UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Rosana de Souza Rocha
FIBROPAPILOMATOSE EM TARTARUGA-VERDE
Chelonia-mydas
Curitiba
2012
Rosana de Souza Rocha
FIBROPAPILOMATOSE EM TARTARUGA-VERDE
Chelonia-mydas
Curitiba
2012
FIBROPAPILOMATOSE EM TARTARUGA-VERDE
Chelonia-mydas
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de
Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a
obtenção do grau de Medica Veterinária.
Orientadora: Profª. Msc. Lucyenne Giselle Popp
Brasil Queiroz.
Curitiba
2012
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitor Administrativo
Prof. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitora Acadêmica
Profª. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Prof. Afonso Celso Rangel Santos
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde
Prof. João Henrique Faryniuk
Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária
Profª. Ana Laura Angeli
Campus Prof Sydnei Lima Santos (Barigui)
Rua Sydnei Antonio Rangel Santos
CEP 82010-330 – Santo Inácio
Curitiba – PR
Fone (41) 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
ROSANA DE SOUZA ROCHA
FIBROPAPILOMATOSE EM TARTARUGA-VERDE (Chelonia mydas)
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Médica
Veterinária no Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti
do Paraná.
Curitiba, 18 de junho de 2012.
________________________________________
Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientadora: ____________________________________________
PROFA. MESTRE LUCYENNE GISELLE POPP BRASIL QUEIROZ
UTP – UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Membros:
____________________________________________
PROFA. DOUTORA SILVANA KRYCHAK FURTADO
UTP – UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
____________________________________________
PROF. MESTRE MANOEL LUCAS JAVOROUSKI
UTP – UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus pelas vitórias e a minha família por me dar a
oportunidade de chegar até aqui e me tornar uma médica veterinária. Agradeço
imensamente a toda equipe técnica, coordenadores e funcionários do Projeto
TAMAR que foram profissionais incríveis e grandes amigos de jornada. A todos os
professores da UTP em especial a Dra. Helena Kawall, aos amigos de classe e aos
colegas que aprendi a amar.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais que acreditaram e incentivaram este
sonho de uma vida inteira e que são os responsáveis pela minha orientação moral. A
minha querida Leila que me apoiou em todos os momentos tendo paciência e
estando ao meu lado participando de todas as dificuldades e vitórias. As minhas
amigas Giselle, Emiliane e Thaís que eu espero estarem na minha vida pra sempre,
aos amigos de turma e aos colegas de todos os períodos que estiveram comigo
nesta caminhada. Aos meus orientadores Renato Velloso da Silveira e Lucyenne
Popp Brasil Queiroz que contribuíram com seus conhecimentos em todos os
sentidos de forma ampla e clara. Ao colega Mauro e todos que participaram direta e
indiretamente para a realização deste trabalho.
"A grandeza de uma nação e o seu
progresso moral podem ser avaliados pelo
modo como os seus animais são tratados."
Mahatma Gandhi
SUMÁRIO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
LISTA DE FIGURAS..........................................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................
LISTA DE FÁRMACOS.....................................................................................
APRESENTAÇÃO.............................................................................................
OBJETIVOS DO ESTÁGIO...............................................................................
LOCAL DO ESTÁGIO.......................................................................................
6.1. Centro de reabilitação.................................................................................
6.1.1. Casos clínicos encontrados na base de Ubatuba............................
6.2. Centro de visitantes – Educação ambiental – Oficina de papel..................
7. ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO .....................................
7.1. Cozinha e peixaria......................................................................................
7.2. Acompanhamentos da equipe técnica........................................................
7.3. Atendimento ambulatorial, clínico e cirúrgico.............................................
7.4. Necrópsia...................................................................................................
7.5. Sexagem....................................................................................................
7.6. Esterilização, higienização e limpeza dos recintos....................................
8. RESUMO..........................................................................................................
9. Abstract.............................................................................................................
10.OBJETIVOS.....................................................................................................
10.1.Objetivos secundários..............................................................................
11. INTRODUÇÃO.................................................................................................
12. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................
12.1. Revisao bibliográfica.................................................................................
12.1.1. Tartarugas-marinhas.........................................................................
12.1.2. Tartarugas-verdes (Chelonia-mydas)...............................................
12.1.3. Fibropapilomatose............................................................................
12.1.3.1. Histórico.................................................................................
12.1.3.2. Epidemiologia.........................................................................
12.1.3.3. Agente etiológico....................................................................
12.1.3.4. Patologia................................................................................
12.1.3.5. Diagnóstico.............................................................................
12.1.3.6. Tratamento.............................................................................
13. CONCLUSÃO.................................................................................................
14. REFERÊNCIAS..............................................................................................
10
12
14
15
16
16
19
20
22
22
23
23
25
26
26
31
33
34
35
35
36
37
37
37
38
41
41
43
43
45
48
49
51
52
1.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
LOCAL DA BASE DE UBATUBA – PRAIA DE ITAGUÁ –
UBATUBA – SÃO PAULO – 2012.
17
FIGURA 2
CENTRO DE REABILITAÇÃO DE TARTARUGAS-MARINHAS
EM UBATUBA – SP, 2012. A- AMBULATÓRIO. B-TANQUES
DE REABILITAÇÃO
17
FIGURA 3
EMARANHAMENTO DE TARTARUGAS-MARINHAS EM
REDES DE PESCA – PRAIA BONETE - UBATUBA, SP –
2012.
20
FIGURA 4
FIBROPAPILOMAS – CENTRO DE REABILITAÇÃO DO
PROJETO TAMAR - UBATUBA, SP – 2012.
21
FIGURA 5
PERDA DA NADADEIRA DIREITO DEVIDO À COLISÃO COM
EMBARCAÇÕES.
21
FIGURA 6
LIXO ENCONTRADO EM TARTARUGA-VERDE EM
NECRÓPSIA. CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO
TAMAR - UBATUBA, SP – 2012.
21
FIGURA 7
A. PEIXARIA DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP –
2012. B. ALIMENTAÇÃO PARA TARTARUGAS-MARINHAS
DO CENTRO DE VISITANTES DO PROJETO TAMAR – BASE
UBATUBA, SP – 2012.
24
FIGURA 8
A E B. MANEJO DAS TARTARUGAS-MARINHAS PELA
EQUIPE TÉCNICA PARA LIMPEZA DOS TANQUES DO
PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012.
24
FIGURA 9
A: BIOMETRIA EM CARAPAÇA DE TARTARUGA-VERDE –
CENTRO DE REABILITAÇÃO - BASE UBATUBA, SP – 2012.
B: PESAGEM DE TARTARUGA-VERDE – CENTRO DE
REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012
27
FIGURA 10 A: COLOCAÇÃO DE ANILHA EM TARTARUGA-VERDE –
CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012.
B: FLUIDOTERAPIA EM TARTARUGA-MARINHA – CENTRO
DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012.
27
FIGURA 11 SOLTURA DE TARTARUGA-MARINHA – PRAIA VERMELHA
DO NORTE – UBATUBA, SP – 2012.
28
FIGURA 12 RETIRADA DO TUMOR DE TARTARUGA-VERDE NO
CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012.
B: CAUTERIZAÇÃO DA LESÃO DE TARTARUGA-VERDE NO
CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012.
C: COLHEITA DE SANGUE DE TARTARUGA-VERDE –
AMBULATÓRIO DO CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE
28
UBATUBA, SP – 2012.
FIGURA 13 A: ASSEPSIA. B: ANESTESIA LOCAL. C: APLICAÇÃO DE
ANTI-INFLAMATÓRIO – AMBULATÓRIO DO CENTRO DE
REABILITAÇÃO - BASE UBATUBA, SP – 2012.
29
FIGURA 14 A: NECROPSIA EM TARTARUGA-VERDE COM EXPOSICAO
DO ESOFAGO E DA TRAQUEIA. B: RETIRADA DO
PLASTRAO EM NECROPSIA. C: CAVIDADE ABDOMINAL DE
TARTARUGA -VERDE COM EXPOSICAO DO CORACAO,
FIGADO, ESTÔMAGO E TGI. D: SEXAGEM EM NECROPSIA
COM EXPOSICAO DE OVARIOS. E: SISTEMA URINARIO
COM EXPOSICAO DOS RINS E DA BEXIGA EM
NECROPSIA. F: BIFURCAÇÃO DA TRAQUEIA CHEGANDO
AOS PULMÕES. G: PAPILAS GUSTATIVAS DO ESÔFAGO
DE TARTARUGA- VERDE.
29
FIGURA 15 TARTARUGA-VERDE MORFOLOGIA.
39
FIGURA 16 TARTARUGA-VERDE DO
UBATUBA, SP – 2012.
PROJETO
TAMAR
–
BASE
41
FIGURA 17 A: PAPILOMA EM NADADEIRA DE TARTARUGA-VERDE; B:
PAPILOMA EM AXILA EM TARTARUGA-VERDE. CENTRO
DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR – BASE
UBATUBA, SP – 2012.
43
FIGURA 18 OVOS
DE
SANGUESSUGA
EM
PLASTRÃO
DE
TARTARUGA-VERDE – CENTRO DE REABILITAÇÃO DO
PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012.
