificados na sua utilização, para poderem ser úteis, e de ampla
abrangência multissetorial, em aplicações
reais. A abordagem inovadora Multi-Layer
Stream Mapping - MSM® enquadra-se nas
metodologias “Lean” e foi desenvolvida
nos últimos dois anos no INEGI pela equipa de Desenvolvimento de Produto e Sistemas, no âmbito do projeto PRODUTECH
PSI. O metodo permite a avaliação da eficiência agregada de sistemas, de modo
sistemático, baseando-se na análise dicotómica valor/desperdício e incluindo um
caráter intrínseco de melhoria contínua.
O MSM® tomou como ferramenta inspiradora o Value Stream Mapping (VSM), mas
comporta especificidades disruptivas para
avaliar o desempenho global multidimensional de sistemas, permitindo também o
apoio à decisão para a redução de custos
com desperdícios, possibilitando uma análise facilitada de investimento na melhoria
versus o período de retorno.
A aplicação matemática da metodologia
MSM® assemelha-se a uma matriz (n×m),
em que “n” corresponde ao número de
variáveis e “m” ao número de etapas do
sistema. A sua implementação e utilização
(desde a gestão de topo até aos operacionais) não requer um procedimento complexo, antes a sistematização das seguintes fases:
I. Identificação das fronteiras e etapas do
sistema e das variáveis/métricas relevantes;
II. Definição para cada variável de uma
métrica sempre balizada entre 0 e
100%, e cujo objetivo é sempre a maximização do seu valor;
III.Definir qual o melhor método de agregação para as métricas para o cálculo
da eficiência agregada (média aritmética, produto, média geométrica);
A análise desagregada de custos (Figura
2) torna-se possível pela sistematização
intrínseca do MSM®, aplicando fatores
monetários aos valores das variáveis (que
agregam, ou não, valor).
IV.Análise dos resultados, com identificação das variáveis/etapas mais ineficientes, estudo de ações de melhoria; e
priorização plano de ações;
V. Implementação das ações de melhoria
e aferição resultados quer em eficiência, quer em redução de custos.
A Figura 1 representa a forma visual típica
do MSM®, que se denomina de “Cartão de
Eficiência”. Podem ser definidos entre outro, cartões de eficiência de recursos, operações, fluxos, da qualidade, etc. Um cartão
é constituído por linhas (variáveis e respetivas métricas) e colunas (etapas). Para
cada uma das métricas, em cada etapa,
deve definir-se a fração que agrega valor,
e a fração que não-agrega valor, obtendo-se desta forma a eficiência (%) da respetiva variável, através do rácio entre a fração
que agrega valor sobre o total da variável.
Os valores resultantes da metodologia são
por isso adimensionais. Portanto, é possível agregar os valores em linha, obtendo-se a “eficiência agregada para uma variável”, ou em coluna, obtendo-se a “eficiência
agregada da etapa”. A eficiência agregada
do sistema é obtida através da agregação
(média aritmética, por exemplo) das eficiências das etapas, podendo ser aferida
sucessivamente para outros níveis (linha,
sector, fábrica) para um dado produto.
by
Figura 1 – Dashboard MSM® cartão de eficiência de recursos para um caso de estudo (processo de pintura)
Figura 2 – Análise da fração de custos que acrescentam e
não acrescentam valor (caso de estudo).
A ferramenta MSM® foi já testada e validada em três sectores industriais: metalomecânica (TEGOPI SA), têxtil (IDEPA
SA) e aglomerados de madeira (SONAE
INDÚSTRIA SA). Porém, a sua versatilidade torna-a de âmbito multissetorial (serviços, saúde, agro-floresta, transportes,
hotelaria, etc.), podendo ser aplicada “de
modo analítico” (avaliação de um sistema
já instalado ou a instalar), ou utilizada em
medições “em contínuo”, quando devidamente parametrizada em software. O
MSM® também está a ser utilizado para
a análise da Eficiência de Projetos e o Desenvolvimento de Produtos aplicando metodologias Lean.
