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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAOZONAS
INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA
UNIDADE ACADEMICA DE BENJAMIN CONSTANT
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
ZITA DE SOUZA DA SILVA
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA: UM ESTUDO
DE CASO COM ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Benjamin Constant- AM
2011
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ZITA DE SOUZA DA SILVA
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA: UM ESTUDO
DE CASO COM ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto de Natureza e
Cultura (INC) da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM) como
requisito final para obtenção do título
de Licenciada no curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia.
Orientadora: Professora MSc. Antônia Rodrigues da Silva.
Benjamin Constant- AM
2011
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ZITA DE SOUZA DA SILVA
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA: UM ESTUDO
DE CASO COM ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto de Natureza e
Cultura (INC) da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM) como
requisito final à obtenção do título de
Licenciada no curso de Licenciatura
plena em Pedagogia.
Aprovado em ----------- de --------------- 2011
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Profª. MSc. Antônia Rodrigues da Silva./ INC/ UFAM / BC (Presidente)
_______________________________________________________
Profª. MSc. Marcilene Nascimento da Silva Cavalcante. / INC/ UFAM/ BC (Membro)
_______________________________________________________
Profª .MSc. Oderlene Bráulio da Silva./INC /UFAM /BC (Membro)
4
Dedicatória
Dedico a realização deste meu trabalho a minha mãe
Alexandrina de Souza da Silva e a memória de meu pai
Francisco Nazareno da Silva que jamais o esquecerei,
aos meus filhos Zildoney da Silva Pereira e Maída da
Silva Aparício, a meu esposo Mario Fortes e aos meus
irmãos.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à graça de estar cursando esta graduação
na Universidade Federal do Amazonas.
A minha família pela paciência e compreensão no decorrer do curso.
Agradeço também as minhas colegas da turma, que me ajudaram quando mais precisei.
Aos orientadores (as)do curso de Pedagogia, que não mediram esforços para nos transferir
o conhecimento. E por serem educadoras (es) empenhadas (os) na educação com qualidade e
competência.
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EPIGRAFE
Senhor fazei-me instrumento de vossa paz, onde houver
ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa que eu
leve
perdão; onde houver discórdia, que eu leve a
união; onde houver dúvida que eu leve a fé; onde
houver erro, que eu leve a verdade; onde houver
desespero, que eu leve alegria; onde houver trevas, que
eu leve a luz. O mestre fazei que eu procure mais,
consolar que ser consolado. Compreender que ser
compreendido, amar, que ser amado, pois é dando que
se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo
que se vive para a vida eterna.
Amém!
Oração a São Francisco.
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LISTA DE GRÁFICOS EILUSTRAÇÕES
Figura 01 Cenário da Escola enquanto Campo de Estágio ..............................................33
Figura 02 Escola CESBI de frente......................................................................................50
Quadro 01 Quadro de quantidade, especificação dos materiais do CESBI........................51
Gráfico 01Quantidade de funcionários existentes na escola CESBI...................................53
Gráfico 02 Índice de aluno no Projeto Avançar; Educação Infantil; Series Iniciais do
Ensino Fundamental.............................................................................................................53
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LISTA DE ABREVITATURAS E SIGLAS
SEMED: Secretaria Municipal de Educação.
PDDE: Programa Dinheiro Direto na Escola.
APMC: Associação de Pais e Mestre e Comunitários.
PDE: PLANO de Desenvolvimento da Educação.
CE: Conselho Escolar.
CESBI: Centro Social Batista Independente.
COSAMA: Companhia de Saneamento do Amazonas.
ONG: Organização Não Governamental.
PNE: Plano Nacional de Educação.
LDB: Lei de Diretrizes e Base.
IDEB: Índice de Desenvolvimento da Educação.
MEC: Ministério da Educação.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 10
CAPITULO I – EDUCAÇÃO E LEITURA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES....... 14
1.1 UMA ABORDAGEM TEÓRICO E LEGAL SOBRE EDUCAÇÃO........................ 14
1.2 CONCEITUANDO LEITURA...............................................................................
19
1.3 UM POUCO DE HISTÓRIA DA LEITURA..........................................................
22
1.4 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA ATUALIDADE.........................................
26
1.5 DIFICULDADES DE LEITURA ...........................................................................
28
CAPITULO II - O CAMPO DA PESQUISA ............................................................
33
2.1 O BAIRRO DE COIMBRA......................................................................................
33
2.2 A ESCOLA CESBI...................................................................................................
35
2.2.1 Histórico da escola................................................................................................
35
2.2.2 Características físicas da escola..............................................................................
36
2.2.3 Recursos Financeiros e Humanos.......................................................................
37
2.2.4 Dimensão Pedagógica...........................................................................................
37
CAPÍTULOIII – ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS......................... 39
3.1 SITUAÇÃO DO PESQUISADO..............................................................................
39
3.2 ESPAÇO ESCOLAR E SEUS RECURSOS............................................................... 43
3.3FATORES CONTRIBUINTES PARA DIFICULDADE NA LEITURA .................. 47
3.3.1 No convívio familiar...........................................................................................
48
3.3.2 No contexto da escola........................................................................................
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 52
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 54
APÊNDICE
10
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso vem apresentar o resultado da pesquisa
sobre As dificuldades de aprendizagem na leitura, realizada na escola CESBI, no 4ª ano do
ensino fundamental. O objetivo geral desta pesquisa foi de realizar um estudo de caso para
identificar os fatores que interferem no processo de aquisição da leitura com alunos do
ensino Fundamental em uma escola pública do município de Benjamin Constant. A
pesquisa teve como enfoque a abordagem teórica dialética. Por ser uma pesquisa na ária
humana a abordagem utilizada a pesquisa foi de natureza qualitativa. Na coleta de dados
foi necessário realizar a observação-participante, pesquisas bibliográficas, entrevista semiestruturada. Diante do estudo percebemos que existem fatores ligados a escola e a família.
Na família não é feito um acompanhamento adequado dos responsáveis pelo aluno e ele
fica muito solto e sem limites, o que fazia com que ele fique muito na rua e não faça as
atividades escolares. Além disso, não tem ambiente de leitores porque as pessoas da casa
são analfabetas e sua família não tem preocupação em ajudá-lo. No contexto escolar, a
criança passa a sentir vergonha dessa sua situação, com medo dos colegas fazerem chacota
dele. Isso faz com que ele não aprenda ler com segurança. Os textos são
descontextualizados e sem significados para os alunos, as salas são superlotadas o que
impede a professora de acompanhar cada um e, além disso, não existe um a boa relação da
escola com a família, pois uma joga a responsabilidade para a outra. Por isso a escola e a
família precisam trabalhar juntas.
Palavras- Chave: Educação. Leitura. Dificuldades de Aprendizagem.
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INTRODUÇÃO
Como vivemos na sociedade da informação, desenvolver as competências em
leitura passou a ser uma exigência muito importante, porque se a gente aprende a ler com
qualidade, isso vai ajudar em toda a nossa vida. Mas como já se sabe, no Brasil existem um
grande problema sobre a leitura.
Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema: ―Dificuldades de
Aprendizagem na Leitura‖. A partir desta temática decidimos realizar um estudo de caso
com um aluno do 4º ano do Ensino Fundamental.
O referente trabalho contém os resultados de uma pesquisa realizada ao longo do
curso de pedagogia no contexto das cinco disciplinas de Práticas da Pesquisa Pedagógica
do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura conforme tema
mencionado.
O objetivo geral desta pesquisa foi de realizar um estudo de caso para identificar os
fatores que interferem no processo de aquisição da leitura com alunos do ensino
Fundamental em escola pública do município de Benjamin Constant, tendo como objetivos
específicos: conhecer a realidade familiar e educacional do aluno pesquisado, verificar se o
ambiente da escola favorece o ensino aprendizagem da leitura e analisar os fatores que
implicam direta e indiretamente na aprendizagem da leitura deste aluno.
Com base nas experiências, como professora da rede municipal de ensino na
educação básica, tenho identificado a grande dificuldade dos alunos no processo de
aquisição da leitura, porque esses alunos não aprendem a ler como deveria. Esse problema
tenho visto desde o momento em que fiz o magistério até agora durante a realização das
práticas e do estágio.
Diante dessas situações que já vivi, surgiu a curiosidade de saber por que os alunos
têm essas dificuldades na leitura? Será que a responsabilidade é só da escola ou é também
da família?
Assim, decidimos realizar um estudo para analisar as dificuldades de aprendizagem
na leitura que tem refletido resultados de baixo nível de aprendizagem nas escolas públicas
de Benjamin Constant.
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Para realizar este estudo, foi necessário definir um caminho metodológico que
ajudasse durante toda a pesquisa. Desta forma afirmamos que definimos como enfoque de
abordagem a dialética.
Vale ressaltar que a dialética busca conhecer a realidade dentro do concreto, ou seja,
ela analisa todos os fatos procurando saber o porquê das causas, revirando todo o histórico
da ação realizada.
