UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
SÍNTESE DE CATALISADORES UTILIZANDO
GARRAFA PET PARA A PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
JULIANA KELLY DIONÍZIO DE SOUZA
João Pessoa – PB
Setembro/2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
SÍNTESE DE CATALISADORES UTILIZANDO
GARRAFA PET PARA A PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
JULIANA KELLY DIONÍZIO DE SOUZA*
Dissertação
Ciências
apresentada
Exatas
Universidade
e
Federal
da
da
ao
Centro
de
Natureza
da
Paraíba,
em
cumprimento às exigências para obtenção
do título de Mestre em Química, área de
concentração em Química Orgânica.
1º Orientador: Prof. Dr. Petrônio Filgueiras Athayde Filho
2º Orientador: Prof.ª Dr.ª Iêda Maria Garcia dos Santos
*Bolsista CAPES
João Pessoa – PB
Setembro/2012
S729s
UFPB/BC
Souza, Juliana Kelly Dionízio de.
Síntese de catalisadores utilizando garrafa PET para a
produção de biodiesel / Juliana Kelly Dionízio de Souza.- João
Pessoa, 2012.
120f. : il.
Orientadores: Petrônio Filgueiras Athayde Filho, Iêda Maria
Garcia dos Santos
Dissertação (Mestrado) – UFPB/CCEN
1. Química Orgânica. 2. Catálise heterogênea. 3. PET.
4. Biodiesel – produção. 5. Impregnação.
CDU: 547(043)
Dedicatória
Dedico esta dissertação a Danilo
da Nobrega Santos, por sempre
estar ao meu lado nos momentos
mais difíceis e a minha querida
filha Kemelly.
AGRADECIMENTOS
 Agradeço primeiramente a Deus, por ter concebido a minha vida,
juntamente com minha mãe, Dalva Lúcia de Sousa e com meu Pai
José Dionízio Filho.
 Aos meus país de coração, Zenildo Henrique da Silva e Francisca
Lucineide Fernandes da Silva, pelo o apoio, a ajuda e sobre tudo a
confiança que depositaram em mim, pois sem vocês não estaria
onde estou.
 Ao inesquecível Prof. Abdoral (in memorian) do departamento de
matemática da Universidade Federal da Paraíba-UFPB, pela sua
amizade e os seus eternos ensinamentos os quais nunca vou
esquecer.
 Ao meu noivo Danilo da Nóbrega Santos, pela enorme paciência e
carinho.
 Ao Prof. Dr. Petrônio Filgueiras Athayde Filho, pela sua orientação,
incentivo
e
toda
confiança
em
mim
depositada
para
o
desenvolvimento desse trabalho.
 A Prof.ª Dr.ª Iêda Maria Garcia dos Santos, pelos ensinamentos e
orientações no desenvolvimento desse trabalho.
 Ao Prof. Dr. Bruno de Freitas Lira, pela atenção nos momentos de
dúvidas.
 Aos Prof. Dr. Jakcson do Laboratório de Solidificação Rápida do
Centro de Tecnologia da UFPB, por ter cedido as análise de
Microscopia Eletrônica de Varedura-MEV. Prof. Tibério, por sua
enorme paciência ao operar o MEV para as análises morfológicas dos
catalisadores.
 A todos os professores do Departamento de Química-DQ e do
Programa de Pós Graduação em Química-PPGQ em especial a Prof.ª
Dr.ª Juliana Vale, Prof. Dr. Júlio Rebouças, Prof.ª Dr.ª Ilda Toscano,
Prof.ª Dr.ª Regiane, Prof.ª Dr.ª Katia Bichinho, Prof.ª Dr.ª Elizete,
Prof. Dr. Edvan pelos ensinamentos no decorrer de todos esses
anos.
 Aos membros da Banca de qualificação, Prof. Dr. Ary da Silva Maya
e Prof. Dr. José Rodrigues, pelas as críticas construtivas e pela
compreensão;
 Ao Laboratório de Tecnologia Farmacêutica-LTF e ao Laboratório de
Combustíveis e Materiais-LACOM, por sempre estarem de prontidão
na realização dos testes e concessão dos materiais solicitados.
 Agradeço em especial a Helivaldo Diogenes da Silva e Helton Jader,
por proporcionado anos de amizade e fidelidade. Amo muito vocês!
 Agradeço aos amigos do Laboratório de Pesquisa em Bioenergia e
Síntese Orgânica-LPBS e agregados que sempre estiveram ao meu
lado: Alexsandro, Cledualdo, Maria Cláudia (Milk), Daniela Iris,
Juliana
Figueiroa
(Chuchu),
(Maga),
Normando,
Marília
Paulo
Gabriela,
Henrique
(PH),
Matheus
Holanda
Rafael,
Rogério,
Severino, Yuri, Clarissa Maia, Isabelle Peixoto e Higo Lima pela
ajuda, incentivo, parceria, companheirismo nos momentos mais
estressantes, pois sem vocês, este trabalho não teria sido da forma
que foi.
 Aos meus amigos do LACOM: Ana Rosa, Augustos, Gerlane (Lane),
Ana Rita Ferreira, Andrea Suame, Diego, Iago, Alex, Arnayra, Dani,
Fátima, Kleber, Laís, Suelen, Yolanda, pela amizade.
 Aos meus amigos: Luana, Ana Valesca, Naiara Misa, Daniel da
Nóbrega, Darlan Patrício, Saloana, Wagner André, Rener, Anabel,
Danielle, Karla, Isabel, Ana Paula, Maria, Tâmara, Marcos Pequeno
pelo companheirismo e amizade.
 A CAPES/REUNI, pelo o apoio financeiro.
 A Universidade Federal da Paraíba-UFPB.
A todos, muito obrigada!!!
“Quando tudo está perdido, sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido, sempre existe uma luz...”
(A Via Láctea - Renato Russo)
Título: Síntese de catalisadores utilizando garrafa PET para a produção de
biodiesel.
RESUMO
A catálise heterogênea é uma alternativa promissora para resolver os problemas
ambientais encontrados na catálise homogênea, pois permite o uso continuo do
catalisador até sua desativação e minimiza a geração de efluentes. Neste sentido,
este trabalho visa em sintetizar, otimizar e avaliar a atividade de catalisadores
heterogêneos, utilizando a garrafa PET pós-consumo como matéria prima na
síntese da fase ativa e SiO2 como suporte catalítico para a reação de
transesterificação com óleo de soja. Os catalisadores foram obtidos pela o método
de impregnação utilizando o metanol como solvente. A fase ativa, os catalisadores e
o suporte catalítico foram caracterizados por difração de raios-X (DRX),
espectroscopia na região do infravermelho (IV), espectroscopia Raman, microscopia
eletrônica de varredura (MEV) e EDS, análise térmica (TG), e medida de área
superficial (BET). Os biodieseis foram sintetizados utilizando uma razão molar de
1:9 (óleo de soja: metanol), 0,1 g da fase ativa como catalisador a temperatura
ambiente e 1,2 g dos catalisadores sintetizados a 75 °C, onde suas viscosidades
cinemáticas foram medidas. Todos os catalisadores foram efetivos na síntese do
biodiesel, pois promoveu a redução de viscosidade do óleo de soja utilizado, no qual
mostrou um indicativo que a reação de transesterificação ocorreu, dentre todos os
biodieseis sintetizados o catalisador que mais se destacou foi o 30%-K2CO3/70%SiO2, onde obteve-se a maior redução de viscosidade com um menor tempo
reacional. Os testes de qualidade foram feitos para o Bio 1h-30%, o qual mostrou
estar dentro dos parâmetros estabelecidos pela Agência Nacional de Petróleo
(ANP). O experimento de reuso do catalisador utilizado na síntese do Bio 1h30%, mostrou que a atividade catalítica é reduzida devido ao possível
fenômeno de lixiviação, então estudos preliminares foram propostos para
estudar a possível lixiviação da fase ativa.
Palavras-Chave: Catálise heterogênea, PET, impregnação.
Title: Synthesis of PET bottle using catalysts for biodiesel production
ABSTRACT
The heterogeneous catalysis is a promising alternative to solve the
environmental problems found in homogeneous catalysis, because it allows
the continuous use of the catalyst until its deactivation and minimizes the
generation of effluents. Thus, this work aims to synthesize, optimize and
evaluate the activity of heterogeneous catalysts, using PET bottles as a
starting material in the synthesis of the active phase and SiO2 as catalyst
support for the transesterification reaction of soybean oil. The the catalysts
were obtained by a impregnating reaction using methanol. The active phase,
the catalysts and catalyst support were characterized by X-ray diffraction
(XRD), infrared (IR), Raman spectroscopy, scanning electron microscopy
(SEM) and EDS, thermal analysis (TG) and measurement surface area (BET).
The biodiesels has been synthesized using a molar ratio of 1:9 (soybean oil:
methanol), 0,1 g of active phase as catalyst (room temperature) and 1,2 g
of the catalysts synthesized at 75 °C, where its kinematic viscosities were
measurements. All catalysts were effective in the synthesis of biodiesel
because the viscosity reduction of soybean oil used was very significant,
indicating that may have occurred the transesterification process, among all
biodiesels synthesized the catalyst that stood out was the 30%-K2CO3/70%
SiO2, which was obtained greater viscosity reduction at a lower reaction
time. The quality tests were made for 1h Bio-30%, which proved be inside
the parameters established by the Agência Nacional de Patróleo (ANP). The
experiment reuse of the catalyst used in the synthesis of Bio-1h 30%,
showed that the catalytic activity is reduced due to possible leaching
phenomenon, then preliminary studies have been proposed to study the
possible leaching of the active phase.
Keywords: heterogeneous catalysis, PET, impregnating.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................
18
2. OBJETIVOS..............................................................................
22
2.1. Objetivo Geral......................................................................
22
2.2. Objetivos Específicos.............................................................
22
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................
24
3.1. Biodiesel..............................................................................
24
3.2. Reação de Transesterficação..................................................
25
3.2.1. Mecanismo de Reação de Transesterificação em Meio Básico..
27
3.3. Catalisadores......................................................................
27
3.3.1. Politereftalato de Etileno – (PET).......................................
31
3.3.2. Suporte Catalítico............................................................
33
3.4.Taxa de Conversão por Ressonância Magnética Nuclear de
Hidrogênio (RMN 1H)............................................................
36
4. METODOLOGIA.........................................................................
39
4.1. Obtenção do Sistema Catalítico..............................................
39
4.1.1.Obtenção
do
Tereftalato
de
Potássio
(TFK)
por
Despolimerização do PET..................................................
39
4.1.2.Obtenção do tereftalato de potássio calcinado (TFK calcinado)
40
4.1.3. Obtenção do Suporte Catalítico Ativado..............................
40
4.1.4. Obtenção e Otimização dos Catalisadores Impregnados........
40
4.2. Caracterização do Sistema Catalítico......................................
41
4.2.1. Análise Térmica (TG/DTA)..............................................
41
4.2.2. Fluorescência de Raios-X (FRX).......................................
42
4.2.3. Difração de Raios-X (DRX)..............................................
42
4.2.4. Espectroscopia na Região do Infravermelho (IV)................
43
4.2.5. Espectroscopia Raman...................................................
43
4.2.6. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e EDS..............
44
4.2.7. Análise de Área Superficial Utilizando a Equação de BET.....
44
4.3. Síntese dos Biodieseis..........................................................
44
4.3.1. Transesterificação do Óleo de Soja com o TFK Calcinado.......
44
4.3.2. Reação de Transesterificação do Óleo de Soja com os
Catalisadores Impregnados...............................................
45
4.2.3. Reação de Transesterificação do Óleo de Soja com o Suporte
Catalítico.........................................................................
45
4.4. Técnica e Caracterização do Óleo de soja e dos Biodieseis.........
46
4.4.1. Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear de
Hidrogênio (RMN 1H)........................................................
46
4.4.2. Viscosidade Cinemática..................................................
46
4.4.3. Massa Especifica............................................................
47
4.4.4. Teor de água em mg/kg..................................................
47
4.4.5. Ponto de Entupimento de Filtro à Frio (PEFF).....................
47
4.4.6. Estabilidade à Oxidação a 110 °C – Rancimat....................
48
4.4.7. Ponto de Névoa (PN) e Ponto de Fluidez (PF).....................
32
4.5. Estudos Preliminares Sobre Lixiviação e o Reuso do Catalisador
Utilizado na Síntese do Bio 1h-30%........................................
49
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................
51
5.1. Caracterização do Sistema Catalítico......................................
51
5.1.1. Caracterização do TFK obtido da garrafa PET.......................
51
5.1.2. Caracterização do TFK Formado Após Calcinação.................
55
5.1.3. Caracterização do Suporte Catalítico Ativado......................
60
5.1.4. Caracterização dos Catalisadores Impregnados...................
62
5.2. Caracterização do Óleo de Soja e dos Biodieseis.......................
75
5.2.1. Caracterização do Óleo de Soja.........................................
75
5.2.2. Caracterização dos Biodieseis...........................................
80
5.2.2.1.Reação de Transesterificação com o Suporte Catalítico.....
80
5.2.2.2. Biodiesel Obtido a Partir da Reação de Transesterificação
com o K2CO3..............................................................
5.2.2.3.Biodieseis
Obtidos
a
Partir
dos
81
Catalisadores
Impregnados.............................................................
82
5.2.2.3.1. Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de
86
Hidrogênio (RMN 1H)...................................................
5.3. Identificação do Melhor Catalisador........................................
89
5.3.1. Testes dos Parâmetros de Qualidade.................................
89
5.4. Estudos de Pós-Reação Realizados no Catalisador Bio 1h-30%...
90
5.4.1. Estudo de Lixiviação do Catalisador Utilizado na Síntese do
Bio 1h-30%..................................................................
5.4.2. Experimento de Reuso do Catalisador Utilizado na Síntese
90
92
do Bio 1h-30%
6. CONCLUSÃO.............................................................................
95
7. PROPOSTAS FUTURAS...............................................................
97
8. REFERÊNCIAS...........................................................................
99
ANEXOS......................................................................................
112
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1. Reação de Transesterificação.........................................
26
Figura 3.2. Mecanismo de transesterificação em meio heterogêneo.....
28
Figura 3.3. Esquema da estrutura da sílica gel destacando os grupos
silanol germinal (1), silanol vicinal (2) e siloxano (3)......................... 35
Figura 3.4. Desidratação da superfície da sílica na formação do grupo
siloxano......................................................................................
35
Figura 5.1. Espectro na região do infravermelho do TFK obtido da
reação de despolimerização do PET.................................................
52
Figura 5.2. Espectro de RMN 1H do TFK...........................................
53
Figura 5.3. Fórmula molecular do TFK ............................................
53
Figura 5.4. Curva da Análise Termogravimétrica (-TGA) e Análise
Térmica Diferencial (-DTA) do TFK..................................................
54
Figura 5.5. Infravermelho do K2CO3 (fase ativa) obtido da calcinação
do TFK........................................................................................
57
Figura 5.6. Espectro Raman da fase ativa na região de a) 550- 1600
cm-1, b) 650-730 cm-1 e c) 1410-1450 cm-1.....................................
58
Figura 5.7. Difratograma de Raios-X da fase ativa (K2CO3)................. 60
Figura 5.8. Espectro na região do infravermelho da sílica gel usada
como suporte catalítico.................................................................
61
Figura 5.9. Difratograma de raios-X da sílica gel utilizada como
suporte catalítico..........................................................................
62
Figura 5.10. Difratogramas de raios-X dos materiais.........................
63
Figura 5.11. Espectro na região do infravermelho dos materiais..........
65
Figura 5.12. Fotomicrografia do catalisador de 10%-K2CO3/90%-SiO2.
67
Figura 5.13. Fotomicrografia do catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2.
68
Figura 5.14. Fotomicrografia do catalisador de 50%-K2CO3/50%-SiO2.
69
Figura 5.15. Área mapeada do catalisador de 20%-K2CO3/80%-SiO2...
70
Figura 5.16. Mapeamento dos elementos que constitui o catalisador
de 20%-K2CO3/80%-SiO2..............................................................
71
Figura 5.17. Área mapeada do catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2...
