Clube de Revista
Ensaio randomizado comparando o uso do cateter
venoso umbilical por longo e
curto tempo nos recém-nascidos prematuros com
peso ao nascer abaixo de 1251g
Apresentação: José Francisco Bueno Filho
Paulo Roberto de A. Carvalho
Rafael R. Ergang
Coordenação: Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
27/5/2008
Dr. Paulo R. Margotto; Ddos Francisco,Paulo Roberto e Rafael
Introdução

Uso do Cateter Venoso Umbilical(CVU):
Administração de fluídos, nutrientes e medicações
Gasometria
Avaliação da Pressão Venosa Central
Exsanguíneotransfusão

Complicações:
Trombose
Arritmias
Embolização
Hemorragias
Sepse


Devido ao maior risco de complicações poder
estar associado com a duração do cateter (o
Centro de Controle e Prevenção de Doenças
dos EUA-CDC-recomenda o uso até 14 dias),
freqüentemente são removidos após um
curto período e substituídos pelo PICC
(Cateter central de inserção periférica)para a
administração de fluidos e nutrição parenteral
por um longo período
PICC: também são associados com
complicações:
Deslocamento, obstruções, infiltração, quebras,
trombose, perda para o terceiro espaço (derrame
pleural ou pericárdio), infecção
Objetivo


Avaliar as infecções e complicações
relacionadas ao uso de CVU por longos
períodos em comparação ao uso de CUV por
curtos períodos seguido pela troca CV
Hipótese: o uso do CVU por longo período
resultaria em menores taxas de infecção
versus o uso por curto período do CVU
seguido por um longo período do uso de
PICC
Métodos


Julho de 1998 e fevereiro de 2004
52 leitos terciários
Critérios de inclusão:
•Neonatos < ou = 1250g
•CVU na admissão
•-longo período:acima de
28 dia
-curto período:7-10 dias
seguido pelo PICC
Critérios de exclusão:
Neonatos <24 semanas
--Peso <500g
CVU para transfusão
-Anomalias Trato
gastrintestinais
-Cardiopatias Congênitas

Cateterismo Umbilical
Simples ou duplo lúmen (3,5F ou 0,5F de diâmetro;
Cateter Argyle)
Assepsia e anti-sepsia
Heparinizados:1 UI/mL para RN >1000g E
0,5UI/mL para RN <=1000g
Radiografia de Tórax e abdômen: manter ponta na
veia cava inferior/junção com o átrio direito

PICC
Braquial,axilar,jugular externa,safena
Radiografia:para verificar a posição da ponta:
-átrio direito/veia cava superior: para os PICCs
colocados na braquial, axilar, jugular externa
-veia cava inferior: PICCs colocados na veia safena
Heparinizados (mesmas doses para o CVU)
Não eram usados para infusão rápida de
medicações ou infusão de hemoderivados
Não eram usados para coleta de sangue, exceto em
situações de suspeita de sepse e culturas do catéter
eram necessárias




Randomizados após permissão dos pais
2 grupos
Cateterismo por curto período : 7 – 10 dias,
seguido de PICC se fosse necessário acesso
central
Cateterismo por longo período: 28 dias
Removido se não fosse necessário ou aos 28 dias,
sendo passado PICC se acesso venoso central fosse
necessário










Trombose
Embolia
Hemorragia
Ruptura do cateter
Infusão pericárdica e pleural
Arritmia
Enterocolite necrosante
Alimentação/intolerância
Ecocardiograma
Culturas periódicas

Infecção:
Sintomatologia e >=1 hemocultura positiva
Microorganismos identificados
na cultura

Trombos
Ecocardiograma
Alterações hemodinâmicas
Alterações potenciais definidas pelo cardiologista
Pequenos <5mm
Médios 5 – 10mm
Grandes >10mm
Discussão com equipe clínica
Seguimento

