PROCESSO SELETIVO 2012
PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA E REDAÇÃO
Este caderno contém as provas de língua portuguesa, literatura e redação. A
redação deverá ser transcrita em folha própria e entregue junto com o cartão de
respostas diretamente aos fiscais. As questões de língua portuguesa e literatura
estão numeradas de 1 a 50 e deverão ser respondidas no cartão de resposta
oficial.
Ao receber o cartão de resposta oficial:
a) confira seu nome e número de inscrição;
b) assine-o, utilizando-se de caneta esferográfica, no espaço indicado.
Ao transferir as respostas para o cartão de respostas oficial, observe:
a) o uso de caneta esferográfica (preta ou azul), preenchendo toda a área do
quadrado;
b) a escolha de apenas uma alternativa em cada questão. Duas ou mais
alternativas assinaladas anulam a questão;
c) a integridade do cartão, cuidando para não amassá-lo, rasurá-lo ou dobrá-lo.
ESTA PROVA TEM A DURAÇÃO DE 4 HORAS.
O CANDIDATO SOMENTE PODERÁ AUSENTAR-SE DO LOCAL DE PROVA
DECORRIDOS UMA HORA E TRINTA MINUTOS DO SEU INÍCIO.
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VESTIBULAR FDSM 2012
PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
TEXTO PARA AS QUESTÕES 1 A 9.
Blues da Piedade (Cazuza)
Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
1. Em versos como “Senhor, piedade pra essa gente careta e sem coragem”, Cazuza não faz uma
referência a pessoas que:
a) não consomem bebidas alcoólicas ou drogas.
b) são pseudomoralistas e hipócritas.
c) se mostram refratárias a mudanças.
d) têm medo de ser livres.
e) se encontram aprisionadas ao cotidiano.
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2. É possível perceber a presença de muitas metáforas nessa canção, como, por exemplo, nos versos a
seguir, exceto em:
a) Pra essas sementes mal plantadas.
b) Pras pessoas de alma bem pequena.
c) Vive contando dinheiro.
d) Como insetos em volta da lâmpada.
e) Que tão no mundo e perderam a viagem.
3. Nesse texto a função da linguagem predominante é a:
a) referencial ou denotativa.
b) apelativa ou conativa.
c) emotiva.
d) poética.
e) metalinguística.
4. O nível de linguagem predominante no texto é:
a) formal, pois o autor emprega inversões como em “lhes dê grandeza e um pouco de coragem.
b) formal, uma vez que o autor emprega “nós”, como em “vamos pedir piedade” e não “a gente”.
c) informal, porque o autor se vale de coloquialismos como nas contrações “pro” e “pra”.
d) informal, pois o autor se utiliza do vocativo em “Senhor, piedade”.
e) formal, já que se trata de uma canção em que se percebem traços do discurso religioso.
5. A pessoa do discurso que mais se destaca nessa canção é:
a) eu.
b) tu.
c) ele.
d) nós.
e) eles.
6. Nos versos “Agora eu vou cantar pros miseráveis / Que vagam pelo mundo derrotados”, a oração
em destaque pode ser classificada como:
a) subordinada objetiva direta.
b) subordinada objetiva indireta.
c) coordenada sindética causal.
d) subordinada adverbial de lugar.
e) subordinada adjetiva restritiva.
7. Em “Pra quem vê a luz / Mas não ilumina suas minicertezas”, a conjunção mas pode ser substituída,
sem alteração de sentido nem de estrutura, por:
a) “no entanto” ou “não obstante”.
b) “porém” ou “contudo”.
c) “apesar de” ou “embora”.
d) “todavia” ou “isto posto”.
e) “pois” ou “visto que”.
8. Nos versos “Pra essas sementes mal plantadas / Que já nascem com cara de abortadas”, “que”
poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a) cujas.
b) em que.
c) nas quais.
d) as quais.
e) as cujas.
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9. Em “Vamos pedir piedade / Senhor, piedade / Pra essa gente careta e covarde”, o verso em
destaque é:
a) objeto indireto de “vamos”.
b) complemento nominal de “piedade”.
c) adjunto adnominal de “Senhor”.
d) objeto direto de pedir.
e) objeto indireto de pedir.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 10 A 14.
