e
ACES Grande Porto III MaiaValongo
ARSNorte IP
Governo de Portugal
VACINAS EXTRA PROGRAMA
NACIONAL VACINAÇÃO
AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES
UNIDADE DE SAÚDE
FAMILIAR DE VALONGO
Elaboração
Data: Janeiro 2015
Por:
Conceição Fontes (médica)
Inês Filipe (enfermeira)
Aprovação Conselho Geral
Data: 17/2/2015
As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteção contra certas doenças,
garantindo imunidade ou, no caso de esta não ser total, maior capacidade de
resistência na eventualidade da doença surgir.
As vacinas funcionam «ensinando» o sistema imunitário (as defesas naturais do
organismo) a defender-se contra uma doença. Quando um indivíduo recebe a vacina, o
seu sistema imunitário reconhece as partes da bactéria contidas na vacina como
«corpos estranhos» e fabrica anticorpos para as combater. A partir dessa altura, o seu
sistema imunitário será capaz de produzir anticorpos mais rapidamente em caso de
nova exposição à bactéria. A vacina contribui para aumentar a capacidade de defesa
contra a doença. Pode ser necessário receber várias doses da mesma vacina para que
esta seja eficaz podendo ainda ser administradas doses de reforço.
O Plano Nacional de Vacinação (PNV) é da responsabilidade do Ministério da
Saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da
população portuguesa. A sua administração é gratuita.
As vacinas extra PNV só podem ser obtidas mediante receita médica. A decisão
sobre a vacinação deve ser tomada em conjunto com o médico assistente e os pais.
Estes deverão ser informados do estado de conhecimento atual sobre a vacinação,
nomeadamente quanto à sua segurança e eficácia.
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Vacina conjugada contra Streptococcus pneumoniae
Que doença pretende prevenir?
Streptococcus pneumoniae é uma bactéria que pode causar desde otite média
aguda, pneumonia, meningite e/ou sepsis. Estas infeções são frequentes em idade
pediátrica, particularmente abaixo dos 2 anos de idade. O seu reservatório é a
nasofaringe humana. Os portadores são a fonte principal de transmissão da bactéria.
Tem havido uma redução da incidência de Doença Invasiva Pneumocócica (DIP)
no grupo etário abaixo dos 18 anos, de 8.2 casos/100,000 em 2008-09 para 4.5/100,00
em 2011-12.
Quais as vacinas disponíveis?
Atualmente existem dois tipos de vacinas antipneumocócicas em Portugal:
a) A vacina polissacarida 23-valente (VPP23) que protege contra os serotipos 1, 2, 3,
4, 5, 6B, 7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F,
23F,33F. Esta vacina é pouco eficaz abaixo dos 2 anos de idade, sendo a sua
utilização reservada para grupos de risco acima desta idade.
b) As vacinas conjugadas com resposta eficaz mesmo em lactentes e em crianças com
menos de 2 anos, grupo etário que apresenta risco mais elevado de DIP. Têm ainda
a vantagem de induzirem memória imunológica, atuarem no estado de portador
nasofaríngeo e consequentemente conferirem proteção indireta a não vacinados.
Em Portugal está disponível a vacina conjugada 13-valente (VCP13v –
Prevenar13®) que inclui os serotipos 1, 3, 4, 5, 7F, 6A, 6B, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e
23F.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS), na sua circular normativa n.º 12/DSPCD de
9/6/2010, definiu a VCP13v como a recomendada para Portugal. De acordo com os
dados epidemiológicos nacionais do GEDIP, de 2010-2012, a VCP13v cobre 71,1% dos
casos de DIP, mantendo-se assim esta recomendação.
Como é administrada a vacina?
A VCP13v é administrada por injeção intramuscular. Tem indicações para
utilização entre as 6 semanas e os 17 anos de idade na prevenção de DIP, pneumonia
e otite média aguda.
Quais os efeitos secundários da vacina?
Qualquer medicamento pode ter efeitos indesejáveis, como uma reação alérgica
grave. No entanto, o risco de efeitos graves ou morte em resultado da vacina é muito
reduzido. Os efeitos secundários mais frequentes observados com a vacina (mais de 1
em cada 10 crianças) são: diminuição do apetite, febre, irritabilidade, reações no local
da injeção (vermelhidão ou endure- cimento da pele, inchaço, dor ou sensibilidade à
palpação), sonolência e sono agitado.