72
Figura 5.18. Mapeamento dos elementos que constitui o catalisador
de 30%-K2CO3/70%-SiO2..............................................................
73
Figura 5.19. Espectro obtido do catalisador de 20%-K2CO3/80%-SiO2
por microanálise de raios-X...........................................................
74
Figura 5.20. Espectro obtido do catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2
por microanálise de raios-X...........................................................
74
Figura 5.21. Provável estrutura do triacilglicerídeo com prótons em
diferentes ambientes químicos.......................................................
76
Figura 5.22. Espectro de RMN 1H do Óleo de Soja.............................
79
Figura 5.23. Espectro de RMN 1H do a) - óleo de soja e b) - reação de
24h com o suporte catalítico..........................................................
81
Figura 5.24. Produto da transesterificação com K2CO3.......................
82
Figura 5.25. Comportamento da viscosidade em relação ao tempo de
reacional.....................................................................................
85
Figura 5.26. Espectros de RMN 1H do óleo de soja e dos biodieseis
sintetizados.................................................................................
Figura
5.27.
Espectros
de
infravermelho
do
catalisador
30%-
K2CO3/70%-SiO2 antes e após sua utilização....................................
Figura
5.28.
Difratogramas
de
raios-X
do
catalisador
87
81
30%-
K2CO3/70%-SiO2 antes e após sua utilização....................................
92
Figura 5.29. RMN 1H da reação de reutilização do catalisador de 30%K2CO3/70%-SiO2..........................................................................
93
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1. Relação (m/m) de TFK calcinado e a SGTA......................
41
Tabela 5.1. Análise quantitativa de Fluorescência de raios-X da fase
ativa calcinada.............................................................................
55
Tabela 5.2. Representações irredutíveis para simetria C2v do K2CO3....
56
Tabela 5.3. Área superficial e tamanho de partícula..........................
75
Tabela 5.4. Conjunto de sinais e o
dos grupos característicos do
ácido linoleico..............................................................................
Tabela
5.5.
Redução
das
viscosidades
(%)
do
óleo
de
77
soja
transesterificado com os catalisadores otimizados.............................
83
Tabela 5.6. Reações selecionadas para análise de RMN 1H.................
86
Tabela 5.7. Taxa de conversão das reações catalisadas com a fase
ativa e todos catalisadores impregnados.......................................... 88
Tabela 5.8. Testes dos Parâmetros de qualidade do Bio 1h-30%.........
90
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ANP – Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis;
ASTM – American Society for Testing and Materials;
B2 – 2% de biodiesel e 98% de diesel fóssil;
B5 – 5% de biodiesel e 95% de diesel fóssil;
CDCl3 – Clorofórmio deuterado;
DRX – Difração de raios-X;
EG – Etileno glicol;
FAME – Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos (Methyl Esters of Fatty Acids);
JCPDS – Joint Committee on Powder Diffraction Standards;
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura;
NC – Número de Cetano;
PI – Período de Indução;
PEFF – Ponto de Entupimento de Filtro a Frio;
PP – Polipropileno;
PVC - Cloreto de Polivinilo (Polyvinyl chloride);
RMN 1H – Ressonância Magnética de Hidrogênio;
SE – Secondary Electron (Elétrons Secundários);
TPA – Ácido Tereftálico;
TFK – Tereftalato de Potássio;
SGAT – Sílica gel ativada termicamente.
INTRODUÇÃO
Souza, J. K. D.
1. INTRODUÇÃO
A crise global de combustível em 1970 conscientizou muitos
países de sua vulnerabilidade ao embargo e escassez do combustível
fóssil (HANSEN et al., 2005).
Nas últimas décadas a substituição desses combustíveis fósseis tem
ganhado grandes destaques não só pelo fator econômico, mas também pelo
fator
ambiental,
pois
esses
combustíveis
são
constituídos
por
hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos e aromáticos com cadeia carbônica de
6 a 30 átomos, sendo que alguns compostos apresentam também enxofre,
oxigênio e nitrogênio em sua composição (FARIAS et al., 2007). O uso de
combustíveis fósseis é a principal causa do aumento da concentração de
gases do efeito estufa na atmosfera (CORDEIRO et al., 2011).
Atualmente, o biodiesel destaca-se por ser uma alternativa para
substituir o combustível fóssil, pois se assemelha quimicamente ao diesel na
qualidade de injeção expressa pelo número de cetano (NC). Muitas outras
propriedades são igualmente importantes para demostrar a adequação do
biodiesel como combustível alternativo, dentre elas o calor de combustão, o
ponto de fluidez, a viscosidade (cinemática), a estabilidade à oxidação e a
lubricidade figuram entre as mais importantes (KNOTHE et al., 2006).
A alta viscosidade dos óleos vegetais e gorduras animais justifica a
razão do abandono do seu emprego como combustíveis alternativos. A
viscosidade de materiais graxos é cerca de 10 vezes maior do que a do
diesel (XIE et al., 2007), o que conduz a sérios problemas operacionais
nos motores diesel como a ocorrência de depósitos em várias partes do
motor (KNOTHE et al., 2006).
Para a utilização de óleos vegetais como combustíveis é necessário
que estes sejam submetidos a processos químicos para a redução de sua
viscosidade e assim permitir o uso em motores diesel. Os métodos
utilizados para reduzir a viscosidade dos óleos vegetais são o uso de
18
INTRODUÇÃO
Souza, J. K. D.
misturas
binárias
com
o
diesel,
a
pirólise
ou
craqueamento,
a
emulsificação e a transesterificação.
A
transesterificação
também
conhecida
como
alcoolise,
é
normalmente realizada em solução homogênea básica como hidróxido de
potássio (KOH), hidróxido de sódio (NaOH) ou de catalisadores ácidos de
Bronsted. O processo catalisado por ácidos utiliza frequentemente ácido
sulfônico ou clorídrico como catalisadores. No entanto, o tempo de reação
é muito longo (48-96 h) e necessita de uma elevada razão molar (30150:1 mol%) de metanol para o óleo (XIE et al., 2006).
Como a atividade catalítica em meio básico é mais efetiva do que a
de um catalisador ácido, a rota de catálise básica é preferencial para a
reação de transesterificação, e é assim, mais utilizada comercialmente. No
entanto, no modo homogêneo convencional a remoção dos catalisadores
básicos após a reação é um grande problema (XIE et al., 2006).
Espera-se
que
catalisadores homogêneos convencionais sejam
substituídos no futuro próximo pelos catalisadores heterogêneos. Tal
estratégia oferece vantagens técnicas ambientais em relação à catálise
homogênea, pois facilita a purificação dos monoésteres alquílicos, permite
a reciclagem do catalisador sólido ao longo de sua vida útil e minimiza a
geração
de
efluentes.
Além
disso,
facilita
consideravelmente
a
recuperação e a purificação da glicerina (CORDEIRO, 2011).
Entre os catalisadores heterogêneos, o carbonato de potássio
(K2CO3) puro (ARZAMENDI et al., 2008) ou suportado em alumina (XIE et
al., 2006; ALONSO et al., 2007), compostos de potássio depositados em
diferentes suportes também foram investigados para a produção de
biodiesel na reação de transesterificação e mostraram ótimas conversões
(JITPUTTI et al., 2006; MACLEOD et al., 2008; TRAKARNPRUK et al.,
2008; XIE et al., 2007). A reciclagem, a caracterização química após o uso
e a lixiviação de espécies químicas que promovem processos homogêneos
não têm sido enfatizados na literatura (CORDEIRO et al., 2011).
Outro grande problema ambiental é a garrafa PET pós-consumo que
apesar das diversas aplicações, 45% do total produzido ainda não é
19
INTRODUÇÃO
Souza, J. K. D.
reaproveitada (ALVES et al., 2012). Então, o problema da poluição gerada
pela garrafa PET tem despertado grande preocupação e junto aos fatores
econômicos como o preço do petróleo, estimulam o desenvolvimento da
sua reciclagem (DI SOUZA et al., 2008).
A utilização de fontes de potássio como catalisador obtido através da
despolimerização básica do politereftalato de etileno (PET) pós-consumo
para produção de biodiesel nunca foi reportada antes pela literatura, logo
neste trabalho, o tereftalato de potássio que é obtido da despolimerização
da garrafa PET, será calcinado e caracterizado para utiliza-lo como fase
ativa. Então, serão desenvolvidos catalisadores heterogêneos a base de
carbonato de potássio (K2CO3), pois a fonte de potássio obtida da garrafa
PET foi o K2CO3 caracterizado por espectroscopia de IV, fluorescência de
raios-X, difração de raios-X e espectroscopia Raman, utilizando sílica gel
(SiO2) como suporte catalítico para a reação de transesterificação do óleo
de soja com o metanol.
20
INTRODUÇÃO
Souza, J. K. D.
21
OBJETIVOS
Souza, J. K. D.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O trabalho tem como objetivo sintetizar, otimizar e avaliar catalisadores
heterogêneos para reação de transesterificação com o metanol utilizando
garrafas PET pós-consumos que são descartadas como lixo.
2.2. Objetivos Específicos
 Despolimerizar o politereftalato de etileno (PET) para obter o tereftalato
de potássio;
 Determinar a temperatura de decomposição da matéria orgânica do
tereftalato de potássio;
 Calcinar o tereftalato de potássio na temperatura de decomposição para
obter fontes de potássio como fase ativa;
 Utilizar suporte catalítico (SiO2) para aumentar a área superficial da fase
ativa utilizando o processo de impregnação com o metanol;
 Otimizar o catalizador pelo estudo da relação da fase ativa e suporte
catalítico (m/m);
 Avaliar a atividade catalítica através da reação de transesterificação com
o metanol observando a redução da viscosidade do óleo de soja utilizado
na síntese do biodiesel;
 Avaliar a taxa de conversão do óleo de soja em ésteres metílicos por
Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H);
 Avaliar os parâmetros de qualidade do biodiesel com a maior redução de
viscosidade do óleo de soja, seguindo as normas da ANP;
 Avaliar a estabilidade dos catalisadores frente ao fenômeno de lixiviação;
 Realizar
estudos
de
reuso
do
catalisador
mais
efetivo
na
transesterificação.
22
OBJETIVOS
Souza, J. K. D.
23
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. Biodiesel
O uso de combustíveis fósseis é a principal causa do aumento da
concentração de gases do efeito estufa na atmosfera. Segundo a Organização
das Nações Unidas (ONU), a temperatura média da Terra aumentará entre
1,8 e 4 ºC até o ano de 2100 e isto deverá acelerar o derretimento das
geleiras, elevar o nível dos oceanos e provocar intensos furacões. O balanço
hídrico do planeta também deverá ser alterado, paralelamente ao índice
pluviométrico de várias regiões (CORDEIRO et al., 2011).
Muito tempo antes da crise energética da década de 70, ou da
conscientização relativa a questão ambiental, os óleos vegetais e o
petróleo cru ou óleo mineral foram testados em motores Otto em uma
exposição na cidade de Paris no ano de 1900. A Companhia Otto
apresentou um pequeno motor diesel que por solicitação do Governo
Francês onde queriam ser auto-suficiente em geração de energia, foi
operado com óleo de amendoim, no qual funcionou da mesma maneira
que o óleo mineral (DIESEL et al., 1912). O motor que foi projetado para
consumir o óleo mineral foi alimentado e operado com óleo vegetal, sem
que tivesse sofrido qualquer modificação técnica (KNOTHE et al., 2006).
A substituição de combustíveis fosseis por combustíveis renováveis
tem ganhado bastante destaques. Atualmente, o biodiesel destaca-se por
ser uma alternativa para substituir o combustível fóssil, pois além de ter
uma alta compatibilidade com o diesel, apresenta várias vantagens
adicionais, como:
 Ser derivado de matérias-primas renováveis de ocorrência natural,
reduzindo assim nossa atual dependência sobre os derivados do
petróleo, preservando suas reservas.
 Biodegradável.
24
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
 Gera redução nas principais emissões presentes nos gases de
exaustão (com exceção dos óxidos de nitrogênio, NOx).
 Possui um alto ponto de fulgor, o que lhe confere manuseio e
armazenamento mais seguro.
 Apresenta excelente lubricidade, fator que vem ganhando importância
com o advento de petrodiesel de baixo teor de enxofre, cuja
lubricidade é parcialmente perdida durante o processo de produção. A
lubricidade ideal deste combustível pode ser restaurada através da
adição de baixos teores de biodiesel (1-2 %) (KNOTHE et al., 2006).
No Brasil, a utilização obrigatória de misturas de biodiesel foi
estabelecida em janeiro de 2008 pela lei n° 11.097, quando foi determinado
que o diesel consumido em todo o país deve conter 2% de biodiesel (B2),
com o objetivo de atingir 5% (B5) em janeiro de 2012. Esta lei mobilizou
vários segmentos da sociedade brasileira e hoje o país tornou-se o quarto
maior produtor de biodiesel, quarto maior consumidor de biodiesel e o
terceiro maior produtor do mundo, com uma capacidade de produção
estimada em cerca de 5 milhões de toneladas por ano de biodiesel. Por esta
razão, o combustível B5 foi antecipado para janeiro de 2010, e o programa é
agora reconhecido como um grande sucesso (SANTOS et al., 2011).
Diante disso, várias pesquisas têm sido desenvolvidas para a síntese
de biodiesel buscando suprir a demanda energética de todo país.
3.2. Reação de Transesterificação
Os óleos vegetais e as gorduras são constituídos de triacilgliceróis.
Quimicamente, são cadeias de ésteres graxos longas ligadas ao glicerol
(1,2,3-propanotriol), no qual a quantidade de átomos de carbono e
insaturações determinam a sua alta viscosidade.
A transesterificação é o método mais adotado para a produção do
biodiesel, por ser de fácil reprodução. Nesta reação, óleo vegetal ou gordura
25
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
animal reage na presença de um catalisador (ácido ou básico) com um álcool
(usualmente de cadeia curta) para produzir os alquil ésteres.
Dentre os álcoois empregados na transesterificação de óleos e
gorduras (Figura 3.1), os mais utilizados são metanol e etanol. O
metanol é mais amplamente aplicado na produção de biodiesel em escala
comercial. Por ter menor cadeia carbônica, uma maior polaridade
consistindo em maior reatividade, implicando em menor temperatura,
menor tempo reacional e ausência de água (SALES, 2009). Além disso,
torna mais fácil o processo de separação do éster da glicerina. O etanol,
além de ter produção consolidada no Brasil, é consideravelmente menos
tóxico, renovável e produz biodiesel com maior NC e lubricidade. Uma
grande desvantagem do etanol está no fato deste promover uma maior
dispersão da glicerina no biodiesel dificultando a sua separação. Para a
obtenção
de
maiores
rendimentos
na
reação
de
transesterificação
costuma-se utilizar excesso de álcool para a remoção da glicerina (LÔBO
et al., 2009; SALES, 2009).
Figura 3.1: Reação de Transesterificação, onde R1, R2, R3 são cadeias carbônicas
dos ácidos graxos.
26
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
3.2.1. Mecanismo de Reação de Transesterificação em Meio Básico
Na transesterificação, ocorre a substituição da parte alcoólica de um
éster por outro álcool, ou seja, o álcool conduz a cisão das moléculas dos
triacilglicerídeos, em uma sequência de três reações reversíveis e
consecutivas em que os monoglicerídeos e os diglicerídeos são os
intermediários. Em relação à catálise heterogênea, diferentes mecanismos
são apresentados na literatura, alguns indicam que ocorre a adsorção do
álcool na superfície do catalisador enquanto outros consideram que o
triacilglicerídeo será adsorvido (SALES, 2010).
Alguns autores propõem um mecanismo semelhante à catálise
homogênea para catalisadores básicos heterogêneos de Bronsted, em que a
espécie catalítica formada é um alcóxido heterogêneo adsorvido na superfície
e que a formação de grupos alcóxidos também é fundamental para catálise
heterogênea básica de Lewis (DI SERIO et al., 2008; LIU et al., 2006).
Observa-se na Figura 3.2., a interação entre o sítio básico de Lewis
do catalisador com uma molécula de álcool (metanol) em uma reação de
transesterificação.