Regulação da publicidade dirigida a crianças, um desejo para 2012
(...) A proteção à infância foi uma conquista duramente alcançada ao longo do século e finalmente
garantida pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada por todos os países
membros em 1989. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente regulamentou, em 1990, as
diretrizes da nossa Constituição Federal, que garante direitos fundamentais a crianças e adolescentes.
Dessa forma, a proteção à infância plena está garantida pelas leis mais importantes de nosso país. E
deve ser assegurada, segundo nossa Constituição, pelo Estado, pela sociedade e pela família. Isso
significa que não há como isentar a responsabilidade de empresas e do poder público desse dever, que
em muitos aspectos implica no futuro da nação.( ...)
(VUOLO, Gabriela. Regulação da publicidade dirigida a crianças, um desejo para 2012.
Disponível em: <http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/artigos-e-debates/2328-regulacaoda-publicidade-dirigida-a-criancas-um-desejo-para-2012>. Acesso em: 10 dez. 2011.)
10. Assinale a alternativa em que o termo (ou expressão) destacado no trecho transcrito NÃO
corresponde, quanto à significação, ao termo (ou expressão) entre parênteses.
a) A proteção à infância foi uma conquista duramente alcançada ao longo do século. (almejada)
b) O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamentou as diretrizes constitucionais. (retificou)
c) O Estatuto da Criança e do Adolescente garante direitos fundamentais a crianças e adolescentes.
(afiança)
d) A proteção à infância plena está garantida pelas leis mais importantes de nosso país. (total)
e) A proteção à infância foi garantida pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.
(tutela)
11. Em relação ao gênero discursivo, esse texto deve ser classificado como:
a) editorial.
b) conto.
c) artigo.
d) relatório.
e) anúncio.
12. Marque a alternativa em há inadequação quanto à regência do verbo.
a) O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamentou as diretrizes (...).
b) Isso significa que não há (...).
c) (...) como isentar a responsabilidade de empresas e do poder público desse dever (...).
d) (...) em muitos aspectos implica no futuro da nação.
e) (...) garante direitos fundamentais a crianças e adolescentes.
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13. No trecho “Dessa forma, a proteção à infância plena está garantida pelas leis mais importantes de
nosso país.”, o termo em destaque pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a) “No entanto” ou “Dessa maneira”.
b) “Desse modo” ou “Não obstante”.
c) “Assim” ou “No entanto”.
d) “Não obstante” ou “Isto posto”.
e) “Isto posto” ou “Assim”.
14. No excerto “E deve ser assegurada, segundo nossa Constituição, pelo Estado, pela sociedade e
pela família.”, o particípio em destaque refere-se a:
a) “leis mais importantes”.
b) “nosso país”.
c) “proteção à infância”.
d) “nossa Constituição”.
e) “pela sociedade”.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 15 A 19.
CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)
EM NOME DA SANTISSIMA TRINDADE.
TITULO 1º
Do Imperio do Brazil, seu Territorio, Governo, Dynastia, e Religião.
Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam
uma Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou
federação, que se opponha á sua Independencia.
Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se acha, as quaes
poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado.
Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo.
Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e Defensor Perpetuo do
Brazil.
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as
outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso
destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.
15. O trecho “Elles formam uma Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço
algum de união, ou federação, que se opponha á sua Independencia” atualizado para o português
contemporâneo encontra-se corretamente alterado em:
a) Eles formão uma Nação livre, e independente, que não admite com qualquer outro laço algum de
união, ou federação, que se oponha à sua Independencia.
b) Eles formam uma Nação livre, e independente, que não admitem com qualquer outro laço algum de
união, ou federação, que se oponha a sua Independência.
c) Eles formão uma Nação livre, e independente, que não admite com qualquer outra laço algum de
união, ou federação, que se oponha à sua Independência.
d) Eles formam uma Nação livre, e independente, que não admite com qualquer outro laço algum de
união, ou federação, que se oponha à sua Independência.
e) Eles formam uma Nação livre, e independente, que não admite com qualquer outra laço algum de
união, ou federação, que se oponha a sua Independência.
16. A variação linguística mais evidente nesse texto é a:
a) histórica ou geográfica.
b) espacial e social.
c) social e geográfica.
d) regional ou espacial.
e) temporal ou histórica.
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17. O trecho “(...) como pedir o bem do Estado” deve ser entendido como:
a) conforme as necessidades do Estado.
b) segundo as ordens do Estado.
c) de acordo com a influência do Estado.
d) em conformidade com a vontade do Estado.
e) como a sugestão do Estado.