47
FIGURA 19 FORMAS VARIADAS DOS PAPILOMAS EM TARTARUGAVERDE DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP –
2012.
48
FIGURA 20 COLORAÇÃO DE PAPILOMAS EM NADADEIRAS DE
TARTARUGA-VERDE – CENTRO DE REABILITAÇÃO –BASE
UBATUBA, SP – 2012.
50
FIGURA 21 INSTRUMENTAL CIRURGICO PARA REMOÇÃO DE
PAPILOMAS DO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO
TAMAR - BASE UBATUBA, SP – 2012; B: ANESTESIA LOCAL
PARA RETIRADA DE TUMOR DE TARTARUGA-VERDE NO
CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR - BASE
UBATUBA, SP – 2012; C: REMOÇÃO DO TUMOR DE
TARTARUGA-VERDE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO
PROJETO TAMAR - BASE UBATUBA, SP – 2012; D:
CAUTERIZAÇÃO DA LESÃO APÓS A RETIRADA DO TUMOR
EM TARTARUGA-VERDE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO
DO PROJETO TAMAR - BASE UBATUBA, SP – 2012.
52
2.
LISTA DE ABREVIATURAS
CCC
Comprimento curvilíneo da carapaça
cm
Centímetro
DNA
Ácido Desoxirribonucleico
EV
Endovenoso
FAO
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
Fapesp
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
GPD
Gray Patch Disease
GTFP
Green Turtle Fibropapillomatosis
IBAMA
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ICMBio
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IM
Intramuscular
IUCN
International Union for Conservation of Nature
Km
Kilômetro
LETD
Doença do pulmão, olhos e traqueia
ME
Microscopia Eletrônica
MO
Microscopia Óptica
nm
Nanômetro
NOAA
National Oceanic and Atmospheric Administration
PCR
Reação em Cadeia de Polimerase
Pró-TAMAR
Fundação Centro Brasileiro de Proteção das Tartarugas-Marinhas
SC
Subcutâneo
SITAMAR
Sistema de Informação das Tartarugas-Marinhas
TAMAR
Tartarugas-Marinhas
TGI
Trato gastrointestinal
TOP
Tópico
VO
Via Oral
3.
LISTA DE FÁRMACOS
Princípio
Dose
Ativo
Vias de
Administração
aplicação
Antibiótico
SULFATO DE
AMICACINA
2,5 – 3,0
mg/kg
IM
5 aplicações a
cada 72 horas
Antinflamatório
FLUNIXIN
MEGLUMINE
0,1 – 0,5
mg/kg
IM/EV
3 aplicações, 1 a
cada 12 – 24 horas
Gastrintestinal METROCLOPRAMIDA 0,5 mg/kg
VO
0,3 mg/kg
IM
Anestésico
LIDOCAÍNA 2%
SC
1–3%
peso
Fluidoterapia
RINGER COM
LACTATO
Uso tópico
PVPI - TÓPICO
TOP
ALCOOL IODADO
TOP
PRÓPOLIS EM
SOLUÇÃO ALCOLICA
TOP
CREMA 6®
TOP
CLOREXIDINA
TOP
Degermante
VO/EV/
SC
A cada 24 horas
4.
APRESENTAÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao curso de
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da
Universidade Tuiuti do Paraná, pela graduanda Rosana de Souza Rocha, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Médica Veterinária, é composto pela
Revisão Bibliográfica de Fibropapilomatose em Tartaruga-Verde e pelo Relatório de
Estágio, no qual são descritas atividades realizadas durante o período de 05 de
março a 19 de abril de 2012 no Centro de reabilitação do Projeto TAMAR, localizado
no município de Ubatuba – SP.
16
5.
OBJETIVOS DO ESTÁGIO
O estágio curricular foi realizado no Centro de Reabilitação do Projeto TAMAR
Base Ubatuba, que tem por objetivo reabilitar tartarugas-marinhas, entre os dias 05
de março a 19 de abril de 2012, orientado pelo Médico Veterinário Renato Velloso
da Silveira, tendo como objetivo acompanhar a rotina deste setor, dos técnicos e
tratadores, a importância do trabalho do médico veterinário, biólogos, ecólogos e
oceanógrafos, bem como acompanhar etapas de preparação de alimento, manejo,
desinfecção e limpeza dos recintos, atendimentos clínicos cirúrgicos, técnicas
aplicadas em cativeiro e todos os elementos necessários para o bem-estar e a
conservação destes animais.
6.
LOCAL DE ESTÁGIO
O Centro de Reabilitação do Projeto TAMAR, Base Ubatuba, fica na cidade de
Ubatuba e abriga uma das mais importantes bases de pesquisa e conservação do
Projeto (inaugurado em 1991) (Figuras 1A e 1B). O centro de reabilitação atende
tartarugas marinhas com algum tipo de alteração ou risco de saúde, dentre elas
tartarugas acometidas de fibropapilomatose, que tem grande incidência na região.
Realiza cirurgias para extração dos fibropapilomas, procedimento que reduz o
desconforto dos animais e recolhe amostras de tecidos para estudos (Figura 2A e
2B).
17
FIGURAS 1A E 1B:
LOCAL DA BASE DE UBATUBA – PRAIA DE ITAGUÁ –
UBATUBA – SÃO PAULO – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: http://www.clubedomergulhador.com.br/
FIGURA 2A E 2B: CENTRO DE REABILITAÇÃO DE TARTARUGAS-MARINHAS
EM UBATUBA – SP, 2012. A- AMBULATÓRIO. B-TANQUES DE REABILITAÇÃO
A
B
Fonte: Rosana Rocha
O Projeto TAMAR nasceu em 1980 desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (atual Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
18
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA) em convênio com a Fundação Brasileira
para a Conservação da Natureza (TAMAR, 2012), criado com o objetivo de levantar
informações sobre as populações, espécies e comportamento das tartarugas
marinhas na costa brasileira, informações estas que eram escassas até o final da
década de 70.
A estratégia inicial adotada para a proteção das desovas das tartarugas
marinhas foi a transferência dos ninhos para cercados de incubação protegidos,
abertos e expostos ao sol e chuva plenos. Através da marcação de fêmeas com
placa inoxidável, foi possível observar, pelo retorno dos animais até a praia, vários
aspectos comportamentais. Além dos fatores biológicos inerentes às espécies foram
também acompanhados os hábitos dos moradores locais com relação ao uso direto
das tartarugas e seus ovos. A partir daí iniciou-se um programa emergencial visando
solucionar parte do problema em curto prazo, através da contratação dos principais
pescadores envolvidos no abate de fêmeas e coleta de ovos. Em paralelo foram
criados programas de educação específicos, buscando assim envolver as
comunidades do entorno na proteção das tartarugas marinhas. Pescadores que
antes matavam as tartarugas tornaram-se colaboradores do TAMAR, com carteira
assinada e salário fixo. (TAMAR, 2012)
Em 1991, consolidadas as atividades em áreas de desova, estenderam seus
estudos para áreas de alimentação e desenvolvimento onde havia altas incidências
de captura na pesca costeira e novas duas bases se instalaram: Ubatuba/SP e
Almofala/CE (TAMAR, 2012).
Atualmente existem 23 bases de Proteção e Pesquisa, distribuídas em 9
estados do Brasil, cobrindo cerca de 1.100km de praias na costa e nas ilhas
19
oceânicas de Fernando de Noronha/PE; Atol das Rocas/RN e Ilha da Trindade/ES.
(TAMAR, 2012)
6.1. CENTRO DE REABILITAÇÃO
Ubatuba possui um dos centros de reabilitação mais ativos do Projeto
TAMAR.
Os técnicos do setor veterinário que atuam na recuperação das tartarugas se
deparam com diferenças nos efeitos fisiológicos que encontram rotineiramente no
seu dia-a-dia. Pouco se utiliza a mensuração da frequência cardíaca e respiratória,
já que estes animais podem simplesmente diminuir o rendimento cardíaco e
respiratório a fim de melhor se preservar em determinados ambientes. Ao mesmo
tempo observa-se que a aferição da temperatura corpórea pouco ajuda como meio
de diagnóstico, pois suas temperaturas acompanham valores do ambiente onde se
encontra. (TAMAR, 2012)
A fim de compensar essa primeira falta de parâmetros, foi-se ao longo do
tempo estipulando-se outros sinais que poderiam melhor se adaptar a clínica destes
répteis: falta de apetite, emagrecimento, flutuabilidade excessiva, retenção de fezes,
entre muitos outros, os quais auxiliam nas suspeitas clínicas. (TAMAR, 2012)
20
6.1.1.CASOS CLÍNICOS ENCONTRADOS NA BASE DE UBATUBA
Emaranhamento em redes de pesca: Lesões de diferentes graus de intensidade
e localização. Artefatos como anzóis ou fios de redes podem tanto lesionar quanto
levar a amputações de membros e morte por afogamento (Figura 3).
Fibropapiloma: É um problema frequente e, nos últimos anos tem sido
amplamente estudado por muitos pesquisadores. São tumores de natureza benigna,
porém que podem acarretar problemas sérios, dependendo da localização e do
tamanho, sendo a causa direta ou indireta de mortes (Figuras 4A e 4B).
