MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
RELATÓRIO AMBIENTAL
DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
CAMBUCHIM
SÃO BORJA/RS.
Porto Alegre, outubro de 2008.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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SUMÁRIO
1
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EQUIPE TÉCNICA .......................................... 1
2
IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL .............................................................................................. 2
3
LOCALIZAÇÃO ..................................................................................................................... 3
4
PAISAGEM REGIONAL ........................................................................................................ 5
4.1
O ambiente natural ........................................................................................................ 5
4.1.1 Clima........................................................................................................................ 5
4.1.2 Geologia e geomorfologia........................................................................................ 8
4.1.3 Relevo...................................................................................................................... 8
4.1.4 Solos...................................................................................................................... 11
4.1.4.1 Descrição das unidades de mapeamento....................................................... 13
4.1.5 Hidrografia ............................................................................................................. 15
4.1.6 Vegetação.............................................................................................................. 17
4.1.7 Fauna..................................................................................................................... 22
4.2
Aspectos sócio-econômicos da região ........................................................................ 26
4.2.1 População.............................................................................................................. 26
4.2.2 Produção primária ................................................................................................. 27
4.2.2.1 Produção agrícola........................................................................................... 27
4.2.2.1.1 Cultivos temporários ................................................................................. 27
4.2.2.1.2 Cultivo permanente................................................................................... 28
4.2.2.2 Produção animal ............................................................................................. 29
4.2.2.2.1 Bovinocultura de corte .............................................................................. 30
4.2.2.2.2 Bovinocultura leiteira................................................................................. 30
4.2.2.2.3 Suínos....................................................................................................... 31
4.2.2.2.4 Aves .......................................................................................................... 31
4.2.2.2.5 Ovinos....................................................................................................... 31
4.2.2.2.6 Produção de Mel....................................................................................... 31
5
DIAGNÓSTICO DA ÁREA DO PROJETO DE ASSENTAMENTO ..................................... 33
5.1
Diagnóstico do meio natural ........................................................................................ 33
5.1.1 Relevo.................................................................................................................... 33
5.1.2 Recursos hídricos .................................................................................................. 37
5.1.3 Áreas de preservação e conservação ................................................................... 39
5.1.4 Capacidade de uso das terras............................................................................... 39
5.1.4.1 Avaliação de capacidade de uso .................................................................... 40
5.1.5 Uso do solo............................................................................................................ 43
5.1.6 Vegetação.............................................................................................................. 50
5.1.6.1 Considerações sobre a vegetação campestre................................................ 75
5.1.6.2 Considerações sobre a vegetação florestal.................................................... 77
5.1.6.3 Sugestões para a valorização e utilização sustentável da flora nativa........... 81
5.1.7 Fauna..................................................................................................................... 84
5.2
Diagnóstico do meio sócio–econômico e cultural........................................................ 87
5.2.1 População e organização social ............................................................................ 87
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5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
5.2.6
6
Infra-estrutura física, social e econômica .............................................................. 87
Sistema produtivo .................................................................................................. 87
Saúde .................................................................................................................... 88
Educação............................................................................................................... 88
Saneamento .......................................................................................................... 88
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS.................................................... 89
6.1
Degradação do solo .................................................................................................... 89
6.1.1 Medidas mitigadoras.............................................................................................. 89
6.2
Uso das áreas de preservação permanente (APP) ..................................................... 89
6.2.1 Medidas mitigadoras.............................................................................................. 90
6.3
Inexistência de ARL..................................................................................................... 90
6.3.1 Medidas mitigadoras.............................................................................................. 90
6.4
Degradação da vegetação nativa................................................................................ 90
6.4.1 Medidas mitigadoras.............................................................................................. 91
6.5
Redução da abundância e riqueza da mastofauna nativa .......................................... 91
6.5.1 Medidas mitigadoras.............................................................................................. 91
6.6
Destinação inadequada de resíduos líquidos e sólidos .............................................. 92
6.6.1 Medidas mitigadoras.............................................................................................. 92
7
EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................... 93
8
BIBILIOGRAFIA .................................................................................................................. 94
9
ANEXOS .............................................................................................................................. 97
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do município de São Borja no Estado do Rio Grande do Sul. .................. 3
Figura 2. Localização do Projeto de Assentamento Cambuchim no município de São Borja. .... 4
Figura 3. Diagrama climático de São Borja (28°39’43,99”S e 56°00’15,01”W), para o período de
observação 1931-1960.................................................................................................. 6
Figura 4. Gráfico do balanço hídrico climático de São Borja (28°39’43,99”S e 56°00’15,01”W),
onde P é a precipitação, ETP a evapotranspiração potencial e ETR a
evapotranspiração real .................................................................................................. 7
Figura 5. Faixas de altitude em São Borja. ................................................................................ 10
Figura 6. Faixas de declividade em São Borja........................................................................... 11
Figura 7. Grupos de solos do município de São Borja, modificado a partir de IBGE (1986). .... 13
Figura 8. Bacias hidrográficas no município de São Borja......................................................... 16
Figura 9. Regiões Fitoecológicas do município de São Borja.................................................... 17
Figura 10. Faixas de altitude no PA Cambuchim. ...................................................................... 35
Figura 11. Faixas de declividade no PA Cambuchim................................................................. 36
Figura 12. Mapa de recursos hídricos no PA Cambuchim......................................................... 38
Figura 13. Mapa das classes de capacidade de uso das terras do PA Cambuchim. ................ 42
Figura 14: Uso anterior à implantação do PA Cambuchim. ....................................................... 45
Figura 15: Uso após a implantação do PA Cambuchim............................................................. 46
Figura 16. Pastagem nativa - PA Cambuchim. Vegetação com duplo estrato. ......................... 76
Figura 17. Não existem florestas nativas no PA Cambuchim, apenas campos nativos Município de São Borja. .............................................................................................. 79
Figura 18. No PA Cambuchim os campos nativos que constituem a paisagem são substituídos
por lavouras -Município de São Borja. ........................................................................ 79
Figura 19. O PA Cambuchim não possui florestas, apenas capoieras em beiras de estradas,
onde uma das espécies comuns é a aroeira-brava-de-folha-composta (Lithraea
molleoides) e o toropi (Sapium haematospermum)..................................................... 80
Figura 20. Neste PA, os assentados plantaram muitas árvores ao redor de suas casas, tanto
nativas como exóticas, um belo exemplo. ................................................................... 81
Figura 21. Formações abertas predominantes, PA Cambuchim. Ao fundo, e fora do PA, APP da
sanga dos Quevedos................................................................................................... 85
Figura 22. Carcaça de Dasypus novemcinctus (tatú-galinha), nas proximidades do PA
Cambuchim. ................................................................................................................ 86
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Dados (1931-1960) mensais e anuais de temperatura e precipitação de São Borja ... 5
Tabela 2. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no município de São Borja. ............ 9
Tabela 3. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no município de São Borja. ...... 9
Tabela 4. Área ocupada pelas diferentes classes de solo no município de São Borja.............. 12
Tabela 5. Superfície ocupada pelas bacias hidrográficas que interceptam o município de São
Borja. ........................................................................................................................ 15
Tabela 6. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) dos principais
cultivos temporários de 2002 a 2005, no município de São Borja............................ 28
Tabela 7. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) do cultivo
permanente de 2002 a 2005, no município de São Borja. ....................................... 29
Tabela 8. Efetivo dos principais rebanhos por tipo de rebanho no município de São Borja e sua
participação na soma da sua microrregião............................................................... 30
Tabela 9. Número de vacas ordenhadas e produção de leite (mil litros) no município de São
Borja durante os anos de 1996 e de 2002 a 2006.................................................... 31
Tabela 10. Produção de mel no município de São Borja e participação na sua microrregião
geográfica nos anos de 1996 e de 2002 a 2006. ..................................................... 32
Tabela 11. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Cambuchim...................... 34
Tabela 12. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Cambuchim. .............. 34
Tabela 13. Superfície ocupada por áreas APP e ARL no PA Cambuchim. ............................... 39
Tabela 14. Unidades de capacidade de uso das terras, suas respectivas áreas e fatores
limitantes no PA Cambuchim.................................................................................... 41
Tabela 15. Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Cambuchim no período anterior
(27/01/1997) e posterior (02/08/2001) à implantação do PA.................................... 43
Tabela 16. Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Cambuchim no período
anterior (27/01/1997) e posterior (02/08/2001) à implantação do PA....................... 44
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos
de Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja,
Santo Antônio das Missões, São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz
Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o município de Giruá. 1 Status
de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu= arbustivo;
epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies
introduzidas. ............................................................................................................. 50
Quadro 2. Fatores limitantes da terra......................................................................................... 97
Quadro 3. Valores de profundidade efetiva................................................................................ 98
Quadro 4. Classes de permeabilidade do perfil dos solos ......................................................... 98
Quadro 5. Textura dos solos. ..................................................................................................... 99
Quadro 6. Intervalos de declividade........................................................................................... 99
Quadro 7. Hidromorfismo conforme a profundidade do solo ..................................................... 99
Quadro 8. Profundidade dos sulcos ......................................................................................... 101
Quadro 9. Interação da freqüência e duração das inundações. .............................................. 102
Quadro 10. Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da
Região Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das
Missões, São Nicolau, Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das
Missões e para o município de Giruá, já inserido na regiã fisiográfica do Alto
Uruguai. .................................................................................................................. 107
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PROJETO DE ASSENTAMENTO CAMBUCHIM
SÃO BORJA/RS
Solicitação do Licenciamento de Implantação e Operação – LIO
1
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EQUIPE TÉCNICA
Ministério do Desenvolvimento Agrário - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA/RS
Endereço: Avenida José Loureiro da Silva 515, 4º andar.
90010-420 - Porto Alegre - RS
Representante legal: Mozar Artur Dietrich –Superintendente Regional
Responsável técnico: Engenheira Agrônoma Fernanda Arrache
Contato: Fone (51) 3284-3415
E-mail: [email protected]
Equipe Técnica
Heinrich Hasenack
Geógrafo, MSc.– Coordenador, UFRGS
Eliseu Weber
Eng º Agrônomo, MSc. – UFRGS
Fabiano Leite Gonzales
Mestrando em Geografia Humana - USP
Josi Cerveira
Bióloga MSc.- UFRGS
Cláudia Russo da Silva
Geógrafa - UFRGS
Daniel Hauschild de Oliveira
Eng º Agrônomo - UFSM
Rogério Jaworski dos Santos
Eng º Agrônomo, MSc. – UFRGS
Mariana Lisboa Pessoa
Acadêmica de Geografia - UFRGS
Martin Grings
Biólogo - UFRGS
Leila Helena Franco Rosales
Eng ª Agrônoma - UFPel
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2
IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL
•
Denominação do imóvel: Projeto de Assentamento Cambuchim
•
Código SNCR: 864.102.035.718-0
•
Processo de Obtenção: 54.220.001833/1998-46
•
Processo do Projeto de Criação: 54.220.002226/1998-49
•
Data da criação: 14/12/1998
•
Código do SIPRA: RS0097000
•
Área total do projeto: 590,38 hectares
•
Número de módulos fiscais: 29,52
•
Número de famílias assentadas: 30 famílias
•
Área média dos lotes: 19,68 hectares
•
Município: São Borja/RS (Figura 1 e Figura 2)
•
Localização e acesso: O PA Cambuchim está localizado cerca de 39 km a nordeste da
sede municipal de São Borja/RS. Saindo de São Borja pelo trevo de acesso à Ponte
Internacional, rumo a Garruchos, percorrem-se cerca de 14,2 km até uma encruzilhada. A
partir deste ponto, segue-se à direita pela mesma via municipal sem pavimentação por
cerca de 4,5 km (passando-se pela ponte do rio Icamaquã) até uma encruzilhada (São
Marcos-São Mateus-Garruchos). Seguindo à direita pela via que leva a Mercedes e
Samburá, por mais 19,3 km, dobra-se à esquerda e percorre-se mais cerca de 1 km até a
entrada no PA. O acesso principal ao PA Cambuchim é feito por vias municipais sem
pavimentação, geralmente de boa trafegabilidade o ano inteiro. O PA encontra-se cerca de
15 km da BR 285 que leva a Itaqui e Uruguaiana no sentido oeste e a São Luis Gonzaga no
sentido leste.
•
Coordenadas: a área situa-se entre os seguintes pontos extremos do sistema de
coordenadas UTM do fuso 21: 618.970 m E, 6.841.500 m N e 633.010 m E, 6.854.460 m N.
•
Bacia hidrográfica: Os Projetos de Assentamentos Cambuchim e São Marcos situam-se
sobre a bacia dos Rios Butuí-Piratinim-Icamaquã (Figura 8).
•
Zoneamento Agroecológico (SA/RS, 1978): O zoneamento agrícola aponta como culturas
preferenciais para o município de São Borja: alfafa, arroz irrigado, os citrus (laranja e
bergamota), cana-de-açúcar (parte do município para a produção de álcool e açúcar),
mandioca (norte), milho (parte do município), sorgo, trigo e forrageiras de clima tropical e
subtropical ao norte (capim rhodes, feijão miúdo, pangola, panicum maximum, paspalum
dilatatum, sorgo e milhetos, soja perene e outras).
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3
LOCALIZAÇÃO
O município de São Borja está localizado a aproximadamente 594 km de Porto Alegre. Sua
sede está a 123 m de altitude e suas coordenadas geográficas são 28º39'39" de latitude Sul e
56º00'14" de longitude Oeste. Limita-se ao norte com Garruchos, a leste com Santo Antônio
das Missões, Itacurubi e Unistalda, ao sul com Macambará e Itaqui e a oeste com a República
Argentina. Está dividido em dois distritos: São Borja (sede) e Rincão do Meio.
São Borja localiza-se na mesorregião Sudoeste Rio-grandense, pertencendo à microrregião
Campanha Ocidental (IBGE, 2006) e ao Corede Fronteira Oeste (SCP/RS, 2005). Na divisão
fisiográfica do Estado (Fortes, 1979), enquadra-se na região Missões. As principais vias de
acesso ao município são a BR 285, BR-287 e a BR 472 (Figura 1), pavimentadas.
Figura 1. Localização do município de São Borja no Estado do Rio Grande do Sul.
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O Projeto de Assentamento Cambuchim fica localizada cerca de 39 km a nordeste da sede
municipal de São Borja/RS. (Figura 2). O PA Cambuchim não faz limite com outros PA, mas
encontra-se próximo do PA São Marcos (Federal) e dos PA Fazenda Cassacan e Cristo
Redentor (Estaduais). Encontra-se também próximo do PA São Braz, de Santo Antônio das
Missões, e do PA São Domingos (Estadual), de Garruchos. O acesso ao PA Cambuchim é feito
por vias municipais de terra, que em geral são de boa trafegabilidade o ano inteiro.
O município de São Borja abriga em seu território quatro Projetos de Assentamento,
beneficiando cerca de 77 famílias de pequenos agricultores. A presença de vários outros
Projetos de Assentamentos concentrados nos municípios vizinhos de Santo Antônio das
Missões, Itacurubí, Garruchos e Maçambará e municípios próximos como Bossoroca, Manoel
Viana, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, Capão do Cipó, Jóia, Giruá, Tupanciretã,
Jari, Quevedos, Júlio de Castilhos e Boa Vista do Incra forma um conjunto de Projetos de
Assentamentos que possibilita a organização coletiva dos beneficiários da reforma agrária e
pode facilitar o atendimento por parte do INCRA e Estado.
Figura 2. Localização do Projeto de Assentamento Cambuchim no município de São Borja.
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PAISAGEM REGIONAL
4.1 O ambiente natural
4.1.1 Clima
O município de São Borja encontra-se entre os paralelos 28°S e 29°S, e está a cerca de 470
km do oceano Atlântico. Esta posição geográfica, associada a um relevo plano a levemente
ondulado, proporciona uma homogeneidade na distribuição da maioria dos elementos
climáticos no município.
Com base no período normal 1931-60 publicado no Atlas Agroclimático do Estado do Rio
Grande do Sul (IPAGRO, 1989) (Tabela 1), a estação meteorológica mais adequada para
caracterizar o clima de São Borja situa-se em São Borja. Localizada nas coordenadas
28°39’43,99”S e 56°00’15,01”W e com altitude de 108 metros, a estação de São Borja registra
uma temperatura média anual de 16,1°C, tendo em janeiro seu mês mais quente, com
temperatura média de 25°C, e em julho seu mês mais frio, com temperatura média de 14°C.
A precipitação total anual é de 1.524 mm, não havendo grandes diferenças de distribuição
entre as estações do ano. A diferença entre a estação mais seca, o verão e a mais chuvosa, o
inverno, é de 47 mm. O mês que registra a maior precipitação é outubro, com 162 mm e o de
menor precipitação é julho, com 91 mm.
Tabela 1. Dados (1931-1960) mensais e anuais de temperatura e precipitação de São Borja
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Ano
Temperatura
média (° C)
25
25
23
19
16
14
14
16
18
20
22
24 16,1
Precipitação
(mm)
124
115
150
146
142
125
91
92
135
162
126
116 1.524
Esses valores quando submetidos à classificação proposta por Köppen (1948), indicam um
clima do tipo Cfa. Esse tipo climático é característico das regiões de menor altitude do Estado,
evidenciando condições subtropicais, com verões quentes de temperaturas médias superiores
a 22°C, invernos amenos de temperatura superior a -3°C e distribuição uniforme de
precipitação ao longo do ano (Figura 3).
A Figura 3 representa o diagrama climático proposto por Walter (1986), para o caso específico
de São Borja. O eixo horizontal representa os meses do ano, iniciando pelo mês de julho e
terminando em junho, de forma que os meses de verão situam-se na porção central do gráfico.
O eixo vertical representa a temperatura (°C) à esquerda e a precipitação (mm) à direita. A
escala utilizada tem uma relação de 1°C para 2 mm de precipitação. Nesta relação, segundo
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Walter (1986), meses nos quais a curva da precipitação encontra-se acima daquela da
temperatura são considerados úmidos.
O comportamento da precipitação em São Borja (Figura 3) garante disponibilidade regular de
água no solo para as plantas, em especial nos meses mais quentes. Através do balanço hídrico
climático (Cunha, 1992), é possível identificar os períodos de excedente ou déficit hídrico no
Município (Figura 4).
300
São Borja, 108m
[30]
20,1° C, 1523 mm
200
100
80
Cº
mm
30
60
20
40
10
20
Figura 3. Diagrama climático de São Borja (28°39’43,99”S
56°00’15,01”W), para o período de observação 1931-1960.
e
A Figura 4 expressa o curso médio do balanço hídrico climático calculado pelo método de
Thorthwaite e Mather (Cunha, 1992), para uma capacidade de armazenamento de 75 mm. Há
excedente hídrico durante o ano, com exceção dos meses de verão onde, a soma do
excedente no ano resulta num saldo de 588 mm. Maio e Junho são os meses de maior
excedente, respectivamente com 98 e 93 mm, ocorre déficit nos meses de dezembro (4 mm),
janeiro (7 mm) e fevereiro (2 mm).
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180
160
ALTURA DE ÁGUA(mm)
140
120
100
80
60
40
20
0
jul
ago set
out nov dez
jan
fev mar abr mai
jun
MESES
P
ETP
ETR
Figura 4. Gráfico do balanço hídrico climático de São Borja (28°39’43,99”S e
56°00’15,01”W), onde P é a precipitação, ETP a evapotranspiração potencial e
ETR a evapotranspiração real
O zoneamento agrícola (SA/RS, 1978) aponta como culturas preferenciais para o município de
São Borja: alfafa, arroz irrigado, os citrus (laranja e bergamota), cana-de-açúcar (parte do
município para a produção de álcool e açúcar), mandioca (norte), milho (parte do município),
sorgo, trigo e forrageiras de clima tropical e subtropical ao norte (capim rhodes, feijão miúdo,
pangola, panicum maximum, paspalum dilatatum, sorgo e milhetos, soja perene e outras). As
culturas toleradas incluem, batatinha, cana-de-açucar (parte do município para a produção de
açúcar e álcool), cebola e alho, os citrus (limões), milho (parte do município), mandioca (sul),
soja, forregeiras de clima tropical e subtropical. Também ao sul, forrageiras de clima temperado
(aveia, azevém, centeio, cornichão, festuca, trevos e outras). O município é considerado
marginal para as culturas de feijão, fumo, pessegueiro. Não é recomendado o cultivo da
macieira.
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4.1.2 Geologia e geomorfologia
O município de São Borja localiza-se no Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas
Sedimentares, mais especificamente na região geomorfológica do Planalto das Missões (IBGE,
1986).
A região geomorfológica do Planalto das Missões localiza-se no centro do Domínio
Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares e avança para oeste, limita-se a leste e
sul pelo Planalto das Araucárias e pelo Planalto da Campanha a oeste e sudoeste. As formas
do relevo são bastante homogêneas de modo geral, colinas suaves, bem arredondadas, a
maioria esculpidas em rochas vulcânicas básicas e poucas em rochas sedimentares. Trata-se
de uma área com altitudes entre 200 e 500 m aproximadamente, cujas cotas decrescem em
direção ao Rio Uruguai. Estas formas de relevo homogêneas e suaves, os solos profundos,
representados por Latossolos e Terras Roxas Estruturadas, favoreceram a atividade agrícola.
Na maior parte do município os vales fluviais em direção ao rio Uruguai estão na ordem de 22 a
28m de profundidade. As áreas de dissecação mais grosseira, com colinas alongadas e
menores desníveis entre topo e vale (Dg1), que melhor caracterizam a Unidade
Geomorfológica Planalto de Santo Ângelo, parecem ter se desenvolvido especialmente em
rochas efusivas básicas, da Formação Serra Geral. As áreas de mesmo tipo de dissecação em
colinas, porém com maior entalhamento fluvial entre uma e outra colina (Dg2), parecem se
associar mais às rochas vulcânicas ácidas. Estas se encontram distribuídas nas porções
marginais e a sul da Unidade.
Nas áreas onde as formações superficiais são resultantes da alteração das rochas vulcânicas
ácidas em especial, relacionadas a modelados classificados como Dg2, os fenômenos de
erosão e movimentos de massa generalizados estão retratados por sulcos e ravinas, que
raramente evoluem para o estágio de voçoroca.
4.1.3 Relevo
O relevo de São Borja é plano, o que é característico da homogeneidade da Região
Geomorfológica Planalto das Missões e da porção ocidental da Unidade Geomorfológica
correspondente, Planalto de Santo Ângelo. As altitudes no município variam de
aproximadamente 50 m até cerca de 200 m, com declividades pouco acentuadas em todo o
município, estando às áreas mais declivosas localizadas no extremo sudeste.
As Figura 5 e Figura 6 mostram, respectivamente, a distribuição das diferentes altitudes e das
declividades no território do município e as Tabela 2 e Tabela 3 mostram o percentual da área
do município ocupada por diferentes faixas de altitude e declividade. Analisando-se estes
dados percebe-se que a maior parte do município tem altitudes entre 50 e 150 m
(aproximadamente 94,35% do território) e declividades inferiores a 5% (aproximadamente
89,94% do território). As áreas mais elevadas situam-se sudeste do município.