A escolha deste enfoque foi de suma importância, pois proporcionou à pesquisadora
a observação da problemática de maneira global, isto é, verificaram-se quais os conflitos
existentes que o educando enfrenta no âmbito escolar principalmente na sala de aula,
possibilitando a elaboração de sugestões para o referido problema.
Por ser uma pesquisa na área humana, a abordagem utilizada da pesquisa foi a de
natureza qualitativa. Segundo SILVA (2007, p.49), ―a pesquisa qualitativa é aquela que
procura estudar os fenômenos educacionais e seus atores dentro do contexto social e
histórico em que acontecem e vivem‖.
Dessa forma, a pesquisa qualitativa priorizou a compreensão do problema e a
análise crítica do mesmo, aprofundando os fatos para assim atingir os objetivos propostos
para a pesquisa. Diante dessa perspectiva, foi fundamental realizar os procedimentos
inerentes ao método norteador de pesquisa.
Os Procedimentos utilizados para a coleta de dados foram à observação –
participante que visou obter informações detalhadas sobre a problemática.
Utilizou-se a entrevista semiestruturada com o professor e o aluno, como uma
forma de poder explorar mais amplamente a questão.
Foi realizado o estudo de caso, com o propósito de aprofundar mais sobre a
problemática da leitura. Foi feito um levantamento bibliográfico, que consiste na aquisição
de subsídios teóricos para um melhor direcionamento da pesquisa, sendo que ―a sua
finalidade é colocar o investigador em contato com o que já se produziu a respeito do seu
tema de pesquisa‖ (GONÇALVES, 2003.p. 35). Além disso, foi feito também uma
pesquisa de campo com finalidade de conhecer em lócus, a realidade do objeto de estudo.
Nesse trabalho estão expostos os resultados finais da pesquisa no qual foram
analisados e organizados os pontos positivos e negativos, enfatizando reflexões que me
levaram a acreditar que a leitura é um hábito necessário e fundamental no processo de
construção e organização de novos conhecimentos para o educando alcançar seus objetivos
primários e secundários. Todavia o educador deve trabalhar de modo que possa dominar
12
os conhecimentos de modo que todos possam desenvolver o hábito da leitura para crescer
plenamente como cidadão e terem consciência sobre os direitos e deveres perante uma
sociedade.
O presente trabalho apresenta os resultados deste estudo e está organizado da
seguinte forma: introdução, referencial teórico, campo da pesquisa, resultados e discussões,
considerações finais.
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CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO E LEITURA: ALGUMAS CONSIDERAÇOES
Atualmente vivemos numa sociedade letrada e, para viver numa sociedade de
cultura letrada, as pessoas precisam aprender a ler e escrever. Aprender a ler e escrever
exige um esforço da parte de quem ensina e de quem aprende.
No processo de aquisição da leitura, algumas pessoas enfrentam obstáculos que
precisam ser identificados e superados visando à formação de um leitor competente.
A dificuldade de aprendizagem na leitura não ocorre apenas em uma escola, ou
somente, numa sala de aula, ou com apenas um aluno. Essa problemática é uma realidade
mundial, do Brasil e também da nossa Região.
Em nosso país, essa problemática tem afetado inúmeras crianças e adolescentes em
idade escolar dificultando o desenvolvimento de alunos e alunas, conforme tem sido
mostrado pela avaliação do MEC, para verificar o Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB).
Para superar esta realidade, atualmente, foram incorporados ao sistema de ensino
projetos que apresentam métodos diferentes em relação à aprendizagem do educando,
tendo como objetivo solucionar essa problemática a fim de desenvolver uma boa qualidade
na educação.
Desta forma, é fundamental, que haja preocupação da escola, dos educadores, da
família, ou seja, do sistema em geral em relação à leitura. Pois dessa forma, haverá
melhoria no aprendizado do aluno.
Com o propósito de realizar uma reflexão teórica sobre os fatores que interferem no
processo de aquisição da leitura, consideramos ser importante e necessário apresentar neste
capítulo conceitos pertinentes a esta temática.
1.1 UMA ABORDAGEM TEÓRICA E LEGAL SOBRE EDUCAÇÃO
A educação pode ser compreendida como uma atividade que as pessoas realizam
com o propósito de contribuir com a sua qualidade de vida, ―é através da educação, que
nós seres humanos, podemos cada dia nos tornar melhores do que já somos, porque a
educação dentro de uma sociedade não se manifesta com um fim em si mesma, mas sim
como um instrumento de manutenção ou transformação social‖ (LUCKESI, 1999, p. 3031).
14
Quando começou a educação? De acordo com Saviani (1997, p. 01), ―a educação é
inerente a sociedade humana, originando-se do mesmo modo do mesmo processo que deu
origem ao homem. Desde que o homem é homem ele vive em sociedade e se desenvolve
pela mediação da educação‖.
Brandão (2007, p.7), afirma que ―ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na
igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com
ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou
para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.‖
Diante dessa afirmativa podemos enfatizar que não há como fugir da educação, seja
onde for cruzaremos com ela. Seja em casa, na rua, nos grupos comunitários nas aldeias
indígenas e etc. Pois a educação abrange o conhecimento e enfatiza a história da
humanidade através dos tempos, ou seja, a educação está relacionada com a cultura com as
tradições dos povos que são passadas de pai para filho.
Brandão (2007, p.73 ) define a educação como ―uma prática social (como a saúde
pública, o serviço militar) cujo fim é o desenvolvimento do que na pessoa humana, pode
ser aprendido entre os tipos de saber existente em uma cultura, para a formação de tipos de
sujeitos, de acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade, em um momento da
história de seu próprio desenvolvimento‖.
A educação ocorre em todos os lugares, há dois tipos de educação: a educação
formal e a educação informal. O ensino formal segundo Brandão (2007, p.26) ―é o
momento em que a educação se sujeita a pedagogia (teoria da educação), cria situações
próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos e
constitui executores especializados.‖ Em outras palavras a educação formal é formada pela
escola, aluno e professor. Também pode ser compreendida como um processo de
desenvolvimento da capacidade intelectual do indivíduo.
Braggio apud Goodman (1992, p.61) ressalta que: ―A educação deve começar onde
os aprendizes estão partindo das questões: quem eles são? de onde vem? e para onde eles
estão indo‖?
É importante repassar para a criança qual seu papel na sociedade, isto é a criança
deve saber que na vida irá passar por vários obstáculos, terá momentos de alegrias tristezas
e dor. Não deve se sentir frustrada a cada erro cometido, tendo consciência de que a cada
erro ela extrai conhecimento para se superar.
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Segundo o autor, ―as escolas devem se ajustar às crianças‖ (p.61). Isso é um dos
problemas que enfrentamos nas escolas, pois nem todas têm subsídios necessários para
oferecer as crianças. Sabendo que a escola deve conter os mecanismos que a criança irá
precisar para seu desenvolvimento.
Nas diversas classes sociais que sejam ricas ou pobres, há muito a aprender desde
criança: a língua materna, tarefas domésticas, normas de comportamento, religião caçar,
pescar, cantar e dançar e etc.
A educação informal ocorre fora da escola. É quando um pai repassa seus
conhecimentos para seus filhos. São conhecimentos e experiências vividas no decorrer de
sua vida, como os contos populares, mitos, lendas, conhecimento sobre determinado
trabalho e etc.
A educação informal é adquirida no convívio com os pais, irmãos, tios, vizinhos,
amigos, pais de amigos e outras pessoas. Esse tipo de educação abrange também o respeito
aos mais velhos as outras pessoas e amor ao próximo, também se reflete em bons modos
ou de acordo com o conhecimento da família. ―Na educação informal, não há lugar,
horários ou currículos. Nela, ensino e aprendizagem ocorrem espontaneamente, sem que,
na maioria das vezes, os próprios participantes do processo deles tenham consciência.‖
(GASPAR, Art. Cient. A Educação Formal e a Educação Informal em Ciências: Ciência e
Público).
Todas essas recomendações em relação a essa etapa da educação escolar são para
melhor contribuir com o aprendizado da criança. Uma vez que a mesma quando passa a
fazer parte desse processo, desenvolve-se a sua maneira. Pois passa a conviver com o
diferente e essa socialização facilita e possibilita um bom desenvolvimento conforme suas
necessidades.
Houve o tempo em que o aluno era considerado como um repetidor de ideias ou de
informação, ou seja, não pensava por si próprio, pensava pelos outros, não podemos repetir
o que já aconteceu na história, a criança de hoje também deve construir seu conhecimento.
Segundo Cury (2003, p.34): ―Educar não é repetir palavras, é criar ideias, é encantar‖.