Colisão com embarcações: Hélices e cascos das embarcações atingem qualquer
área do corpo, causando dilaceração de massa muscular, danos devido ao choque
em órgãos internos, pescoço e cabeça que podem levar a morte (Figura 5).
Ingestão de lixo: Encontrada com grande frequência, em maior quantidade
encontra-se o plástico. Lesões em todas as porções do trato digestório, ruptura de
órgãos, hemorragias e morte (Figura 6).
FIGURA 3 – EMARANHAMENTO DE TARTARUGAS-MARINHAS EM REDES DE
PESCA – PRAIA BONETE - UBATUBA, SP – 2012.
Fonte: Rosana Rocha
21
FIGURAS 4A e 4B – FIBROPAPILOMAS – CENTRO DE REABILITAÇÃO DO
PROJETO TAMAR - UBATUBA, SP – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
FIGURA 5 – PERDA DA NADADEIRA DIREITO DEVIDO À COLISÃO COM
EMBARCAÇÕES. FIGURA 6 – LIXO ENCONTRADO EM TARTARUGA-VERDE EM
NECRÓPSIA. CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR - UBATUBA,
SP – 2012.
5
Fonte: Rosana Rocha
6
22
6.2 Centro de Visitantes – Educação Ambiental – Oficina de Papel
O Projeto TAMAR trabalha incansavelmente na educação ambiental. Seus
animais são colocados em exposição no centro de visitantes para a comunidade
tanto local, quanto de outras partes do mundo. Ao chegar, o visitante é abordado por
um estagiário treinado que o convida para uma visita monitorada. Esta visita tem o
objetivo de passar o máximo de ensinamento possível sobre as espécies e seus
variados hábitos. As crianças tem um espaço reservado para palestras e
brincadeiras relacionadas ao meio ambiente. A base conta também com salas e
projetores com vídeos educacionais produzidos para os visitantes.
Além do trabalho com os visitantes, o Projeto realiza um papel social
fundamental com a comunidade local. A Oficina de Papel trabalha a reciclagem de
papel com as crianças, filhos de pescadores da região. Lá elas aprendem a reciclar
e também encontram oportunidades de novos aprendizados como curso de idiomas
e informática, tudo em parceria com escolas da cidade, totalmente sem custo.
7.
ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO
As atividades desenvolvidas consistiram na rotina de acompanhamento ao
atendimento de todos os animais diariamente, desde o preparo dos alimentos,
limpeza e higienização dos tanques, aos atendimentos ambulatoriais e a campo, que
seguem descritos.
23
7.1. COZINHA/PEIXARIA
Os animais do Centro de Visitantes recebem, uma vez por dia, alimentação
balanceada conforme cada espécie. A necessidade nutricional das tartarugas
corresponde a 1,5% do seu peso corporal em média (TAMAR, 2012). Em vida livre
os relatos são de que elas não se alimentam diariamente devido a vários fatores. Em
cativeiro os alimentos são ofertados diariamente para diminuir o nível de estresse
causado pelo confinamento. São ofertados peixes diversos inteiros ou em filés com
cortes especiais. Devido à debilidade dos animais a alimentação consiste em peixes
geralmente mais calóricos como a sardinha podendo receber também algas
variadas, lulas, camarões, ovas de peixe e lagostas de acordo com o grau de
debilidade (Figuras 7A e 7B).
7.2. ACOMPANHAMENTOS DA EQUIPE TÉCNICA
A convivência diária que a equipe técnica (anexo pg. 63 – organograma do
projeto TAMAR) tem com os animais, tanto pelas rotinas de limpeza dos tanques
quanto à observação constante, é de suma importância. São eles que na vistoria
estão observando as tartarugas e facilmente identificam algum tipo de alteração no
comportamento dos animais e assim tomam as providências necessárias e
encaminham o caso aos procedimentos específicos (Figuras 8A e 8B).
24
FIGURA 7: A. PEIXARIA DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012. B.
ALIMENTAÇÃO PARA TARTARUGAS-MARINHAS DO CENTRO DE VISITANTES
DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
FIGURA 8: A E B. MANEJO DAS TARTARUGAS-MARINHAS PELA EQUIPE
TÉCNICA PARA LIMPEZA DOS TANQUES DO PROJETO TAMAR – BASE
UBATUBA, SP – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
25
7.3. ATENDIMENTO AMBULATORIAL, CLÍNICO E CIRÚRGICO
Os animais de vida livre debilitados são encaminhados para a reabilitação do
Projeto TAMAR. Assim que dão entrada, seguem uma rotina clínica préestabelecida: medição de carapaça, pesagem, identificação da espécie e exame
físico (Figuras 9A e 9B). Coloca-se uma anilha em uma das nadadeiras e
geralmente, dependendo do grau de debilidade, são encaminhadas imediatamente a
fluidoterapia em via subcutânea e antibioticoterapia (Figuras 10A e 10B). Dentro
deste contexto, somente são liberadas para voltar ao mar quando sua sorologia está
em perfeitas condições obedecendo ao protocolo de dois exames em um intervalo
de trinta dias e recebem a segunda anilha na soltura (Figura 11).
Os animais do Centro de Visitação que por ventura acabam se machucando
também recebem cuidados clínicos na reabilitação.
Animais com fibropapiloma recebem cuidados especiais por se tratar de uma
patogenia infectocontagiosa. Possuem recintos e materiais próprios. Passam por
cirurgia para retirada dos tumores com cauterização das lesões, coleta de tecido
histológico, coleta de sangue (Figuras 12A, 12B e 12C) e são liberados para voltar
ao mar. Este material segue para pesquisa e as informações são arquivadas em um
banco de dados do Projeto TAMAR.
Também são realizadas cirurgias de amputação de membros quando ocorrem
dilacerações das nadadeiras. O pré-cirúrgico é feito com assepsia do local e
aplicação de anestésico local. O pós-cirúrgico destes procedimentos é feito com a
aplicação de anti-inflamatórios e pomada antimicrobiana cicatrizante (Figura 13A,
26
13B e 13C). O retorno do animal é feito a um tanque exclusivo obrigatoriamente em
água salgada.
7.4. NECRÓPSIA
A necropsia é realizada pelo Médico Veterinário em sala específica. Primeiro
faz-se um exame físico procurando escoriações, edemas ou alterações em carapaça
e derme, após abre-se o pescoço e separa-se a traqueia e o esôfago. Em seguida,
na linha de junção da carapaça com o plastrão, faz-se a incisão com a lâmina de
bisturi em toda sua extensão e retira-se o plastrão. Analisa-se o peritônio e em
seguida retira-se o coração, separa-se o trato gastrintestinal (TGI), o fígado e o
baço. Após a retirada e analise do trata gastrintestinal dos demais órgãos, analisamse alterações em pulmão, rins e então é feita a sexagem. Terminada a necropsia as
informações são registradas em um banco de dados do TAMAR e arquivadas para
consultas futuras (Figuras 14A, 14B, 14C, 14D, 14E. 14F e 14G).
7.5. SEXAGEM
O dimorfismo sexual das tartarugas marinhas não é possível de ser definido
em animais jovens vivos. A confirmação do sexo é feita somente em necropsia.
Após a análise e retirada de todos os órgãos observa-se o formato das gônadas
masculinas ou femininas. A partir de 12 anos os machos alongam suas caudas,
sendo possível diferencia-los das fêmeas em exame físico (TAMAR, 2012).
27
FIGURAS 9A: BIOMETRIA EM CARAPAÇA DE TARTARUGA-VERDE – CENTRO
DE REABILITAÇÃO - BASE UBATUBA, SP – 2012. FIGURA 9B: PESAGEM DE
TARTARUGA-VERDE – CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP –
2012
A
Fonte: Rosana Rocha
B
Fonte: Rosana Rocha
FIGURAS 10A: COLOCAÇÃO DE ANILHA EM TARTARUGA-VERDE – CENTRO
DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012. 10B: FLUIDOTERAPIA EM
TARTARUGA-MARINHA – CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP –
2012.
A
Fonte: Rosana Rocha
B
28
FIGURA 11: SOLTURA DE TARTARUGA-MARINHA – PRAIA VERMELHA DO
NORTE – UBATUBA, SP – 2012.
Fonte: Rosana Rocha
FIGURA 12A: RETIRADA DO TUMOR DE TARTARUGA-VERDE NO CENTRO DE
REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012. 12B: CAUTERIZAÇÃO DA LESÃO
DE TARTARUGA-VERDE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP
– 2012. 12C: COLHEITA DE SANGUE DE TARTARUGA-VERDE – AMBULATÓRIO
DO CENTRO DE REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012.
A
B
C
Fonte: Rosana Rocha
29
FIGURAS 13A: ASSEPSIA. 13B: ANESTESIA LOCAL. 13C: APLICAÇÃO DE ANTIINFLAMATÓRIO – AMBULATÓRIO DO CENTRO DE REABILITAÇÃO
- BASE
UBATUBA, SP – 2012.