OPINIÃO
À CONVERSA COM: MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO
MR GROUP
a estas caraterísticas o Grupo MR traçou uma
estratégia baseada na criação de produtos de
referência, posicionando-se num segmento
de produtos de gama superior. Criámos há
alguns anos um departamento de investigação e desenvolvimento que tem feito um bom
trabalho. Mas, a partir de certa altura, considerámos fundamental aferir as metodologias
que o nosso departamento tem e implementa. E começámos a procurar um parceiro da
área do conhecimento tecnológico que nos
ajudasse nos nossos processos e nas nossas pretensões evolutivas. Contatamos outras empresas que já tinham parceiros com
universidades e procuramos saber dos seus
resultados…
Como apareceu o empresário Manuel
Rodrigues e porquê a sua ligação à área das
ferragens?
É uma história curiosa. Estava a estudar na
área da Contabilidade quando tive que interromper o curso para ir para a tropa (no
tempo da guerra colonial). O facto de passar
a ter uma atividade remunerada possibilitou-me que casasse, sendo que a minha esposa
foi colocada em Águeda e eu decidi vir com
ela, tendo-me empregado numa empresa de
ferragens. Empresa essa que, no pós 25 de
abril, passou por dificuldades, o que me levou
a criar a minha própria empresa exatamente
no setor das ferragens para Alumínio – a M
Rodrigues. Se calhar, se tivesse continuado
na minha terra, poderia ter sido empresário
na área dos lanifícios…
Hoje está à frente de um Grupo com uma
dimensão apreciável…
Sim, o MR Group, que integra 7 empresas,
sendo cinco de produção e duas de distribuição. Um Grupo que conta com cerca de 380
pessoas e que é o maior Grupo Português e
um dos maiores da Europa no sector do fabrico de Ferragens e acessórios para sistemas
de Alumínio, Vidro e Madeira. Que, até há sete,
oito anos atrás, tinha como mercado principal
a Península Ibérica. Com a crise que se instalou nestes países, e particularmente no setor
imobiliário e da construção, diversificámos
os destinos para onde exportamos, que hoje
são constituídos por cerca de 60 países.
Com empresas instaladas noutros países.
Também com processos curiosos. Tivemos a
necessidade de crescer para dar resposta ao
mercado e surgiu a oportunidade de adquirir
a empresa Marques SA, que também era da
área das ferragens. Essa empresa detinha
50% do capital de uma outra empresa sedeada em Tânger, pertencendo os restantes
50% a uma empresa local. Presentemente
somos detentores de 100% dessa empresa (a
LUMAR). O que nos permitiu iniciar a internacionalização da atividade do Grupo
E como surgiu a ideia de instalar uma
empresa na China?
Fundamentalmente, para defender o nosso produto. As fechaduras que produzimos
podem ser comercializadas com cilindros (a
que as pessoas chamam, normalmente, “canhões”) com diversas origens. Cilindros esses
que, em muitos casos, são fornecidos pelos
distribuidores em conjunto com as nossas fechaduras. A partir de uma certa altura esses
cilindros eram, na sua esmagadora maioria,
provenientes da China, constatando-se a sua
fraca qualidade – o que levava as pessoas a
atribuírem responsabilidades às fechaduras
com a nossa marca. Para evitar essa situação
decidimos montar uma unidade industrial na
China dedicada à produção de cilindros de fechaduras, dado que em Portugal não os conseguia produzir a preços competitivos com os
desse mercado. Foi assim que surgiu a Eiger,
que se localiza perto de Shangai.
E como foi a adaptação a uma cultura tão
diferente como a Chinesa?
Não foi muito difícil, porque arranjamos um
parceiro chinês, ele próprio um exportador.
Foi de facto uma grande ajuda, que quase desinteressadamente transmitiu-nos conhecimento, e ensinou-nos a movimentar no mundo empresarial chinês. Muito rapidamente
conseguimos instalar a fábrica, transferindo
para lá equipamentos e tecnologia e colocando à sua frente um quadro português, que
ainda lá está e que assume o controlo operacional da empresa. E começámos a produzir cilindros com qualidade num prazo muito
curto, resolvendo, assim, um problema que
ameaçava a imagem de qualidade dos nossos
produtos. E passando a fornecer esses componentes a outros fabricantes de fechaduras.
E como entrou a produção de moldes no
Grupo?