De acordo com o que foi proposto, vale salientar que educar não consiste apenas
em repetir informações, mas em criar e articular ideias. Ser educador é ser poeta, é saber
atuar, é se colocar no ambiente em que nossos alunos estão e refletir sobre nossas práticas
atitudes, observar quem elas vão influenciar, que melhoria elas trarão e buscar corrigir os
erros, se superando cada dia. Baseando-se na afirmativa de Cury (2003, p.153):
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A educação não precisa de reforma, mas de uma revolução. A educação do
futuro precisa formar pensadores, empreendedores, sonhadores, líderes de si
mesmos não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos.
A educação é o primeiro dos direitos sociais estabelecidos na Constituição Federal
de 1988, pois independente de cor, raça, sexo todos os indivíduos tem direito a uma
educação de qualidade. Como determina o artigo 205: ―A educação direito de todos e
dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho‖.
A Lei 9394/96 que estabelece as diretrizes e as bases da educação no Brasil
também reconhece que a educação acontece em todos os lugares quando diz em seu art. 1º
que:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.
O parágrafo 1º do mesmo artigo afirma que esta ―lei disciplina a educação escolar,
que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias‖.
A LDB regulamenta que a Educação formal é aquela que acontece nas instituições
de ensino e divide em Educação Básica e Superior. Em relação à Educação Básica esta se
divide nas seguintes etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Sobre o Ensino Fundamental a LDB⁄1996, em seu artigo 32 diz que esta etapa da
Educação Básica é obrigatória com duração de nove (09) anos, sendo gratuito na escola
pública, iniciando-se aos seis (06) anos de idade, tendo como objetivo a formação básica
do cidadão, mediante: o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. Após ter concluído o ensino
fundamental o aluno vai para o ensino médio que leva o período de três anos para sua
conclusão.
Hoje a educação básica ainda vigora de acordo com o Plano Nacional de Educação
(PNE), que retrata em seu contexto original aprovado em 2001 que em seus cinco
primeiros anos de vigência, o ensino fundamental deveria atingir a sua universalização, sob
a responsabilidade do Poder Público, considerando a indissociabilidade entre acesso,
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permanência e qualidade da educação escolar. Desta forma, o PNE demonstrou que o
direito ao ensino fundamental não se refere apenas à matrícula, mas ao ensino de
qualidade, até a conclusão. Mediante isso os objetivos dos parâmetros curriculares se
definem em termos de capacidades de ordem cognitiva, física, afetiva, de relação
interpessoal e inserção social, ética e estética, tendo em vista uma formação ampla.
É de fundamental importância o desenvolvimento integral de qualquer cidadão,
principalmente no que concerne o ensino fundamental. As Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental determinam que as escolas devam estabelecer, como
norteadoras de suas ações pedagógicas:
a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do
Respeito ao Bem Comum;
b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres da Cidadania, do Exercício da
Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática;
c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diversidade de
Manifestações Artísticas e Culturais;
Para que o educando desenvolva essas competências, é necessário que estes estejam
inseridos na cultura letrada e possam adquirir os conhecimentos básicos relativos à leitura
para assim se tornam leitores competentes e exercer mesmo a sua cidadania em qualquer
lugar que ele se encontra.
A leitura sendo um dos requisitos que devem ser desenvolvidos nos alunos do
ensino fundamental, não deixa de ser um dos elementos significativos na formação dos
homens, pois esta é um processo primordial para que o indivíduo possa dominar o código
linguístico, mediante que a mesma está ligada direta e indiretamente no processo
afirmativo social e histórico do ser homem.
O professor deve ter consciência que em suas mãos está a missão de despertar no
educando o interesse pela leitura relacionando no seu cotidiano. O estímulo vindo do
professor deve ser direcionado as características individuais de cada educando,
estimulando os desenvolvimentos intelectuais e suas habilidades pessoais.
Diante do que foi exposto torna-se indispensável compreender os elementos chaves
que envolvem os processos de leitura começando pelo entendimento do conceito de leitura.
Essa compreensão pode ajudar na análise dos resultados da pesquisa.
18
1.2 CONCEITUANDO LEITURA
Sabemos que a leitura faz parte da rotina diária da criança, pois ela está rodeada por
placas, letreiros, programas de TV, embalagens, marcas, títulos, música, receitas, jogos e
objetos constantes que transmitem um significado. A leitura tornou-se, portanto, uma
prática usual entre as pessoas de diferentes classes sociais. Para falar de leitura é
importante pensar sobre o seu significado.
Etimologicamente, ler deriva do latim ―lego/legere‖, que significa reconhecer,
apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra
escrita. No entanto, entendemos, com Luckesi (2003, p.119) que ―[...] a leitura, para
atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se a realidade‖.
A leitura pode ser entendida como ―um processo de compreensão de expressões
formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem‖ Martins (1982, p. 30).
Mas, as mais variadas concepções que envolvem a leitura podem ser resumidas com base
em duas caracterizações sintetizadas pelo autor.
1) Como decodificação mecânica de signos lingüísticos, por meio de
aprendizado estabelecido a partir do condicionamento estímulo-resposta
(perspectiva-behaviorista-skinneriana);
2) Como um processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve
componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos,
bem como culturais, econômicos e políticos ( perspectiva cognitivo-sociológica).
Entendemos que esta ultima concepção é mais abrangente e possibilita uma
compreensão mais aprofundada do conceito de leitura. Essa compreensão está de acordo
com a ideia de Paulo Freire (2007, P.11,12) que afirma ―a leitura do mundo precede a
leitura da palavra, daí que a posterior a leitura desta não possa prescindir da continuidade
da leitura daquele‖.
Dentre muitas formas da leitura, pode-se citar a leitura crítica que mais se destaca,
pelo fato de ser uma das técnicas que incentiva o leitor a desenvolver a crítica em si,
elaborando um novo texto em cima do que foi lido e compreendido. De acordo com Silva
(2002.p.48):
A leitura depende basicamente da forma e grau da alfabetização do indivíduo,
conforme for o seu reconhecimento com as letras do alfabeto maior será a
compreensão da leitura. Uma boa leitura depende do grau de intimidade
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estabelecida entre o indivíduo e o alfabeto [...] chamada crise da leitura na esfera
dos métodos da alfabetização.
Digamos que a leitura não pode ser confundida como a codificação de sinais, por
que será uma forma de limitar o leitor a um consumidor passivo. O bom educador desde o
primeiro momento deve ser motivador e descobridor do que está escrito em um
determinado espaço. Em sua descoberta o próprio educador despertará em si e no aluno o
gosto pela leitura, dessa forma o educador passará informações e desenvolverá
compreensão para seus alunos de acordo com que lhe foi entendida, com produção
mecânica e informações com respostas convergentes ao estímulo pré-elaborado. O melhor
caminho para que a criança possa ter atitude de iniciar sua própria leitura é percebendo o
meio que ela vive através de objetos e coisas que os rodeiam como livros, cartazes,
gravuras, sinais ou formas de letras e com as pessoas que estejam presente em seu
cotidiano incentivando a aprender.
Para LAKATOS & MARCONI: (2001, p. 19)
A leitura consistiu-se em fator decisivo de estudo, pois propicia a ampliação de
novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o
enriquecimento de vocabulário e o melhor entendimento do conteúdo das obras.
A leitura vai além da decodificação de signos, ela deve oferecer para o aluno
estímulo e respostas para novas concepções e dando uma amplitude de mundo,
engrandecendo e renovando os conhecimentos. O conhecimento é o caminho que serve de
libertação do ser humano, transformando-o em uma ponte capaz de tirar o indivíduo de um
mundo de trevas e de ignorância, dando iluminação e esclarecimento para uma nova vida
cheia de conhecimento e liberdade.
Portanto, o indivíduo que não domina a leitura estará inevitavelmente privado das
lições que um texto ou uma obra de arte pode proporcionar a um leitor. Conforme Lago
(2002, p. 5) ―A leitura é uma porta aberta para compreender melhor o mundo e a nós
mesmos‖.
A leitura é a coluna que sustenta o indivíduo no processo de formação de cidadania.
Sem ela não ocorre à comunicação e nem escrita.
Vale ressaltar que ela:
[...] é a peça fundamental para o saber, o conhecer, o aperfeiçoar, o expressar-se
para mudanças. No entanto, um conhecimento de mundo, muitas vezes pode
20
estar oculto em livros, jornais e folhetos, apenas a espera que alguém os pegue e
os leiam, causando assim uma mudança de ideias, abrindo portas para o
conhecimento do mundo das letras, e do conhecimento novo.
A leitura não é apenas uma ferramenta de trabalho, mas também um dos grandes
prazeres da vida. Para YUNES (2003),
―Ler significa uma descoberta, mudar de horizontes, interagirem com o real,
interpretá-lo, compreendê-lo e decidir sobre ele. Ler é, pois interrogar as
palavras, duvidar delas; amplia-las. Deste contato, desta troca nasce o prazer de
conhecer, de imaginar, de inventar a vida. O ato de ler é um ato de sensibilidade
e da inteligência, da compreensão e da comunhão com o mundo [...]‖
A leitura reaproxima o mundo em que vivemos, expandindo conhecimento e
emoção no mundo do leitor. É através dela que esclarecemos nossas dúvidas e nos
inserimos na sociedade.
