| Introdução – Comportamento Humano
Sempre foi preocupação do nosso intelecto reflexivo colocar meios-termos
entre os polos da semelhança e dessemelhança absolutas do ser humano.
Daí resultou os assim chamados “tipos” ou – como eram denominados
antigamente – “temperamentos” que classificavam a igualdade e
desigualdade em categorias uniformes.
As atitudes que vemos e conhecemos nas pessoas se apresentam de diversas
formas. Existe um conjunto de fatores naturais e de pessoalidade que
oscilam simultaneamente e são os causadores dessas atitudes. As análises
destas são essenciais para conhecermos as pessoas e entendermos como e
porque agem da maneira como vemos.
Os comportamentos das pessoas se distinguem em pouquíssimas diferenças.
Elas são proporcionalmente pequenas em relação às semelhanças que
temos. Isto acontece porque vivemos juntos, compartilhamos as mesmas
informações e instruções sobre o que é certo e errado, o que é bom e ruim, o
que é aceito e o que não é. Isto também ocorre porque compartilhamos
essas informações pelos mesmos meios e, por consequência, formamos
conceitos, opiniões e agimos de formas parecidas. Além disso, existem
aspectos sociais que demandam ações de adaptação e esforço para
conseguirmos realizar nossos anseios e projetos.
Com esta visão, afirmamos que as diferenças entre os comportamentos das
pessoas que convivem no trabalho ou em atividades sociais são muito
pequenas e precisam de mais tempo e convivência para que sejam
descobertas. Mas elas existem e na sua grandeza complementam o
indivíduo, possibilitam ações distintas e causam resultados específicos. Estes
resultados são os que procuramos e que caracterizam cada perfil individual.
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A observação e o respeito a essas diferenças é essencial se quisermos ser
corretos nas nossas análises sobre comportamento. Do contrário os
problemas de relacionamento certamente surgirão, pois temos uma forte
tendência de esperar que os outros façam e ajam conforme o nosso próprio
julgamento.
Uma forma muito eficiente de identificação das diferenças entre os
comportamentos é a separação por grupos similares. As pessoas que
pertencem ao mesmo grupo possuem tendências similares, mais fracas ou
mais fortes e possuem estilos e características parecidas. Estes são os grupos
comportamentais – “behavior groups”.
|Comportamento e a Gestão das Pessoas
Todas as atividades relacionadas à Administração de uma Organização
passam pela Gestão de Comportamentos das pessoas que executam,
fiscalizam e gerenciam a atividade, por isso precisamos perceber com
eficiência as variáveis que dizem respeito a isso. Existem inúmeras formas
para conduzir estes processos, combinadas com as necessidades de cada
grupo, porém, no que diz respeito à Administração dos Recursos Humanos,
muitos enganos são cometidos e sempre pelos mesmos motivos.
É preciso alinhar as necessidades da organização à condição estrutural do
indivíduo de exercê-la, mensurando o quanto de esforço e gerenciamento
precisa-se demandar para obter os resultados. É preciso, também, conhecer
as pessoas como elas são, quais suas habilidades naturais e necessidades e
não somente colocá-las para executar aquilo que queremos. A tarefa do
gestor neste trabalho é fundamental, pois é ele que tem a missão de garantir
este alinhamento estratégico e formar um grupo que consiga atender as
demandas com qualidade e produtividade.
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Como eu posso motivar pessoas a aprender o trabalho, executá-lo e serem
engajadas aos objetivos? Esta é uma pergunta errada, porque apresenta a
motivação como algo que é desenvolvido para as pessoas. “Uma maneira
fundamental e útil de pensar a respeito do assunto envolve aceitar o conceito
de motivação intrínseca, que se refere ao processo de fazer uma atividade pela
atividade em si, de fazer uma atividade pela recompensa que é própria
realização”. Portanto, muito mais importante do que a condição técnica
necessária para desempenhar bem uma atividade, é a condição
comportamental e isso diz respeito a todas as pessoas que de alguma maneira
estão envolvidas. Os resultados na aplicação de metodologias de gestão de
pessoas surgem a partir do momento em que acreditamos, fixamos o foco nos
objetivos e com persistência deixamos o tempo trabalhar a nosso favor. As
nossas verdades hoje desenharão o nosso futuro.
Após decidir sobre a pessoa, seja em uma contratação, uma transferência ou
promoção, devemos reforçar a sua forma de motivar-se, respeitando a sua
natureza ao se comportar e dando o apoio para que a mesma produza os
efeitos no ambiente, dando também o tempo para produzir os efeitos. Nunca
devemos interferir no estilo pessoal do outro tentando colocar o “nosso jeito”
– isso irá fazer com que o mesmo aja transformando sua ação natural e de
nada adiantará o trabalho de identificação do seu perfil – a pessoa passa a agir
com motivação provocada. Devemos considerar em primeiro lugar “como as
pessoas são” e não apenas “o que poderão fazer” sob pena de não termos
uma pessoa comprometida. Esta é uma tarefa dos Gestores: descobrir e
potencializar isso.
Alinhamento dos Conceitos
É importante entendermos que a formação do indivíduo, considerando sua
estrutura comportamental (personalidade) forma-se a partir de outras
informações e conhecimentos de vida, estrutura familiar, antecedentes e
relacionamentos na infância e adolescência, assim como os conhecimentos
adquiridos na escola e no trabalho.
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DNA
VIDA SOCIAL
FAMÍLIA
ESTRUTURA
EMOCIONAL
+
ESCOLA
TRABALHO
Muito visível
Necessidades – Pessoais e Profissionais
Atitudes de Adaptação
iceberg
“Stretched Elastic”
Superfície
Habilidades Naturais
Consciência
Pouco visível
Diferenças
Automotivação
“Not Stretched Elastic”
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Comportamento Situacional
A demanda de esforço para integrar-se à atividade, bem como o esforço que é
feito para atender as expectativas de resultado pessoal ou profissional
caracteriza o Comportamento Situacional. É a identificação das necessidades
do ambiente e as demandas comportamentais.
Qual o esforço que eu preciso fazer para atender o que me é solicitado?
Como os outros esperam que eu aja?
RESULTADOS PROFISSIONAIS
(indicadores de resultado, carreira)
CLIMA ORGANIZACIONAL
(rotina, os outros, o relacionamento)
PRESSÃO
INDIVÍDUO
VIDA SOCIAL
(desenvolvimento, família, saúde)
Processo de Individuação
“O processo de individuação* não consiste num desenvolvimento linear. É um
movimento de circunvolução que conduz a um novo centro psíquico. Isso
chama-se “self” (si mesmo). Quando consciente e inconsciente vêm ordenarse em torno do Self, a personalidade completa-se. O Self será o centro da
personalidade total, como o ego é o centro do campo do consciente. O
conceito de individuação tem sido muitas vezes deturpado. Entretanto é claro
e simples na sua essência: tendência instintiva a realizar plenamente
potencialidades inatas. Mas, de fato, a psique humana é tão complexa, são de
tal modo intricados os componentes em jogo, tão variáveis as intervenções do
ego consciente, tantas as vicissitudes que podem ocorrer, que o processo de
totalização da personalidade não poderia jamais ser um caminho reto e curto
de chão bem batido. Ao contrário, será um percurso longo e difícil.”
*Individuação, conforme descrita por Jung, é um processo através do qual o ser humano evolui
de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma
ampliação da consciência. Através desse processo, o indivíduo identifica-se menos com as
condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações
emanadas do Si mesmo.
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