LIVRO DE RESUMOS
VII Semana da Biologia
Católica UniSantos
Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
Comissão organizadora:
Profa. Dra. Kátia Maria Gomes Machado (Presidente);
Prof. Dr. Ronaldo Bastos Francini;
Prof. Me. Mário de Oliveira;
Profa. Me. Amélia Elias da Ponte;
Profa. Dra. Rosângela Ballego Campanhã;
Profa. Dra. Maria Luiza Domingues Villar.
Juliana Corrales Nunes (6º semestre);
Tarini Coll de Araujo (6º semestre);
Raphaella Lousada Lapachinske (6º semestre);
Sophia Aparecida Godoy (6º semestre);
Alexandre Barril Dalla Pria (6º semestre);
Fellipe Alvares Lima da Silva Costeira (6º semestre);
Jéssica Nayara Carvalho Francisco (6º semestre);
Paula Christina da Silva Elias (6º semestre);
Aline Saturnino (2º semestre);
Gabriela Moraes Barros (2º semestre).
22 a 24 de setembro de 2010
Santos, São Paulo.
VII Semana de Biologia - 2010
VII Semana de Biologia - UniSantos
Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
Esta publicação contempla os resultados da VII Semana de Biologia,
evento promovido pelos docentes e discentes do Curso de Ciências Biológicas da
UniSantos. Tivemos um total de 183 inscritos nas diferentes atividades
oferecidas: 6 Oficinas, 1 Minicurso, 6 Palestras e 1 Mesa redonda; um público
recorde, comparativamente as edições anteriores. A presença dos participantes
nas atividades também foi gratificante para a comissão organizadora, como pode
ser observado na Tabela 1, que mostra o número de participantes presentes em
cada uma das atividades.
O evento atraiu não apenas estudantes do curso de Ciências Biológicas, mas
conseguiu envolver alunos de diferentes cursos da UniSantos com atuação na
interface ambiental, como Gestão Ambiental, Química Tecnológica e Engenharia
Ambiental. Para surpresa dos organizadores, o evento também atraiu alunos de
cursos não diretamente relacionados a temática ambiental, como foi o caso da
participação expressiva de alunos do Curso de Relações Públicas. Além disto,
observamos, com muita satisfação, uma participação significativa de alunos de
outras instituições de ensino superior da região assim como de estudantes e
professores do ensino médio.
A sessão de apresentação de trabalhos na forma de pôsteres contou com o
total de 11 trabalhos, sendo cinco na área de Educação Biológica e seis na área da
Biologia experimental ou descritiva. Esta publicação mostra a seguir os resumos
submetidos. Deste total, 10 trabalhos foram realizados na UniSantos os quais são
representativos da produção dos alunos e professores do Curso de Ciências
Biológicas da Católica UniSantos. Um trabalho foi de autoria de aluno desenvolvido
durante seu estágio na empresa Acqua Consulting.
Durante o evento aconteceu ainda o lançamento do livro “História Natural
das borboletas do Vale do Rio Quilombo” pelo autor Dr. Ronaldo B. Francini,
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VII Semana de Biologia - UniSantos
Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
professor do Curso de Ciências Biológicas da UniSantos contando com a
participação de cerca de 20 pessoas. Este livro encontra-se disponível no portal da
UniSantos (http://www.unisantos.br/) na página do Curso de Ciências Biológicas.
O sucesso nesta empreitada deve-se à atuação comprometida da Comissão
Organizadora. No entanto, sem a ajuda de muitos outros não teríamos atingido
nossos objetivos principais de: 1) integrar os alunos e docentes do curso, exalunos, comunidade acadêmica, gestores e professores das redes públicas e
privadas da baixada santista e interessados em geral, propiciando um espaço para
encontro e debate dos impactos antrópicos nos ecossistemas litorâneos, e 2)
divulgar as pesquisas específicas realizadas pelos alunos e docentes do curso, as
quais traduzem o grande diferencial do Curso de Ciências Biológicas da Católica
UniSantos. Assim, a comissão torna pública o seu agradecimento aos docentes da
UniSantos que atenderam prontamente ao pedido para oferecer oficinas, aos
colegas das instituições parceiras, que gentilmente ministraram as palestras e
minicurso e ao apoio e colaboração das equipes do: Marketing e Editora, Prosel,
Centro Cidadão, Relações Públicas, Portal e Criação.