A
B
C
FIGURAS 14A: NECRÓPSIA EM TARTARUGA-VERDE COM EXPOSIÇÃO DO
ESÔFAGO E TRAQUEIA. 14B: RETIRADA DO PLASTRÃO EM NECRÓPSIA. 14C:
CAVIDADE ABDOMINAL DE TARTARUGA-VERDE COM EXPOSIÇÃO DO
CORAÇÃO, FÍGADO, ESTÔMAGO E TGI. 14D: SEXAGEM EM NECRÓPSIA COM
EXPOSIÇÃO DE OVÁRIOS. 14E: SISTEMA URINÁRIO COM EXPOSIÇÃO DOS
RINS EDA BEXIGA EM NECRÓPSIA.
TARTARUGA-MARINHA
GUSTATIVAS
DO
CHEGANDO
ESÔFAGO
DE
14F: BIFURCAÇÃO DA TRAQUÉIA DE
AOS
PULMÕES.
TARTARUGA-VERDE.
REABILITAÇÃO – BASE UBATUBA, SP – 2012.
14G:
PAPILAS
CENTRO
DE
30
Traqueia
Esôfago
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
Coração
Fígado
Estômago
Intestino Delgado
C
Ovários
D
31
Rins
Bexiga
E
Fonte: Rosana Rocha
Papilas do esôfago
Bifurcação
da traqueia
Pulmão
F
G
Fonte: Rosana Rocha
32
7.6. ESTERILIZAÇÃO, HIGIENIZAÇÃO E LIMPEZA DOS RECINTOS.
A higienização, esterilização e limpeza dos recintos é uma tarefa realizada
duas vezes ao dia. O chão e os tanques são lavados com detergentes e logo após
com água clorada (água + cloro diluído na proporção de 20L: 5 ml de cloro).
Em caso de cirurgia de fibropapilomas, na sala cirúrgica, além da limpeza
com detergente cirúrgico clorexidina e água clorada e também higienização com a
aplicação de antibacteriano nas superfícies.
33
FIBROPAPILOMATOSE EM TARTARUGA-VERDE
Chelonia-mydas
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
34
8.
RESUMO
A fibropapilomatose é uma doença infecciosa que causa tumores cutâneos de
natureza benigna. Variam de tamanho e localização acometendo tartarugas
marinhas do mundo inteiro, tendo predileção pelas tartarugas-verdes (Cheloniamydas). O agente etiológico desta doença é um herpesvírus. Sua etiologia, apesar
de muito estudada, é desconhecida, podendo estar relacionada à poluição das
águas, infecções bacterianas, contaminantes químicos, alta densidade populacional,
entre outros. As formações neoplásicas podem ser simples ou múltipla, de tamanhos
que variam de 0,1 a mais de 30 centímetros de diâmetro. A doença é altamente
debilitante podendo levar o animal a morte. A fibropapilomatose ou “green turtle
fibropapillomatosis” foi diagnosticada pela primeira vez em 1936 no aquário de Nova
Iorque. No Brasil o primeiro registro da doença foi no estado do Espírito Santo, em
1986. A terapia recomendada é a excisão cirúrgica dos tumores.
Palavras-chave: Fibropapilomatose; TAMAR; Chelonia-mydas; herpesvírus
35
9.
ABSTRACT
The fibropapillomatosis is an infectious disease that causes benign skin tumors.
They vary in size and location affecting sea turtles worldwide, with a preference for
green turtles (Chelonia-mydas). The etiologic agent of this disease is assigned to a
herpesvirus. Its etiology, although much studied, is unknown and may be related to
water pollution, bacterial infections, chemical contaminants, high population density
among others. The neoplastic formations may be single or multiple, of sizes ranging
from 0.1 to over 30 cm in diameter. The disease is debilitating and can lead the
animal death. The fibropapillomatosis or "green turtle fibropapillomatosis" was first
diagnosed in 1936 at New York Aquarium. In Brazil the first report of disease was on
the state of Espirito Santo in 1986. The recommended treatment is surgical excision
of tumors.
Keywords: fibropapillomatosis; TAMAR, Chelonia-mydas, herpesvirus
36
10. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi realizar a revisão bibliográfica sobre
Fibropapilomatose em tartarugas-verdes marinhas, visto que, esta patologia está
presente entre as de maior ocorrência no Centro de Reabilitação do TAMAR, com a
finalidade de compreendê-la sob a ótica da clínica médica veterinária.
37
11. INTRODUÇÃO
Há sete espécies de tartaruga marinha no mundo. Cinco são encontradas no
Brasil: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys
imbricata), tartaruga-verde (Chelonia-mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea)
e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriácea) (CUBAS; BAPTISTOTTE, 2007).
No Brasil e no mundo, as tartarugas marinhas vêm sofrendo ao longo de
séculos várias ameaças, como a destruição de habitats, poluição, pesca incidental,
coleta de ovos, matança de fêmeas e, mais recentemente, uma doença epizoótica
denominada fibropapilomatose cutânea tem afetado estas espécies no mundo.
(BALAZS, 1991; HERBST, 1994). A fibropapilomatose acomete tartarugas marinhas,
predominantemente a tartaruga-verde. A doença é atribuída a um herpesvírus, mas
sua etiologia é desconhecida. As lesões predominantemente associadas a essa
doença são fibromas, papilomas cutâneos e fibropapilomas. A fibropapilomatose é
debilitante e potencialmente fatal para as tartarugas marinhas, pois, apesar do curso
normalmente benigno, os tumores podem ameaçar a sobrevivência das tartarugas
em meio natural. Podem provocar emaciação, dificuldade de natação e locomoção e
impedir a respiração e apreensão de alimentos. Frequentemente são observadas
hipoproteinemia (hipoalbuminemia) e anemia nos animais afetados. O procedimento
terapêutico consiste na excisão dos papilomas com o animal anestesiado. (CUBAS;
BAPTISTOTTE, 2007).
38
12. DESENVOLVIMENTO
12.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
12.1.1. TARTARUGAS-MARINHAS
As tartarugas-marinhas existem há mais de 150 milhões de anos e
conseguiram sobreviver a muitas mudanças do planeta. Sua origem foi no solo e
durante a evolução desenvolveram características de adaptação ao ambiente
marinho, como a diminuição do numero de vértebras e a fusão das que restaram às
costelas, formando uma carapaça resistente, embora leve. Perderam os dentes,
ganharam um bico córneo e suas patas se transformaram em nadadeiras.
(DEVANPORT, 1997). Pertencem a classe Reptilia e como tais possuem a pela seca
e coberta por placas de queratina. São animais ectotérmicos, cuja temperatura varia
de acordo com a mudança de temperatura ambiente. (CUBAS et al., 2007), sendo a
tartaruga de couro a única exceção, pois possui controle parcial da temperatura
corporal (BECKER, 2010). A Ordem Testudines agrupa todas as tartarugas
marinhas existentes no planeta e possui duas famílias: a Dermochelydae e a
Cheloniidae (LUTZ e MUSICK, 1997). São indivíduos pulmonados com grande
capacidade de permanência debaixo da água, quer em repouso, quer em busca de
alimento. Tal capacidade resulta da eficiente distribuição do oxigênio pelo corpo,
somada ao baixo nível metabólico e um pequeno auxílio da respiração acessória,
possibilitada pela troca de gases em órgãos como a cloaca e a faringe
(LUTCAVAGE & LUTZ, 1997).
Nos últimos duzentos anos, uma combinação particular de fatores como a
sobrepesca comercial, a captura incidental, a destruição de habitats de alimentação,
39
de nidificação, de repouso e mais recentemente, a poluição dos mares, vem
provocando o declínio das populações de tartarugas marinhas em várias regiões do
mundo. A maioria delas encontra-se em declínio, frequentemente a níveis críticos, e
muitas já se extinguiram. (LUTCAVAGE et al., 1997).
12.1.2. TARTARUGA-VERDE (CHELONIA-MYDAS)
As tartarugas-verdes (Chelonia-mydas) são altamente migratórias (HIRTH,
1997) e estão mundialmente ameaçadas (IUCN, 2006). A espécie se distingue
morfologicamente pela presença de quatro pares de placas laterais não sobrepostas
na carapaça. (Figura 15)
FIGURA 15: TARTARUGA-VERDE MORFOLOGIA
Fonte: Identificação de Chelonia mydas – Adaptado de MÁRQUEZ,
1990
A carapaça possui coloração negra nos filhotes, café nos indivíduos imaturos
e apresenta muita variação nos adultos, sendo geralmente café, amarelo creme
(PRITCHARD; MORTIMER, 2000) ou tons que variam de oliva ao marrom (ERNST;
40
BARBOUR, 1989). A cabeça possui forma arredondada com largura de até 15 cm,
quatro pares de escamas pós-orbitais (PRITCHARD; MORTIMER, 2000), um par de
escamas pré-frontais e uma mandíbula serrilhada. (ERNST; BABBOUR, 1989).
A carapaça dos animais adultos do Brasil tem medida curvilínea media de
115,6 cm de comprimento (GROSSMAN et al., 2002; MOREIRA, 2003). Os
exemplares encontrados no Atlântico e no Pacifico oriental podem atingir em torno
de 230 kg, sendo mais leves aqueles do Oceano Índico e do Caribe. (PRITCHARD &
MORTIMER, 1999).
