HPV, COMPORTAMENTO SEXUAL E CUIDADOS COM A SAÚDE:
análise dos conhecimentos de estudantes do 1º ano do Ensino Médio
Laíse Sabrinne Espinhara Ferreira¹, Maria Izabel Pereira e Silva, Iêda Ferreira de Oliveira, Maria de
Mascena Diniz Maia
1. [email protected]
Resumo
O papilomavírus humano (HPV) é o agente etiológico de uma das infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs) mais comuns no mundo, que pode levar ao aparecimento de verrugas
genitais, até o desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de colo de útero em
mulheres. Devido à importância médica do HPV entre jovens, e visando incrementar as ações
pedagógicas de um projeto de extensão, esse trabalho buscou investigar as concepções prévias
de estudantes do 1º ano do Ensino Médio sobre o HPV, práticas sexuais e cuidados com a
saúde, por meio da aplicação de questionários. Os resultados mostraram que a maioria dos
estudantes conhece o termo HPV, porém se equivoca ou desconhece aspectos do ponto de
vista científico. Além disso, foram observadas práticas sexuais promíscuas e pouco cuidado
com a saúde sexual em geral. Esses resultados serão úteis na elaboração das palestras e outros
materiais didáticos de apoio pelo projeto, além de potencial fonte de informação para futuros
trabalhos por docentes e pesquisadores da área de Educação em Saúde.
Palavras-chave: Aprendizagem significativa, Educação em Saúde, Ensino, Sexualidade
Abstract
Human papillomavirus (HPV) is the causative agent of sexually transmitted infections (STIs)
more common in the world, which can lead to genital warts, to the development of some
cancers, such as cervical in women. Because of the medical importance of HPV among young
people, and in order to enhance the pedagogical actions of an extension project, this study
investigated the preconceptions of students of 1st year of high school about HPV, sexual
practices and health care through the use of questionnaires. The results showed that most
students know the term HPV, but is wrong or unknown aspects of the scientific point of view.
Moreover, promiscuous sexual practices and little care to sexual health in general were
observed. These results will be useful in the preparation of lectures and other learning
materials to support the project, and potential source of information for future work by
teachers and researchers of Health Education area.
Keywords: Meaningful learning, Health Education, Teaching, Sexuality
Introdução
O papilomavírus humano (HPV) pertence à família Papillomaviridae. Na verdade, o HPV
representa um conjunto com mais de 200 subtipos de vírus cuja infecção pode causar verrugas
genitais e cânceres, como o câncer de colo de útero em mulheres (CCU) e o câncer de próstata
em homens (CAETANO; SILVEIRA, 2009; SILVEIRA et al., 2012).
O câncer de colo do útero é o quarto tipo de câncer que mais atinge as mulheres em todo
mundo. A incidência é estimada em 530.000 novos casos por ano e a taxa de mortalidade
chega a 265.000. No ano de 2014, foi estimado que o CCU acometeria cerca de 16 mil
mulheres no Brasil. Os dados para o Nordeste sobre o CCU ainda são mais alarmantes: ele é o
segundo mais incidente na região, apresentando 18,8 novos casos a cada 100 mil habitantes
(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2015).
Os principais fatores de risco apontados para a contaminação pelo HPV são o início precoce
da primeira relação e a promiscuidade sexual (ROMERO et al., 2007). Consequentemente,
esses fatos colocam os adolescentes e jovens como protagonistas de ações visando à
prevenção contra a infecção pelo HPV. Nesse contexto, as abordagens educativas
desempenham importante papel, uma vez que informam e orientam os indivíduos quanto aos
cuidados com a saúde (AYRES et al., 2003; CAETANO; SILVEIRA, 2009; CIRINO et al.,
2010; COSTA et al., 2011; SILVEIRA et al., 2012).
Segundo Montardo (2008), a intervenção na escola necessita de planejamento e do
desenvolvimento de estratégias didáticas, sendo essencial obter informações quanto aos
conhecimentos prévios dos estudantes sobre o assunto a ser trabalhado. Essa sondagem pode
ser utilizada como fonte de informação para professores a respeito das concepções
alternativas dos estudantes e, por conseguinte, nortear suas práticas educativas. Com isso, é de
grande importância a elaboração de meios para que seja realizada tal sondagem.