A Comissão organizadora
Setembro de 2010
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VII Semana de Biologia - UniSantos
Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
I.
A Semana de Biologia da Católica UniSantos
A I Semana de Biologia e a II Semana de Biologia, que aconteceram nos
períodos de 11 a 14 de outubro de 1983 e de 6 a 11 de outubro de 1984,
respectivamente, foram promovidas pelo Centro de Estudos de Ciências Biológicas
de Santos (CECIBS), órgão dos alunos de Biologia fundado em 1982. A III Semana
de Biologia e a IV Semana de Biologia aconteceram em 2000 e 2002,
respectivamente, promovidas pelo Departamento de Ciências Químicas e
Biológicas, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FAFIS). No período de 11 a
16 de abril de 2005, o Curso de Ciências Biológicas promoveu a V Semana de
Biologia, cujo tema foi “Colhendo frutos: experiências profissionais de 38 anos”. A
VI Semana de Biologia foi realizada no período de 10 a 13 de novembro de 2009,
com o tema “Meio ambiente e biotecnologia: uma parceria sustentável ?”. Foram 6
palestras, 1 curso de extensão, 3 minicursos, 8 comunicações orais e 5 oficinas.
Em 2010, o Curso promoveu a VII Semana de Biologia no período de 20 à
22 de setembro de 2010 com o tema “Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação”. A nossa região atravessa um importante momento, do
ponto de vista da sua economia, no qual são grandes as expectativas de
desenvolvimento socioeconômico. O Porto de Santos, o maior da América Latina,
encontra-se em obras de expansão para absorver o volume de movimentações de
carga, que deve triplicar até 2024. As descobertas de petróleo e gás na camada do
pré-sal e a recente instalação da Unidade de Negócios da Petrobras indicam a
chegada da atividade petrolífera na região. Além disto, encontra-se em curso a
ampliação de importantes setores industriais do Pólo Petroquímico de Cubatão.
A costa do Brasil é constituída por uma variedade de ambientes marinhos e
costeiros em grande parte margeados por remanescentes de Mata Atlântica, um
dos hotspots mais ameaçados do planeta. Além disto, abriga uma das maiores áreas
de manguezais bem conservados de todo o mundo. No entanto, relativamente
pouco é conhecido sobre a biodiversidade marinha e costeira e seu potencial de
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prevenção e remediação
resposta aos impactos ambientais de origem antrópica. Muito tem sido especulado
sobre as consequências para os ecossistemas marinhos e costeiros da exploração
de petróleo, em relação à perda da biodiversidade decorrente de possíveis
acidentes com vazamentos de óleo no ambiente marinho, como ocorrido
recentemente no Golfo do México. Da mesma forma, setores sociais têm
responsabilizado as obras de dragagem de manutenção e de aprofundamento do
canal do Porto como a causa de impactos na região, como por exemplo, a erosão
das praias, processo este que não atinge apenas as praias da região, mas a maioria
das praias do estado de São Paulo e de outros estados brasileiros.
II.
A VII Semana de Biologia da Católica UniSantos
A Tabela 1 mostra o número de participantes em cada uma das atividades. A
Tabela 2 mostra os resumos apresentados assim como seus respectivos autores.
Foram ainda colocados, na íntegra, os resumos dos trabalhos apresentados na
forma de pôster durante o evento.
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Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
Tabela 1. Número de participantes em cada uma das atividades.
Atividade
Oficinas
· A importância da sexualidade na qualidade de vida
· DNA, quem é você?