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Tabela 2. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no município de São Borja.
Faixa de altitude
0 a 50 m
Área (ha)
Área (%)
1.368,90
0,38
50 a 100 m
240.137,45
66,54
100 a 150 m
100.354,14
27,81
150 a 200 m
14.656,14
4,06
4.360,23
1,21
360.876,86
100,00
> 200 m
Total
Tabela 3. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no município de São Borja.
Faixa de declividade
Área (ha)
Área (%)
0 a 5%
324.590,48
89,94
5 a 10%
34.071,03
9,44
10 a 15%
1.781,19
0,49
434,16
0,12
360.876,86
100,00
> 15%
Total
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Figura 5. Faixas de altitude em São Borja.
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Figura 6. Faixas de declividade em São Borja.
4.1.4 Solos
Neste item são apresentadas as principais classes de solos que ocorrem no Município de São
Borja com base nos estudos disponíveis no Estado até o presente: “Levantamento de
Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul” (Ministério da Agricultura, 1973) na escala
1:750.000” e “Levantamento Exploratório de Solos” (IBGE, 1986) na escala 1:1.000.000”. Os
solos foram descritos quanto às suas características, classificação, ocorrência e aptidão para
uso agrícola com base nas cartas digitais em escala 1:250.000 do IBGE. A classificação dos
solos foi atualizada com base no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA,
1999).
A Figura 7 mostra os grupos de unidades de mapeamento de solos ocorrentes no município de
São Borja e a Tabela 4 lista a área ocupada por cada tipo de solo no território do município.
Analisando-se esses dados verifica-se que a maior parte do município é constituída de
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Argissolos (56,03% do território) e com menor expressão, encontram-se Gleissolos (17,84%),
Neossolo (8,65%), Plintossolo (7,15%), Latossolo (3,9%), Vertissolo (1,53%), Urbano (0,26%) e
Planossolo (0,07%).
Tabela 4. Área ocupada pelas diferentes classes de solo no município de São Borja.
Classe
N º de manchas
Grupo
Área
(ha)
Área
(%)
6.686,55
1,85
Água
18
Água
Ge
16
Gleissolo
64.388,52
17,84
LEa2
3
Latossolo
9.712,71
2,69
LEa3
1
Latossolo
4.375,62
1,21
PLe1
1
Planossolo
257,58
0,07
PTd1
3
Plintossolo
25.807,41
7,15
Re2
2
Neossolo
14.504,67
4,02
Re6
1
Neossolo
16.411,41
4,55
Re8
1
Neossolo
315,90
0,09
TRe1
1
Argissolo
40.512,15
11,23
TRe2
2
Argissolo
161.680,04
44,80
TRe3
1
Argissolo
9.771,03
2,71
Urbano
1
Urbano
922,59
0,26
V3
1
Vertissolo
5.530,68
1,53
Total
52
360.876,86
100,00
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Figura 7. Grupos de solos do município de São Borja, modificado a partir de IBGE (1986).
4.1.4.1 Descrição das unidades de mapeamento
Argissolo
TRe1 – Terra Roxa Estruturada eutrófica A mod. e chern. text. mto. arg. rel. sond.
TRe2 – Terra Roxa Estruturada eutrófica A mod. e chern. text. mto. arg. + Terra Roxa
Estruturada Latossólica distrófica A mod. text. mto. arg. rel. sond. e ond.
Ter3 – Terra Roxa Estruturada eutrófica A mod. chern. text. mod. mto. arg. rel. sond. +
Plintossolo distrófico e eutrófico Ta e Tb A mod. text. méd. casc./arg. e méd. casc./arg. rel. pl. e
sond.
Gleissolo
Ge – Gleissolo eutrófico Ta A chern. e mod. text. arg. + Gleissolo Húmico eutrófico Ta A chern.
text. arg. rel. pl.
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Latossolo
LEa2 – Latossolo Vermelho-Escuro álico, textura argilosa, plano e suavemente ondulado.
LEa3 – Latossolo Vermelho-Escuro álico, textura média, relevo plano.
Neossolo
Re2 – Solos Litólicos eutróficos A chern. text. méd. casc. e méd. fase ped. basalto rel. ond.
Re6 – Solos Litólicos eutróficos A chern. text. méd. casc. e méd. fase ped. e não ped. basalto +
Brunizém text. arg. rel. ond.
Re8 – Solos Litólicos eutróficos A chern. text. méd. casc. e méd. fase ped. e não ped. basalto +
Brunizém Vértico cálc. e não cálc. text. arg. rel. ond.
Planossolo
PLe1 – Planossolo eutrófico Ta A mod. text. aren./méd. e méd./arg. rel. pl.
Plintossolo
PTd1 – Plintossolo distrófico e eutrófico Ta e Tb A mod. text. méd. casc. /arg. casc. rel. pl.
Vertissolo
V3 – Vertissolo cálc. A chern. text. arg. e mto. arg. rel. pl.
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4.1.5 Hidrografia
A rede de drenagem do município apresenta um padrão predominantemente dendrítico a
subdendrítico, distribuída em duas bacias hidrográficas: a do rio Ibicuí e a dos rios ButuíPiratinim-Icamaquã. As duas bacias são pertencentes à Região Hidrográfica do Uruguai, de
acordo com o Departamento de Recursos Hídricos (DRH) do Estado do Rio Grande do Sul. A
Figura 8 mostra a rede de drenagem superficial no município de São Borja, com base nas
cartas topográficas em escala 1:250.000 da região.
A superfície do município distribuída nas bacias citadas acima está relacionada na Tabela 5 em
que se pode constatar que a maior área pertence à bacia dos Butuí-Piratinim-Icamaquã
(97,75% do município). Os projetos de assentamento Cambuchim e São Marcos estão
localizados sobre a Bacia dos rios Butuí-Piratinim-Icamaquã.
Tabela 5. Superfície ocupada pelas bacias hidrográficas que interceptam o município de São Borja.
Bacia hidrográfica
Área (ha)
Área (%)
Bacia do Rio Ibicuí
8.132,40
2,25
Bacia dos Rios Butuí-Piratinim-Icamaquã
352.744,46
97,75
Total
360.876,86
100,00
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Figura 8. Bacias hidrográficas no município de São Borja.
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4.1.6 Vegetação
O município de São Borja está inserido no Bioma Pampa, e possuía, originalmente, 8,9% de
Área das Formações Pioneiras, 12,9% de Floresta Estacional Decidual e 78,2% de SavanaEstépica (Hasenack & Cordeiro, 2006). Os campos neste município correspondentes à SavanaEstépica são do tipo Gramíneo-lenhosa. A Floresta Estacional Decidual é do tipo Submontana.
A Área das Formações Pioneiras encontra-se principalmente na porção oeste do município,
enquanto que a Floresta ocorre principalmente ao norte, ambas nas margens dos cursos
d’água. A Savana-Estépica predomina em todo município. São Borja encontra-se na porção
noroeste da região fisiográfica das Missões (Borges Fortes, 1979) (Figura 9).
Figura 9. Regiões Fitoecológicas do município de São Borja.
A região fisiográfica das Missões localiza-se na encosta ocidental do planalto rio-grandense
(Fortes 1959). É uma região bastante chuvosa e que possui altitude média de 450 metros. Os
quatro principais rios que correm nesta região fisiográfica são: o rio Ibicuí, constituindo o limite
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sul; o rio Icamaquã; o rio Piratinim; o rio Ijuí e o rio Comandaí, este último como limite norte. Na
passagem seguinte Rambo (1956) descreve parte da paisagem das baixas bacias dos dois rios
da parte mediana desta região: “Os rios Camaquã e Piratini e os tributários menores do Uruguai deslizam escondidos em largos cordões de galeria, dos quais emergem os penachos das
palmeiras e as copas verdes das canafístulas ornadas de cachos amarelos de flores. Nos largos trechos de campo aberto afloram porções de rochas cinzentas. Parques de espinilhos se
alastram sobre as encostas das coxilhas...” A seguir outra passagem de Rambo (1956), descrevendo a porção meridional da região fisiográfica das Missões. “As últimas elevações tabulares da Coxilha do Igoriaçá infletem para o norte e fenecem nos campos de São Borja. Ali, a
única diferença em comparação com a Campanha está no desenvolvimento mais vigoroso da
vegetação silvática, manifestando-se em volumosos anteparos e grandes capões fechados.
Estamos na região onde o planalto se derrama na campanha”.
Quanto aos aspectos fisiográficos, o que Fortes (1959) define como região fisiográfica das
Missões, corresponde à parte do Planalto das Missões, segundo IBGE (1986). Quanto à
distribuição da vegetação, seguindo ainda IBGE (1986), a região fisiográfica das Missões é
coberta pelas seguintes regiões fitoecológicas: Savana, Floresta Estacional Decidual. Além
disto, ocorre ainda nesta região fisiográfica uma área sob condição ecológica especial de
transição caracterizando uma Área de Tensão Ecológica.
A Savana ocorre em ambientes caracterizados pelas seguintes condições: clima estacional,
solos rasos ou arenosos lixiviados, relevo geralmente aplainado, pedogênese férrica (solos
distróficos ou álicos) e vegetação gramíneo-lenhosa. Na região em estudo, as Missões, a subformação encontrada é a Savana Gramíneo-Lenhosa com floresta-de-galeria, cujos campos
desenvolvem-se em áreas de relevo suave ondulado, caracterizados pela quase ausência de
capões arbóreos. A vegetação herbácea gramíneo-lenhosa é composta por Andropogon spp.,
Paspalum spp., Aristida spp., Piptochaetium montevidense (pêlo-de-porco), Baccharis spp.,
Vernonia spp., Desmodium spp., Trifolium spp. As florestas de galeria são estreitas, porém
densas e de porte medianamente alto. As espécies mais comuns são: Peltophorum dubium
(canafístula), Luehea divaricata (açoita-cavalo), Eugenia uniflora (pitangueira), Lithraea brasiliensis (aroeira-brava), Sebastiania commersoniana (branquilho), Prunus myrtifolia (pessegueirobravo), Sebastiania brasiliensis (leiterinho), Syagrus romanzoffiana (jerivá), Myrcia bombycina
(guamirim), Vitex megapotamica (tarumã), Campomanesia guazumifolia (sete-capotes), Plinia
rivularis (guapuriti), Myrocarpus frondosus (cabreúva), Holocalyx balansae (alecrim), Cordia
trichotoma (guajuvira), Nectandra megapotamica (canela-fedorenta), entre várias outras.
Hasenack e Cordeiro (2006), propuseram uma alteração nos limites da Savana-estépica
caracterizada por IBGE (1986), baseados na ocorrência do espinilho (Acacia caven). Nas
Missões esta região fitoecológica é predominante, principalmente na área referente ao Bioma
Pampa. Delimitando o Bioma Mata Atlântica estão as Áreas de Tensão Ecológica e a Floresta
Estacional Decidual nas porções norte, nordeste e sudeste. A Floresta, assim como as Áreas
das Formações Pioneiras, estão presentes ao longo dos rios, que cortam a região de leste para
oeste, e ao longo das terras baixas junto do rio Uruguai, seu limite oeste.
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As Áreas de Tensão Ecológica constituem o contato entre duas ou mais regiões fitoecológicas,
geralmente na forma de encrave, ou seja, com os diferentes tipos de vegetação não se misturando e sim mantendo as suas particularidades. No Planalto das Missões as Áreas de Tensão
Ecológica que constituem o contato entre a Savana e a Floresta Estacional Decidual situam-se
ao longo do rio Uruguai, nas bacias dos rios Ijuí e Comandai e a leste da cidade de Santiago.
Já aquelas que constituem o contato entre a Savana e a Savana Estépica ocupam partes das
bacias dos rios Icamaquã e Piratinim e seus tributários, prolongando-se até o norte no baixo rio
Ijuí. A Savana costuma ocorrer no topo das coxilhas enquanto que a Savana Estépica costuma
ocorrer nos vales. Nos topos são comuns as cactáceas como as do gênero Opuntia sp. que
crescem sobre um tapete gramíneo-lenhoso, formado por gramíneas, leguminosas, asteráceas,
oxalidáceas, umbelíferas e outras. Ocorre também nesta comunidade o espinilho (Acacia caven). Porém nas margens dos maiores cursos d’água, como, por exemplo, do rio Piratinim, desenvolvem-se florestas tropicais de grande porte e diversidade, com a presença de muitas das
espécies arbóreas da Floresta Estacional Decidual citadas acima, (observações próprias).
A Floresta Estacional Decidual, ainda segundo IBGE (1986), na região fisiográfica das Missões,
ocupa a bacia do rio Ijuí e pequenas partes próximas do rio Uruguai. Nestas florestas há uma
considerável ocorrência de lauráceas, como: Ocotea puberula (canela-guaicá), Nectandra
megapotamica (canela-merda) e Nectandra lanceolata (canela-amarela). Além disto, nestas
florestas dominam Cordia americana (guajuvira), Holocalyx balansae (alecrim), Eugenia
rostrifolia (batinga-vermelha), Apuleia leiocarpa (grápia), Parapiptadenia rigida (angicovermelho), Myrocarpus frondosus (cabreúva), Phytolacca dioica (umbu) no dossel da floresta e
Trichilia clausseni (catiguá-vermelho), Sorocea bonplandii (cincho), Trichilia catigua (catuaba),
Gymnanthes concolor (laranjeira-do-mato), Pilocarpus pennatifolius (jaborandi), rabo-de-bugio
(Lonchocarpus campestris, L. muehlbergianus e L. nitidus) no sub-bosque da floresta.
Segundo Rambo (1956), as três formações silváticas principais do planalto são: a mata da fralda, o pinhal e a Selva do Alto Uruguai. Além destas três, ainda ocorrem os parques de bracatinga no leste, os parques de timbó no oeste e os capões. A mata da fralda ocorre no sul da
região fisiográfica das Missões, nas encostas do Planalto, região de Santiago. Os parques de
bracatinga do leste não ocorrem nas Missões. A Selva do Alto Uruguai já foi descrita acima. Os
parques de timbó (Ateleia glazioviana) e os capões são duas formações que Rambo (1956)
descreve para a região aqui em estudo. Os parques de timbó ocorrem no norte da região fisiográfica em questão. Esta formação vegetal, praticamente homogênea, marca o limite do campo
com a floresta do Alto Uruguai (isto antes de haver o avanço da soja, hoje em dia crescem nas
beiras das estradas e de alguns fragmentos florestais que sobraram). Esta formação é fechada,
porém permite a entrada da luz formando uma abundante vegetação no solo. Em outros locais
há grupos mais abertos que são rodeados completamente pela vegetação herbácea, e existem
também exemplares isolados que se espalham pelo campo. Mais para o oeste acompanhando
o timbó surge a canela-de-veado. (Helietta apiculata). Estas espécies crescem também na borda dos capões. Os capões, ainda segundo Rambo (1956), cobrem grande parte do planalto. Os
campos, sem vestígios de mato, da Campanha, enriquecem-se de manchas de vegetação arInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
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bórea sempre mais consideráveis, que já no rio Ijuizinho e região se condensam em matas virgens de regular extensão. Aí ocorrem espécies das matas virgens, porém em número restrito,
sendo mais comuns as espécies típicas das florestas da Metade Sul do Estado e algumas espécies provenientes do sub-bosque da mata com araucária.
Na região existem também as formações tipo parque de pau-ferro (Myracroduon balansae),
antigo Astronium balansae. Esta espécie, com um das madeiras mais duras do RS, cresce nas
partes mais secas, geralmente em pequenos topos pedregosos. Ela associa-se à outras espécies xerofíticas: bugreiro (Lithraea molleoides), assobiadeira (Schinus polygamus), espinilho
(Acacia caven), canela-de-veado (Helietta apiculata) e toropi (Sapium haematospermum), entres outras. Há também algumas espécies típicas das florestas tropicais do Alto Uruguai que
ocorrem nesta formação, como o ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla) e a guajuvira (Cordia americana). A floresta do Alto Uruguai tende a avançar sobre esta formação no clima atual e se não
houver impacto antrópico.
Araújo (1965) descreve para esta região as mesmas da região do planalto médio: Aristida altissima (barba de bode), Aristida laevis (barba de bode alta), Aristida pallens (barba de bode),
Aristida spegazinii (barba de bode miúda), Axonopus argentinus, Axonopus compressus (grama tapete), Botriochloa alta (pluma branca alta), Botriochloa laguroides (pluma branca), Botriochloa selloana (plumas brancas), Botriochloa ternata, Calamagrostis armata, Elyonurus candidus (capim limão), Elyonurus tripsacoides (capim limão), Eragrostis polytricha, Erianthus angustifolius (macega estaladeira), Erianthus asper (macega estaladeira), Schizachyrium condensatum (rabo de burro), Schizachyrium tenerum (capim mimoso), Heteropogon villosus, Gymnopogon biflorus, Festuca bromoides, Melica aurantiaca, Panicum campestre, Panicum aristellum,
Panicum helobium, Paspalum guenoarum, Paspalum nicore (grama cinzenta), Paspalum notatum (grama forquilha), Paspalum notatum forma P. Fundo (grama forquilha Passo Fundo), Paspalum notatum forma pilosa (grama forquilha peluda), Paspalum plicatulum (capim colchão),
Trachipogon polymorphus. Entre as principais leguminosas estão Cassia repens, Cassia pillifera, Aeschynomene falcata (foicinha), Indigofera asperifólia (anileira) e Trifolium riograndense
(trevo do planalto).
Esta região, segundo Araújo (1942), citado por Boldrini (1997), apresenta no centro e no leste
campos grossos, com matas de galeria ao longo dos rios, e no extremo oeste campos médios e
finos, próximo ao rio Uruguai. Os campos considerados grossos têm baixa capacidade de suporte (0,3 a 0,5 UA/ha).
O estrato superior é dominado por gramíneas cespitosas grosseiras, e tem como espécie mais
saliente a barba de bode (Aristida jubata). O estrato inferior é formado por um gramado contínuo de grama forquilha (Paspalum notatum), nos solos mais secos, bem como grama cinzenta
(Paspalum nicore) e Axonopus affinis em solos mais úmidos.
Próximo da divisa com a Argentina, nos campos finos, surgem muitas espécies como a grama
missioneira (Axonopus jesuiticus), e outras de excelente qualidade, como Paspalum almum e
P. indecorum. Coelorhachis selloana é muito freqüente nesta região, bem como Setaria vaginaInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
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ta, S. fiebrigii, P. dilatatum, P. pauciciliatum e P. guenoarum. Em solos úmidos e encharcados,
várias espécies estão presentes, como Paspalum proliferum e P. acuminatum. Cobrindo os
banhados existem as gramas boiadeiras (Leersia hexandra e Luziola peruviana).
Junto às matas de galeria, encontra-se o hábitat natural de Paspalum juergensii, P. mandiocanum e Panicum spp. e de gramíneas hibernais, como Bromus brachyanthera.
Entremeadas na vegetação, onde as gramíneas são dominantes, vivem muitas leguminosas
nativas como o Trifolium riograndense, Vicia nana, V. graminea, Adesmia tristis, A. ciliata e A.
araujoi, dentre as espécies hibernais. Macroptilium prostratum, Stylosanthes leiocarpa, freqüentes em todo Estado, e Tephrosia adunca e Zornia lanata também são encontradas.
Da cobertura original, 26% encontra-se sob baixo impacto antrópico e 74% sob impacto antrópico significativo. O principal impacto deve-se à agropecuária e à agricultura com culturas cíclicas sobre a Savana-Estépica (Hasenack & Cordeiro, 2006).
A região fisiográfica das Missões é considerável ainda a extensão de campos nativos, principalmente na região de Santiago, Unistalda, Itacurubi. Há ainda muita criação de gado. Porém a
soja ocupa também grandes extensões no norte e leste desta região, e as lavouras de arroz na
região de São Borja.
A substituição do campo por lavouras (Boldrini, 1997) é a causa da grande erosão genética
nesta região. As partes ainda preservadas apresentam-se, na maioria das vezes, mal manejadas, com elevada carga animal, o que causa a redução e o desaparecimento de espécies. Isto
é mais evidente entre as espécies preferidas pelos animais. Restam ainda conservados os
campos de solos rasos, ocorrentes na parte oeste, apesar do uso excessivo com animais domésticos.
Os sistemas atualmente utilizados, como o plantio direto e integração lavoura-pecuária, são
menos danosos do ponto de vista de degradação do solo do que o cultivo convencional e a
monocultura sem rotação, utilizados há alguns anos, mas ainda assim causam degradação do
ambiente. A exploração atual permite a poluição das águas por partículas de solo em suspensão e defensivos agrícolas freqüentemente utilizados, além de eliminar completamente as espécies nativas, tanto campestres quanto florestais. A utilização freqüente de herbicidas de amplo espectro e a não utilização da técnica de pousio torna impossível o repovoamento e ressemeadura das espécies, excluindo-as permanentemente das áreas cultivadas.
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4.1.7 Fauna
O município de São Borja situa-se na região fisiográfica das Missões (Borges Fortes, 1979),
formada por dois biomas brasileiros: Bioma Pampa (cerca de 80,04%) e Mata Atlântica (9,6%),
o que faz desta região uma grande zona de transição de ocorrência tanto de espécies com
hábitos florestais como também para as espécies tipicamente campestres.
Cabrera & Willink (1980) descrevem esta mesma região como pertencente à Província
Biogeográfica Paranaense. Assim como ocorre com a região fisiográfica adjacente Planalto
Médio, a região das Missões também possui uma zona de transição com a Província
Biogeográfica Pampeana, onde as florestas por vezes dão lugar às formações campestres.
Segundo estes autores a fauna que caracteriza a Província Paranaense seria uma mescla
entre a fauna chaquenha, do cerrado e atlântica.
A relevância do enfoque sobre mamíferos (mastofauna) reside no fato de serem espécies
especialmente sensíveis e grandemente afetadas pelos processos de perda e alteração de
hábitat (Robinson & Redford, 1986; Terborgh, 1992; Cuarón, 2000). Entre eles as principais
ameaças relacionam-se à fragmentação de hábitats campestres e florestais por uso e
expansão agropecuária, caça ilegal e atropelamentos.
A região das Missões pode ser caracterizada por um processo de ocupação bastante antigo e
difuso, marcado pela lógica extrativista e predatória. Em relação às principais etapas deste
processo histórico de ocupação e alteração da paisagem podemos destacar: (i) a introdução do
gado, pelos Jesuítas espanhóis em meados do século XVII, e conseqüente desenvolvimento
da pecuária extensiva nos campos, além do extrativismo de erva-mate; (ii) entrada de
bandeirantes e tropeiros para captura de gado e escravos em anos subseqüentes e (iii)
(re)colonização por imigrantes europeus, com incentivos governamentais e privados, para fim
de ocupação e desenvolvimento regional (Trennepohl e Macagnan, 2008).