Mediante o exposto, o projeto de extensão universitária “Ações de conscientização na
prevenção contra o HPV” (BEXT2015/UFRPE) está abordando esse tema entre estudantes do
Ensino Médio de escolas localizadas na Região Metropolitana do Recife (Pernambuco). Entre
seus principais objetivos estão: a) informar e expandir o conhecimento sobre o HPV; b)
conscientizar o público sobre os riscos da infecção pelo HPV associados ao desenvolvimento
de diferentes tipos de câncer; c) sensibilizar o público para a importância de práticas sexuais
seguras como fator protetor e preventivo contra o contágio pelo HPV e outras infecções
sexualmente transmissíveis. Visando incrementar as ações pedagógicas desse projeto, esse
trabalho buscou investigar os conhecimentos prévios desses estudantes sobre o HPV, práticas
sexuais e cuidados com a saúde. Com isso, espera-se proporcionar atividades de intervenção
em que as informações sobre o HPV sejam não apenas transmitidas, mas também
compartilhadas pelos participantes e seus pares.
Referencial Teórico
O papel da educação na prevenção contra o HPV
A Educação em Saúde teve seu apogeu nos Estados Unidos em 1909, no intuito de prevenir
doenças. Entre as décadas de 1970 e 1980, a prática de Educação em Saúde focava suprimir a
falta de informação da sociedade com relação à causa biológica das doenças. Atualmente
considerada uma prática social, ela engloba um processo que desenvolve a reflexão e o senso
crítico dos indivíduos sobre as causas de doenças. Além disso, ela promove uma série de
diálogos entre o transmissor e o interlocutor, de modo que essa prática seja realizada “com as
pessoas”, não apenas “para as pessoas” (ALVES et al., 2011).
Ao longo dos anos, a idade em que ocorre a primeira relação sexual tem diminuído entre
jovens e adolescentes (MOIZÉS; BUENO, 2010; ROMERO et al., 2007). Aliado às práticas
sexuais de risco, como a não utilização de preservativos durante as relações, eles tornam-se
mais propícios a contraírem infecções sexualmente transmissíveis, conhecidas como ISTs
(BRÊTAS et al., 2009).
O papilomavírus humano (HPV) é considerado uma IST causada por um agente infeccioso
viral. Representado por mais de 200 subtipos virais, o material genético do HPV é o DNA.
Tal infecção é rotulada como uma epidemia silenciosa (MOLLER et al., 2003), em que,
aproximadamente, 80% da população mundial sexualmente ativa entraram ou entrarão em
contato com o vírus em algum momento de suas vidas (SILVEIRA et al., 2012).
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (2015), a maioria das infecções pelo HPV é
assintomática ou de caráter efêmero, ou seja, os sintomas regridem de forma espontânea.
Estima-se que apenas 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolvem alguma
manifestação, que podem ser clínicas ou subclínicas (SILVEIRA et al., 2012).
A contaminação pelo HPV pode causar desde verrugas genitais até cânceres. A transmissão
ocorre principalmente pelo contato sexual, mas há também a possibilidade de transmissão
vertical, da mãe para o filho na hora do parto (SILVEIRA et al., 2012). Estudos mostram que
a infecção ocorre principalmente na adolescência ou no começo da idade adulta, quando inicia
a atividade sexual (CIRINO et al., 2010). Apesar disso, diversos trabalhos têm sugerido que
embora os jovens conheçam os termos HPV e câncer de colo de útero, a maioria desconhece a
relação entre eles e os principais fatores de risco e meios de prevenção dessa infecção
(AYRES et al., 2003; CAETANO; SILVEIRA, 2009; CIRINO et al., 2010; COSTA et al.,
2011; HECK et al.,2009; SILVEIRA et al., 2012). Partindo desse pressuposto, torna-se
importante a conscientização desse público específico.
