Minicurso sobre disjuntivismo
epistemológico
1. Ceticismo, princípio da sensibilidade, segurança e
neo-mooreanismo.
2. Disjuntivismo epistemológico, o problema do acesso e
o problema da base.
3.
Disjuntivismo epistemológico, o
distinguibilidade e o ceticismo radical.
problema
da
Ceticismo, posse e alegação de
conhecimento
1. Ceticismo e intuições internalistas → não podemos
saber que as hipóteses céticas (HC) são falsas.
2. Externalismo e seu alcance → podemos saber(e) que
(HC) são falsas, mas não podemos alegar este
conhecimento.
3. A promessa disjuntivista → podemos saber(i) e alegar
que as (HC) são falsas.
Ceticismo radical e infalibilismo
Infalibilismo → S sabe que p se e somente se S é capaz
de eliminar qualquer possibilidade contrária à p.
Se S é capaz de eliminar uma possibilidade contrária q,
então S sabe ou é capaz de saber que q é falsa.
Se infalibilismo, o conhecimento é
algo muito difícil
Se eu sei que o meu carro está no estacionamento,
então eu sei que ele não foi roubado.
Eu não sei que ele não foi roubado.
:. Eu não sei que o meu carro está no estacionamento.
Se eu sei que há um pintassilgo na minha frente, então
sei que não é um holograma | que não estou
sonhando.
Eu não sei que não é um holograma | que não estou
sonhando.
:. Eu não vejo um pintassilgo.
Ceticismo e princípio do fechamento
O infalibilismo é muito exigente e pouco realista. Porém,
mesmo exigindo menos, temos dificuldade.
Falibilismo mínimo → S sabe que p se e somente se S é
capaz de eliminar as possibilidades que S sabe (ou
deveria saber) serem contrárias à p.
Princípio do fechamento → Se S sabe que p, sabe que
p → q, então S sabe que q.
Relevância das Hipóteses céticas
Mas qualquer sujeito interessado na investigação acerca
da possibilidade do conhecimento nota que:
Se S sabe uma proposição cotidiana (“estou sentado”),
então S sabe que não é um cérebro numa cuba.
Ou seja, S, minimamente reflexivo, sabe que o
conhecimento cotidiano implica a falsidade das
hipóteses céticas.
Argumento cético padrão
1. S sabe alguma proposição cotidiana, então S sabe
que não é um cérebro numa cuba (CNC).
2. S não sabe que não é um cérebro numa cuba.
3. Então S não sabe qualquer proposição cotidiana.
Falibilismo mínimo e ceticismo
O ceticismo não depende do infalibilismo, mas da
relevância da falsidade das hipóteses céticas para a
posse de conhecimento cotidiano.
Por que não sabemos que as hipóteses céticas são
falsas?
Nenhuma evidência é suficiente
para ~(HC)
Mesmo aumentando a evidência disponível, ela será
refém das (HC).
Se eu fosse um cérebro recentemente encubado, então
minha evidência total disponível seria a mesma que
tenho agora, supostamente não-encubado.
A evidência total disponível não discrimina entre (HC) e
~(HC).
Assimetria entre casos cotidianos e
céticos
1. Se S sabe que o objeto na sua frente é um pintassilgo,
então S sabe que não é um objeto empalhado.
2. S sabe que o objeto na sua frente é um pintassilgo.
3. Então S sabe que não é um objeto empalhado.
●
●
Evidência disponível para saber que é um pintassilgo
é suficiente para saber que não é um objeto
empalhado.
Aumento da evidência pode levar S de uma situação
de não-conhecimento para uma de conhecimento.
Assimetria entre casos cotidianos e
céticos
1. Se S sabe que o objeto na sua frente é um pintassilgo,
então S sabe que não-(CNC).
2. S sabe que o objeto na sua frente é um pintassilgo.
3. Então S sabe que não-(CNC).
Mas a evidência disponível, a visão de um pássaro,
mesmo de perto, não parece ser suficiente para saber
que não-(CNC).
●
Nenhum aumento da evidência irá tirar S desta
situação.
●
E se cenários céticos não forem relevantes
para o conhecimento cotidiano?
1. Se S sabe que há uma zebra logo adiante, então S
sabe que não há um elefante logo adiante.
2. S sabe que há uma zebra logo adiante.
3. S sabe que não há um elefante logo adiante.
4. Se S sabe que há uma zebra logo adiante, então S
sabe que o objeto visto não é uma mula pintada para
parecer uma zebra.
