O País
O Estado do Maranhão - São Luís, 5 de janeiro de 2014 - domingo
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MEC abrirá amanhã período de
inscrições de estudantes no SiSU
Podem se inscrever, somente pela internet, os estudantes que fizeram o Enem 2013 e não zeraram a redação; estão sendo
oferecidas 171.756 vagas em instituições públicas de ensino superior, número 33% maior do que o oferecido em 2013
B
RASÍLIA - Os alunos que
fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 concorrerão a
171.756 vagas em instituições públicas de ensino superior a partir de amanhã, quando o Sistema de Seleção Unificada (SiSU)
abrirá as inscrições. O número
de vagas é 33% maior do que o
ofertado no primeiro semestre
do ano passado. Segundo o Ministério da Educação (MEC), as
inscrições serão feitas somente
pela internet até as 23h59 (horário de Brasília) da sexta-feira (10),
no endereço eletrônico http://sisu.mec.gov.br.
Podem participar os estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no
ano passado e que não tenham
zerado a redação. O resultado da
primeira chamada será divulgado no dia 13 deste mês e da segunda, no dia 27. As inscrições
serão efetuadas exclusivamente
pela internet, por meio da página eletrônica do SiSU, no endereço eletrônico.
O SiSU centraliza as vagas em
instituições de ensino superior,
sobretudo federais, que adotam
o Enem como processo seletivo
único para seus cursos ou parte
deles. Durante o período de inscrições, os candidatos podem
testar se é possível ingressar nos
cursos pretendidos a partir da
nota de corte divulgada ao fim
de cada dia.
Neste ano, o SiSU teve adesão de 115 instituições, contra 101
Simuladores
de direção
já causam
polêmica
BRASÍLIA - A partir de agora,
quem começar o processo para
tirar carteira de motorista será
obrigado a ter aulas em simuladores de direção. O Departamento Nacional de Trânsito afirma que a medida serve para melhorar o aprendizado. Mas a medida, além de encarecer o preço
das aulas, vem causando polêmica em vários estados.
Parece um vídeo game, mas é
o treinamento virtual para tirar
carteira de motorista. O aluno vai
aprender a usar os pedais, passar
as marchas antes de ir para rua.
“Dirigir assim dá muito mais
segurança para a gente”, diz Izabella Mariane Oliveira, estudante. “Se a pessoa teve mais dificuldade em algum trecho, por
exemplo, noite, chuva ou neblina, a pessoa refazer a aula, assistir sua aula depois e treinar”, afirma um instrutor.
O controle de presença é feito por biometria e uma câmera
filma tudo o que o aluno faz. Os
dados são enviados para o Detran e ficam armazenados por
cinco anos.
Exigência - O uso do simulador
vai ser obrigatório apenas pra
quem for começar o processo de
habilitação agora em 2014. A exigência é que o aluno faça pelo
menos cinco aulas com o equipamento. Com isso, tirar carteira de motorista deve ficar 15%
mais caro. Em Minas Gerais, o
preço de cada aula no aparelho
varia entre R$ 45 e R$ 80.
O uso do simulador deveria
ter começado em junho de 2013,
mas, na época, donos de autoescolas alegaram que não tinham
como se adaptar a tempo.
Mas até hoje, a maioria dos
centros de condutores não oferece o serviço, segundo o sindicato da categoria.
Os aparelhos custam, em média, R$ 40 mil. Para driblar o alto
custo, algumas autoescolas de
São Paulo decidiram compartilhar o equipamento.
No Rio, o Detran também já
regulamentou a lei. O que ainda não ocorreu em muitos estados. Entre eles estão o Amazonas, Ceará, Pernambuco, Piauí,
Goiás, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul.
Número
Cronograma do SiSU 2014
171.756
é o número de vagas oferecidas
pelo SiSU
em 2013. O número de cursos
também aumentou, chegando a
4.731 opções (salto de 26%), de
acordo com levantamento feito
pela reportagem no site do siste-
ma - onde já é possível consultar
as vagas disponíveis. A maior
concentração está no Nordeste quase 40% das vagas estão nessa
região -, seguido por Sudeste
(28%), Sul (13%), Centro-Oeste
(12,5%) e Norte (7%).
Estreia - O estado com a maior
oferta de vagas é Minas, com
20.029. Segunda maior federal do
país, ficando atrás apenas da Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a
UFMG oferece neste primeiro semestre 3.535 vagas. São 77 cursos. A UFRJ adotou o Enem como vestibular em 2012.