Para que os programas de Educação em Saúde obtenham êxito, torna-se fundamental seu
planejamento adequado a cada público-alvo, além da continuidade do conjunto de ações
(MONTARDO, 2008). O emprego de técnicas didáticas e estratégias pedagógicas que
facilitem o entendimento, a criatividade, o respeito, o rompimento de preconceitos e tabus;
também é fundamental para o sucesso dessas práticas, proporcionando o senso crítico e a
liberdade de os sujeitos tomarem suas próprias decisões cotidianas (MONTARDO, 2008).
Segundo Pinto (1995), o processo de educação para os jovens sobre a temática de sexualidade
se fundamenta de três formas diferentes: a) de forma direta e formal, por meio da educação
familiar e escolar; b) de maneira auto-didática e informal, por meio da convivência e
experiências sexuais e de seus acertos e erros; c) de maneira indireta e informal, por meio dos
modelos sociais.
A importância das concepções prévias no planejamento educacional em saúde
Nem sempre o saber sobre determinado tema é construído de forma espontânea, mas por um
processo mecânico, em que o indivíduo pode requerer maior tempo para assimilar conceitos
que seriam facilmente assimilados caso houvesse métodos para facilitação da aprendizagem
(MOREIRA, 2006). De acordo com a Epistemologia Genética de Piaget, o conhecimento é
construído gradativamente, desenvolve-se em vários níveis, até que atinge o patamar
científico (ABREU, 2010). Além disso, a aprendizagem é tanto mais significativa quanto
mais relações de sentido o indivíduo for capaz de estabelecer entre o que ele já conhece e o
novo conteúdo que lhe é apresentado. Portanto, a aprendizagem significativa somente ocorre
quando novos significados são adquiridos, por um processo de interação de novas ideias com
conceitos relevantes já existentes na sua estrutura cognitiva, ou seja, os conhecimentos
prévios (PAIVA; MARTINS, 2005).
No contexto do Ensino de Ciências, os conhecimentos prévios e as concepções alternativas
dos estudantes são muito importantes para o sucesso da aprendizagem, pois interferem na
interpretação dos fatos, dos resultados dos experimentos e daquilo que o docente diz. Sua
identificação permite ao professor conhecer melhor o educando e elaborar estratégias
didáticas mais eficazes (CAMPOS; NIGRO, 1999). Nesse sentido, a adoção de uma
metodologia didática construtivista, aliada ao entendimento dos conhecimentos prévios dos
estudantes envolvidos, constitui importante estratégia pedagógica para o Ensino de Ciências,
resultando em uma aprendizagem mais eficaz e repleta de significados (AGUIAR JUNIOR,
1998).
A escola é considerada um espaço livre para o levantamento de questões e esclarecimento de
dúvidas para crianças e adolescentes, sendo, assim, o ambiente indicado para discussões sobre
saúde e sexualidade. Porém, alguns autores têm alertado que a falta de educação sexual nas
escolas é um dos principais fatores que contribuem para que os adolescentes não incorporem
práticas de sexo seguro (MOIZÉS; BUENO, 2010). Consequentemente, a pouca informação e
a estruturação de conceitos equivocados contribui para que os adolescentes desconsiderem a
atenção à sua saúde (CONTI et al., 2006).
Nesse contexto, como subsídio para o planejamento de estratégias pedagógicas que estimulem
os estudantes a conhecerem e praticarem comportamentos sexuais seguros, a identificação das
suas ideias prévias sobre o HPV e outras ISTs é essencial. Com o direcionamento adequado
dos resultados observados, é possível estimular uma aprendizagem efetiva, através da relação
estabelecida entre as novas informações e suas concepções alternativas, independente da fonte
em que foi obtida.
Metodologia
Essa é uma pesquisa prospectiva, quantitativa, de caráter descritivo, cuja análise dos dados
permite uma visão qualitativa dos resultados obtidos (SEVERINO, 2000). Participaram desse
estudo duas turmas de 1º ano do Ensino Médio do período vespertino da Escola Antônio
Souto Filho, localizada em Olinda (Pernambuco). O critério de exclusão foi adotado para os
estudantes que não compareceram no dia da pesquisa.