Também para dar resposta a uma contingência do mercado. Na indústria de ferragens há
uma grande variedade de produtos, com elevada rotatividade. O que implica a produção
rápida de moldes, ferramentas e cortantes
para garantir uma rápida resposta às necessidades do mercado. Acontece que a indústria de moldes tinha alguma dificuldade em
dar resposta a essa nossa necessidade, razão que nos levou a criar, em 1987, a Jomarliz, que fabrica moldes, para além do apoio
que dá às outras empresas do Grupo. E, já
que temos essa capacidade instalada, também a colocamos ao serviço de outras empresas, fabricando para elas moldes e outros
componentes.
E o INEGI como é que aparece?
A indústria de ferragens carateriza-se por
uma concorrência muito forte e por produtos
pouco diferenciados, de fácil conceção. Face
E chegaram ao INEGI…
Curiosamente estabelecemos um primeiro
contacto com a Universidade de Aveiro (que
serve a região onde nos inserimos. Só que
esta Universidade, no ramo da Engenharia,
estava, na altura, em negociações com uma
empresa mais ou menos concorrente. Pelo
que, não obstante o projeto ser claramente
diferenciado, a Universidade optou por não
assumir qualquer compromisso connosco
para não entrar em concorrência desleal.
Assim, e na sequência dos contactos que entretanto tínhamos desenvolvido com outras
empresas, surgiu-nos efetivamente o INEGI.
O contacto foi fácil?
O INEGI tem caraterísticas da universidade,
como o conhecimento e a capacidade científica. Mas o INEGI vai mais além: vai ao terreno,
é capaz de desenvolver e apurar processos
e de entrar em contato com o mundo empresarial diretamente. O INEGI tem uma panóplia
de oferta, quer na área da investigação e desenvolvimento quer depois no apoio à implementação do processo, incluindo o apoio à
montagem e submissão de projetos aos programas de financiamento existentes. Conseguimos o contacto da Professora Ana Reis e
ela de imediato marcou a reunião. Fizemos a
reunião e o casamento ficou feito. A situação
foi esta, tão simples quanto isto.
O Projeto desenvolvido com o INEGI constou
de quê?
Dentro da nossa estratégia de diferenciação
e de aposta em produtos inovadores e de
gama superior, decidimos entrar no mercado das fechaduras eletrónicas. Apostámos,
assim, num projeto que visou desenvolver
uma fechadura baseada num conceito modular que permite a acoplação de três tipos
de autenticação: Keypad, RFID e biométrico.
Com a preocupação de ser um produto o mais
universal possível, permitindo a sua aplicação numa gama alargada de portas. Estamos
satisfeitos com os resultados e, agora, pretendemos fazer a sua evolução, possibilitando que a fechadura funcione em rede com
possibilidade de acionamento remoto, o que
tem interesse para o mercado hoteleiro e empresarial. Com tecnologia portuguesa, que é,
também, um dos nossos objetivos.
Manuel Rodrigues é licenciado na área da gestão e Presidente do MR Group, maior grupo empresarial nacional na
área das ferragens, sedeado em Águeda.
INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
EMPAKTOR: SIMULAÇÃO DE
CONFORMAÇÃO DE VIDRO
A
EmPakGlass, uma jovem e dinâmica
empresa Portuguesa a exercer funções de assistência técnica e consultadoria na área do desenvolvimento de
projeto e produção de embalagens de vidro com relevante expressão no mercado
internacional, decidiu promover o desenvolvimento de um software de simulação
do processo de conformação de vidro, o
EmPakTor. Este desafio, proposto ao INEGI,
surgiu da necessidade, identificada pela
EmPakGlass de criação de ferramentas
computacionais fiáveis de apoio à decisão
no desenvolvimento de novas embalagens
de vidro e na otimização de processos já
instalados na indústria vidreira. A iniciativa EmPakTor foi já apresentada na GLASSTEC 2014, feira internacional do setor. A
opinião recolhida na feira sobre este novo
produto foi extremamente positiva, pelo
que se prevê um futuro muito promissor
para esta aplicação computacional que
contará, em contínuo, com uma assessoria
permanente da EmPakGlass.
