NOSSA HOMEN
AGEM
HOMENA
Araken Soares Pereira
E
m três de setembro de 2001, o Instituto Agronômico e todo o setor mandioqueiro,
paulista e brasileiro, receberam com pesar a notícia do falecimento do engenheiro
agrônomo Araken Soares Pereira, após toda uma vida dedicada ao estudo da man-
dioca.
Nascido em 1916, formou-se em Agronomia na Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz”/USP em 1940, sendo admitido como estagiário no Instituto Agronômico em
março de 1941 onde, depois de 44 anos de trabalho, sendo nos últimos 16 como Chefe da
Seção de Raízes e Tubérculos, veio a se aposentar, em 15 de fevereiro de 1985.
Suas realizações profissionais foram numerosas e significativas. Assim, o trabalho de
sua co-autoria, “Aspectos Agronômicos da Cultura da Mandioca”, publicado em
Bragantia, foi reconhecido pelo Centro Internacional de Agricultura tropical (CIAT),
como um dos 50 trabalhos mais importantes, em nível mundial, já publicados sobre essa
cultura. Foi o desenvolvimento de novas variedades de mandioca, principalmente as destinadas ao consumo in natura, o tema a que mais se dedicou, tendo sido o pioneiro no
estabelecimento das metodologias de determinação e quantificação das qualidades
organoléptcas e culinárias do produto. Nessa área também obteve reconhecimento internacional, tendo o CIAT, em reunião realizada em 1982, na Colômbia, manifestado-se oficialmente, cumprimentando-o pelo seu papel no melhoramento da variedade Mantiqueira, muito
importante, na época, nas mandioculturas do Brasil, Colômbia, Cuba e Haiti. Mais recentemente, participou da equipe de melhoramento que liberou a IAC 576-70, hoje a mais importante variedade de mesa no Estado de São Paulo. Em nível nacional foi homenageado pela
Sociedade Brasileira de Mandioca, da qual foi sócio fundador, como Presidente de Honra
de seu III Congresso, realizado em Brasília, em 1983.
Mas, mais do que como cientista, Araken S. Pereira mereceu o respeito de todos
aqueles que o conheceram e com ele conviveram, pela figura humana que sempre foi. De
uma bondade extrema, chegava, muitas vezes, a ser incapaz de reconhecer a maldade em
qualquer de seus semelhantes. E é assim que será sempre lembrado com saudades pelos
seus ex-colegas e subordinados, mas principalmente amigos, da Seção de Raízes e Tubérculos do Instituto Agronômico.
Hilario da Silva Miranda Filho
IAC - Centro de Horticultura
Fone: (19) 3231-5188 ramal 425
Endereço eletrônico: [email protected]
O Agronômico, Campinas, 53(2), 2001
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