A coleta de dados ocorreu mediante a aplicação de um questionário em sala de aula,
constituído de 19 perguntas objetivas e de múltipla escolha, referentes a conhecimentos gerais
sobre o HPV, comportamento sexual e cuidados com a saúde. Inicialmente, um pesquisador
apresentou a pesquisa e convidou os estudantes a participarem, esclarecendo ao grupo, em
linguagem acessível, que os princípios de autonomia, beneficência e não maleficência seriam
garantidos a todos os participantes. Os questionários foram aplicados no período de uma
hora/aula, com a supervisão de um pesquisador. Por fim, todos os estudantes que aceitaram
participar assinaram o termo de consentimento pós-informado (TCPI), que informa: o título e
o objetivo da pesquisa; o nome dos pesquisadores envolvidos; a permissão para análise e
publicação dos dados informados; o anonimato dos participantes. Os dados obtidos foram
analisados e interpretados em um contexto quantitativo, sendo representados por tabelas.
Resultados
Participou desse estudo um total de 30 estudantes da Escola Antônio Souto Filho, cuja relação
foi de 1,14:1 mulher:homem. A faixa etária dos participantes foi de 14 a 17 anos, sendo a
maioria com 15 anos.
Quanto aos conhecimentos sobre o HPV e outras ISTs, foi verificado que a maioria dos
estudantes já ouviu falar sobre esse agente infeccioso (Tabela 1). Os principais meios de
comunicação mencionados na obtenção de informações foram a internet (56,3%) e a TV
(18,8%). Apesar disso, mais de 60% dos estudantes não soube informar sua classificação
biológica ou responderam a questão erroneamente. Apenas 11,8% dos entrevistados
responderam corretamente que a principal manifestação clínica da infecção pelo HPV é a
presença de verrugas genitais. Novamente, mais da metade (52,9%) deles não sabia a resposta
ou associaram a outros sintomas (35,3%).
Menos da metade dos participantes reconhece a infecção pelo HPV com uma IST, embora
aproximadamente 55% deles mencione a importância do uso do preservativo durante as
relações sexuais e o sexo oral em sua prevenção. Cerca de 20% dos estudantes desconhece
como as ISTs são transmitidas, enquanto aproximadamente 24% deles acreditam que são
transmitidas por apenas um dos tipos de contato sexual (vaginal ou anal). Por fim, a tabela 1
mostra que a maioria dos jovens ficaria triste ou preocupada diante de uma situação em que
eles ou algum conhecido contraísse qualquer IST.
Tabela 1 – Conhecimentos dos estudantes do 1º ano do Ensino Médio da Escola Antônio
Souto Filho sobre o papilomavírus humano (HPV) e outras infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs).
PERGUNTAS
Você já ouviu falar em HPV?
Qual o agente infeccioso do HPV?
Quais os sinais e sintomas a infecção pelo
HPV pode mostrar?
Como se transmite o HPV?
Como podemos nos prevenir e/ou tratar de
uma infecção pelo HPV?
Você sabe como as ISTs
(infecções sexualmente transmissíveis) são
transmitidas?
Como você se sentiria se você ou alguém
de sua família tivesse uma IST?
RESPOSTAS
Sim
Não
Bactéria
Vírus
Protozoário
Não sabe
Manchas
Verrugas
AIDS
Sem sinais
Não sabe
Contato íntimo
Contato com objetos
Relações sexuais
De mãe para filho
Não sabe
Uso de preservativo no sexo com penetração
Uso de preservativo no sexo oral
Outros
Não sabe
Sexo vaginal, oral e anal
Outros
Não sabe
Triste
Preocupado
Outros
n (%)
85,7
14,3
17,2
37,9
3,4
41,4
14,7
11,8
14,7
5,9
52,9
12,5
16,7
39,6
14,6
16,7
35,2
20,4
33,3
11,1
55,2
24,1
20,7
17,1
62,9
20,0
Fonte: As autoras (2015).
As informações relativas a práticas e comportamentos sexuais são apresentadas na tabela 2.
Embora 80% dos entrevistados disseram estar solteiros, pouco mais da metade já teve relação
sexual. Desses, cerca de 30% possui vida sexualmente ativa com apenas um (20,7%) ou
vários parceiros (10,3%). Quanto ao uso do preservativo, apenas 20,8% dos estudantes
afirmam usar o preservativo em todas as relações, enquanto 45,8% nunca o utilizam.
