O JORNAL DA MEDICINA PORTUGUESA LÍDER DE AUDIÊNCIA DA IMPRENSA MÉDICA NOTICIAS SEMANÁRIO MEDICAS Edição nº.2985 de 2 de Abril de 2008 31 DE MARÇO DIA NACIONAL DO DOENTE COM AVC Hospital de São João admite por ano cerca de 1.200 doentes com AVC Por ano, o Hospital de São João, no Porto, recebe cerca de 1.200 doentes com um acidente vascular cerebral. A criação de uma via verde intra-hospitalar, o tratamento com trombólise e a intervenção de uma equipa multidisciplinar têm contribuído significativamente para reduzir a mortalidade e a incapacidade. Mas ainda há muito por fazer, designadamente na articulação entre o hospital e os cuidados primários, bem como no acesso aos cuidados continuados e à reabilitação. No rescaldo do 2º Curso de Actualização em DVC daquele Hospital, que se realizou em Fevereiro, a Drª. Elsa Azevedo, que presidiu ao curso, aceitou falar ao NOTÍCIAS MÉDICAS sobre o passado e o futuro desta doença, que constitui a principal causa de morte no nosso país Qual o balanço que faz deste 2º Curso de Actualização em DVC? Quantas pessoas participaram? O 2º Curso de Actualização em DVC do Hospital de São João decorreu com grande êxito. Cerca de 250 participantes assistiram às várias sessões e parecem ter aprovado a ideia dos vários workshops simultâneos nos fins de tarde, de forte intuito formativo. Reuniu-se um grupo multidisciplinar, cujo interesse comum se centrava na temática do acidente vascular cerebral. — No que consiste a doença vascular cerebral? — A doença vascular cerebral tem várias expressões clínicas, mas a forma de apresentação mais comum é o acidente vascular cerebral (AVC), sendo isquémico em cerca de 80% dos casos e hemorrágico nos restantes 20%. Ambos os tipos de AVC contribuem para a primeira causa de morte e de incapacidade permanente em Portugal. — Quais são os principais factores de risco? — Os factores de risco clássicos mais importantes associados ao AVC são, em primeiro lugar, a hipertensão arterial, grande responsável tanto por enfartes como por hemorragias, algumas doenças cardíacas potencialmente embolígenas como a fibrilação auricular, o tabagismo, a diabetes mellitus e a hipercolesterolemia. Para além da detecção e tratamento destes problemas para prevenção primária e secundária do AVC, é muito importante o estudo das artérias cér- vico-cefálicas através de ecoDoppler, de forma a detectar nomeadamente placas ateroscleróticas, cuja evidência tem implicações no tratamento médico e, por vezes, indicação cirúrgica. — Quantos doentes com esta patologia atende o Hospital de São João? — O Hospital de São João HSJ admite, por ano, cerca de 1.200 doentes com AVC. Desde 2004, tem organizada uma via verde intra-hospitalar do AVC, o que permitiu o início do tratamento trombolítico, uma vez que este tratamento só é eficaz e seguro se instituído nas primeiras horas. A trombólise veio aumentar significativamente a probabilidade de os doentes não ficarem com incapacidade residual significativa. — De que forma funciona uma via verde do AVC? — Esta via verde, no fundo, corresponde à observação, estudo e tratamento com prioridade aos doentes que, à entrada, tenham sinais de AVC ocorrido há menos de três horas, ou seja, aqueles potenciais candidatos a tratamento trombolítico. Em fins de 2005 o HSJ articulou a sua acção com o INEM, iniciando-se a via verde pré-hospitalar do AVC, permitindo a chegada mais rápida dos doentes ao hospital. Este facto veio aumentar o número de doentes com acesso a trombólise e outros tratamentos importantes na fase hiperaguda para minorar as sequelas funcionais. No último ano fizeram tratamento trombolítico no Hospital de São João cerca de 100 doentes com enfarte cerebral. 