18. No trecho (...) que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se
opponha á sua Independencia.”, os verbos “admitte” e “se opponha” referem-se respectivamente a:
a) “Imperio” e “união”.
b) “Brazil” e “federação”.
c) “Nação” e “laço”.
d) “Imperio” e “independencia”.
e) “Nação” e “federação”.
19. Quanto ao tipo textual, este texto deve ser classificado como:
a) narrativo.
b) descritivo.
c) normativo.
d) religioso.
e) jornalístico.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 20 A 25.
“A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM
Na abertura da sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um "animal político", isto é,
social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles,
possuem voz (phone) e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (logos) e, com
ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que
torna possível a vida social e política e, dela, somente os homens são capazes. (...)”
(CHAUÍ, Marilena. A linguagem. In: Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. Cap. 5.)
20. Marilena Chauí inicia seu texto por meio de um recurso textual muito utilizado em textos
dissertativos. Qual é esse recurso?
a) argumento por causa e consequência.
b) argumento de autoridade.
c) argumento de exemplificação ou ilustração.
d) argumento de provas concretas ou princípio.
e) argumento por raciocínio lógico.
21. A principal ideia contida no texto é que:
a) assim como os outros animais, o homem é um animal político e social.
b) por ser dotado de linguagem apenas o homem é um animal político e social.
c) por ser dotado de linguagem somente o homem age com justiça e discernimento.
d) diferentemente dos outros animais, o homem é o único que possui voz (phone).
e) assim como todo animal, o homem é dotado de linguagem.
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22. Em “Aristóteles afirma que somente o homem é um „animal político‟, isto é, social e cívico, porque
somente ele é dotado de linguagem.”, a expressão destacada pode ser substituída, sem alteração de
sentido, pelas que seguem, exceto:
a) ou seja.
b) quer dizer.
c) em outras palavras.
d) por exemplo.
e) explicando melhor.
23. No trecho “Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e
política (...)”, a expressão em destaque refere-se a
a) a voz (phone) e a palavra (logos).
b) o bom, o mau, o justo e o injusto.
c) a vida social e política.
d) a palavra, o bom e o mau.
e) o justo e o injusto.
24. Em “Aristóteles afirma que somente o homem é um „animal político‟ (...)”, a oração em destaque é
classificada como:
a) subordinada substantiva objetiva direta.
b) coordenada sindética aditiva.
c) subordinada substantiva subjetiva.
c) coordenada assindética conformativa.
e) subordinada adjetiva explicativa.
25. No trecho “Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e
política e, dela, somente os homens são capazes.”, o pronome em destaque exerce a função sintática
de:
a) objeto direto.
b) objeto indireto.
c) complemento nominal.
d) adjunto adnominal.
e) agente da passiva.
26. Em relação ao Auto da Barca do Inferno, obra de Gil Vicente escrita em 1517, é incorreto afirmar
que:
a) se trata, sobretudo, de uma construção alegórica do juízo final.
b) escrita em versos rimados, revela a combinação de teatro e poesia.
c) comandante da barca do inferno, o diabo é o protagonista.
d) apresenta caráter moralizante, tendo como função instruir e divertir.
e) o diabo tem dois ajudantes que são os primeiros a receber os mortos.
27. Entre as pessoas que embarcaram para o inferno, encontravam-se:
a) o fidalgo, o parvo e o agiota.
b) os quatro cavaleiros, o frade e o corregedor.
c) a alcoviteira, o sapateiro e o judeu.
d) o enforcado, o pajem e o parvo.
e) o procurador, o frade e os quatro cavaleiros
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28. As afirmações a seguir, acerca do Auto da Barca do Inferno, estão corretas, exceto:
a) as personagens cujo destino é o inferno trazem consigo objetos terrenos e, por essa razão, querem
voltar para suas vidas.
b) a sociedade criticada ironicamente por Gil Vicente é mostrada de modo maniqueísta, ou seja, há
sempre a oposição entre Bem e Mal.
c) as personagens cujo destino é o céu se dedicaram a uma vida cristã e plena de princípios morais.
d) embora apresente uma sociedade injusta e cheia de defeitos, percebe-se que o autor se mostra
bastante otimista quanto ao futuro.
e) o texto conjuga valores de duas épocas distintas, apresentando tanto características da Idade
Moderna quanto da Idade Média.