As tartarugas-verdes ocorrem nos mares tropicais e subtropicais, em águas
costeiras e ao redor das ilhas, sendo rara a ocorrência em águas temperadas. As
maiores colônias nidificam em praias da Costa Rica, do Suriname, da Austrália, e da
Nova Caledônia, e em áreas oceânicas remotas como a Ilha de Ascensão. (FAO,
1990). No Brasil, as Ilhas Oceânicas são as principais áreas de desova desta
espécie: Ilha de Trindade/ES (FILLIPPINI & BULHÔES, 1998; MOREIRA et al.,
1995), Atol das Rocas/RN (BELLINI & SANCHES, 1996) e Fernando de Noronha/PE
(BELLINI & SANCHES, 1996). A Ilha de Trindade abriga o maior número de desovas
desta espécie, tendo sido registrados cerca de 3.500 ninhos em 2009/2010; Atol das
Rocas e Fernando de Noronha tiveram, respectivamente, cerca de 600 e 190 ninhos
na
temporada
2009/2010
(DE
ACORDO
COM
O
BANCO
DE
DADOS
TAMAR/SITAMAR).
Juvenis da espécie C. mydas são muito comuns na região costeira do mar
continental do Brasil. De fato esta é a espécie com maior número de ocorrências
(encalhes, avistagens, capturas incidentais em pesca) na região costeira brasileira
(BANCO DE DADOS TAMAR/SITAMAR).
41
Os seus hábitos alimentares enquanto filhote são onívoros com tendência à
carnívora, tornando-se basicamente herbívora a partir dos 25 a 30 cm de casco
(BJORNDAL,
1997).
As
tartarugas-verdes
alimentam-se
de
algas
e
de
monocotiledôneas marinhas, havendo uma predominância de um dos itens quando
ambos estão disponíveis (BJORNDAL, 1997; BRAND – GARDNER & LIMPUS,
1999). No Brasil, os trabalhos de Ferreira (1968) e Sazima & Sazima (1983) indicam
uma dieta baseada em algas marinhas. Trabalhos recentes sobre o habito alimentar
de tartarugas verdes na região estuarina do litoral do Paraná, (GUEBERT, 2004),
apontam a presença frequente de propágulos (formas vegetativas) de mangue nos
conteúdos analisados, provavelmente consequentes do habito oportunista destas
tartarugas em relação ao alimento. (Figura 16)
FIGURA 16: TARTARUGA-VERDE DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP –
2012.
Fonte: Rosana Rocha
42
12.1.3. FIBROPAPILOMATOSE
12.1.3.1. HISTÓRICO
A fibropapilomatose cutânea ou “green turtle fibropapillomatosis” (GTFP), foi
primeiramente observada em uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) adulta, em
1936, no aquário de New York (SMITH & COATES, 1938). O exemplar foi trazido de
Key West – Flórida, EUA, dois anos antes de manifestar os tumores. Os papilomas
estavam distribuídos sobre a região cervical dorsal, nas áreas de ambas as axilas e
virilhas, pálpebra e conjuntiva.
Subsequentemente, Smith e Coates (1938) observaram fibropapiloma em três
de 200 tartarugas de vida livre (27-91 kg), capturadas ao largo de Key West.
Naquele mesmo ano, Lucke (1938, apud HERBST, 1994) descreveu tumores
similares de uma tartaruga verde capturada ao largo de Cape Sable, Flórida.
Em 1958, Hendrickson notou uma ocorrência de massas fibrosas em fêmeas
desovando em Sarawak, Indonésia e Malásia; o primeiro caso confirmado de GTFP
no Havaí ocorreu em 1958 (HERBEST, 1994). Desde esse primeiro registro,
tartarugas-verdes com GTFP tem sido registradas com crescente frequência no
Havaí (BALAZS, 1991). Na costa oriental dos Estados Unidos a ocorrência de
tumores em tartarugas-verdes encalhadas aumentou de aproximadamente 10% no
inicio de 1980 para acima de 30% no final de 1990 (FOLEY et al., 2005).
No Brasil o primeiro registro de fibropapilomatose foi observado em 1986 no
estado do Espírito Santo e desde então ocorrências tem sido frequentemente
registradas (BAPTISTOTTE et al., 2000). Os primeiros estudos realizados com o
objetivo de elucidar a etiologia dos tumores em tartarugas-marinhas foram
realizados por Matushima no período de 1995-1996 (Projeto Fapesp nº 95/3573-1),
43
1998-1999 (Projeto Fapesp nº 98/2147-7), em 2003 (Tese de Livre Docência) e
2005-2007 (Projeto Fapesp nº 05/13218-5). Nestes estudos foram coletadas
amostras dos tecidos tumorais para a realização de exames histopatológicos, imunohistoquímicos, ultraestruturais e sangue para análises hematológicas, bioquímicas e
moleculares (MATUSHIMA et al., 1999; MATUSHIMA, 2003). (Figuras 17A, 17B,
17C E 17D).
FIGURAS 17A: PAPILOMA EM NADADEIRA DE TARTARUGA-VERDE; 17B:
PAPILOMA EM AXILA EM TARTARUGA-VERDE. CENTRO DE REABILITAÇÃO DO
PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
44
FIGURAS 17C: PAPILOMAS DISSEMINADOS EM TARTATUGA-VERDE; 17D:
PAPILOMA OCULAR EM TARTARUGA-VERDE. CENTRO DE REABILITAÇÃO DO
PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012.
C
D
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
12.1.3.2. EPIDEMIOLOGIA
A fibropapilomatose acomete animais juvenis, sub adultos e adultos. Não
existem registros da doença em filhotes (HERBST, 1994), sendo observada
principalmente em espécimes que se encontram na zona nerítica (HERBST et al.,
2004). A doença tem sido observada com maior frequência em animais jovens com
comprimento de carapaça de 40 a 90 cm e peso entre 10 e 30 kg, sendo que nestes
animais são encontradas lesões em maior quantidade e tamanho (GEORGE, 1997).
Apesar da tartaruga-verde (Chelonia mydas) ser a mais afetada, estudos
recentes tem registrado a doença em outras espécies, a saber: a tartarugacabeçuda, Caretta caretta (HERBST, 1994); a tartaruga-oliva, Lepidochelys olivacea
(AGUIRRE
et
al.,
1999);
a
tartaruga-de-kemp,
Lepidochelys
kempi
45
(HARSHBARGER, 1991) e a tartaruga-gigante, Dermochelys coriacea (HUERTA et
al, 2000). Uma tartaruga-de-pente, Eretmochelys imbricata, criada em cativeiro teve
a doença, histologicamente confirmada por D´Amato e Moraes-Neto (2000).
12.1.3.3. AGENTE ETIOLÓGICO
O súbito aparecimento da doença em novas localidades, a variação da
prevalência em locais muito próximos e a observação de que alguns animais se
recuperam da doença é um forte indício de que a doença seja causada por um
agente infeccioso (HERBST, 1994). Muitas hipóteses existem a respeito da origem
infecciosa, assim como é também proposto que a doença seja causada por ação ou
reação a fatores ambientais, ou ainda a predisposição genética dos animais
(HERBST, 1994).
Vários agentes infecciosos (herpesvirus, retrovírus e papilomavirus) têm sido
associados com a condição da doença (HERBST et al., 1995).
Em
estudos
recentes sobre a fibropapilomatose foram obtidas sequências gênicas de
herpesvírus através de métodos moleculares de reação de amplificação gênica pela
polimerase (PCR) em tecidos tumorais de tartarugas marinhas com 96% dos
tumores de C. mydas (MATUSHIMA et al., 2001). Em pesquisa realizada
conjuntamente com a equipe técnica do Projeto TAMAR, base Ubatuba/SP, em
cultura de explante (todo segmento de tecido ou órgão utilizado para iniciar
uma cultura in vitro), sangue da lesão cirúrgica, secreção ocular e saliva quando
submetidos ao PCR obteve-se resultados positivos para herpesvírus. Células de
cultura in vitro de tumores ao ME encontraram-se partículas sugestivas de vírus (75
46
e 50nm) e presença de corpúsculo de inclusão, tanto em MO como em ME
(MATUSHIMA et al., 2007).
Provavelmente a etiologia da GTFP esteja associada a vários fatores e não
somente a um agente primário. Infecções bacterianas, radiação ultravioleta,
contaminantes químicos, ectoparasitos entre outros agentes – ou a associação
desses fatores - podem tornar o sistema imune da tartaruga marinha menos
competente e contribuir para o desenvolvimento da doença (GEORGE, 1997).
Segundo CURRY e colaboradores (2000), os herpesvírus são associados
com diversas doenças de tartarugas-marinhas, como a doença do pulmão, olhos e
traqueia (LETD), a gray patch disease (GPD) e a fibropapilomatose (GTFP).
Existem no total, seis herpesvírus que acometem as tartarugas marinhas,
todos pertencentes à família Herpesviridae. Desses, dois pertencem à subfamília
Alphaherpesvirinae: o vírus ChHV 5 – que é o vírus associado à fibropapilomatose –
e o ChHV 6 – associado a LETD.