1 Quais as vantagens de uma unidade de AVC? Como funciona a unidade de AVC do Hospital de São João? Em 2006, abriu, neste Hospital, uma Unidade de AVC de nove camas. Trata-se de uma unidade de cuidados intermédios com intervenção de equipa multidisciplinar e multiprofissional dedicada a esta patologia. Diariamente, os casos dos doentes internados são discutidos por um grupo, incluindo Medicina Interna, Neurologia, Fisiatria e Enfermagem. A Unidade tem presença permanente de um médico especializado em AVC, sendo grande parte dos turnos assegurados por um internista e os restantes por neurologista. Estas unidades têm a vantagem de ter condições de monitorização hemodinâmica e neurológica, e estão organizadas de forma a ter protocolados os procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Isto leva a uma diminuição da morbilidade e mortalidade significativa, por se prevenirem e tratarem mais adequadamente as complicações médicas e neurológicas frequentes na fase aguda do AVC. Uma vantagem, na nossa opinião, do Grupo de DVC do Hospital de São João, é ser uma equipa de profissionais transversal a vários Serviços, organizada funcionalmente de forma a abordar o doente com AVC no seu trajecto hospitalar. Além de neurologistas, internistas e fisiatras, compreende elementos de Neurorradiologia, Cirurgia vascular, Neurocirurgia, Neurointensivismo e médicos consultores de outras áreas, enfermeiros, terapeutas, técnicos de cardiopneumologia, dietistas, psicóloga e assistente social. A sua intervenção vai desde a emergência pré-hospitalar e serviço de urgência até à unidade de AVC, internamento subsequente, unidade de neurocríticos (UCI), articulação com equipa de gestão de altas (EGA) e consulta externa. Intervêm, também, em múltiplas iniciativas formativas de âmbito pré e pós-graduado. — Quais foram os efeitos a nível da mortalidade dos doentes? — A acção integrada do Grupo e a motivação que tem desenvolvido nos vários profissionais poderão ter contribuído para a acentuada diminuição da mortalidade por AVC no HSJ – desceu para metade em dez anos, mais acentuadamente nos últimos quatro, sendo, em 2007, de 9,5%. — Como se faz a ligação com os centros de saúde e as USF depois da alta dos doentes? Como melhorar esta relação? — O espírito do Grupo coaduna-se com os propósitos das estratégias para o AVC na Europa defendidas na conferência de consenso de Helsingborg em 2006, em que um dos objectivos para 2015 refere: “Na Europa todos os doentes com AVC terão acesso a um continuum de cuidados, desde as Unidades de AVC organizadas na fase aguda até à reabilitação adequada e medidas de prevenção secundária”. Por isso, foi intenção, neste Curso, discutir propostas de melhor articulação entre o hospital e os cuidados de saúde primários. Um dos aspectos preocupantes é a dificuldade de adaptação do doente com sequelas às suas rotinas básicas diárias no domicílio, sendo sugerida a formação de equipas de ligação hospitalares que seguissem o doente ao domicílio, articulando localmente com as equipas domiciliárias. Estas equipas seriam também importantes no preenchimento do interregno na fisioterapia do doente desde a alta até iniciar tratamento em clínica de reabilitação. — Como tem sido feita a articulação com os cuidados continuados? — A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), criada por decreto-lei em 2006, está a ser implementada progressivamente, compreendendo Unidades de internamento, Unidades de ambulatório, Equipas hospitalares e Equipas domiciliárias. Embora no primeiro ano de funcionamento já tenham sido referenciados a esta Rede 128 doentes com AVC do Hospital de São João, espera-se que, com a sua total implementação, se consiga, em todos os casos com indicação, atingir o objectivo de promover a autonomia, melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social. — Acha que a telemedicina pode ser uma boa solução para melhorar a acessibilidade? — Um outro plano de articulação com os cuidados de saúde primários coloca-se a nível da consulta hospitalar de doença vascular cerebral. Discutiram-se formas de melhorar a mútua acessibilidade, sugerindo-se mesmo a criação de uma “via verde” na articulação de cuidados no ambulatório. Uma das formas de melhorar este intercâmbio no futuro poderá ser através da Telemedicina, tirando-se partido das novas tecnologias. A Telemedicina poderá ser um excelente instrumento também se aplicada na fase hiperaguda do AVC, nomeadamente permitindo o tratamento trombolítico em hospitais menos diferenciados, após discussão do caso e observação do doente e TAC cerebral pelo médico do centro consultor, seguindo o exemplo de outras regiões, como, recentemente, na Catalunha. — Quais são as suas perspectivas para o futuro? Este 2º Curso de Actualização em DVC contribuiu para se lançarem novas perspectivas de articulação entre os vários elementos que integram a cadeia de cuidados do doente com AVC. Embora ainda haja imenso espaço para a optimização desta abordagem, os avanços conseguidos nos últimos anos e as perspectivas futuras permitem uma certa visão optimista do problema.