PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
APSA – The American Political Science Association
Associação Americana de Ciência Política
Larissa Marchesin
Laboratório de Política
Edson Passetti
Associação Americana de Ciência Política
Fundada em 1903, é considerada, de acordo com as informações em seu site
(www.apsanet.org) como a principal organização profissional para o estudo da ciência
política. Conta com mais de 15.000 membros em 80 países, além de oferecer diversos
serviços e publicações, voltados para pesquisas individuais, departamentais e para
instituições como Universidades e bibliotecas. Tem a pretensão de reunir cientistas
políticos de todas as áreas de pesquisa, regiões, países, vocações profissionais, para
que assim possam expandir suas áreas de conhecimento.
Tem como principais objetivos promover a pesquisa acadêmica, a comunicação e
divulgação entre as mesmas, de maneira nacional e internacional; incentivar o ensino de
qualidade sobre política e governo; diversificar a profissão do cientista político e
representar essa diversificação; proporcionar oportunidades acadêmicas e nãoacadêmicas para membros da associação; reforçar o ambiente profissional para o
cientista político; representar os interesses profissionais dos cientistas políticos; defender
a legitimidade da pesquisa acadêmica tanto para a política como para o governo;
reconhecer trabalhos de excelência na área; incentivar a aplicação de rigorosos padrões
éticos e intelectuais na profissão; servir à comunidade através da publicação de
pesquisas, preparando a sociedade para serem eficazes como cidadãos e participantes
políticos.
Para seu funcionamento, a APSA ( The American Political Science Organization)
conta com uma constituição própria, e é regida por um Conselho de 26 pessoas, todas
eleitas por membros da organização. Esta propicia forças-tarefa e comitês – reuniões
periódicas, com o intuito de discutir algum tema em particular. No anexo podemos conferir
cada um separadamente. Vale também uma nota sobre o significado de “força-tarefa”. É
um grupo designado para um trabalho específico, e essa expressão nasceu na Marinha
dos Estados Unidos, sendo assim um dito militar que é muito utilizado ainda hoje, em
diversas Associações e também pela OTAN.
O presidente para a gestão 2008-2009 é Peter Katzenstein, professor de estudos
internacionais da Universidade de Cornell. Tem suas pesquisas e ensinos na intersecção
dos domínios das relações internacionais e a política comparada. Em seu trabalho,
procura abordar temas como política econômica, segurança e a cultura na política
mundial. Autor de diversos livros e ganhador de uma série de prêmios por suas
publicações na área, tem entre alguns títulos seus publicados os seguintes: “Analytical
Eclectism”; “The Politicsof European Identity Construction”; “Rethinking Japanese
Security”.
Para a APSA, a Ciência Política é o estudo dos governos, políticas públicas,
processos políticos, sistemas e comportamentos políticos. Categorizados como subcampos da Ciência Política estão, a filosofia política, a teoria política, a ideologia política,
economia política, estudos e analise política, política comparada, as relações
internacionais, entre outras. Segundo do site da APSA acima citado, os membros da
associação se utilizam das perspectivas humanísticas e cientificas, além de uma série de
ferramentas metodológicas para examinar os processos, sistemas e dinâmicas políticas
de todas as regiões do mundo. Colocar coisa aqui.
Associando-se à organização, temos acesso à uma grande diversidade de
materiais ligados à Ciência Política, como suas forças-tarefa e comitês (anexo) ligados a
um determinado grupo de estudos. Cada grupo conta com um site sugerindo relações
com o tema e ainda produz publicações ligadas ao conteúdo discutido, como segue
listado no anexo.
Promovendo ainda um de seus objetivos, o site da organização lista uma grande
quantidade de possíveis carreiras para o cientista político, incentivando assim a entrada
do profissional no mercado. Como as obras publicadas com os nomes: “Carrers and the
Study os Political Science: A guide of Undergraduates”, que promete ser um guia para
explorar novas carreiras no âmbito da Ciência Política; um “Video/CD: Carrer Encounters:
Political Science”, que entrevista dez profissionais coroados na Ciência Politica
acadêmica, dando um campo de visão mais apurado para iniciantes; Political Science: An
Ideal Liberal Arts Major”, que promete apresentar os benefícios de se graduar em Ciência
Política; “Earning a Ph.D. in Political Science” envolve perspectivas para o graduando que
pretende dar continuidade aos seus estudos na Ciência Politica; “Studyng in Washington:
A Guide to Academic Internship in the Nation's Capital” , direciona estudantes da disciplina
para estágios e estudos mais aprofundados em Washington.