Esta
interação
ácido-base
favorece
o
ataque
nucleofílico do par de elétrons do oxigênio da hidroxila alcoólica ao
carbono da carbonila do éster com a consequente formação de um
intermediário tetraédrico que vai dar origem a outra molécula de éster e
um íon alcóxido. O alcóxido remove um próton da superfície do catalisador
com a formação de outra molécula de álcool, regenerando assim o sítio
básico do sólido catalítico, que fica novamente disponível para participar
de um novo ciclo de catálise (CORDEIRO et al., 2011).
3.3. Catalisadores
Os catalisadores podem ser classificados como homogêneos ou
heterogêneos. O catalisador homogêneo esta presente na mesma fase dos
27
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
reagentes
enquanto
o
heterogêneo
está
em
uma
fase
diferente
(ADAMSON et al., 1997 e ATKINS et al., 2006).
Figura 3.2. Mecanismo de transesterificação em meio heterogêneo. “B”
representa o sítio básico de Lewis, “R 1” e “R2” são grupos orgânicos. (Adaptado
de CORDEIRO et al., 2011).
Na escala de laboratório, diversos catalisadores heterogêneos têm
sido desenvolvidos para a reação de transesterificação de óleos vegetais
com metanol (XIE et al., 2006). O seu desempenho está naturalmente
relacionado com a natureza dos sítios ácidos ou básicos encontrados
nesses materiais (DI SERIO et al., 2008).
Em geral, os
catalisadores heterogêneos
apresentam
elevada
concentração de sítios ácidos ou básicos de Lewis ou de Bronsted-Lowry
na sua superfície e esta propriedade tem sido identificada como um fator
fundamental para o seu elevado desempenho na síntese de biodiesel (DI
SERIO et al., 2007, JACOBSON et al., 2008, SANTOS et al., 2011). Este
tipo de composto tem uma estrutura baseada em cátions como ácidos de
Lewis e ânions do oxigênio exibindo uma basicidade de Bronsted. De
acordo com ZABETI et al., 2009, quando estes catalisadores sólidos são
28
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
utilizados na metanólise de óleos vegetais, eles fornecem sítios de
adsorção para o metanol, em que ligações de O-H são prontamente
quebrados em ânions metóxidos e cátions de hidrogênio. Os ânions
metóxidos gerados reagem com as moléculas de triacilglicerol para
fornecer os correspondentes ésteres metílicos (ROTHENBERG et al., 2008).
Várias classes de catalisadores heterogêneos, tais como enzimas
suportadas
(HERNANDEZ-MARTÍN
et
al.,
2008),
óxidos
e
oxo-sais
(JITPUTTI et al., 2006), óxidos impregnados (ARZAMENDI et al., 2007),
complexos inorgânicos (ABREU et al., 2004), hidróxidos duplos lamelares
(LIU et al., 2008), carboxilatos metálicos (CORDEIRO, 2008), zeólitas
(LECLERCQ et al., 2001) e resinas troca-iônicas (LOPEZ et al., 2007) têm
sido
relatados
na
literatura
como
catalisadores
ativos
para
a
transesterificação de óleos vegetais.
O K2CO3 puro foi notavelmente ativo na reação de transesterificação
do óleo de girassol com metanol. A conversão obtida foi de 90% em cerca
de 108 min, mas o K2CO3 foi muito solúvel em metanol com cerca de 55%
dissolvido no final da reação (5 h) (ARZAMENDI et al., 2008).
Aluminas (Al2O3) carregadas com sais de metais alcalinos com
diferentes quantidades de potássio foram utilizados como catalisadores
sólidos-básicos eficientes para a reação de transesterificação de óleos
vegetais (BENJAPORNKULAPHONG et al., 2009; EBIURA et al., 2005;
ALONSO et al., 2007; NOIROJ et al., 2009; VYAS et al., 2009; XIE et al.,
2007, 2006; XIE et al., 2006). Alumina não é ativa para a reação de
metanólise, mas quando utilizado como suporte catalítico para KI, KF,
KNO3, K2CO3 ou KOH e ativada a temperaturas elevadas, o catalisador
suportado mostra atividade catalítica. XIE et al., 2007, relatam a baixa
atividade do K2CO3/Al2O3 dado pela baixa basicidade comparada com
outros compostos de potássio sobre a alumina. O catalisador com 35 wt.%
KI suportado sobre Al2O3 (calcinado a 500 °C por 3h) teve alta basicidade
e maior atividade catalítica. NOIROJ et al., 2009 mostram que o suporte
afeta fortemente a atividade do catalisador heterogêneo, tendo verificado
29
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
que 51,26% de K (potássio) foi lixiviado para o catalisador KOH/Al2O3
comparando com 3,18% de K (potássio) lixiviado para o KOH/NaY.
O produto da impregnação de proporções de KNO 3 em alumina
realizada a 120 º C por 16 h, foi utilizado como catalisador heterogêneo
para produção de biodiesel, o melhor rendimento em monoésteres foi de
87% utilizando a razão molar (metanol:óleo) de 15:1, sob aquecimento e
refluxo por 7 h e 6,5% do catalisador contendo 35% de KNO3 suportado
em alumina (XIE et al., 2006).
Além do KNO3, soluções aquosas de K2CO3 também foram utilizadas
para impregnação de potássio em alumina e o material calcinado foi
utilizado na metanólise do óleo de girassol, onde rendimentos da ordem
de 99% em mono ésteres metílicos foram obtidos em 1 h de reação com
razão molar de 25:1 e 3% de catalisador em relação à massa do material
graxo. Experimentos de reuso do catalisador, nas mesmas condições
supracitadas, demonstraram que os rendimentos diminuíram para 33; 6,5
e 3,8% quando este foi utilizado pela segunda, terceira e quarta vez,
respectivamente. Os autores concluíram, portanto, que os materiais
sólidos estavam apenas impregnados com espécies catalíticas que uma
vez lixiviadas para o meio reacional, atuaram de forma homogênea na
síntese dos monoésteres graxos (ALONSO et al., 2007).
Segundo estudos, o K2CO3 foi usado para a ativação da alumina. Os
catalisadores
foram
sintetizados
pelo
método
sol-gel
em
elevada
temperatura, a pressão atmosférica, para a obtenção de xerogel. A
atividade
dos
catalisadores
sintetizados
foi
testada
na
reação
de
transesterificação com o óleo de girassol em diferentes temperaturas (80
a 200 °C) e diferentes razões molares (6:1 a 30:1) de metanol em relação
à massa do óleo. As análises mostraram que o K2CO3 ativa a alumina,
demostrando ser bem ativo para a reação de transesterificação do óleo de
girassol com metanol dando uma taxa de conversão de 93% após 15 min
de reação. O fenômeno de lixiviação do K (potássio) para a fase do
metanol durante a síntese de FAME foi observado mostrando que a
30
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
atividade catalítica pode ter contribuição dos dois tipos de catálise,
heterogênea e homogênea (LUKIC et al., 2009)
Em todos os casos, a alumina foi escolhida como suporte por possuir
características estruturais que permitem a ocupação de suas vacâncias catiônicas
pelo metal alcalino, podendo aumentar a basicidade superficial (KIM et. al., 2004).
Compostos
de
potássio
depositado
sobre
diferentes
suportes
também foram investigados (JITPUTTI et al., 2006; MACLEOD et al.,
2008; TRAKARNPRUK et al., 2008; XIE et al., 2006, 2006; XIE et al.,
2007) mostrando boas conversões.
O desenvolvimento de catalisadores heterogêneos para a produção
de biodiesel tem sido amplamente descritos na literatura, mas há poucas
publicações sobre a qualidade do biodiesel obtido usando um processo
catalítico heterogêneo (YANG et al., 2010). Além disso, poucos estudos se
dedicam a investigar a possível lixiviação das espécies catalíticas
presentes nestes materiais inorgânicos quando empregados em processos
de síntese de biodiesel.
3.3.1. Politereftalato de Etileno – (PET)
O politereftalato de etileno mais conhecido pela sigla PET é um
polímero termoplástico com estrutura parcialmente alifática, aromática e
semicristalino. É o membro comercialmente mais importante da família
dos poliésteres (KARAGIANNIDIS et al., 2008).
O PET foi desenvolvido em 1941 por dois químicos britânicos John
Rex Whinfield e James Tennant Dickson, porém, sua fabricação em grande
escala teve início apenas nos anos 1950 nos EUA e Europa, quando foi
utilizado principalmente para a fabricação de fibras têxteis. Só a partir de
1970, o PET começou a ser utilizado na fabricação de embalagens. No
Brasil, o PET só começou a ser comercializado na década de 70, na forma
de fibras. Somente a partir de 1993, passou a ser fortemente utilizado na
fabricação de embalagens (ROMÃO et al., 2009).
31
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
O PET tem algumas vantagens em relação aos demais termoplásticos,
no qual justifica sua grande e crescente utilização, as quais são: excelente
estabilidade
química,
térmica,
facilidade
alta estabilidade
de
processamento,
hidrolítica (devido
à
alta
resistência
presença de
anéis
aromáticos), propriedades mecânicas atrativas a altas temperaturas,
leveza, aparência nobre (brilho e transparência) e baixo custo de
produção (ROMÃO et al., 2009).
No final dos anos 1990, a aplicação mundial de PET era distribuída da
seguinte forma: 67% para a produção de fibras têxteis, 24% para a
produção de embalagens processadas por injeção-sopro, 5% para a
produção de filmes biorientados e 4% para polímeros de engenharia,
sendo atualmente um dos termoplásticos mais produzidos do mundo
(MACDONALD et al., 2002). Já no cenário nacional, 71% da aplicação é
destinada à indústria de embalagens, sendo a maior parte para a
produção de embalagens para bebidas carbonatadas. Porém, é importante
salientar que o uso do PET no mercado de óleo comestível e água mineral
está se desenvolvendo a altas taxas de crescimento (ROMÃO et al., 2009).
Segundo a National Association of PET Container Resources (Napcor)
cerca de 2,4 milhões de toneladas de PET foram utilizadas em 2006 como
matéria-prima para a produção de garrafas sendo que este valor tende a
aumentar anualmente (NAPCOR, 2010).
No Brasil, a produção de PET é equivalente a cerca de 9,0% da
produção total de plásticos, contudo a fração de PET no resíduo sólido urbano
corresponde, em média, a 20% do total. Esta discrepância é justificada pelo
fato de plásticos com maior consumo como PP e PVC serem empregados na
fabricação de produtos com vida útil longa (como nas indústrias de bens de
consumo e construção civil), enquanto o PET é usado majoritariamente em
embalagens (produtos com vida útil curta) (ALVES et al., 2012).
A melhor forma de reduzir o volume de PET nos aterros é através da
reciclagem. Os esforços são no sentido de não só reciclar peças
defeituosas (reciclagem primária), como também aquelas descartadas
após o uso (reciclagem secundária, terciária ou quaternária), que crescem
32
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
vertiginosamente estimulando as indústrias de reciclagem e a pesquisa
científica na área (DI SOUZA et al., 2008).
A decomposição química do PET (reciclagem terciária) se fundamenta
na reversibilidade da reação de polimerização (MANCINI et al., 2002) e pode
ser feita pelos processos químicos de hidrólise, glicólise, metanólise e
aminólise, podendo ser catalisada por ácidos, bases, ou catalisadores
neutros. Em meio alcalino, a ausência de íons hidrogênios para estabilizar a
carbonila é compensada pela presença de um reagente mais nucleófilo,
normalmente um hidróxido (OH-), ao invés da água (BUXBAUM, 1968). O
cátion da base mais forte que os poucos íons hidrogênio gerados pela
ionização da água completa a reação (DI SOUZA et al., 2008).
Assim, por meio de hidrólise, o PET pode ser despolimerizado em
seus monômeros sendo o de maior importância comercial o ácido tereftálico
(TPA) que quando purificado pode ser repolimerizado. Isto possibilitaria a
economia de 130 milhões de dólares por ano em importações desse
produto propiciando economia e diminuindo a pressão por derivados de
petróleo (ABIPET, 2010). Cabe destacar que o PET e o etilenoglicol (EG)
também podem ser utilizados para outros fins, por exemplo, em síntese de
outros polímeros como resinas alquídicas (DI SOUZA et al., 2008).
3.3.2. Suporte Catalítico
O dióxido de silício SiO2 pode ser natural ou sintético, cristalino ou
amorfo. Pode ser encontrado naturalmente na forma de silicatos como o
talco, vermiculita, montimorrilonita, caolinita, etc. A sílica cristalina
apresenta polimorfos nas formas
e
do quartzo, a tridimita, coesita e
cristobalita (DEGENS et al., 1976). É um polímero inorgânico inerte,
resistente, amorfo, com alta porosidade, que possui muitas aplicações
tecnológicas, tais como a fabricação de vidros, cerâmicas, isolantes
térmicos, silicones, etc. (PRADO et al., 2005).
33
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
A sílica gel pode ser usada como suporte inorgânico, no qual contém
disperso por toda sua superfície uma elevada quantidade de grupos silanóis
(Si-OH) sensíveis a diversas reações, como por exemplo, agentes sililantes.
A distribuição desigual de densidade eletrônica dos grupos silanóis faz com
que se comportem como um ácido fraco, do tipo Bronsted – Lowry
(AIROLDI, et al., 2000), sendo responsáveis pela reatividade da sílica e
desempenhando um papel importante nos processos relacionados a sua
superfície. Os grupos silanóis conferem à sílica suas propriedades polares,
sendo considerados sítios de adsorção eficientes, podendo ser hidratados
através da adsorção de moléculas de água (UNGER et al., 1976). A estrutura
do suporte inorgânico é constituída por unidades tetraédricas de SiO4
distribuídas aleatoriamente na superfície e dependendo da maneira como os
grupos silanóis encontram-se dispostos são denominados como vicinais,
isolados ou germinais (Figura 3.3) (AIROLDI, et al., 2000).
A presença dos grupos silanóis na superfície da sílica foi detectada pela
primeira vez em 1936. Desde então, muitos estudos foram desenvolvidos e
de maneira crescente, com o intuito de se calcular o número destes grupos
representado por
, que normalmente é expresso por unidade de área
superficial em nm2. Várias foram as técnicas empregadas para tal
determinação, porém, o valor de 5,0 OH/nm2 é considerado como uma
constante físico-química da sílica (ZHURAVLEV et al., 1987).
Como os sítios ácidos de Bronsted respondem pela reatividade da
sílica, é desejável que os silanóis estejam livres de possíveis interações
antes de se efetuar quaisquer reações. Neste sentido, uma operação
importante
consiste
na
ativação
da
superfície
da
sílica
mediante
aquecimento a fim de retirar as moléculas de água fisissorvidas. Porém,
cuidados devem ser tomados porque temperaturas acima de 200 °C
acarretam na condensação dos grupos silanóis (VAN DER VOORT, et al.,
1990) tornado, a superfície pouco reativa. O processo de desidratação da
superfície
da
sílica
resultando
na
formação
de
grupo
siloxano
é
representado na Figura 3.4.
34
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
Figura 3.3. Esquema da estrutura da sílica gel destacando os grupos silanol
germinal (1), silanol vicinal (2) e siloxano (3). (Adaptado de PRADO et al., 2005).
Figura 3.4. Desidratação da superfície da sílica na formação do grupo siloxano.
(Adaptado de AIROLDI, et al., 2000).
Assim, a sílica gel desempenha um papel importante na função de
suporte
para
uma
grande
gama
de
substâncias
com
extensa
aplicabilidade prática (PRADO et al., 2002). A modificação da sílica
permite a obtenção de compostos de maior versatilidade e com
propriedades
específicas,
relacionadas
às
espécies
ligadas
à
sua
superfície (PRADO et al., 2003). Entre suas diversas aplicabilidades
pode-se destacar a capacidade de troca catiônica (FRANCISCO et al.,
2002), quelação de espécies (PRADO et al., 2001), pré-concentração
35
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
(MORAES et al., 2003), fase estacionária para cromatografia, adsorção
de pesticidas, catálise e etc. (PRADO et al., 2005).