■ Cláudia Azevedo AVC e a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados A Humanização aliada à Gestão Ainda no âmbito do 2.º Congresso Português do AVC — a que NOTÍCIAS MÉDICAS tem dado o maior destaque —a Coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados, Dra. Inês Guerreiro, proferiu uma conferência onde explicou a organização da rede e os resultados conseguidos A reabilitação dos doentes que sofreram um AVC é um desafio que precisa de uma resposta pronta. Não há dúvidas de que é necessário retirar os doentes dos hospitais de agudos de modo a prestar-lhes os cuidados necessários para a continuação do seu tratamento e reabilitação com a dignidade que merecem. Esta é uma das competências da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados, coordenado pela Dra. Inês Guerreiro. A Dra. Inês Guerreiro começou por destacar as práticas internacionais de Cuidados Continuados Integrados (CCI) com as quais teve contacto e que são hoje implementadas quer na América do Norte quer na Europa. Estes cuidados vieram dar resposta aos doentes que estavam internados em hospitais sem que a sua patologia fosse aguda e ajudaram a integrar o doente, em todos os momentos da sua vida, de acordo com as suas necessidades. Estas práticas levaram à criação de melhores serviços para o apoio continuado às pessoas em situação de fragilidade ou com doença crónica. Os pressupostos internacionais para o CCI, encorajam a implementação de melhores serviços de apoio à recupe- Dr.ª Inês Guerreiro com o Prof. Castro Lopes o grande inpulsionador deste 2º. Congresso ração da funcionalidade e continuidade de cuidados pós-internamento hospitalar. A isto soma-se a necessidade de diminuir o internamento hospitalar desnecessário e o recurso às urgências por falta de acompanhamento continuado. A Dra. Inês Guerreiro lembrou que a União Europeia lançou, em 2000, como primeira prioridade no Comité de Protecção Social, os cuidados de saúde e cuidados de longa duração e tinha como objectivo continuar a prestar cuidados às pessoas depois de equilibrado o episódio agudo, havendo perda de capacidades devido a doença não-episódica com evolução prolon2 gada e continuada com uma tendência para a dependência crescente. Portanto, o Comité definiu três grandes objectivos no campo dos cuidados de saúde e cuidados de longa duração que são: • acessibilidade; • equidade; • sustentabilidade. No que toca à acessibilidade, a Dra. Inês Guerreiro reforçou que acessibilidade não é ter a resposta perto de casa, mas sim a resposta mais adequada perto de casa. Isto significa fazer um diagnóstico muito rigoroso sobre as características e necessidades da população para a qual os serviços com mais de 65 anos que tinham mais de 20 dias dual e à perda de funcionalidade é um desafio são direccionados. Portanto, são estes os três gran- de internamento, com todas as consequências que muito complexo», afirmou a Dra. Inês Guerreiro. des objectivos que o Comité definiu, sendo que a isso implica para a sua funcionalidade e sustentabi- Isto significa que não pode haver respostas rígidas sustentabilidade do sistema é um aspecto crucial já lidade do sistema. nem pode continuar a existir um sistema que não que, como é do conhecimento de todos, os hospiOutro dos objectivos da Unidade Missão assenta evoluiu durante 30 anos, tendo apenas dois níveis tais são recursos muito caros ao sistema e podem na flexibilização, organização e planeamento dos de respostas: cuidados primários e cuidados hospiser extremamente perversos