Como benefícios da associação à APSA, citam contribuir para os avanços da
disciplina e profissão, consideram que as mensalidades pagas auxiliam para a
compreensão e valorização do ensino da ciência política, para que as pesquisas e
participações públicas não sofram interferências. Oferece também a oportunidade de
comunicação com membros da associação, apresentações de pesquisas no encontro
anual da APSA, possibilidade de publicações de artigos nos jornais da associação,
participação em processos de bolsas e programas especiais oferecidos. A organização
pretende o envolvimento do público através da comunicação sobre os estudos da área, e
diz ser uma associação independente, apesar de pedir pelo apoio de órgãos
governamentais ligados ao fomento de pesquisas políticas, ajuda a promover boas
práticas profissionais, patrocina prêmios acadêmicos, desenvolve materiais pedagógicos
e procura estimular à liberdade acadêmica.
Este encontro anual se da em diferentes espaços, sendo que esta é a primeira vez
em 104 anos que a conferência acontece fora dos Estados Unidos. De 3 a 6 de setembro
deste ano ela se dará em Toronto, no Canadá. Para acessar a programação do encontro:
http://www.apsanet.org/mtgs/program_2009/.
A respeito dos prêmios acadêmicos financiados e incentivados pela APSA, entre os
ganhadores no quesito pesquisa estão Karen L. Baird, com o trabalho “The Power and
the Production of Silence: The Invisibility of Woman of Color in Federal Level HIV/AIDS
Policies”; Thomas S. DeLuca, desenvolvendo o tema “Three Case Studies in
Constitutional Development in China”; Valeria Brusco e Marcelo Nazareno, da
universidade de Córdoba, versando sobre o tema “Do Poor Argentines Still Vote Peronist?
An Analysis of Ecological Data”. Em sua esmagadora maioria, universidades americanas
são beneficiadas por esse tipo de programa. (Dados fornecidos pelo site. Constam os
beneficiários de 2008 à 2000). Os professores reconhecidos com premiações concedidas
pela APSA e pela Pi Sigma Alpha (sociedade de honra da ciência política), recebem seus
prêmios durante o Encontro Anual. Considerando também a grande quantidade de
premiações que a Associação oferece nos quesitos dissertação, artigo, livro, seção, entre
outros, não podemos encontrar nomes de brasileiros, porém podemos nos deparar com
grandes nomes da teoria, como Hannah Arendt e Simone de Beauvoir.
A APSA oferece associação para departamentos grandes e pequenos, voltados
para a discussão de assuntos em comum, planejamento e desenvolvimento de
publicações e serviços para membros, estudantes e catedráticos.
Com mais de 700 comitês específicos, esse tipo de associação fornece suporte
para o ensino da Ciência Política, bolsas de estudo e serviços e recursos para
catedráticos. Para conhecer melhor os benefícios e formas de associação, sugiro visitar a
página que lista os custos para conhecer mais de perto os diversos comitês
(http://www.apsanet.org/content_4401.cfm). Os benefícios de se associar desta forma
compõe um amplo campo, incluindo uma página de e-jobs; workshops para catedráticos e
reitores para acompanhar as tendências no ensino e promoção da ciência política;
consultas com o staff da associação; acesso a emails para mala direta visando alcançar
estudantes e outros; recursos para comunicar estudantes sobre carreiras para
graduandos e estágios; conferências anuais sobre aprendizado e ensino direcionado para
professores e alunos de graduação, versando sobre as dificuldades no ensino da ciência
política; e acesso a pesquisa Voting Behavior: The 2004 Election, que permite a analise
dos dados retirados desse estudo. (Também é possível encontrar esse e outros trabalhos
científicos no Inter-university Consortium for Political and Social Research – Consórcio
Inter-universitário de Pesquisa Política e Social – banco de dados que tem a intenção de
expandir a comunidade de pesquisa das Ciências Sociais).
Instituições como um todo também podem se associar a APSA. Atualmente, em
torno de 2000 bibliotecas, institutos de pesquisa, ONG’s, centros de pesquisa e
embaixadas nos EUA e por todo o mundo são associadas, tendo como benefícios a
assinatura de três publicações constantes da associação: o The American Political
Science Rewiews (indicado no site como o principal jornal de pesquisa em ciência política
no mundo, e que circula há100 anos); o Perspectives on Politics (explanado pelo site
como fornecedor de novos pensamentos, embasados em pesquisas rigorosamente
investigadas e que se organizam de forma integrada, considerada provocadora mesmo
com a preocupação em manter altos padrões acadêmicos) e o Political Science and
Politics (Indicada como registro da profissão do cientista político desde 1968, publicando
artigos acadêmicos, notícias e caracterizar a disciplina). Tais publicações ocorrem a cada
quatro meses, e são distribuídas de forma ao assinante receber uma por mês.
No quesito Brasil, temos algumas informações importantes para transmitir:
Poucos artigos e colocações são feitas sobre o Brasil no site da APSA. Temos uma
premiação para Mariano J. Magalhães, com o tema “Decentralization, Municipal
Governament Performance and Civic Participation in Brazil: The Case of Maceio”, que foi
contemplado através da Roosevelt University, no ano de 2001, pelo programa Small
Research Grant.