A escassez de levantamentos pretéritos e atuais sobre fauna de mamíferos associada ao
histórico de ocupação regional, resultou em grandes incertezas a respeito da ocorrência de
muitas espécies. Soma-se a isso poucos registros obtidos em campo, inferindo-se diretamente
sobre a extinção local de inúmeras espécies da fauna nativa, especialmente de mamíferos de
grande porte e a drástica redução na abundância das espécies mais resilientes.
Atualmente, as áreas de preservação permanente de grandes cursos d'água e remanescentes
florestais isolados em meio à matriz produtiva representam os principais locais de uso e refúgio
da fauna de mamíferos de médio e grande porte. Ainda assim, não são nesta região
consideráveis em extensão e apresentam baixa qualidade de hábitat para a mastofauna pela
elevada pressão antrópica, na quase totalidade das vezes. Cabe salientar, ainda, que trata-se
de uma porção do estado que não contempla Unidades de Conservação de caráter de
proteção integral.
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Atualmente, a mastofauna mais comum é composta por espécies com alta resiliência, que
conseguem persistir à intensificação dos processos de eliminação dos hábitats, apresentam
elevado potencial reprodutivo e são generalistas em relação ao uso do hábitat. Porém, é
necessário considerar os dados evidenciados por este trabalho demonstrando que, mesmo
para estas espécies a abundância é extremamente baixa quando comparada a outras regiões
fisiográficas no estado, cujos efeitos populacionais se desconhece.
Adicionalmente aos fatores relacionados à perda de hábitat, a caça ilegal, historicamente,
mantém-se como uma das principais causas da redução da abundância e diversidade das
espécies da mastofauna (Fontana et al., 2003). Este fator de impacto sobre a fauna não é uma
característica exclusivamente regional, mas sim um problema que atua sobre toda a área de
distribuição das espécies cinegéticas.
A preocupação com os efeitos da caça é ainda maior para mamíferos de médio e grande porte,
muito visados pelo volume do recurso alimentar e alto valor da pele da maioria destas
espécies. Associado a isso, alguns fatores biológicos como ciclo de vida longo e taxa
reprodutiva baixa, e fatores ecológicos como área de vida comparativamente grande, presentes
em grande parte da parcela da mastofauna cinegética, são agravantes da vulnerabilidade à
pressão de caça (Bodmer & Robinson, 2003). Uma vez que a pressão de caça não se restringe
às espécies cinegéticas (de caça), atualmente a maioria das espécies de médio e grande porte
são registradas apenas esporadicamente.
O grupo dos marsupiais é representado no estado por espécies que habitam uma grande
diversidade de ambientes, porém é pouco conhecido em relação à distribuição geográfica das
espécies, ecologia e taxonomia (Fontana et al., 2003). Espécie de distribuição ampla e de
registros comuns, o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris, DIDELPHIDAE) é o
marsupial mais popularmente conhecido. A fragmentação das informações coletadas e a
escassez de dados de distribuição geográfica e taxonomia, torna difícil a predição a respeito da
ocorrência das demais espécies do grupo.
Supoem-se que maioria das espécies do grupo dos Xenarthros (tatús e tamanduás) possua
distribuição e registros para a região. Para a família DASIPODIDAE poderíamos citar Dasypus
novemcinctus (tatú-galinha), D. hybridus (mulitinha-orelhuda), D. septemcinctus (mulita),
Euphractus sexcinctus (tatú-peludo). Apesar de dados insuficientes sobre a espécie (Fontana
et al, 2003), Cabassous tatouay (tatú-de-rabo-mole) pode apresentar ocorrência na região pela
disponibilidade de ambientes abertos, seu hábitat preferencial para forrageamento. Segundo
Fontana et al (2003), faltam registros para Tamandua tetradactyla (tamanduá mirim,
MYRMECOPHAGIDAE), no noroeste do estado, onde seria considerada provavelmente extinta
nessa região. Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira) é a espécie deste grupo que
possui apenas registros do outro lado do rio Uruguai, na província de Misiones (Argentina) e
que segundo Ihering (1893) seria seu limite natural de distribuição.
Em relação aos primatas da família ATELIDAE, as duas espécies de bugio, Alouatta guariba
clamitans (bugio-ruivo) e Alouatta caraya (bugio-preto), ocorreriam nas Missões. Porém A.
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caraya teria sua área de distribuição amplamente maior, sobressaindo-se em distribuição, e
enquanto A. guariba clamitans preferiria os hábitats associados às florestas com araucária e
aos domínios de Mata Atlântica (Codenotti e Silva, 2004). Ambas espécies são consideradas
ameaçadas de extinção no estado, categoria Vulnerável (Fontana et al, 2003). A família
CEBIDAE possuiria como representante nesta região Cebus nigritus (micro-prego), porém seus
registros estariam associados aos mesmos ambientes os quais ocorrem os registros de bugioruivo (Codenotti e Silva, 2004).
A Ordem Carnivora está representada nesta porção do estado por quatro famílias de
carnívoros terrestres: CANIDAE, MUSTELIDAE, PROCYONIDAE e FELIDAE. Dentre os
canídeos Cerdocyon thous (graxaim-do-mato), é a espécie mais abundante e generalista em
relação ao uso do hábitat, freqüentemente registrada. Lycalopex gymocercus (graxaim-docampo) também poderia ocorrer na região apesar de não visualizado durante o levantamento
de dados deste trabalho, pela existência de hábitat (pampa) uma vez que este canídeo está
associado às formações abertas.
Em relação aos felídeos (FELIDAE), considerando que a maior diversidade de espécies desta
família encontra-se nas florestas da metade norte do estado, são conhecidos para esta região
Puma yagouarondi (gato-mourisco), Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno) e Leopardus
wiedii (gato-maracajá). Leopardus pardalis (jaguatirica) e Puma concolor (puma ou leão-baio)
são espécies associadas à áreas florestais, sendo que esta última é freqüentemente associada
ao domínios da floresta atlântica, com araucária e estacional. Oncifelis geoffroyi (gato-do-matogrande) e Oncifelis colocolo (gato-palheiro) não possuem distribuição para esta região. Mesmo
perdurando após a intensificação dos processos de eliminação dos hábitats, todas as espécies
de felinos registradas no estado estão inclusas em alguma categoria de ameaça no livro
vermelho da fauna ameaçada de extinção (Fontana et al, 2003), sendo registradas
esporadicamente. Com exceção de P. concolor, espécie classificada como estando “Em
Perigo”, as demais espécies de felinos que ocorrem nas Missões são consideradas
“Vulneráveis” ao risco de extinção. Já o maior felino sulamericano, possui apenas registros
históricos para a região, embora registrado para a região fisiográfica adjacente Alto Uruguai,
sendo considerado Criticamente Ameaçado de Extinção no RS (Fontana et al, 2003).
Galictis cuja (furão) e Conepatus chinga (zorrilho) constituem-se nas espécies da família
MUSTELIDAE cuja ocorrência costuma ser bastante comum nas demais regiões fisiográficas
do estado. Porém, a escassez de estudos sugere a necessidade de melhor averiguar seu
status de distribuição para as Missões. Eira barbara (irara) é um mustelídeo cuja distribuição
para as Missões estaria associadas às áreas de floresta (categoria Vulnerável). Lontra
longicaudis (lontra) é uma espécie restrita aos cursos d'água e segundo Fontana et al. (2003)
seria registrada para todas as regiões do estado, porém a sua ocorrência nas Missões também
deve ser averiguada. Apesar de persistente em ambientes perturbados, apresenta registros
cada vez menos freqüentes, e consta atualmente no Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas
de Extinção, categoria Vulnerável (Fontana et al, 2003). Pteronura brasiliensis (ariranha) está
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considerada como espécie Provavelmente Extinta para o estado, segundo Fontana et al.
(2003).
A família PROCYONIDAE possui como representante comumente registrado Procyon
cancrivorous (mão-pelada). Outro integrante desta família, Nasua nasua (quati) é uma espécie
florestal e portanto deve estar associada aos remanescentes do domínio de Mata Atlântica
nesta região, especialmente as florestas com araucária. Acredita-se que pela grande pressão
de substituição e perda de hábitat, esta espécieesteja em declínio, estando ameaçada de
extinção (categoria Vulnerável), Fontana et al. (2003).
Em relação aos elementos da família CERVIDAE, é difícil afirmar ao certo quais das quatro
espécies maior ocorrência potencial de fato sobrevivem na região. Não diferentemente de
outros grupos, são escassos os dados de distribuição sobre este grupo nas Missões e,
portanto, devem ser melhor estudados. Mazama gouazoupira (veado-catingueiro), constitui-se
provavelmente na espécie de cervídeo mais freqüentemente registrada, porém ameaçada de
extinção (Vulnerável) pela alta pressão de caça (Fontana et al, 2003). Mazama americana
(veado-mateiro), é uma espécie essencialmente florestal, ocorreria nas áreas de domínio da
mata Atlântica, porém há o desconhecimento a respeito de sua distribuição atual, constando
atualmente como "Em Perigo" na lista dos animais em extinção no estado. Pela drástica
eliminação de hábitat, escassez de registros e pressão de caça, Ozotoceros bezoarticus
(veado-campeiro), é considerada espécie criticamente ameaçada de extinção no estado
(Fontana et al 2003). Considerando a associação desta espécie com formações abertas, é
possível inferir que a drástica substituição dos campos nativos dessa região (com Aristida sp,
capim barba-de-bode) esteja associada regionalmente ao declínio populacional da espécie.
Para o grupo dos roedores de médio e grande porte podemos destacar a ocorrência de
Hydrochaeris hydrochaeris (capivara, HYDROCHAERIDAE) e Myocastor coypus (ratão-dobanhado, MYOCASTORIDAE), espécies comuns em todo o estado. Em relação a Cuniculus
paca (paca, CUNICULIDAE), espécie essencialmente florestal, representa uma das principais
espécies cinegéticas do estado e consta atualmente no Livro Vermelho da Fauna em Extinção
no Rio Grande do Sul como espécie Em Perigo. (Fontana et al., 2003). Sua ocorrência deve
ser averiguada.
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4.2 Aspectos sócio-econômicos da região
4.2.1 População
Os dados preliminares da Contagem Populacional de 2007 indicam que no município de São
Borja eram 61.834 os habitantes. O Censo Populacional de 2000 contabilizou 64.864
habitantes no município. No período entre o Censo de 2000 e a Contagem de 2007 reduziu-se
o número de habitantes (redução de 4,7% ou 3.035 pessoas), na comparação com sua
microrregião (redução de 5,2%) a diminuição desta foi mais acentuada. Na comparação do
Censo de 2000 com a Contagem Populacional de 1996, 63.208 habitantes, ocorreu aumento
de 2,6% ou 1.661 habitantes. A comparação entre a Contagem da População de 1996 e o
Censo Populacional de 1991 – 63.783 habitantes – houve redução de 0,9% ou 575 habitantes
(IBGE, 2008).
Parte da redução populacional ocorrida entre o Censo de 1991 e a Contagem de 1996 pode
ser explicada pela emancipação do distrito de Garruchos, com a instalação do município em 1º
de janeiro de 1993 (RIO GRANDE DO SUL, 1992). São Borja está inserido na microrregião
geográfica Campanha Ocidental formada pelos municípios de Alegrete, Barra do Quarai,
Garruchos, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, São Borja, São Francisco de Assis e
Uruguaiana (IBGE, 2008). Segundo o Censo de 2000, a população do município de São Borja
estava majoritariamente na área urbana 57.273 (88,29%), a microrregião de Campanha
Ocidental é caracterizada por uma taxa de urbanização de 87,29%. A microrregião apresenta
maior população em área urbana, proporcionalmente, que o valor médio para a mesorregião
Sudoeste Rio-grandense (86,5%), onde está contida, porém menor que a média para o Rio
Grande do Sul (81,6%).
A participação da população de São Borja no total da sua microrregião geográfica manteve-se
desde o Censo de 1991 até a Contagem da População de 2007 abaixo de 20%, entretanto
percebe-se tendência de diminuição da participação do município no total da microrregião. Em
1991, São Borja possuía 18,28% da população de sua microrregião, a Contagem de 1996
indicou participação de 17,22% no total, em 2000 foi de 17,06% e em 2007 os dados
preliminares indicam participação de 17,15%. Entre os Censos de 1991 e 2000, a população do
município teve crescimento de 1,7% e a microrregião da Campanha Ocidental cresceu 8,9%
(IBGE, 2008).
A área do município de São Borja, 3.610,4 km2, representa 11,6% da área da microrregião
geográfica da Campanha Ocidental que possui 31.129,1 km2. A densidade demográfica no
município para o ano de 2000 era de 17,95 habitantes por quilometro quadrado (hab/km2),
maior que a existente na sua microrregião geográfica 12,2 hab/km2 e abaixo da densidade
demográfica estadual – 36,14 hab/km2 (IBGE, 2008).
Com base nas características da população levantadas pelo Censo 2000, o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2003) elaborou o Índice de Desenvolvimento
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Humano Municipal (IDH-M). Este índice leva em consideração três variáveis principais: renda,
longevidade e instrução. O índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1
(desenvolvimento humano total). Usualmente os valores são divididos em três faixas, até 0,499
considera-se desenvolvimento humano baixo; entre 0,500 e 0,799 o desenvolvimento é
considerado de nível médio; a partir de 0,800 considera-se alto desenvolvimento.
Foi calculado para o município no ano de 1991 IDH-M de valor 0,745, em 2000, o valor foi de
0,798. São Borja apresenta neste período IDH-M acima da média harmônica dos municípios da
microrregião – 0,697 em 1991 e 0,771 em 2000. No período o crescimento médio da
microrregião foi de 10,61%, acima dos 7,1% alcançados por São Borja (PNUD, 2003).
4.2.2 Produção primária
4.2.2.1 Produção agrícola
A caracterização da produção agrícola em São Borja foi feita com base na Pesquisa Agrícola
Municipal elaborada pelo IBGE. Foram utilizados dados do período de 2002 a 2006 referentes
aos cultivos temporários e permanentes (IBGE, 2008). Para manter a coerência com os
relatórios passados as tabelas continuam com os dados entre os anos de 2002 a 2005,
contudo, com sua divulgação, as informações relativas a 2006 foram utilizadas, por permitir a
análise da produção agrícola após a estiagem dos anos de 2004 e 2005.
4.2.2.1.1 Cultivos temporários
São Borja tem como principais cultivos, em quantidade produzida, arroz, milho, soja e trigo. O
cultivo mais importante, em quantidade produzida, é o de arroz (Tabela 6). O aumento na
quantidade produzida é visível quando comparados os dados colhidos pelas Pesquisas
Agrícolas Municipais de 2002 a 2006. Em 2002, o município produziu 203 mil toneladas, em
uma área colhida de 35,7 mil hectares (ha), estes dois parâmetros resultam em um rendimento
médio no município de 5.700 kg/ha. O ano de 2003 é marcado pela menor quantidade
produzida no período estudado, 169,2 mil toneladas, redução de 16,8% em comparação com
2002. A área colhida de 33,8 mil hectares, redução de 5,2%, resultou em um rendimento médio
de 5.000 kg/ha, diminuição de 12,3% na comparação com o ano anterior. Os anos de 2004 a
2006 foram marcados pela expansão da quantidade produzida, da área colhida e do
rendimento. Em 2006, a produção foi de 314 mil toneladas colhidas em 44 mil hectares que
resultam em um rendimento médio de 7.080 kg/ha (IBGE, 2008).
O cultivo de soja no município teve seu auge de produção em 2003 quando foram colhidas 105
mil toneladas, crescimento de 386% em comparação com 2002. A área colhida em 2003 foi de
50 mil hectares e o rendimento médio foi de 2.100 kg/ha. O biênio 2004-2005 foi marcado por
consecutivas quedas na quantidade produzida e no rendimento médio. Em 2005, a produção
foi de 5,4 mil toneladas e o rendimento médio foi de apenas 420 kg/ha, reduções em
comparação com 2003 de 94,8% e 80%, respectivamente. No ano de 2006 ocorreu
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crescimento na quantidade produzida, área colhida e rendimento médio. Os níveis não foram
os mesmos de 2003, mas indicam melhora (IBGE, 2008).
Da mesma forma que a produção de soja, o cultivo de trigo teve sua maior produção no
município de São Borja no ano de 2003 (Tabela 6) os anos seguintes foram marcados por
sucessivas reduções na quantidade produzida e no rendimento médio. A participação da
produção realizada em São Borja na soma da microrregião manteve-se acima de 50% no
período analisado, 51,4% em 2002, 60,7% em 2003 e 53,3% em 2006 (IBGE, 2008).
A produção de milho no período de 2002 a 2006 não acompanhou os movimentos ocorridos
com o cultivo de soja. O biênio 2002-2003 indica crescimento na quantidade produzida e no
rendimento médio, em 2003, foram 7,2 mil toneladas colhidas e 2.400 kg/ha de rendimento
médio. Em 2004 houve queda acentuada na produção, em comparação com 2003, redução de
19,2% na quantidade produzida, 15% na área colhida e 16,7% no rendimento médio. O biênio
seguinte foi marcado pela expansão da produção a níveis maiores que os de 2003. A
participação da produção de São Borja na soma da microrregião foi crescente no período, em
2002 era de 11,9% e em 2006 era de 20,4% (IBGE, 2006).
Tabela 6. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) dos principais cultivos temporários de
2002 a 2005, no município de São Borja.
Quantidade produzida (t)
Área colhida (ha)
Rendimento (kg/ha)
Cultivo
2002
Arroz
2003
2004
2005
2002
2003
2004
2005
2002
2003
2004
203.490 169.250 259.202 263.232 35.700 33.850 41.373 38.205 5.700 5.000 6.265
(casca)
Batata doce
Mandioca
Milho (grão)
Soja (grão)
2005
6.890
60
360
360
360
5
30
30
30 12.000 12.000 12.000 12.000
540
918
612
150
60
102
102
15 9.000 9.000 6.000 10.000
5.400
7.200
5.100
21.600 105.000
29.700
Sorgo
graníf.(grão)
900
2.100
Trigo (grão)
19.800
42.000
9.750 3.000 3.000 2.550 2.500 1.800 2.400 2.000
720 2.100
540
420
500 1.800 2.100
600
900
38.640 27.054 15.000 20.000 23.000 16.700 1.320 2.100 1.680
1.620
60
5.460 30.000 50.000 55.000 13.000
3.900
450
500 1.000
100
Fonte: IBGE, 2008.
4.2.2.1.2 Cultivo permanente
O cultivo permanente no município de São Borja, no período de 2002 a 2005, foi laranja
(Tabela 7). A participação da produção municipal de laranja na soma da microrregião foi
decrescente no período analisado, em 2002, era de 29,7%, em 2005 era de 11%. A diminuição
da participação ocorreu devido tanto à diminuição da produção em São Borja (redução de 60%)
quanto ao aumento (6,9%) na produção da microrregião (IBGE, 2008).
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Tabela 7. Quantidade produzida (t), área colhida (ha) e rendimento médio (kg/ha) do cultivo permanente
de 2002 a 2005, no município de São Borja.
Cultivo
Laranja
Quantidade produzida (t)
Área colhida (ha)
Rendimento (kg/ha)
2002
2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005 2002
2003
2004
2005
1.365
1.365 910
7.500
5.000
3.000
546
182
182
182
182
7.500
Fonte: IBGE, 2008.
4.2.2.2 Produção animal
Foram utilizados dados dos Censos Agropecuários de 1996 e 2006 e da Pesquisa Pecuária
Municipal entre 2003 e 2006. Os dados existentes sobre área dos estabelecimentos rurais e a
utilização de suas terras datam do Censo Agropecuário de 1996, quando o município de São
Borja possuía 7,7% das pastagens existentes na sua microrregião, o Censo ocorrido em 2006
indicava 8,2%. O aumento na participação foi decorrente da maior diminuição das áreas
usadas para pastagens na microrregião (-24,3%) que a ocorrida em São Borja (-19,1%). O
Censo de 1996 indicou, em valores absolutos (Tabela 8), os maiores efetivos de rebanhos
eram: bovino (173.100); ovino (94.823); galos, frangas, frangos e pintos (31.000); galinhas
(28.000); eqüino (6.192); suíno (5.408) e bubalino (1.950) (IBGE, 2008).
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Tabela 8. Efetivo dos principais rebanhos por tipo de rebanho no município de São Borja e sua
participação na soma da sua microrregião.
Rebanho
1996
2003
2004
2005
173.100
209.490
222.060
172.383
Participação
9,1%
9,6%
9,5%
7,8%
N° de cabeças
1.950
2.104
2.240
1.362
10,8%
17,0%
17,5%
15,4%
148
468
498
513
Participação
7,8%
22,1%
23,7%
25,2%
N° de cabeças
6.192
6.380
6.763
4.914
Participação
8,1%
8,7%
9,3%
7,7%
N° de cabeças
28.000
21.350
22.737
20.659
Participação
16,0%
12,7%
12,9%
12,3%
N° de cabeças
31.000
23.427
24.941
22.633
Participação
14,9%
12,7%
13,8%
13,1%
N° de cabeças
94.823
67.781
72.186
70.874
Participação
7,1%
7,6%
8,2%
9,2%
N° de cabeças
5.408
7.330
7.769
7.036
Participação
9,3%
7,6%
7,6%
7,5%
N° de cabeças
Bovino
Bubalino
Participação
N° de cabeças
Caprino
Eqüino
Galinhas
Galos, frangas,
frangos e pintos
Ovino
Suíno
Fonte: IBGE, 2008.
4.2.2.2.1 Bovinocultura de corte
Segundo o Censo Agropecuário de 1996 (Tabela 8), as propriedades com área entre 100 e
1.000 hectares realizaram, naquele ano, 57,6% dos abates no município, as propriedades com
área acima de 1.000 hectares realizaram-se 25,2% dos abates. Nas propriedades com área
entre 10 e 100 hectares foram responsáveis por 15,7% dos abates e 1,5% naquelas com área
até 10 hectares. Na comparação com os abates registrados em toda a microrregião, o
município de São Borja foi responsável por 11,1% (IBGE, 2008).
4.2.2.2.2 Bovinocultura leiteira
Segundo o Censo Agropecuário de 1996, a participação da produção leiteira do município de
São Borja na microrregião geográfica foi de 7,3%, sendo a maior parte do leite produzido em
propriedades com área entre 10 e 100 hectares (39,3%). Em 2005 (Tabela 9), segundo a
Pesquisa Pecuária Municipal a participação do município foi de 8,6%. O Censo Agropecuário
de 1996 indica que a produtividade média no município (2,5 litros/cabeça) foi menor que a
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média da microrregião (2,87 litros/cabeça) e que a média estadual (3,0 litros/cabeça) (IBGE,
2008).
Tabela 9. Número de vacas ordenhadas e produção de leite (mil litros) no município de São Borja
durante os anos de 1996 e de 2002 a 2006.
Produção leiteira
1996
2002
2003
2004
2005
2006
Vacas ordenhadas (cabeças)
2.608
2.260
2.477
2.638
2.751
2.836
Produção de leite (mil litros)
2.382
3.273
3.589
3.823
3.579
3.893
Fonte: IBGE, 2008.