Rangel (1990) ressalta que ―ler é uma prática básica, essencial para aprender. Nada
substitui a leitura, mesmo numa época de proliferação dos recursos audiovisuais e da
informática‖.
Atualmente estamos na era digital, hoje os computadores são super avançados.
Antigamente a tv emitia imagem preta e branca, depois veio a imagem colorida sendo
substituída pela tela plana, atingindo o formato LCD, e agora já há imagem de alta
definição, a cada dia que passa as coisas mudam. No entanto, a leitura ainda ultrapassa
toda essa tecnologia, pois se não fosse esta ainda estávamos na pré- história.
Foucambert (1994, p.121) salienta que: ―[...] a leitura aparece também como um
instrumento de conquista de poder por outros atores [...]‖. Ou seja, quando o individuo tem
a leitura como hábito realiza grandes conquistas. Pois, não tem dificuldades para se
expressar diante de multidões, seu vocabulário é rico em gramática, pois a pessoa pode
falar em diversos níveis de linguagem, ela pode se comunicar com as diferentes classes
sociais, tendo uma compreensão ampla do meio em que vive.
Portanto, ler é questionar-se, é compreender tudo o que está em nossa volta, é
refletir sobre nossas ações, é imaginar a vida fora do lar em que moramos ou distante de
nossa comunidade. A leitura constitui uma fonte de liberdade para que as pessoas vejam
seus horizontes cheios de conhecimento e experiência.
21
1.3 UM POUCO DE HISTORIA DA LEITURA
Com base nas leituras realizadas, compreendemos que a leitura tem sido um
privilégio de poucas pessoas. Jolibert (1994) relata que ―desde os primórdios da civilização
o homem busca habilidades que lhe torne mais útil à vida em sociedade e lhe possam
tornar mais feliz. A criação de mecanismos que possibilitassem a disseminação de
conhecimento tornava-se um imperativo de saber/poder, que ensejava respeito e
administração pelos companheiros de tribo‖. Ela também afirma que ―com o surgimento
das inscrições rupestres, simbologia, posteriormente e num estágio mais avançado das
civilizações, os hierógrafo e as esculturas que denotavam sua própria e mais nobre
conquista: a conquista de ser‖.
Diante dessa afirmativa percebemos que o homem se desenvolveu através da
leitura. Na pré-história o homem utilizava recursos como gestos, ou pinturas rupestres para
expressar seus sentimentos, sua preocupação e medo. Cada vez mais o homem foi
aperfeiçoando suas ferramentas relacionadas à comunicação. Desde então, a leitura se
tornou uma ferramenta na vida do homem.
Na antiguidade, o conhecimento era transmitido oralmente. Por isso, a arte da
oratória era base dos ensinamentos, sendo através do diálogo que os mestres
ensinavam os aprendizes. Em função das dificuldades de publicar e divulgar as
obras escritas, o leitor era um ouvinte, onde leitores e não leitores tinham mais
contato no sentido de resignificar os textos. Os textos eram escritos em volumes,
rolos de papiros, um dos primeiros de registrar os pensamentos. (Origem:
Wikipédia).
Podemos analisar que até o surgimento da escrita, o conhecimento era passado de
pai para filho. Dentro desse contexto surge a leitura e a escrita como elementos
pertencentes à própria história da civilização. Para Foucambert (1994), ―a criação dessa
disponibilidade que chamamos de escrita e leitura, cria outras disponibilidades, pois ela é
basilar e que dela provém as demais.‖ Através do conhecimento da leitura, o homem
conseguiu estreitar os laços de afetividade com seus semelhantes, harmonizando os
interesses, resolvendo seus conflitos e se organizando num estágio atual da civilização,
com a abstração a que nomeamos ―Estado‖. ―O homem consegue se organizar
politicamente.‖
22
No início do processo da civilização, a invenção da escrita e o processo de
alfabetização foram apropriados e controlados pelos elementos letrados (sacerdotes,
mandarins e escribas).
A alfabetização era realizada de modo que os educandos gravassem ou
memorizassem mecanicamente os conteúdos dos textos. O ato de ler devia ser realizado a
crítica e passivamente, qualquer rebeldia ou qualquer questionamento era severamente
punido. O método da educação chinesa na antiguidade constitui um exemplo do que foi
exposto anteriormente. Monroe (1978, p19) resume o objetivo desse método da seguinte
forma: ―[...] Aquele que fosse capaz de imitar a construção, a forma métrica na poesia, a
estrutura equilibrada na prosa, da literatura sagrada, seria o aluno exemplo [...]‖.
Já foi mencionado que a leitura se tornou numa arma de poder, para a elite
dominante na antiguidade. Nessa época,
A leitura e à escrita estava restrita a poucos privilegiados. Na Grécia, restringiase aos filósofos e aristocratas, enquanto em Roma a escrita tornou-se uma forma
de garantir os direitos dos patrícios às propriedades. Na Idade Média, uma
minoria era alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos
únicos centros da cultura letrada. Nos mosteiros e abadias medievais
encontravam-se as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se
preservavam e restauravam textos antigos da herança greco-romana. (Origem:
Wikipédia).
Podemos observar que somentes os filósofos e aristocratas e sacerdotes tinham o
acesso à leitura. Na ―Alta Idade Média, a educação ficou restrita basicamente ao clero‖,
isto é a igreja. Se assistirmos ao filme ―O nome da rosa‖, veremos cenas que ressaltam
como era a educação na igreja, nenhuma pessoa de classe baixa tinha acesso à
aprendizagem da leitura a não ser os que pertenciam à igreja como os monges no qual
vinham de famílias que possuíam muitas rendas. Estes não tinham liberdade de ler, ou de
escrever. Quando um deles descobre a existência de um livro de Aristóteles começa a
praticar a leitura escondido sem que alguém o descubra, não sabendo ele que encontraia a
morte ao ler o determinado livro.
―Durante muito tempo, a leitura ficou atrelada à esfera clerical. Porém, em meados
do século XI, com o aumento das atividades comerciais e manufatureiras, que provocou o
crescimento das zonas urbanas, a igreja começou a perder, pouco a pouco, o poder sobre o
ensino. A escrita avançou então além dos muros da igreja, chegava também ao alcance dos
leigos.‖ (Origem: Wikipédia).
23
No século XVIII surge a leitura sentimental, a partir daí surgem os romances,
assim, aumenta se o número de leitores, pois se percebe a necessidade de aquisição da
leitura. Para responder a essas necessidades aumenta o número de escolas, mas somente
quem possuía recursos financeiros adequados podia colocar os filhos para estudar no qual
os escravos, os camponeses, e os pobres nem ousavam em sonhar, ou seja, sonhavam, mas
esse sonho parecia impossível aos seus olhos diante das situações em que viviam.
Dessa forma, a leitura se eleva devido às necessidades das classes dominantes,
onde o capitalismo exige cada vez mais formação de sua mão de obra. Isto não tem o
significado de que a classe dominante se preocupava e se preocupa com a aprendizagem de
seus trabalhadores e sim com o crescimento de suas empresas. Para Abreu (1995, p.48),
Em primeiro lugar, cabe refletir sobre os objetivos da aquisição e do desenvolvimento
da leitura, na escola frequentada pelas classes populares. Pesquisas tem demonstrado
que, para essas classes, a leitura se apresenta como uma necessidade para atender ao
modo de produção das sociedades contemporâneas e para responder as exigências da
cultura dominante, que se organiza, fundamentalmente, pela linguagem escrita.
No processo histórico da leitura percebe–se que a classe popular se interessa inicialmente
pelos estudos para oferecer mão de obra para as classes dominantes. Através da leitura as
pessoas menos desfavorecidas participam do meio social em que vive, mesmo não tendo direitos
sobre os resultados de seus trabalhos. Para os pesquisadores:
―Saber ler ―para arranjar serviço‖, ―para saber onde a gente pode entrar e onde não pode
entrar‖, ―para não precisar pedir a outro que leia a carta que a gente recebeu", " paras
entender documentos e, assim, não ser enganado" -são respostas típicas, entre as
obtidas de alunos e pais de alunos de classe popular, em pesquisa sobre leitura, que
vimos desenvolvendo na Faculdade de Educação da UFMG. (ABREU, 1995, p48)
Podemos dizer que a leitura surge no objetivo de alienar as classes populares, mas o que
as classes dominantes não esperavam era que a leitura tem um poder muito maior de influenciar
sobre a mente do ser humano. Sendo que uma simples leitura proporciona um leque de
conhecimentos imaginários que estimula a mente humana a partir de uma busca infinita por meio
de novos saberes e conhecimentos. Podemos citar como exemplo um operário que levava ler
apenas para aprender a manipular uma máquina, mas, com o passar do tempo, passa a ensinar
para outros os procedimentos como se trabalhar com a máquina e depois ele ganhou uma
promoção e assumiu outro cargo de poder mais elevado. Nisto podemos notar que o objetivo da
leitura inicial foi superado por sua força de vontade ser humano e de aprender sempre mais.