Os ensaios clínicos de boa qualidade a que a vacina foi sujeita foram realizados
nos Estados Unidos, África, Filipinas e Finlândia. Há alguma incerteza na transposição
dos resultados para a realidade sociogeográfica portuguesa.
Quais as contraindicações da vacina?
A VCP13v está contraindicado em pessoas hipersensíveis (alérgicas) às
substâncias ativas, a qualquer outro componente da vacina ou ao toxoide diftérico (uma
toxina enfraquecida da bactéria que causa difteria). Em caso de febre alta, a
administração da vacina deve ser adiada até os indivíduos estarem recuperados; no
entanto, em caso de infeção ligeira como, por exemplo, uma constipação, a vacina pode
ser administrada.
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Sociedade de Infecciologia Pediátrica / Sociedade Portuguesa de Pediatria - Comissão de
Vacinas, Recomendações sobre vacinas: Actualização 2014, Junho 2014.
Direcção-Geral de Saúde – Circular Normativa n.º 12/DSPCD de 9/6/2010. Ministério da
Saúde. Portugal. 2010.
European Medicines Agency - Resumo do EPAR destinado ao publico Prevenar 13, 062013.
Recomendações publicadas pelas Secções de Infecciologia e de Gastrenterologia e Nutrição
Pediátrica da SPP em 2007
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Vacina contra Neisseria meningitidis serogrupo B
Que doença pretende prevenir?
A doença invasiva meningocócica (DIM) é uma infeção grave causada por
Neisseria meningitidis. É endémica no mundo inteiro e constitui um problema de saúde
pública devido à sua elevada morbilidade (incidência, gravidade e sequelas),
principalmente em crianças menores de dois anos de idade.
O homem é o único reservatório conhecido de N. meningitidis colonizando o
trato respiratório superior. A duração do estado de portador é variável de apenas alguns
dias a semanas ou mesmo meses. A transmissão faz-se pessoa a pessoa pelas
secreções respiratórias de um portador são ou indivíduo doente. O período de
incubação é, habitualmente, de três a quatro dias mas pode variar de dois a sete dias.
As formas mais graves são a sépsis e a meningite podendo apresentar-se as duas
formas no mesmo doente.
A taxa de incidência global da doença meningocócica em 2012 em Portugal foi
de 0,7 por 100 000 habitantes. Entre 2008 e 2012, a incidência média anual nos
menores de 1 ano de idade foi de 20,2 casos/100.000 habitantes, diminuindo para
6,3/100.000 habitantes no grupo etário 1-4 anos e para 1,9/100.000 habitantes no grupo
etário 5-9 anos. A média anual da incidência foi inferior a 1/100.000 habitantes nos
restantes grupos etários. A taxa de letalidade situa-se entre os 5% e os 14% sendo que
11 a 19% sobrevivem com alguma sequela a longo prazo. Entre elas, sequelas
neurológicas, perda de audição, alterações cognitivas, cicatrizes cutâneas e
amputações. A forma mais eficaz de controlo da infeção meningocócica é a vacinação.
Vacinas disponíveis?
A vacina 4CMenB (Bexsero®) demonstrou ser imunogénica, segura e induzir
memória imunológica em todos os grupos etários. A Agência Europeia do Medicamento
(EMA) aprovou a utilização da vacina em crianças a partir de dois meses de idade, com
administração de doses intervaladas de um ou dois meses
Foi desenvolvido um sistema para calcular a percentagem de estirpes
circulantes numa dada região que expressam, pelo menos, um dos antigénios da vacina
e, desta forma, calcular a probabilidade de serem mortas pelos anticorpos induzidos
pela vacinação. A cobertura estimada para a Europa é de 78% contudo as estirpes
portuguesas não foram testadas pelo que não é possível calcular com precisão a
cobertura estimada para Portugal.