4.2.2.2.3 Suínos
A participação de São Borja nos abates de suínos realizados na sua microrregião, segundo o
Censo Agropecuário de 1996 (Tabela 8), foi de 16%. As propriedades com área entre 100 e
1.000 hectares foram responsáveis por 39,6% dos abates no município, aquelas entre 10 e 100
hectares por 37,1%, as propriedades de até 10 hectares por 15,8% e as acima de 1.000
hectares realizaram 7,5% (IBGE, 2008).
4.2.2.2.4 Aves
Foram realizados em São Borja 10,6% dos abates de aves ocorridos na microrregião, segundo
o Censo Agropecuário de 1996 (Tabela 8). Os abates se concentraram nas propriedades com
áreas entre 100 a 1.000 hectares, 35,9%, e naquelas com áreas entre 10 e 100 hectares,
35,1%. A participação do município na soma da produção de ovos da microrregião foi 23%, em
1996. A produção de 2006, 311 mil dúzias, quando comparada com 1996 teve redução de
15,1% e a participação na microrregião foi de 16,4% (IBGE, 2008).
4.2.2.2.5 Ovinos
O rebanho de ovinos no município diminuiu, entre 1996 e 2006 (Tabela 8), da mesma forma
ocorreu redução na participação em sua microrregião geográfica, entretanto, a redução foi
menos intensa em São Borja que na sua microrregião. A produção de lã, no período analisado,
cresceu no município (23%), apesar da diminuição do rebanho efetivo que foi de 15,3% no
período. Na microrregião, a diminuição em 42,1% do rebanho causou redução de 36,1% na
produção de lã. A Pesquisa Pecuária Municipal de 2005 apresenta produtividade média de 3,55
kg de lã por ovino em São Borja, de 3,38 kg/ovino na sua microrregião geográfica e média
estadual de 2,68 kg/ovino (IBGE, 2008).
4.2.2.2.6 Produção de Mel
A produção de mel no município sofreu considerável aumento (Tabela 10) no período, 1996 a
2005, de 32,6%, com redução da participação no total de microrregião geográfica de 16,7% em
1996 para 14% em 2005. O crescimento da produção na microrregião no período foi de 58%
(IBGE, 2008). Cabe salientar que esta atividade econômica pode ser considerada interessante
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no tocante ao seu reduzido impacto sobre o ambiente, podendo, talvez, ser implantada como
uma alternativa de utilização indireta de áreas de uso restrito (áreas de proteção permanente e
de reserva legal).
Tabela 10. Produção de mel no município de São Borja e participação na sua microrregião geográfica
nos anos de 1996 e de 2002 a 2006.
1996
2002
2003
2004
2005
Produção (quilogramas)
24.260
30.300
33.264
35.426
32.180
Participação na microrregião
16,7%
13,9%
14,4%
14,6%
14,0%
Fonte: IBGE, 2008.
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DIAGNÓSTICO DA ÁREA DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
As análises realizadas para o diagnóstico da área do Projeto de Assentamento Cambuchim
basearam-se no perímetro georreferenciado do PA fornecido pelo INCRA em meio digital.
Durante a elaboração de mapas temáticos constatou-se pequenas diferenças entre os valores
calculados de superfície com esse perímetro e a superfície declarada no processo de criação
do PA. Apesar disso, tratando-se da melhor delimitação disponível, as informações obtidas com
o uso desse perímetro servem como valioso indicativo da situação do imóvel e podem ser
usadas como subsídio ao licenciamento ambiental. Para um melhor uso dessas informações
recomenda-se analisar simultaneamente os dados absolutos e proporcionais das superfícies
calculadas para as classes de cada mapa.
5.1 Diagnóstico do meio natural
5.1.1 Relevo
O relevo do PA Cambuchim foi analisado a partir de dados altimétricos das cartas em escala
1:50.000 da DSG, utilizados para a elaboração de um Modelo Numérico do Terreno (MNT) e
cálculo das declividades. A Figura 10 e a Tabela 11 mostram, respectivamente, a distribuição
espacial e a superfície ocupada por diferentes faixas altimétricas no imóvel. A Figura 11 e a
Tabela 12 mostram, respectivamente, a distribuição espacial e a superfície ocupada por
diferentes faixas de declividade.
Analisando-se esses dados, pode-se observar que o relevo da área correspondente ao PA
Cambuchim é predominantemente plano. As altitudes variam aproximadamente entre 60 e 140
metros, dos quais cerca de 61,61 ha (10,29% da área total) encontram-se acima de 120
metros, em locais constituídos de topos de coxilhas.
As declividades distribuem-se de forma relativamente homogênea pela área do PA
Cambuchim, com a predominância de inclinações suaves. A maior parte da área apresenta
inclinações inferiores a 5%, constituindo pendentes suaves que totalizam aproximadamente
cerca de 575,92 ha (96,15% do total). As áreas com mais de 5% de inclinação são menos
expressivas, constituindo áreas de relevo suave ondulado, ocupando cerca de 23,08 ha (3,85%
do total do PA).
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Tabela 11. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Cambuchim.
Faixa de altitude (m)
60 a 80 m
Área (ha)
Área (%)
7,81
1,30
80 a 100 m
221,87
37,04
100 a 120 m
307,71
51,37
120 a 140 m
61,61
10,29
599,00
100,00
Total
Tabela 12. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Cambuchim.
Faixa de declividade (m)
Área (ha)
Área (%)
0 a 5%
575,92
96,15
5 a 10%
23,08
3,85
599,00
100,00
Total
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628000
622000
624000
626000
628000
630000
6844000
6844000
6846000
6846000
6848000
6848000
S an
ga d
os
Q
6850000
uev
edo
s
626000
6850000
624000
-Ferro
Restinga do Pau
622000
Classes de altitude
60 a 80 m
80 a 100 m
100 a 120 m
120 a 140 m
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
630000
500
0
500 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 10. Faixas de altitude no PA Cambuchim.
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628000
622000
624000
626000
628000
630000
6844000
6844000
6846000
6846000
6848000
6848000
S an
ga d
os
Q
6850000
uev
edo
s
626000
6850000
624000
-Ferro
Restinga do Pau
622000
Classes de declividade
0 a 5%
5 a 10%
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
630000
500
0
500 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 11. Faixas de declividade no PA Cambuchim.
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5.1.2 Recursos hídricos
A Figura 12 mostra a rede de drenagem superficial do PA Cambuchim com base na carta em
escala 1:50.000 da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG), Folha SH.21-X-A-III-4
(Rincão do Samburá) e Folha.21-X-A-VI-2 (São José).
Analisando-se a rede de drenagem interna do PA Cambuchim, observa-se que é formada por
dois pequenos cursos d’água que fluem para a sanga dos Quevedos. Esta junta-se a nordeste
da área com a restinga do Pau-Ferro, que flui para o rio Uruguai distante cerca de 9 km, ao
norte do PA (Figura 12). Ambos os cursos d’água apresentam comportamento perene, ou seja,
possuem fluxo permanente de água, mesmo em estações mais secas. Porém assumem
comportamento intermitente em direção às nascentes, isto é, ficam secos nas épocas de menor
precipitação pluviométrica. Os dois cursos d’água menores no interior do PA também
apresentam comportamento intermitente.
Além dos cursos d’água, observa-se a existência de três nascentes, sendo que duas
encontram-se sobre a divisa da área e uma terceira se localizada dentro do PA, alimentando
um espelho d’água (açude). Todas as três nascentes apresentam comportamento intermitente.
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622000
624000
626000
628000
630000
#
#
ved
os
Q ue
#
S an
ga d
os
#
#
6850000
#
#
-Ferro
Restinga do Pau
6850000
#
6848000
6848000
#
#
#
#
#
6846000
6846000
#
#
#
#
#
#
#
#
#
#
6844000
6844000
#
#
#
#
622000
624000
Hidrografia
#
626000
Malha viária
Curso d'água perene
Estrada Municipal sem pavimentação
Curso d'água intermitente
Caminho/trilha
Corpo d'água
Limite do PA
628000
630000
500
0
500 m
N
Nascente
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 12. Mapa de recursos hídricos no PA Cambuchim.
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5.1.3 Áreas de preservação e conservação
As áreas de preservação e conservação consideradas incluem a superfície ocupada no imóvel
por APP (Áreas de Preservação Permanente) e por ARL (Área de Reserva Legal). As APP
foram espacializadas de acordo com a Lei Federal n. º 4.771, de 15 de setembro de 1965
(Código Florestal), Lei n. º 7.803 de 18 de julho de 1989 (Altera o Código Florestal) e
Resolução do CONAMA N º 387, de 27 de dezembro de 2006, que trata do licenciamento de
projetos de assentamento da reforma agrária, das quais aplicam-se ao PA Cambuchim os
seguintes critérios:
•
30 m ao longo dos cursos d’água com menos de 10 m de largura;
•
50 m em torno de nascentes;
•
50 m em torno dos corpos d'água até 20 ha.
A delimitação das APP baseou-se em levantamentos de campo e na cartografia em escala
1:50.000 existente para a área em análise.
Quanto à ARL, de acordo com a Medida Provisória N.º 2166-67 de 21 de agosto de 2001, 20%
da área do imóvel deve ser mantida com esse caráter, mas verificou-se a inexistência de uma
área delimitada com essa finalidade no PA. A Tabela 13 mostra a superfície ocupada por APP
e ARL no PA Cambuchim.
Tabela 13. Superfície ocupada por áreas APP e ARL no PA Cambuchim.
Tipo de área protegida
Superfície ocupada (ha)
Proporção do imóvel (%)
APP
14,42
2,41
ARL
0,0
0,0
5.1.4 Capacidade de uso das terras
O sistema de capacidade de uso das terras foi desenvolvido pelo Serviço Nacional de
Conservação do Solo dos Estados Unidos da América no ano de 1951, segundo Klingebiel &
Montgomery (1961). Seu enfoque está relacionado com a conservação dos solos, onde são
analisadas as potencialidades dos mesmos, com maior ênfase nas suas limitações. Este
sistema é recomendado para áreas que possuem levantamentos pedológicos em nível
detalhado ou no máximo semidetalhado considerando ainda que o nível de manejo deve ser de
médio a alto.
É importante ressaltar que o mapa de capacidade de uso das terras pode ser obtido a partir de
um levantamento pedológico semidetalhado ou detalhado ou ainda por meio de um
levantamento denominado utilitário. O levantamento utilitário é um inventário de dados
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essenciais relativos às características e propriedades da terra relevantes para a sua
classificação de uso e outras necessárias para o planejamento conservacionista.
Estas informações referem-se a certos atributos do solo, à declividade do terreno, à erosão das
terras, a fatores limitantes da terra, ao uso atual da área e ao estágio de desmatamento, entre
outras características gerais (Anexo I).
As informações referidas são convencionalmente escritas de uma forma numérica e literal
sendo representadas por uma fórmula mínima obrigatória.
Profundidade
efetiva
Textura
Permeabilidade
3 - 3/2 - 1/2
X
Uso atual
(pd2 - di - Lp)
B - 2.7
Classe de
declividade
Erosão
Fatores
limitantes
5.1.4.1 Avaliação de capacidade de uso
A avaliação da capacidade de uso do PA Cambuchim foi realizada por meio de um
levantamento utilitário, analisando-se in loco as características relevantes do solo para a
classificação de uso e outras características importantes para o planejamento conservacionista.
A classificação da paisagem através das variáveis acima descritas permitiu obter-se um mapa
de capacidade de uso. Também foram incluídas as áreas de preservação permanente (APP),
cuja delimitação obedeceu à Resolução do Resolução do CONAMA N º 387, de 27 de
dezembro de 2006, que trata do licenciamento de projetos de assentamento da reforma
agrária. A delimitação das APP baseou-se em levantamentos de campo e na cartografia em
escala 1:50.000 existente para a área em análise.
Dos critérios definidos na Resolução do CONAMA Nº 387, de 27 de dezembro de 2006,
aplicam-se ao PA Cambuchim a delimitação de uma faixa de área de 50 m em torno das
nascentes, 30 m de faixa ao longo dos cursos d’água com menos de 10 m de largura e 50 m
em torno de corpos d’água até 20 ha (barragem). Não ocorrem no imóvel, áreas declivosas o
suficiente para serem enquadradas como APP.
O resultado quantitativo da avaliação da capacidade de uso do PA Cambuchim pode ser visto
na Figura 13 e na Tabela 14.
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Tabela 14. Unidades de capacidade de uso das terras, suas respectivas áreas e fatores limitantes no PA
Cambuchim.
Classe de
capacidade de uso
Fator
limitante
Unidade de Uso
Área
Área
(ha)
(%)
lll e, t
Erosão
Declividade
219,81
36,69
lll s, di
Solo
Distrofismo
364,77
60,90
VIII l, app
Legislação
Áreas de Preservação Permanente
14,42
2,41
599,00
100,00
Total
O mapa apresentado na Figura 13 e os dados da Tabela 14 mostram que o maior grupo de
terras no PA pertence à classe III (III e, t; e III s, di), que com maior ou menor intensidade
permitem uso com culturas anuais, ocupando cerca de 584,57 ha, o que representa 97,59% do
total. Nas terras da classe lll e, t as limitações devem-se ao risco de erosão em função da
declividade acentuada, necessitando de práticas de conservação adequadas para evitar sua
degradação e redução do potencial produtivo. Nas terras da classe III s, di as limitações
devem-se ao distrofismo.
As terras da classe VIII l, APP (Áreas de Preservação Permanente), que representam áreas de
uso restrito do ponto de vista legal, ocupam cerca de 14,43 ha, o que representa 2,41% do total.
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624000
626000
628000
622000
624000
626000
628000
630000
S an
ga d
os
Q ue
6850000
6844000
6844000
6846000
6846000
6848000
6848000
-Ferro
Restinga do Pau
6850000
ved
os
622000
Capacidade de uso
lll e, t
lll s, di
VIII l, app
630000
500
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
0
500 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 13. Mapa das classes de capacidade de uso das terras do PA Cambuchim.
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5.1.5 Uso do solo
O uso do solo foi mapeado em duas épocas distintas a fim de se avaliar as alterações
ocorridas com a implantação do PA Cambuchim. A metodologia utilizada para produção dos
mapas temáticos de uso e cobertura do solo foi a interpretação visual em tela de imagens do
satélite Landsat, órbita ponto 222/082. Foram produzidos dois mapas temáticos de uso e
cobertura do solo, um referente ao período anterior à implantação do PA (27/01/1997)
(Figura 14) e outro relacionado ao período posterior à implantação do PA (02/08/2001)
(Figura 15). A área ocupada pelas diferentes classes, no período anterior e posterior à
implantação, estão listadas nas Tabela 15 e Tabela 16.
Tabela 15. Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Cambuchim no período anterior (27/01/1997)
e posterior (02/08/2001) à implantação do PA.
Classes de uso
N º de manchas
1997
2001
Agricultura/solo exposto
3
Água
Superficie ocupada
(ha)
Proporção do total
(%)
1997
2001
1997
2001
2
418,40
454,87
69,85
75,94
1
3
0,75
1,33
0,13
0,22
Campo seco
3
11
107,76
117,73
17,99
19,65
Campo úmido
1
1
11,41
9,59
1,90
1,60
Construções
1
1
0,70
0,68
0,12
0,11
Mata nativa
12
0
16,79
0,00
2,80
0,00
Pousio
2
0
37,32
0,00
6,23
0,00
Silvicultura
3
4
0,40
0,69
0,07
0,12
Vegetação arbustiva
1
2
5,47
14,11
0,91
2,36
599,00
599,00
100,00
100,00
Total
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Tabela 16. Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Cambuchim no período anterior
(27/01/1997) e posterior (02/08/2001) à implantação do PA.
Classes de uso
N º de manchas
Superficie ocupada
(ha)
Proporção do total
(%)
1997
2001
1997
2001
1997
2001
Agricultura/solo exposto
6
5
8,49
5,76
58,88
39,94
Água
1
1
0,24
0,51
1,66
3,54
Campo seco
1
3
0,67
3,78
4,65
26,21
Campo úmido
2
2
3,38
4,37
23,44
30,31
Mata nativa
5
0
1,64
0
11,37
0,00
14,42
14,42
100,00
100,00
Total
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626000
628000
622000
624000
626000
628000
630000
S an
ga d
os
Q ue
6850000
6844000
6844000
6846000
6846000
6848000
6848000
-Ferro
Restinga do Pau
6850000
ved
os
622000
Uso do solo (27/01/1997)
Agricultura/solo exposto
630000
500
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
0
500 m
N
Caminho/trilha
Água
Campo seco
Campo úmido
Construções
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
Mata nativa
Pousio
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Silvicultura
Vegetação arbustiva
Figura 14: Uso anterior à implantação do PA Cambuchim.
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628000
622000
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626000
628000
630000
S an
ga d
os
Q ue
6850000
6844000
6844000
6846000
6846000
6848000
6848000
-Ferro
Restinga do Pau
6850000
ved
os
622000
Uso do solo (02/08/2001)
Agricultura/solo exposto
Água
Campo seco
Campo úmido
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
500
0
500 m
N
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Construções
630000
Corpo d'água
Silvicultura
Vegetação arbustiva
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
Figura 15: Uso após a implantação do PA Cambuchim.
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Comparando a superfície e distribuição das classes de uso e cobertura do solo antes e após a
implantação do PA Cambuchim, verifica-se que algumas classes apresentaram alterações de
área, principalmente as classes Vegetação arbustiva, Água e Silvicultura e em menor escala
Campo úmido, Campo seco, Agricultura e Construções. Já as classes Mata nativa e Pousio,
presentes no período anterior não foram mais identificadas após a implantação do PA.
Após a implantação do PA Cambuchim algumas classes apresentaram alterações de área para
mais. A maior variação foi verificada na classe Vegetação arbustiva com incremento de cerca
de 158%, seguida da classe Água (77,3%), da Silvicultura (72,5%), do Campo seco (9,3%) e da
Agricultura (8,7%). As classes Campo úmido e Construções apresentaram, respectivamente,
decréscimo de cerca de 16% e 2,9%.
Antes da implantação do PA a classe Agricultura ocupava cerca de 418,40 ha (69,85% do total
do imóvel) e após a implantação do PA passa a ocupar cerca de 454,87 ha (75,94% do total do
PA), um aumento de 36,47 ha que representa incremento de 8,72%. O número de manchas
desta classe diminuiu, passando de três para duas manchas distribuídas por todo o PA.
Comparando-se os mapas da Figura 14 e da Figura 15 observa-se que as classes Mata nativa
e Pousio, identificadas e mapeadas no período anterior não estão presentes no período após a
implantação do PA Cambuchim. Com o incremento da classe Agricultura ocorreu o avanço
sobre as áreas de mata ciliar nativa, de pousio, de campo úmido e de campo seco.
A classe Água, que representa os corpos d’águas naturais e artificiais existentes na área do
PA, ocupava cerca de 0,75 ha (0,13% do total) antes da a implantação do PA e passa a ocupar
cerca de 1,33 ha (0,22% do total do PA) após a implantação, um aumento de 0,58 ha que
representa incremento de 77,3%. A classe Água aumentou de uma mancha para três manchas
entre os dois períodos analisados.
A classe Campo seco ocupava cerca de 107,76 ha (17,99% do total do imóvel) antes da
implantação do PA e após a implantação passa a ocupar 117,73 ha (19,65 % do total do PA),
um aumento de cerca de 9,97 ha que representa incremento de 9,25%. Observa-se que
algumas manchas de agricultura foram substituídas por áreas campestres, ou seja, houve a
regeneração de áreas campestres em alguns pontos. Essa fisionomia de campo, após a
implantação do PA, apresenta-se muito mais fragmentada, ocupada por manchas de
agricultura distribuídas por praticamente toda área do PA Cambuchim.
A classe campo úmido, situada nas porções do terreno de topografia mais baixa e próximo ao
rio Uruguai, ocupava cerca de 11,41 ha (1,90% do total do imóvel) antes da implantação e
passa a ocupar cerca de 9,59 ha (1,60% do total do PA) após a implantação do PA, uma
redução de 1,82 ha (decréscimo de 15,95%). Esta classe se manteve representada por uma
única mancha. Observa-se que o campo úmido perdeu área para a classe Agricultura.
A classe Construções rurais representa diversas benfeitorias, compreendendo edificações
(casas), instalações agropecuárias (cercas, mangueiras, galpões, bretes, entre outras),
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instalações de abastecimento d’água, de energia elétrica e outras. A classe Construções
praticamente não apresentou alteração. No período anterior ocupava cerca de 0,70 ha (0,12%
do total do imóvel) e após a implantação do PA passa a ocupar cerca de 0,68 ha (0,11% do
total), decréscimo de cerca de 2,9% de área.
A Mata nativa é representada pelas diversas formações florestais nativas identificadas para
aquele período. As formações florestais nativas correspondem às áreas de matas de galeria,
principalmente às que acompanhavam os cursos d’água afluentes da sanga dos Quevedos e
restinga do Pau-Ferro; às matas de galeria ao redor de suas nascentes e de corpos d’água
naturais e artificiais e às matas nativas que formavam capões remanescentes distribuídos pela
área. Essas formações florestais nativas ocupavam no período anterior à implantação do PA
cerca de 16,79 ha (2,80% do total do imóvel), correspondendo a doze manchas. A classe Mata
nativa não foi mais identificada no período posterior à implantação do PA Cambuchim,
constatando-se apenas trechos com algumas árvores ao longo das cercas. As manchas antes
existentes manchas foram ao longo do tempo sendo substituídas principalmente por áreas
agrícolas e pela vegetação arbustiva.
O mesmo ocorreu com a classe Pousio, presente somente no período anterior à implantação
do PA. A classe pousio representa áreas anteriormente preparadas para o plantio e que depois
não foram novamente utilizadas. Essas áreas encontravam-se, em sua maioria, cobertas por
vegetação campestre nativa em regeneração, com a predominância de espécies pioneiras.
Antes da implantação do PA ocupavam uma superfície de cerca de 37,32 ha, (6,23% do total
do imóvel) correspondendo a duas manchas. Comparando os mapas da Figura 14 e da Figura
15 observa-se que as áreas de pousio existentes antes da implantação do PA deram lugar
principalmente para as áreas agrícolas e em menor escala para a vegetação arbustiva. Podese observar a regeneração de uma mancha de vegetação arbustiva no período posterior sobre
a área de pousio, na porção mais sul da área.
A classe Silvicultura, que representa locais ocupados por florestas cultivadas de eucalipto,
ocupava no período anterior à implantação do PA cerca de 0,40 ha (0,07% do total do imóvel).
No período posterior esta classe passa a ocupar cerca de 0,69 ha (0,12% do total do PA), um
aumento de 0,29 ha que representa incremento de 72,5%. O número de manchas aumentou de
três para quatro.