5. S não sabe que o objeto visto não é uma mula pintada
para parecer uma zebra.
6. S não sabe que há uma zebra logo adiante.
Falibilismo robusto
Falibilismo robusto → S sabe que p se:
1) S é capaz de eliminar apenas as possibilidades
contrárias relevantes e
2) As possibilidades céticas não são relevantes.
Teorias das alternativas relevantes:
(a) Princípio da sensibilidade;
(b) Contextualismo;
(c) Neo-Mooreanismo (princípio da segurança).
(a) Dretske e Alternativas relevantes
Falibilismo (robusto) das alternativas relevantes → S
sabe que p se e somente se S é capaz de eliminar as
possibilidades relevantes contrarias à p.
Ser um elefante é uma possibilidade relevante.
●
Ser uma mula pintada para parecer uma zebra não é
uma possibilidade relevante.
●
(HC) não são relevantes.
●
Princípio do fechamento tem de ser
abandonado.
4. Se S sabe que há uma zebra logo adiante, então S
sabe que o objeto visto não é uma mula pintada para
parecer uma zebra.
5. S sabe que há uma zebra logo adiante.
6. Mas S não sabe que o objeto visto não é uma mula
pintada para parecer uma zebra.
Exigir que, para ter conhecimento, S seja capaz de
discriminar uma mula pintada para parecer uma zebra
de uma zebra é exagerado.
Conflito entre intuições
●
●
Temos conhecimento de proposições cotidianas → o
ceticismo é falso.
Mas reconhecemos que não sabemos a falsidade das
hipóteses céticas → não temos tanto otimismo
epistêmico.
Princípio do fechamento, apesar de plausível, tem de ser
abandonado.
Internalismo e conhecimento da
falsidade das (HC)
Conhecimento internalista → S conhece(i) p se e
somente se S tem acesso reflexivo (introspecção |
inferência) aos fatores que justificam p.
Os fatores a que S tem acesso reflexivo não são
suficientes para discriminar entre (HC) e ~(HC).
Portanto, S não sabe(i) ~(HC).
Externalismo
Conhecimento externalista → S conhece(e) p se e
somente se S obtém a crença verdadeira p de modo
não acidental (exclui a sorte epistêmica). Não é
necessário ter acesso reflexivo à evidência.
Em geral, nos zoológicos, não há mulas pintadas para
parecer uma zebra.
A crença de S de que há uma zebra adiante não é,
portanto, verdadeira por sorte.
Externalismo e ceticismo
Se a premissa cética de que não temos conhecimento
das negações das HC se deve ao internalismo, então,
(1) o ceticismo assim levantado é dependente de uma
concepção disputável de conhecimento, (2) uma teoria
externalista não tem, em princípio, que negar o
fechamento.
Mas então essa teoria externalista deveria explicar o
conhecimento(e) das negações de (HC).
Dretske e o princípio da
sensibilidade
Princípio da sensibilidade → Se S sabe(e) que p,
então nos mundos possíveis próximos em que ~p, S
não acredita que p.
S sabe que há um computador na sua frente → nos
mundos possíveis próximos em que não há um
computador na frente de S, S não acredita que há
um.
Sensibilidade e conhecimento(e)
O princípio da sensibilidade também explica falta de
conhecimento → João é um tolo que acredita em
qualquer coisa que lhe dizem. Ele crê que a lua é feita
de queijo porque lhe disseram.
Suponhamos que a lua seja mesmo feita de queijo
(crença de João é V). João não tem conhecimento,
porque nos mundos possíveis próximos em que a sua
crença é falsa, João continuará a crer que a lua é
feita de queijo.
Sensibilidade e relevância
Uma possibilidade de erro é relevante para uma
instância de conhecimento se ela está relacionada à
satisfação da condição de sensibilidade.
Se nos mundos possíveis próximos em que S não está
sentado, S teria ingerido um alucinógeno que
confunde a sua propriocepção, então a possibilidade
de ter ingerido alucinógeno é relevante no mundo atual
para S saber que está sentado.
Mas a sensibilidade não fornece
conhecimento(e) de ~(HC)
S crê que não é um (CNC) → nos mundos mais
próximos em que S é um (CNC) (ainda que distante),
S continua a crer que não é um (CNC).