24
A leitura tem sido historicamente, um privilégio das classes dominantes; sua
apropriação pelas classes populares significa a conquista de um instrumento
imprescindível não só a elaboração de sua própria cultura, mas também a transformação
de suas condições sociais. Entretanto, em decorrência de ser a leitura produto da cultura
das classes dominantes, sua apropriação pelas classes populares apresentam uma série
de problemas, alguns de natureza ideológica, que tem de ser enfrentados no momento e
no espaço em que se ensina leitura, no espaço da escola (ABREU, 1995, p.48).
Diante dos conhecimentos sobre a história da leitura, podemos observar o seguinte quadro
comparativo da leitura nos tempos antigos e nos dias de hoje,
LEITURA NOS TEMPOS ANTIGOS
LEITURA NOS DIAS ATUAIS
 Pré-história: repassada a gerações através  Hoje: praticamente quase todos podem acessar a
de pinturas nas cavernas;
leitura.
Segundo a bíblia sagrada, notamos que na
antiguidade somente os sacerdotes e levitas
 Hoje: os livros estão em todos os lugares, na
tinham acesso à leitura.
igreja, nas escolas publicas nas placas nos
programas de televisão, nas praças públicas, por
 Grécia antiga: somente os aristocratas, a
fim por todos os lugares.
alta nobreza, filósofos, sofistas e o clero.
A oralidade era uma forma de leitura.
 Idade média: pessoas da igreja (monges e
 Hoje: Podemos ler através dos monitores dos
abades)
computadores, da TV, etc.
FONTE:
HISTÓRIA
DA
LEITURA.
Origem:
Wikipédia,
a
enciclopédia
livre.
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_leitura" Categoria: Linguística. Acessado no dia 21/04/2011
Obtida
de
De acordo com Barbosa (1994, p.95) ―A leitura ao longo dos séculos vai perdendo
seu caráter público e sonoro e se transforma numa forma dinâmica, silenciosa, intima do
leitor se divertir, se informar, se orientar, imaginar, criar e participar.‖
Podemos observar que a leitura deixa de ser monótona e passa a ser prazerosa, ou
seja, na Idade Média, quem tinha o privilégio de aprender a ler só lia o que seu professor
autorizava e, além disso, havia as regras para exercer a leitura. Também havia o horário
para ler, a leitura era realizada na sala de aula para que todos os presentes ouvissem, ou
seja,ninguém podia ler sozinho no quarto ou em outro lugar, se fosse pego lendo qualquer
outro livro que não fosse de acordo com a escola seria punido e o livro era queimado.
25
1.4 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA ATUALIDADE
A leitura é fundamental na vida do ser humano, o professor e os alunos devem
superar as concepções sobre o ato de ler para aprimorar seu aprendizado. Portanto a leitura,
está ligada diretamente ao processo de informação e formação tanto social e histórico de
cada individuo.
O ato de aprender a ler é imprescindível na formação do indivíduo, devido que este
o tornará um ser autônomo, criativo, dinâmico, etc. É necessário que constantemente o
aluno vá à busca de novas leituras.
Ler nos possibilita viajar em lugares fascinantes e navegar pelo universo na força
da imaginação. Para que o aluno tenha hábito de leitura, precisa ser estimulado pela
sociedade, pelos pais e principalmente pelos professores e vem se tornando um desafio a
ser vencido nas escolas.
Ler é uma atividade indispensável em nossa cultura contemporânea. Não somente
é necessário para obter resultados satisfatórios nas provas em sala de aula, mas para
conhecer, apreciar e valorizar tudo o que escrevemos. É através da leitura que o indivíduo
cresce intelectualmente e profissionalmente, sendo assim capaz de adaptar uma postura
pessoal perante tudo o que foi escrito pelo o ser humano, é por isso que a leitura está ligada
a todo o processo de conhecimento da cultura em que vivemos.
É importante que o professor possa mostrar no dia-a-dia da sala de aula que ler é
uma forma de entrar em outros mundos, reais ou imaginário possível ou impossível. É
importante também que o professor tenha um espaço para realizar a leitura, e ler para os
alunos diferentes tipos de textos. Segundo Silva (1948, p.3) ―O discurso e o bom senso nos
mostra que a leitura é importante no processo de escolarização das pessoas [...]‖.
É perceptível que a leitura é importante no processo ensino – aprendizagem dentro
do contexto escolar. Possibilitando desta maneira o desenvolvimento intelectual do sujeito
em formação. Através da leitura descobrimos outros horizontes, aprendemos o
desconhecido e nos realizamos enquanto cidadãos. Como nos ressalta Rangel (1990, p. 11)
quando diz que: "A leitura é parte essencial do trabalho, empenho, da perseverança, da
dedicação em aprender". A aprender a ler é como se você estivesse ganho um troféu em
um campeonato, depois de tantos esforços, empenho, você é contemplado em conhecer o
mundo das palavras isso terá grandes significados, novas possibilidades e uma grande
mudança em sua vida.
26
Ler é muito importante na vida do ser humano, devido que somos o que vivemos e
o que lemos, até porque alguns livros nos marcam definitivamente pela riqueza de suas
mensagens, pelos ensinamentos e, sobretudo pelo conteúdo.
Barbosa (1994, p. 97) ressalta que: ―Para os que sabem ler, esse saber é um ato tão
natural hoje em dia que chega a ser difícil imaginar outras concepções de leitura‖ Isto é,
hoje a leitura é acessível para todos. Podemos ler em qualquer lugar em que estivermos.
Podemos ler em casa, no banco de um hospital, na internet, nos jardins, nas praças, no
celular, nas bibliotecas e etc. Não dá nem pra imaginar que um dia a leitura era restrita aos
aristocratas, condes, reis, sacerdotes e filósofos. Gouveia, (2010) salienta que ―a leitura na
atualidade também não é como no passado, quando não se imaginava que um dia leríamos
na tela de um computador, por onde se acessa um labirinto cibernético de textos e
hipertextos, ou de um artefato próprio para leitura de livros digitais‖.
No processo educativo, a leitura é fundamental para o crescimento do aluno no
meio em que vive. Através da leitura o indivíduo conhece o mundo sem sair do local em
que vive. A leitura abre janelas para que a criança voe na sua imaginação e conheça a
beleza da natureza, a arte que influencia nossa história, a vida na terra e etc.
A leitura deve proporcionar ao aluno uma prática prazerosa, tendo como objetivo
principal de estimular a criança e aguçar a sua curiosidade. O professor deve incentivar o
gosto pela leitura, sendo importante que desde sua chegada á escola a criança embarque no
mundo de aventuras que correspondam à leitura. Para que isso aconteça deve haver
compromisso e dedicação da parte do professor e da escola onde a criança está inserida.
No processo de leitura não vale ter pressa, é fundamental ser paciente e persistente.
Não podemos ignorar que o gosto e o prazer de ler precisam ser cultivados. Cury (2003,
p.51) As sementes são semeadas, nós a regamos para que nasçam e logo venham brotar
lindas flores e por os frutos. No entanto, nem sempre as respostas vêm da forma que
esperamos, algumas sementes brotam, outras não, as que nascem se são regados todos os
dias para que sol não as queime ficam lindas as que são esquecidas acabam morrendo, mas
nem por isso devemos deixar de semear.
Na escola também é assim, o professor encaminha a criança no mundo da leitura
com diversas habilidades, certas crianças assimilam com facilidade o que o professor
repassou na sala de aula, outras encontram dificuldades, outras logo aprendem e se tornam
sonhadoras, mas com o passar do tempo se não há quem as regue, logo murcham.
27
Quando o aluno conhece o mundo das letras, este adquire uma nova visão sobre o
conhecimento de tudo que o rodeia, desenvolvendo assim, a capacidade de analisar,
sintetizar e passa a ter uma visão reflexiva e crítica da realidade.
O ato de ler antes era direcionado somente a ambientes fechados, hoje, observam-se
pessoas lendo em todos os lugares, dentro do ônibus, nos aviões e aeroportos, nos bancos
das praças...
Portanto, a leitura hoje é fundamental porque é através dela que conhecemos a
história de nossos antepassados e do mundo em que vivemos. Se não fosse através dela
diversos tipos de conhecimentos teriam se perdido no decorrer dos tempos. Sem a leitura
nossa vida é uma folha de papel em branco.
1.5 DIFICULDADES DE LEITURA
O que significa dificuldade? De acordo com o dicionário Michaellis (2002),
significa ―impedimento‖ ou ―obstáculo‖. Nesse sentido falar de dificuldade de leitura,
estamos nos referindo a situações que impedem as pessoas de aprender a ler.