3.4. Taxa de Conversão por Ressonância Magnética Nuclear de
Hidrogênio (RMN 1H)
Técnicas espectroscópicas como as de absorção na região do
infravermelho (IV) e ressonância magnética nuclear (RMN) vêm sendo
cada vez mais usadas no monitoramento de reações de transesterificação,
a fim de estudar o comportamento cinético da reação e quantificar os
produtos finais (VASCONCELOS, 2009).
A espectroscopia de RMN é baseada na medida da absorção de radiação
eletromagnética na região de radiofrequência. Quando os núcleos magnéticos
como ¹H são colocados em um forte campo, seus spins se orientam a favor
ou contra este campo magnético. A partir da irradiação com ondas de
radiofrequência, a energia é absorvida e os núcleos são promovidos de um
estado de energia mais baixo para um mais alto. Essa absorção de energia de
radiofrequência é detectada, amplificada e apresentada como um espectro de
RMN (SILVERSTEIN et al., 1990; WEBSTER, 2005).
GELBARD et al. (1995), foram os primeiros a reportarem a
determinação do rendimento da taxa de conversão na reação de
transesterificação por RMN ¹H. Segundo VASCONCELOS (2009), cita que a
fundamentação dessa aplicação está no fato de que a transesterificação
leva a uma diminuição no sinal (multipleto) dos hidrogênios glicerídicos
( -CH2) dos triacilgliceróis presentes no óleo, no intervalo de
= 4 a 4,5
ppm, para um aparecimento de um singleto na região, = 3,5 – 3,7 ppm,
correspondente aos hidrogênios da metoxila (-OCH3) ou um quarteto ( =
4,05 - 4,20 ppm), referente ao acoplamento dos hidrogênios metilênicos
da etoxila com os hidrogênios do grupo metila da mesma.
Segundo GELBARD et al. (1995), o cálculo da taxa de conversão em
ésteres metílicos se baseia na razão entre a área do singleto dos prótons
36
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza, J. K. D.
da metila diretamente ligada a carboxila do éster metílico (-CH3OCO-), e à
área dos sinais dos seus hidrogênios metilenos
-carbonílicos (-OCOCH2-).
O resultado é, por fim, multiplicado pelo fator 2/3, que corresponde à
quantidade de átomos de hidrogênio presentes na molécula dos ésteres
metílicos envolvidos nos cálculos, ou seja, há dois hidrogênios carbonílicos
e três hidrogênios metoxílicos.
(
Onde
3,6 ppm e
)
(1)
= área da integral do singleto dos hidrogênios metílicos em
= área da integral do tripleto dos hidrogênios metilenos da
-
carbonila em torno de 2,25 ppm.
37
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
38
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
4. METODOLOGIA
Neste capítulo estão descritos os procedimentos experimentais, os
reagentes utilizados nas sínteses e as técnicas de caracterização do
tereftalato de potássio (TFK) puro e calcinado, do suporte catalítico, dos
catalisadores suportados e dos biodieseis, no qual foram realizadas no
Laboratório de Combustíveis e Materiais (LACOM) no Centro de Ciências
Extas e da Natureza e no Laboratório de Solidificação Rápida (LSR) no
Centro de Tecnologia (CT), ambos da Universidade Federal da Paraíba.
4.1. Obtenção do Sistema Catalítico
4.1.1.Obtenção
do
Tereftalato
de
Potássio
(TFK)
por
Despolimerização do PET
O TFK foi obtido a partir da garrafa PET pós-consumo utilizando a
reação de despolimerização básica. As garrafas PET pós-consumo foram
selecionadas (garrafas transparentes), higienizadas logo em seguida foram
cortadas em pequenos pedaços para promover um aumento da área
superficial. Partindo de 110 g de PET cortado em pequenos pedaços, 770 mL
de álcool amílico (Sigma®) e 96,8 g de KOH (Vetec®), a reação foi mantida
em refluxo durante 90 min sob agitação magnética, formando um
precipitado branco em suspensão. No término da reação, a massa reacional
obtida foi transferida para um funil de filtração para separar o precipitado do
álcool amílico. O precipitado branco foi então dissolvido em 200 mL de água
destilada e levado ao rotaevaporador para retirar a água e precipitar o
tereftalato de potássio (TFK) puro. O TFK foi levado à estufa para secar
durante 8 h e finalmente foram feitas as caracterizações por IV e RMN 1H.
39
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
4.1.2. Obtenção do Tereftalato de Potássio Calcinado (TFK calcinado)
A decomposição térmica do TFK teve como objetivo a obtenção de
uma fonte de potássio de baixo custo como fase ativa, para impregná-lo
em um suporte catalítico. Inicialmente foi feita uma curva de TG/DTA para
determinar em que temperatura a matéria orgânica se decompõe, em
seguida foi feita a calcinação do TFK a 750 °C durante 4 h. O material
obtido nomeado como TFK calcinado, foi caracterizado por IV, RAMAN,
DRX, FRX.
4.1.3. Obtenção do Suporte Catalítico Ativado
Inicialmente a sílica gel (Merck®) foi tratada termicamente para a
desobstrução dos grupos silanóis (Si-OH), ou seja, eliminação da água de
hidratação que bloqueia os grupos silanóis impedindo a sua reatividade
(PRADO et al., 2005). Para isso, 100 g de sílica gel, grau cromatográfico,
foram aquecidos em uma estufa a 150 °C durante 12 h. A sílica gel
ativada termicamente (SGAT) foi caracterizada pelas técnicas de IV, DRX,
BET e MEV.
4.1.4. Obtenção e Otimização dos Catalisadores Impregnados
A otimização dos catalisadores teve como objetivo principal o estudo
da influência na atividade catalítica da quantidade
de fase ativa
impregnada na superfície do suporte catalítico. Para isso, proporções de
TFK calcinado e SGTA (m/m), foram submetidos ao processo de
impregnação utilizando metanol como solvente, para a obtenção de
catalisadores suportados com TFK calcinado. Então proporções de TFK
calcinado
e
suporte
catalítico
SGAT
foram
homogeneizados
magneticamente com o metanol como solvente sob refluxo durante 12 h.
40
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
O volume de metanol foi reduzido por rotaevaporação e a massa
homogeneizada foi transferida para um cadinho de porcelana, aquecido a
80 ºC por 24 h para evaporar o resto do solvente e retirar alguns traços
de umidade. A SGAT impregnada com TFK calcinado foi então calcinada
em uma mufla a uma temperatura de 450 ºC por 4 h a uma razão de
5°C/min.
Na Tabela 4.1., são descritas as proporções de TFK calcinado e
suporte catalítico (SGAT) na reação de impregnação.
Tabela 4.1. Relação (m/m) de TFK calcinado e SGTA.
Catalisadores
% TFK
(calcinado)
% SiO2
10%-K2CO3/90%-SiO2
10
90
20%-K2CO3/80%-SiO2
20
80
30%-K2CO3/70%-SiO2
30
70
40%-K2CO3/60%-SiO2
40
60
50%-K2CO3/50%-SiO2
50
50
4.2. Caracterização do Sistema Catalítico
4.2.1. Análise Térmica (TG/DTA)
O estudo de análise térmica do TFK foi realizado com a finalidade de
identificar a temperatura em que toda a matéria orgânica se decompõe.
Utilizou-se
uma
termobalança
TGA/SDTA–EQ-028
(Shimadzu)
com
cadinhos de alumina, atmosfera dinâmicas de O2 (50 mL.min-1), taxa de
aquecimento de 10 ºC.min-1, na faixa de temperatura de 25 a 900 º C
(até a fusão).
41
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
A análise de TG/DTA foi realizada no Laboratório de Combustíveis e
Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.2.2. Fluorescência de Raios-X (FRX)
O estudo por FRX foi empregado para a identificação elementar do
TFK calcinado, tendo utilizado um equipamento da marca Shimadzu
modelo EDX-800.
A análise de FRX foi realizada no Laboratório de Solidificação Rápida
(LSR) no Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba.
4.2.3. Difração de Raios-X (DRX)
Os estudos de cristalografia do suporte (SGAT), da fase ativa (TFK
calcinado) e dos catalisadores impregnados sintetizados, foram realizados
por
difração
de
raios-X
(DRX)
utilizando
um
difratômetro,
marca
Shimadzu, modelo Lab X/XRD-6000, na faixa de 2θ = 10 – 70º, com um
passo de 0,02º e tempo de passo de 2,0 s, utilizando a radiação K
do
cobre como fonte de radiação monocromática. A técnica foi utilizada para
identificar as fases cristalinas e a organização a longo alcance do suporte
(SGAT), da fase ativa e dos catalisadores impregnados. Os difratogramas
obtidos foram comparados com os padrões dos arquivos JCPDS (Joint
Committee on Powder Diffraction Standards).
A técnica de DRX foi realizada no Laboratório de Combustíveis e
Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
42
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
4.2.4. Espectroscopia na Região do Infravermelho (IV)
Os estudos dos espectros na região do IV do tereftalato depotassio
(TFK), suporte catalítico (SGAT), fase ativa (TFK calcinado) e dos
catalisadores
impregnados
sintetizados,
foram
obtidos
em
um
Espectrômetro de Infravermelho com Transformação de Fourier da marca
Shimadzu. O tereftalato de potássio, os catalisadores, a fase ativa e o
suporte foram prensados em pastilha de KBr a uma proporção de
1%(amostra)/99%(KBr), na região de 4000 a 400 cm-1. Essa técnica foi
utilizada para identificar a efetividade do ancoramento da fase ativa no
suporte catalítico com base nas frequências vibracionais das moléculas e
comprovar a estrutura do tereftalato de potássio (TFK).
A técnica de IV foi realizada no Laboratório de Combustíveis e
Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.2.5. Espectroscopia Raman
O estudo de espectroscopia Raman foi empregado para determinar
as energias vibracionais no TFK calcinado. A análise foi realizada em um
espectrômetro FT-Raman Bruker RFS/100/S com laser de Nd:YAG de
potência 60 mW fornecendo uma luz de excitação com comprimento de
onda de 1064 nm com uma resolução espectral de 4 cm−1 na faixa de 01000 cm−1.
A análise de espectroscopia Raman foi realizada no Laboratório de
Combustíveis e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
43
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
4.2.6. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e EDS
As análises de MEV e EDS foram utilizadas para estudar a morfologia
e quantificar os elementos do suporte catalítico (SGAT), fase ativa (TFK
calcinado) e dos catalisadores impregnados sintetizados.
Foi utilizado um microscópio de varredura marca LEO, modelo 1430,
do Laboratório de Solidificação Rápida (LSR) da Universidade Federal da
Paraíba.
4.2.7. Análise de Área Superficial Utilizando a Equação de BET
Os
catalisadores
impregnados
e
o
suporte
catalítico
foram
analisados em um instrumento de adsorção volumétrica BELSORPII/BELL.
Inicialmente as amostras foram tratadas há 523 K (Kelvin) por 2 horas em
um BelprepII / BEL com fluxo de N2(g).
A análise de área superficial foi realizada no Laboratório de
Combustíveis e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.3. Síntese dos Biodieseis
4.3.1. Transesterificação do Óleo de Soja com o TFK Calcinado
A avaliação do TFK calcinado como catalisador foi feita a partir da
reação de transesterificação do óleo de soja com o metanol.
Em um balão de fundo redondo de 125 mL, utilizando uma proporção
de óleo de soja (Soya®) e metanol de 1:9, foram adicionados 20 g de óleo
de soja, 26,63 g de metanol (1:9), 0,1 g do catalisador (TFK calcinado). A
reação foi mantida a temperatura ambiente durante 1h sobre agitação
44
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
magnética constante. Ao término o sistema foi levado a centrífuga para
ocorrer a separação de fases.
Separadas as fases, o biodiesel foi lavado sete vezes com água
destilada morna para garantir que alguns traços de glicerina e de álcool
fossem eliminados. Por fim o biodiesel lavado foi tratado com sulfato de
sódio anidro (Cinética®) e somente então submetido para estudo de RMN 1H
e medida de Viscosidade Cinemática, a 40 °C.
4.3.2. Reação de Transesterificação do Óleo de Soja com os
Catalisadores Impregnados
A avaliação dos catalisadores impregnados foi através da reação de
transesterificação do óleo de soja (Soya®), utilizando em todos os
experimentos 6% dos catalisadores impregnados em relação à massa do
óleo de soja, com uma razão de óleo de soja e metanol de 1:9. Em um
balão de fundo redondo de 125 mL, adaptado a um condensador de refluxo
e a um agitador magnético, foram adicionados, para cada catalisador
impregnado, 20 g de óleo de soja, 26,63 g de metanol e 1,2 g do
catalisador. A mistura reacional foi agitada e aquecida à temperatura de
refluxo (70 °C) por até 24 horas. Alíquotas de 1 mL foram retiradas nos
intervalos de 1 h – 6 h, 12 h, 18 h e 24 h. As alíquotas de biodieseis
obtidos foram centrifugadas, lavadas e secas como descrito no item 4.3.1.,
em seguida as alíquotas de biodieseis foram analisadas por RMN
1
H e
medidas de Viscosidade Cinemática, a 40 °C.
4.3.3. Reação de Transesterificação do Óleo de Soja com o Suporte
Catalítico
A reação de transesterificação com o óleo de soja (Soya®) e metanol,
utilizado o suporte catalítico (SGAT) como catalisador durante 24 h, teve
45
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
como objetivo avaliar a atividade do suporte catalítico na reação de
transesterificação. Então a reação prosseguiu nas mesmas condições
reacionais obtidas para os catalisadores impregnados (ver item 4.4.2.),
centrifugado, lavado e seco como descrito no item 4.3.1., em seguida
caracterizado por RMN 1H e medida de Viscosidade Cinemática, a 40 °C.
4.4. Técnica e Caracterização do Óleo e dos Biodieseis
4.4.1. Espectrometria
de
Ressonância
Magnética
Nuclear
de
Hidrogênio (RMN 1H)
As análises de RMN 1H foram realizadas para análise quantitativa da
taxa de conversão dos biodieseis, verificar a estrutura do óleo de soja e
do TFK. O espectro de RMN 1H foi obtido em um espectrômetro VARIAN,
modelo GEMINI 300BB operado na frequência de 200 MHz. As amostras
de biodieseis e TFK foram pesadas em aproximadamente 10 mg e diluídas
em 0,7 mL de CDCl3.
As taxas de conversão em ésteres metílicos foram calculadas
utilizando a Equação (1) proposta por Gelbard (GELBARD et al., 1995). As
análises de Espectroscopia RMN 1H foram realizadas na Central Analítica
da Universidade Federal da Paraíba.
4.4.2. Viscosidade Cinemática
A viscosidade cinemática foi determinada em um viscosímetro do
tipo TVB 445, ISL na temperatura de 40 °C, seguindo a norma ABNT NBR
10441, em triplicata. As análises de viscosidade cinemática foram
realizadas para avaliar qualitativamente a atividade dos catalisadores
utilizados nas reações de transesterificação.
46
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
A medida de Viscosidade Cinemática foi realizada no Laboratório de
Combustíveis e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.4.3. Massa Específica
A Massa Específica relativa (20°C/ 4°C) do biodiesel foi determinada
em triplicata segundo a norma ABNT NBR 7148, utilizando um densímetro
digital DA – 110M fabricado pela Mettler Toledo. Após a calibração do
equipamento com água destilada mediu-se 50 mL da amostra e preencheuse a célula do desímetro para fazer a determinação da massa específica. A
leitura foi feita diretamente no visor do equipamento a 20°C em g/cm3. A
Massa Específica relativa foi determinada para o Bio 1h-30% para comparar
com os parâmetros da ANP.
A técnica de Massa Específica foi realizada no Laboratório de
Combustíveis e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.4.4. Teor de Água em mg/kg
O Teor de Água (mg/kg) no biodiesel foi determinado segundo as
normas da ASTM D 6304. O Teor de Água foi determinado para o Bio 1h-30%
para comparar com os parâmetros da ANP.
A técnica de teor de água foi realizada no Laboratório de
Combustíveis e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.4.5. Ponto de Entupimento de Filtro à Frio (PEFF)
A análise de PEFF foi realizada seguindo a norma ABNT NBR 14747,
em um equipamento de marca Tanaka, modelo AFP – 102. A análise de
47
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
PEFF foi determinada para o Bio 1h-30% para comparar com os
parâmetros da ANP.
