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Pastel Seco e Pastel Oleoso
Pastel Pencil; Chalk; Oil Pastel (ing.), Pastel Blando; Pastel al oleo; Clarioncillo (esp.). Pastel (fra.).
O nome 'pastel' vem do italiano 'pasta'.
Marcas conhecidas
Sennelier, Rowney, Grumbacher, Winsor & Newton e Talens (Rembrandt).
Breve histórico
O pastel, tal como o conhecemos hoje, tem pouco mais de 200 anos. Ainda que nos séculos XV e XVI já se utilizassem pigmentos
pouco aglutinados para desenhar com cores, somente no século XVIII se estabelece como tal a arte de pintar a pastel. Os retratos e
desenhos de Rosalba Carriera (1674–1757) tiveram muito êxito e em pouco tempo artistas como Maurice-Quentin de la Tour
(1704–1788) e Jean Baptiste Chardin (1699–1779) começaram a explorar as possibilidades desse meio. Edgar Degas (1834–1917)
continua a ser o pintor de pastéis mais afamado; além dele realizar obras com barras de pigmento seco puro, obteve muito êxito
experimentando técnicas mistas. Também são conhecidos os trabalhos a pastel de Odilon Redon (1840–1916) e Mary Cassat
(1845–1926).
Características essenciais
O pastel, como o próprio nome indica, é justamente uma pasta de pigmentos aglutinada em goma ou resina.
No pastel seco, o aglutinante tem o único propósito de formar o bastão de tinta e não tem nenhum efeito sobre a pintura em seu
suporte (é, portanto, um meio seco). A pintura a pastel é opaca e aveludada (de aspecto “empoeirado”). Tem cores suaves e
brilhantes que deixam um efeito imediato, logo que aplicadas. A pintura a pastel constitui a superfície mais vulnerável de todas as
superfícies pintadas ou desenhadas. Ainda que sua aparência “poeirenta” seja sua característica principal, é necessário proteger a
pintura a pastel tão logo ela esteja pronta.
No pastel oleoso, o aglutinante é composto de ceras de hidrocarburo e graxa animal. Num certo sentido, são parecidos com os
lápis de cera (crayons), porém contendo mais pigmento e maleabilidade. Sua maleabilidade muda conforme a temperatura: no
calor ele tende a desmanchar-se tornando mais difícil o manuseio uma vez que há um depósito maior de tinta sobre a superfície
do papel.
Como forma geral de diferenciação entre pintura e desenho, pode-se chamar uma pintura a pastel quando esta cobre toda a
superfície da obra. Quando muito do suporte permanece aparente (o papel ou a tela), chamamos de desenho a pastel.
A expressão “tons pastéis”, muito utilizada em moda e decoração, não obrigatoriamente condiz com as cores da pintura a pastel,
que pode ter cores muito fortes dependendo do pigmento e tom utilizado.
Pigmentos Recomendados
Diferente da aquarela ou do óleo, a pintura a pastel não pode ser misturada previamente numa paleta. Cada tom precisa ser
fabricado individualmente e é por isso que alguns fabricantes chegam a produzir estojos com até 600 cores diferentes. Embora a
grande oferta de cores possa ser bastante sedutora, cabe lembrar a regra de escolher nomes de pigmentos conhecidos e confiáveis
para que se evitem as cores fugidias. A escolha das cores tem muito do gosto pessoal, mas uma gama de 48 cores seria mais ou
menos ideal. Pode-se começar com 12 cores básicas para anotações simples ou ao ar livre.
Suportes Recomendados
A pintura a pastel depende de uma superfície texturada onde ficarão depositados os pigmentos a ela aplicados. O papel deverá
sempre ter um pouco de “dente” para que o trabalho seja permanente. Papéis do tipo NO (prensada a frio) ou H.P. de algodão com
PH neutro são ideais (papéis ácidos amarelam e podem alterar as cores dos pastéis). Pode-se usar também papéis para aquarela ou
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desenho (inclusive os coloridos, que dão uniformidade ao quadro) e alguns deles podem ser preparados com gesso acrílico ou com
lavados de aquarela. Pode-se utilizar também papel-veludo e papel-lixa, de acordo com o efeito pretendido. Telas para pintura
também podem ser usadas, desde que tenham a textura e a absorvência adequada.