nos ganhos de saúde recursos numa base de sistema local de saúde atra- talares. Entre estes dois níveis de cuidados há uma para as pessoas que os utilizam, principalmente vés da identificação pormenorizada das necessida- enorme lacuna que não garante a continuidade de nestes casos de fragilidade em que não são so hos- des de cuidados da população a nível regional. O cuidados e portanto não garante as necessidades pitais que lhes oferecem os cuidados mais adequa- planeamento deve estar antes de qualquer resposta. das pessoas. Para isto ser alcançado torna-se crudos à sua situação. É necessário conhecer a realidade e o contexto das cial a criação de sinergias e complementaridades A Dra. Inês Guerreiro reforçou ainda a preocu- populações antes de destinar respostas para os vá- entre o que é o Serviço Nacional de Saúde e a rede pação em aumentar a capacidade de intervenção rios problemas. Dados de 2005 revelam que toda a de apoio social, já que a rede familiar, nos dias de dos serviços de saúde e apoio social de uma forma produção hospitalar tem, em média, 40% das suas hoje, é uma ilusão, sendo que mais de 1/5 dos idointegrada, ao nível nomeadamente da reabilitação altas, pessoas de mais de 65 anos e dessas quase sos com mais de 65 anos vive só. Infelizmente a integral e promoção da autonomia. Diz-se reabili- 50% sofrem de doenças crónicas, com pluripatolo- rede social é cada vez mais ténue. tação integral porque não há nenhuma especiali- gia e evolução prolongada tendente à incapacidade Um dos grandes desafios inscritos nos objectidade específica envolvida na reabilitação, se bem e à dependência. É fácil então entender que o vos da OMS para 2020 para a pessoas com mais de que nestes casos a reabilitação tem um grande grande impacto do envelhecimento e a mudança na 65 anos passa por aumentar em 20% a esperança componente da Medicina Física e da Reabilitação, abordagem dos cuidados tem como grandes víti- média sem incapacidade. Deste modo pretende-se mas reabilitação integral envolve tudo no sentido mas os hospitais e as famílias. Urge então melhorar que as pessoas idosas tenham um maior relevo na de recuperar não só a funcionalidade, como a auto- a eficiência de cuidados agudos hospitalares. Os sociedade, sendo que o ser humano pode e deve viestima, papel social da pessoa e as suas capacida- cuidados continuados não servem para dar respos- ver mais e sobretudo viver melhor. A OMS predes de decisão, construção de projecto de vida e re- tas aos hospitais, nem para aliviar as camas dos tende também aumentar pelo menos em 50% a alização pessoal. «Tudo isto tem a ver com a hu- hospitais, nem para aumentar a produção hospita- proporção de pessoas com mais de 80 anos a usumanização que eu entendo que tem sempre que lar, mas sim para adequar os cuidados às necessi- fruírem de saúde num domicílio, permitindo manestar ligada à Gestão», sublinhou a Dra. Inês dades das pessoas, atingindo melhores resultados ter deste modo a sua autonomia, auto-estima e luGuerreiro. ao nível da autonomia e das capacidades funcio- gar na sociedade. Tudo isto é um enorme desafio No que toca à promoção da autonomia, esta en- nais perdidas durante a fase da doença aguda. aos Serviços Nacionais de Saúde, para os quais a volve o conjunto de acções que o doente pode reaPortanto, com os Cuidados Continuados pre- UE faz uma enorme advertência no sentido de relizar sem auxílio de outrem. Sobre isto, a Dra. Inês tende-se a criação de uma rede de proximidade em equacionar os Serviços Nacionais de Saúde e Guerreiro fez referência a um estudo da OCDE no conjunto com todos os recursos da comunidade, adoptar para isso uma abordagem inter-sectorial. qual as pessoas eram perguntadas sobre o seu prin- tonando as acções mais próximas dos cidadão ido- Só a Saúde não faz nada sozinha. A ênfase da Rede cipal bem. A resposta foi uniforme: a saúde. Con- sos e das pessoas em situação de dependência. Em Nacional de CCI assenta então em 3 R: Reabilitatudo, perguntadas sobre o que era para si a saúde, suma, pretende-se potenciar todos os recursos de ção, Readaptação e Reinserção. as