Simpósio Internacional de Raças Nativas:
Sustentabilidade e Propriedade Intelectual
Teresina, PI 19 a 22 de agosto de 2015
Prevalência de criptosporidiose em suínos naturalizados de criação extensiva na Baixada Maranhense,
Maranhão, Brasil
Thayane Ferreira Fernandes2, Leandro Henrique Veiga de Sousa3, Matheus Costa Madeira3, Fernando
Moreira Vieira Souza3, Igor André Jansen Nascimento3, *Elison Silva de Macedo4, Ana Clara Gomes dos
Santos5
1Parte do trabalho de iniciação científica do primeiro autor, financiada pela FAPEMA.
em Ciência Animal, bolsista FAPEMA – CCA/UEMA, São Luís, MA. E-mail: [email protected]
em Medicina Veterinária, CCA/UEMA, São Luís, MA.
4 Graduando em Zootecnia, CCA/UEMA, São Luís, MA.
5 Orientador (a) – Bolsista de Fixação de Doutor/PPG-MCA/CCA/UEMA.
2 Mestranda
3 Graduandos
Resumo: Cryptosporidium spp. é considerado um parasito de caráter zoonótico. O objetivo do estudo foi
determinar a prevalência da criptosporidiose suína na região da Baixada Maranhense. Foram coletadas 150
amostras fecais. Para diagnóstico dos oocistos foi utilizada coloração pela técnica de Ziehl Neelsen. A prevalência
encontrada foi de 33,3%. Com base nos resultados obtidos, a criptosporidiose em suínos na região da Baixada
Maranhense é de prevalência moderada.
Palavras-chave: Cryptosporidium spp , diarreia, fezes, oocistos
Prevalence of cryptosporidiosis in swine naturalized extensive breeding in the Baixada Maranhense,
Maranhão, Brazil
Abstract: Cryptosporidium spp. It is considered a zoonotic parasite. The aim of the study was to determine the
prevalence of swine cryptosporidiosis in the lowland region. 150 fecal samples were collected. For diagnosis of
oocysts was used staining technique of Ziehl Neelsen. The prevalence was 33.3%. Based on the results obtained,
cryptosporidiosis in swine in the lowland region is moderate prevalence.
Keywords: Cryptosporidium spp., diarrhea, feces, oocysts
Introdução
O Cryptosporidium tem sido encontrado em grande diversidade de hospedeiros, destacando-se sua
importância em sanidade animal por ser um dos agentes enteropatogênicos responsáveis por diarreias neonatais,
onde o manejo é o principal mecanismo para evitar a disseminação da infecção (SPOSITO FILHA e OLIVEIRA,
2009). A criptosporidiose tem emergido como causa significante de perdas econômicas diretas e indiretas, por
comprometer o desenvolvimento e a produção, visto que há redução no ganho de peso vivo dos animais
acometidos, especialmente quando são mantidos em sistema de criação com falhas no manejo sanitário e
nutricional (SOLTANE et al., 2007). Devido ao sistema de criação de suínos naturalizados na Baixada Maranhense
predispor os animais a adquirem Cryptosporidium spp., o presente trabalho objetivou determinar a prevalência da
criptosporidiose nesses animais.
Material e Métodos
O estudo foi realizado nos municípios de São Bento e Bacurituba. Os suínos foram escolhidos
aleatoriamente, 150 amostras foram coletadas, onde o material fecal foi colhido diretamente da ampola retal, com
auxílio de luvas lubrificadas e identificadas. Em seguida refrigerados e transportados em caixas isotérmicas, com
gelo, até o Laboratório de Doenças Parasitárias da Fazenda Escola em São Bento-MA. Para diagnóstico da
presença de oocistos nas fezes coletadas, foi utilizada a técnica de concentração por sedimentação simples, pelo
método de Hoffman, Pontes e Jane (1934) e coloração dos oocistos pela técnica de Ziehl Neelsen utilizando-se o
azul de metileno como contra-corante. Foi pipetado 2µl da concentração fecal e colocados em lâmina
microscópica, seguido dos esfregaços. As lâminas foram secas com secador e, após este período, fixadas em álcool
absoluto por cinco minutos e em seguidas flambadas por mais cinco minutos. Foi colocada por sobre todas as
lâminas, solução de fucsina, por cinco minutos e seguida, lavadas em água corrente. As lâminas foram submersas
por duas a quatro vezes em álcool ácido a 1% e posteriormente, lavadas em água corrente. Por fim, colocou-se
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sobre as lâminas solução de azul de metileno por um minuto, e essas foram novamente lavadas em água corrente,
e secas à temperatura ambiente.
Resultados e Discussão
Foi observada uma prevalência moderada (33,3%) de suínos naturalizados positivos para a presença de
Cryptosporidium spp., no entanto o número de oocistos eliminados (Figura 1) pelos suínos foi baixo, considerandose de um a cinco OoPG nas amostras examinadas, isso se deve ao sistema de criação extensivo desses animais.
Fiuza; Consendy; Oliveira (2008) encontraram uma alta prevalência de criptosporidiose em suínos de criação
familiar (40%) e tecnificada (29,3), e Gonçalves (2008) encontrou uma frequência de 46,25% em suínos no
município de Rio Claro-RJ.
Figura 1. Oocisto de Cryptosporidium spp. (setas) obtido de fezes de suínos nativos, corado pela técnica de ZiehlNeelsen modificado.
Conclusão
Com base nos resultados obtidos na pesquisa, a criptosporidiose em suínos na região da Baixada
Maranhense é de prevalência moderada.
Referências
FIUZA, V.R.S.; COSENDEY, R.I.J.; OLIVEIRA, F.C.R. Criptosporidiose suína associada aos sistemas de
produção no estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 17, Supl. 1, p. 224229. 2008.
GONÇALVEZ, L.R. Frequência de endoparasitos e considerações sobre as espécies do gênero Eimeria
schneider, 1875 (Apicomplexa: Eimeriidae) em suínos do município de Rio Claro, microrregião do Vale do
Paraíba sul fluminense, estado do Rio de Janeiro. 2008. 74f. Trabalho de conclusão de curso [Tese] - Curso de
Pós-Graduação em Microbiologia Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
SOLTANE, R.; GUYOT, K.; DEI-CAS, E.; AYADI, A. Prevalence of Cryptosporidium spp. (Eucoccidiorida:
Cryptosporiidae) in seven species of farm animals of Tunisia. Parasite, v. 14, p.335-338. 2007.
SPÓSITO FILHA, E.; OLIVEIRA, S.M. Divulgação Técnica: criptosporidiose. Biológico, v.71, n.1, p.17-19.
2009.
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