· Estratégias Metodológicas para Educação Ambiental
· Fundamentos de Anatomia Humana
· Cromossomos humanos em foco
· Bactérias e fungos “do bem”: como usá-los para a limpeza
de ambientes contaminados com petróleo?
Minicurso
· O papel do Biólogo na conservação de fauna ex-situ:
Zoológicos
Mesa-Redonda
· Desafios para a sustentabilidade das praias na Região da
Baixada Santista.
Palestras
· Ecossistemas Urbanos: Desafios Socioambientais para
Construção de Sociedade Justa, Inclusiva, Participativa e
Sustentável
· Oportunidades de Negócios na área ambiental
· Sistema de Informações Biogeográficas dos Oceanos
(OBIS) no Brasil: como fazer com que registros da
biodiversidade sejam comparáveis e significativos?
· Plano de contingência para incidentes de poluição por
óleo
· O Pré Sal
· Biorremediação Ambiental por Fungos Basidiomicetos
N° de Participantes
28
8
6
33
6
18
9
41
83
58
62
53
53
65
6
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Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
Tabela 2. Resumos apresentados e seus respectivos autores.
Título
Autores
1
Análise morfo-histológica da folha e do caule de
Eugenia uniflora (myrtaceae) empregada na
medicina alternativa numa população do bairro
Guaraú em Peruíbe
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Amélia
Cristina Elias da Ponte, Sílvia Maria Castex
Aly Claro.
2
DNA, quem é você?
3
Obtenção de preparados comerciais de lacase
4
Desenvolvimento de modelo para ensino do DNA
mitocondrial
5
Características anatômicas da lâmina foliar de
Mikania glomerata (spreng.)
6
Análise microbiológica como ferramenta
avaliação do desempenho de um sistema MBR
Cromossomos magnéticos
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Paula
Christina da Silva Elias, Adriana Florentino de
Souza, Rosângela Ballego Campanhã.
Paula Christina da Silva Elias, Rosângela
Ballego Campanhã, Kátia Maria Gomes
Machado.
Ana Paula Silva de Souza, Nathali Arend
Marques Pereira, Tarini Coll Araujo, Cleber
Ferrão Corrêa, Adriana Florentino de Souza,
Rosângela Ballego Campanhã.
Juliana Corrales Nunes, Tarini Coll De Araujo,
Amélia Cristina Elias da Ponte, Sílvia Maria
Castex Aly Claro.
Fellipe Alvares Lima da Silva Costeira, Ana
Luiza Fávaro Piedade.
Paula Christina da Silva Elias, Jéssica Nayara
Carvalho Francisco, Rosângela Ballego
Campanhã.
Raphaella Lousada Lapachinske, Eduardo
Mendes Mourão, Christiane Freire Lima,
Ellen Correa Malteze Macedo, Thadeu Sobral
de Souza, Gabriel Paganini Faggioni,
Rosângela Ballego Campanhã.
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Adriana
Florentino de Souza, Kátia Maria Gomes
Machado.
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Paula
Christina da Silva Elias, Amélia Cristina Elias
da Ponte.
Maria Fernanda Ramos de Oliveira, Kátia
Maria Gomes Machado.
7
de
8
Desenvolvimento do jogo didático: “Grande prêmio
do DNA”
9
Aplicação biotecnológica de bactérias e leveduras
na degradação de petroderivados
10
Educação ambiental na fortaleza da barra
11
Resíduos da produção de suco de uva como
substrato para crescimento do fungo Pleurotus
ostreatus CCIBt010 e obtenção de extrato
enzimático para descoloração de corantes têxteis
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Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
1. Análise morfo-histológica da folha e do caule de Eugenia uniflora
(myrtaceae) empregada na medicina alternativa numa população do
bairro Guaraú em Peruíbe
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Amélia Cristina Elias da Ponte, Sílvia
Maria Castex Aly Claro (Curso de Ciências Biológicas, UniSantos)
Eugenia uniflora é uma planta nativa do Brasil, pertencente à classe
Dicotiledoneae (Magnoliopysida), família Myrtaceae. Possui porte arbustivo ou
arbóreo, perene, filotaxia oposta, folha simples, oval-laciolada, margem do
limbo inteira, peninérvia, sem estípula, apresenta inflorescência racemosa com
flores hermafroditas pediceladas e pétalas brancas. Um levantamento
etnobotânico, numa população localizada no Bairro Guaraú, Peruíbe, indicou o
emprego dessa espécie para os tratamentos de febre, cólicas, dores de
cabeça, gripe, resfriado, dores de barriga e pressão alta. Este trabalho teve
como objetivo caracterizar a morfo-histologia da folha e caule de E. uniflora. O
material botânico foi fixado em FAA 70 e depois transferido para etanol 70 GL.