Complicações mecânicas:
 embolo, hemorragia, arritmia, efusão pleural ou
quebra do cateter
O resultado final primário foi o tempo, desde o
nascimento, até a ocorrência de infecção
relacionada ao catéter
 Teste de long rank
 Curvas de Kaplan-Meier: para a distribuição
do tempo de infecção
 Teste de Fischer ou Qui-quadrado para
variáveis categóricas
 Mann-Whitney: distribuição assimétrica
 Significância: p<=0,05
Resultados
Os dois grupos foram
semelhantes
em todas as características.
155 hemoculturas positivas
35 infecções de cateter
Tempo para surgimento de infecção:
Não houve diferença significativa
O no. de cateteres
no grupo de curto prazo
excedeu o de longo prazo
Não houve diferença na incidência e duração do cateter até a
ocorrência da infecção:p<0,17;p<0.35
Curto período: 13% /11,5dias
Longo período: 20%/14 dias
Não houve diferença estatisticamente significativa
Nenhuma criança com sinais de trombose
Surgimento entre 5-30 dias (média: 11)
Média de dias: 16,5 por Eco
Resolvidos sem trombolíticos
Incidência maior nos PIG (20% versus 9% nos outros)
Não houve diferença significativa entre os grupos*
*Uma complicação catastrófica, que é a efusão pericárdica
não houve diferença entre os dois grupos
Não houve diferença significativa
Nenhuma morte relacionada aos procedimentos do estudo
Complicações mecânicas:
Curto período
27/210 (13%)
Longo período
27/181 (15%)
CVU removidos:
Curto período
12/113
Longo período
69/147 ((crescimento da
criança
Acompanhamento após 1 ano:
180/210
15 mortes
15 perdidos
Somente 1 criança no grupo de
longo período teve hepatite
colestática, sem evidência de
hipertensão portal; o
ecocardiograma foi normal
Discussão




Infecção :Uso de cateter por longos períodos
não mostrou diferença em relação ao uso por
curtos períodos seguido pelo uso do PICC
Trombos e Complicações : sem diferença,
embora a maioria dos trombos relacionados
ao catéter ocorreu com o CVU.
Menor número de passagens de cateteres no
grupo de longo período
Acima de 14 dias , há sugestão do aumento
de infecção (houve uma diferença de 7% entre
curto período e longo período; um estudo
com um poder de 90% seria necessário para
uma conclusão definitiva, particularmente no
período entre 14 e 28 dias)
Dados da literatura:infecção
relacionada ao catéter(IRC)
Hemocultura positiva na ausência de sintomas:39%
a 100% (cateteres colocados entre 1ª 6 dias)
 Infecção relacionada a catéter: 6% infecção CVU >3
dias e 24-27% infecção CVU >14 dias
 Estudo de Trotter sobre sepse relacionado ao PICC
-0 a 29% cateteres (0a 15,3 infecções / 1000
cateteres-dias)
 Outros autores: 17% a 31%
Média de início de infecção: 12,5 a 19,7 dias
 A incidência de IRC no presente estudo entre os
RN com CUV de longa permanência (20%) foi
semelhante as taxas ocorridas com o PICC em
outros estudos e com o uso do CVU por 14 dias.

Estudos com o PICC: 26 e 39%
(no presente estudo: 14% e não variou entre os
dois grupos)

Trombos
Kitterman
et al (com o CUV): 3% a 33%
Trombose sintomática é um evento raro na UTI Neonatal: 5,1/mil
nascidos vivos e 2,4/ mil admissões na UTI Neonatal
No presente estudo:10% (não foi maior com CUV por 28dias;
nenhum RN necessitou de tratamento (todos resolveram
espontaneamente)
Maior incidência no PIG:apresentam maior potencial trombogênico
Riscos de complicações comparando CVU
versus PIIC: os dados da literatura são
limitados
Loisel DB et al: sem relato de aumento de sepse
com o uso do CVU por 14 dias em comparação
aos RN randomizados para não CVU (durante a
primeira semana de vida, em53% destes RN
foram realizadas tentativas para o PICC). O
sucesso na passagem do catéter foi de 70% para
o CVU e 46% para o PICC.
O uso do CVU para terapia intravenoso nos RN nas
2 primeiras semanas de vida é relativamente
seguro, menos oneroso
Conclusão