Os ectoparasitos marinhos (sanguessugas) do gênero Ozobranchus são
apontados como potenciais vetores de transmissão do herpesvírus associado à
GTFP uma vez que podem carrear o DNA viral. Alguns exemplares chegam a
apresentar até 10 milhões de cópias do DNA viral (GREENBLATT et al.,
2004).(Figura 18).
47
FIGURA 18: OVOS DE SANGUESSUGA EM PLASTRÃO DE TARTARUGA-VERDE
– CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP –
2012.
Ovos de
Ozobranchus sp.
Fonte: Rosana Rocha
12.1.3.4.PATOLOGIA
Os fibropapilomas podem ter até 30 cm de diâmetro (LACKOVICH et al.,
1999), podendo estar presentes em nadadeiras, olhos, base da cauda, regiões oral,
cervical, inguinal, axilar e carapaça (JACOBSON et al., 1989; HERBST, 1994)
(Figuras 19A e 19B). Os tumores oculares variam de 2 a 4 cm de diâmetro podendo
obstruir completamente a visão (JACOBSON et al., 1989; BROOKS et al., 1994),
enquanto que os tumores orais podem obstruir a glote, levando os animais à morte
(BALAZS et al., 1998).
48
FIGURAS 19A E 19B: FORMAS VARIADAS DOS PAPILOMAS EM TARTARUGAVERDE DO PROJETO TAMAR – BASE UBATUBA, SP – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
Assim sendo, estes tumores representam importante ameaça à sobrevivência
das tartarugas afetadas em meio natural. Podem provocar emaciação, inabilidade de
natação e locomoção, impedir a apreensão de alimentos, dificultar a fuga de
predadores e também prejudicar a respiração. No entanto, os resultados de estudos
realizados nas ilhas havaianas não confirmaram a hipótese que a presença de
GTFP diminui a capacidade respiratória (BRILL et al., 1995). Os tumores cutâneos
possuem textura variando de lisa a verrucosa, podem ser sésseis ou pedunculados
e as maiores formações podem estar ulceradas e necróticas (JACOBSON et al.,
1989).
Sua histologia consiste em projeções papilares, com hiperplasia da epiderme,
proliferação de fibroblastos e feixes de fibras de colágeno na derme. (MATUSHIMA
et al., 2001). Em um estudo sobre a morfologia, ultraestrutura e imuno-histoquímicos
dos papilomas de onze tartarugas-verdes brasileiras Matushima e colaboradores
(2001) relataram lesões cutâneas proliferativas semelhantes com fibropapilomas
cutâneos de mamíferos, ou seja, hiperplasia epitelial, aumento de colágeno dérmico
49
e coilocitose como atipia (uma característica citopatológica, formação de uma área
clara em formato concha próximo ou em torno do núcleo, de infecção pelo
papilomavírus produtiva). Neste estudo as investigações imuno-histoquímicas e
ultraestrutural não conseguiram detectar partículas virais.
Baseado nas suas características histológicas, esta doença tem sido dividida
em
três
tipos
de
lesões
proliferativas:
papilomas
cutâneos,
fibromas
e
fibropapilomas. As lesões são classificadas como papilomas cutâneos quando há
somente uma proliferação do tecido epitelial e representa a fase inicial de
desenvolvimento dos tumores. São classificados como fibromas quando há
proliferação restrita do tecido conjuntivo subcutâneo e como fibropapilomas, onde se
observa a proliferação de ambos os tecidos – indicando uma fase intermediária
(HERBST, 1994).
Os animais acometidos apresentam ainda debilidade severa, distúrbios de
flutuação, caquexia, hipoproteinemia, desbalanço eletrolítico, uremia e elevação das
enzimas hepáticas. O perfil hematológico destes animais revela anemia nãoregenerativa, diminuição progressiva da contagem de linfócitos, basófilos, eosinófilos
e aumento progressivo de heterofilos e monócitos (MATUSHIMA et al., 2001).
Na macroscopia, os tumores variam morfologicamente de liso a couve-flor,
com
algumas
projeções
pontiagudas
pequenas.
Podem
ser
intensamente
pigmentados, podendo ser da cor branca, cor-de-rosa, vermelha, cinzenta, roxa ou
preta (RHODES, 2002). (Figuras 20A e 20B).
50
FIGURAS 20A E 20B: COLORAÇÃO DE PAPILOMAS EM NADADEIRAS DE
TARTARUGA-VERDE – CENTRO DE REABILITAÇÃO –BASE UBATUBA, SP –
2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
12.1.3.5.DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é baseado na presença do fibropapiloma. O exame clínico pode
revelar se um tumor é circunscrito, infiltrante ou disseminado. Normalmente a massa
anormal é facilmente visualizada, pois possui uma diferença aparente na coloração
(THOMSON, 1983).
O diagnóstico pode ser confirmado pelo exame histológico após a biópsia de
Baker (punção cutânea para obtenção de amostra superficial); biópsia por agulha
Tru-cut (utilizada para a obtenção de amostras representativas de massas maiores)
ou biópsia em cunha (retirada completa do tumor) (PETERSON & COUTO, 1998).
Tumores internos podem ser detectados radiograficamente ou durante a realização
51
da necropsia (SCHUMACHER, 1996). Atualmente não há testes disponíveis para
detectar infecções subclínicas ou latentes (HERBST et al., 1995).
12.1.3.6.TRATAMENTO
Não existe um tratamento específico para fibropapilomatose. Recomenda-se
a remoção cirúrgica da massa tumoral, com anestesia local e com margem de
segurança (DONE, 1996). (Figuras 21A, 21B, 21C e 21D).
Papilomas de tecido periorbital e tecido corneano devem, sempre que
possível, ser removidos cirurgicamente, pois o crescimento dessa massa pode
causar perda parcial ou total da visão. Nogueira e Werneck (2005) sugeriram o uso
de criocirurgia para a remoção dos tumores em tartarugas-verdes como alternativa
aos métodos convencionais. Este método pode estimular o sistema imune e causar
a regressão dos papilomas (GEORGE, 1997).
Animais com nódulos viscerais têm prognóstico reservado. Segundo
SCHUMACHER (1996), as tartarugas que apresentam papilomas em qualquer
região devem ser isoladas das demais para evitar a transmissão da doença no
ecossistema aquático.
A taxa de sobrevivência de tartarugas-verdes após a cirurgia para a retirada
dos tumores está acima dos 90% (MATUSHIMA et al., 2007).
52
FIGURAS 21A: INSTRUMENTAL CIRURGICO PARA REMOÇÃO DE PAPILOMAS
DO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR - BASE UBATUBA, SP –
2012; 21B: ANESTESIA LOCAL PARA RETIRADA DE TUMOR DE TARTARUGAVERDE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR - BASE
UBATUBA, SP – 2012; 21C: REMOÇÃO DO TUMOR DE TARTARUGA-VERDE NO
CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR - BASE UBATUBA, SP –
2012; 21D: CAUTERIZAÇÃO DA LESÃO APÓS A RETIRADA DO TUMOR EM
TARTARUGA-VERDE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DO PROJETO TAMAR BASE UBATUBA, SP – 2012.
A
B
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
1.
C
D
Fonte: Rosana Rocha
Fonte: Rosana Rocha
53
13. CONCLUSÃO
A fibropapilomatose é uma doença altamente ameaçadora e limitante para as
tartarugas marinhas podendo levá-las à morte. A maior parte dos estudos sobre a
doença é realizada em locais onde há grande densidade populacional humana
litorânea, daí a suspeita também de estar relacionada com a poluição dos mares.
Apesar de estudos recentes apontarem o herpesvírus como o agente etiológico,
pesquisadores de diversas regiões do mundo têm dedicado esforços a fim de
encontrar novos indícios de transmissão e em qual fase da vida das tartarugas elas
são realmente acometidas, reforçando a necessidade de ampliar estudos da
medicina veterinária no campo ainda inexplorado dos animais oceânicos.
Sendo a fibropapilomatose uma ameaça crescente a conservação desta
espécie, fazem-se necessários estudos que proponham um tratamento cada vez
mais efetivo da doença para que no futuro as populações de tartarugas estejam
livres deste mal.
54
14. REFERÊNCIAS
AGUIRRE, A.A.; LIMPUS, C.L..; SPRAKER, T.R.; CHAVEZ-QUIROZ, A.; DUTOIT,
L.A.; BALAZS, GH. Histopathology of fibropapillomatosis in olive ridley turtle
Lepidochelys olivacea nesting in Costa Rica. Journal of Aquatic Animal Health,
Bethesda, 1999, v. 11, p. 282-284,
BALAZS, G.H.; MURAKAWA, S.K.K.; ELLIS, D.M.; AGUIRRE, A.A. Manifestation of
fibropapillomatosis of green turtle at Kaneohe Bay in the Hawaiian islands. In:
ANNUAL SYMPOSIUM ON THE SEA TURTLE BIOLOGY AND CONSERVATION,
18., Mexico. Proceedings…,1998, p. 3-7.
BALAZS, G.H. Research plan for marine turtle fibropapiloma. U.S. Department of
Commerce, NOOA-TM-NMFS-SWFSC-156, Honolulu, Hawai, 1991.