Foram realizados cortes anatômicos à mão livre, com secções transversais do
caule e folhas. O material obtido foi corado em azul de Toluidina e Safranina
em solução aquosa 1% e montados entre lâmina e lamínula com gelatina
glicerinada e a lutagem foi realizada com esmalte incolor. A observação dos
cortes foi realizada em microscópio óptico em aumento de 100x e 400x. A
lâmina foliar é hipoestomâtica, com estômatos do tipo paracítico e
ocasionalmente anomocítico. A epiderme uniestratificada, glabrescente,
dorsiventral
possui
cutícula
uniforme.
Glândulas
esquisólisigenas
subepidérmicas são distribuídas por toda extensão do mesofilo. Idioblastos e
drusas são comuns no mesofilo. A nervura central côncavo-convexa do tipo
bicolateral na folha encontra-se circundada por fibras do esclerênquima que se
interrompem na extremidade superior da epiderme em regiões supralaterais do
feixe. No xilema do caule as distribuições dos vasos são difusas, solitárias, com
placa de perfuração simples e pontoações intervasculares alternas.
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prevenção e remediação
2. DNA, quem é você?
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Paula Christina da Silva Elias, Adriana
Florentino de Souza, Rosângela Ballego Campanhã (Curso de Ciências
Biológicas, UniSantos)
O DNA (ácido desoxirribonucléico) é a molécula filamentosa responsável pelo
armazenamento e transmissão da informação genética nos seres vivos. Nos
eucariotos, está contida dentro do envoltório nuclear na forma de cromatina,
que é o DNA associado com proteínas básicas, denominadas histonas. Em
termos moleculares, o DNA é uma dupla hélice antiparalela composta por
nucleotídeos reunidos por ligações fosfodiéster, onde cada nucleotídeo é o
resultado da ligação de ácido fosfórico, de uma pentose e uma base
nitrogenada púrica (adenina ou guanina) ou pirimídica (timina ou citosina).
Neste trabalho, apresenta-se uma metodologia de extração de DNA de
morango, que é uma infrutescência octoplóide, com textura macia e portanto de
fácil homogeneização. Assim, não se faz necessário um pré-tratamento deste
material, o que facilita os procedimentos empregados. Estes consistem na
maceração do tecido, tratamento do mesmo a quente com uma solução salina
na presença de detergente, resfriamento e adição de etanol comercial gelado.
Por este tratamento, o DNA é facilmente extraído e coletado com um bastão de
vidro. Em conjunto, foi elaborado um roteiro de questões para mediar a
discussão de conceitos fundamentados na análise do comportamento físicoquímico desta molécula durante os procedimentos realizados que foram
adaptados de http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/2078.
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3. Obtenção de preparados comerciais de lacase
Paula Christina da Silva Elias, Rosângela Ballego Campanhã, Kátia Maria
Gomes Machado (Curso de Ciências Biológicas, UniSantos)
Lacases, oxidorredutases contendo cobre, possuem grande interesse
comercial. Estas enzimas são empregadas em vários processos industriais
como, por exemplo, na produção de etanol e como componentes de células
biocombustíveis, extremamente atrativas do ponto de vista ambiental.