A análise de PEFF foi realizada no Laboratório de Combustíveis e
Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.4.6. Estabilidade à Oxidação a 110 °C – Rancimat
O método Rancimat consiste em expor 3 g da amostra à
temperatura de 110 °C sob fluxo de ar de 10 L/h que arrasta os
compostos voláteis gerados para a célula de medição contendo água
destilada, cuja condutividade é monitorada continuamente. Um súbito
aumento da condutividade e determina o valor do PI (período de indução).
Esta metodologia é normalizada de acordo com a norma EM 14112
(Portaria ANP 042/2004). A Estabilidade à oxidação foi determinada para
o Bio 1h-30% para comparar com os parâmetros da ANP.
A técnica de Rancimat foi realizada no Laboratório de Combustíveis
e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
4.4.7. Ponto de Névoa (PN) e Ponto de Fluidez (PF)
As análises de PN e PF foram realizadas, respectivamente seguindo
as normas ASTM D 2500 e D 97 em um equipamento Ponto de
Fluidez/Ponto de Névoa, marca Tanaka, modelo-MPC – 102L. O PN e PF
foram
determinados
para
o
Bio
1h-30%
para
comparar
com
os
Laboratório
de
parâmetros da ANP.
A
análise
de
PN
e
PF
foram
realizadas
no
Combustíveis e Materiais (LACOM) da Universidade Federal da Paraíba.
48
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
4.5. Estudos
Preliminares
Sobre
Lixiviação
e
o
Reuso
do
Catalisador Utilizado na Síntese do Bio 1h-30%
Para o Bio 10%-30 foram feitos estudos prévios de lixiviação e reuso
do catalisador utilizado na síntese desse biodiesel, nas mesma condições
supracitadas, logo em seguida caracterizado por RMN
1
H, Viscosidade
Cinemática, IV e DRX.
49
METODOLOGIA
Souza, J. K. D.
50
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Caracterização dos Materiais
5.1.1. Caracterização do TFK Obtido da Despolimerização do PET
O rendimento obtido na reação de despolimerização do PET foi
100%, considerando que não foi observado nenhum PET que não reagiu
na etapa de dissolução.
O espectro no infravermelho do TFK (em KBr, cm-1), mostra uma
banda ampla entre 3200 - 3400 cm-1 que pode ser atribuída a água
fisissorvida; vibração de estiramento assimétrica do grupo carboxilato
com intensidade forte em 1573 cm-1 e estiramento simétrico com
intensidade forte em 1384 cm-1. Cabe ressaltar que as bandas do
carboxilato foram encontradas em frequências um pouco mais baixas
(1573 cm-1) do que as do ácido tereftálico (1690 cm-1) corroborando com
os dados encontrados na literatura (NAKAMOTO et al., 1961; SHERIF et
al., 1970). Para o anel aromático observa-se picos referentes ao
estiramento (C–H) entre 3130 cm-1 e 2888 cm-1, além de picos
característicos de anel aromático para-substituído, dobramento fora do
plano (=C–H) de maior intensidade em 744 cm-1 e uma absorção de
intensidade fraca em 1946 cm-1 (Figura 5.1) (PAVIA et al., 2010).
51
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
4000
3500
3000
2500
2000
s (C=O)
as (C=O)
 (C-H)
Intensity (u.a.)
 (O-H)
Infravermelho do TFK
1500
 (p-subst.)
1000
500
-1
(cm )
Figura 5.1. Espectro na região do infravermelho do TFK obtido da reação de
despolimerização do PET.
O TFK obtido através da reação de despolimerização do PET também
foi submetido a análise de RMN 1H para a confirmação de sua estrutura.
Corroborando com os dados do infravermelho o TFK apresenta um anel
benzênico simetricamente para-substituído, pois observa-se um único
singleto em
= 7,80 ppm referente aos 4H simétricos do TFK e outro
singleto em
= 4,76 para 2H do reagente deuterado (d2O) no espectro de
RMN 1H (Figura 5.2).
Como todos os prótons encontrados em ambientes quimicamente
idênticos em uma molécula são quimicamente equivalentes e em geral,
prótons
quimicamente
equivalentes
são
também
magneticamente
equivalente, exibem o mesmo deslocamento químico ( ). Por simetria o
TFK é quimicamente equivalente, pois apresenta um anel benzênico
simetricamente
para-substituído,
exibindo
dois
planos
de
simetria,
deixando equivalentes todos os hidrogênios H1, H2, H3, H4 do anel
52
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
benzênico (Figura 5.3.), sendo assim, o TFK terá ressonância em um
único valor de
, gerando um único pico de absorção (singleto) em seu
espectro de RMN 1H (PAVIA et al., 2010).
Figura 5.2. Espectro de RMN 1H do tereftalato de potássio (TFK)
Figura 5.3. Fórmula molecular do TFK e a interpretação dos hidrogênios
equivalentes.
53
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
O comportamento térmico do TFK foi avaliado a partir da perda de
massa em função do aumento da temperatura (Figura 5.4). O estudo
termogravimétrico teve como intuito observar a que temperatura matéria
orgânica do TFK se decompõe formando um composto de potássio estável.
A curva de decomposição térmica mostra que a primeira perda de
massa (50–200ºC) associada ao pico endotérmico 140 °C é atribuída a água
fisissorvida na superfície formando um composto anidro e instável. A
formação do composto de potássio ocorre em uma única etapa entre 400–
450 ºC com a decomposição da matéria orgânica (pico endotérmico 420 °C),
mas, porém ainda instável até 750 ºC, sendo que logo em seguida temos
um patamar indicando que o composto é estável (Figura 5.4).
TGA
DTA
0
100
-8
-16
80
-24
70
DTA (v)
TGA (%)
90
-32
60
50
100
200
300
400
500
600
700
-40
800
Temperatura (°C)
Figura 5.4. Curva da Análise Termogravimétrica ( TGA) e Análise Térmica
Diferencial (
DTA) do TFK.
54
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
5.1.2. Caracterização do TFK Formado Após Calcinação
Para obtenção da fase ativa o TFK foi calcinado a 750 °C durante 6 h,
onde a temperatura de calcinação foi estabelecida pela a análise térmica
(Figura 5.4), para obtenção do composto de potássio estável. Para
certificar dos elementos constituintes do material calcinado foi utilizada a
técnica de FRX (Tabela 5.1.).
Tabela 5.1. Análise quantitativa de Fluorescência de raios-X da fase ativa
calcinada em massa.
Análise
Resultados
(%)
K
67,7
C
31,7
Si*
0,4
Na*
<0,1
Al*
<0,1
Fe*
<0,1
*valores em % relacionado provavelmente ao material do cadinho utilizado para a
calcinação.
Na
calcinação
do
TFK
a
matéria
orgânica
se
decompõe
provavelmente na forma de CO2 e como foi relatado em MAIA et al. 2003,
a inserção de CO2 no retículo cristalino pré-existente do óxido metálico,
provoca uma expansão do mesmo, ou seja, a energia necessária para a
expansão é compensada pela energia liberada na combinação do íon óxido
com o CO2 formando íon CO32-, como o ambiente em que o TFK foi
calcinado não era uma atmosfera oxidante, essa hipótese é aceita. Então
o composto obtido da calcinação do TFK pode ser o carbonato de potássio
(K2CO3) denominado como fase ativa, logo para comprovar a estrutura
obtida após a calcinação do TFK precisa-se de mais técnicas.
55
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
Partindo da hipótese de que o íon isolado CO32- possui uma simetria de
D3h com 3N – 6 = 6 modos normais de vibração, distribuídos nas seguintes
representações irredutíveis:
, observa-se que o ânion
isolado mostra quatro modos de vibração: estiramento simétrico (
representado por
plano (
C-O)
, em aproximadamente 1060 cm-1; estiramento fora do
(CO3)2-) representado por
, em aproximadamente 880 cm-1;
estiramento degenerado assimétrico (
C-O) representado por
, em
aproximadamente 1395 cm-1 e um modo de deformação degenerado
assimétrico (
C-O) representado por
, em aproximadamente 686 cm-1
(FROST et al., 2008; BATES et al., 1972; OLIVEIRA et al., 2009). No entanto
tem sido observado que quando o metal se coordena ao íon (CO3)2- há uma
redução
de simetria para C2v, na qual a representação
irredutível
duplamente degenerada ( ’) do íon livre (CO3)2- é dividida em duas
componentes
e
(OGDEN et al., 1981). Na Tabela 5.2.,
observa-se onde esses estiramentos absorvem no espectro na região do
infravermelho.
Tabela 5.2. Representações irredutíveis para simetria C 2v do K2CO3
(Adaptado de OGDEN et al., 1981).
Vibrações de K2CO3 ativa no
-1 (**)
IV e Raman (cm )
Representações irredutíveis
(C2v)
~1471,6
~1317,4
~1010,1
~869,8*
~690,7
*no Raman a detecção desse pico ocorre em soluções de K 2CO3 muito
concentradas (RUDOLPH et al., 2008), ** (NYQUIST et al., 1971).
56
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
O espectro de IV do TFK calcinado (fase ativa) obtido da reação de
despolimerização da garrafa PET mostra a existência de todas as
vibrações apresentadas na Tabela 5.2.
No espectro de IV (Figura 5.5.), é identificada a presença do íon
(CO3)2-. O íon (CO3)-2, a partir das bandas 1445 cm-1 e 1367 cm-1(
1062 cm-1 (
C-O), 883 cm-1 (
(CO3)2-), 706 cm-1 (
C-O),
C-O). Uma banda
de absorção larga e intensa em 3236 cm-1 indica a presença de grupo
hidroxila (
O-H) e em 1662 cm-1 (
H2O), já o pico de 2279 cm-1 é
provavelmente devido à presença de bicarbonato de potássio (KHCO3).
4000
3500
d C-O
2-
 (CO3)
d C-O
 O-H
s C-O
H2O
Intensity (u.a.)
Infravermelho do K2CO3
3000
2500
2000
1500
1000
500
-1
 (cm )
Figura 5.5. Infravermelho do K2CO3 (fase ativa) obtido da calcinação do TFK.
Corroborando com os dados do infravermelho, observa-se no
espectro Raman um pico bem acentuado característico do estiramento
simétrico do íon carbonato
(C-O))
em 1061 cm-1 (Figura 5.6.a),
duas bandas com mesma intensidade referente a estiramento assimétrico
(
C-O)
em 1423 – 1437 cm-1 (Figura 5.6.c) e outras duas bandas com
mesma intensidade decorrentes da deformação degenerada assimétrica
(
C-O)
em 675 – 699 cm-1 (Figura 5.6.b).........................................
57
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
Espectro Raman K2CO3
s (C-O)
e'
a1'
c)
1423
Espectro Raman K2CO3
670
680
690
700
710
720
Intensity (a.u.)
660
730
-1
(cm )
1024
650
d (C-O)
1437
d (C-O)
699
675
Intensity (a.u.)
Intensity (a.u.)
Espectro Raman K2CO3
1061
b)
a)
1410
1415
1420
1425
1430
1435
1440
1445
1450
-1
(cm )
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
-1
(cm )
Figura 5.6. Espectro Raman da fase ativa na região de a) 550- 1600 cm-1, b) 650-730 cm-1 e c) 1410-1450 cm-1.
58
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
Como previsto, as representações
,
são ativas e a representação
inativa no Raman (BATES et al., 1972) comprovando que o material é
um carbonato. O pico em 1024 cm-1 de baixa intensidade é devido à
presença de KHCO3. Pela intensidade do pico em 1060 cm-1 é deduzido que
o teor de íons (CO3)2- é maior que o íon (HCO3)- (Figura 5.6.a). O alto teor
de água visto no espectro de IV para o K2CO3 (Figura 5.5.) proporciona
um equilíbrio químico através da reação de hidrolise (RUDOLPH et al.,
2008), Equação (2), reagindo com o íon (CO3)2- formando o íon
bicarbonato (HCO3)-.
(CO3)2- + H2O
HCO3- + OH-
(2)
Considerando esse equilíbrio, é possível calcular quantitativamente o
teor de KHCO3. RUDOLPH et al., 2007, reporta que pela razão das
intensidades dos dois picos em 1061 cm-1 referente ao estiramento
simétrico (
C–O) do íon (CO3)2- e o pico em 1024 cm-1 referente ao
estiramento assimétrico
a
(CO–H) do íon (HCO3)-, como é observado na
Equação (3) calcula-se quantitativamente o teor de KHCO3.
(3)
O difratograma de raios-X do K2CO3, mostrado na Figura 5.7., tem
uma estrutura complexa, provavelmente devido à formação de bicarbonato
pela água contida no meio como foi mostrado no IV e no Raman. São
observadas linhas de difração de maior intensidade em 2 = 30,8° e 31,6°
que podem ser respectivamente atribuídas aos planos (0 3 1) e (1 3 0) da
ficha JCPDS 87-0730 do K2CO3 monoclínico. Esse resultado indica que o
K2CO3 sintetizado a partir do TFK é organizado a longo alcance mostrando
ser bem cristalino.
59
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
Difratograma de Raios-X do K2CO3
Intensity (u.a.)
**
*
*
*
* **
*
*
*
10
20
30
** * * *
40
50
*
*
60
70
80
2
Figura 5.7. Difratograma de Raios-X da fase ativa (K2CO3), onde (*) está
relacionado com os picos do K2CO3.
5.1.3. Caracterização do Suporte Catalítico Ativado
O poliedro da sílica gel (SiO4) possui uma simetria
modos
normais
de
vibração
que
são
distribuídos
,
no
e 3N – 6 = 9
nas
seguintes
representações
irredutíveis:
qual
só
as
representações
são ativas no IV segunda a Regra de Seleção (COTTON,
1990; Nakomoto, 2009 ).
No espectro de absorção do IV (Figura 5.8.) da sílica gel
submetida a tratamento térmico (450 º C/4 h), observa-se dois picos
intensos
relacionados
siloxanos (
aos
estiramentos
assimétricos
dos
grupos
Si-O-Si) em 1200 e 1100 cm-1 (PAI et al., 1986); uma
banda relacionada ao estiramento silanol (
Si-OH) em 900 cm-1; uma
banda em 920 cm-1, atribuída ao estiramento simétrico dos grupos
60
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
siloxanos (
Si-O-Si); um pico relacionado à vibração (
O-Si-O) em
480 cm-1, uma banda em torno de 1650 cm -1 atribuída às vibrações
angulares das moléculas de água (
H2O) que pode estar adsorvida na
superfície e outra banda larga entre 3750 - 3000 cm-1 atribuída também
a água remanescente adsorvida na superfície (PRADO et al., 2005;
KAYABA et al., 2011; VASCONCELOS et al., 2007).
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
 O-Si-O
 Si-OH
s Si-O-Si
as Si-O-Si
as Si-O-Si


Intensity (u.a.)
Infravermelho da SiO2
500
-1
(cm )
Figura 5.8. Espectro na região do infravermelho da sílica gel usada como
suporte catalítico.
O difratograma da sílica gel (Figura 5.9.) após tratamento térmico
(450 º C/4 h) exibe um padrão amorfo em
, como é descrito na
literatura (GUI-MEI et al., 2009), ou seja, a estrutura está desorganizada
a longo alcance.
61
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
Difratograma da SiO2
Intensity (u. a.)
22°
10
20
30
40
50
60
70
80
2
Figura 5.9. Difratograma de raios-X da sílica gel utilizada como suporte
catalítico.
5.1.4. Caracterização dos Catalisadores Impregnados
Dentre os diversificados métodos de incorporação do catalisador ao
suporte, a impregnação úmida é o método que será adotado para a
preparação dos catalisadores nesse trabalho. A impregnação consiste em
impregnar o suporte com uma solução do componente ativo, evaporar o
solvente e em seguida, calcinar a fim de decompor o sal depositando
assim o catalisador em toda superfície do suporte (CIOLA, 1983).
Uma banda ampla centrada em aproximadamente 2 = 22° indicada
por (#) comprova o carácter amorfo da sílica gel após impregnação (GUIMEI et al., 2009; KALAPATHY et al., 2000). Percebe-se que a medida que
aumentamos a concentração de fase ativa, vai surgindo picos de difração
referente ao K2CO3, indicados por (*) (Figura 5.10.).