Proteção e conservação
Por ser muito frágil, a pintura a pastel seco deve ser protegida o quanto antes, seja pela utilização de um fixador ou pela moldura
com vidro.
Os fixadores modernos são soluções de resina de acetato polivinílico (PVA) em álcool desnaturalizado. São tão eficazes quanto os
fixadores antigos que utilizavam goma laca. Todo fixador altera de alguma forma a superfície da pintura, aglutinando o “pó” e
tornando as cores mais escuras e transparentes, dependendo do pigmento.
A moldura com vidro, se feita da maneira correta, protege a pintura a pastel sem a necessidade de se usar um fixador. Neste caso,
deve-se deixar sempre uma separação entre este e a superfície do trabalho. A parte posterior da pintura também deve ser
protegida, com a utilização de papéis que a isolem da umidade e de materiais com PH elevado. Os papéis devem ser presos a um
papel cartão absorvente impregnado com uma solução de timol a 25%. Entre o cartão e a pintura deve-se colocar uma folha de
papel encerado.
Alguns cuidados
q Quando protegido por vidro, a limpeza de uma pintura a pastel seco deve ser feita sempre com um pano úmido (e não seco),
pois as partículas do pastel tendem a imantar-se pela estática criada pela fricção no vidro e acabam se desprendendo do papel e
juntando-se à parte interna do vidro. Esse problema pode também ser evitado com o uso de um fixador.
w O uso do fixador deve ser moderado, devido a alteração que este provoca nas cores e na superfície da pintura. Edgar Degas
costumava fixar camada por camada, deixando a última sem fixador (como uma forma de manter o aspecto aveludado da pintura).
e Tanto os pastéis como as pinturas a pastel devem sempre ser guardados em lugar seco.
r Uma vez pronta, evitar sempre qualquer tipo de atrito com a superfície da pintura um simples sopro ou roçar de papel pode
estragar boa parte do trabalho.
t O pastel oleoso pode ser diluído em álcool ou terebintina, o que pode auxiliar ao se fazerem passagens de cor ou lavados
para o fundo.
Exercícios propostos
Ver anexo, na próxima página.
Bibliografia
HAYES, Colin. Guia completa de pintura y dibujo : tecnicas y materials. Madrid : Hermann Blume, 1980.
LUCIE-SMITH, Edward. Dictionary of art terms. London : Thames and Hudson, 1988.
MAYER, Ralph. Materiales y técnicas del arte. Madrid : Hermann Blume, 1985.
MOTTA, Edson; SALGADO, Maria Luiza Guimarães. Iniciação à pintura. 4. ed. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1991.
SMITH, Ray. El manual del artista. Madrid : Hermann Blume, 1990.
SMITH, Stan; TEN HOLT, H. F.. Manual del artista : equipo, materials y tecnicas. Madrid : Hermann Blume, 1980.
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Tipos de traço: se podem fazer traços
oblíquos com a borda da barra. Para
fazer-los mais largos se pressiona um
pouco mais.
2. Sobre este se podem fazer tons
nebulosos frotando as linhas com o
dedo para estender a cor.
6. Tirando o papel que protege a barra,
se pode utilizar o lado da barra para
criar faixas largas de textura granulada.
3. Com a borda do pastel e
pressionando um pouco se podem
traçar linhas finas e marcadas.
7. Com uma borracha ou limpa-tipos se
pode criar toques de luz e texturas com
linhas de tons claros.
4. A mesma técnica pode ser
empregada para se fazer tramas
cruzadas.
8. Com traços fortes e curtos, pintados
com o canto reto do pastel contra o
grão (textura) do papel se obtém um
efeito vibrante.
5. Sem obtém um outro efeito pintando
com o extremo reto da barra, com
pressão uniforme e trabalhando sempre
na mesma direção.
Lavado com pastel à óleo e
terebintina 1. Com um pastel à óleo se
aplica uma camada uniforme sobre tela
ou um papel encorpado e granulado.
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2. Se molha um pincel com terebintina
e se aplica sobre o pastel, espalhando a
cor num lavado e fazendo com que ela
penetre no grão do papel.
