Prezados Sócios,
Tendo em vista a reportagem exibida no Fantástico de 11.08.2012 alertando
sobre a medicina anti-aging, envio em nome da Diretoria da SBEM o
posicionamento estabelecido em 2010 e divulgado no site da Sociedade:
“Hormônios Bioidênticos
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro e o crescimento do
número de idosos no país, cada vez mais médicos e especialistas se deparam
com questões relacionadas às terapias contra o envelhecimento. Dessa forma,
uma delas é a reposição hormonal.
Muito se fala, hoje, dos chamados Hormônios Bioidênticos, substâncias
hormonais que possuem exatamente a mesma estrutura química e molecular
encontrada nos hormônios produzidos no corpo humano. A nomenclatura, no
entanto, está sendo utilizada, indevidamente, apenas para os hormônios
manipulados, como se fossem novas opções de tratamento quando, na verdade,
há muito tempo hormônios bioidênticos são produzidos em indústrias
farmacêuticas e estão disponíveis nas farmácias.
Para o Dr. Ricardo Meirelles, o uso do termo vem sendo feito com objetivos
evidentemente comerciais, como uma forma de marketing. "Na realidade,
quando um endocrinologista prescreve tiroxina (hormônio tiroidiano),
estradiol e progesterona natural (hormônios ovarianos), testosterona
(hormônio masculino), hormônio do crescimento e outros, está receitando
hormônios bioidênticos, no sentido de que são hormônios cuja fórmula
molecular é igual à dos produzidos pelo corpo humano", afirma.
De acordo com a Dra. Ruth Clapauch, o uso dos bioidênticos pode ser
apropriado, porém devem ser utilizados com cautela. "Eles são importantes
para controlar os níveis hormonais no organismo, repondo o que falta no
nosso corpo, mas somente um endocrinologista estará apto para receitá-los
de maneira correta, na dose ideal, evitando complicações futuras", afirma.
Para ela, médicos devem estar atentos e dar preferência na prescrição
médica a produtos produzidos com tecnologia de ponta e não artesanalmente,
onde possa estar garantido o grau de pureza, dosagem, estabilidade,
absorção, eficácia e segurança. "Fórmulas manipuladas podem apresentar
diferenças em relação a substâncias testadas pela indústria farmacêutica,
que passaram por estudos em laboratório, em animais e em pessoas antes que
fossem aprovadas para comercialização", afirma.
A doutora relembra o posicionamento da Sociedade de Endocrinologia dos
Estados Unidos. Ele adverte que a fabricação individualizada de um
hormônio, a tal "customização", é praticamente impossível de ser alcançada
"porque os níveis de hormônio no sangue são difíceis de medir e regular
devido às variações fisiológicas". Além disso, segundo o posicionamento,
não há estudos que atestem os benefícios e riscos dos bioidênticos
manipulados.
A especialista concorda com o texto. "Muitos dos manipulados não são
controlados pelos órgãos de vigilância sanitária, ao contrário daqueles
fabricados pelos grandes laboratórios, que foram testados e estudados",
afirma. "Com hormônios industrializados, fica mais fácil para que o
endocrinologista individualize a reposição hormonal, já que não existem
oscilações nem inconsistência na quantidade das substâncias", completa.
Embora muitos médicos defendam que os bioidênticos sejam a chave para
reduzir o processo de envelhecimento do corpo de maneira natural, nada está
comprovado cientificamente e a população deve tomar cuidado com tais
promessas. "Alguns especialistas defendem o fato de que os bioidênticos
manipulados são naturais e, por causa disso, o organismo seria capaz de
metabolizá-lo da mesma forma que faria com um hormônio do próprio corpo. No
entanto, eles são produzidos de maneira artificial, e sofrem alterações em
sua estrutura química", alerta a Dra. Ruth.
Dra. Ruth Clapauch - Residência médica e curso de especialização
em Endocrinologia (IEDE); Título de especialista em Endocrinologia; Mestrado
(UFRJ) e Doutorado (UERJ); Professora de pós graduação em Endocrinologia;
Atualmente é vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e
Andrologia, já tendo sido presidente deste Departamento em duas gestões; Membro
da Comissão de Educação Médica Continuada da SBEM; Autora de diversos
artigos em revistas científicas nacionais e internacionais sobre reposição
hormonal.
Atenciosamente,
Gisah Amaral de Carvalho
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Paraná.
Prof. Dra. Gisah Amaral de Carvalho - Professora Adjunta de Endocrinologia e
Metabologia - Universidade Federal do Paraná; Presidente da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia - Regional Paraná; Vice-presidente do Departamento de
Tireóide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia”.
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