Aplicações práticas de lacases foram descritas para alguns processos
tecnológicos, como Lignozym® e Suberase®. O maior entrave na aplicação de
lacases é o seu custo de produção. Lacases são produzidas pela maioria dos
fungos basidiomicetos na forma de uma família de isoenzimas. A sua produção
é extremamente dependente da linhagem fúngica e das condições de cultivo do
fungo, tais como: regulação C/N, sais como cobre e manganês e cofatores
(ácidos graxos e compostos fenólicos). Os objetivos foram avaliar o rendimento
enzimático de preparados de lacase e reduzir os custos do processo
biotecnológico, empregando diferentes linhagens de fungos: Pleurotus
ostreatus, Psilocybe castanella, Trametes villosa, e Peniophora cinerea. Os
fungos foram cultivados em meio sintético basal acrescido de farinha de trigo,
durante 7 e 14 dias. Empregaram-se frascos de 250 mL contendo 50 mL de
meio e 3 inóculos de crescimento de 7 dias do fungo. Foi determinada a
biomassa e a atividade de lacase pela oxidação de ABTS a 420 nm. A seguir, o
fungo que apresentou uma maior atividade enzimática foi submetido à
cromatografia de troca iônica (Q Sepharose). O material retido pela resina foi
eluído por um gradiente linear de 0 a 500 mM de NaCl sendo coletadas frações
para determinação de atividade enzimática. Após 14 dias de crescimento, P.
ostreatus apresentou maior atividade enzimática (277,9 U.L-1); após a etapa de
purificação parcial, a enzima foi eluída de 150 e 230 mM de NaCl com
enriquecimento da atividade enzimática de 4,58 vezes.
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4. Desenvolvimento de modelo para ensino do DNA mitocondrial
Ana Paula Silva de Souza1, Nathali Arend Marques Pereira1, Tarini Coll
Araujo1, Cleber Ferrão Corrêa2, Adriana Florentino de Souza1, Rosângela
Ballego Campanhã1 (Curso de Ciências Biológicas1, Curso de Farmácia2
UniSantos)
A Biologia Celular, juntamente com a Biologia Molecular, constituem áreas das
Ciências que empregam conceitos bastante abstratos, pois trabalham com
aspectos microscópicos e moleculares da natureza. O processo de ensino e
aprendizagem destes conteúdos necessita de material didático de apoio, como
métodos alternativos, além dos habituais, ampliando as chances de
compreensão destes temas. Um dos métodos que pode ser empregado é o de
modelos didáticos em multimídia, pois permitem a visualização e interação com
esses assuntos. Neste trabalho primeiramente foi elaborado um modelo
didático, através da representação da molécula de mtDNA nos softwares Excel
2007 e Power Point 2007; o modelo foi realizado em formato de hipertexto, o
que permitiu, de uma maneira rápida e interativa, o acesso às informações lá
contidas, tornando-se uma ferramenta importante na síntese destes
conhecimentos. O mesmo modelo foi implementado em Flash para melhor
visualização, segurança das informações e portabilidade, podendo funcionar
em qualquer sistema operacional que possua um navegador de Internet com
suporte (plugin) à Adobe Flash.
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prevenção e remediação
5. Características anatômicas da lâmina foliar de Mikania glomerata
(spreng.)