BAPTISTOTTE, C.; RIETH, D.B.; BECKER, J.H. LOPEZ, G.; CASTILHO, J.C.; LIMA,
E.H.S.M.; BELLINI, C.; MATUDHIMA, E.R.; BARATA, P.C.R. Prevalência de
fibropapilomas em tartarugas marinhas nas áreas de alimentação no Brasil. In:
ENCONTRO DA ASSOCIACAO BRASILEIRA DE VETERINARIOS DE ANIMAIS
SELVAGENS, 5., 2000, São Paulo, Anais... São Paulo-SP, 2000. P. 29
BECKER, J. H. Biologia geral e comportamento das tartarugas marinhas. TAMARICMBio base Ubatuba, 2012. Palestra proferida em 02/03/2010.
BELLINI, C.; SANCHES, T.M. Reproduction and feeding of marine turtle in the
Fernando de Noronha Archipelago, Brazil. Marine Turtle Newsletter, Exeter, 1996, v.
74, p. 12-13.
BJORNDAL K.A. Foraging ecology and nutrition of sea turtle. In P. P. Litz & J. A.
Musick, editor. The biology of sea turtle. CRC Press, Boca Raton, Florida USA, 1997.
BRAND-GARDNER, J.M.L. & LIMPUS, C. Diet selection by immature green turtles,
Chelonia mydas, in subtropical Moreton Bay, south-east Queensland. Aust J Zool
7:181–191, 1999.
BRILL, R.W.; BALAZS, G.H.; HOLLAND, K.N; CHANG, R.K.C.; SULLIVAN, S.
GEORGE, J.C. Daily movements habitat use, and submergence intervals of normal
55
and tumor-bearing juvenile green turtles (Chelonia mydas L.) within a foraging area
in the Hawaiian islands. Journal of Experimental Marine Biology and Ecolog, 1995, v.
185, p. 203-218.
BROOKS, D.E.; GINN, P.E.; MILLER, T.R.; BRAMSON, L.; JACOBSON, E.R. Ocular
fibropapilomas of green turtle (Chelonia mydas). Veterinary Pathology, 1994, v.31,
p.335-339.
CUBAS, P. H.; BAPTISTOTTE, C. Chelonia (Tartaruga, cagado e jabuti). In: CUBAS,
Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATAO DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens - Medicina
Veterinária. São Paulo: Roca, 2007. Cap. 9, p. 86-119.
COELHO, A.S.L.; Análise de encalhes de tartaruga marinha (Reptilia: Testudines),
ocorridos no litoral sul da Bahia, Brasil, 2009. Disponível em: <www.uesc.br>.
Acesso em: 20 mai 2012.
CURRY, S.S.; BROWN, D.R.; GASKIN, J.M.; JACOBSON, E.R.; EHRART, L.M.;
BLAHAK, S.; HERNBST, L.H.; KELIN, P.A. Persistent infectivity of an disease –
Associated Herpesvírus in Green Turtle after Exposure to Seawater. Journal of
Wildlife Disease, 2000, v.36, p.792-797.
D´AMATTO, A.F.; MORAES-NETO, M. First documentation of fibropapilomas verified
by histopathology in Eretmochelys imbricate, Marine Turtle Newsletter, Exeter, 2000,
v. 89, p. 12-13.
DAVENPORT, J.Temperature and the life-history strategies of sea turtle. Journal os
Thermal Biology, 1997, V.22, n. 6, pp. 479-488.
DONE, L.B.. Neoplasia. In: D.R. MADER, Reptile Medicine and Surgery. 2ª ed.,
London, W.B. Saunders Company, 1996, p. 125-140.
ERNEST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtle of the world. Washigton: Smithsonian
Institution Press, 1989.
FERREIRA, M.M. Sobre a alimentação da aruanã, Chelonia mydas Linnaeus, ao
longo da costa do estado do Ceará. Arquivos Estação Biologia Marinha Universidade
Federal Ceará, 8 (1): 83-86. 1968.
56
FILIPPINI, A. & BULHÕES, H.A. Estudo da ecologia da tartaruga marinha Chelonia
mydas Linnaeus, na Ilha da Trindade. Brasil Florestal, (65):5-15, Jul/Ago/Set. 1988.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS – FAO.
Sea turtle of the world. An annoted and illustrated catalogue of sea turtle species
kwown to date. FAO Fisheries Synopsis, Rome. 1990, V. 11, n. 125, p.81
FOLEY, A.M.; SCHROEDER, B.A.; REDLOW, A.E., FICK-CHILD, K.J.; EAS, W.G.
Fibropapillomatosis en stranded green turtles (Chelonia mydas) from the eastern
united states (1980-98): trends and associations with environmental factors. Journal
of Wildlife Diseases, Ames, 2005, v. 41, n. 1, p. 29-41.
GREENBLATT, R.J.; WORK, T.M.; BALAZS, G.H.; SUTTON, C.A.; CASSEY, R.N.;
CASEY, J.W. The ozobranchus leech is a candidate mechanical vector for the
fibropapiloma-associated turtle herpesvirus found latently infecting skin tumors on
Hawaiian green turtles (Chelonia mydas). Virology, 321, 2004, p.101-110.
GEORGE, R.H. Health problems and deseases of sea turtle. In: MUSICK, J.A.;
LUTZ, P.L. The biology of sea turtle. New York: Science series, 1997, p.364-375.
GOMES, M.G.T.; SANTOS, M.R.D.; HENRY, M.; Tartarugas marinhas de ocorrência
no Brasil: hábitos e aspectos da biologia da reprodução. 2006. Disponível em:
<www.cbra.org.br>. Acesso em: 20 mai 2012.
GROSSMAN, A.; BELLINI, C.;MARCOVALDI, M. A. Reproductive biology of the
green turtle at the biological Reserve of Atol das Rocas off northeast brazil. in:
Seminoff J. A. (comp.).Proceedings of the 22nd Annual Symposium on Sea Turtle
biology and conservation. NOAA Tech. Memo. NMFS-SEFSC-503, 2002, p.136.
GUEBERT, F.M. Ecologia Alimentar e Mortalidade da Tartaruga Marinha, Chelonia
mydas no Litoral do Estado do Paraná. Monografia, não publicada, Universidade
Federal do Paraná, Pontal Sul do Paraná, xii + 36. 2003.
HARSHBARGER, J.C. Sea turtle fibropapiloma cases in the registry of tumord in
lower animals. In: WORKSHOP RESEARCH PLAN FOR MARINE TURTLE
FIBROPAPILLOMA, 1990, Honolulu Honolulu: NOAA-TM-NMFS-SWFSC-156, 1991.
P. 63-70.
57
HERBST, L.H. Fibropapillomatosis of marine turtle. Annual Review of Fish Diseases,
London, 1994, v. 4, p. 389-435.
HERBST, L.H.; JACOBSON, E.R.; MORETTI, R.; BROWN. T.; SUNDBERG, J. P.;
KLEIN. P.A. Experimental transmission of green turtle fibropapillomatosis using cellfree tumor extracts. Diseases Aquatic Organisms, Amelinghausen, 1995, v.22, p. 112.
HERBEST, L.H.; JACOBSON, E.R.;KLEIN, P.A.; BALAZS, G.H.; MORETTI, R.;
BROWN, T.; SUNDBERG, J.P.;Comparative Patology and Pathogenesis of
Spontaneous and Experimentally Induced Fibropapillomas of Green Turtles
(Chelonia mydas). 1999. Veterinary Pathology Online. Disponível em:
<http://vet.sagepub.com>. Acesso em: 29 mai. 2012.
HERBST, L.H.; ENE, A.; SU, M.; DESALLE, R.; LENZ, J.; Tumor orbreaks in marine
turtle are not due to recent herpesvirus mutations. Current biology, 2004, v.14, n.17,
p. 697-699.
HIRTH, H.F. Synopsis of the Biological Data on the Green Turtle, Chelonia
mydas(Linnaeus 1758). USFWS Biological Report. Washington D. C., USA, 1997,
vol. 97, n.1.
HUERTA, P.; PINEDA, H.; AGUIRRE, A.A.; SPRAKER, T.R.; SARTI, L.;
BARRAGAN, A. First confirmed case od fibropapilloma in a leatherback turtle
(Dermochelys coriacea). In: ANNUAL SYMPOSIUM ON SEA TURTLE BIOLOGY
AND CONSERVATION, 20.; 2000, Orlando. Proceeding. Miami: NOAA-TM-NMFSSWFSC-477, 2002, p.193.
INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE. IUCN red list of
Threatened Species. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: 28 ago
2007.
JACOBSON, E.R.; MANSELL, J.L.; SUNDBERG, J.P.; HAJAR, L.; REICHMAN,
M.M.; EHRHART, L.M.; WALSH, M.; MURRU, F. Cutaneous fibropapilomas of green
turtle (Chelonia mydas). Journal Comparative Pathology, , 1989, v. 101, p.39-52.
LACKOVICH, J.K.; BROWN, D.R.; HOMER, B.L.; GARBER, R.L.; MADER, D.R.;
MORETTI, R.H.; PATTERSON, A.D.; HERBST, L.H.; OROS, J.; JACOBSON, E.R.;
CURRY, S.S.; KLEIN, P.A. Association of herpesvirus with fibropapillomatosis of the
58
green turtle Chelonia mydas and the loggerhead turtle Caretta caretta in Florida.