62
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
Os difratogramas mostrados na Figura 5.10., confirma que o
método de impregnação foi eficaz, sabendo que o K2CO3 não se decompõe
na temperatura de calcinação (450 º C) após a reação de impregnação
(STERN et al., 2000).
#
SiO2
10%-K2CO3/90%-SiO2
#
20%-K2CO3/80%-SiO2
30%-K2CO3/70%-SiO2
40%-K2CO3/60%-SiO2
#
50%-K2CO3/50%-SiO2
K2CO3
Intensity
**
**
**
a)
10
20
30
40
50
60
70
2
Figura 5.10. Difratogramas de raios-X dos materiais, ( ) sílica gel, ( )
catalisador suportando com 10%-K2CO3, ( ) catalisador suportado com 20%K2CO3, ( ) catalisador suportado com 30%-K2CO3, ( ) catalisador suportado
com 40%-K2CO3, ( ) catalisador suportado com 50%-K2CO3 e ( ) K2CO3.
O efeito da adição da fase ativa na superfície da sílica gel é
observado também no IV apresentado na Figura 5.11.(a), Observa-se a
evidencia dos picos da fase ativa nas regiões de 1100 a 1000, 950 a 900 e
800 a 700 cm-1 que caracterizam, respectivamente, as regiões de absorção
das ligações
Si-O-Si, ligações
Si-OH e a ligação
Si-O-Si. As
intensidades dos picos correspondentes à ligação Si-O-Si (~1081 cm-1) e a
63
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
ligação Si-O-Si (~820 cm-1) fornecem informações sobre a efetividade de
introdução da fase ativa na superfície da sílica gel (PEREIRA et al., 1999).
Na ampliação da Figura 5.11.(b), a partir da linha vertical vermelha,
observa-se que com o incremento da fase ativa há uma mudança significativa
na banda de absorção da ligação Si-O-Si (~820 cm-1), com um deslocamento
para menores números de onda (nos catalisadores de 10%-K2CO3/90%-SiO2,
20%-K2CO3/80%-SiO2 e 30%-K2CO3/70%-SiO2), o deslocamento dessas
bandas pode estar relacionado à ligação entre o catalisador e o suporte, além
desse alargamento há uma diminuição da intensidade. O mesmo acontece
para a banda de absorção da ligação Si-O-Si (~1081 cm-1), acompanhando a
linha vertical cinza. Corroborando com os difratogramas, a partir do
catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2 é observada a presença da fase ativa
pelo surgimento das bandas entre 1470 - 1360 cm-1 identificada pela linha
vertical amarela, referente ao modo de vibração
C-O, nos catalisadores de
40%-K2CO3/60%-SiO2 e 50%-K2CO3/50%-SiO2 essas mesmas bandas ficam
mais acentuadas e novos bandas surgem no IV em torno de 886 cm-1 (
(CO3)2-) acompanhado pela linha vertical verde e 670 cm-1 (
C-O)
acompanhado pela linha vertical azul (Figura 5.11.b)........................
64
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
b)
SiO2
10%-K2CO3/90%-SiO2
20%-K2CO3/80%-SiO2
30%-K2CO3/70%-SiO2
a)
40%-K2CO3/60%-SiO2
50%-K2CO3/50%-SiO2
SiO2
K2CO3
Intensity
Intensity
10 %
20 %
30 %
40 %
50 %
K2CO3
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
-1
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
 (cm )
-1
 (cm )
Figura 5.11. Espectro na região do infravermelho dos materiais, a)( ) sílica gel, ( ) catalisador suportando com 10%K2CO3/90%-SiO2, ( ) catalisador suportado com 20%-K2CO3/80%-SiO2, ( ) catalisador suportado com 30%-K2CO3/70%SiO2, ( ) catalisador suportado com 40%-K2CO3/60%-SiO2, ( ) catalisador suportado com 50%-K2CO3/50%-SiO2, ( )
K2CO3 e b) ampliação da região entre 400-1800 cm-1.
65
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
A MEV fornece as informações sobre a composição morfológica dos
catalisadores (Figuras 5.12 a 5.20). As fotomicrográfias Figura 5.13.(a) e
Figura 5.14.(a) no modo de elétrons secundários (SE) possibilitam a
visualização da topografia dos catalisadores, mostrando que a fase ativa
(K2CO3) nos catalisadores de 30%-K2CO3/70%-SiO2 e 50%-K2CO3/50%-SiO2
foram efetivamente depositados sobre o suporte catalítico de forma
homogênea.
À medida que se aumenta a porcentagem de fase ativa no suporte
catalítico observa-se o surgimento de agulhas (Figura 5.13.(a),
Figura 5.14.(a)) em toda a superfície catalítica, indicando a existência
de K2CO3 como descrito na literatura (ZHAO et al., 2010). O catalisador
10%-K2CO3/90%-SiO2 (Figura 5.12.(a)) não mostra as agulhas como
no restante podendo ser devido à pequena porcentagem de fase ativa
existente.
A Figura 5.13.(a) no modo de elétrons retroespalhados (BSD),
permite a diferenciação de fases através de contraste de tons de cinza em
função dos números atômicos, como é visto na região ampliada (Figura
5.13.(c)) referente ao catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2, constatando
a deposição da fase ativa na superfície do suporte catalítico (SiO2). Como
os metais envolvidos são de números atômicos próximos, as tonalidades
de cinza nas fotomicografias não são muito diferenciadas. Assim, as
regiões mais claras são devido ao K2CO3 (K, metal mais leve) e as regiões
mais escuras ao suporte SiO2 (Si, sendo o metal mais pesado).
Nos catalisadores de 10%-K2CO3/90%-SiO2 (Figura 5.12.(b)) e
50%-K2CO3 (Figura 5.14.(b)), esse contrate não é muito evidenciado,
devido à pouca ou excesso de fase ativa.
66
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
a)
b)
Figura 5.12. Fotomicografia do catalisador de 10%-K2CO3/90%-SiO2, a) no
modo de (SE) e b) no modo (BSD).
67
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Souza, J. K. D.
c)
a)
a)
)
b)
Figura 5.13. Fotomicografia do catalisador de 30%K2CO3/70%-SiO2, a) no modo (SE), b) no modo
(BSD) e c) ampliação da região em vermelho do
modo (BSD) comprovando da deposição do precusor.
68
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
a)
b)
Figura 5.14. Fotomicografia do catalisador de 50%-K2CO3/50%-SiO2, a) no
modo (SE) e b) no modo (BSD).
69
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Com MEV-EDS, é possivel determinar pontualmente a presença
dos elementos que constituem o material. O mapeamento foi feito
para o potássio (K), carbono (C) e oxigênio (O), nos catalisadores de
20%-K 2 CO 3 /80%-SiO 2 e 30%-K 2 CO 3 /70%-SiO 2 . Nas Figuras 5.16.
(a), (b), (c), (d) e Figura 5.18. (a), (b), (c), (d), são mostrados
nas
fotomicrografias
superfície
do
a
sistema
distribuição
catalítico,
desses
também
elementos
sobre
a
confirmada
com
as
fotomicrografias feitas em (SE) (Figura 5.15. e Figura 5.17).
Como o suporte catalitico também é constituido por O (oxigênio)
observa-se que esse elemento é muito abundante em toda superfície
catalítica.
Figura 5.15. Área do catalisador de 20%-K2CO3/70%-SiO2 que foi mapeada.
70
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
a)
c)
b)
d)
Figura 5.16. Mapeamento dos elementos que constitui o catalisador de 20%K2CO3/80%-SiO2; a) mapeamento do C, b) mapeamento do O, c) mapeamento
do K e d) mapeamento do Si.
71
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Figura 5.17. Área do catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2 que foi mapeada.
a)
b)
72
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
c)
d)
Figura 5.18. Mapeamento dos elementos que constitui o catalisador de 30%K2CO3/70%-SiO2; a) mapeamento do C, b) mapeamento do O, c) mapeamento
do K e d) mapeamento do Si.
No espectro obtido por microanálise de raios-X (EDS) é possível
confirmar os elementos da fase ativa sobre o suporte catalítico, ao
observar a Figura 5.19, nota-se que o pico referente ao K (potássio)
é mais intenso do que o pico do K (potássio) apresentado na Figura
5.20 indicando que o catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2 contém
mais K ( potássio) em sua composição do que catalisador de 20% K2CO3 /80%-SiO2 , confirmando mais uma vez
que o
método
de
impregnação utilizado para os catalisadores foi efetivo. O mesmo
acontece para Si na Figura 5.20, com a intensidade de pico menor do
que a da Figura 5.19.
73
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Figura 5.19. Espectro obtido do catalisador de 20%-K2CO3/70%-SiO2 por
microanálise de raios-X.
Figura 5.20. Espectro obtido do catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2 por
microanálise de raios-X.
A sílica gel tem uma alta porosidade e grande área superficial onde
seus grupos silanóis (Si-OH) são responsáveis pela as modificações na
superfície da sílica gel (PRADO et al., 2005). À medida que se acrescenta
fase ativa na superfície da SGAT os sítios ativos ácidos são ocupados pela
fase ativa.
74
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Observa-se na Tabela 5.3., que a sílica gel após tratamento
térmico tem uma alta área superficial. Com o aumento de fase ativa na
superfície catalítica, há uma diminuição da área superficial e no diâmetro
de poro devido à ocupação dos sítios ativos ácidos da sílica gel que antes
não eram ocupados. A medida da área superficial nos dá mais uma
comprovação da efetividade da técnica utilizada para a impregnação da
fase ativa no suporte catalítico.
Tabela 5.3. Área superficial e tamanho de partícula.
Catalisadores
Diâmetro de
(m2g-1)
poro (nm)
SiO2 (SGAT)
3,90.102
2,32
10%-K2CO3/90%-SiO2
4,10.101
2,25
20%-K2CO3/80%-SiO2
1,39.10
1
2,11
30%-K2CO3/70%-SiO2
3,78
2,12
40%-K2CO3/60%-SiO2
N
N
50%-K2CO3/50%-SiO2
3,10
1,82
*n – não determinada
5.2. Caracterização do Óleo de Soja e dos Biodieseis
5.2.1. Caracterização do Óleo de Soja
A espectroscopia de RMN
1
H foi utilizada na investigação dos
triacilglicerídeos presentes no óleo de soja quanto aos diferentes ambientes
químicos dos seus prótons, representados na Figura 5.21.
Estudos de cromatografia gasosa determinaram a composição de ácidos
graxos referente ao óleo de soja comercial adotado como matéria-prima na
produção do biodiesel. De acordo com esses estudos, o ácido graxo com a
maior concentração foi o ácido Linoleico (9,12-Octadecadienóico) com 54,40 %
75
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
na matriz do óleo de soja, seguido do ácido Oléico (9-Hexadecenóico) com
27,80 %, ácido Palmítico (Hexadecanóico) com 11,98 %, ácido Esteárico
(Octadecanóico) com 4,24 % (CANDEIA, 2008). Então, tem-se abaixo uma das
prováveis estruturas do triacilglicerídeo (Figura 5.21.).
Figura 5.21. Provável estrutura do triacilglicerídeo com prótons em diferentes
ambientes químicos (R1 = cadeia alquílica do ácido Linoléico).
Diante da provável estrutura do triacilglicerídeo, pode-se observar a
presença
dos
grupos
característicos
e
seus
respectivos
químicos do triacilglicerídeo partindo de um espectro de RMN
ambientes
1
H. Estão
tabelados abaixo (Tabela 5.4.), nove conjuntos de sinais que estão
associados
aos
grupos
característicos
da
provável
estrutura
do
triacilglicerídeo e o deslocamento químico ( ) em seus respectivos
ambientes químicos (GHESTI et al., 2006; SILVERSTAIN et al., 2000). É
importante
esclarecer
que
esses
nove
conjuntos
de
sinais
estão
relacionados a os ambientes químicos e aos sinais do ácido linoleico, que
segundo CANDEIA (2008) é o ácido graxo majoritário no óleo de soja.
76
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Tabela 5.4. Conjunto de sinais e o
dos grupos característicos do ácido
linoleico.
Grupo
a) Hidrogênio
(ppm)
vinila
5,20 – 5,40 ppm
b) Hidrogênio metino
5,20 – 5,40 ppm
de olefina
da glicerina
c) Hidrogênio
metileno da glicerina
4,15 – 4,30 ppm
d) Hidrogênio
metilenos
dialila
(prótons
3,60 – 3,80 ppm
alílicos
internos)
e) Hidrogênio
metileno
do
2,20 – 2,40 ppm
1,85 – 2,15 ppm
-carboxílico
f) Hidrogênios
alílicos
dos
grupos
vizinhos
aos
carbonos
insaturados
g) Hidrogênio
grupos
dos
metilenos
1,45 - 1,65 ppm
vizinhos aos grupos CH2
alílicos
h) Hidrogênio
grupo
do
metilenos
1,15 - 1,40 ppm
vizinhos aos átomos de
carbono saturado
i)
Hidrogênio
do
0,80 - 1,0 ppm
grupo metilas terminais
77
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
A partir dos dados da Tabela 5.4. é possível determinar a presença
de triacilglicerídeos na matéria-prima de partida, ou seja do óleo de soja e
a ausência de sinais referente ao glicerol do triacilglicerídeos no produto,
juntamente com o aparecimento do sinal com
em 3,6 ppm que
caracteriza os ésteres metílicos ou etílicos (dependendo do álcool utilizado
na síntese), confirmando a obtenção do biodiesel.
No espectro de RMN
1
H do óleo de soja utilizado na reação de
transesterificação (Figura 5.23.), observa-se os sinais característicos dos
triacilglicerídeos
representados
no
por
intervalo
dois
de
4,0
duplo-dubletos
a
4,4
ppm.
referentes
Os
aos
sinais
são
hidrogênios
metilenos da glicerina (c), nos quais são desblindados por causa da
eletronegatividade do oxigênio. O intervalo de 5,1 a 5,5 ppm, corresponde
aos multipletos do hidrogênio metino da glicerina e aos hidrogênios vinila
dos carbonos olefinicos (a e b).
Observa-se também um tripleto mais blindado próximo a 0,9 ppm,
típico de hidrogênio de grupo metila terminais (i); próximo a 1,8 e 2,1
ppm, um tripleto representando os sinais dos hidrogênios alílicos dos
grupos vizinhos aos carbonos insaturados que são desblindados pela
anisotropia da ligação dupla, mas no entanto, como a ligação é a mais
distante o efeito é menor (f); um dupleto referente aos hidrogênios dos
grupos metilenos em torno de 1,1 a 1,4 ppm vizinho aos átomos de
carbono saturado (h); sinal dos hidrogênios metilenos (e) na posição
–
carbonila em torno de 2,2 a 2,3 ppm, desblindado por causa do efeito
anisotrópico da carbonila (C=O) do éster; um tripleto dos hidrogênios
metilenos dialila (prótons alílicos internos) (d) em torno de 2,6 a 2,8 ppm
e um tripleto dos hidrogênio dos grupos metilenos vizinhos aos grupos
CH2 alílicos (g) em torno de 1,4 a 1,7 ppm.
78
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
h
a, b
e
5
f
d
c
6
i
4
3
g
2
1
0
ppm
Figura 5.22. Espectro de RMN 1H do Óleo de Soja
A viscosidade do óleo de soja utilizado para todas as reações de
transesterificação foi de 32,2 mm2.s-1. A viscosidade de uma fonte graxa
é um parâmetro de importância para o processo de transesterificação na
síntese
do
biodiesel,
pois
óleos
muito
viscosos
dificultam
a
homogeneização com o alcóxido durante a transesterificação, requerendo
um maior cuidado em relação à agitação e temperatura (VASCONCELOS,
2009), a redução na viscosidade das fontes graxas funciona como um
indicativo prévio que a reação de transesterificação está realmente
acontecendo, ou seja, que os triacilglicerídios estão sendo transformados
em monoésteres, considerando que o óleo de soja é formado por
composição de ácidos graxos, nos quais apresentam maior viscosidade
que os ésteres que compõem o biodiesel, logo, quanto maior o percentual
de redução da viscosidade, maior será a probabilidade de ter ocorrido a
conversão do óleo em biodiesel ou outros produtos que podem ser
confirmados pela caracterização por cromatografia gasosa.