A informação atualmente disponível sobre a única vacina conjugada licenciada
para meningococos do serogrupo B, a vacina 4CMenB, não é ainda suficiente para
fundamentar uma eventual política de vacinação em Portugal, uma vez que não são
ainda conhecidos: a concordância dos antigénios da vacina com as estirpes invasivas
em circulação em Portugal responsáveis por DIM por serogrupo B; o efeito de
imunidade de grupo conferido pela vacina; e a duração da imunidade após vacinação.
Como é administrada a vacina?
A vacina é administrada por injeção profunda num músculo, preferivelmente no
músculo do ombro, ou no músculo da coxa.
Segundo o Resumo das Características do Medicamento (RCM), a vacina
4CMenB pode ser utilizada a partir dos dois meses de idade, com esquemas de
vacinação que dependem da idade à data da primeira inoculação.
Quais os efeitos secundários da vacina?
Os efeitos secundários esperados como febre (10 a 15%) e reações locais têm
uma incidência semelhante às vacinas do PNV e são facilmente controláveis com
paracetamol.
Os efeitos secundários mais frequentes associados à vacina nas crianças até
aos 10 anos de idade (observados em mais de 1 doente em cada 10) são perda de
apetite, sonolência, choro invulgar, diarreia, vómitos, erupção cutânea, febre e
irritabilidade, bem como sensibilidade, tumefação, induração e vermelhidão da pele no
local de injeção. Os efeitos secundários mais frequentes associados nos adolescentes
(observados em mais de 1 doente em cada 10) são dores de cabeça, náuseas
(sensação de enjoo) e mal-estar geral, mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular),
bem como dor, tumefação, induração e vermelhidão da pele no local de injeção.
A administração, em simultâneo, com as vacinas do PNV e pneumocócica
conjugada foi, também, avaliada verificando-se compatibilidade. No entanto, os
resultados para a imunogenicidade para o pneumococo serotipo 6B, vírus polio
inativado tipo 2 e pertactina foram inconsistentes desconhecendo-se a relevância clínica
destes achados. Por outro lado, a frequência de efeitos secundários, locais e
sistémicos, é maior quando administrada em simultâneo com as vacinas do PNV.
Quais as contraindicações da vacina?
Não deve ser utilizado em pessoas que são hipersensíveis (alérgicas) às
substâncias ativas ou a qualquer outro componente do medicamento.
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Simões, M.J.; Fernandes, T.; Gonçalves, P.; Bettencourt, C.; Furtado C. - Doença
meningocócica do serogrupo B (MenB) em Portugal: uma reflexão sobre estratégias de
imunização, pp. 28-32 Boletim Epidemiológico Observacões, Volume 3 - Número
10, Outubro - Dezembro 2014 ISSN: 0874-2928 | ISSN: 2182-8873 (em linha)
European Medicines Agency - Resumo do EPAR destinado ao publico Bexero, 12-2012.
Vacina contra rotavírus
Que doença pretende prevenir?
A gastrenterite aguda (GEA) é uma patologia comum nos primeiros anos de
vida, tanto em países industrializados como em vias de desenvolvimento. Existem
vários tipos de rotavírus que provocam gastroenterite. Nos países desenvolvidos,
grande parte dos casos de GEA por rotavírus não necessita de hospitalização, mas o
impacto desta patologia na saúde pública é muito significativo.
Vacinas disponíveis?
Em Portugal estão disponíveis duas vacinas contra o Rotavirus. A Rotarix
contém uma forma viva atenuada (enfraquecida) do rotavírus humano (estirpe
RIX4414); a RotaTeq contém cinco estirpes vivas de rotavírus, cada qual com um
antigénio diferente (G1, G2, G3, G4 e P1[8]).
Encontram-se disponíveis sob a forma de solução, apresentada numa bisnaga
unidose.
Vacina
Laboratório
Tipo
Composição
Número de doses
Via de administração
RotaTeq®
SPMSD
Viva
Reagrupamento bovino-humano
G1, G2, G3, G4; P(8)
3
Oral
Rotarix®
GSK
Viva
Humana atenuada
G1; P(8)
2
Oral
Tabela 1 – Características das vacinas contra Rotavírus
Como é administrada a vacina?
A vacina é administrada via oral. Pode ser administrada a partir das seis
semanas sendo o intervalo entre cada dose de pelo menos quatro semanas.