29. Sobre o contexto histórico-social em que viveu Gil Vicente e que se reflete em sua obra, é correto
afirmar que:
a) corresponde ao período de transição entre o feudalismo e o capitalismo.
b) a Coroa portuguesa atravessa um período de crise econômica e social.
c) se trata de uma época de opulência e riqueza para as colônias portuguesas.
d) surgiram lucros advindos do comércio de sal com a costa oeste africana.
e) desenvolvimento marítimo, objetivando a criação do Tribunal do Santo Ofício.
30. Pode-se dizer que, embora apresente forte influência do teatro primitivo, sua obra aponta para os
tempos modernos, uma vez que:
a) retrata tanto o cotidiano lisboeta quanto os costumes dos camponeses.
b) traz críticas à linguagem dos camponeses e aos seus costumes.
c) busca a síntese das tradições medievais do teatro.
d) destaca a importância da religiosidade e da moralidade.
e) se utiliza de muitas alegorias e metáforas do teatro clássico.
31. Quanto ao nível de linguagem utilizado por Gil Vicente no Auto da Barca do Inferno, observa-se
que:
a) pode ser classificado como ultraformal, já que produzido para a nobreza.
b) corresponde ao tipo coloquial, pois se dirige a todo tipo de público.
c) apresenta-se formal, uma vez que apresenta representantes da magistratura.
d) predomina o padrão culto, uma vez que se trata de um autor de prestígio.
e) observa-se certo exagero na utilização de linguagem chula.
32. No que se refere ao enredo, é correto afirmar que:
a) o auto tem início em um ancoradouro no qual se encontram a Barca do Inferno, tripulada pelo Diabo
e seu Companheiro, e a Barca da Glória, tripulada pelo Anjo.
b) a obra apresenta um conjunto de personagens que, condenados a morte, esperam pelo juízo final.
c) o primeiro a embarcar é um Padre que leva sua batina e também uma cadeira, para seu encosto.
d) o Diabo mal viu o parvo e já lhe falou para entrar em sua barca, pois ele iria levar mais almas e
mostrar que era bom navegante.
e) o companheiro do Diabo começou a preparar a barca para que as almas dos cavaleiros pudessem
entrar
33. O ápice ou momento central da peça Auto da Barca do Inferno se dá com:
a) a entrada das almas dos mortos na Barca do Diabo.
b) a entrada das almas dos mortos na Barca da Glória.
c) a ida do Parvo para o Purgatório.
d) o julgamento das almas dos mortos.
e) a destruição do país.
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34. O Auto da Barca do Inferno termina com:
a) a derrota do Anjo em sua luta contra o Diabo.
b) uma tempestade muito forte que devasta o país.
c) o arrependimento dos mortos, principalmente o Agiota e o Magistrado.
d) a derrota do Diabo em sua luta contra o Anjo.
e) o embarque dos quatro cavaleiros na barca da glorificação.
35. A obra 1984, de George Orwell, apresenta como tema principal:
a) a subversão do real para atender aos interesses de um Estado monárquico.
b) o patrulhamento ideológico característico dos regimes totalitários.
c) a abertura política ocorrida na Inglaterra na década de 1940.
d) a revolução comunista ocorrida nos países da Oceania.
e) o golpe de Estado ocorrido na Inglaterra na década de 1940.
36. O neologismo “duplipensar”, em 1984, significa:
a) capacidade de utilizar a Novilíngua e acreditar irremissivelmente em seus cânones.
b) pensamento indevido, questionamento.
c) capacidade de evitar crimideias.
d) feição imprópria capaz de denunciar alguém à Polícia do Pensamento.
e) amar com idolatria e empolgação as ideias dos líderes governistas.
37. “Nenhuma palavra do Vocabulário B era ideologicamente neutra. A maioria era composta de
eufemismos”, (ORWELL, 2003, p. 295). Os termos que seguem pertenciam ao Vocabulário B da
Novilíngua, exceto:
a) Alegriacampo – campo de trabalhos forçados.
b) Anticpensar – incapacidade de crimideter e almasentir.
c) Bomsexo – sexo sem prazer com único intuito de reprodução.
d) Impessoa – desaparecidos políticos, que de acordo com o duplipensar, depois de “vaporizados”,
nunca haviam de fato existido.
e) Artepensar – ortodoxia.