Juliana Corrales Nunes, Tarini Coll De Araujo, Amélia Cristina Elias da Ponte,
Sílvia Maria Castex Aly Claro (Curso de Ciências Biológicas, UniSantos)
A espécie Mikania pertence à tribo Eupatorieae e caracteriza-se por ser uma
planta herbácea trepadeira, com folhas lanceoladas verdes e inervadas
longitudinalmente, com flores pequenas e brancas. Conhecida como guaco foi
oficializada como fitofármaco na primeira edição da Pharmacopéia no Brasil. É
uma planta utilizada para tratamento da tosse e problemas respiratórios, tem
ação antiinflamatória, broncodilatadora e no tratamento de dermatites e
micoses. O objetivo deste trabalho foi estudar a anatomia da folha de Mikania
glomerata (Spreng.). Para tanto, a espécie foi coletada no bairro do Guaraú na
cidade de Peruíbe, SP. Foram utilizados métodos usuais para o estudo
anatômico. Cortes transversais foram feitos na lâmina foliar e foi evidenciada a
presença de uma epiderme uniseriada com células recobertas por cutícula
espessa. Adjacente à face adaxial da epiderme, foram encontradas seis
camadas de colênquima e de 3 a 4 na face abaxial, sempre dispostos de forma
contínua. Foi também observada a presença de parênquima fundamental, sem
diferenciação entre paliçádico e lacunoso. No cilindro central o sistema
vascular apresentou-se composto por três grupos de feixes.
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6. Análise microbiológica como ferramenta de avaliação do
desempenho de um sistema MBR
Fellipe Alvares Lima da Silva Costeira, Ana Luiza Fávaro Piedade (Acqua
Consulting)
O sistema de lodos ativados é o mais utilizado no tratamento biológico aeróbio
de esgoto sanitário e também industrial no Brasil e no mundo. O princípio
baseia-se na oxidação bioquímica dos compostos orgânicos e inorgânicos
presentes nos efluentes, mediada por uma população microbiana diversificada
e mantida em suspensão num meio aeróbio. A comunidade estabelecida nesse
sistema é dinâmica e fundamental ao tratamento, sendo que cada espécie tem
sua importância para o bom funcionamento do sistema. A estrutura dessa
comunidade está diretamente ligada às condições operacionais e com a
qualidade e quantidade de efluente que alimenta o processo, de modo que a
avaliação microbiológica do lodo é capaz de fornecer informações sobre o
desempenho da ETE e também qualidade do efluente. A natureza da
microfauna presente na ETE é característica da idade do lodo, da
saprobicidade, do nível de qualidade do efluente vindo do despejo industrial, da
quantidade de matéria orgânica biodegradável, da toxicidade do efluente, etc.,
sendo composta principalmente por bactérias formadoras de flocos, por
bactérias filamentosas e protozoários. O objetivo do presente trabalho visou a
utilização das análises microbiológicas como uma ferramenta para avaliar o
desempenho da ETE, afim de solucionar os devidos problemas para que haja
um aumento da taxa de depuração. A metodologia utilizada neste trabalho foi a
de análise proposta por David Jenkins em “Manual on the causes and control of
activated sludge bulking, foaming, and other solids separation problems”. As
análises foram feitas semanalmente com a utilização de microscópio trinocular
óptico. Os resultados foram analisados através de correlação de dados entre
pH, OD, taxa de remoção de nitrogênio entre outros, além da quantificação e
identificação de bactérias filamentosas e protozoários.
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7. Cromossomos magnéticos
Paula Christina da Silva Elias, Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Rosângela
Ballego Campanhã (Curso de Ciências Biológicas, UniSantos)
A identificação dos cromossomos humanos constitui-se em um instrumento de
grande relevância no diagnóstico e na prevenção de anomalias hereditárias.