O software EmPakTor visa apoiar o processo de conformação de vidro através
da simulação numérica pelo método dos
elementos finitos. Esta ferramenta permitirá estimar a evolução da espessura da
embalagem, desde a entrada no primeiro
molde até à sua geometria final, processada quer pela variante soprado-soprado
quer pela prensado-soprado. A interface
gráfica do programa será cuidadosamente
desenhada e orientada para ser usada por
utilizadores menos familiares com técnicas de elementos finitos, sendo de utilização simples e intuitiva, contando, para
isso, com automatizações nas definições
de aplicação de carregamento e condições
fronteira. Uma particularidade diferenciadora deste software em relação às escassas alternativas disponíveis no mercado
será a incorporação de uma base de dados de características de vidro formulada
pela EmPakGlass que possibilita o cálculo
interno das propriedades térmicas e mecânicas do material a partir da sua composição, espessura e cor.
PROJECTO SYSMAP: SISTEMAS DE
PRODUTO MODULAR E ADAPTÁVEIS
C
om o projeto SysMAP foram integrados pela primeira vez novos
conceitos e metodologias de desenvolvimento de produtos complexos
para a criação de uma nova geração de
máquinas-ferramentas
reconfiguráveis
e inteligentes da empresa ADIRA MFS, de
modo a obter custos mais competitivos
relativamente à concorrência. Os equipamentos alvo, nomeadamente guilhotinas,
quinadoras e sistemas de corte por laser,
foram reformulados com base na aplicação de conceitos técnico-científicos como
a modularidade, standardização e adaptabilidade de sistemas. A equipa INEGI de
desenvolvimento de produtos e sistemas
atuou de modo inovador na área do Modular Design, desenvolvendo novas formulações e algoritmos para avaliar o grau de
modularidade de produtos/equipamentos,
bem como na criação de novas métricas
para avaliar o grau de standardização de
módulos e componentes entre diferentes
produtos ou famílias de produtos.
Foram utilizadas matrizes específicas
para gestão de problemas complexos
designadas por Design Structure Matrix
(DSM) e uma aplicação denominada de
Cambridge Advanced Modeller (CAM) criado na Universidade de Cambridge (UK). As
novas métricas desenvolvidas no INEGI
foram embebidas no software da Universidade de Cambridge e estão desde então
disponíveis para análises de modularidade
utilizando o CAM.
Com o projeto SysMAP foi possível para a
ADIRA MFS o desenvolvimento de novos
equipamentos que possibilitam a evolução para diferentes configurações entre
modelos e a aplicação de metodologias de
standardização e modularidade que permitem a definição de arquiteturas abertas
e mais modulares, com vista a reduzir a
variabilidade de componentes e com isso
eliminar custos e aumentar a competitividade da empresa a nível internacional.
INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
WASIS: MAIS UM PROJETO DO INEGI PARA
A INDÚSTRIA AERONÁUTICA
O
projeto WASIS (WAFER DESIGN APPROACH FOR SAFETY INCREASING
IN WORST CASE SITUATIONS MINIMIZING JOINTS) foi concluído com sucesso
a 31 de dezembro de 2014, após 4 anos de
execução. Este projeto colaborativo, que
contou com 11 parceiros Europeus e foi
co-financiado pelo 7º. Programa Quadro
da Comissão Europeia, consistiu no desenvolvimento e demonstração tecnológica
de um novo conceito para a construção de
elementos estruturais primários e fuselagens de aeronaves de médio porte. Em
particular, foi desenhada e adaptada uma
secção de fuselagem do modelo P-180
da Piaggio Aero Industries, e fabricados
vários protótipos e detalhes construtivos
dessa secção usando o conceito inovador.
O conceito inovador e disruptivo, extensível a todas as tipologias de aeronaves,
consistiu em fabricar a fuselagem do avião
em uma só peça compósita com as ligações e interfaces para outros componentes já integrados. Os materiais empregues
foram fibra de carbono, impregnada com
resina epoxídica, e alguns elementos em
ligas de titânio. A geometria nervurada da
peça confere-lhe a rigidez e resistência
necessárias para o elevado desempenho
estrutural que a aplicação exige. O carácter inovador reside em quatro aspetos fundamentais: (1) a colocação dos elementos
de reforço na própria peça, (2) a otimização desses reforços nas direções estruturalmente eficientes, (3) o embebimento de
soluções avançadas de ligação estrutural
a componentes adjacentes e (4) a utiliza-
ção de processos de fabrico que aliam produtividade e robustez.