79
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
5.2.2. Caracterização dos Biodieseis
5.2.2.1. Reação de Transesterificação com o Suporte Catalítico
Chamamos de suporte de um catalisador o material que constitui a
maior parte do catalisador e que serve de base, suporte ou ligante do
constituinte ativo, mais que por si, possui pequena ou nenhuma atividade
em relação a reação considerada (CIOLA, 1981).
Com base nesse contexto, o suporte utilizado (sílica gel) foi
submetido
ao
impregnados
mesmo
para
ser
tratamento
utilizado
térmico
como
que
os
catalisador
catalisadores
na
reação
de
transesterificação durante 24 h. Essa reação teve como objetivo constatar
a atividade do suporte catalítico na reação de transesterificação, sabendo
que a sílica gel quando ativada termicamente exibe grupos ácidos.
O RMN
1
H (Figura 5.26.) após a reação de transesterificação
catalisada com o suporte catalítico comprova a SGAT é inativo para a
reação
de
transesterificação,
mostrado
os
mesmos
triacilglicerídios do óleo de soja no espectro de RMN
1
sinais
de
H, sedo assim
confiável a sua utilização como suporte catalítico. O espectro de RMN 1H
mostra que os hidrogênios metilenos (c) em torno de 4,15 – 5,35 ppm da
glicerina não desaparece e não há o surgimento do singleto em torno 3,6
ppm referente aos hidrogênios metílicos. Os dois espectros se sobrepõem
mostrando os mesmo sinais, confirmando que a reação não ocorreu.
Corroborando com o espectro de RMN
1
H, a viscosidade cinemática
também indica que o suporte catalítico não foi ativo na reação de
transesterificação, pois não houve nenhuma redução de viscosidade do
óleo de soja utilizado.
80
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Soja pura
Suporte
6
5
4
3
2
1
0
ppm
Figura 5.23. Espectro de RMN 1H do a)
- óleo de soja puro e b) - reação de
24h com o suporte catalítico.
5.2.2.2. Biodiesel Obtido a Partir da Reação de Transesterificação
com o K2CO3
A viscosidade do biodiesel aumenta com o comprimento da
cadeia carbônica e com o grau de saturação (KNOTHE, 2005) e tem
influência no processo de queima na câmara de combustão do motor
(LÔBO et al., 2009).
Como a fase ativa utilizada para impregnação no suporte catalítico
(SGAT) é K2CO3 comprovada por FRX, IV e Raman, espera-se que o
mesmo seja efetivo para a reação de transesterificação como proposto em
estudos realizado por FARIAS et al., 2007, então foi utilizando 0,5% de
K2CO3
derivado
da
garrafa
PET
como
catalisador
na
reação
de
transesterificação do óleo de soja com metanol.
81
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
A reação com o TFK calcinado (K2CO3) mostrou-se efetiva, pois
observa-se, a formação e separação do biodiesel (fase superior) e da
glicerina (fase inferior) (Figura 5.24.) com uma significativa redução de
viscosidade comparada com o óleo de soja de origem (32,2 mm2.s-1),
atingindo 6,8 mm2.s-1.
Figura 5.24. Produto da transesterificação com K2CO3 (TFK calcinado),
utilizando 0,5 % de catalisador.
5.2.2.3. Biodieseis Obtidos a Partir dos Catalisadores Impregnados
Para um catalisador, quando se aumenta a sua área de contato,
aumenta-se a quantidade de sítios catalíticos ativos que podem interagir
com o substrato e dar maiores rendimento reacionais.
Segundo CIOLA
(1981), a utilização de um suporte catalítico produz uma maior área
exposta para a fase ativa, e portanto, maior atividade catalítica quando a
fase ativa tem pouca área superficial ou produz igual área e atividade com
menos material.
A SGAT foi utilizada como suporte catalítico para o K2CO3 derivado
da garrafa PET. A reação de impregnação dos catalisadores foi feita
conforme descrito no item 4.2.1. Os catalisadores obtidos na reação de
impregnação foram testados na reação de transesterificação com óleo de
82
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
soja utilizando 6% de catalisadores em relação à massa de óleo de soja e
metanol.
Em todas as reações de transesterificação houve uma significativa
redução de viscosidade cinemática, seguindo as normas da ANP, dando
um indicativo prévio que o óleo utilizado se transformou em monoéteres
metílicos, com um curto tempo reacional exceto nas reações abaixo de 5 h
do catalisador de 10%-K2CO3/90%-SiO2 e abaixo de 3 h, para o
catalisador de 20%-K2CO3/80%-SiO2 (Figura 5.25.(a),(b)). Observou-se
que o pH dos biodieseis nas reações catalisadas com os catalisadores
10%-K2CO3/90%-SiO2,
20%-K2CO3/80%-SiO2
e
30%-K2CO3/70%-SiO2
são todos neutros, indicado possivelmente que a fase ativa não está no
meio reacional. Para os biodieseis catalisados com os catalisadores
40%-K2CO3/60%-SiO2 e 50%-K2CO3/50%-SiO2 o pH apresentou-se
acima de 9, sendo atribuído possivelmente, pela a maior quantidade de
fase ativa no meio reacional.
Os parâmetros da ANP foram excedidos,
mas à medida que o tempo reacional aumenta, há uma diminuição na
viscosidade mostrando uma dependência sobre o tempo reacional.
Tabela 5.5. Redução das viscosidades (%) do óleo de soja transesterificado com
os catalisadores otimizados.
Catalisador
1h
2h
3h
4h
5h
6h
12h
18h
24h
10%-K2CO3/90%-SiO2
no
no
no
no
80,8
79,2
86,3
84,2
85,4
20%-K2CO3/80%-SiO2
no
no
75,8
79,8
78,9
86,0
84,8
85,4
86,0
30%-K2CO3/70%-SiO2
88,2
86,3
87,0
87,9
86,7
86,7
86,7
87,6
86,3
40%-K2CO3/60%-SiO2
86,3
87,0
87,3
88,8
87,0
87,0
87,0
88,2
86,0
50%-K2CO3/50%-SiO2
86,3
86,3
88,8
86,7
86,3
86,3
87,0
86,3
84,5
*no: a reação não ocorreu redução de viscosidade.
Os catalisadores de 30%-K2CO3/70%-SiO2, 40%-K2CO3/60%-SiO2 e
50%-K2CO3/50%-SiO2 mostraram-se muito efetivos nas primeiras horas
de reação como visto nas Figura 5.25.(c),(d),(e). As reações com os
83
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
respectivos catalisadores não dependem apenas do tempo reacional, mas
também da quantidade de fase ativa e do suporte catalítico.
O emprego de diferentes proporções de fase ativa e suporte
catalítico foi sintetizar um catalisador para obter um biodiesel com a
viscosidade semelhante ao do diesel em um menor tempo reacional,
dando um indicativo prévio que o óleo de soja foi transesterificado em
ésteres metílicos. Como é observado na Tabela 5.5. e na Figura
5.25.(c), o catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2 apresentou a maior
redução de viscosidade com o menor tempo reacional.
84
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Viscosidade x Tempo (20%-K2CO3/80%-SiO2)
Viscosidade x Tempo (10%-K2CO3/90%-SiO2)
7,0
8,0
7,5
2 -1
Viscosidade (mm s )
a)
6,0
2
-1
Viscosidade (mm .s )
6,5
5,5
5,0
7,0
b)
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,5
4,0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
4,0
24
0
Tempo (h)
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Tempo (h)
Viscosidade x Tempo (30%-K2CO3/70%-SiO2)
4,4
Viscoidade x Tempo (40%-K2CO3/60%-SiO2)
4,6
4,4
4,3
4,2
2 -1
Viscosidade (mm s )
2
-1
Viscosidade (mm s )
2
4,1
4,0
c)
3,9
4,2
4,0
3,8
d)
3,6
3,8
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
2
4
6
8
Tempo (h)
10
12
14
16
18
20
22
24
Tempo (h)
Viscosidade x Tempo (50%-K2CO3/50%-SiO2)
5,0
2 -1
Vicosidade (mm s )
4,8
e)
4,6
4,4
4,2
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Tempo (h)
Figura 5.25. Comportamento da viscosidade em relação a o tempo de reação com os
seus respectivos catalisadores a) 10%-K2CO3/90%-SiO2, b) 20%-K2CO3/80%-SiO2,
c) 30%-K2CO3/70%-SiO2, d)40%-K2CO3/60%-SiO2 e e)50%-K2CO3/50%-SiO2.
85
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
5.2.2.3.1. Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de
Hidrogênio (RMN 1H)
A técnica analítica de RMN ¹H possibilitou identificar variações no
sinal dos hidrogênios metilenos da glicerina -O-H2C-CH- (c), sendo
empregada como um complemento para confirmar o processo da reação
de transesterificação dos triacilgliceróis presentes no óleo de soja, levando
a sua conversão em ésteres de ácidos graxos alquílicos ou monoéteres
metílicos.
Diante disto, foram selecionadas, para a análise de RMN 1H, uma
amostra para cada catalisador impregnado que teve mais eficácia, ou
seja, que apresentaram maiores reduções de viscosidade com o menor
tempo reacional, no qual estão dentro dos parâmetros da ANP. As reações
escolhidas com os respectivos catalisadores estão na Tabela 5.6.
Tabela 5.6. Reações selecionadas para análise de RMN 1H com suas respectivas
viscosidade, percentagem da redução de viscosidade e pH.
Catalisador
Tempo de
Viscosidade
Redução de
pH dos
reação
cinemática
viscosidade
Biodieseis
-1
(h)
(mm².s )
(%)
TFK calcinado (K2CO3)
1
6,8
78,89
nd*
10%-K2CO3/90%-SiO2
12
4,4
86,34
7
20%-K2CO3/80%-SiO2
6
4,6
86,02
7
30%-K2CO3/70%-SiO2
1
3,6
88,20
7
40%-K2CO3/60%-SiO2
1
4,4
86,30
9-10
50%-K2CO3/50%-SiO2
1
4,4
86,34
9-10
nd: não determinada.
Os sinais encontrados nos espectros de RMN
1
H dos biodieseis
formados (Figura 5.26) confirmam a conversão do óleo de soja em
monoésteres metílicos, pois os sinais referentes ao óleo de soja
identificados no RMN 1H (Figura 5.23) por
= 4,15 (dd), 4,30 (dd) e
86
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
5,35 (m) que caracterizam os hidrogênios do glicerol esterificado (c e d),
não aparecem nos espectros dos biodieseis obtidos. Além disso, é
observado o surgimento de um singleto em 3,6 ppm caracterizando os
ésteres metílicos formados, que corroboram as baixas viscosidades
apresentada por essas mesmas reações.
d
Soja pura
Fase ativa
10%-K2CO3
c
20%-K2CO3
30%-K2CO3
40%-K2CO3
50%-K2CO3
6
5
4
3
2
1
0
ppm
Figura 5.26. Espectros de RMN 1H do a)
catalisada com a fase ativa, c)
SiO2, d)
óleo de soja puro, b)
reação com o catalisador de 10%-K2CO3/90%-
reação com o catalisador de 20%-K2CO3/80%-SiO2, e)
catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2, f)
K2CO3/60%-SiO2 e g)
reação
reação com o
reação com o catalisador de 40%-
reação com o catalisador de 50%-K2CO3/50%-SiO2.
Nas reações de 12 h e 6 h catalisada por 10%-K2CO3/90%-SiO2 e
20%-K2CO3/80%-SiO2, o singleto em 3,6 ppm referente aos ésteres
metílicos são observados (Figura 5.26. retângulo sólido), mas em
contra partida os sinais dos hidrogênios do glicerol foram também
observados com menor intensidade, caracterizando que há existência de
87
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
óleo de soja nesse biodiesel corroborando com as suas respectivas
reduções de viscosidade que quando comparadas com as reduções de
viscosidade das demais reações, são um pouco mais elevadas.
As taxas de conversões em éteres metílicos foram bastante
satisfatórias, como vista na Tabela 5.7. Houve uma redução significativa
de viscosidade e uma ótima taxa de conversão em ésteres metílicos.
Então, sabendo que a fase ativa é efetiva na reação de transesterificação,
esperava-se que os catalisadores suportados fossem mais efetivos, pois
possuem uma maior área superficial.
A taxa de conversão em ésteres metílicos corrobora com a redução da
viscosidade cinemática para os catalisadores impregnados obtendo até
96,08% de ésteres metílicos para o catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2
com 1 h de reação que foi a maior taxa de conversão em ésteres metílicos.
Em alguns catalisadores, a taxa de conversão em ésteres metílicos foi
inferior à taxa de conversão catalisada com a fase ativa, mas mesmo nessas
condições obteve-se uma boa redução de viscosidade (Tabela 5.7.).
Tabela 5.7. Taxa de conversão das reações catalisada com a fase ativa e todos os
catalisadores impregnados, com seu tempo de reação e as áreas das integrais dos
picos dos hidrogênios metílicos e dos hidrogênios metilenos da -carbonila.
Catalisador
Tempo de
- singleto
reação (h)
em 3,6 ppm
- tripleto
em 2,25 ppm
Taxa de
conversão
(%)
Fase ativa (K2CO3)
1
0,95
0,69
91,79
10%-K2CO3/90%-SiO2
12
0,73
0,66
73,74
20%-K2CO3/80%-SiO2
6
0,94
0,68
92,16
30%-K2CO3/70%-SiO2
1
0,98
0,68
96,10
40%-K2CO3/60%-SiO2
1
0,97
0,68
95,10
50%-K2CO3/50%-SiO2
1
1,82
1.29
94,06
88
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
5.3. Identificação do Melhor Catalisador
5.3.1. Testes dos Parâmetros de Qualidade
Para garantir a qualidade do biodiesel é necessário estabelecer
padrões de qualidade, objetivando fixar teores limites dos contaminantes
que não venham prejudicar a qualidade das emissões da queima, bem
como o desempenho, a integridade do motor e a segurança no transporte
e manuseio (LÔBO et al., 2009).
Com base nos estudos de viscosidade cinemática foi escolhido dentre
de todos os biodieseis sintetizados, o que obteve a maior redução de
viscosidade, maior taxa de conversão em ésteres metílicos com o menor
tempo reacional. Então como foi supracitado, o biodiesel com esses
requisitos foi o 1 h catalisado com o catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2,
nomeado como Bio 1h-30%. Alguns testes de qualidades foram impostos
ao Bio 1h-30% para análise de sua especificação perante os parâmetros
de qualidade propostos pela ANP.
Os parâmetros de
qualidade
para
a amostra
Bio 1h-30%,
apresentada na Tabela 5.8., estão em conformidade estabelecida pela
Resolução N° 7/2008 da ANP, exceto para a estabilidade à oxidação de
4,46 h, que esta fora das especificações da ANP, no qual é uma
característica do biodiesel do óleo de soja devido a presença de ácidos
graxos instaurados.
Os parâmetros apresentados de PEFF (que é a temperatura em que
o combustível perde a filtrabilidade quando resfriado), PN (que é a
temperatura do combustível em um processo de resfriamento, onde se
observa formação dos primeiros cristais) e PF (que é a temperatura em
que o combustível perde sua fluidez quando sujeito a resfriamento) são de
grande interesse, pois estas informações são de grande importância para
avaliar a aplicabilidade desse combustível em regiões de clima frio.
89
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
Tabela 5.8. Testes dos parâmetros de qualidade do Bio 1h-30%.