A condição não sensibilidade não é satisfeita. Portanto,
S não sabe(e) que não é um (CNC).
Assimetria na relevância
Se a proposição em questão é cotidiana, os mundos
próximos não envolvem cenários céticos.
Se a proposição em questão é cética, os mundos
próximos envolvem cenários céticos.
No primeiro caso, somos geralmente sensíveis à
mudança de valor de verdade da proposição, mas não
no segundo.
Ceticismo, internalismo e
externalismo
S o princípio da sensibilidade é proposto como uma
teoria externalista do conhecimento, o resultado é um
pouco frustrante.
Não temos conhecimento(e)(i) da negação das hipóteses
céticas.
E para manter o anticeticismo com respeito às
proposições cotidianas, temos o custo elevado de
rejeitar o princípio do fechamento.
Contextualismo
Principais expoentes → Keith DeRose, Lewis, Stewart
Cohen.
O foco é o contexto conversacional de quem atribui o
conhecimento. “S sabe que p” expressa diferentes
proposições conforme o contexto do sujeito que atribui
conhecimento.
“S sabe que p” pode ser verdadeira e falsa relativamente
a dois contextos diferentes de proferimento, ainda que
diga respeito ao mesmo agente S.
“conhecer” é um termo sensível a
contextos
Quando entramos em contextos céticos, os padrões de
avaliação se elevam e atribuições que eram
verdadeiras tornam-se falsas (a satisfação de tais
padrões, portanto, faz parte das condições de verdade
das atribuições).
A atenção a uma possibilidade cética pode ser suficiente
para elevar os padrões epistêmicos e passar de um
contexto cotidiano para um contexto cético.
Contextualismo, fechamento e ceticismo
Contexto conversacional cotidiano
1. S sabe(o) que está sentado, então S sabe que não é
um (CNC).
2. S sabe(o) que está sentado.
3. Então S sabe(o) que não é um (CNC).
Contexto conversacional cético
1. S sabe(c) que está sentado, então S sabe que não é
um (CNC).
2. S não sabe(c) que não é um (CNC).
3. Então S não sabe(c) que está sentado.
Contextualismo, vantagens e
desvantagens
Vantagens:
●
Explica o conhecimento de negação das (HC), nos
contextos cotidianos.
●
Não rejeita o fechamento.
Desvantagens:
●
Carece de uma teoria (externalista) para explicar o
conhecimento cotidiano.
●
Flutuação contextual de “conhecer” não é intuitivo.
●
É fácil entrar no contexto cético e, neste contexto, não
sabemos praticamente nada.
Resumo
Possibilida Vale
des de Erro fechament
relevantes o
“saber”
Conhecime
sensível ao nto de
contexto
~(HC)
Infalibilismo Todas
Sim
Invariável
Não
Princípio da Variável
Sensibilida segundo o
de
tipo de
proposição
Não
Invariável
Não
Contextuali
smo do
atribuidor
Sim
Variável
Sim, mas
apenas nos
contextos
ordinários
Variável
segundo o
contexto
Ceticismo, Internalismo e
externalismo
Intuições internalistas bloqueiam o conhecimento da
negação das (HC).
Temos de distinguir entre fechamento internalista e
fechamento externalista.
Fechamento internalista → Se um agente tem
conhecimento(i) de que p, e tem conhecimento(i) de
que p → q, então o agente tem conhecimento(i) de
que q.
Ceticismo, Internalismo e
externalismo
Intuições:
(a) anticeticismo com respeito às proposições cotidianas.
(b) ceticismo com respeito à negação dos cenários céticos.
(c) Princípio do fechamento é válido.
Ceticismo → não temos K(i) de ~(HC), então também não
temos K(i) de proposições cotidianas. Rejeita (a).
Anti-ceticismo internalista → não temos K(i) de ~(HC), mas
temos K(i) de proposições cotidianas. Rejeita (c),
fechamento(i).
Anti-ceticismo externalista → temos K(e) de proposições
cotidiana e K(e) de ~HC. Rejeita (b). Mantém
fechamento(e).
Neo-Mooreanismo
Neo-Mooreanismo → É uma teoria externalista.
Hipóteses céticas são irrelevantes para o conhecimento
de qualquer proposição em qualquer contexto.
●
●
●
Não há necessidade de rejeitar o princípio do
fechamento(e).
Temos conhecimento das negações das hipóteses
céticas.