Diseases of Aquatic Organisms, 1999, v.37, p.89-97.
LUTCAVAGE, M. E. & LUTZ, P. l. Diving . Physiolog. in: lutz, P. l. and musick, J. A.
(eds.). The biology of Sea Turtles. Boca Raton, fl: CRC Press, 1997, p. 277–296.
LUTCAVAGE, M.E.; PLOTKIN, P.; WITHERINGTON, B.; LUTZ, P.L. Human impacts
on sea turtle survival. In LUTZ, P.L.; MUSICK, J.A. (Ed.). The biology of sea turtle.
Boca Raton: CRC Press, 1997, p. 387-409.
LUTZ P.L.; MUSICK J.A.; (Ed.). The biology of sea turtles. Boca Raton, FL: CRC
Press, 1997.
LUTZ P.L.; MUSICK J.A.; WYNEKEN J.; (Ed.). The biology of sea turtles II. Boca
Raton, FL:CRC Press, 2003, p.503.
MATUSHIMA, E.R..; LONGATTO-FILHO, A.; DI LORETTO, C.; KANAMURA, C.T.;
RAMOS, M.C.C.; SINHORINI, I.L.; GALLO, B. Cutaneous papillomas of Green turtle:
a morphological and immunohistochemical study in brazilian specimns. In: ANNUAL
SYMPOSIUM ON SEA TURTLE CONSERVATION AND BIOLOGY, 19. Texas.
Proceeding. U.S.Dep.Commer. NOAA Tech. Memo. NMFS-SEFSC – 443, 1999, p.
237-239.
MATUSHIMA, E.R..; LONGATTO-FILHO, A.; DI LORETTO, C.; KANAMURA, C.T.;
RAMOS, M.C.C.; SINHORINI, I.L.; GALLO, B. Cutaneous papillomas of Green turtle:
a morphological, ultrastrutural and immunohistochemical study in brazilian specimns.
Brazilian Journal of Veterinary Reserch and Animal Science, 2001, v. 38, n. 2, p. 5154.
MATUSHIMA, E.R. Fibropapilomas em tartarugas marinhas: aspectos histológicos,
imuno-histoquímicos e ultra-estruturais. 111 f. tese (livre-Docente em Patologia) –
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2003.
MATUSHIMA, E.R. Fibropapilomatose em tartarugas marinhas: risco e consequência
para sua conservação. 2007. Disponível em: <www.institutomarcosdaniel.org.br>.
Acesso em: 12 mai 2012.
59
MOREIRA, L.; BAPTISTOTTE, C.; SCALFONE, J.; THOMÉ, J.C. & ALMEIDA.
A.P.L.S. de Occurrence of Chelonia mydas on the Island of Trindade, Brazil. Marine
Turtle Newsletter, (70):2, July. 1995.
NOGUEIRA, G.; WERNECK, M.R. Criocirurgia em fibropapilomatose em tartarugas
verdes (Chelonia mydas) no projeto Tamar Ubatuba-SP. In: IX Congresso e XIV
Encontro da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens –
ABRAVAS, 2005, São José do Rio Preto. Anais... São José do Rio Preto, 2005, p.
55.
PETERSON, J.L.; COUTO, C.G.. Tumores cutâneos e subcutâneos. In: B.
HERDING, Manual Saunders Clínica de Pequenos Animais. 8ª ed., São Paulo,
Roca, 1998, p. 238-240.
PRITCHARD, P.C.H.; MORTIMER, J. A. Taxonomy, external morphology and
species identification. in: ECKERT, K. l.; BORNDAL, K. A.; ABREU-GROBOIS, F.A.;
DONNELLY, M. (eds), Research and management Techniques for the conservation
of Sea Turtles. iucn/SSc marine Turtle Specialist Group Publication n. 4, 1999, p. 2138.
PRITCHARD, P. C. H,; MORTIMER, J.A. Taxonomia, Morfologia Externa e
Identificacion de las Espécies. Técnicas de Investigation y Manejo para La
Conservacion de las Tortugas Marinas, 2000, n. 4, p. 23-41.
RHODES, K.H, Dermatologia de Pequenos Animais Consulta em 5 minutos. Rio de
Janeiro: ed Revinter, 2002, p. 357-360
ROSSI, S. Estudo do impacto da fibropapilomatose em Chelonia mydas (LINNAEUS,
1758)(Testudines, Cheloniidae), 2007. Disponível em:< www.teses.usp.br>. Acesso
em: 27 abr 2012.
SANTOS, G.J.; HERRERA, M.S.; PEREIRA, R.E.P.; Fibropapilomatose em
tartarugas matinhas (Chelonia mydas) – revisão de literatura. 2008. Disponível em:
<www.revista.inf.br>. Acesso em 28 abr 2012.
SAZIMA, I. & SAZIMA, M. Aspectos de comportamento alimentar e dieta da tartaruga
marinha, Chelonia mydas, no litoral norte paulista. Boletim Instituto Oceanográfico,
32 (2): 199-203, 1983.
60
SCHUMACHER, J.. Viral diseases. In: D.R. MADER. Reptile Medicine and Surgery.
2ª ed., London, W.B. Saunders Company, 1996, p. 224-234.
SMITH, G.M.; COATES, C.W. Fibro-epithelial growths of the skin in large marine
turtle Chelonia mydas, Zoologica, New York, 1938, v. 23, n. 4, p.93-98.
TAMAR ICMBio; Disponível em: <www.tamar.org.br>. Acesso em: 28 abr 2012.
THOMSON, R.G.. Patologia geral veterinária. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
1983, p.412.
WYNEKEN, J.; The Anatomy of Sea Turtles. NOAA Tech. Memo. NMFS-SEFSC –
470, 2001
WELLEHAN, J. F. X.; JOHNSON A.J.; Reptile Virology. College of Veterinary
Medicine, University of Florida, Gainesville, FL 32610, USA, 2005.
61
ANEXO A – FIBROPAPILOMA CUTÂNEO EM TARTARUGA-VERDE
Fonte: Adaptado de Veterinary Pathology Online, 1999.
1 – Hiperplasia epidérmica papilar e proliferação fibrosa na derme com zona de transição subjacente
reticular o qual é infiltrada com células mononucleares.
2 – Epiderme normal: quatro a sete células de espessura; Derme normal: zona papilar muito fina.
3 - Hiperplasia epidérmica com ausência de hiperceratose ortoceratótica.
4 - Acantose e ortoceratose com inclusão cornificada.
5 - Degeneração focal de células basais e formação de fenda dermo-epidermal.
6 - Separação da epiderme da derme subjacente ao longo da membrana basal com material
eosinofílico acumulado no interior da fenda.
7 - Lesão induzida experimentalmente mostrando fenda epiderme-derme com degeneração focal nas
camadas superficiais da epiderme e matéria eosinofílica acumulada dentro da fenda.
8 - Mudança espongiótica ao longo da membrana basal com infiltração linfocítica difusa.
62
Fonte: Adaptado de Veterinary Pathology Online, 1999.
9 - Degeneração vacuolar com núcleos deslocados na camada espinhosa da epiderme.
10 – Indução de lesão experimental mostrando degeneração da camada espinhosa e formação de
vesículas intraepidérmicas.
11 - Lesão induzida experimentalmente com infiltração granulocítica subcórnea formando uma
pústula intraepidérmica.
12 - Lesão induzida experimentalmente com ulceração focal e granulocítica.
13 - Células gigantes multinucleadas de corpo estranho contendo um ovo do trematódeo.
14 - granuloma de corpo estranho em torno de uma inclusão cornificada.
15 - Lesão espontânea com inclusões eosinofílicas intranucleares (seta) dentro de um foco de
degeneração da epiderme adjacente para uma úlcera.
16 - Lesão induzida experimentalmente com inclusões eosinofílicas intracelulares (seta) dentro de
queratinócitos em degeneração.
63
ANEXO B – ORGANOGRAMA TAMAR UBATUBA
A base de Ubatuba está composta pelos seguintes setores:
Direção local: Sra. Berenice Maria Gomes Gallo
Coordenação Técnica: Sr. Henrique Becker
Coordenação de Estágio: Sr. Bruno Amir
Coordenação Centro de Reabilitação: Médico Veterinário Renato Velloso da
Silveira
Equipe Técnica: 4 biólogos para resgates a campo, 7 funcionários para trabalhos
gerais internos, 1 tratador.
Administração:
Setor de compras – 1 funcionário
Informática – 1 funcionário
Recursos Humanos - 2 funcionários
Almoxarifado – 1 funcionário
Setor de Pesquisas - 3 funcionários
Oficina de Papel – 2 funcionários
Cantinho da Criança – 1 funcionário
Limpeza – 2 funcionários
Centro de Visitantes:
Loja – 2 funcionários
Bilheteria – 2 funcionários
Monitoria – 6 estagiários/mês nos meses de março a outubro e 12 estagiários/mês
nos meses de novembro a fevereiro.
Lanchonete – 3 funcionários
Segurança – 3 funcionários
Download

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Rosana de Souza Rocha