38. As afirmações a seguir, acerca do protagonista Winston Smith, estão corretas, exceto:
a) Não acredita no Partido. Dentro de si, odeia o Grande Irmão, como o estilo de vida miserável imposto
pelo Socialismo Inglês.
b) Sua função é a de adequar as notícias dos jornais e outros documentos do passado de acordo com
os interesses do Partido.
c) Tem esperança e otimismo mesmo diante das dificuldades vividas, como a doutrinação mental em
nome da submissão e a ausência de vida própria.
d) Separado e sem filhos, o personagem tem 39 anos de idade e é um dos trabalhadores do
Departamento de Registro (Regdep) no Ministério da Verdade.
e) Adultera o passado, procura ao iniciar seu diário, concretizar algum pensamento coerente e linear;
teorizar alguma realidade sã.
39. Para criar os dois primeiros “superestados” Orwell se valeu dos antagônicos:
a) Estados Unidos e Rússia, que no contexto do fim dos anos 40 viviam o período de Guerra Fria.
b) Alemanha e Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945.
c) Japão e Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945.
d) Rússia e Alemanha, logo após a Revolução Bolchevique, de 1917.
e) Alemanha e França, durante a Segunda Guerra Mundial.
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40. Sobre o “Grande Irmão” é correto dizer que:
a) tinha como líder a figura de Emmanuel Kant, Goldstein, sendo a população obrigada a reverenciá-lo
nas atividades cívicas.
b) tinha como inimigo a figura de Emmanuel Kant, sendo a população açulada contra este inimigo
durante as atividades cívicas.
c) era a figura de liderança ideológica utilizada pelo Partido Interno como forma de personificação do
poder.
d) era a figura de liderança ideológica utilizada pelo Partido Interno como forma de oposição ao poder.
e) era o olho que tudo via com o intuito de evitar a violência e a injustiça.
41. Em relação aos “Dois minutos de Ódio” é correto afirmar que:
a) era atividade obrigatória e frequente, na qual os cidadãos são colocados diante de telas com imagens
de Goldstein e impelidos a revoltarem-se.
b) era atividade obrigatória e frequente, na qual os cidadãos são colocados diante de telas com imagens
de Gutemberg e impelidos a revoltarem-se.
c) era atividade obrigatória e frequente, na qual os cidadãos são colocados diante de telas com imagens
de Emmanuel Kant e obrigados a reverenciá-lo.
d) era atividade obrigatória e frequente, na qual os cidadãos são colocados diante de telas com imagens
de Goldstein e obrigados a reverenciá-lo.
e) era atividade obrigatória e frequente, na qual os cidadãos são colocados diante de telas com imagens
de Gutemberg e obrigados a reverenciá-lo.
42. No que se refere à cultura de massas no Socialismo Inglês de George Orwell, pode-se afirmar que:
a) atinge ideologicamente as classes mais abastadas por meio da arte, de diferentes formas procura
focar a pintura e a música como meios de transformação dos sujeitos.
b) a classe média ou a classe baixa eram os principais alvos de conscientização por meio da arte,
principalmente literatura e música.
c) atinge ideologicamente as classes mais abastadas por meio da arte, de diferentes formas procura
focar a pintura e a música como meios de domesticação desses sujeitos.
d) a arte em 1984 mostra-se enquadrada em padrões pré-estabelecidos por grupos de pensadores do
Partido.
e) especialmente os livros (produzidos pelo Departamento de Ficção) e as músicas (produzidas pelo
Departamento de Música) funcionavam como instrumentos de interação entre os sujeitos.
43. No livro D. Casmurro, de Machado de Assis, o leitor é advertido de que o adjetivo casmurro,
apelido atribuído por vizinhos a Bentinho quando este ainda era criança, não apresenta o mesmo
sentido em geral encontrado em dicionários mais antigos. O sentido de casmurro utilizado pelo autor é:
a) homem calado e introvertido.
b) homem desafortunado e infeliz.
c) homem teimoso e implicante.
d) homem sutil e inteligente.
e) homem desonesto e mentiroso.