Uso do CVU por longo período (28 dias) não
aumento ou diminui o índice de infecções e outras
complicações em relação ao CVU por curto período
(7-10 dias) seguido pela inserção do PICC
Os resultados do presente estudo dão suporte a
recomendação do CDC que recomenda que os
CVUs podem permanecer por 14 dias (embora
menos RN ficaram com o CVU entre 14 e 28 dias,
esta permanência além de 14 dias pode também
ser razoável)
Novos estudos com maior poder são necessários
para melhor avaliação da segurança da
permanência por tempo mais prolongado dos
CVUs.





ABSTRACT
BACKGROUND. Umbilical vein and percutaneous central venous catheters are often used
in preterm infants, but they can lead to complications, including infection.
OBJECTIVE. We hypothesized that long-term umbilical vein catheter use would result in
fewer infections than short-term umbilical vein catheter use followed by percutaneous
central venous catheter placement.
DESIGN/METHODS. Infants 1250 g with umbilical vein catheters placed at admission
were randomly assigned to a long-term (umbilical vein catheter up to 28 days) or shortterm (umbilical vein catheter for 7–10 days followed by percutaneous central venous
catheter) group. Catheter infection was defined as symptoms and 1 positive blood
culture for definite pathogens or >1 positive culture for other organisms, with a catheter
in place. Clinically significant echocardiogram findings were defined as thrombi
threatening vascular occlusion, crossing/blocking heart valves, or otherwise felt to be
significant by the cardiologist. The primary outcome was time from birth to catheter
infection, analyzed by the log-rank test.
RESULTS. There were 106 subjects in the short-term group and 104 in the long-term
group with birth weights of 915 ± 198 and 931 ± 193 g and gestational ages of 27.8 ±
2.0 and 27.7 ± 2.2 weeks, respectively. The distribution of time to catheter infection did
not differ between the groups. The overall incidence of catheter infection was 13% in the
short-term group and 20% in the long-term group. Median age at catheter infection was
11.5 days in the short-term group and 14 days in the long-term group. There were 7.4
infections per 1000 catheter-days in the short-term group and 11.5 per 1000 in the
long-term group. Seven infections in the short-term group were in umbilical vein
catheters, and 18 infections in the long-term group were in umbilical vein catheter.
Echocardiograms detected 4 infants in the short-term group and 7 infants in the longterm group with significant thrombosis. All significant thrombi were at the site of the
umbilical vein catheter tip. No thrombus caused hemodynamic compromise, no child
had clinical symptoms of thrombosis, and none required therapy. Of the 45 small-forgestational-age infants in the study, 9 developed thrombi (short-term group, 4; longterm group, 5). The incidence of thrombi was higher in the small-for-gestational-age
group (20%) versus other study subjects (9%). There were no differences in time to full
feedings or to regain birth weight or in the incidence of necrotizing enterocolitis or
death.
CONCLUSIONS. Infection and complication rates were similar between infants managed
with an umbilical vein catheter in place for up to 28 days compared with infants
managed with an umbilical vein catheter replaced by a percutaneous central venous
catheter after 7 to 10 days. Umbilical vein catheter durations beyond the current Centers
for Disease Control and Prevention–recommended limit of 14 days may be reasonable.
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Efusão pericárdica associada com cateter
venoso umbilical colocado apropriadamente
Autor(es): A Sehgal, V Cook and M Dunn.
Apresentação: Milena de Andrade Melo, Paulo
R. Margotto

Tamponamento cardíaco com o uso do
catéter central de inserção periférica
Autor(es): Francisco Pereira, Julio Cesar
Albernaz Guimarães e Paulo R. Margotto

Manejo de cateteres e infecção
Autor(es): Lílian dos Santos R. Sadeck (SP).
Realizado por Paulo R. Margotto

Infecção associada ao uso de cateteres
vasculares
Autor(es): André Gadelha, Débora Fernandes
Oliveira, Paulo R. Margotto
OBRIGADO
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Ensaio randomizado comparando o uso do cateter venoso umbilical