Neste consórcio, a equipa do INEGI teve
dois papéis preponderantes: desenvolver
o processo de fabrico das estruturas por
enrolamento filamentar e liderar as ações
de disseminação técnica e científica dos
resultados alcançados pelos vários parceiros. No que respeita à competência tecnológica, o INEGI desenvolveu e implementou
o processo de fabrico destas estruturas
complexas. Nesse processo, desenvolveu,
implementou e demonstrou o fabrico de
detalhes construtivos complexos, de um
painel em escala real e um modelo à escala 1:4 da secção integral de fuselagem.
Neste conjunto de implementações, a complexidade construtiva foi gradualmente
solucionada e a sua exequibilidade tecnológica e industrial demonstrada.
Os protótipos finais mais relevantes foram
apresentados na conferência ECCM16
– European Conference on Composite
Materials, em Sevilha, em Junho de 2014,
na presença, entre outros, dos delegados
da Comissão Europeia e outros parceiros
e stakeholders externos ao projeto. O
papel do INEGI, enquanto implementador e
validador do conceito estrutural proposto
foi e é observado com proximidade e
interesse por diversos "utilizadores" desta
tecnologia inovadora. Seguiram-se os
testes mecânicos (estáticos e dinâmicos)
realizados por outros parceiros do projeto.
Assim, foram concluídas com sucesso
todas as fases críticas deste projeto
ambicioso.
No âmbito da coordenação das ações de
Disseminação, o INEGI organizou os dois
Workshops do projeto, onde estes desenvolvimentos foram apresentados e geraram muito interesse nos parceiros e concorrentes ali presentes. Estes Workshops
foram propositadamente agendados em
simultâneo com a conferências ICCS17 e
ECCM16, no Porto e em Sevilha, permitindo
promover sessões técnico-científicas dedicadas ao projeto naqueles importantes
fóruns científicos.
A avaliação final feita pela Comissão Europeia foi muito positiva, incitando os parceiros a desenharem ações futuras para
aproximar este conceito, agora demonstrado, da própria indústria aeronáutica
Europeia.
Financiamento: 7º.PQ – Comissão Europeia
CONSULTORIA E SERVIÇOS
INEGI ACREDITADO PARA A
CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROS
O
IPAC concedeu ao Laboratório de
Aerodinâmica e Calibração do INEGI,
LAC, a acreditação para a calibração
de anemómetros de copos em dezembro de
2014.
Recorda-se que a calibração regular permite aferir a adequação das características de um equipamento de medição ao fim
a que se destina. No caso de projetos de
energia eólica, o anemómetro é o equipamento mais relevante por permitir a caracterização do vento no local em que se avalia
ou opera um parque eólico.
A calibração é realizada no túnel de vento
do Laboratório, permitindo um curto tempo
de retorno do equipamento e a diminuição
de custos associados á sua paragem, transporte e reposição ao stock de sensores.
O Laboratório de Aerodinâmica
e Calibração
O Laboratório de Aerodinâmica e Calibração foi constituído em 2012 dentro do Grupo
de Energia Eólica e resulta do esforço para
a criação de atividades que acrescentem
valor ao sector nacional de energia eólica.
O exemplo presente é a calibração de anemómetros de copos, seguindo os preceitos
da IEC 61400-12-1, a norma do sector para
a calibração destes sensores.
O LAC veio também dotar o Grupo de Energia Eólica com meios próprios adequados
à investigação da resposta de sensores de
medição das características do vento, ensaios em condições controladas e que complementam os trabalhos de investigação
realizados em condições reais.
Para tal, e recorrendo aos meios existentes no INEGI, foi construído um modelo à
escala de 1:2.5 de uma torre de treliça. As
medições são realizadas com recurso a
anemometria de fio quente e permitirão a
verificação de um modelo numérico do escoamento em torno da torre treliçada.
Num exemplo destas capacidades, o Laboratório iniciou recentemente trabalhos experimentais de medição da esteira de uma
torre de medição, procurando quantificar
o efeito da presença da torre num sensor
de medição. Este trabalho é realizado como
apoio a uma tese do Mestrado em Mecânica
Computacional da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Para além da calibração de equipamentos e
do apoio a atividades académicas de investigação, o LAC pretende também responder
a solicitações de empresas para a realização de ensaios experimentais de aerodinâmica industrial.