44. A personagem José Dias é denominada pelo narrador de “agregado da família Santiago”. O termo
agregado, neste caso, é empregado de forma pejorativa para designar:
a) aquele que vive de favor no espaço de uma família de posses, uma vez que não tem nada de seu,
oferecendo serviços de todo tipo.
b) aquele que vive de favor no espaço de uma família de posses, mas em troca oferece proteção e
conselhos aos membros desta.
c) aquele que protege uma família de posses, em troca de moradia e alimentação.
d) aquele que ameaça uma família de posses e, assim, consegue tudo o que quer.
e) aquele vive de favor no espaço de uma família de posses, uma vez que não tem onde morar.
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45. Quanto a D. Casmurro, as afirmações a seguir estão corretas, exceto:
a) Partindo de um flashback da velhice à infância, Dr. Bento Santiago narra a própria história para “atar
as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência.
b) O destino de Bentinho era seguir a vida sacerdotal, pois D. Glória, sua mãe, havia feito uma
promessa de que o filho seria não seria outra coisa senão padre.
c) Contrariando a vontade, Bentinho não queria ser padre, uma vez que começa a se sentir atraído por
uma vizinha, Capitu, que vivia com os pais em uma casa humilde.
d) Filho de uma família tradicional, Bento Santiago cresceu e foi educado em um ambiente tipicamente
burguês e patriarcal, uma vez que seu pai era um homem extremamente autoritário.
e) Após a crise conjugal, Bentinho e Capitu tentam uma reconciliação e decidem viajar para a Europa,
mas não dá certo e Bentinho acaba voltando sozinho, enquanto Capitu permanece na Suíça com o filho.
46. Em relação ao foco narrativo, tem-se:
a) um narrador onisciente em terceira pessoa, já que se distancia do que é narrado e conhece até o que
se passa na mente das personagens.
b) um narrador observador em terceira pessoa, uma vez que narra a história do lado de fora, sem fazer
parte do enredo.
c) um narrador personagem em primeira pessoa, pois narra e participa da história, o que torna a
narrativa parcial.
d) um narrador personagem em primeira pessoa, pois narra e participa da história, o que torna a
narrativa mais confiável.
e) um narrador observador em terceira pessoa, já que não faz parte do enredo, tornando a narrativa
totalmente parcial.
47. No que se refere ao espaço em que se desenvolve o enredo é correto afirmar que:
a) se trata de uma história que se passa em uma fazenda do interior do Rio de Janeiro, durante o
período colonial.
b) se trata de uma história que se passa em uma fazendo do interior de São Paulo, durante o segundo
Império, em um ambiente patriarcal.
c) é uma história que transcorre em um ambiente tipicamente burguês e patriarcal da cidade de São
Paulo, durante o segundo Império.
d) é uma história que se desenrola na cidade do Rio de Janeiro, durante o segundo Império, numa
sociedade tipicamente patriarcal.
e) se trata de uma história que se passa na cidade de São Paulo, em meados do século XIX.
48. Quanto à ironia e ao ceticismo, característicos da obra de Machado de Assis, manifestam-se no
texto do autor por meio dos seguintes recursos, exceto:
a) da apresentação de uma visão cética e desencantada da realidade.
b) da elaboração de personagens que agem somente em função de interesses pessoais.
c) da presença de um humor refinado e sutil que leva o leitor à reflexão crítica.
d) da construção de enredos bem elaborados que não apresentam soluções simplistas para o conflito.
e) da construção de uma ironia crítica que apresenta como principal função provocar o riso no leitor.
49. Em relação à linguagem utilizada em D. Casmurro, pode-se afirmar que:
a) Machado se vale de todas as possibilidades de expressão lingüística, mas há um predomínio de
termos extremamente arcaicos.
b) o autor se vale de todas as possibilidades do discurso retórico, uma vez que valoriza os pormenores
descritivos.
c) o autor se vale de todas as possibilidades do discurso retórico, mas repudia pormenores descritivos.
d) os capítulos são curtos e sempre apresentam um título, e o narrador dialoga frequentemente com o
leitor.
e) valorização do discurso retórico por meio do emprego de muitos adjetivos e metáforas.
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50. São corretas as seguintes afirmações sobre Capitu, exceto:
a) seu perfil é delineado somente ao final do enredo, quando se conhece de fato sua falta de caráter.
b) personagem densa e rica, pela maneira ambígua, parcial e freqüentemente contraditória com que D.