―A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre durante a vida do indivíduo,
desde a mais tenra infância, até a mais avançada velhice‖ (Nazareth, 2002, p. 7). Diante
dessa afirmativa percebemos que a aprendizagem resulta da assimilação e aquisição de
tudo o que presenciamos durante nossa vida que alteram e desenvolvem ou sufocam o
comportamento humano afetando seu crescimento de forma positiva ou negativa.
A dificuldade de aprendizagem abrange diversos tipos e que possuem uma
significação na aquisição e na utilização da compreensão da fala, da leitura, da escrita e do
raciocínio. José (1991, p.23) salienta que: ―As dificuldades de aprendizagem referem-se às
situações difíceis enfrentadas pela criança normal e pela criança com desvio do quadro
normal, mas com expectativa de aprendizagem em longo prazo (alunos multirrepetentes)‖.
Existem alguns fatores que afetam diretamente o processo de aquisição da leitura e
dificultam sua aprendizagem, dentre eles é possível colocar: as condições sóciaseconômica tais como, moradia, alimentação e relações familiares; falta de estímulo;
problemas nas famílias e falta de metodologia adequada no ensino da leitura, bem como de
um ambiente motivador, dentre outros, pode afetar processo de ensino-aprendizagem dos
alunos.
28
O aluno com dificuldades não obtém um bom desempenho em seu crescimento
intelectual e social. O professor deve despertar no aluno a arte de pensar e questionar,
devendo expor ideias e não impô-las ao discente. O aluno deve ser orientado a debater,
questionar e trabalhar em equipe.
José (1991) também menciona que ―as dificuldades de aprendizagem consistem em
problemas que o educando enfrenta no seu dia-a-dia na escola, relacionando o seu
desempenho, comportamento e participação na sala de aula ou fora dela, que resulta no não
acompanhamento do processo educacional na escola‖.
Quando um aluno não aprende a fazer as coisas com facilidades e demora muito
para assimilar tudo o que está sendo lhe ensinado ou recusa dizer o que sabe com medo de
errar, pode-se dizer que ele está com dificuldades. Pois não consegue acompanhar as
atividades propostas pelo professor e também consegue se concentrar na aula.
Weisz (2004) defende a ideia de que:
A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (apreendente), seja
no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer ―dissociações de
campo‖ e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que
estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua
expressão e no agir sobre o mundo.
No quesito escolar a dificuldade de aprendizagem pode e é considerada uma das
causas que levam o aluno ao fracasso escolar.
A aprendizagem da leitura requer paciência perseverança, compreensão, reflexão da
metodologia aplicada na sala de aula e habilidades criativas da parte do professor.
A dificuldade de leitura é um problema sério que vem perturbando muitos
professores, tornando um desafio enorme para as instituições de ensino. A tarefa de
aprender a ler e escrever pode constituir obstáculos para o discente. Dessa forma, é
fundamental fazer uma autoanálise sobre as dificuldades que prejudicam o aluno no
processo da leitura. Bencini (2005, p. 30) ressalta que:
[...] através do hábito da leitura que o educador abre novas possibilidades para
absolver conhecimentos continuo através da violência do individuo. As
dificuldades são mais divertidas possíveis, através do estimulo o educando
supera dificuldades na leitura, e assim acorda para a leitura de mundo, o fator
fundamental para o desenvolvimento critico do ser humano. Ao dominar a leitura
abrimos a possibilidades de adquirir conhecimentos, desenvolver racionais
participa ativamente da vida social ao largar a visão do mundo e de si mesmo.
29
São vários os motivos que levam os alunos sofrerem dificuldades de aprendizagem
na leitura, talvez seja por questões sociais ou econômicas. Sabemos que nas escolas
públicas existem crianças de diversas classes sociais onde algumas são filhos de pais
desempregados, agricultores, pescadores, analfabetos. Essas crianças são as que mais
enfrentam dificuldades para sobreviverem, às vezes, até começam a trabalhar muito cedo,
por esses motivos que elas sofrem dificuldades de aprendizagem na leitura.
Na escola o professor deve ter todo o cuidado, pois deve ser educador e orientador,
acima de tudo deve amar sua profissão e ter vocação para passar um ensino-aprendizagem
de qualidade.
Ler é a prática básica, essencial na aprendizagem [...], as dinâmicas de leitura,
[...], são utilizadas para auxiliar, fixar a aprendizagem, para introduzir elementos
que estimulem o trabalho de ler e aprender, para incentivar habilidades
necessárias ao estudo, para diversificar atividades em termos dos graus de ensino
em qualquer disciplina. (RANGEL, 2001.p.15).
A leitura não pode ser compreendida pelos alunos apenas como uma tarefa
obrigatória, esta não pode se tornar para a criança em um ―bicho-papão‖ que faz a mesma
sentir medo de realizá-la. A leitura não pode se tornar monótona ou ―chata‖. O aluno ao ler
deve sentir prazer, alegria e emoção, ou seja, o aluno deve ter o hábito de ler.
Nesse sentido vale enfatizar a ideia de Silva; ―[...] a leitura deve ser tomada como
uma prática social a ser devidamente encarnada na vida cotidiana das pessoas. [...]‖. A
leitura alivia a tensão de nosso dia-a-dia, também pode ser considerada como um remédio
para o estresse. Quando lemos com vontade entramos num mundo diferente.
Cavalcanti (1996, p.54) retrata que:
É importante que os alunos aprendam que a leitura também é um instrumento
para o ócio e a diversão, uma ferramenta lúcida que nos permite explorar um
mundo diferentes dos nossos, reais ou imaginários, que nos aproxima de outras
pessoas e de suas ideias, que nos converte em exploradores de um universo que
construímos com nossa imaginação.
Ela afirma que em todos os níveis escolares é essencial haver tempo e espaço
programado para ler sem ser forçado, ler para si mesmo, sem outra finalidade que a de
30
sentir o prazer de ler. Pois a leitura nos faz compreender a vida. Ela é um alimento para
nosso intelecto.
A dificuldade de aprendizagem na leitura, como já foi dito, é um dos grandes
maiores desafios para o professor. Este, muitas vezes tem dificuldades para lidar com essa
problemática. Muitas vezes os alunos com dificuldades são considerados como
―problemáticos‖ na sala de aula, não se concentram, sempre estão tirando a atenção do
professor não mostram interesse no que está sendo ministrado. Podemos relacionar alguns
fatores que resultam nas dificuldades de aprendizagem; os problemas cognitivos, a escola,
o ambiente da sala de aula, a metodologia utilizada pelo professor, à falta de materiais
didáticos entre outros. Apresento esses fatos com base em leituras e convivência com o
problema em sala de aula.
Almeida ressalta que: ―a solução para um ensino eficaz não está na repetição dos
conteúdos ou na afirmação pobre de que ―os jovens não gostam de estudar‖, estar na
obrigação de que a escola tem de oferecer a oportunidade de todos aprenderem‖. (Revista
Nova Escola, dezembro 2010). A escola nem sempre tem materiais necessários para
receber as crianças. Dessa forma, torna-se essencial que a escola reveja as condições
impostas ao ensino da leitura. Esta também deve estar compromissada com o processo de
formação de leitores construtores de conhecimento.
Drouet, (2002) ressalta que:
Em geral as dificuldades de leitura e escrita conduzem a outras dificuldades de
aprendizagens. As crianças que não conseguem aprender a ler e a escrever
acabam por fracassar nas outras disciplinas escolares que implicam no
conhecimento da linguagem (p.125).
No âmbito escolar, o aluno com dificuldade de ler, também pode ter dificuldades de
se relacionar com seu professor com os colegas da classe e pode não conseguir
acompanhar outras disciplinas que são estudadas no período escolar.
É importante que o professor conheça seus alunos, não deve julgá-lo sem antes
procurar compreendê-lo. O aluno tem uma imagem terrível do professor e este por sua vez
marginalizará esse aluno e o detestará até o fim do ano letivo.
A sala de aula deve se mostrar como um ambiente tranquilo, amigável, acolhedor e
prazeroso, senão for assim ela pode ser vista pelos alunos como uma prisão ou camisa-deforça. Sem deixar de mencionar que a sala de aula deve ser bem climatizada. Se esta não
31
aparentar nada chamativo o aluno se sentirá dentro de uma caixa apertada, isto quer dizer
que para que haja aprendizagem da parte do aluno é preciso que este se sinta motivado.
Smith, (2001, p.20) relata que:
―[...] a motivação no ambiente pode fazer uma diferença impressionante no
progresso educacional de uma criança [...] embora as dificuldades de
aprendizagem sejam consideradas as condições permanentes, elas podem ser
drasticamente melhoradas, fazendo-se mudanças em casa e no programa
educacional da criança‖.