Ela surgiu da análise de placas metafásicas, pela visualização microscópica
dos cromossomos individualizados, condição fundamental para estudá-los. No
entanto esta técnica apresentava algumas limitações, não permitindo a
distinção de cromossomos semelhantes morfologicamente. O desenvolvimento
de técnicas de bandamento cromossômico, baseadas no surgimento de faixas
horizontais únicas, permitiu a identificação de cada um dos 23 pares de
cromossomos humanos. Este procedimento consiste na preparação de lâminas
metafásicas, que são quimicamente tratadas e fotografadas. Posteriormente as
imagens dos cromossomos são utilizadas para montagem do idiograma. Este
trabalho consiste em um jogo didático onde desenhos dos cromossomos,
submetidos a técnica de bandamento, foram impressas em papel magnético e
recortadas; o cariótipo completo de uma células é oferecido para um grupo de
alunos que tem por objetivo organizá-lo sobre uma chapa metálica. Lá eles são
dispostos nos grupos A, B, C, D, E, F, G e o par sexual para simular o trabalho
de citogeneticistas e com isto promover a familiarização dos alunos com
conceitos relativos ao número, forma e classificação dos cromossomos,
possibilitando a identificação de cariótipos normais masculinos e femininos e de
anomalias como as síndrome de Turner, Klinefelter, Down e Patau. A vantagem
deste trabalho frente a outros semelhantes encontrados em livros didáticos de
biologia é que os cromossomos já são oferecidos recortados, o que otimiza o
tempo da aula para a análise do cariótipo, e que os cromossomos impressos
em papel magnético onde aderem facilmente à chapa metálica, semelhantes a
imãs de geladeira, e podem ser reutilizados diversas vezes.
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8. Desenvolvimento do jogo didático: “Grande prêmio do DNA”
Raphaella Lousada Lapachinske, Eduardo Mendes Mourão, Christiane Freire
Lima, Ellen Correa Malteze Macedo, Thadeu Sobral de Souza, Gabriel
Paganini Faggioni, Rosângela Ballego Campanhã (Curso de Ciências
Biológicas, UniSantos)
Os jogos didáticos são uma importante estratégia para o ensino-aprendizagem,
pois de maneira lúdica estimulam o interesse dos alunos pelo conteúdo
apresentado; por outro lado a biologia celular e molecular lida com conceitos
que muitas vezes são abstratos e o emprego de representações auxilia na
compreensão dos mesmos. O presente trabalho é constituído por um jogo que
visa ao apoio do ensino de citogenética para alunos do ensino médio, pelo
emprego de materiais simples e reutilizáveis como pinos mágicos, dados,
cartas e folhas de EVA. Trata-se de uma competição de perguntas e de
desafios que fazem com que alunos divirtam-se aprendendo o conteúdo da
matéria.
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9. Aplicação biotecnológica de bactérias e leveduras na degradação
de petroderivados
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Adriana Florentino de Souza, Kátia Maria
Gomes Machado (Curso de Ciências Biológicas, UniSantos)
A aplicação de processos biológicos no tratamento de solos, águas e sistemas
contaminados por hidrocarbonetos de petróleo são alternativas promissoras
uma vez que apresentam caráter econômico e são politicamente atrativos e
ecologicamente adequados. A biorremediação utiliza agentes biológicos
capazes de modificar ou decompor poluentes recalcitrantes, com o objetivo de
diminuir sua toxicidade. Em vista do risco de contaminações provenientes do
pólo químico e petroquímico na Baixada Santista e as recentes descobertas de
jazidas de petróleo e gás na Bacia de Santos, torna-se relevante o estudo de
microrganismos com potencial para serem usados em biorremediação. Este
trabalho teve como objetivo determinar o potencial de microrganismos isolados
de sedimento do manguezal do Portinho, Praia Grande, S.P., de usarem óleo
diesel como única fonte de carbono. Foram realizados ensaios de
biodegradação com bactérias e leveduras em meio mineral Bushnell Hass
contendo 1% de óleo diesel e a técnica do indicador redox 2,6-diclorofenolindofenol (DCPIP). As variáveis estudadas foram: temperatura (24ºC, 28ºC e
32ºC), pH (6,0 a 10,0), e salinidade (0% e 5% de NaCl). A maioria das cepas
foi capaz de degradar o poluente nas temperaturas analisadas. O mesmo
ocorreu quando as linhagens foram submetidas às condições de salinidade. A
mudança no valor do pH comprometeu o uso do óleo pelos microrganismos. A
biodegradação foi observada em pH 6,0, 7,0 e 8,0 com adição de 5% de NaCl
ao meio.