A classe Vegetação arbustiva é a transição natural entre o campo e a mata nativa composta
por vegetação campestre, vassourais e já alguns indivíduos jovens de espécies pioneiras da
mata. No uso anterior à implantação do PA esta classe ocupava cerca de 5,47 ha (0,91% do
total do imóvel) e no uso posterior passa a ocupar cerca de 14,11 ha (2,36% do total do PA),
aumento de cerca de 8,64 ha (incremento de 157,95%). O número de manchas dessa classe
aumentou de uma para duas manchas.
No que se refere à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), no período anterior
à implantação do PA Cambuchim cerca de 8,49 ha (58,88 % do total das APP) apresentavam
impactos com algum tipo de uso antrópico (Agricultura/solo exposto). O restante das APP,
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cerca de 5,93 ha (41,12% do total das APP) encontravam-se ainda sob o predomínio de
vegetação arbustiva e de cobertura vegetal natural de mata nativa, campo seco e campo
úmido. Após a implantação do PA, o impacto com uso antrópico (Agricultura/solo exposto)
diminuiu para cerca de 5,76 ha (39,94% do total das APP). Entretanto, apesar da redução no
uso antrópico constatou-se que as áreas de mata nativa antes existentes em faixa de APP
praticamente desapareceram.
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5.1.6 Vegetação
O Quadro 1 apresenta a listagem de espécies florestais e campestres registradas através do
método do caminhamento nos Projetos de Assentamento dos municípios da região fisiográfica
das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó,
São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), além do município de Giruá, já
pertencente a região fisiográfica do Alto Uruguai. Foram encontradas 418 espécies de plantas
nos PA destes municípios. Destas, 290 são florestais e 128 espécies são campestres. Do total
de espécies observadas nestes PA, 149 são árvores, 149 são ervas, 48 são arbustos, 45 são
trepadeiras, 25 são epífitas, uma é hemiparasita e uma espécie é hemiepífita.
As espécies foram distribuídas nas suas famílias correspondentes segundo o novo sistema de
classificação APG II.
Nome científico
Família
Justicia brasiliana
ACANTHACEAE
Ruellia angustiflora
ACANTHACEAE
Achatocarpus
bicornutus
Nome
popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
floresta
arbu
flor-de-fogo
floresta
arbu
ACHATOCARPACEAE
quebramachado
floresta
arb
Alternanthera
micrantha
AMARANTHACEAE
piriquito-daserra
floresta
VU
herb
Chamissoa altissima
AMARANTHACEAE
mofungogigante
floresta
VU
tre
Iresine diffusa
AMARANTHACEAE
Lithraea brasiliensis
ANACARDIACEAE
Lithraea molleoides
Myracroduon
balansae
floresta
herb
aroeirabrava
floresta
arb
ANACARDIACEAE
aroeirabrava
floresta
arb
ANACARDIACEAE
pau-ferro
floresta,
campo
EN (RS) e
IBAMA
(anexo IV)
arb
Quadro 1. Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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Nome científico
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
Família
Nome popular
Schinus
lentiscifolius
ANACARDIACEAE
aroeira-cinzenta
floresta
arb
Schinus molle
ANACARDIACEAE
aroeira-salsa
campo, borda
arb
Schinus
polygamus
ANACARDIACEAE
aroeiraassobiadeira
floresta, borda
arb
Schinus
terebinthifolius
ANACARDIACEAE
aroeiravermelha
floresta, borda
arb
Rollinia
emarginata
ANNONACEAE
araticum
floresta
Rollinia salicifolia
ANNONACEAE
araticum
floresta
arb
Rollinia sylvatica
ANNONACEAE
araticum
floresta
arb
Centella asiatica
APIACEAE
campo
herb
Eryngium ciliatum
APIACEAE
campo
herb
Eryngium elegans APIACEAE
campo
herb
campo
arbu
campo
herb
VU
arb
Eryngium
horridum
APIACEAE
Eryngium
nudicaule
APIACEAE
Eryngium
pandanifolium
APIACEAE
gravatá-dobanhado
floresta
herb
Eryngium
pandanifolium
APIACEAE
caraguatá do
banhado
campo
arbu
Eryngium pristis
APIACEAE
campo
herb
Hydrocotyle
leucocephala
APIACEAE
floresta
herb
Apocynaceae sp.
APOCYNACEAE
floresta
tre
Aspidosperma
australe
APOCYNACEAE
floresta
arb
caraguatá
peroba, piquiá
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
51
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Orthosia
urceolata
APOCYNACEAE
Tabernaemontan
a catharinensis
APOCYNACEAE
Nome popular
jasmin-catavento
Tassadia subulata APOCYNACEAE
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
floresta
tre
floresta
arb
floresta
tre
Ilex brevicuspis
AQUIFOLIACEAE
caúna-da-serra
floresta
arb
Philodendron
bipinnatifidum
ARACEAE
cipó-imbé, cipóguaimbé
floresta
hemiepi
Spathicarpa
hastifolia
ARACEAE
floresta
herb
Butia yatay
ARECACEAE
butiazeiro
campo
Syagrus
romanzofiana
ARECACEAE
jerivá
floresta
arb
Aristolochia
triangularis
ARISTOLOCHIACEA
E
cipó-mil-homens
floresta
tre
Asplenium
claussenii
ASPLENIACEAE
floresta
herb
Asplenium
sellowianum
ASPLENIACEAE
floresta
herb
Aspilia
montevidensis
ASTERACEAE
campo
herb
Baccharis
anomala
ASTERACEAE
floresta
tre
Baccharis
articulata
ASTERACEAE
carqueja-doce
campo
arbu
Baccharis
dracunculifolia
ASTERACEAE
vassoura
campo
arbu
Baccharis trimera
ASTERACEAE
carqueja
campo
arbu
Calyptocarpus
biaristatus
ASTERACEAE
floresta
herb
IBAMA
(Anexo
IV)
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
52
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Chaptalia nutans
ASTERACEAE
Conyza
notobelidiastrum
ASTERACEAE
Dasyphyllum
brasiliense
ASTERACEAE
Elephantoppus mollis
ASTERACEAE
Eupatorium
laevigatum
ASTERACEAE
Facelis retusa
ASTERACEAE
Gochnatia
polymorpha
ASTERACEAE
Mikania involucrata
Nome popular
arnica-do-mato
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
floresta
herb
floresta
herb
sucará
floresta
arb
suçuaiá
floresta
herb
campo
arbu
solo descoberto
campo
herb
cambará
floresta
arb
ASTERACEAE
floresta
tre
Mikania sp.
ASTERACEAE
floresta
tre
Pterocaulon rugosum
ASTERACEAE
campo
herb
Senecio brasiliensis
ASTERACEAE
maria-mole
campo
arbu
Smallanthus
connatus
ASTERACEAE
batata-yaconnativa
floresta
Solidago chilensis
ASTERACEAE
Soliva pterosperma
ASTERACEAE
Vernonia balansae
Vernonia cf.
polyanthes
VU
herb
campo
herb
campo
herb
ASTERACEAE
floresta
arbu
ASTERACEAE
campo
arbu
Vernonia chamaedrys ASTERACEAE
campo
arbu
roseta
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Vernonia nudiflora ASTERACEAE
Nome popular
alecrim
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
campo
arbu
campo
arbu
Vernonia
tweediana
ASTERACEAE
Impatiens cf.
balsaminae³
BALSAMINACEAE
maria-semvergonha
floresta
herb
Anredera cf.
tucumanensis
BASELLACEAE
bertália
floresta
tre
Arabidea chica
BIGNONIACEAE
cipó-vermelho
floresta
tre
Arabidea selloi
BIGNONIACEAE
floresta
tre
Bignoniaceae
spp.
BIGNONIACEAE
floresta
tre
Clitostoma
callistegioides
BIGNONIACEAE
floresta
tre
Cuspidaria
pterocarpa
BIGNONIACEAE
floresta
tre
Dolichandra
cynanchoides
BIGNONIACEAE
cipó-crista-de-galo floresta
tre
Jacaranda
micrantha
BIGNONIACEAE
caroba
floresta
arb
Macfadyena
unguis-cati
BIGNONIACEAE
cipó-unha-de-gato
floresta
tre
Mansoa difficilis
BIGNONIACEAE
coral, flor-depapagaio
floresta
tre
Melloa
quadrivalvis
BIGNONIACEAE
floresta
tre
Pithecoctenium
crucigerum
BIGNONIACEAE
cipó-escova-demacaco
floresta
tre
Pyrostegia
venusta
BIGNONIACEAE
cipó-de-são-joão
floresta
tre
Tabebuia
heptaphylla
BIGNONIACEAE
ipê-roxo
floresta
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Blechnum
brasiliense
BLECHNACEAE
Cordia americana
BORAGINACEAE
Cordia
ecalyculata
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
floresta
arbu
guajuvira
floresta
arb
BORAGINACEAE
louro-mole
floresta
arb
Cordia trichotoma
BORAGINACEAE
louro-pardo
floresta
arb
Heliotropium
transalpinum
BORAGINACEAE
floresta
herb
Coronopus
didymus
BRASSICACEAE
campo
herb
Aechmea
recurvata
BROMELIACEAE
floresta
VU
epi
Aechmea sp.
BROMELIACEAE
floresta
VU
epi
Bilbergia nutans
BROMELIACEAE
floresta
VU
epi
Bilbergia zebrina
BROMELIACEAE
floresta
VU
epi
Bromelia
balansae
BROMELIACEAE
campo
VU
arbu
cf. Cyclopogon
sp.
BROMELIACEAE
Tillandsia
recurvata
BROMELIACEAE
cravo-do-mato
floresta
EN
epi
Tillandsia stricta
BROMELIACEAE
cravo-do-mato
floresta
VU
epi
Cereus
hildmanianus
CACTACEAE
tuna
campo
arb
Lepismium
lumbricoides
CACTACEAE
floresta
epi
Lepismium
warmingianum
CACTACEAE
floresta
epi
mastrus
bananinha-domato
floresta
herb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Rhipsalis cf.
cereuscula
CACTACEAE
Celtis cf.
brasiliensis
CANNABACEAE
Celtis iguanea
Nome popular
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
floresta
epi
esporão-de-galo
floresta
arb
CANNABACEAE
esporão-de-galo
floresta
arb
Trema micrantha
CANNABACEAE
grandiúva
floresta
arb
Lonicera
japonica³
CAPRIFOLIACEAE
madressilva
floresta
tre
Citronella
gongonha
CARDIOPTERIDACEAE
congonha,
caúna
floresta
arb
Citronella
paniculata
CARDIOPTERIDACEAE
congonha,
caúna
floresta
arb
Vasconcella
quercifolia
CARICACEAE
mamãozinhodo-mato
floresta
arb
Cecropia
pachystachia
CECROPIACEAE
embaúbabranca
floresta
arb
Maytenus
aquifolium
CELASTRACEAE
espinheirasanta
floresta
Maytenus
dasiclada
CELASTRACEAE
Maytenus muelleri CELASTRACEAE
espinheirasanta
VU
arb
floresta
arb
floresta
arbu
Pristimera andina
CELASTRACEAE
floresta
tre
Schaefferia
argentinensis
CELASTRACEAE
floresta
arb
Hypericum
connatum
CLUSIACEAE
orelha de gato
campo
herb
Combretum
fruticosum
COMBRETACEAE
pente-demacaco
floresta
tre
Commelinaceae
sp.
COMMELINACEAE
floresta
herb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
56
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
Commellina sp.
COMMELINACEAE
floresta
herb
Tradescantia
fluminensis
COMMELINACEAE
floresta
herb
Dichondra cf.
mycrocalyx
CONVOLVULACEAE
floresta
herb
Dichondra sericea CONVOLVULACEAE orelha de rato
campo
herb
Evolvolus
sericeus
CONVOLVULACEAE
campo
herb
Carex sellowiana
CYPERACEAE
floresta
herb
Cyperus luzulae
CYPERACEAE
campo
herb
Cyperus sp.
CYPERACEAE
campo
herb
Fimbristylis
autumnalis
CYPERACEAE
campo
herb
Fimbristylis
complanata
CYPERACEAE
campo
herb
Fimbristylis
dichotoma
CYPERACEAE
campo
herb
Kyllinga vaginata
CYPERACEAE
campo
herb
Rhynchospora
emaciata
CYPERACEAE
campo
herb
Rhynchospora
marisculus
CYPERACEAE
campo
herb
Rhynchospora sp
CYPERACEAE
campo
herb
Rhynchospora
tenuis
CYPERACEAE
campo
herb
Dioscorea cf.
campestris
DIOSCOREACEAE
floresta
tre
Dioscorea sp.
DIOSCOREACEAE
floresta
arb
tiririca
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
Diospyros
inconstans
EBENACEAE
caquizinho-do-mato floresta
arb
Erythroxylum
cf.cuneifolium
ERYTHROXYLACEAE
cocãozinho
floresta
arb
Erythroxylum
deciduum
ERYTHROXYLACEAE
cocão
floresta
arb
Escallonia bifida
ESCALLONIACEAE
canudo-de-pito
floresta
arb
Acalypha gracilis EUPHORBIACEAE
floresta
arbu
Acalypha
multicaulis
EUPHORBIACEAE
floresta
herb
Bernardia
pulchella
EUPHORBIACEAE
floresta
arbu
Croton sp.
EUPHORBIACEAE
floresta
arbu
canela-de-virá
Croton urucurana EUPHORBIACEAE
sangue-de-dragão
floresta
arb
Gymnanthes
concolor
laranjeira-do-mato
floresta
arb
Sapium
EUPHORBIACEAE
heamatospermum
toropi
campo,
borda
arb
Sebastiania
brasiliensis
EUPHORBIACEAE
leiterinho
floresta
arb
Sebastiania
commersoniana
EUPHORBIACEAE
branquilho
floresta
arb
Tragia volubilis
EUPHORBIACEAE
floresta
tre
Adesmia ciliata
FABACEAE
campo
herb
Adesmia incana
FABACEAE
campo
herb
Aeschynomene
falcata
FABACEAE
campo
herb
Arachis burkatii
FABACEAE
campo
herb
EUPHORBIACEAE
amendoim nativo
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
58
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome
popular
Hábitat
Status de
Hábito (2)
ameaça (1)
Chamaecrista nictitans
FABACEAE
campo
herb
Clitoria nana
FABACEAE
campo
herb
Desmodium
adscendens
FABACEAE
campo
herb
Desmodium incanum
FABACEAE
campo
herb
Macroptilium
prostratum
FABACEAE
campo
herb
Mimosa acerba
FABACEAE
campo
herb
Mimosa sp.
FABACEAE
campo
herb
Poiretia latifolia
FABACEAE
campo
herb
Pomaria stipularis
FABACEAE
campo
herb
Rhynchosia corylifolia
FABACEAE
campo
herb
Stylosanthes
montevidensis
FABACEAE
campo
herb
Trifolium polymorphum
FABACEAE
campo
herb
Vicia sativa
FABACEAE
campo
herb
Zornia sp.
FABACEAE
campo
herb
Apuleia leiocarpa
FABACEAECAESALPINOIDEAE
grápia
Bauhinia forficata
FABACEAECAESALPINOIDEAE
pata-de-vaca floresta
arb
Bauhinia microstachia
FABACEAECAESALPINOIDEAE
cipó-escadafloresta
de-macaco
tre
pega-pega
erva de
touro
trevo nativo
floresta
VU
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
floresta
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
Bauhinia
uruguayensis
FABACEAECAESALPINOIDEAE
pata-de-vaca
Gleditsia
amorphoides
FABACEAECAESALPINOIDEAE
EN (RS) e
coronda, sucará floresta IBAMA
(Anexo IV)
arb
Holocalyx balansae
FABACEAECAESALPINOIDEAE
alecrim
floresta
arb
Senna neglecta
FABACEAECAESALPINOIDEAE
fedegoso
campo
arbu
Dalbergia
frutescens
FABACEAE-FABOIDEAE
rabo-de-bugio
floresta
arb
Lonchocarpus
campestris
FABACEAE-FABOIDEAE
rabo-de-bugio
floresta
arb
Lonchocarpus
muehlbergianus
FABACEAE-FABOIDEAE
rabo-de-bugio
floresta
arb
Lonchocarpus
nitidus
FABACEAE-FABOIDEAE
rabo-de-bugio
floresta
arb
Machaerium
paraguariense
FABACEAE-FABOIDEAE
canela-do-brejo
floresta
arb
Machaerium
stipitatum
FABACEAE-FABOIDEAE
pau-de-malho
floresta
arb
Myrocarpus
frondosus
FABACEAE-FABOIDEAE
cabreúva
floresta
arb
Peltophorum
dubium
FABACEAE-FABOIDEAE
canafístula
floresta
arb
Sesbania virgata
FABACEAE-FABOIDEAE
cambaí
campo
arbu
Acacia caven
FABACEAEMIMOSOIDEAE
espinilho
campo
arb
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
Acacia cf.
bonariensis
FABACEAEMIMOSOIDEAE
unha-de-gato
floresta
arbu
Calliandra tweediei
FABACEAEMIMOSOIDEAE
topete-de-cardeal
floresta
arb
Enterolobium
contortisiliquum
FABACEAEMIMOSOIDEAE
timbaúva
floresta
arb
Inga vera
FABACEAEMIMOSOIDEAE
ingá-de-beira-derio
floresta
arb
Mimosa pilulifera
FABACEAEMIMOSOIDEAE
juquiri
floresta
arbu
Parapiptadenia
rigida
FABACEAEMIMOSOIDEAE
angico-vermelho
floresta
arb
Acacia sp.
FABACEAEMOMOSOIDEAE
unha-de-gato
floresta
tre
Erythrina crista-galli
FABACEAEMOMOSOIDEAE
corticeira-dobanhado
floresta
Hypoxis
decumbens
HYPOXIDACEAE
campo
herb
Sisyrinchium
vaginatum
IRIDACEAE
campo
herb
Juncus sp.
JUNCACEAE
campo
herb
Glechon sp.
LAMIACEAE
campo
arb
Glechon spathulata
LAMIACEAE
manjeroninha-docampo
campo
arbu
Ocimum
micranthum
LAMIACEAE
alfavaca-do-mato
floresta
herb
Vitex
megapotamica
LAMIACEAE
tarumã
floresta
arb
Nectandra
lanceolata
LAURACEAE
canela-amarela
floresta
arb
imune
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
61
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
Nectandra
megapotamica
LAURACEAE
canela-fedorenta
floresta
arb
Ocotea acutifolia
LAURACEAE
canela
floresta
arb
Ocotea puberula
LAURACEAE
canela-guaicá
floresta
arb
Ocotea pulchella
LAURACEAE
canela-lageana
floresta
arb
Blumenbachia urens
LOASACEAE
floresta
herb
Strichnos brasiliensis
LOGANIACEAE
esporão-de-galo
floresta
arb
Tripodanthus
acutifolius
LORANTHACEAE
erva-depassarinho
floresta
hemi
Heimia salicifolia
LYTHRACEAE
erva-da-vida
floresta
arbu
cf. Hiraea bahiensis
MALPIGHIACEAE
floresta
tre
Malpighiaceae sp.
MALPIGHIACEAE
floresta
tre
Abutilon pictum
MALVACEAE
floresta
arbu
Abutilon
umbelliflorum
MALVACEAE
floresta
arbu
Byttneria urticifolia
MALVACEAE
floresta
arbu
Luehea divaricata
MALVACEAE
açoita-cavalo
floresta
arb
Pavonia sepium
MALVACEAE
carrapicho
floresta
arbu
Maranta arundinacea
MARANTACEAE
araruta
floresta
arbu
Cabralea canjerana
MELIACEAE
canjerana
floresta
arb
Cedrela fissilis
MELIACEAE
cedro
floresta
arb
Trichilia catigua
MELIACEAE
catuaba
floresta
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
Trichilia claussenii
MELIACEAE
catiguávermelho
floresta
arb
Trichilia elegans
MELIACEAE
pau-ervilha
floresta
arb
Cissampelos pareira
MENISPERMACEAE
floresta
tre
Hennecartia
omphalandra
MONIMIACEAE
canemeira
floresta
arb
Ficus citrifolia
MORACEAE
figueira
floresta
Forsteronia
glabrescens
MORACEAE
cipó-de-leite
floresta
tre
Morus nigra³
MORACEAE
amora
floresta
arb
Sorocea bonplandii
MORACEAE
cincho
floresta
arb
Myrsine cf. wettsteinii
MYRSINACEAE
capororoca
floresta
arb
Myrsine laetevirens
MYRSINACEAE
capororoca
floresta
arb
Myrsine loefgrenii
MYRSINACEAE
capororoca-debeira-de-rio
floresta
arb
Myrsine lorentziana
MYRSINACEAE
capororoca-dobanhado
floresta
arb
Blepharocalyx
salicifolius
MYRTACEAE
murta
floresta
arb
Calyptranthes
concinna
MYRTACEAE
guamirim-facho
floresta
arb
Campomanesia
guazumifolia
MYRTACEAE
sete-capotes
floresta
arb
Campomanesia
xanthocarpa
MYRTACEAE
guabirobeira
floresta
arb
imune
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Eugenia burkartiana
MYRTACEAE
Eugenia involucrata
MYRTACEAE
Eugenia myrcianthes
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
floresta
arb
cerejeira
floresta
arb
MYRTACEAE
pessegueiro-docampo
floresta
arb
Eugenia pyriformis
MYRTACEAE
uvaia
floresta
arb
Eugenia
subterminalis
MYRTACEAE
floresta
arb
Eugenia uniflora
MYRTACEAE
pitangueira
floresta
arb
Eugenia
uruguayensis
MYRTACEAE
pitangão
floresta
arb
Myrceugenia euosma
MYRTACEAE
guamirimzinho
floresta
arb
Myrceugenia
glauscecens
MYRTACEAE
guamirim
floresta
arb
Myrcia bombycina
MYRTACEAE
guamirim
floresta
arb
Myrcia palustris
MYRTACEAE
guamirim
floresta
arb
Myrcianthes gigantea
MYRTACEAE
araçazeiro-domato
floresta
arb
Myrcianthes pungens
MYRTACEAE
guabiju
floresta
arb
Myrciaria delicatula
MYRTACEAE
camboim
floresta
arb
Myrrhinium
atropurpureum
MYRTACEAE
guamirim-pauferro
floresta
arb
Plinia rivularis
MYRTACEAE
guapuriti
floresta
arb
Psidium luridum
MYRTACEAE
araça do campo
campo
arbu
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
Oenothera mollissima ONAGRACEAE
campo
herb
Acianthera higrophilla
ORCHIDACEAE
floresta
epi
Capanemia
micromeria
ORCHIDACEAE
floresta
epi
Cyclopogon cf.
subalpestris
ORCHIDACEAE
floresta
epi
Oncidium crucigerum
ORCHIDACEAE
floresta
epi
Tricocentrum
pumilum
ORCHIDACEAE
floresta
epi
Oxalis sp.
OXALIDACEAE
floresta
herb
Oxalis sp.