Aproximadamente 64% o utilizam antes de qualquer contato íntimo e quase 85% fazem uso
dele durante o sexo oral, embora nem sempre (29,4%). As principais fontes de informação
sobre orientação sexual mencionadas foram: internet (56,3%), TV (18,8%) e familiares,
amigos ou no ambiente escolar (25,1%).
Tabela 2 – Conhecimentos dos estudantes do 1º ano do Ensino Médio da Escola Antônio
Souto Filho sobre comportamento sexual.
PERGUNTAS
Estado civil?
Qual o meio de obtenção de informações sobre orientação
sexual?
Com quem conversa sobre orientação sexual?
Já teve relação sexual?
Possui vida sexualmente ativa?
Usa o preservativo?
Em qual momento usa o preservativo?
Usa o preservativo no sexo oral?
Possui filhos?
RESPOSTAS
Solteiro (a)
Namorando
TV
Internet
Outros
Mãe
Amigos
Outros
Nunca
Sim
Não
Sim, apenas um parceiro(a)
Sim, vários parceiros(as)
Todas
Algumas
Nunca
Antes da relação sexual
Antes de qualquer contato íntimo
Sim
Não
Às vezes
Não
Sim
n (%)
80
20
18,8
56,3
25,1
31,1
40,0
28,9
44,8
55,2
69,0
20,7
10,3
20,8
33,3
45,8
35,3
64,7
35,3
35,3
29,4
100,0
00,0
Fonte: As autoras (2015).
Por fim, a tabela 3 mostra as respostas dos participantes no que concerne aos cuidados com a
saúde. Quando questionados sobre qual atitude tomariam diante da manifestação de algum
sinal ou sintoma anormal, 46,2% afirmaram que procurariam um médico ou consultariam seus
pais (40,4%). Mais da metade (56,7%) dos estudantes nunca visitou um especialista (ou seja,
o ginecologista para as mulheres; e o urologista para os homens) ou só procura quando
precisa (20%). Quanto à realização do exame Papanicolau (ou colpocitopatológico),
surpreendentemente, 100% do público feminino disse que nunca realizou tal exame.
Tabela 3 – Conhecimentos dos estudantes do 1º ano do Ensino Médio da Escola Antônio
Souto Filho sobre cuidados com a saúde.
PERGUNTAS
Qual a atitude diante de algum sintoma anormal?
Com qual frequência visita o especialista?
Exame Papanicolau*
RESPOSTAS
Consultaria os pais
n (%)
40,4
Consultaria o médico
46,2
Uma vez ao ano
13,3
Quando preciso
20,0
Nunca
56,7
Uma vez ao ano
Quando preciso
0
0
Nunca
100,0
*Questão direcionada apenas ao público feminino.
Fonte: As autoras (2015).
Considerações Finais
Em suma, os resultados permitem concluir que a maioria dos estudantes já ouviu falar no
termo HPV, principalmente pela internet, Todavia, desconhecem detalhes importantes, como
sua classificação biológica e sintomas clínicos. Além disso, muitos entrevistados
demonstraram práticas sexuais promíscuas e falta de cuidado com a saúde sexual em geral. O
dado mais alarmante foi o fato de que nenhuma das entrevistadas jamais realizou o exame
Papanicolau, essencial na prevenção e rastreamento do CCU.
Apesar do pequeno tamanho amostral utilizado nesse estudo, e de só envolver estudantes do
1º ano do Ensino Médio, acreditamos que esses resultados são importantes e representam as
concepções da maioria dos integrantes desse grupo etário. Entretanto, ações futuras de
sondagem previstas por esse projeto visarão apreender também as concepções de estudantes
de outras séries e de outras escolas, corroborando ou refutando essas especulações. Apesar
disso, essas informações preliminares já serão norteadoras da elaboração das palestras e
outros materiais didáticos de apoio pelo presente projeto. Não menos relevante, elas estão
mostrando importantes aspectos de conhecimento, práticas sexuais e cuidados com a saúde
nesse público-alvo, que é de muita importância para a prevenção contra o HPV.
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