Estudos retrospectivos de zoonoses no Estado do Paraná e
municípios da Região Metropolitana de Curitiba
Nathalia Terra Ferreira e Souza
Iniciação Científica Voluntária
Orientador: Alexander Welker Biondo
Colaboradores: Camila Marinelli Martins, Cristiane da Conceição de Barros
Introdução/Objetivos
A convivência com animais traz inúmeros benefícios ao homem,
porém, há o risco de agressão às pessoas,além da transmissão de
doenças, como a raiva. O Paraná é considerado área controlada
para raiva, não tendo sido registrado nenhum caso de raiva humana
ou canina nos últimos 20 anos em Curitiba e região. Porém ainda
há o risco potencial de reintrodução da doença através de animais
silvestres. O presente estudo teve como objetivo avaliar as características dos acidentes humanos de mordeduras causados por
cães e gatos no município de Pinhais.
Método
Foi realizada uma análise dos casos de acidentes por contato
com animais domésticos atendidos nas unidades de saúde
em Pinhais. Foram usadas informações contidas nas fichas
de atendimento anti-rábico humano do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) elaborado pelo
Ministério da Saúde. Ao total foram 1110 dados que foram
tabulados em planilhas de dados no Excel e analisados segundo suas dinâmicas no referido período.
Resultados/Discussão
O tipo de exposição de maior ocorrência foi a mordedura (82,5%), seguido da
arranhadura (7,8%).Este resultado foi semelhante ao encontrado no próprio
município de Pinhais, no estudo referente ao ano de 2002 a 2005 que revelou
81,9% de mordedura. Em relação à distribuição por faixa etária a maioria das
vítimas pertencia à faixa entre 20 e 65 anos (51,2%) e o segundo grupo foi
crianças de 1 a 9 anos de idade (21,2%). Quanto ao sexo das vítimas houve
prevalência no sexo masculino (57,2%). A localização das lesões foram mais
frequentes nos membros inferiores (32,4%), seguido de mãos e pés (24,9%) e
membros superiores (17,5 %). Os ferimentos únicos (50,6%) e superficiais
(45,8%) foram de maior ocorrência o que indica que não houve um comportamento agressivo mais severo ou contínuo destes animais (FORTES et al, 2007).
A maioria das agressões foi causada pelos cães (87,0%) casos, seguido pelos
gatos (4,8%). Quanto ao diagnóstico clínico para raiva dos animais agressores
apenas 0,2% dos animais foram considerados positivos, dos demais (37,5%)
foram negativos e (62,3%) dos casos não foi informado na ficha se o procedimento foi ou não realizado. Quanto ao diagnóstico laboratorial nenhum animal
foi positivo, 4,9% dos animais foram considerados negativos e 95,1% dos casos
não havia informação. Como em outros estudos, neste também se observou a
falta de informações na ficha de investigação (FORTES et al, 2007; RIGO e
HONER, 2005, MUNDIM et al., 2007).
Gráfico1: O gráfico da média dos anos.
Observar há existência de dois picos, um
no segundo semestre e outro em janeiro.
Conclusões
Referências
FORTES, F. S.; WOUK, A.F.P.F ; BIONDO, A. W.; BARROS, C. C.
Acidentes por mordeduras de cães e gatos no Município de Pinhais,
Brasil de 2002 a 2005. Archives of Veterinary Science , v 12, n.2.
p.16-24, 2007.
Os resultados deste estudo mostraram que apesar do SINAN ser a principal fonte de
investigação de casos de atendimento anti-rábico e acidentes por mordeduras, a ficha
não contém dados epidemiológicos importantes. Uma vez que não houve redução significativa dos acidentes, faz-se necessário desenvolver um trabalho educativo junto à população para conscientizá-la sobre os riscos e a gravidade de agressões ocasionadas
por animais A análise das fichas poderá ser utilizada como instrumento de monitoramento da eficácia destes programas, norteando a consolidação dos mesmos.
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