Para mais informações consulte a página
do laboratório ou contacte o INEGI.
www.inegi.up.pt
CONSULTORIA E SERVIÇOS
INEGI COLABORA COM A ÁGUAS DO PORTO,
E.M. NA MELHORIA DO DESEMPENHO
ENERGÉTICO DA EMPRESA
O INEGI estabeleceu uma parceria com a Águas do Porto,
E.M. para o desenvolvimento de
trabalhos de consultoria para
apoio à melhoria do desempenho energético da empresa,
por meio da racionalização de
consumos energéticos e da geração de energia com base em
recursos renováveis e endógenos.
A empresa Águas do Porto, E.M., considerando a totalidade da atividade em todas
as suas instalações, apresentou, no último ano, um consumo total anual de energia elétrica de 16 990 MWh e 157 MWh de
gás natural, o que representa um custo de
aquisição de energia superior a um milhão
de euros, pelo que se tornou inevitável,
para a empresa, agir no que diz respeito
à racionalização do uso de energia e ao recurso a fontes renováveis de energia para,
por um lado, reduzir a fatura energética
e, por outro, diminuir a pegada carbónica
decorrente da sua atividade (algo considerado prioritário pela empresa que sempre
se guiou pelas melhores práticas ambientais).
O estudo envolve a realização de diagnósticos energéticos da totalidade das instalações a cargo da Águas do Porto (edifícios
administrativos, ETARs, reservatórios e
centrais de distribuição de água, ejetores
e válvulas dispersos pela cidade, entre
outros); a consequente deteção de ineficiências e identificação de medidas de melhoria para racionalização dos consumos
energéticos; o estudo de viabilidade de
geração de energia elétrica e térmica com
recurso a fontes de energias renováveis e/
ou endógenas (biogás produzido na ETAR
do Freixo e energia solar) de acordo com
o atual enquadramento legislativo (autoconsumo fotovoltaico, cogeração, entre
outros) e a definição de um plano de ação
que compile a informação gerada com vista a futuras ações que promovam uma melhoria continua da atividade da Águas do
Porto no que respeita à racionalização de
energia, passando pela instituição do papel de gestor de energia, pela definição de
boas-práticas ou, inclusive, a realização
de ações de formação que ajudem à sensibilização dos colaboradores da empresa
na procura de pequenos gestos que, no
dia-a-dia, possam contribuir para ganhos
energéticos.
Em concreto, as ações em curso das quais
se espera um impacto superior (face aos
consumos energéticos das respetivas instalações) prendem-se com os diagnósticos
energéticos das ETAR do Freixo e Sobreiras, instalações que são responsáveis por
93% do consumo energético da empresa.
O estudo realizado permitiu já definir medidas para a ETAR de Sobreiras cuja implementação, expectavelmente, poderá
significar uma diminuição do consumo das
referidas instalações em cerca de 8%. Nas
Neste contexto estabeleceu uma parceria
com o INEGI para elaboração de um estudo, em desenvolvimento, que visa, simultaneamente, a racionalização dos seus
consumos energéticos operacionais (das
suas instalações e equipamentos) e a avaliação do potencial de produção de energia
via fontes de energia renováveis e/ou endógenas.
Vista aérea da ETAR de Sobreiras, Águas do Porto
referidas instalação avaliou-se ainda, sob
o ponto de vista técnico e económico, a viabilidade de produção de energia elétrica
e/ou térmica a partir de fontes de energia
renovável e/ou endógena.
Neste contexto avaliou-se o potencial de
geração de energia elétrica via energia
solar fotovoltaica em áreas (com exposição solar) disponiveis nas instalações e
realizou-se o respetivo dimensionamento
do sistema (tendo em conta o diagnóstico
energético prévio e o novo regulamento direcionado às unidades de pequena produção de energia elétrica para autoconsumo,
legislado pelo decreto-lei n.º 153/2014, de
20 de outubro). Em paralelo, e dado que
um dos processos de tratamento de águas
residuais utilizados na ETAR do Freixo conduz à geração de biogás (que, atualmente,
se encontra a ser apenas parcialmente
aproveitado através da sua reintrodução
no processo – para promoção de agitação
em reatores biológicos e para o seu aquecimento sendo a restante fração queimada sem qualquer tipo de aproveitamento)
estudou-se a viabilidade de aproveitar
esse biogás, tendo-se preconizado dois
cenários: o recurso a um motor de cogeração que permita manter os níveis de temperatura necessários no reator biológico
e, simultaneamente, produzir eletricidade
e a biometanização do biogás produzido,
que consiste no tratamento e upgrade do
mesmo por forma a ser injetado na rede
de gás natural.