Podemos perceber que é necessário que a criança tenha um espaço só seu para
exercer suas atividades da escola. Nesse espaço o ambiente deve apresentar aspectos que
chamem a atenção da criança e que a faça sentir-se confortável, concentrada e tranquila.
Vale lembrar que sem motivação não fazemos nada direito.
Portanto, devemos refletir mais sobre a problemática dificuldade de aprendizagem
na leitura com muito cuidado tomando precauções para combater a mesma.
32
Capítulo II - O CAMPO DA PESQUISA
Neste capítulo faremos uma contextualização do ambiente onde foi realizada a
pesquisa de campo, envolvendo dois elementos importantes: o bairro onde está situada a
escola e em seguida faremos uma breve explanação sobre a escola onde estuda o aluno
com o qual realizamos a pesquisa.
2.1 O BAIRRO DE COIMBRA
Figura 1 – Cenário da Escola enquanto Campo de Estágio
Fonte - Oderlene Bráulio da Silva – 2010
2.1.1 O Bairro de Coimbra
O Bairro de Coimbra é um dos mais antigos do município. Por conta disso, existe
um número muito grande de moradores e faz com que ele seja muito conhecido pelos
habitantes do município.
A através de entrevista realizada com uma ex- moradora do bairro, conhecida como
professora Carlita Silva Castelo Branco, foi possível conhecer que o bairro teve origem
após a união de Antônio Augusto da Cruz e Maria Freitas Veloso, filha de Rosa Ferreira de
Souza1.
O referido bairro limita-se ao norte com o Rio Solimões, a leste com o Bairro de
Bom Jardim, ao sul com o Bairro da Colônia II e ao oeste com o Centro da Cidade. Por
conta da sua localização e pelo fato do hospital pertencer a este bairro, existe um fluxo
muito grande de pessoas.
1
De acordo com as narrativas populares ela foi à fundadora do Município de Benjamin Constant
33
Dentre os muitos serviços públicos existentes neste bairro, destacamos: água
encanada, luz, coleta de lixo, e outros, mas vale ressaltar que nem todos os moradores
usufruem desses serviços porque em alguns deles como é o caso da coleta de lixo, e da
iluminação pública de acordo com os moradores, esses serviços são escassos.
Além disso, a população do Bairro de Coimbra conta também com outros serviços
como faremos a descrição:
a) Instituições públicas e privadas: 01 hospital, 03 escolas (dentre elas a escola
CESBI), 01 igreja católica nossa Senhora de Fátima, 04 igrejas Evangélicas, Posto de água
da COSAMA, 01 igreja da Santa Cruz, Prefeitura, Secretaria Municipal de Educação e
uma ONG denominada Águia dourada que trabalha com adolescente e crianças,
desenvolvendo atividades de: reciclagens, pinturas, danças e músicas.
b) Empresas do setor comercial: 01 farmácia, 03 panificadoras, 01 comércio Santo
Expedito, 04 mini boutiques, 01 hospedaria com lanchonete, 01 salão de beleza, Serraria,
01 copiadora, 05 oficinas de motocicletas, 01 movelaria, 09 mercearia e 05 bares.
c) Área de lazer: 01 quadra Arnaldo Pires, 01 Bumbodromo, 01 pracinha nomeada
e homenageada com o nome do aluno William Guerreiro.
No bairro ocorrem alguns eventos culturais como o Novenário de Santo Expedito;
Novenário de Nossa Senhora de Fátima seguido de um animado arraial; o arraial das
escolas e o festival folclórico dos bois bumbás (Corajoso e Mangangá) que acontecem no
Bumbodromo. O Boi Bumbá Corajoso foi criado pelos moradores do bairro e por isso o
representa durante o festival.
Atualmente, o Bairro de Coimbra é adminsitrado por uma Diretoria, cujo presidente
é o senhor Hilton Rodrigues de Lima. Essa diretoria organiza alguns eventos do bairro para
os seus moradores como nas datas festivas como é o caso do Dia das Maes e Dia das
Crianças.
No bairro tabém existe a escola CESBI, porque uma escola representa um bem muito
grande para os seus moradores, pois como já dizia Paulo Freire ―a educação sozinha não
forma, mas sem educação não existe transformação‖. Nesse sentido, a seguir
apresentaremos a escola CESBI, porque é nela que estuda o aluno da pesquisa.
34
2.2 A ESCOLA CESBI
Centro Social Batista Independente
Figura 2 – Escola CESBI
Fonte: Acadêmica Marcela. 2010
A Escola Municipal CESBI — Centro Social Batista Independente, se localiza na
Rua Elízio Ataíde n.441, no bairro de Coimbra na zona urbana do município de Benjamin
Constant, tendo como gestor: Edson Pacífico de Almeida, formado em Normal Superior.
A gestão da escola é formada pelo gestor, duas coordenadoras pedagógicas e uma
assistente administrativa. Conforme temos observado a escola, apesar de ainda apresenta
características na visão de administração, aparece alguns itens de gestão democrática
porque ela tem conselho escolar e Associação de Pais e Mestres, além disso, está em fase
de elaboração do Projeto Político Pedagógico por meio da assessoria de professoras e
acadêmicos/as da UFAM.
2.2.1 Histórico da escola
Foi criada como uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, inaugurada em 1985
pelo missionário Pedro Vargas (Militar do Exército do Rio Grande do Sul). As atividades
na instituição foram iniciadas oferecendo Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série e com cursos
profissionalizantes gratuitos, tendo como acionista a convenção das Igrejas Batistas
Independentes e Missão Evangélicas da Noruega e Suécia.
Ao longo dos anos, a demanda aumentou e consequentemente, os recursos
arrecadados pela Igreja foram ficando poucos, apareceram inúmeras dificuldades
financeiras. Por causa dessas dificuldades teve uma aproximação com o governo do Estado
do Amazonas em 1990. Nessa época foi feito o primeiro convênio, onde o antigo centro
35
dava lugar a mais uma escola pública no município de Benjamin Constant. Mas, o
convênio teve a duração apenas de dois anos, em seguida, o governo municipal se
interessou em celebrar convênio.
No ano de 2000 o prédio foi cedido para a prefeitura, através de um termo de
comodato que passou a ser responsável pela administração do prédio com a educação dos
alunos.
Tendo como visão desenvolver as múltiplas possibilidades de participação popular
demonstrando a real necessidade de investir na educação como única alternativa para a
construção da dignidade humana e a preparação do cidadão para o exercício da cidadania.
Em março de 2007 o prédio passou por uma reforma, com convênio: recursos
próprios / FUNDEF, na administração do prefeito atual – José Maria Freitas da Silva
Júnior.
2.2.2 Características Físicas da escola
A escola atualmente possui uma ampla extensão, onde contém 21 salas de aula (estas
atendem as séries iniciais do ensino fundamental, educação infantil e o projeto Avançar2)
bem como 01 diretoria, 01secretaria, 01 sala de apoio pedagógico, 01 sala para professores
com banheiro, 02 banheiros masculinos e 02 femininos, 01 refeitório, 01 cozinha, e 01
pátio com área de estacionamento, 01 biblioteca onde atualmente funciona como sala de
recursos didáticos, ou um espaço de leitura para os alunos.
Em relação às salas de aulas, algumas são amplas contendo um espaço adequado,
mas outras são muito pequenas. De acordo com as informações coletadas ao longo da
pesquisa, existem aproximadamente 35 alunos matriculados por sala de aula, considerando
as salas pequenas, esse fato pode interferir desenvolvimento de um processo ensino
aprendizagem de qualidade.
Outro aspecto que merece citar neste estudo é sobre o clima da sala de aula, porque
existem os espaços para os ares-condicionados, mas fazem alguns (desde a reforma) que a
escola espera por eles e até hoje não chegou. Esse fato prejudica o trabalho dos/as
professores/as e dos/as alunos/as na escola.
36
2.2.3 Recursos Financeiros e Humanos
A escola, atualmente, é mantida pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e
Desporto (SEMED), ou seja, praticamente todos os recursos (materiais, humanos e
financeiros) são oriundos da SEMED. Isso significa que, por se tratar de uma escola
pública, o poder público deve arcar com a sua responsabilidade.
Mas existem também os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
– executado pela Associação de Pais e Mestre (APMC) E atualmente do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE), os quais visam o bom funcionamento da escola e
consequentemente a melhoria da educação na escola.
Com os recursos repassados pela Secretaria Municipal de Educação, Programa
Dinheiro Direto na Escola, foram obtidos equipamentos que auxiliam no trabalho
pedagógico da escola como:
A escola conta com um amplo quadro funcional, constituído por 42 professores
em efetiva docência, distribuído nos turnos da manhã e tarde, desde a pré-escola até as
séries iniciais do ensino fundamental e o Projeto Avançar.