Temos também que o diretor da Congressional Fellowship Program, Jeffrey Biggs,
prestou o que eles chamam de Foreing Services no Brasil, em Portugal e na Bolívia. É um
cargo do governo americano que é listado no site como uma boa oportunidade para o
profissional de Ciência Política.
O Brasil também é mencionado em um artigo produzido por Jamila Headley e
Patricia Siplon, sob o título: “Roadblocks on the Road to Treatment: Lessons from
Barbados and Brazil”. Podemos encontrar também uma menção a publicação brasileira
sobre Ciência Política, mas é considerada publicada por outro departamento, que não a
APSA. O Brazilian political Science Rewiew, como podemos perceber em seu site
(www.bpsr.org.br), o corpo de suas pesquisas é formado majoritariamente por cientistas
políticos de universidades públicas do Brasil. Essa revista surgiu da necessidade da
ABCP em convergir a Ciência Política com as Relações Internacionais. É uma revista
somente eletrônica e voltada para o público internacional.
A questão mais importante se coloca em um grupo de estudos dedicado a
promover e oferecer suporte para os estudos em Ciência Política e Social de estudantes
brasileiros pelo munodo, mas em especial nos EUA's. Possui mais de 600 membros
espalhados pelos EUA's, America Latina no geral e Europa. Seu próximo congresso se
dará em 2010, em Brasília, tendo seu prazo para inscrição na data de 15 de agosto deste
ano. Para se inscrever e acessar sua programação: www.brasa.org. É de extrema
validade notar que o escritório que cuida dessa associação em particular se encontra na
Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee. Sua presidente se chama Peggy
Sharpe, e já lecionou nas universidades federais de Minas Gerais, Pernambuco e
Maranhão, além de ter diversas publicações sobre literatura, sua área de ensino. Uma
brasileira é encontrada entre o comitê diretor dessa associação. Ela se graduou pela PUC
Curitiba e trabalha como secretária do núcel.
Diversas outras formas de publicações são veiculadas periodicamente pela
associação, sendo distribuídas e produzidas de variadas formas, como:
Publicações produções dos comitês e grupos de estudos, envolvendo temas variados.
Publicações voltadas para o público da graduação, visando um comportamento ético no
exercer da profissão como exemplificado pelo manual que pode ser baixado em arquivo
pdf através do site: http://www.apsanet.org/content_9350.cfm?navID=12; ensinando sobre
estilos de artigos; seção dedicada a delimitar editorias e jornais que publicam os artigos
da área; estudos anuais sobre comportamento eleitoral;
Para os professores da disciplina, promovem encontros anuais e workshops, dos quais
derivam artigos e livros no formato de difusão e melhoria do ensino; novos métodos de
avaliação e ensino; novos ambientes de aprendizado, como a rede online; organização de
subtemas importantes para a discussão na disciplina de ciência política; produção de
vídeo que documenta a campanha eleitoral do ano 2000 abordando principalmente o
enfoque midiático que o processo de eleição carrega.
Coleção de ensaios de grandes estudiosos da Ciência Política como um todo, com
tópicos como o estado da disciplina em uma era globalizada, a democracia, a justiça e
suas instituições, cidadania, identidade e participação política, política comparada,
escolha racional, teoria dos jogos, tradição experimental, entre outros.
Seção dedicada para o comportamento da mulher no sistema político, o Womans and
American Politics Series, dois tomos publicados em
1988, sob os títulos: Women's
Movements: Organizing Change e Women and Power in American Politics, que buscam
olhar os movimentos sociais femininos enfocando nos que agregam mudanças no social,
e o segundo volume busca justificar o estudo separado da mulher na política, e seu papel
com o poder. Além de demonstrar que possivelmente a mulher se tornará um grupo de
interesse econômico e político distinto.
Publicações de discussões visando impulsionar os departamentos a se tornarem
interdisciplinares, ressaltando os desafios e oportunidades desse novo modelo; produção
de material a partir de um workshop para chefes de departamento, abordado o tema
desenvolvimento.
Apesar desses grandes trabalhos e publicações dos grupos, as publicações
denominadas institucionais só se dão a partir de encontros anuais.
Pretendendo expandir o público da Ciência Política, a APSA junto com seus task
forces promove publicações de temas com maiores implicações políticas, expondo o que
cientistas políticos enfocam nas tendências e áreas de interesse público. As publicações
estão
disponíveis
para
compra,
e
(http://www.apsanet.org/content_4579.cfm)
também,
.
em
algumas
uma
breve
em
formato
pesquisa
(.pdf)
sobre
as
publicações, podemos colher exemplos como: The Persistent Problem: Inequality,
Difference, and the Challenge of Development; American Democracy in an Age of
Inequality; Graduate Eduation in Political Science; Workplace and Family Issues Report e
Women's Advancement in Political Science.
Além das mencionadas acima, cada encontro anual promovido pela APSA gera
produção de conteúdo, garantindo a atualidade dos temas abordados pela associação.
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APSA – The American Political Science Association - PUC-SP