Para todos os cenários tecnicamente viáveis foram realizados estudos de viabilidade económica e perante os melhores
cenários constatou-se que o recurso às referidas fontes renováveis permitiria suprir
45% das necessidades da ETAR do Freixo,
em termos de energia elétrica.
Os resultados deste estudo, nomeadamente no que respeita à ETAR do Freixo, estão
a ser aproveitados pela C.M. Porto no sentido de apoiar o projeto de requalificação
do vale de Campanhã, estando-se presentemente a avaliar a possibilidade de aplicar os ganhos decorrentes da geração de
energia nas imediações das instalações da
Águas do Porto a fim de servir as comunidades envolventes.
INSTITUCIONAL
A OPERAÇÃO DE AUMENTO DO PATRIMÓNIO
ASSOCIATIVO DO INEGI FOI UM ÊXITO!
MAIS 248 MIL
EUROS DE
PATRIMÓNIO E MAIS
31 ASSOCIADOS!
O INEGI lançou uma operação de aumento do seu Património Associativo, visando
que o mesmo continuasse a ser maioritariamente detido pelos associados privados
(face ao reforço da componente dos associados públicos em virtude da fusão com o
Pólo FEUP do IDMEC), reforçando, simultaneamente, a sua ligação ao tecido empresarial e criando condições para um novo
salto de crescimento para o patamar dos
10M€ até ao final de 2018.
dem ao investimento de anteriores associados e 86 mil euros correspondem à adesão de 24 novos Associados.
A operação terminou no final de março de
2015 com a realização de uma nova Assembleia-Geral que, entre outros assuntos,
votou novos pedidos de subscrição de património. Até à data de encerramento desta
edição estavam contabilizados novos pedi-
dos de subscrição no valor de 76 000 euros,
dos quais 15 000€ correspondem a antigos
associados e 61 000€ subscritos por 7 novos associados.
Verifica-se, assim, que esta operação permitirá aumentar o património associativo
do INEGI em cerca de 248 mil euros, aumentando o número de associados em de
31 instituições.
Esta operação revestiu-se de êxito, tendo
sido aprovado, na Assembleia-Geral que se
realizou no passado dia 18 de dezembro a
subscrição de 172 mil euros de património
associativo, dos quais 86 900€ correspon-
2014 FOI O MELHOR ANO ECONÓMICO DE
SEMPRE DO INEGI
Consolidou-se, assim, um ciclo iniciado em
2010, com a reestruturação do INEGI, e que
permitiu, também, a concretização de um
importante plano de investimentos estratégicos que garantiu a modernização e o
reforço da sua infraestrutura tecnológica.
Milhões de Euros
Apuradas as Contas relativas
ao ano de 2014 constata-se
que este foi o melhor ano de
sempre do INEGI, quer em
termos de volume de negócios,
quer em termos de resultados:
Crescimento médio de 7,22% ao ano nos últimos 5 anos.
Ciclo esse que coincidiu com uma conjuntura extremamente adversa da economia,
o que torna ainda mais positivos os indicadores alcançados.
Estes resultados permitem encarar ainda
com mais otimismo o novo ciclo que agora
se inicia, com a fusão com o Pólo FEUP do
IDMEC e o início de um novo quadro de financiamentos estruturais.
Sede: Rua Dr. Roberto Frias, nº400, 4200-465 Porto | Tlf.: +351 229578710 | Site: www.inegi.up.pt |
Propriedade: INEGI | Distribuição: INEGI | Periodicidade: Quadrimestral | Tiragem: 1200 exemplares | Edição: INEGI | Direção Editorial: Rui Sá | Equipa Editorial:
Daniela Silva, Joana Pinto, Luís Pina, Margarida Machado, Nelson Pereira, Sílvia Esteves | Design: Nelson Pereira, Jorge Correia
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Inegi Notícias 39 | 2015 abril