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10. Educação ambiental na fortaleza da barra
Jéssica Nayara Carvalho Francisco, Paula Christina da Silva Elias, Amélia
Cristina Elias da Ponte (Curso de Ciências Biológicas, UniSantos)
Os problemas ambientais cada vez mais presentes nas nossas cidades afetam
diretamente a dinâmica de vida dos seres humanos. Nesse processo os
setores carentes são os mais prejudicados pela urbanização predatória. A
articulação e aprofundamento da reflexão e prática, conciliada a
implementação de alternativas variadas de democracia participativa, envolvidas
aos sentidos da educação ambiental garantem o acesso à informação e
consolidação de formas de participação na defesa da qualidade de vida. Com o
objetivo de instigar a formação de cidadãos e a transformAÇÃO do estilo de
vida ambientalmente adequado surgiu o projeto de Educação Ambiental na
Fortaleza da Barra, parceria entre NECOM e Clube 2004, Petrobrás. Um grupo
de 25 crianças na faixa de 10 a 14 anos de idade, moradoras da comunidade
de Santa Cruz dos Navegantes, participaram durante um ano do projeto.
Abordagem grupal foi viabilizada por diferentes técnicas: dinâmicas para
interação com temas alvos relacionados a assuntos socioambientais,
comportamento e cidadania; atividades de revalorização da matéria: reciclagem
de papel e sabão; atividades reflexivas de leitura e produção de poemas e
desenhos; observação do meio ambiente por meio de trilhas ao redor da
Fortaleza para promoção do sentimento de pertencimento à natureza e criação
de horta comunitária.
Foi observada mudança no comportamento
socioambiental das crianças que mostraram por ações concretas compreender
a responsabilidade do seu papel social e a importância de sua ativa atuação
ambiental.
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VII Semana de Biologia - UniSantos
Papel do Biólogo nos desastres ambientais:
prevenção e remediação
11. Resíduos da produção de suco de uva como substrato para
crescimento do fungo Pleurotus ostreatus CCIBt010 e obtenção de
extrato enzimático para descoloração de corantes têxteis
Maria Fernanda Ramos de Oliveira, Kátia Maria Gomes Machado (Curso de
Nutrição e de Ciências Biológicas, UniSantos)
Fungos basidiomicetos ligninolíticos são interessantes do ponto de vista
ambiental, pois degradam grande variedade de compostos orgânicos, incluindo
corantes reativos. O mecanismo de descoloração de corantes por estes fungos
envolve o sistema enzimático ligninolítico (peroxidases e fenoloxidases). O
objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de diferentes resíduos do
processamento do suco de uva para crescimento de P. ostreatus, de forma a
reduzir custos da produção deste fungo para sua utilização biotecnológica.
Foram avaliados os resíduos: bagaço, engaço e semente. Foram empregados
frascos de 250ml com 50ml de meio sintético, acrescido de diferentes
quantidades dos resíduos. Os experimentos foram feitos em triplicata e a
incubação realizada de forma estacionária, a 22 ± 3 °C. Após 7 dias, 5 mL de
efluente artificial (0,2% do corante reativo azul brilhante de remazol R e 3% de
NaCl) foram adicionados ao conteúdo do frasco. Os frascos foram incubados
durante 24 horas e a descoloração in vivo determinada a 590 nm. Com o
resíduo selecionado (0,1 % da semente), foi definido um meio mínimo, com a
omissão de cada um dos componentes. Os resíduos estimularam o
crescimento fúngico e a semente a 0,1 % resultou na maior descoloração do
efluente (36%). Omissão de glicose e de fosfato do meio de cultivo resultou no
maior estimulo da descoloração (68 %), representando o dobro do valor
observado para o controle. Evidenciou-se a viabilidade de usar resíduos de uva
para o cultivo de P. ostreatus. O uso da semente de uva permitiu omitir tanto a
fonte de carbono quanto de fosfato do meio de cultivo, o que representa
redução de custo de produção do fungo.
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Livro de Resumos 2010 - Universidade Católica de Santos