Característica
Bio 1h (30%-
Método
Especificações
K2CO3/70%-SiO2)
Viscosidade
3,8
cinemática
Massa específica,
kg.m
870,2
da ANP
ABNT NBR
3,0-6,0
10441
(mm2.s-1)
ABNT NBR7148
850-900
-3
Teor de água,
(20 °C)
976
ASTM D 6304
----
-7
ABNT NBR
19
mg/kg
PEFF, °C
14747
PN, °C
-2
ASTM D 2500
---
PF, °C
-4
ASTM D 97
---
4,46
EM 14112
6
Estabilidade à
oxidação a 110°C –
Rancimat, h
5.4. Estudos de Pós-Reação Realizados no Catalisador Bio 1h-30%
5.4.1. Estudo de Lixiviação do Catalisador UTILIZADO na síntese
do Bio 1h-30%
A reação que mais se destacou nesse trabalho foi o Bio 1h-30%,
pois teve uma redução de viscosidade significativa 88,2 %, uma alta taxa
de conversões em monoésteres metílicos 96,1 % com o menor tempo
reacional e pH neutro, então estudos foram feitos para discutir a possível
lixiviação do K2CO3 na reação de transesterificação do Bio 1h-30% pósreação para o catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2.
Observa-se no espectro de infravermelho que há um possível
fenômeno de lixiviação ou desativação do catalisador para o meio reacional.
As linhas verticais em azul indicam o possível fenômeno de lixiviação ou
desativação, pela redução das bandas em 1445 - 1367 cm-1 (
C-O), com o
90
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
aumento, concomitante das bandas em torno de 1000 cm-1 que pode ser
atribuída ao suporte catalítico (Figura 5.27.), conforme foi também
observado no trabalho proposto por ALONSO et al., 2007 utilizando as
mesma condições de síntese e o K2CO3 como catalisador.
Intensity (u.a)
Antes
Depois
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
-1
(cm )
Figura 5.27. Espectro no infravermelho do catalisador 30%-K2CO3/70%SiO2 antes e depois da reação de transesterificação.
A Figura 5.28. mostra o DRX do catalisador 30%-K2CO3/70%-SiO2
antes e depois da reação de transesterificação, corroborando com o resultado
apresentado na Figura 5.27., onde é observado o possível fenômeno de
lixiviação ou desativação do catalisador, com o desaparecimento dos picos (*)
de maior intensidade em 2
reação
de
= 30,81° e 31,64° atribuídos aos K2CO3 após a
transesterificação,
apresentado
um
aspecto
mais
amorfo
característico do suporte catalítico (SiO2).
91
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
300
Antes
Depois
250
*
*
Intesity (u.a.)
200
150
100
50
0
10
20
30
40
50
60
70
80

Figura 5.28. Difratogramas de raios-X do catalisador 30%-K2CO3/70%-SiO2
antes e depois da reação de transesterificação.
5.4.2. Experimento de Reuso do Catalisador Utilizado na Síntese do
Bio 1h-30%
Experimento de reuso do catalisador utilizado na obtenção do Bio 1h30% foi feito nas mesmas condições, no qual foi observada uma redução
na taxa de conversão que provavelmente é atribuído à lixiviação ou
desativação do catalisador (ALONSO et al., 2007).
Mesmo com a redução da taxa de conversão ainda obtém-se uma
conversão significativa em biodiesel que foi da ordem de 64,19%, coerente
para a medida de viscosidade cinemática que foi de 6,3 mm2.s-1. A Figura 5.
29. mostra o espectro de RMN
1
H do biodiesel obtido na reação de
transesterificação reutilizando o catalisador da reação Bio-1h-30%, no
espectro são observados tanto os sinais de deslocamentos característicos do
biodiesel como também é observado os sinais da glicerina, indicando que nem
92
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Souza, J. K. D.
todo potássio foi possivelmente lixiviado, ou seja, que pode coexiste os
dois fenômenos de catálise heterogênea e homogênea ou que o
catalisador não foi totalmente desativado, suposições que só podem ser
solucionadas com a ajuda de técnicas que identifique e quantifique, a
existência de potássio no biodiesel, como as técnicas de absorção atômica
ou FRX para identificar a espécie lixiviada ou a desativação do catalisador.
Figura 5.29. Espectro de RMN 1H da reação de transesterificação reutilizando o
catalisador de 30%-K2CO3/70%-SiO2.
93
94
CONCLUSÃO
Souza, J. K. D.
6.
CONCLUSÃO
A síntese de catalisadores ou fase ativa para a produção de biodiesel
através do PET de garrafas é possível. Partindo de uma reação
despolimerização consegue-se obter o sal de potássio do ácido tereftálico
(TFK). E na decomposição da fase orgânica do TFK obtém-se K2CO3.
O ancoramento da fase ativa no suporte catalítico é efetivo. Os
catalisadores de 30%-K2CO3/70%-SiO2, 40%-K2CO3/60%-SiO2 e 50%K2CO3/50%-SiO2 têm praticamente a mesma atividade catalítica.
O catalisador 30%-K2CO3/70%-SiO2 teve a maior taxa de conversão
de em ésteres metílicos e maior redução da sua viscosidade, com o menor
tempo reacional (1 h). Por consequência desse desempenho, mostrou-se
ser o melhor catalisador sintetizado.
O estudo do catalisador do Bio 1h-30% pós-uso, indica uma possível
lixiviação da fase ativa do catalisador para o meio reacional, demostrando
uma possível catálise homogênea e/ou uma desativação do catalisador,
entretanto a reutilização do catalisador foi efetiva na redução da
viscosidade e na taxa de conversão do óleo de soja em ésteres metílicos.
Os parâmetros apresentados de PEFF (que é a temperatura em que
o combustível perde a filtrabilidade quando resfriado), PN (que é a
temperatura do combustível em um processo de resfriamento, onde se
observa formação dos primeiros cristais) e PF (que é a temperatura em
que o combustível perde sua fluidez quando sujeito a resfriamento) são de
grande interesse, pois estas informações são de grande importância para
avaliar a aplicabilidade desse combustível em regiões de clima frio.
Os parâmetros de qualidade do biodiesel para a reação Bio 1h-30%
estão dentro dos padrões da ANP, exceto a estabilidade oxidativa segundo
o teste do Rancimat, o que é característico do biodiesel do óleo de soja.
95
CONCLUSÃO
Souza, J. K. D.
96
PROPOSTAS FUTURAS
Souza, J. K. D.
7. PROPOSTAS FUTURAS
 Investigar se tem potássio no biodiesel través de absorção atômica
e FRX para comprovar ou não o fenômeno de lixiviação;
 Propor um mecanismo para reação de transesterificação com o
catalisador sintetizado;
 Otimizar proporções de fases ativa e suporte catalítico menores do
que a utilizada para a síntese do catalisador 10%-K2CO3/90%-SiO2;
 Otimizar quantidades menores do que 6% em relação a massa do
óleo de soja utilizado na reação de transesterificação com metanol;
 Realizar reações do óleo de soja com metanol sob pressões maiores
que
1
atm
para
uma
melhor
performance
do
processo
de
transesterificação.
97
98
REFERÊNCIAS
Souza, J. K. D.
8. REFERÊNCIAS
ABREU, F. R.; LIMA, D. G.; HAMÚ, E. H.; WOLF, C.; SUAREZ, P. A. Z.;
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ARZAMENDI, G.; ARGUIÑARENA, E.; CAMPOS, I.; ZALABA, S.; GANDÍA, L.
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REFERÊNCIAS
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110
ANEXOS
Souza, J. K. D.
111
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Espectros de RMN 1H dos biodieseis com suas respectivas área de
integral.
 Reação de transesterificação com a fase ativa (K2CO3) com 1 h.
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.32 (m, 3H), 3.63 (s, 3H), 2.74 (t, J = 6.0
Hz, 2H), 2.27 (t, J = 7.5 Hz, 2H), 2.00 (m, 2H), 1.57 (t, J = 13.7, 6.8 Hz,
2H), 1.25 (d, J = 10.1 Hz, 2H), 0.86 (m, 3H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.41, 5.38, 5.36, 5.35, 5.33, 5.31, 5.28,
5.26, 5.22, 3.63, 2.77, 2.74, 2.71, 2.31, 2.27, 2.23, 2.03, 2.00, 1.97,
1.80, 1.62, 1.59, 1.55, 1.52, 1.28, 1.22, 0.98, 0.94, 0.91, 0.88, 0.86,
0.85, 0.83, 0.82, 0.80, 0.76
112
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Reação de transesterificação com o catalisador de 10%-K2CO3/90%SiO2, com 12 h.
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.31 (m, 1H), 4.18 (ddd, J = 17.8, 11.9, 5.1
Hz, 1H), 3.62 (s, 1H), 2.73 (t, J = 6.0 Hz, 1H), 2.26 (t, J = 7.5 Hz, 1H),
1.99 (m, 1H), 1.58 (m, 1H), 1.24 (d, J = 10.0 Hz, 6H), 0.84 (m, 1H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.41, 5.37, 5.35, 5.34, 5.32, 5.30, 5.27,
5.25, 5.21, 4.31, 4.28, 4.25, 4.23, 4.14, 4.11, 4.08, 4.06, 3.62, 2.76,
2.73, 2.70, 2.30, 2.26, 2.22, 2.02, 1.99, 1.96, 1.61, 1.58, 1.54, 1.27,
1.22, 0.97, 0.93, 0.87, 0.85, 0.84, 0.81, 0.75.
113
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Reação de transesterificação com o catalisador de 20%-K2CO3/80%SiO2, com 6 h.
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.30 (m, 1H), 3.61 (s, 1H), 2.72 (t, J = 5.9
Hz, 1H), 2.72 (t, J = 5.9 Hz, 1H), 2.25 (t, J = 7.5 Hz, 1H), 1.98 (m, 1H),
1.57 (m, 1H), 1.23 (d, J = 9.4 Hz, 6H), 0.87 (m, 1H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.40, 5.36, 5.33, 5.31, 5.29, 5.26, 5.23,
5.20, 3.61, 2.75, 2.72, 2.69, 2.28, 2.25, 2.21, 2.01, 1.98, 1.95, 1.60,
1.57, 1.53, 1.26, 1.21, 0.96, 0.92, 0.85, 0.84, 0.83, 0.80.
114
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Reação de transesterificação com o catalisador de 30%-K2CO3/70%SiO2, com 1 h.
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.33 (m, 1H), 3.63 (s, 1H), 2.76 (dd, J = 12.6,
6.3 Hz, 1H), 2.27 (t, J = 7.5 Hz, 1H), 2.00 (m, 1H), 1.59 (m, 1H), 1.25
(d, J = 10.2 Hz, 6H), 0.89 (m, 1H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.42, 5.39, 5.37, 5.36, 5.34, 5.31, 5.28,
5.26, 5.23, 3.63, 2.81, 2.77, 2.74, 2.71, 2.31, 2.27, 2.23, 2.03, 2.00,
1.97, 1.62, 1.59, 1.55, 1.28, 1.22, 0.98, 0.94, 0.88, 0.86, 0.85, 0.83.
115
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Reação de transesterificação com o catalisador de 40%-K2CO3/60%SiO2, com 1 h.
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.33 (m, 1H), 3.63 (s, 1H), 2.74 (t, J = 5.9
Hz, 1H), 2.27 (t, J = 7.5 Hz, 1H), 1.98 (dd, J = 13.1, 6.6 Hz, 1H), 1.59
(m, 1H), 1.25 (d, J = 10.1 Hz, 6H), 0.87 (m, 1H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.41, 5.39, 5.36, 5.35, 5.34, 5.31, 5.28,
5.26, 5.23, 3.63, 2.77, 2.74, 2.71, 2.31, 2.27, 2.23, 2.03, 2.00, 1.97,
1.93, 1.65, 1.62, 1.59, 1.55, 1.52, 1.28, 1.23, 0.98, 0.94, 0.88, 0.86,
0.85, 0.82, 0.76.
116
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Reação de transesterificação com o catalisador de 50%-K2CO3/50%SiO2, com 1 h.
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.27 (m, 1H), 3.58 (s, 2H), 2.69 (t, J = 5.5
Hz, 1H), 2.22 (t, J = 6.6 Hz, 1H), 1.95 (m, 1H), 1.52 (d, J = 5.5 Hz, 2H),
1.20 (d, J = 8.2 Hz, 11H), 0.80 (dd, J = 5.1, 3.5 Hz, 2H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.33, 5.31, 5.31, 5.28, 5.28, 5.26, 5.25,
5.24, 5.23, 5.18, 3.58, 2.72, 2.69, 2.66, 2.26, 2.22, 2.19, 1.98, 1.95,
1.92, 1.53, 1.51, 1.22, 1.18, 0.81, 0.80, 0.80, 0.77.
117
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 RMN 1H da reação com o suporte catalítico (SiO2).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 5.32 (m, 1H), 4.20 (ddd, J = 17.8, 11.9, 5.1
Hz, 1H), 2.77 (dd, J = 12.5, 6.3 Hz, 1H), 2.29 (t, J = 7.5 Hz, 1H), 2.00
(dd, J = 12.9, 6.5 Hz, 1H), 1.62 (dd, J = 17.4, 10.8 Hz, 1H), 1.30 (t, J =
13.2 Hz, 5H), 0.90 (m, 1H).
1
H NMR (200 MHz, cdcl3) δ 7.25, 5.43, 5.42, 5.40, 5.38, 5.37, 5.35, 5.32,
5.29, 5.27, 5.24, 5.22, 5.20, 4.32, 4.30, 4.26, 4.24, 4.17, 4.14, 4.11,
4.08, 2.82, 2.78, 2.75, 2.72, 2.33, 2.29, 2.25, 2.04, 2.01, 1.98, 1.95,
1.70, 1.62, 1.59, 1.56, 1.37, 1.28, 1.23, 0.99, 0.95, 0.92, 0.89, 0.87,
0.86, 0.84.
118
ANEXOS
Souza, J. K. D.
 Tabela de padrões do biodiesel
CARACTERÍSTICA
Aspecto
Massa específica
*
Viscosidade
cinemática a 40
°C *
Água
e
sedimentos, máx.
*
Ponto de fulgor,
mín. *
Destilação; 90%
vol. recuperados,
máx. *
Resíduo
de
carbono
dos,
máx. *
Cinzas sulfatadas,
máx. *
Enxofre
total,
máx. *
Corrosividade ao
cobre, 3 h a 50
°C, máx. *
Número
de
cetanos *
Ponto
de
entupimento
de
filtro a frio, máx.
Ponto de fluidez
(pour point - PP)
*
Ponto de nuvem
(cloud point - CP)
*
Sódio + Potássio,
UNIDADE
Brasil
ANP
07/2008
UE
EN 14214
EUA
ASTM
D6751
---
Límpido e
isento de
impurezas
850-900 a
20 ºC
---
---
860-900 a
15 ºC
---
mm2/s
3,0-6,0
3,5-5,0
1,9-6,0
% volume
---
---
0,05
°C
100
120
130
°C
---
---
360
% massa
10% residual
da destilação
0,3
Em 100%
da amostra
0,05
% massa
Em 100%
da
amostra
0,050
0,020
0,02
---
mg/kg
50
10
15
-
1
1
3
-
Anotar
51 (mín.)
47 (mín.)
°C
19
Por região
---
°C
---
Por região
---
°C
---
---
Registrar
mg/kg
5
5
---
kg/m3
119
ANEXOS
Souza, J. K. D.
máx
Cálcio
+
Magnésio, máx
Fósforo, máx
Contaminação
total, máx
Teor de éster ,
min.
Índice de acidez,
máx.
Glicerina
livre,
máx.
Glicerina
total,
máx.
Monoglicerídeos
Diglicerídeos
Triglicerídeos
Metanol
ou
Etanol, máx.
Índice de iodo
Estabilidade
à
oxidação a 110
°C, mín
Água, máx
Ácido linolênico
Metil ésteres com
mais
que
4
insaturações
*Parâmetros típicos
2009).
mg/kg
5
5
---
mg/kg
mg/kg
10
24
10
24
10
---
% massa
96,5
96,5
---
mg KOH/g
0,50
0,5
0,5
% massa
0,02
0,02
0,02
% massa
0,25
0,25
0,24
Anotar
Anotar
Anotar
0,20
0,8 (máx)
0,2 (máx)
0,2 (máx)
0,20
---------
g I2/100 g
Anotar
120 (máx)
h
6
6
-----
mg/kg
% massa
500
---
500
12 max
500
---
% massa
---
1 max
---
%
%
%
%
massa
massa
massa
massa
da normatização do diesel mineral (LÔBO et al.,
120
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SOUZA,J.K.D. - "Síntese de Catalisadores Utilizando Garrafa PET