Outra grande universidade federal a aderir ao Sisu em 2014 é
a de Brasília (UnB), que preencherá 50% das vagas com quem
fez o Enem. A instituição tem 88
cursos no sistema, com a oferta
de 1.986 vagas.
A adesão da UnB acabou com
um mal-estar dentro do Ministério da Educação (MEC), uma
vez que a universidade participava da realização do Enem, com o
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), mas
mantinha vestibular próprio.
O SiSU foi criado em 2010,
após a reformulação do Enem,
feita no ano anterior. Com a mudança - que foi do número de
questões até o sistema de correção de itens -, o Enem passou a
ser usado como vestibular.
O plano do MEC era avançar
com maior velocidade na adesão
das instituições, mas os problemas na aplicação do exame nas
três primeiras edições (em 2009,
2010 e 2011) deixaram as instituições reticentes. Assim, muitas
universidades preferiram aguardar edições sem problemas, como registrado nas duas últimas
provas, e também comparar a
experiência das instituições na
seleção dos ingressantes.
Peso -Todas as 59 universidades
federais usam o Enem de alguma forma em sua seleção, apesar de algumas ainda não entrarem no SiSU. É o caso das federais de Santa Catarina (UFSC) e
do Rio Grande do Sul (UFRGS),
por exemplo, em que o exame
tem peso na nota final do vestibular próprio.
As três universidades federais do Estado de São Paulo,
além do Instituto Federal de
Educação (IFSP, antigo CefetSP), já aderiram ao SiSU. A Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), entretanto, adota vestibular próprio para cursos da
área de saúde, como Medicina.
Neste SiSU, São Paulo tem
10.304 vagas - 8% (ou 760 vagas)
a mais do que em 2013.
A Lei de Cotas exige que, em
2014, o mínimo de 25% das vagas de cada curso nas instituições
federais de ensino sejam ocupadas por estudantes de escola pública. Metade deve ser de renda
familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita e a proporção de negros e indígenas de
cada Estado deve ser respeitada
entre os cotistas.
Médicos cubanos começam Portaria institui
a superar desconfiança
política de saúde
para detentos
Agência Brasil
Profissionais foram
vaiados quando
chegaram ao país para
trabalhar em programa
BRASÍLIA - No fim de agosto do
ano passado, 400 médicos cubanos desembarcaram no Brasil,
dando início ao principal programa do governo na área de saúde
- desencadeando fortes críticas
e gerando um amplo debate nacional.
O Mais Médicos encerrou
2013 com 6.658 profissionais
atuando em mais de 2 mil municípios Brasil afora, dos quais cerca de 5,4 mil são cubanos.
As reações acirradas no momento inicial - quando profissionais cubanos foram vaiados e
chamados de "escravos" por jovens médicos aeroporto de Fortaleza - parecem ter sido contrabalanceadas, de outro lado, pela
chegada desses profissionais a cidades que careciam de assistência médica, conquistando os que
sentem na pele os benefícios do
programa. É o caso da comunidade de Viveiros, na periferia de
Feira de Santana, na Bahia, onde
a BBC Brasil acompanhou a chegada do médico cubano Isoel
Gomez Molina em novembro.
Dose - Isoel convocou uma reunião na igreja da comunidade
para se apresentar aos moradores e teve uma recepção calorosa. Mas, no dia seguinte, ele se
tornou um dos casos mais emblemáticos da resistência que o
programa ainda desperta.
O médico foi denunciado por
uma receita prescrevendo 40 gotas de dipirona (o princípio ativo
da Novalgina) a um menino de
1 ano, uma quantidade excessiva para uma dose única.
A receita caiu nas mãos de
uma médica que a postou com
críticas nas redes sociais e dentro de 24 horas a notícia estava
em todos os portais - médico cubano é suspenso por suspeita de
superdosagem. "Eu fiquei muito chateado. Nunca tinha imaginado algo assim. Senti muita impotência, mas não podia fazer
nada", lembra.
Foram longos dias fechado no
hotel em Feira de Santana esperando profissionais do Ministério da Saúde investigarem a si-
Garantido a presos atendimento pelo
Sistema Único de Saúde; nova política
amplia repasse de recursos da União
Primeiro grupo de cubanos que chegou para atuar no Mais Médicos
Entenda o Mais Médicos
- Profissionais recebem bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e fazem
especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas são oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceita candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma.
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada
previamente pelo Governo Federal, seguindo a demanda dos municípios.
tuação e esclarecerem o caso. A
conclusão foi de que não houvera erro médico. Ele adotara o padrão comum em seu país de receitar a dose completa do dia,
mas explicara oralmente à mãe
da criança a dosagem correta por
vez - 10 gotas de quatro em quatro horas.