Pode ser administrada com outras vacinas.
Quais os efeitos secundários da vacina?
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Os efeitos adversos mais comuns com a Rotarix® (entre 1 e 10 crianças em
100) são diarreia e irritabilidade e, com a RotaTeq® (1 criança em 10), são a febre,
diarreia e vómitos.
Quais as contraindicações da vacina?
A vacina monovalente (Rotarix®) está contra-indicada se história clínica de
alergia ao látex e deverá ser administrada com precaução se o lactente tiver espinha
bífida ou extrofia vesical (alergia cruzada ao látex). O uso do RotaTeq é também
contraindicado em bebés com antecedentes de intussusceção (invaginação do intestino
delgado) ou que tenham problemas intestinais que possam predispor a casos de
intussusceção, bem como em bebés com o sistema imunitário debilitado.
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Sociedade de Infecciologia Pediátrica Secção de Gastrenterologia e Nutrição Pediátrica da
Sociedade Portuguesa de Pediatria - Recomendações para a Vacina Contra Rotavírus, 7 de
Fevereiro de 2009
Actualização das Recomendações publicadas pelas Sociedade de Infecciologia Pediátrica e
Secção de Gastrenterologia e Nutrição Pediátricas da SPP, em 2009.
Vacina contra o vírus da hepatite A
Que doença pretende prevenir?
A Hepatite A é uma infeção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA) que entra
no organismo através do aparelho digestivo e multiplica-se no fígado, causando neste
órgão a inflamação denominada hepatite A.
A hepatite A transmite-se de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a
água estão contaminados por dejetos contendo o vírus, daí que seja mais frequente em
países menos desenvolvidos, devido à precariedade do saneamento básico, e incida,
principalmente, em crianças e adolescentes (50 por cento dos casos acontece antes
dos 30 anos). A infeção pelo vírus da Hepatite A (VHA) na criança é geralmente
benigna, evolui naturalmente para a cura, e muitas vezes não produz sintomas, sendo a
prevalência de insuficiência hepática aguda inferior a 1/1.000 casos.
As crianças com maior risco são as crianças com doenças hepáticas, residentes
em instituições ou que pretendam viajar para países de risco, devido às más condições
sanitárias.
Vacinas disponíveis?
A vacina contra a hepatite A foi obtida a partir do vírus inativo, é considerada
bastante eficaz e não tem quaisquer contraindicações. É uma vacina de vírus
inactivado, segura, com elevado grau de imunogenicidade, confere protecção duradoira
e não interfere com as outras vacinas. Dado o VHA ter reservatório quase
exclusivamente humano, a erradicação da doença será possível com a vacinação
universal, associada à melhoria das condições sanitárias dos países mais
desfavorecidos.
Em Portugal, existem duas vacinas: uma que previne a infeção causada pelo
VHA (Havrix®) e outra, conhecida por combinada, que protege igualmente contra a
hepatite B (Twinrix®).
A vacina da hepatite A pode ainda ser usada na profilaxia pós-exposição, em
vez da imunoglobulina, com resultados sobreponíveis.
Como é administrada a vacina?
As vacinas são administradas por via intramuscular no músculo recto lateral
(coxa) ou deltóide (braço).
Num ensaio clínico que envolveu mais de 40 mil crianças tailandesas, com 1-16
anos, a eficácia na prevenção de episódios de hepatite A foi de 94%, após uma
segunda dose, e de 98%, após uma terceira dose.
Quais os efeitos secundários da vacina?
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Os efeitos secundários são raros e, caso se façam sentir, são ligeiros, prendemse com a própria toma, ou seja: dor, vermelhidão e inchaço no local da picada. Em
alguns casos, verificam-se sintomas semelhantes aos da gripe (febre, dor de cabeça,
arrepios, dores nos músculos e articulações) mas, normalmente, duram um dia. Mais
raros ainda são os casos em que origina diarreia ou urticária.
Quais as contraindicações da vacina?
Não se recomenda abaixo dos 12 meses de idade. Admite-se que os anticorpos
maternos, eventualmente presentes no primeiro ano de vida, possam neutralizar a
vacina.