OXALIDACEAE
azedinho
campo
herb
Passiflora caerulea
PASSIFLORACEAE
maracujá-domato
floresta
tre
Passiflora elegans
PASSIFLORACEAE
maracujámirim
floresta
Petiveria aliacea
PHYTOLACCACEAE
capim-guiné
floresta
herb
Phytolacca dioica
PHYTOLACCACEAE
umbu
floresta
arb
Seguiera cf. aculeata
PHYTOLACCACEAE
cipó-limoeirodo-mato
floresta
tre
Peperomia blanda
PIPERACEAE
floresta
epi
Peperomia
catharinae
PIPERACEAE
floresta
epi
Peperomia
psilostachia
PIPERACEAE
floresta
epi
Peperomia tetraphylla PIPERACEAE
floresta
epi
floresta
arbu
Piper aduncum
PIPERACEAE
pariparoba
VU
tre
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
Piper amalago
PIPERACEAE
pau-de-junta
floresta
arbu
Piper mikanianum
PIPERACEAE
pariparoba
floresta
herb
Plantago australis
PLANTAGINACEAE
tansagem
floresta
herb
Andropogon lateralis
POACEAE
capim caninha
campo
herb
Andropogon
macrotrix
POACEAE
capim pluma
campo
herb
Andropogon
selloanus
POACEAE
plumas brancas
campo
herb
Andropogon ternatus
POACEAE
campo
herb
Andropogon virgatus
POACEAE
campo
herb
Aristida jubata
POACEAE
barba de bode
campo
herb
Aristida laevis
POACEAE
barba de bode
alta
campo
herb
Axonopus affinis
POACEAE
grama tapete
campo
herb
Axonopus
compressus
POACEAE
campo
herb
Axonopus jesuiticus
POACEAE
campo
herb
Axonopus sulfutus
POACEAE
campo
herb
Bothriochloa
exaristata
POACEAE
campo
herb
Bothriochloa
laguroides
POACEAE
campo
herb
Bothriochloa
longipaniculata
POACEAE
campo
herb
grama
missioneira
pluma branca
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Família
Nome
popular
Calamagrostis
viridiflavescens
POACEAE
capim de
montevideo
campo
herb
Cenchrus echinatus
POACEAE
capim
amoroso
campo
herb
Chloris polydactyla
POACEAE
capim
branco
campo
herb
Coelorachis selloana
POACEAE
capim cola
de lagarto
campo
herb
Cynodon dactylon3
POACEAE
paulistinha
campo
herb
Dichanthelium
sabulorum
POACEAE
campo
herb
Digitaria insularis
POACEAE
capim
amargoso
campo
herb
Eleusine tristachya
POACEAE
capim pé-decampo
galinha
herb
Eragrostis bahiensis
POACEAE
capim açu
campo
herb
Eragrostis lugens
POACEAE
pasto ilusão
campo
herb
Eragrostis neesii
POACEAE
capim
sereno
campo
herb
Eragrostis plana³
POACEAE
capimannoni
campo
herb
Eragrostis rojasii
POACEAE
campo
herb
Erianthus angustifolius
POACEAE
macega
estaladeira
campo
herb
Eustachys disticophylla
POACEAE
capim
coqueirinho
campo
herb
Guadua trinii
POACEAE
taquaruçu
floresta
arb
Lolium multiflorum³
POACEAE
azevém
campo
herb
Melica sarmentosa
POACEAE
capimtrepador
floresta
tre
Nome científico
Hábitat
Status de
ameaça (1)
Hábito (2)
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Oplismenus hirtellus
POACEAE
Panicum bergii
POACEAE
Panicum sellowii
POACEAE
Paspalum dilatatum
POACEAE
Paspalum lividum
POACEAE
Paspalum nicore
POACEAE
Paspalum notatum
POACEAE
Paspalum
paniculatum
POACEAE
Paspalum plicatulum
POACEAE
Paspalum quarinii
POACEAE
Paspalum stellatum
POACEAE
Paspalum urvillei
POACEAE
Pennisetum latifolium
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
floresta
herb
campo
herb
campo
herb
campo
herb
campo
herb
grama cinzenta
campo
herb
grama forquilha
campo
herb
campo
herb
campo
herb
campo
herb
capim estrela
campo
herb
capim das roças
campo
herb
POACEAE
campo
herb
Pharus lapullaceus
POACEAE
floresta
herb
Piptochaetium
montevidense
POACEAE
cabelo de porco
campo
herb
Rhynchelytrum
roseum
POACEAE
capim natal
campo
herb
Schyzachirium
microstachyum
POACEAE
cola de burro
campo
herb
Setaria parviflora
POACEAE
cola de raposa
campo
herb
palha voadora
capim melador
capim colchão
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Setaria vaginata
POACEAE
Sorghastrum
agrostoides
Nome popular
setaria
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
campo
herb
POACEAE
campo
herb
Sorghastrum setosum
POACEAE
campo
herb
Sporobulos indicus
POACEAE
campo
herb
Steinchisma decipiens
POACEAE
campo
herb
Steinchisma hians
POACEAE
campo
herb
Trachypogon montufari
POACEAE
campo
herb
Tridens brasiliensis
POACEAE
campo
herb
Polygala australis
POLYGALACEAE
campo
herb
Polygala molluginifolia
POLYGALACEAE
campo
herb
Coccoloba cordata
POLYGONACEAE
floresta
arb
Ruprechtia laxiflora
POLYGONACEAE
floresta
arb
Campyloneuron cf.
nitidum
POLYPODIACEAE
floresta
epi
Microgramma
squamulosa
POLYPODIACEAE
floresta
epi
Pecluma cf.
pectinatiformis
POLYPODIACEAE
floresta
epi
Pecluma sicca
POLYPODIACEAE
floresta
epi
Pleopeltis angusta
POLYPODIACEAE
floresta
epi
capim
touceirinha
capim carona
marmeleirodo-mato
cipó-cabeludo
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
Polypodium cf.
hirsutissimum
POLYPODIACEAE
floresta
epi
Polypodium
polypodioides
POLYPODIACEAE
floresta
epi
Talinum patens
PORTULACACEAE
Adiantoposis
perfasciculata
PTERIDACEAE
Adiantum sp.
PTERIDACEAE
Adiantum sp.2
salada-de-pobre floresta
herb
floresta
herb
floresta
herb
PTERIDACEAE
floresta
herb
Doryopteris
nobilis
PTERIDACEAE
floresta
herb
Doryopteris
pedata
PTERIDACEAE
floresta
herb
Quillaja
brasiliensis
QUILLAJACEAE
floresta
arb
Clematis
bonariensis
RANUNCULACEAE
floresta
tre
Gouania ulmifolia
RHAMNACEAE
floresta
tre
Scutia buxifolia
RHAMNACEAE
coronilha
floresta
arb
Prunus myrtifolia
ROSACEAE
pessegueiro-dofloresta
mato
arb
Chomelia obtusa
RUBIACEAE
rasga-trapo
floresta
arb
Guettarda
uruguensis
RUBIACEAE
veludinho
floresta
arb
Machaonia
brasiliensis
RUBIACEAE
floresta
arb
Manettia luteorubra
RUBIACEAE
floresta
tre
avenca
sabão-desoldado
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
Psychotria
carthagenensis
RUBIACEAE
cafeeiro-do-mato
floresta
arbu
Psychotria leiocarpa
RUBIACEAE
cafeeiro-do-mato
floresta
arbu
Psychotria myriantha
RUBIACEAE
cafeeiro-do-mato
floresta
arbu
Randia ferox
RUBIACEAE
limoeiro-do-mato
floresta
arb
Rubiaceae sp.
RUBIACEAE
floresta
herb
Rudgea parquioides
RUBIACEAE
cafeeiro-do-mato
floresta
arbu
Balfourodendron
riedelianum
RUTACEAE
pau-mafim,
guatambu
floresta
arb
Citrus sinensis³
RUTACEAE
laranjeira
floresta
arb
Helietta apiculata
RUTACEAE
canela-de-veado
floresta
arb
Pilocarpus
pennatifolius
RUTACEAE
jaborandi
floresta
arb
Zanthoxylum fagara
RUTACEAE
coentrilho
floresta
arb
Zanthoxylum
petiolare
RUTACEAE
tembetari
floresta
arb
Zanthoxylum
rhoifolium
RUTACEAE
mamica-de-cadela
floresta
arb
Banara tomentosa
SALICACEAE
guassatunga-preta
floresta
arb
Casearia decandra
SALICACEAE
guassatunga
floresta
arb
Casearia sylvestris
SALICACEAE
chá-de-bugre
floresta
arb
Xylosma
pseudosalzmanii
SALICACEAE
sucará
floresta
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de
Hábito
ameaça
(2)
(1)
Xylosma tweediana
SALICACEAE
sucará
floresta,
borda
arb
Allophylus edulis
SAPINDACEAE
chal-chal
floresta
arb
Allophylus
guaraniticus
SAPINDACEAE
vacum
floresta
arb
Cupania vernalis
SAPINDACEAE
camboatávermelho
floresta
arb
Diatenopteryx
sorbifolia
SAPINDACEAE
maria-preta
floresta
arb
Matayba
elaeagnoides
SAPINDACEAE
camboatábranco
floresta
arb
Paullinia sp.
SAPINDACEAE
floresta
tre
Serjania cf.
laruotteana
SAPINDACEAE
floresta
tre
Urvillea uniloba
SAPINDACEAE
floresta
tre
Chrysophyllum
gonocarpum
SAPOTACEAE
aguaí-guassu
floresta
arb
Chyrosophyllum
marginatum
SAPOTACEAE
aguaí-mirim
floresta
arb
Pouteria gardneriana
SAPOTACEAE
aguaí-mataolho
floresta
arb
Pouteria salicifolia
SAPOTACEAE
aguaí-mataolho
floresta
arb
Syderoxylum
obtusifolium
SAPOTACEAE
coronilha-dapraia
floresta
VU (RS)
e IBAMA
arb
(Anexo
IV)
Anemia phyllitidis
SCHYZACEAE
Buddleia brasiliensis
SCROPHULARIACEAE
Castella tweediei
SIMAROUBACEAE
cipó-timbó
barbasco
floresta
herb
floresta
arbu
floresta
VU
arb
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284.3300
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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Família
Nome popular
Hábitat
Status de
ameaça Hábito (2)
(1)
Smilax cognata
SMILACACEAE
japecanga
floresta
tre
Brunfelsia
australis
SOLANACEAE
primavera
floresta
arb
Capsicum sp.
SOLANACEAE
pimenta-domato
floresta
arbu
Cestrum
eunanthes
SOLANACEAE
floresta
arbu
Cestrum
intermedium
SOLANACEAE
floresta
arb
Cestrum
strigilatum
SOLANACEAE
floresta
arbu
Solanum
americanum
SOLANACEAE
floresta
herb
Solanum cf.
pseudoquina
SOLANACEAE
floresta
arb
Solanum
commersonii
SOLANACEAE
floresta
herb
Solanum
corymbiflorum
SOLANACEAE
colhão-de-veado floresta
arbu
Solanum laxum
SOLANACEAE
floresta
tre
Solanum
mauritianum
SOLANACEAE
fumo-bravo
floresta
arb
Solanum sanctaecatharinae
SOLANACEAE
joá-manso
floresta
arb
Solanum sp.
SOLANACEAE
floresta
arbu
Solanum sp.2
SOLANACEAE
floresta
arbu
Vassobia
breviflora
SOLANACEAE
floresta
arb
Styrax leprosus
STYRACACEAE
floresta
arb
canemeira
peloteira
carne-de-vaca
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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Nome científico
Família
Symplocos uniflora
SYMPLOCACEAE
Thelypteris spp.
THELYPTERIDACEAE
Daphnopsis
racemosa
THYMELAEACEAE
Boehmeria caudata
Nome popular
sete-sangrias
Hábitat
Status de Hábito
ameaça (1)
(2)
floresta
arb
floresta
herb
embira
floresta
arbu
URTICACEAE
urtiga-mansa
floresta
arbu
Parietaria debilis
URTICACEAE
pepininho
floresta
herb
Urera baccifera
URTICACEAE
urtigão
floresta
arb
Urticaceae sp.
URTICACEAE
floresta
herb
Aegiphila brachiata
VERBENACEAE
floresta
arb
Aloysia gratissima
VERBENACEAE
floresta
arbu
Glandularia
peruviana
VERBENACEAE
campo
herb
Glandularia selloi
VERBENACEAE
campo
herb
Lippia ekmani
VERBENACEAE
invasora de
soja
campo
herb
Anchietea parvifolia
VIOLACEAE
cipó-suma
floresta
tre
Hybanthus
bigibbosus
VIOLACEAE
floresta
herb
Cissus striata
VITACEAE
floresta
tre
cidrózinho-domato
Quadro 1 (Cont.). Lista de espécies florestais e campestres, registradas para o conjunto dos Projetos de
Assentamentos dos municípios da região fisiográfica das Missões (São Borja, Santo Antônio das Missões,
São Nicolau, Bossoroca, Capão do Cipó, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões e Caibaté), mais o
município de Giruá. 1 Status de ameaça: SEMA (2002) e IBAMA (2008); 2 Hábito:arb= arbóreo; arbu=
arbustivo; epi= epifítico; herb= herbáceo; tre= trepador; hemi= hemiparasita; 3 espécies introduzidas.
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5.1.6.1 Considerações sobre a vegetação campestre
A fisionomia de campo foi preferida para a expansão da área de lavoura ao longo dos anos,
ocupando atualmente aproximadamente 21% da área deste PA. A vegetação campestre desta
fisionomia é composta por diversas espécies, entre as quais existem muitas utilizadas como
alimento pelos herbívoros, ou seja, são forrageiras. Estas espécies forrageiras são utilizadas
tanto pela fauna nativa, quanto pelos herbívoros domésticos (bovinos, ovinos e eqüinos). O fato
das espécies nativas servirem como alimento aos animais dá a esta vegetação um caráter de
pastagem sendo então denominada pastagem nativa.
Esta formação vegetal, quando manejada de forma adequada nos potreiros, apresenta dois
estratos, um com espécies mais prostradas que cobrem densamente o solo e outro com
espécies mais eretas e arbustivas. Geralmente quando ocorre este estrato superior é que
verificamos uma maior disponibilidade de forragem aos animais, desejável do ponto de vista
produtivo, além de uma maior diversidade de espécies, importante do ponto de vista
conservacionista.
As gramíneas de campos altos (Araújo, 1971), geralmente mais secos, encontradas com maior
freqüência neste PA são: Andropogon lateralis (capim caninha), Bothriochloa laguroides (pluma
branca), Eragrostis lugens (pasto ilusão), Paspalum plicatulum (capim colchão), Setaria
parviflora (cola de raposa) e Sporobulos indicus (capim touceirinha). De campos em gramação
e gramados, onde geralmente a pressão de pastejo é maior, foram encontradas Eleusine
tristachya (capim pé-de-galinha) e Paspalum notatum (grama forquilha). Comuns em beira de
estradas e lavouras, Cenchrus echinatus (capim amoroso), Panicum bergii (palha voadora) e
Setaria vaginata (setaria) são freqüentes neste PA. Estão presentes também Axonopus
compressus e Eragrostis bahiensis (capim açu) entre as gramíneas, além de Aspilia
montevidensis, Dichondra sericea (orelha de rato), Oxalis sp. (azedinho) e Vernonia
chamaedrys, ocorrendo também outras espécies destas e de outras famílias, porém com uma
menor freqüência.
Formam o estrato superior da vegetação estão presentes as gramíneas Aristida jubata (barba
de bode), Aristida laevis (barba de bode alta) e Schizachyrium microstachyum (cola de burro).
Os campos, em vários locais do PA, apresentam os dois estratos da vegetação, o que
evidencia um bom manejo da pastagem nativa (Figura 16).
Nas áreas úmidas, próximo a córregos d’água e nascentes, ou nos campos úmidos, ocorrem
Eragrostis bahiensis (capim açu), Eryngium pandanifolium (caraguatá de banhado) e
Fimbristylis complanata.
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Figura 16. Pastagem nativa - PA Cambuchim. Vegetação com duplo estrato.
Entre as leguminosas, encontra-se neste PA Arachis burkatii (amendoim nativo), Desmodium
incanum (pega-pega) e Trifolium polymorphum (trevo nativo). O Desmodium incanum (pegapega) é a espécie mais freqüente e cresce principalmente no período quente do ano. O
Trifolium polymorphum tem no período hiberno - primaveril a época mais favorável, também
bastante freqüente. As leguminosas são importantes para alimentação animal e para fixação de
nitrogênio no solo, sendo favorecidas com a correção e fertilização do solo, assim como pelo
adequado manejo da pastagem.
Presente no campo e nas estradas do PA o Eragrostis plana (capim-annoni) é uma invasora
agressiva e que apresenta baixa qualidade forrageira.
A vegetação campestre do PA Cambuchim encontra-se impactada principalmente pela
implantação de lavouras. Estas práticas implicam na supressão permanente de muitas
espécies nativas, muitas delas com boa qualidade forrageira. Uma grande ameaça para a
pastagem nativa deste PA é a infestação por capim-annoni (Eragrostis plana), que está
presente principalmente nas áreas que ainda restam de campo. O excesso de carga animal
não é problema na maioria dos lotes.
A presença de capim-annoni (Eragrostis plana) no campo e nas estradas pode vir a ser um
problema. O capim-annoni é uma gramínea perene originada da África e introduzida no Estado
na década de 1950. É uma espécie invasora muito severa que ocupa o campo eliminando as
espécies nativas. Este comportamento não é comum entre as exóticas encontradas no Estado,
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visto que a grande maioria delas permanece em áreas ruderais ou ao longo de rodovias, não
invadindo áreas nativas.
Em campos completamente infestados pelo capim-annoni, a única forma de controle da praga
é a aplicação localizada de herbicidas, com cultivo posterior. O retorno ao estágio natural do
campo, com toda a composição florística nativa, é praticamente impossível, pois o capimannoni produz muitas sementes e estas permanecem viáveis no solo por muitos anos.
Foram observadas algumas áreas de regeneração/pousio, as quais apresentavam solo exposto
e muitas espécies cespitosas de gramíneas e Asteraceae. É importante ressaltar que o capimannoni ocupa com maior facilidade áreas que foram cultivadas e posteriormente abandonadas.
Nestas condições em que o solo está coberto parcialmente há a facilitação da invasão desta
praga. Por isso é necessário que se faça um acompanhamento das áreas em
regeneração/pousio para evitar a infestação pelo capim-annoni.
Apesar do capim-annoni ser espécie invasora de campo nativo, é interessante salientar que a
infestação ocorre de forma muito mais lenta no campo do que em áreas alteradas. Isto facilita
seu controle em áreas campestres onde a invasão for pequena, evitando a destruição da
vegetação nativa, corroborando a idéia de conservação dos campos naturais.
De forma geral a utilização da pastagem nativa do PA Cambuchim pode ser melhorada através
de algumas práticas. A correção e fertilização do solo, sem seu revolvimento, mantendo as
espécies nativas. O diferimento, isolando áreas para que as espécies possam acumular massa,
que os animais poderão consumir em épocas de menor crescimento. Esta prática também
permite o florescimento e frutificação das espécies mais procuradas pelos animais, como as
leguminosas, auxiliando na perpetuação e crescimento destas espécies. A prática da roçada
deve ser estimulada, condicionando a pastagem nativa para o consumo dos animais.
O ajuste da carga animal é imprescindível para obtenção de um melhor desempenho animal e
para manter a qualidade do solo, da vegetação e dos recursos hídricos. Isto pode ser feito
adequando o número de animais por área e a categoria animal utilizada em cada potreiro. A
indicação para a região de São Borja é entre 150 e 220 kg de peso vivo/ha para pecuária de
corte (ciclo completo) ao longo do ano (Jacques et al., 1997). Estes valores podem ser maiores
quando utilizado o pastejo misto (e.g. bovinos e ovinos). Além disto, a vegetação nativa está
mais adaptada ao tipo de solo e às temperaturas, sendo então mais sustentável, sugerindo
maior investimento nestas espécies do que espécies exóticas.
5.1.6.2 Considerações sobre a vegetação florestal
O PA Cambuchim não possui florestas nativas atualmente, apenas campos nativos e lavouras
(Figura 17 e Figura 18). De acordo com a imagem de satélite utilizada para mapear o uso do
solo anterior à impantação do PA, havia pequeníssimos fragmentos de mata nativa, os quais
podem ter sido suprimidos. Um destes pequenos fragmentos encontrava-se inclusive em APP
de uma pequena sanga que nasce no PA. Atualmente existem apenas alguns pequeníssimos
trechos em que crescem algumas árvores, principalmente costeando as cercas (Figura 19). As
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espécies aí observadas foram: bugreiro (Lithraea molleoides); toropi (Sapium
haematospermum); jasmim-cata-vento (Tabernaemontana catharinensis); aroeira-vermelha
(Schinus terebinthifolius), a qual parece possuir uma outra variedade nesta região, com as
folhas mais peludas. Porém, embora exista falta de florestas nativas neste PA, os assentados
plantam árvores nativas ao redor de suas casas (Figura 20), como: angico-vermelho
(Parapiptadenia rigida), guajuvira (Cordia americana), ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla) além de
várias outras espécies exóticas, de cultivo convencional. É um bom exemplo de uma
agrofloresta próximo das casas.
Sugere-se a recuperação da APP desta pequena sanga que possuía florestas, com o plantio
de espécies arbóreas nativas, na faixa de 30 metros necessária, conforme lista de espécies do
Quadro 10, Anexo IV.
O PA não possui área destinada para Reserva Legal, que deveria ter área igual a 20% da área
total do PA. Sugere-se a aquisição de área fora do PA para solucionar o problema deste
passivo ambiental. Pode inclusive ser adquirida uma área maior, contemplando também o
passivo ambiental de outros PA da região. A área a ser adquirida deverá ser na mesma região
fitoecológica dos PA, ou seja, possuir as mesmas formações vegetais.
Espécies ameaçadas – Nos PA localizados na região fisiográfica das Missões foram
encontradas 19 espécies de plantas que constam na Lista Oficial da Flora Ameaçada do RS e
duas espécies que são consideradas imunes ao corte segundo legislação estadual, o Código
Estadual do Meio Ambiente. As duas espécies imunes são: a figueira (Ficus citrifolia) a qual
mudou de nome, antes era chamada de Ficus guaranitica; e a corticeira-do-banhado (Erythrina
crista-galli). Das 19 espécies ameaçadas, 15 estão na categoria Vulnerável (VU) e 3 na
categoria Em Perigo (EN). Há ainda quatro espécies que constam na recém publicada Lista
Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, encontrando-se estas no
Anexo IV desta lista, as espécies que possuem deficiência de dados. Destas três últimas
destacam-se o pau-ferro (Myracroduon balansae) e a coronda ou sucará (Gleditsia
amorphoides) muito raras, ocorrentes apenas na região das Missões, no RS. Espécies
ameaçadas não podem ser suprimidas, sendo interessante o seu cultivo e repovoamento.
Estas espécies merecem atenção especial nos assentamentos, não podendo ser suprimidas ou
exploradas sem autorização.
Cabe ressaltar que as espécies ameaçadas de extinção podem ser utilizadas apenas com
autorização do órgão competente.