“saber” não é sensível ao contexto.
Por que “neo” Mooreanismo?
1. Eu sei que tenho duas mãos. (“Posso saber coisas
que não posso provar” (Moore)).
2. Se eu sei que tenho duas mãos, então eu sei que não
estou sonhando.
3. Eu sei que não estou sonhando.
Falta uma explicação de como temos conhecimento(e)
de proposições cotidianas. Conhecimento que, então,
aliado
ao
fechamento(e),
nos
dá
também
conhecimento(e) das ~(HC).
Princípio da segurança
Segurança → Se S conhece uma proposição contingente
p, então, na maioria dos mundos possíveis próximos
em que S crê que p, p é verdadeira.
Cenários céticos não são relevantes
conhecimento de qualquer proposição.
para
o
Princípio da segurança
“Eu estou sentado” → na maioria dos mundos possíveis
próximos (e.g. não tomei nenhuma droga que afeta a
propriocepção) em que mantenho esta crença, ela é
verdadeira. Tenho K.
“meu carro está no estacionamento” → se, sem o saber,
estacionei numa área com elevado índice de roubo de
carros, então há um (ou vários) mundo próximo em
que mantenho a crença, mas é falso que o carro esteja
no estacionamento. A crença não é segura. Não tenho
K.
Segurança e ceticismo
O fato de as possibilidades céticas serem distantes é
uma condição para a segurança.
Num mundo em que a probabilidade de ser capturado
por cientistas malignos pelo menos uma vez na vida
é de 80%, é um mundo em que a crença de que estou
sentado não é segura, já que, em mundos próximos,
creio que estou sentado, mas não estou.
Conhecimento de ~(HC)
Sensibilidade, contextualismo e segurança diferenciamse quanto ao conhecimento(e) de ~(HC).
Segurança: “eu creio que não sou (CNC)” → nos
mundos possíveis próximos em que acredito que não
sou (CNC), eu não sou (CNC). Sei ~(HC).
Sensibilidade: “eu creio que não sou (CNC)” → nos
mundos possíveis próximos em que sou (CNC),
continua acreditando que não sou (CNC). Não sei
~(HC).
Externalismo e ceticismo
Erro de Moore → ter alegado na primeira pessoa que
sabe que tem duas mãos.
Neo-Mooreanismo → segurança explica o conhecimento
que um sujeito tem da proposição de que tem duas
mãos, está sentado etc. Mas isso não significa que é
legítimo alegar este conhecimento.
Quando alegamos conhecimento de p, geramos a
implicatura de que temos acesso às razões que
justificam a proposição p.
Implicaturas conversacionais
A
contribuição de uma alegação deve ser tão
informativa quanto requerido, deve ser acurada,
relevante e clara.
Máxima conversacional da evidência → a asserção
(ocorrência) deve ser apoiada por evidência
adequada.
Ao informar as horas, o meu interlocutor está legitimado
a pressupor que eu tenho razões (evidência)
adequadas para crer que horas são.
Evidência e contexto conversacional
A quantidade e o tipo de evidência demandada por uma
asserção é sensível ao contexto conversacional.
Se muito depende do que está sendo informado (o
atraso do seu amigo implicará em perder o casamento
de sua filha), mais evidência é demandada. Informar
as horas, neste caso, gerará implicaturas de que você
fez as checagens adicionais necessárias.
Retraimento de asserções
Na mudança de contexto conversacional, o sujeito não
reverte a sua asserção, ele não dirá que não sabe
que horas são. Ele retrairá a afirmação feita ou
deixará de asseverá-la.
Princípio de comprometimento → a asserção de uma
proposição gera o comprometimento com esta
proposição e a reterá a despeito das mudanças no
contexto conversacional.
Verdade vs. legitimidade de uma alegação
de conhecimento.
Apenas a asserção de “P”, “Sei que P” e “S sabe que P”
é sensível ao contexto, não a sua verdade.
Contextualismo → está comprometido em dizer que, na
mudança de contexto, o sujeito reverte a sua
asserção. De “sei que horas são” para “não sei que
horas são” (que não são contraditórias, já que seus
conteúdos são diferentes).
Neo-Mooreanismo → a alegação torna-se inapropriada,
com a mudança de contexto. A proposição permanece
a mesma e o sujeito não reverte o seu valor de
verdade.