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Sociedade Portuguesa De Pediatria RECOMENDAÇÕES PARA A VACINAÇÃO CONTRA O
VÍRUS DA HEPATITE A Secções de Infecciologia e de Gastrenterologia e Nutrição
Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria, pp: 268-270, Vol 38, Nº 6, Novembro –
Dezembro, 2007
Vacina contra o vírus da Varicela
Que doença pretende prevenir?
A varicela, causada pelo vírus Varicella-zoster (VZV), é uma doença contagiosa
de origem viral que afeta, sobretudo, crianças. Inicia-se no trato respiratório e
dissemina-se depois pelo organismo atingindo a pele.
A varicela é uma infecção banal durante a infância. Caracteriza-se por uma
erupção na pele que se generaliza por todo o corpo, com prurido associado, muitas
vezes precedido por febre e mal-estar. As complicações da doença são raras. Em regra,
a doença deixa imunidade permanente, pelo que as pessoas só contraem varicela uma
vez na vida.
Como outros herpesvírus o VZV tem capacidade de permanecer latente nos
gânglios nervosos e pode reativar originando uma doença conhecida por zona. A
infeção por VZV é passível de ser prevenida por vacinação.
Vacinas disponíveis?
A vacina contra a varicela é uma vacina viva atenuada que visa a proteção de
adultos e crianças contra o vírus Varicela-Zoster. A vacina não confere total imunidade
contra o vírus, no entanto pode ajudar a diminuir as consequências mais graves
associadas ao desenvolvimento da doença.
Existem duas vacinas comercialmente disponíveis: a Varivax® e a Varilix®.
A Varivax® contém o vírus da varicela vivo, atenuado, da estirpe Oka
(Oka/Merck), produzido em células diploides humanas. Esta vacina pode ser
administrada a pessoas com idade igual ou superior a 12 meses. Pode também ser
utilizada pós-exposição para pessoas sem história prévia de varicela, mas que tiveram
contato com alguém infetado, durante o período contagioso, um vez que a vacinação no
período de 3 a 5 dias após a exposição ao vírus pode ajudar a prevenir ou, pelo menos,
reduzir a gravidade da doença, resultando num menor número de lesões na pele e na
diminuição da duração da doença. É necessário ter em atenção que, até 6 semanas
após a administração da vacina, a criança (ou adulto) deve evitar contatar indivíduos
suscetíveis, nomeadamente, grávidas e recém-nascidos, imunocomprometidos e
adultos que nunca tiveram varicela.
A Varilix® contém também o vírus atenuado da varicela-zoster (estirpe OKA).
Tal como a vacina anterior, pode ser administrada em indivíduos saudáveis com idade
igual ou superior a 12 meses e poderá também ser utilizada em situações de profilaxia,
em casos de doentes sem antecedentes de varicela, ou como prevenção da doença em
indivíduos que mantenham contato com doentes de alto risco de varicela grave, para
reduzir o risco de transmissão de VZV selvagem a estes doentes.
A imunogenicidade das vacinas varia de acordo com o grupo de população
vacinada, sendo os melhores resultados obtidos em crianças saudáveis, mas não
existem, aparentemente, grandes diferenças entre as duas vacinas.
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Enquanto que a imunidade natural que resulta da exposição à doença, é para
toda a vida, desconhece-se a duração da imunidade induzida pela vacinação a longo
prazo.
Como é administrada a vacina?
As vacinas são administradas por via intramuscular no músculo recto lateral
(coxa) ou deltóide (braço).
Quais os efeitos secundários da vacina?
De acordo com o folheto informativo que resume as características do
medicamento, aprovado pelo INFARMED em 2012, os efeitos secundários da Varivax
incluem afeções do sistema nervoso, paralisia de Bell (músculos faciais descaídos e
pálpebra descaída de um lado da face), instabilidade ao andar e tonturas, dormência
das mãos e dos pés, faringite, manchas na pele (púrpura Henoch-Schönlein), infeções
bacterianas secundárias da pele e tecidos moles, anemia aplástica e palidez grave.