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Figura 17. Não existem florestas nativas no PA Cambuchim, apenas campos
nativos - Município de São Borja.
Figura 18. No PA Cambuchim os campos nativos que constituem a paisagem
são substituídos por lavouras -Município de São Borja.
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Figura 19. O PA Cambuchim não possui florestas, apenas capoieras em
beiras de estradas, onde uma das espécies comuns é a aroeira-bravade-folha-composta (Lithraea molleoides) e o toropi (Sapium
haematospermum).
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Figura 20. Neste PA, os assentados plantaram muitas árvores ao redor de suas
casas, tanto nativas como exóticas, um belo exemplo.
5.1.6.3 Sugestões para a valorização e utilização sustentável da flora nativa
Deve haver maior envolvimento com os assentados. Não se pode apenas cobrar a legislação
ambiental. É necessário desenvolver trabalhos de educação ambiental e, principalmente,
promover o maior envolvimento de técnicos da assistência, de economia solidária, que podem
auxiliar no desenvolvimento de cooperativas para a comercialização de produtos
agroecológicos, e para o desenvolvimento de outras questões dos assentamentos com o
objetivo de gerar autonomia e desenvolvimento sustentável.
Com o objetivo de criar meios para que os assentados passem a ter um outro olhar sobre a
flora nativa da sua região e do seu PA, para que valorizem as espécies nativas, são propostas
algumas medidas.
Uma alternativa interessante seria a implantação de agroflorestas. Um programa de fruticultura
orgânica, sem uso de agrotóxicos, com a biodiversidade como um dos principais valores,
consorciando espécies frutíferas convencionais com espécies nativas, seria um modelo
interessante. Existem muitas espécies nativas que poderiam ser utilizadas para madeira ou
lenha. O açoita-cavalo (Luehea divaricata), o tarumã (Vitex megapotamica), o angico-vermelho
(Parapiptadenia rigida), a grápia (Apuleia leiocarpa), o alecrim (Holocalyx balansae), a
canjerana (Cabralea canjerana), o cedro (Cedrela fissilis), o ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla), o
espinilho (Acacia caven), o pau-ferro (Myracroduon balansae), o timbó (Ateleia glazioviana),
guajuvira (Cordia americana), rabo-de-bugio (Lonchocarpus campestris, Lonchocarpus
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muehlbergianus e Lonchocarpus nitidus), o louro-pardo (Cordia trichotoma), a cabreúva
(Myrocarpus frondosus) entre várias outras (ver Anexo IV, Quadro 10)
O angico-vermelho (Parapiptadenia rigida). É uma excelente espécie madeireira e produz ótima
lenha. Suas flores são melíferas e o mel proveniente delas possui propriedades terapêuticas.
Alem disso é uma leguminosa, enriquecedora do solo.
O timbó (Ateleia galzioviana) é outra espécie nativa interessante para ser cultivada. Quando
adulta pode fornecer lenha, mas também é recuperadora e enriquecedora do solo. Como é
uma leguminosa, ela fixa nitrogênio. Pode ser plantada em beiras de plantações, horta, cercas
e de estradas e periodicamente podada, sendo seus ramos utilizados como adubação verde.
Há várias outras espécies arbóreas da família das leguminosas que possuem boa madeira e
são também enriquecedoras do solo, como: rabos-de-bugio, canafístula, pau-de-malho, canelado-brejo, alecrim e várias outras.
Existem muitas espécies frutíferas nas florestas das Missões que podem ser utilizadas em
sistemas agroflorestais (SAF), consorciadas com espécies madeireiras e para outros usos,
tanto nativas como convencionais. Dentre as espécies nativas podemos citar: o guapuriti (Plinia
rivularis), a guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa), o sete-capotes (Campomanesia
guazumifolia), a pitangueira (Eugenia uniflora), o guabiju (Myrcianthes pungens), o jerivá
(Syagrus romanzoffiana), a uvaia (Eugenia pyriformis), o chal-chal (Allophylus edulis), o
araticum (Rollinia sylvatica). Estas, consorciadas com plantas de cultivo convencionais, podem
render ótimos resultados a médio e longo prazo. Em muitos PA já se observa o início de uma
agrofloresta, muitas vezes ao lado de casa, onde se encontra o pessegueiro, o butiazeiro,
bananeiras, laranjeiras, parreiras, plantas de cultivo anuais (sementes crioulas) e diversas
outras espécies, às vezes até algumas nativas. Isto poderia ser bem mais incrementado. Há
muitas plantas nativas e convencionais que possuem algum tipo de uso. Há muitos recursos
que podem ser utilizados, a biodiversidade precisa ser conhecida e acessada. Utilizando a
agrobiodiversidade, estaremos valorizando-a e conservando-a, desde que seja feito de uma
maneira sustentável.
Para a implantação das agroflorestas e para a recuperação de áreas degradadas, as mudas
podem ser adquiridas no IRDER- Instituto Regional de Desenvolvimento Rural, Augusto
Pestana-RS ou na FEPAGRO-Florestas de Santa Maria. Estes são parceiros interessantes
para os assentamentos da região. Outra alternativa muito interessante seria os próprios
assentados produzirem as mudas, implantando viveiros dentro de seus lotes ou centralizando
um viveiro em um PA para atender a demanda de vários, mapeando as matrizes fornecedoras
de sementes na sua própria região.
O desenvolvimento de farmácias caseiras é uma maneira de descentralizar e baratear o acesso
à saúde nos assentamentos. Existem muitas plantas nativas e outras não nativas que podem
ser utilizadas na medicina caseira e possuem efeitos comprovados pela ciência. É também
uma forma de dar mais valor ao mato, aos campos nativos, os quais possuem centenas de
espécies medicinais. As plantas medicinais nativas possuem grande potencial de uso e várias
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delas nos PA. Sabendo utilizá-las de forma correta, com o acompanhamento de profissionais
habilitados, seria possível a implantação de farmácias caseiras com estas plantas medicinais
(espinheira-santa, arnica-do-mato, coronilha, pitangueira, japecanga, murta, catuaba, jerivá, e
tantas outras)
A utilização de todas estas plantas acima deve ser de maneira sustentável. Sugere-se sempre
o acompanhamento de profissionais habilitados, a elaboração de planos de manejo e a
realização de pesquisas para melhorar as práticas.
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5.1.7 Fauna
Para a avaliação da mastofauna, principalmente de médio e grande porte, realizou-se uma
amostragem caracterizando qualitativamente a composição desta parcela da fauna, as
condições dos hábitats disponíveis para as espécies em questão, assim como os impactos
decorrentes da implantação do PA sobre a mastofauna da região. A amostragem foi realizada
através de um levantamento das espécies de mamíferos, com base em visualizações, vestígios
e relatos de moradores. O assentamento foi percorrido, priorizando-se locais de possível uso
ou refúgio por estes animais e as Áreas de Preservação Permanente (APP).
Este PA caracterizou-se por apresentar a área do imóvel quase que inteiramente produtiva
(Figura 21). Com base na metodologia utilizada, os registros de fauna foram inexistentes,
sendo que as espécies que potencialmente ocorreriam na área seriam esporádicas em função
de deslocamentos entre refúgios próximos ao PA, como por exemplo a APP da sanga dos
Quevedos (Figura 21B).
Os relatos associam a não ocorrência das espécies à intensa pressão de caça no passado e à
inexistência de hábitats florestais no local. Cabe ressaltar que a redução de espécies pela
pressão de caça seria resultado não apenas da ação dos moradores do assentamento no
momento da implantação, bem como o resultado da histórica tradição de caça ao longo de todo
processo de ocupação regional, que ocasionou uma grande depauperação da fauna de
mamíferos de médio e grande porte, especialmente.
Além disso, avaliando-se a inexistência atual de áreas florestais passíveis de uso ou refúgio
das espécies, presume-se que aquela fauna típica de ambientes abertos e/ou comumente
registrada, como Conepatus chinga (zorrilho), por exemplo, seria passível de intentos de
recolonização ou passagem, uma vez que atualmente predominam as formações abertas no
entorno do PA. Embora assim, a abundância das espécies deve ser bastante baixa, mesmo
dentre as mais resilientes (Figura 22), sendo possível de inferir-se através das características
do local.
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A
B
Figura 21. Formações abertas predominantes, PA Cambuchim. Ao fundo, e fora do
PA, APP da sanga dos Quevedos.
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Figura 22. Carcaça de Dasypus novemcinctus (tatú-galinha), nas proximidades do
PA Cambuchim.
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5.2 Diagnóstico do meio sócio–econômico e cultural
5.2.1 População e organização social
O PA Cambuchim foi implantado em 1998, contando atualmente trinta (30) famílias, oriundas
de várias regiões do estado, principalmente de São Borja, Erechim, Constantina, Ronda Alta e
outros municípios da região norte do RS. Segundo relato dos assentados, existem no PA
alguns casos de troca de lotes entre assentados. Ao longo do tempo houve substituição de
algumas famílias, sendo que aproximadamente 83% das famílias permanecem nos lotes desde
a sua criação.
5.2.2 Infra-estrutura física, social e econômica
A infra-estrutura do PA Cambuchim pode ser considerada boa. Existe acesso à energia elétrica
para todas as residências, com abastecimento de água encanada, proveniente de um poço
artesiano, para todas as famílias. As residências são em sua maioria de alvenaria, com boa
qualidade. A rede viária principal tem boa densidade e qualidade, assim como o acesso às
moradias.
Há carência de máquinas e implementos para maioria dos assentados. É utilizada a tração
animal e em alguns momentos o arrendamento de tratores e implementos. A patrulha agrícola
do município também auxilia as famílias. Com relação a equipamentos, como resfriadores de
leite para conservar a produção leiteira dos assentados entre os períodos de coleta, existem
resfriadores de tarro na casa dos assentados que entregam leite para indústria.
Existe uma sede social neste PA, que é utilizada para reuniões e cultos religiosos.
5.2.3 Sistema produtivo
A matriz produtiva do PA é variada. A produção agrícola contempla o cultivo de grãos,
principalmente soja, milho e feijão. A produção animal abrange a criação de gado de leite e
gado de corte, feitas sobre pastagem nativa e cultivada (aveia, azevém, milheto e brachiária). A
apicultura também tem importância neste PA.
Há ainda a produção em pequena escala de outras culturas como hortaliças e frutas, e a
criação de pequenos animais como aves, suínos e ovinos, além de bovinos de corte para
consumo de subsistência. A criação de cavalos é feita para transporte e trabalho.
O sistema de cultivo do solo é o convencional, que promove o revolvimento do solo para a
implantação das lavouras e o plantio direto, principalmente para o cultivo da soja. Associado à
fragilidade natural do solo à erosão, devido ao alto teor de argila e à declividade, o sistema de
cultivo convencional pode levar à degradação do recurso solo pelo uso inadequado. O plantio
direto é a técnica mais adequada para o cultivo nestes tipos de solos. Quanto aos insumos, são
utilizadas sementes comuns nas pastagens e sementes melhoradas no cultivo da soja. Os
fertilizantes e corretivos são utilizados principalmente nas lavouras.
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Segundo informação dos assentados, a assistência técnica é fornecida pela EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural.
5.2.4 Saúde
As famílias do PA Cambuchim recebem assistência médica diretamente no assentamento, com
freqüência mensal em uma unidade móvel. Os casos mais graves são encaminhados para o
posto de saúde na sede do município de São Borja.
5.2.5 Educação
O acesso à educação do PA Cambuchim é regular. O ensino fundamental é oferecido na
E.M.E.F. Liôncio S. P. Aquino, distante aproximadamente 8km do PA. O ensino médio é
oferecido em uma escola na localidade de Timbauva, distante aproximadamente 16 km do PA.
O transporte escolar é oferecido pelo município tanto para os alunos do ensino fundamental
quanto do ensino médio.
5.2.6 Saneamento
O acesso ao saneamento no PA Cambuchim é ainda limitado. A água consumida pelas
famílias é oriunda de um poço artesiano, não sofrendo tratamento antes do consumo, embora
seja aparentemente de boa qualidade. Existem caixas d’água em alguns lotes.
No que se refere aos dejetos, a maior parte das casas possui banheiros com fossas adequadas
que foram construídas juntamente com a reforma das casas.
Os resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos (restos de alimentos, garrafas plásticas, latas,
vidros, frascos de vacinas, embalagens de defensivos, etc.) gerados pelos assentados também
carecem de tratamento adequado. A maior parte tem como destino final à queima, pois a coleta
de lixo feita pela prefeitura do município não abrange a zona rural.
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IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS
Os principais impactos resultantes da implantação do PA Cambuchim e as medidas
mitigadoras recomendadas estão a seguir relacionados. Como forma de mitigar esses impactos
sobre o meio físico e o meio biótico e com o objetivo de adequar as condutas de
aproveitamento agropecuário ao Código Florestal Brasileiro e ao Código Florestal do Estado do
Rio Grande do Sul, é sugerido um conjunto de recomendações.
6.1 Degradação do solo
Em vários locais do PA Cambuchim observa-se terras impróprias para uso com lavouras anuais
sendo utilizadas para este fim. Associado a práticas de manejo inadequadas, como o cultivo
convencional e o uso de queimadas em áreas de drenagem, a implantação de lavouras em
áreas impróprias contribui para a intensificação dos processos erosivos.
6.1.1 Medidas mitigadoras
•
Incrementar o acesso à assistência técnica, aumentando o número de técnicos que
atendem os assentados e qualificando-os como indutores do uso sustentável dos recursos
naturais, de acordo com as características da região de inserção do PA;
•
Respeitar a capacidade de uso das terras, reduzindo a área destinada a culturas anuais, e
adotar usos e práticas de manejo recomendadas para cada classe de capacidade de uso;
•
Produzir e distribuir mapas e cartilhas para os assentados e para os técnicos de extensão,
mostrando a distribuição das classes de aptidão de uso das terras no assentamento e nos
lotes, com indicação das práticas de uso e manejo conservacionista das mesmas;
•
Orientar e capacitar os assentados sobre a fragilidade da estrutura do solo e a necessidade
de manutenção da vegetação original desta região, evitando o revolvimento do solo;
•
Incentivar a implantação de cultivos perenes (fruticultura, por exemplo) e a manutenção da
atividade pecuária sobre pastagem nativa.
6.2 Uso das áreas de preservação permanente (APP)
No período anterior à implantação do PA Cambuchim cerca de 8,49 ha (58,88 % do total das
APP) apresentavam impactos com algum tipo de uso antrópico (Agricultura/solo exposto). Após
a implantação do PA, o impacto com uso antrópico (Agricultura/solo exposto) diminuiu para
cerca de 5,76 ha (39,94% do total das APP). Apesar da redução no uso, é importante ressaltar
que as APP deveriam ser integralmente protegidas.
Atualmente a APP é composta principalmente por campo nativo e lavouras em certos trechos.
Em relação às formações florestais, estas atualmente não existem mais no PA, a não ser
árvores isoladas ao longo de cercas. Antes da implantação do PA havia alguns fragmentos de
mata nativa que ocupavam cerca de 1,64 hectares na margem de duas sangas afluentes da
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Sanga dos Quevedos, porém estas foram suprimidas. Portanto, mesmo que tenha diminuído o
uso da APP, as matas nativas que existiam e foram suprimidas deveriam ser recuperadas.
6.2.1 Medidas mitigadoras
•
Impedir qualquer forma de uso nas APP que esteja em desacordo com a Resolução
Conama 369/2006, como pastejo e acesso do gado, supressão da vegetação campestre ou
abertura para lavouras, seccionamento por estradas, lançamento de resíduos, etc.;
•
Permitir a intervenção e/ou supressão da vegetação nas APP somente de acordo com o
disposto na Resolução Conama 369 de 28 de março de 2006, para permitir a regeneração
da vegetação nativa, seja ela florestal ou campestre;
•
Promover um projeto de recuperação das APP que vem sendo utilizadas para a agricultura
e pastagens ou que possuem solo exposto, para recompor a mata nativa que aí existia,
seguindo a sugestão de espécies do Quadro 10, Anexo IV.
6.3 Inexistência de ARL
A análise do mapa de uso e ocupação do solo e as vistorias realizadas em campo
evidenciaram a inexistência de áreas destinadas a Reserva Legal (ARL), que deveria ser de
20% da área de cada lote ou da área total do PA Cambuchim.
6.3.1 Medidas mitigadoras
•
Sugere-se a aquisição de áreas fora do PA, correspondendo aos 20% da superfície do
imóvel, podendo-se inclusive utilizar uma única área contígua para atender a exigência de
ARL de vários PA da região.
A adoção desta medida, além de não retirar área ou realocar famílias de assentados, na
prática representará um aumento de 20% na área de cada lote, já que permitirá ao assentado
utilizar integralmente áreas que originalmente deveriam ter sido delimitadas como ARL.
Sugere-se ainda, que sejam adquiridas áreas consideradas pelo Ministério do Meio Ambiente
como prioritárias para conservação na região fisiográfica das Missões (MMA, 2007), somando
assim esforços visando à criação de unidades de proteção integral como alternativa para
sanar o passivo ambiental equivalente à inexistência de ARL dos PA dessa região
fisiográfica. Cabe ressaltar que é de suma importância que estas áreas comtemplem as
formações campestres nativas da região, savanas (formações tipo parque de espinilho e
principalmente formações parque de pau-ferro, formação esta ameaçada e ainda não
protegida), além das formações florestais típicas (florestas de galeria; capões; e matas de
encosta subtropicais, típicas do Alto Uruguai).
6.4 Degradação da vegetação nativa
O PA Cambuchim apresenta uma grande parte de sua superfície com culturas anuais em área
originalmente coberta por vegetação nativa. A área ainda restante de pastagem nativa é
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utilizada sob regime de exploração pecuária. Em alguns lugares ocorre a infestação por capimannoni. As poucas formações florestais que existiam antes da implantação do PA foram
suprimidas e precisam ser recuperadas.
6.4.1 Medidas mitigadoras
•
Garantir orientação e acompanhamento técnico aos assentados sobre os problemas a
respeito da invasão dos campos pelo capim-annoni;
•
Utilizar, quando for necessária a formação de pastagens, Paspalum notatum var saure
(Pensacola) em detrimento de pastagens exóticas como tiftons e brachiárias.
•
Evitar o plantio de espécies exóticas, principalmente aquelas mais agressivas em relação
às espécies nativas (Pinus sp., por exemplo).
•
Implementar sistemas agroflorestais que contemplem a biodiversidade de espécies nativas
da região, aliados a plantas de cultivo convencionais, supervisionado por profissional
habilitado e desenvolvendo planos de manejo, com o objetivo de diminuir a pressão sobre
as florestas nativas do PA e de florestas da região, visto o PA não possuir florestas
atualmente (ver Anexo IV, Quadro 10).
•
Implantação de um viveiro em algum dos PA da região, para produzir árvores nativas
necessárias para implantação de agroflorestas. Além disto é interessante produzir espécies
de plantas medicinais e outras plantas convencionais úteis, como algumas frutíferas.
•
Preservar fragmentos florestais que se encontrem em estádio avançado de sucessão ou
que possuam muitos resquícios de matas primárias, com o objetivo de manter boas
matrizes das plantas nativas da região.
•
Evitar o corte de vegetação florestal que seja importante para a manutenção de corredores
ecológicos, em conexão ou próximo de manchas significativas lindeiras ao PA.
6.5 Redução da abundância e riqueza da mastofauna nativa
Pela predominância da matriz produtiva e inexistência de remanescentes para a sobrevivência
de espécies florestais, torna-se importantíssima a implantação de reserva legal para possibilitar
uma área de sobrevivência da fauna de mamíferos. Além disso, é possível inferir que a
pressão de caça, mesmo não sendo exclusiva das áreas de assentamento, esteja contribuindo
significativamente para a redução da mastofauna regional, e impossibilitando possíveis
recolonizações e estabelecimento de novas populações.
6.5.1 Medidas mitigadoras
•
Implantação dos itens 6.2.1, 6.3.1 e 6.4.1, que versam sobre a exclusão de uso em APP,
averbação de ARL (em especial) e manutenção da vegetação nativa.
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•
Eliminação da caça.
6.6 Destinação inadequada de resíduos líquidos e sólidos
A produção de efluentes domésticos pelas famílias do PA possui tratamento adequado na
residência de todos os assentados. Os resíduos sólidos produzidos, inclusive as embalagens
de insumos e defensivos, não possuem coleta sendo na maioria das vezes depositados a céu
aberto ou queimados.
6.6.1 Medidas mitigadoras
•
Implantação de projetos para construção de estruturas apropriadas para o armazenamento
e compostagem dos resíduos de origem animal, juntamente com outros resíduos orgânicos
produzidos nos lotes, para posterior utilização como adubo;
•
Implantação de projetos para construção de estruturas apropriadas para o armazenamento
temporário dos resíduos sólidos domiciliares inorgânicos;
•
Estabelecer parceria com os órgãos municipais competentes para coleta de resíduos
sólidos domiciliares inorgânicos;
•
Garantir orientação técnica e prover infra-estrutura aos assentados para a destinação das
embalagens de defensivos de acordo com a legislação em vigor.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O efeito das medidas mitigadoras dos impactos ambientais somente se tornará permanente se
houver conscientização das comunidades envolvidas. Com este objetivo é altamente
recomendável o desenvolvimento de um programa de educação ambiental, supervisionado por
profissionais capacitados, prevendo:
•
Investir no aumento e na qualificação da assistência técnica.
•
Investir na formação de “agentes multiplicadores” dentro dos PA.
•
Cursos de educação ambiental enfatizando os conceitos de desenvolvimento sustentável, a
manutenção da qualidade ambiental e ecológica, noções sobre os Códigos Florestais
Brasileiro e do Estado do Rio Grande do Sul, com especial destaque para os artigos que
versam sobre APP, proteção de nascentes e espécies vegetais imunes ao corte;
•
Palestras, oficinas e demonstrações sobre o uso sustentável das áreas de campo nativo,
salientando os aspectos de produtividade dos campos daquela região e formas mais
adequadas de otimizar a produção sem destruir este recurso natural;
•
Palestras, oficinas e demonstrações sobre o uso das espécies medicinais nativas, e outros
usos sustentáveis da flora nativa. Elaboração de farmácias caseiras para uso da
comunidade dos assentamentos.
•
Com o apoio das escolas, das secretarias municipais de educação e de agricultura e
agentes de extensão, organizar e motivar os jovens para o desenvolvimento de atividades
como produção de mudas nativas e plantio nas áreas de preservação permanente, controle
do recolhimento e destino de lixo inorgânico, etc.
•
Produção de material escrito (cartilhas) sobre legislação ambiental, fauna e flora nativa e
sua importância, uso e manejo correto dos solos, seleção, produção e plantio de árvores
nativas adaptadas à região, proteção e adequação de fontes d’água, etc.
Apesar de o INCRA não ser diretamente o órgão responsável pela educação, cabe ressaltar a
necessidade de parcerias com as prefeituras, estado e outras esferas do poder público, para
garantir melhorias em termos de acesso à educação. Por isso, para consolidação das medidas
propostas anteriormente, é necessário:
•
Implantar e/ou fortalecer o ensino fundamental regular (20 horas semanais, 5 vezes por
semana), dentro dos PA, associado à regularização do transporte escolar.
