REQUERIMENTO Nº
, DE 2013
Requeiro, nos termos do
art.
218
do
Regimento
Interno do Senado Federal,
de acordo com as tradições
da Casa, homenagem de
pesar,
consistente
em
inserção em ata de Voto de
Pesar e apresentação de
condolências,
pelo
falecimento do arcebispo de
Maringá, dom Jaime Luiz
Coelho,
ocorrido
na
madrugada de ontem em
Curitiba.
JUSTIFICAÇÃO
Maringá, terceira maior cidade do Paraná e polo de sua
importante região Noroeste, perdeu na madrugada de
ontem, segunda-feira, uma de suas figuras mais
representativas, que foi o arcebispo dom Jaime Luiz
Coelho.
Aos 97 anos, aniversário que comemorou há poucos dias,
em 26 de julho, uma crônica insuficiência renal levou-o,
definitivamente, do convívio com a cidade que tanto amou
e sobre a qual exerceu notável influência.
Dom Jaime chegou a Maringá, para implantar sua recém
criada diocese em 1956, quando a cidade contava nove
anos de idade e apenas cinco de emancipação política.
Como líder religioso, implantou e construiu a catedral que
acabou, com sua arquitetura extremamente original e
criativa, se tornando símbolo visual da cidade e um dos
mais altos monumentos da América Latina.
Mais do que um pastor de almas, no entanto, o religioso
teve também importante atuação no desenvolvimento da
cidade e da região. Foi Dom Jaime quem fundou e dirigiu
o primeiro curso superior local – a Faculdade Estadual de
Ciências Econômicas, embrião da atual Universidade
Estadual de Maringá (UEM).
A preocupação de Dom Jaime com o desenvolvimento do
município e a propagação da fé cristã também o levou a
implantar o jornal diário Folha do Norte e, mais
recentemente, a emissora católica de televisão 3º Milênio,
fundada pelo padre Gerhard Schneider.
A atuação do prelado também foi decisiva em realizações
como o desfavelamento do Núcleo Social Papa João XXIII,
a transformação do antigo albergue noturno em Albergue
Santa Luzia de Marillac e a criação da Livraria Católica,
mais tarde entregue à administração da Pia Sociedade
Filhas de São Paulo, também conhecida como Irmãs
Paulinas.
Com a elevação de Maringá a arquidiocese, dom Jaime
Luiz Coelho foi promovido arcebispo metropolitano, em
1980. E só deixou o comando da Igreja Católica na região
de Maringá em 1997, sucedido por Dom Murilo Krieger.
Mas continuou atuante praticamente até o fim da vida.
Onze dias atrás, apesar da constituição física já bastante
debilitada, comemorou seu último aniversário com a
celebração de missa em ação de graças no auditório da
emissora de tevê que ele mesmo criara. E na mesma
época, mesmo já com dificuldades para se locomover, fez
questão de participar da missa de despedida dos jovens
peregrinos maringaenses que iriam participar da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro. Durante a
celebração, na catedral, o arcebispo transmitiu sua
entusiasmada mensagem aos jovens peregrinos: “Pra
frente. Não parem no meio do caminho. Avante. Sempre
pra frente, buscando a santidade do coração, a pureza de
alma, a busca de uma participação verdadeira na Igreja de
Deus,” foram as palavras do veterano religioso.
Numa justa homenagem, a prefeitura de Maringá decretou
luto oficial de três dias. E a Arquidiocese de Maringá
adotou uma iniciativa bem de acordo com o exemplo de
humildade e simplicidade dado pelo papa Francisco em sua
recente visita ao Brasil: exortou os fiéis que quiserem
homenagear o falecido arcebispo a substituírem o clássico
envio de coroas de flores por doações às obras
assistenciais da Igreja.
É por tudo isso que sinto-me extremamente honrado em
propor esta homenagem, por parte do Senado Federal, ao
inesquecível líder religioso dom Jaime Luiz Coelho.
Sala das Sessões, 06 de agosto de 2013
Senador ALVARO DIAS
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