3. Com um esfuminho se termina de
espalhar a cor, e se pode definir a forma
mais exatamente do que com o dedo.
Escovar com pincel
Um pincel suave de marta pode servir
para tirar o excesso de pastel e aclarar o
tom. O pó que sobra pode-se soprar.
4. Pode-se criar toques de luz mediante
traços pequenos e espessos de um tom
mais claro, que servem também para
unir zonas diferentes.
3. Sobre este lavado se podem pintar
traços suaves com pastel, para criar
uma camada de cor texturada.
4. Se coloca um pedaço de papel sobre
a cor e se esfrega para fazer o pastel
penetrar no grão do papel, fixando a
cor.
Texturas superficiais
1. A textura granulosa do pastel é
muito adequada para papéis coloridos,
que brilham através da pintura.
5. Para os tons escuros e fortes se pode
usar o carvão, pintando linhas negras e
espalhando-as com o dedo.
Toques de luz com a borracha
Se pode dar uma forma pontiaguda à
borra-cha e utilizá-la para apagar
pequenas áreas do pastel como forma
de obter tons mais claros.
2. As cores se misturam com traços
curtos e separados. Não se deve aplicar
o pastel de forma muito espessa desde
o princípio, para que as cores possam
ser combinadas.
6. Pode-se também pintar toques de
luz sobre o carvão, mas não se deve
retrabalhar a superfície pois as cores
podem se misturar .
Lápis-pastel Pode-se comprar pastéis
em forma de lápis, que podem ser
apontados para fazer partes mais
detalhadas.
3. Os tons podem ser modificados
combinando-se zonas raiadas com
camadas de cor sólida.
Detalhes com carvão
1. Para trabalhos delicados, se afia a
ponta do carvão, esfregando-o contra
uma lixa.
Zonas de cor
1. Pintar uma área pequena de cor
espessa, usando o canto do pastel.
2. Espalhar a cor a partir do centro,
esfregando a ponta do dedo.
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2. Com a ponta do carvão se criam os
detalhes de linhas fortes, protegendo o
resto do desenho com um papel.
3. Se bloqueiam as zonas de cor básica,
procurando que não sejam muito
espessas no princípio. Se espalham as
cores com um esfuminho.
7. As sombras e luzes mais intensas se
deixam para o final, quando se
colocam os últimos detalhes de forma
e cor a todas as partes do desenho.
Tingimento do papel
Para se tingir um papel, se bombeia
guache rebaixado ou pastel em pó
misturado com água.
3. Se segue trabalhando com o pastel,
fundindo-o com o carvão para suavizar
as linhas ou tornar mais escuras as
cores.
4. Se segue elaborando a cor até surgir
uma imagem básica. Em algumas
zonas se podem fazer raiados com
lápis-pastel.
Aplicação de fixador Um pastel pode
ser fixado bombeando-se um fixador
pelo dorso do papel. O fixador empapa
o papel sem afetar a cor na superfície
inversa do papel.
Pastel com lavado de aquarela
1. Pode-se combinar a técnica da
aquarela com a dos pastéis. Primeiro se
desenha suavemente com o pastel.
Passos para se desenhar à pastel
1. Se esboçam as formas básicas com
carvão e se aplicam leves zonas de
tom.
5. Se contrastam zonas de cor quentes
e frias, deixando que os tons se
mesclem e realcem uns aos outros na
medidade em que se acrescentam
detalhes ao desenho.
Pastéis à óleo com aquarela
1. Se frota um pastel à óleo sobre um
papel granuloso de aquarela, para se
obter um efeito mosqueado.
2. Por cima, aplicam-se lavados de
aquarela em tons claros, espalhando as
cores do pastel. O excesso de
humidade se tira com papel secante.
6. As zonas escuras se podem reforçar
com carvão, para acrescentar detalhes
lineares e acentuar os efeitos tonais.
2. Se aplica um lavado de aquarela
sobre o pastel oleoso. O óleo repele a
aquarela, que se deposita nas
depressões do papel.
3. Sobre o lavado húmido se segue
desenhando com pastel. Quando seco,
se podem acrescentar mais toques de
pastel e aquarela.
2. Se testam as cores sobre um papel
de mesmo tom que aquele que se vai
desenhar, determinando assim a gama
de cores adequada.
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