•
Implantar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA), ainda inexistente nos Projetos de
Assentamentos.
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ANEXOS
Anexo I
Fatores limitantes para avaliação de capacidade de uso das terras
Fatores limitantes da terra
Além dos fatores limitantes com profundidade efetiva, permeabilidade, textura, declividade,
hidromorfismo, erosão, produtividade aparente e risco de inundação, o Quadro 2 apresenta
vários outros.
Símbolo
pd
Nome
Significado
Pedregosidade
Pedras e afloramentos
Inundação
Inundações periódicas
ab
Abrupto
Mudança textural abrúptica
va
Vértico
Argilas expansivas
hi
Hidromorfismo
Saturação com água
se
Seca prolongada
Déficit hídrico acentuado
sd
Geada ou vento frio
Geada, vento e neve
di
Distrofismo
Saturação por bases baixa
al
Saturação com Al
Saturação por Al alta
ct
Baixa retenção de cátions
CTC baixa
ti
Tiomorfismo
Presença de sais de enxofre
so
Sodificação
Saturação com sódio alta
sl
Salinização
Condutividade Elétrica alta
ca
Carbonato
Presença de carbonato
i
Quadro 2. Fatores limitantes da terra.
Profundidade efetiva
Refere-se à espessura máxima do solo sem impedimento físico para o desenvolvimento
radicular. É a camada de solo favorável ao desenvolvimento das raízes e ao armazenamento
de umidade, diferente da camada subjacente com impedimentos advindos de propriedades
físicas que impedem ou retardam significativamente o desenvolvimento radicular. O Quadro 3
mostra os valores de profundidade efetiva utilizados no sistema de avaliação da capacidade de
uso das terras.
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Profundidade
Adjetivação
Mais de 2,00 metros
1– Muito profundos
De 1,00 metro a 2,00 metros
2 – Profundos
De 0,50 metro a 1,00 metro
3 – Moderadamente profundos
De 0,25 metro a 0,50 metro
4 – Rasos
Menos de 0,25 metro
5 – Muito rasos
Quadro 3. Valores de profundidade efetiva.
Permeabilidade
É a capacidade que o solo apresenta de transmitir água ou ar podendo ser:
1. Rápida: quando o solo é de textura arenosa ou de estrutura forte, pequena, granular e
muito friável, apresentando fácil percolação de água como nas classes de solos,
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS e LATOSSOLOS em geral;
2. Moderada: quando o solo é de textura e estrutura compostas de tal forma que
proporcionam moderada percolação de água, atingindo geralmente em laboratório
níveis de cinco (5) a cento e cinqüenta (150) milímetros de água percolada por hora;
Lenta: quando o solo possui características de textura e estrutura tais que tornam a
percolação mais difícil. A velocidade de percolação é inferior a cinco (5) milímetros de
água percolada por hora nos testes de laboratório. Normalmente ocorre em camadas
argilosas ou muito argilosas ou nas de textura média, com argila de atividade alta e/ou
alta saturação por sódio.
No Quadro 4 são apresentadas as classes de permeabilidade do perfil dos solos estudados.
Permeabilidade da
camada subsuperficial
Permeabilidade da camada superficial
Rápida
Moderada
Lenta
Rápida
1/1
2/1
3/1
Moderada
1/2
2/2
3/2
Lenta
1/3
2/3
3/3
Quadro 4. Classes de permeabilidade do perfil dos solos
Textura
No Quadro 5 são apresentadas as anotações numéricas das combinações da textura das
camadas superficiais e subsuperficiais.
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Textura da camada superficial
Textura da camada
subsuperficial
Muito
argilosa
Argilosa
Média
Siltosa
Arenosa
Muito argilosa
1/1
2/1
3/1
4/1
5/1
Argilosa
1/2
2/2
3/2
4/2
5/2
Média
1/3
2/3
3/3
4/3
5/3
Siltosa
1/4
2/4
3/4
4/4
5/4
Arenosa
1/5
2/5
3/5
4/5
5/5
Quadro 5. Textura dos solos.
Declividade
O Quadro 6 mostra os intervalos de declividade utilizados para a avaliação da capacidade de
uso.
Classe
Declive (%)
A
Inferior a 3
B
Entre 3 e 8
C
Entre 8 e 12
D
Entre 12 e 20
E
Entre 20 e 45
F
Entre 45 e 75
G
Superior a 75
Quadro 6. Intervalos de declividade.
Hidromorfismo
As ocorrências de hidromorfismo conforme a profundidade do solo são apresentadas no
Quadro 7.
Hidromorfismo
Profundidade
hi 1
Abaixo de 100 cm da superfície
hi 2
Abaixo de 50 cm da superfície
hi 3
Abaixo de 25 cm da superfície
hi 4
Até a superfície do solo
Quadro 7. Hidromorfismo conforme a profundidade do solo
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Erosão
a) Erosão laminar
1. Ligeira: quando já aparente mas com menos de 25% do solo superficial removido ou
quando não for possível identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo em
estado natural, com mais de 15 centímetros do solo superficial remanescente;
2. Moderada: com 25 a 75% do solo superficial removido ou quando não for possível
identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo em estado natural, com 5 e
15 centímetros do solo superficial remanescente;
3. Severa: com mais de 75% do solo superficial removido e, possivelmente, com o
horizonte B já visível ou quando não for possível identificar a profundidade natural do
horizonte A de um solo em estado natural, com menos de cinco (5) centímetros do solo
superficial remanescente;
4. Muito severa: com todo o solo superficial já removido e com o horizonte B bastante
afetado (erodido), já tendo sido removido, em alguns casos, em proporções entre 25 e
75% da espessura original;
5. Extremamente severa: com o horizonte B, em sua maior parte já removido em razão da
utilização agrícola;
6. Símbolo reservado para áreas desbarrancadas ou translocações de blocos de terra.
b) Erosão em sulcos
Freqüência dos sulcos:
1. ocasionais: área com sulcos distanciados mais de 30 metros;
2. freqüentes: área com sulcos a menos de 30 metros de distância entre si mas ocupando
área inferior a 75%;
3. muito freqüentes: área com sulcos a menos de 30 metros de distância entre si mas
ocupando área superior a 75%.
Profundidade dos sulcos:
1, 2 e 3: representam sulcos superficiais que podem ser cruzados por máquinas agrícolas e
se desfazem com o preparo do solo;
1, 2 e 3: representam sulcos rasos que podem ser cruzados por máquinas agrícolas mas
não se desfazem com o preparo do solo;
1, 2 e 3: representam sulcos profundos que não podem ser cruzados por máquinas
agrícolas e que ainda não atingiram o horizonte C;
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1V, 2V e 3V: representam sulcos muito profundos que não podem ser cruzados por
máquinas agrícolas e que já atingiram o horizonte C, sendo também denominados de
voçorocas.
Suas representações estão no Quadro 8 a seguir.
Profundidade dos
sulcos
Freqüência dos sulcos
Ocasionais
Freqüentes
Muito freqüentes
Superficiais
1
2
2
Rasos
1
2
3
Profundos
1
2
3
1V
2V
3V
Muito profundos ou
voçorocas
Quadro 8. Profundidade dos sulcos
Produtividade aparente
•
p1: muito alta – solos aparentemente com ampla reserva de nutrientes e propriedades
físicas muito boas, produzindo ótimas colheitas dentro dos melhores padrões e práticas de
manejo da região considerada;
•
p2: alta – solos aparentemente com razoáveis reservas de nutrientes e propriedades físicas
boas, produzindo colheitas boas dentro dos melhores padrões e práticas de manejo da
região considerada;
•
p3: média – solos aparentemente com reservas de nutrientes e/ou propriedades físicas
razoáveis, produzindo colheitas moderadas dentro dos melhores padrões de manejo mais
comuns da região considerada;
•
p4: baixa – solos aparentemente com problemas de produtividade que só conseguem
produzir colheitas consideradas baixas dentro dos melhores padrões de manejo mais
comuns da região considerada;
•
p5: muito baixa – solos com sérios problemas de produtividade, nos quais só se
conseguem colheitas muito baixas mesmo usando-se os melhores padrões comuns de
manejo da região.
Risco de inundação
O risco de inundação é avaliado pela freqüência e duração dos eventos, conforme segue:
a) Freqüência:
Ocasionais: com mais de cinco anos de recorrência provável;
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Freqüentes: com recorrência provável entre um e cinco anos;
Muito freqüentes ou anuais: ocorrendo sistematicamente todo ano, repetindo-se uma ou
mais vezes nas várias estações do ano.
b) Duração:
Curtas: durando menos de dois dias;
Médias: durando entre dois dias e um mês;
Longas: durando mais de um mês.
O Quadro 9 mostra a interação da freqüência e da duração das inundações.
Duração das
inundações
Freqüência das inundações
Anuais ou muito
Ocasionais
Freqüentes
freqüentes
Curtas
I1
I4
I7
Médias
I2
I5
I8
Longas
I3
I6
I9
Quadro 9. Interação da freqüência e duração das inundações.
Pedregosidade
A ocorrência de pedregosidade é avaliada conforme a quantidade de pedras ou matacões e
pela presença do substrato rochoso, conforme abaixo:
•
pd1: poucas pedras
•
pd2: pedras abundantes
•
pd3: pedras extremamente abundantes
•
pd4: poucos matacões
•
pd5: matacões abundantes
•
pd6: matacões extremamente abundantes
•
pd7: afloramentos rochosos
•
pd8: muitos afloramentos rochosos
•
pd9: grande quantidade de afloramentos rochosos
Salinidade
A salinidade e a sodificação interferem no desenvolvimento do sistema radicular e são
avaliados como segue:
Salinidade
sl1: ligeira
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sl2: moderada
sl3: forte
Sodificação
so1: moderada
so2: forte
so3: muito forte
O nível tecnológico indica o grau de desenvolvimento da tecnologia agrícola adotada ou “nível
de manejo” da terra, podendo ser:
•
N: tecnologia de nível nulo
•
B: tecnologia de nível baixo
•
M: tecnologia de nível médio
•
E: tecnologia de nível elevado
•
V: investimentos vultuosos, porém, mal-aplicados.
Uso atual
O uso atual é a caracterização do uso atual da terra, dando indicações sobre a tradição e a
experiência dos agricultores e sugerindo possíveis manejos futuros. Os tipos de uso atual da
terra podem ser:
F – floresta
S – cerrado
T – caatinga
C – campo nativo
O – complexo vegetacional
Pn – pastagem nativa
Pm – pastagem melhorada
Pc – pastagem cultivada
Px – capineira
Lp – lavoura perene
Lt – lavoura temporária
La – lavoura anual
E – terreno estéril
P – pastagens
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L – lavoura
H – horticultura
V – silvicultura
Hf – fruticultura
Ho – olericultura ou floricultura
Va – araucária
Vd – essências exóticas
Vn – essências nativas
Vp – pinus
Vê – eucalipto
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622000
624000
626000
628000
ANEXO II
Capacidade de uso do solo
630000
Legenda
Capacidade de uso
Sang
a dos
Quev
6850000
Restinga do Pau-Ferro
6850000
edos
lll e, t
lll s, di
VIII l, app
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
500
0
500 m
N
6848000
6848000
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
624000
626000
628000
630000
6844000
6844000
6846000
6846000
622000
Projeto:
Apoio ao licenciamento ambiental de
projetos de assentamento.
Título:
Mapa de capacidade de uso das terras do
PA Cambuchim, São Borja - RS
Escala: 1:30.000
Porto Alegre, julho de 2008.
622000
624000
626000
628000
630000
ANEXO III
Uso do solo (02/08/2001)
Legenda
Uso do solo (02/08/2001)
Agricultura/solo exposto
Água
a do
Sang
ro
Restinga do Pau-Fer
s Qu
eved
6850000
Campo úmido
6850000
os
Campo seco
6848000
6848000
Construções
Silvicultura
Vegetação arbustiva
Malha viária
Estrada Municipal sem pavimentação
Caminho/trilha
Hidrografia
Curso d'água perene
Curso d'água intermitente
Corpo d'água
500
0
500 m
N
Base cartográfica:
Cartas em escala 1:50.000 da Diretoria
de Serviço Geográfico do Exército.
Sistema de coordenadas UTM Datum SAD 69
Origem das coordenadas:
57ºW e Equador, acrescidas das constantes
500.000 e 10.000.000, respectivamente.
6846000
6846000
Projeto:
Apoio ao licenciamento ambiental de
projetos de assentamento.
622000
624000
626000
628000
630000
6844000
6844000
Título:
Mapa de uso atual do PA Cambuchim,
São Borja - RS
Escala: 1:30.000
Porto Alegre, julho de 2008.
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Anexo IV
Abaixo é apresentada uma listagem de espécies recomendadas para plantios de recuperação
ambiental e para a implantação de agroflorestas nos PA da região fisiográfica das Missões.
São algumas espécies entre as mais comuns, as mais importantes para recuperação
ambiental, as mais conhecidas ou com usos mais consagrados. Ressalta-se a importância da
diversidade em um plantio de recuperação ambiental, sendo que é interessantes que além
destas espécies na listagem abaixo se complemente com outras que ocorrem na região (ver
Quadro 1). Além disto é importante o consorciamento de espécies pioneiras com secundáriasiniciais e com secundárias-tardias.
Categoria
sucessional
Locais de
plantio
Justificativa
Nome científico
Nome popular
Luehea divaricata
açoita-cavalo
pioneira a
secundáriainicial
Qualquer local
Recuperação,
madeira,
medicinal
Chrysophyllum
marginatum
aguaí-mirim
secundáriainicial
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação
Qualquer local
de solo mais
profundo, sem
muito
encharcamento
Recuperação,
madeira,
medicinal
Holocalyx
blansae
alecrim
secundáriainicial a tardia
Parapiptadenia
rigida
angicovermelho
Pioneira a
secundáriainicial
Qualquer local
Recuperação,
madeira,
melífera
Myrcianthes
gigantea
araçazeiro-domato
secundária
inicial e tardia
Matas de galeria
Recuperação
Rollinia salicifolia
araticum
secundáriainicial
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação,
frutífera
Schinus molle
aroeira-salsa,
aroeira-piriquita
pioneira
Qualquer local
Recuperação e
madeira
Quadro 10. Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da Região
Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau, Bossoroca,
São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das Missões e para o município de Giruá, já inserido na regiã
fisiográfica do Alto Uruguai.
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Categoria
sucessional
Locais de
plantio
Nome científico
Nome popular
Justificativa
Schinus
terebinthifolius
aroeiravermelha
Várzeas e
pioneira,
pequenas
secundária-inicial
encostas
Recuperação,
condimentar
(frutos)
Sebastiania
commersoniana
branquilho
Várzeas
pioneira,
(florestas de
secundária-inicial galeria),
qualquer lugar
Recuperação,
madeira
Butia yatay
butiazeiro
pioneira
Qualquer local
aberto
Recuperação,
frutífera
Myrocarpus
frondosus
cabreúva
Principalmente
secundária-inicial
em encostas,
a tardia
solo profundo
Recuperação,
madeira
Gochnatia
polymorpha
cambará
pioneira
Todos
Recuperação,
madeira
Recuperação
Matayba
elaeagnoides
camboatábranco
secundária inicial
e tardia
Várzeas, beiras
de sanga e
encostas sul
úmidas
Cupania vernalis
camboatávermelho
secundária inicial
e tardia
Várzeas, beiras
de sanga
Recuperação
canafístula
Locais sem
secundária-inicial encharcamento
e nem em local
a tardia
pedregoso
Recuperação,
madeira,
ornamental
Cabralea
canjerana
canjerana
Locais sem
secundária-inicial encharcamento
a tardia
e nem em local
pedregoso
Recuperação,
madeira
Nectandra
lanceolata
canelaamarela
secundária-tardia
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação,
madeira
Nectandra
megapotamica
canelafedorenta
secundáriainicail-tardia
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação,
madeira
Peltophorum
dubium
Quadro 10 (Cont.). Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da
Região Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau,
Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das Missões e para o município de Giruá, já inserido
na regiã fisiográfica do Alto Uruguai.
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Nome científico
Nome popular
Categoria
sucessional
Locais de
plantio
Justificativa
Myrsine
coriacea
capororoquinha
pioneira
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação
Myrsine
laetevirens
capororoca
pioneira
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação e
madeira
Styrax leprosus
carne-de-vaca
pioneira,
secundáriainicial
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação,
madeira
caroba
secundáriainicial
Principalmente
encostas
Recuperação,
madeira,
ornamental
cedro
secundáriainicial a tardia
Locais sem
encharcamento
e nem em local
pedregoso
Recuperação,
madeira
Eugenia
involucrata
cerejeira
secundáriatardia
Principalmente
encostas,
florestas de
galeria também
Frutos,
recuperação
Casearia
sylvestris
chá-de-bugre
secundáriainicial
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação
Allophylus edulis chal-chal
secundária
inicial e tardia
Várzeas, beiras
de sanga
Recuperação e
frutífera
Scutia buxifolia
coronilha
secundária
inicial e tardia
Locais mais
secos das
florestas de
galeria
Recuperação e
regeneração da
espécie,
medicinal
Erythrina cristagalli
corticeira-dobanhado
secundária
inicial e tardia
Barranca do rio
e charcos
Recuperação
Acacia caven
espinilho
secundáriainicial,
secundáriatardia
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação
Jacaranda
micrantha
Cedrela fissilis
Ficus citrifolia
(antiga Ficus
guaranítica)
figueira
Quadro 10 (Cont.). Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da
Região Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau,
Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das Missões e para o município de Giruá, já inserido
na regiã fisiográfica do Alto Uruguai.
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Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Nome popular
Categoria
sucessional
Locais de
plantio
Justificativa
Solanum
mauritianum
fumo-bravo
pioneira
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação
Apuleia
leiocarpa
grápia
secundáriainicial a tardia
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação e
madeira
Myrcianthes
pungens
guabiju
secundáriatardia
Principalmente
encostas
pedregosas
Frutos,
recuperação
guabirobeira
secundáriainicial,
secundáriatardia
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação,
frutífera
guajuvira
secundáriainicial,
secundáriatardia
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação e
madeira
Myrcia
bombycina
guamirim
pioneira,
secundáriainicial
Várzeas e
pequenas
encostas, locais
mais secos
Recuperação,
agroflorestas
Myrcia palustris
guamirim
pioneira,
secundáriainicial
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação
Recuperação,
frutífera
Campomanesia
xanthocarpa
Cordia
americana
Plinia rivularis
guapuriti
secundáriainicial a tardia
Qualquer local,
principalmente
úmidos e
sombreados
com solos
fundos
Casearia
decandra
guassatunga
secundária
inicial e tardia
Várzeas, beiras
de sanga
Recuperação
secundáriainicial a tardia
Locais não
encharcados,
principalmente
encostas e
topos de
coxilhas
Recuperação,
madeira,
medicinal,
ornamental
Tabebuia
heptaphylla
ipê-roxo
Quadro 10 (Cont.). Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da
Região Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau,
Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das Missões e para o município de Giruá, já inserido
na regiã fisiográfica do Alto Uruguai.
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Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome
científico
Nome popular
Categoria
sucessional
Locais de
plantio
Justificativa
Syagrus
romanzoffiana
jerivá
secundária
inicial e tardia
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação
Cordia
trichotoma
louro-pardo
pioneira,
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação,
madeira
Zanthoxylum
rhoifolium
mamica-decadela
pioneira,
secundáriainicial
Várzeas e
pequenas
encostas em
que o solo
permite
Recuperação,
madeira
Dyatenopteryx
sorbifolia
maria-preta
Secundáriainicial a tardia
Locais com
solos mais
fundos
Recuperação,
madeira
Ruprechtia
laxiflora
marmeleiro-domato ou viraru
secundáriainicial a tardia
Várzeas
Recuperação,
madeira
Machaerium
stipitatum
pau-de-malho
secundáriainicial
Principalmente
em encostas
Recuperação,
madeira
pioneira
Locais bem
drenados
geralmente
pedregosos
Recuperação,
madeira
secundáriainicial a tardia
Encostas, local
com solo mais
profundo nem
seco, nem
encharcado
Recuperação,
madeira
Recuperação,
madeira
Recuperação
Myracroduon
balansae (antigo
pau-ferro
Astronium
balansae)
Balfourodendron
pau-marfim
riedelianum
Aspidosperma
australe
peroba
secundáriatardia
Encostas, local
com solo mais
profundo nem
seco, nem
encharcado
Eugenia
uruguayensis
pitangão
secundária
inicial e tardia
Várzeas, beiras
de sanga
Quadro 10 (Cont.). Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da
Região Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau,
Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das Missões e para o município de Giruá, já inserido
na regiã fisiográfica do Alto Uruguai.
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Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284-3300
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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul – SR/11
Núcleo de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Nome científico
Lonchocarpus
campestris
Lonchocarpus
nitidus
Nome popular
rabo-de-bugio
rabo-de-bugio
Categoria
sucessional
Locais de
plantio
Justificativa
secundáriainicial
Locais mais
úmidos e com
solos mais
profundos
Recuperação,
madeira
secundáriainicial
Locais mais
úmidos e com
solos mais
profundos
Recuperação,
madeira
Excelente para
recuperação,
medicinal,
ornamental
Croton
urucurana
sangue-dedragão
pioneira
Várzeas do rio
Uruguai e
proximidades. O
plantio pode ser
testado em
outros locais
Campomanesia
guazumifolia
sete-capotes
pioneira,
secundáriainicial
Várzeas e
pequenas
encostas
Recuperação,
frutífera
sete-sangrias
pioneira
Todos os locais
em que o solo
permite
Recuperação
sucará, coronilha
secundáriainicial,
secundáriatardia
Pequenas
encostas e
florestas de
galeria
Recuperação
da área e da
espécie
ameaçada
Vitex
megapotamica
tarumã
pioneira e
secundáriainicial
Pequenas
encostas e
principalmente
várzeas
Recuperação,
frutos
Enterolobium
contortisiliquum
timbaúva
pioneira a
secundáriainicial
Qualquer local
Recuperação,
madeira
Calliandra
tweediei
topete-decardeal
secundáriainicial
Várzeas
Recuperação,
ornamental
Eugenia
pyriformis
uvaia
secundáriainicial a tardia
Qualquer local
Recuperação,
frutífera
Symplocos
uniflora
Gleditsia
amorphoides
Quadro 10 (Cont.). Lista das espécies recomendadas para plantio nos Projetos de Assentamento da
Região Fisiográfica das Missões, município de São Borja, Santo Antônio das Missões, São Nicolau,
Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Caibaté, São Miguel das Missões e para o município de Giruá, já inserido
na regiã fisiográfica do Alto Uruguai.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/RS
Av. Loureiro da Silva, 515 - CEP: 90010.420 - Porto Alegre/RS Fone: (051) 3284-3300
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RELATÓRIO AMBIENTAL DO PROJETO DE