No resumo das características do medicamento, aprovado pelo INFARMED em
2011, são identificados como efeitos secundários da Varilix dor e vermelhidão no local
da injeção, muito frequentemente, e, frequentemente, erupções cutâneas, inchaço no
local da injeção e febre, podendo também desenvolver infeções o nível do trato
respiratório superior, faringite, linfadenopatia, irritabilidade, dores de cabeça e
sonolência, tosse, rinite, náuseas e vómitos, erupções cutâneas tipo varicela e prurido,
artralgia e mialgia, fadiga e mal-estar geral.
Quais as contraindicações da vacina?
As crianças com algum tipo de compromisso imunitário.
Em caso de: antecedentes de alergia a qualquer dos constituintes da vacina
contra a varicela, à gelatina ou neomicina; doenças sanguíneas, leucemia, linfomas ou
outras neoplasias malignas que afetem o sistema circulatório e linfático;
imunodeficiência ou tratamento com imunossupressores (incluindo doses elevadas de
corticosteroides); tuberculose ativa não tratada; qualquer afeção febril com temperatura
acima de 38,5ºC.
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Ribeiro, F. Varicela: Vacinação e Epidemiologia Universidade Fernando Pessoa, Porto 15 de
Julho de 2013 [Em linha: consultado a 7 de Fevereiro de 2014]
Vacina contra vírus da gripe
Que doença pretende prevenir?
A gripe sazonal é uma doença viral contagiosa provocada pelo vírus Influenza,
que ocorre de forma epidémica durante os meses de Inverno. É uma das doenças
transmissíveis mais significativas e mais comuns, constituindo uma causa importante de
morbilidade e mortalidade.
Em alguns casos, as complicações vão além de uma infeção respiratória
autolimitada, resultando numa pneumonia grave ou noutras complicações secundárias,
por vezes fatais. Estas complicações são muito mais comuns entre os idosos e entre as
pessoas com patologias crónicas subjacentes.
Vacinas disponíveis?
A vacina é composta pelo vírus influenza inativado e fragmentado. É indicada
principalmente para pessoas que têm um risco elevado de complicações associadas
A gripe sazonal pode ser atenuada através da vacinação, mas o vírus sofre
alterações frequentes da sua composição antigénica, pelo que a composição das
vacinas é regularmente revista pelos peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desta forma, pode ser necessário o reforço da vacina todos os anos.
O período de incubação da gripe é de poucos dias, pelo que se a pessoa
vacinada foi exposta ao vírus da gripe imediatamente antes ou após a vacinação, pode
ainda desenvolver a doença.
A seroproteção é geralmente obtida em 2 a 3 semanas. A duração da
imunidade, pós-vacinação, a estirpes homólogas, ou a estirpes estreitamente
relacionadas com as estirpes da vacina, varia, mas é normalmente de 6 a 12 meses.
Como é administrada a vacina?
As vacinas são administradas por via intramuscular no músculo recto lateral
(coxa) ou deltóide (braço).
Quais os efeitos secundários da vacina?
São efeitos secundários frequentes: dores de cabeça, sudação
dores
musculares, dores nas articulações, febre, mal-estar geral, arrepios, fadiga e reações
locais: vermelhidão, inchaço, dor, nódoa negra, endurecimento à volta da área onde a
vacina é injetada. Também estão descritos efeitos secundários de maior gravidade, mas
são raros.
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Quais as contraindicações da vacina?
Hipersensibilidade às substâncias ativas, a qualquer dos excipientes ou aos
componentes que podem estar presentes em quantidades residuais, tais como ovos
(ovalbumina, proteínas de galinha), formaldeído, sulfato de gentamicina e deoxicolato
de sódio.
A resposta imunológica pode ser diminuída em doentes submetidos a
terapêutica imunossupressora.
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Jornal Oficial da União Europeia - Recomendação do Conselho da União Europeia de 22 de
Dezembro de 2009 sobre a vacinação contra a gripe sazonal (2009/1019/UE)
Vacina contra o papiloma vírus humano
Que doença pretende prevenir?
O Papiloma Vírus Humano é um vírus que atinge pele e mucosas com
transmissão preferencialmente por via sexual, com uma taxa de transmissibilidade
muito alta. O vírus infecta as camadas basais do epitélio, penetrando através de
microtraumatismos, que costumam produzir-se durante as relações sexuais, não
necessariamente coitais. Práticas sexuais potencialmente traumáticas, como o coito
anal são mais facilitadoras da transmissão.