Casmurro a retrata.
c) capacidade de simular e/ou dissimular sentimentos e emoções, autocontrole diante de situações
comprometedoras ou conflituosas.
d) detentora de vários encantos: possui olhos claros, cabelos grossos e escuros, penteados em tranças,
à maneira do tempo.
e) Inteligência viva, sagaz; extrema capacidade de reflexão e ascendência sobre as demais pessoas.
PROVA DE REDAÇÃO
Com base na leitura da coletânea de textos apresentada a seguir, elabore uma redação do tipo
dissertativo-argumentativo, de no mínimo 15 e no máximo 30 linhas, seguindo o padrão culto de
linguagem.
Tema: Violência no trânsito
Texto 1. Ministério das Cidades e Denatran lançam nova campanha de trânsito
O período de férias se aproxima, e é quando a circulação de veículos cresce significativamente,
aumentando, também, o risco de acidentes. Com o objetivo de reduzir as ocorrências de trânsito no
período das férias de julho, o Ministério das Cidades, por meio do Departamento Nacional de Trânsito
– Denatran, lança mais uma campanha nacional pela redução da violência no trânsito: a PARE,
PENSE, MUDE.
A iniciativa faz parte do movimento PARADA – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes no
Trânsito e está enquadrada na meta firmada com a OMS – Organização Mundial da Saúde.
Preconizada pela Assembléia Geral das Nações Unidas para a Década de Ações para a Segurança
no Trânsito (2011–2020), a meta prevê uma redução em até 50% das mortes ocasionadas pela
violência no trânsito nos próximos 10 anos. (...)
(DENATRAN. Ministério das Cidades e Denatran lançam nova campanha de trânsito.
Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/ultimas/20110630_decada.htm>. Acesso em: 20 out.
2011.)
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Texto 2. Uma tragédia brasileira
82% dos motoristas brasileiros admitem já ter dirigido depois de ingerir três doses, ou mais, de
bebida alcoólica, segundo pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas.
88% dos mortos em acidentes de trânsito no Rio de Janeiro apresentam álcool no sangue, mostra
estudo da UFRJ.
196 pessoas morreram nas rodovias federais no feriado de Natal de 2007, o maior número dos últimos
vinte anos.
Pesquisa do Ipea mostra que o país perde, a cada ano, 22 bilhões de reais com acidentes nas
rodovias.
(VIEIRA, Vanessa. O perigo são os beberrões. VEJA. Edição 2045, 30 jan. 2008)
Texto 3. Comportamento inadequado no trânsito
O Código de Trânsito Alemão considera dois aspectos básicos em seu parágrafo primeiro: "(1) A
participação no trânsito exige cuidados constantes e consideração mútua. (2) Cada participante do
trânsito deve comportar-se de tal maneira, que nenhum outro possa ser prejudicado, colocado em
perigo, ou, considerando as circunstâncias inevitáveis, impedido ou incomodado mais do que o
necessário" (Straßenverkehrs-Ordnung, 1970). Pode-se deduzir, desta regra, que qualquer
comportamento que prejudica ou coloca os demais participantes do trânsito em perigo é inadequado.
Tal comportamento que pode ser diferenciado entre dois tipos: erro e violação. Parker e colaboradores
(1995) definem erro como "a falha de ações planejadas para alcançar determinados resultados
desejados sem a intervenção de um acaso ou fator imprevisível" e violação como "um infração
deliberada de algum código de comportamento regulamentado ou socialmente aceito" (p. 1036). Há de
se ressaltar, inicialmente, que o erro significa um ato involuntário enquanto a violação envolve
intencionalidade. Para o contexto do trânsito, esta distinção levanta duas questões. De um lado, erro e
violação implicam em estratégias distintas de como evitar o surgimento destes comportamentos. Por
outro, as conseqüências podem ser idênticas: ao desrespeitar, por exemplo, a regra de dar a sete ao
virar uma esquina, um motorista causa um acidente com necessidade de concertos extensos no caro.
Para a vítima não faz diferença, se o não dar a sete foi por causa de erro ou de violação - está sem
carro enquanto este está sendo concertado, perde tempo, dinheiro, sofre incômodo. (...)
(MONTEIRO, Cláudia Aline Soares; GUNTHER, Hartmut. Agressividade, raiva e comportamento
de motorista. Psicol. pesqui. transito. 2006, vol. 2, n. 1, pp. 9-17.)
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FOLHA DE RASCUNHO
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