Ceticismo, contextualismo e neomooreanismo
Caso de Stroud: “sei que é um avião do tipo F”.
Contextualismo → verdadeira no esforço de guerra e
falsa em contextos de padrões epistêmicos mais
elevados.
Neo-mooreanismo → verdadeira em qualquer contexto,
apropriada no esforço de guerra e inapropriada em
contexto de padrões mais elevados.
Cético (Stroud) → falsa em qualquer contexto,
apropriada no esforço de guerra e inapropriada em
contextos de padrões mais elevados.
Alegação de conhecimento e contextos
céticos
“Meu carro está estacionado lá fora” → no contexto
cético, a demanda por evidência é elevada, é
necessário eliminar possibilidades de erro céticas. Não
sendo capaz de fazê-lo, é inapropriado fazer a
asserção, pois isso geraria implicaturas equivocadas
(e.g. A de que tenho evidência suficiente para eliminar
HC).
Mas, pelo princípio de segurança, a asserção é
verdadeira mesmo no contexto conversacional cético.
Moore → sua asserção de conhecimento anticético foi
inapropriada.
As asserções de Moore são
inapropriadas
“Eu sei que tenho duas mãos” → gera a implicatura de
que o sujeito tem acesso à evidência ainda mais
segura que a afirmação alegada.
“Se um cego me perguntasse: “Tem duas mãos?” eu não
me asseguraria olhando para elas. Se tivesse alguma
dúvida, então não sei porque acreditaria nos meus
olhos. Então, qual a razão para não testar os meus
olhos olhando para verificar se vêem as minhas duas
mãos? O que tem de ser verificado pelo quê?”
(Wittgenstein, § 125, Da Certeza).
As asserções de Moore são
inapropriadas
As asserções de Moore não são falsas (e o princípio da
segurança nos dá razões para pensar que são
verdadeiras),mas
conversacionalmente
inapropriadas.
Moore deveria, no contexto conversacional cético, reter
o seu comprometimento (ao invés de revertê-lo, como
sugere o contextualista) e evitar fazer a asserção que
gera a implicatura conversacional falsa (tenho acesso
à evidência para “tenho duas mãos”).
Ceticismo vs. neo-mooreanismo
Ceticismo → alegações de conhecimento são sempre
falsas. Comprometido com o K(i) e fechamento(i).
Neo-Mooreanismo → alegações de conhecimento
ordinárias podem ser verdadeiras pelo princípio de
segurança. Comprometido com K(e) e fechamento(e).
Ambos concordam que: se é apropriado ou não alegar
conhecimento, depende do contexto conversacional.
Caráter intuitivo do ceticismo → não é apropriado alegar
saber que as (HC) são falsas.
Ceticismo vs. neo-mooreanismo
(1) Se eu sei que uso sapatos marrons hoje, então sei
que não sou (CNC).
(2) Eu sei que uso sapatos marrons hoje. (V e alegável).
(3) Logo, sei que não sou (CNC). (V, mas não alegável).
Fechamento(e) → argumento ok. Mas não podemos
alegar a conclusão, pois ela gera a implicatura de que
temos k(i) de ~(CNC).
Fechamento(i) → argumento não ok, pois não temos k(i)
de ~(CNC).
Neo-Mooreanismo
Se S sabe que usa sapato marrom hoje, S sabe que não
é (CNC). Mas disso não se segue que S pode
argumentar apropriadamente em favor de saber que
não é (CNC).
Ceticismo é falso, mas não podemos dizer isso
apropriadamente. “Conhecimento não é sempre
alegável” (Pritchard, p. 95)
Fechamento (para a posse de conhecimento) é mantido
e o contextualismo é rejeitado.
Resumo
Possibilida
des de Erro
relevantes
Vale
“saber”
fechamento sensível ao
contexto
Conhecime
nto de
~(HC)
Alega
conhecime
nto de
~(HC)
Todas
Sim
Invariável
Não
Não
Princípio da Variável
Sensibilida segundo o
de
tipo de
proposição
Não
Invariável
Não
Não
Contextuali
smo do
atribuidor
Variável
segundo o
contexto
Sim
Variável
Sim, mas
apenas nos
contextos
ordinários
Sim, mas
apenas nos
contextos
ordinários
NeoMooreanis
mo
Somente
próximas,
que afetam
segurança
Sim,
externalista
Invariável
Sim, em
qualquer
contexto
Não.
Infalibilism
o
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