A prevalência da infeção por HPV em Portugal, no grupo etário dos 20-24 anos,
foi de 28,8%, diminuindo em valores à volta dos 10% em mulheres até aos 49 anos e
nas mulheres dos 50 aos 65 anos a prevalência foi cerca de 6%. Estima-se que em
Portugal cerca 5% das mulheres, dos 25 aos 65 anos, apresenta uma citologia anormal.
Vacinas disponíveis?
Existem duas vacinas – Gardasil® e Cervarix® - e são compostas por partículas
semelhantes aos vírus (VLP). Estas VLPs têm grande semelhança com os viriões do
HPV, mas não contêm material genético, pelo que não são infeciosas, nem
oncogénicas. Alem das VLPs, que estimulam a resposta dos anticorpos, as vacinas
contêm adjuvantes com o objetivo de prolongar a imunidade com menor dose de
antigénio e ter uma resposta imune 60-100 vezes superior à da infeção natural.
O Gardasil é uma vacina, sob a forma de suspensão injetável contendo
proteínas purificadas para quatro tipos do papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18).
O Cervarix apresenta-se na forma de uma suspensão injetável contendo proteínas
purificadas para dois tipos do papilomavírus humano (tipos 16 e 18).
O objetivo principal da vacinação consiste na prevenção do Cancro do Colo do
Útero (CCU) Os objetivos associados são a prevenção de outros cancros relacionados
com HPV. O objetivo de médio prazo é a prevenção das neoplasias precursoras do
CCU. A Gardasil® pode também prevenir as neoplasias precursoras da vulva e vagina.
O objectivo a curto prazo da vacinação contra a infecção por HPV é uma redução
significativa dos resultados citológicos cervicais anómalos, que incluem atipias incertas,
escamosas ou glandulares (ASC-US e AGC) e lesões intra-epiteliais de baixo grau
(LSIL) que não representam mais do que a resposta cito-histológica aguda à presença
vírica, transitória na maioria das vezes. A Gardasil® oferece também protecção a curto
prazo para as verrugas genitais e provavelmente para a papilomatose respiratória
recorrente, causada pelos tipos 6 e 11 do HPV.
A evidência de memória imunológica demonstrada por ambas as vacinas é um
indicador muito promissor de uma longa e eficaz protecção.
As vacinas contra o HPV não são vacinas vivas. Podem potencialmente ser
administradas em simultâneo ou em qualquer altura, antes ou após vacinas vivas ou
inactivadas. O uso de anticonceptivos não teve influência demonstrada nos ensaios
clínicos, nem na resposta imunológica para nenhuma das vacinas.
Estão indicadas para administração a raparigas e rapazes a partir dos 9 anos.
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[VACINAS EXTRA PNV- AJUDA NA TOMADA DE DECISÕES]
Como é administrada a vacina?
A administração é intramuscular para ambas as vacinas. O local de
administração recomendado é a região deltóide, da parte superior do braço.
Está demonstrado, que as vacinas podem ser administradas de forma
concomitante com a vacina da Hepatite B (recombinante), mas em local diferente, bem
como com a vacina de reforço combinada contra a Difteria, Tétano, Tosse Convulsa
com ou sem Poliomielite inactivada.
Quais os efeitos secundários da vacina?
Os efeitos secundários mais frequentes associados (observados em mais de 1
indivíduo em cada 10) são dores de cabeça, mialgia (dores musculares), reações no
local da injeção, incluindo dor, vermelhidão e inchaço, e fadiga (cansaço).
Quais as contraindicações da vacina?
A vacinação deve ser adiada em indivíduos com doença aguda grave que cursa
com febre. No entanto, a presença de infecção ligeira não é uma contra-indicação para
a imunização.
As vacinas estão contra-indicadas quando há hipersensibilidade à substância
activa ou a qualquer dos excipientes.
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Sociedade Portuguesa de Ginecologia - Secção Portuguesa de Ginecologia oncológica,
Vacinas contra o HPV, Reunião de Consenso Nacional Cascais, 19 e 20 de Março de 2010
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