Ela própria intercedeu a seu
favor, e sua suspensão gerou um
abaixo-assinado em Viveiros pela volta do Dr. Isoel, que foi recebido com festa. "Foi muito difícil,
mas acho que eu saí mais forte e
o programa também. Eu não estava preocupado com o meu nome, e sim com a repercussão que
isso teria para o programa", diz.
"Sabia que muitas pessoas
iam aproveitar isso para dizer
que os médicos do programa
não tinham competência para
trabalhar. Modéstia à parte, eu
me sinto plenamente competente para atuar na atenção básica,
pois é venho fazendo em 16 anos
de carreira."
Resistências e capacitação - O
Ministro da Saúde Alexandre Padilha acompanhou o caso de
perto e diz que ficou claro que a
mãe estava bem orientada e que
não houvera problema.
Ele diz que o caso reflete um
sentimento de xenofobia e de arrogância de profissionais que
"não querem tolerar a vinda de
profissionais estrangeiros para
atender a nossa população".
"Nós sabemos que vamos enfrentar resistências, mas vamos
até o fim", diz Padilha. "A nossa
maior motivação é conhecer a
realidade das populações que
não têm médicos."
Mas críticos do programa dizem não ter nada contra a vinda
de médicos estrangeiros, e sim
condenam o que consideram
uma regra de exceção para que o
Mais Médicos funcione, dispensando-os da revalidação dos diplomas obtidos em instituições
internacionais.
"O principal risco é que nós
não sabemos se esses médicos
estão capacitados ou não, se
seus diploma são verdadeiros ou
não e não podemos fiscalizar o
seu trabalho adequadamente",
diz Sidnei Ferreira, presidente
do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
BRASÍLIA – Em portaria conjunta publicada na edição de
sexta-feira (3) do Diário Oficial
da União, os ministérios da Saúde e da Justiça instituem a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional para garantir aos detentos atendimento pelo Sistema
Único de Saúde. A nova política amplia o atendimento e o repasse de recursos da União aos
estados, Distrito Federal e municípios, de acordo com o Ministério da Saúde.
Os estados, municípios e o
Distrito Federal devem aderir à
política por meio da assinatura
de um termo de adesão e será garantida uma complementação
de repasse de recursos da União
a título de incentivo. Para formalizar a adesão será preciso elaborar um plano de ação para atenção à saúde dos presos.
Os entes federativos terão prazo até 31 de dezembro de 2016
para efetuar as medidas de adequação de suas ações e serviços
para que a política seja implementada de acordo com as regras previstas.
A portaria define como pessoas privadas de liberdade no sistema prisional aquelas com idade superior a 18 anos e que estejam sob a custódia do Estado em
caráter provisório ou sentenciados para cumprimento de pena
privativa de liberdade ou medida de segurança.
A política de atenção à saúde
aos privados de liberdade foi elaborada por um grupo de trabalho com a participação dos ministérios da Saúde, da Justiça, do
Desenvolvimento Social, e das
secretarias de Direito Humanos,
de Políticas para as Mulheres e
de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial.
Rápidas
Mega
Lúcia Rocha
BAHIA - A Prefeitura de
Teofilândia, na Bahia,
informou que está
providenciando a substituição
dos servidores que decidiram
pedir licença ou exoneração
do cargo após serem
contemplados no bolão da
Mega-Sena da Virada.
A gestão municipal não
informou o número exato de
trabalhadores que deixarão
os cargos porque os pedidos
de saída ainda não foram
formalizados. A Prefeitura
prevê que os primeiros
pedidos sejam feitos na
segunda-feira (6). Vinte e
dois trabalhadores devem
dividir R$ 56 milhões.
RIO - Lúcia Rocha, mãe do
cineasta Glauber Rocha,
morreu sexta-feira (3) no Rio
de Janeiro. Segundo a
família, ela tinha 94 anos e
sofreu uma parada cardíaca.
O corpo foi velado na
Fundação Tempo Glauber, em
Botafogo, na Zona Sul do Rio,
e deve ser sepultado no
Cemitério São João Batista.
Glauber Rocha foi um
importante cineasta no Brasil
nas décadas de 60 e 70 e
produziu filmes como o Deus
e o Diabo na Terra do Sol,
Terra em Transe e O Dragão
da Maldade contra o Santo
Guerreiro. Ele morreu aos
41 anos, em 1981.
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