pessoas deram respostas variadas de acordo com saúde e de apoio social que existam numa localiA rede resulta de políticas complementares de as idades. As pessoas frágeis, com grandes níveis dade a fim de poder dar respostas adequadas às ne- dois ministérios (Saúde e Trabalho e Solidariedade de dependência, respondiam que ter saúde era não cessidades dos doentes. «Ajustar-se à diversi- Social) e dispõem de instrumentos de avaliação que depender de ninguém. É nesta ideia de autonomia dade que caracteriza o envelhecimento indivi- permitem escrutinar a qualidade e eficácia da sua que está encerrado o caminho para implementação. Foi possível, atraaltos níveis de bem-estar. vés da redifinição dos serviços e da Os pressupostos internacionais criação das equipas de CCI, iniciar a A Unidade de Missão assentam igualmente na redução implementação da rede em alguns Em 27 de Abril de 2005 foi criada, na dependência do Ministério da das altas hospitalares tardias, isto é hospitais e centros de saúde. Com Saúde, a Comissão para o Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde às acima da média de internamento pouco mais de um ano de activiPessoas Idosas e às Pessoas em Situação de Dependência, com o objecdefinida. Mas isto não pode ser endade, houve um enorme aumento tivo de ser construído um modelo de intervenção em matéria de Cuidacarado linearmente: reduzir o nú(129%) do número de camas actidos Continuados Integrados, destinados a pessoas em situação de demero de altas hospitalares tardias vas: o valor passou de pouco mais pendência. significa ter respostas de continuide 700 camas, em Junho de 2007, Por Cuidados Continuados Integrados entende-se o conjunto de interdade de cuidados para poder dar para 1825 camas activas, em Janeiro venções sequenciais de saúde e/ou de apoio social, decorrente da avalialta aos doentes e poder obedecer de 2008. Um estudo que a Unidade ação conjunta, centrados na recuperação global entendida como o proao rigor e aos indicadores restritos de Missão encomendou ao ISCTE cesso terapêutico e de apoio social, activo e contínuo, que visa promode demoras médias de internapermite dizer que a satisfação global ver a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de mento. As altas são frequentemente dos doentes é alta, tendo 96% dos dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção famio ponto chave do sucesso da interinquiridos respondido que considera liar e social. venção na doença aguda ou episóos serviços bons ou muito bons. Na Os Cuidados Continuados Integrados compreendem: a reabilitação, a dio agudo. A forma como se reduz conclusão da sua intervenção, a Dra. readaptação e a reintegração social; a provisão e manutenção do cono número de altas hospitalares tarInês Guerreiro realçou que tudo isto forto e qualidade de vida, mesmo em situações irrecuperáveis. dias está relacionada com a forma é complicado de pôr de pé devido às O Projecto da Rede de Cuidados Continuados Integrados iniciou-se como ela é programada e o destino mentalidades instaladas e que nena Unidade de Saúde Setentrional A, que abranje o Hospital de Santa que é dado ao doente. Outro esnhum sistema pode funcionar bem Maria EPE, o Hospital Pulido Valente EPE e os Centros de Saúde de: forço será reduzir o re-internase não funcionarem bem todos os níAlvalade, Benfica, Loures, Lumiar, Odivelas e Pontinha. mento ou o internamento de convaveis de cuidados. Contudo realçou lescença dos idosos. Grande parte que «a maioria dos doentes se senA prestação de Cuidados Continuados Integrados é assegurada por: dos hospitais portugueses tinham, tem muito satisfeitos por haver - Unidades de Internamento, antes do arranque da Unidade de neste momento uma rede de CCI - Unidades de Ambulatório, Missão, uma grande percentagem que os acolhe, que os acompanha, - Equipas Hospitalares, de pessoas com mais de 20 e mais que os cuida, que alivia o seu so- Equipas Domiciliárias. de 30 dias de internamento. A Dra. frimento e que os reabilita».■ Inês Guerreiro revelou que, em Gonçalo Figueiredo Augusto Fonte: Ministério da Saúde 2003, havia mais de 300 pessoas 3