Além disso, possuem 03 professores de apoio, 01 bibliotecário, 02 coordenadoras
pedagógicas, 01 gestor, 14 auxiliares de serviços gerais, 04 vigias, 05 merendeiras, 04
administrativos, sendo que deste total, apenas 04 são contratados e os demais são efetivos.
A constituição do quadro de funcionários desta escola visa atender 1.235 alunos dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental e da Pré-Escola – Educação Infantil distribuídos nos
turnos matutino e vespertino.
2.2.4 Dimensão Pedagógica
A Escola CESBI, oferece a educação escolar através dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental e da Pré-Escola (Pré I e II). Além disso, trabalha com o Projeto AVANÇAR
na tentativa de diminuir a distorção idade/série.
Para atender esses níveis de ensino a escola organizou atualmente as seguintes
turmas: Pré I 03 turmas, Pré II 06 turmas, 1º Ano 06 turmas, 2 º 06 turmas, 3 º 07 turmas, 4
º 06 turmas, 5 º 05 turmas e Projeto Avança 03 turmas
No campo pedagógico a escola, conforme falado na frente, a escola conta com duas
coordenadoras pedagógicas que buscam organizar e orientar o funcionamento da escola.
37
Embora a escola ainda não tenha elaborado o seu Projeto Político Pedagógico, de
acordo com o diretor, esta instituição tem como missão trabalhar o processo de
aprendizagem do aluno de forma que estes alunos venham aprender com qualidade e tenha
um futuro muito bom.
Por isso, a organização didático-pedagógica está baseada na tendência
construtivista, respeitando suas peculiaridades, desenvolvendo valores morais, éticos e
culturais, tendo em vista, participar ativa e comprometidamente com a Sociedade.
Em relação ao planejamento, atualmente, ele acontece toda sexta-feira. Também
existem os encontros pedagógicos que servem para ser planejadas as ações e atividades da
escola. Libâneo, (1994, p.226) relata que:
―[...] o planejamento escolar é uma atividade que orienta a tomada de decisões da escola e
dos professores em relação às situações docentes de ensino e aprendizagem, tendo em vista
alcançar os melhores resultados possíveis‖.
38
3. CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
No interesse de realizar uma discussão sobre a temática da ―leitura‖ no cotidiano
escolar, uma vez que este trabalho refere-se às dificuldades de aprendizagem na leitura no
ensino fundamental, realizamos um estudo investigativo, sobre o assunto em questão.
O texto aqui apresentado, discorre sobre o estudo realizado e tem como objetivo
expor de forma sistemática os resultados da pesquisa desenvolvida com aluno da rede
pública de ensino do município de Benjamin Constant, devidamente matriculado e
cursando o 4° ano do Ensino Fundamental, antiga 3ª série do Ensino Fundamental.
3.1 SITUAÇÃO DO PESQUISADO
No primeiro momento do estudo buscamos conhecer a realidade educacional que
represente o cotidiano de muitas crianças do município de Benjamin Constant. Por isso,
desenvolvemos o estudo a partir de uma amostra, o qual envolveu seu cotidiano familiar e
o contexto escolar. Esse momento foi muito importante no sentido de se entender com
mais qualidade, os fatores que implicam diretamente no rendimento escolar, em especial da
leitura com alunos/as do ensino fundamental do município de Benjamin Constant.
O principal sujeito da pesquisa foi um aluno de onze anos de idade, do sexo
masculino, nascido no dia trinta de junho de mil novecentos e noventa e nove, natural do
município de Benjamin Constant.
O ambiente familiar deste aluno é formado por sua mãe, seu padrasto e dois
irmãos (menino e menina). Sua mãe trabalha em casa de família e nos momentos de folga
vai para a roça, por isso fica a maior parte do tempo fora e os filhos ficam ―soltos‖. O
padrasto não tem emprego e vive de ―bicos‖, trabalha no que aparece para fazer. A família
desse aluno vive de uma renda familiar que corresponde a aproximadamente 01 (um)
salário mínimo.
De acordo com a mãe, o aluno começou os estudos aos cincos anos de idade, e
não teve dificuldades de adaptação, mas ainda na alfabetização, ele teve dificuldade de
aprender a ler e escrever. ―A aprendizagem dele sempre foi “um pouco” lenta, disse a
mãe”.
39
Consideramos, talvez que essa dificuldade tenha contribuído para sua reprovação
no segundo e também no quarto ano, porque hoje ele estar repetindo o quarto ano e ainda
apresenta muita dificuldade, principalmente na leitura.
Sabemos que quando a criança tem dificuldades de aprendizagem na
alfabetização, pode ser um problema que continuará existindo nas outras séries, mas é
possível e importante compreendermos as dificuldades para podermos reduzir o impacto
delas na vida das crianças.
No inicio do ano de 2011, o aluno chegou a frequentar um projeto de apoio,
existente no município, que desenvolve atividades sócio-educativas, mas foi ficando
desmotivado e desistiu, só está indo à escola.
Com base nas informações obtidas, a mãe do aluno sai muito cedo para trabalhar,
e como ela não vive com o pai, as crianças ficam com o ―padrasto‖. Como o padrasto desse
aluno não se preocupa muito com ele é por isso depois que chega da escola passa muito
tempo na rua e não cuida dos estudos. Quando perguntamos para o seu padrasto sobre essa
questão ele disse: ―Como vou cuidar desse menino, se não sou seu pai, e ele não me
obedece, quando não está na escola fica o tempo todo na rua”.
De acordo com o padrasto, não é filho dele, então não deve se preocupar com o bem
estar desta criança. Se quiser estudar tudo bem, não é problema dele, já que a criança em
questão não o obedece, é melhor deixar livre para fazer o que bem entender. Em concordância
com o padrasto encontramos a mãe que resume a vida escolar do filho da seguinte forma: A
escola não mudou nada no meu filho, porque ele continua com a mesma preguiça de
frequentar a escola.
Como vemos, o padrasto se exime dessa responsabilidade com a educação da
criança e contraria o que estabelece a lei sobre o direito das crianças. O Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), em seu Art. 4º apregoa que:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
40
A mãe do aluno disse que ele é muito desinteressado e joga a responsabilidade
para a escola ao afirmar que a “escola não mudou nada no meu filho, porque ele continua
com a mesma preguiça de frequentar a escola”.
Mas ao mesmo tempo em que, denuncia a responsabilidade da escola e anuncia
também a sua responsabilidade, quando diz:
Minha relação com a escola é normal, vou até lá quando posso. Como estou
trabalhando em casa de família e não sou cadastrada no programa bolsa
família, por isso tenho que trabalhar mais ainda e é por esse motivo que eu
tenho ido muito pouco a escola de meu filho, quem vai às reuniões quando
comunicado é o meu companheiro, o padrasto desse meu filho.
Em busca de respostas mais coerentes a respeito da dificuldade e da desmotivação
por parte da criança, foi necessário ir ao de encontro do contexto escolar do mesmo, onde
foi encontrada a professora da turma, e a mesma disse o seguinte:
Trabalho na sala de aula 16, com 31 alunos que freqüenta diariamente, sendo
que tem 11 alunos que demonstram maior dificuldade na leitura destacando o
caso do aluno da pesquisa que é o que necessita de mais atenção nesta situação
em destaque. Os pais não ajudam o aluno fazer as atividades escolares.
(Professora)
A professora, que tem sua parcela de responsabilidade com os alunos tenta
enxergar somente as falhas da família. Libâneo (1994, p.229), condena esse pensamento ao
falar que:
.
Um professor não pode justificar o fracasso dos alunos pela falta de base
anterior; o suprimento das condições prévias de aprendizagem deve ser previsto
no plano de ensino. Não pode alegar que os alunos são dispersivos; é ele quem
deve criar as condições, os incentivos e os conteúdos para que os alunos se
concentrem e se dediquem ao trabalho.
Como podemos perceber nas falas das pessoas envolvidas com a realidade em que
se encontra a criança, a dificuldade na aprendizagem apresentada por essa criança, pode
está ligada ao descaso tanto da criança, quanto da escola. Essa postura é contrária ao
dispositivo legal, o qual estabelece que a educação de qualidade seja um direito e dever de
todos.
41
Acredito ser de fundamental importância que o professor conheça a maneira como
o aluno aprende para ter condições de apresentar atividades desafiadoras que cause nos
alunos reestruturações de conhecimentos, despertando-lhes o interesse pela leitura de
mundo e assim partir para a leitura da palavra. Pois o papel do professor é de orientar as
atividades que estar sendo desenvolvida e é a quem as crianças devem recorrer quando for
preciso.
Diante do exposto para melhor compreensão é necessário conhecer o que diz
o protagonista de tantos questionamentos, que falou o seguinte a respeito da escola e sua
permanência na mesma:
Para mim a escola já ta bom assim mesmo. Eu tenho muitas dificuldades na
leitura, eu não consigo aprender a ler como meus colegas da sala de aula, e fico
com medo de falar errado, para mim a leitura é boa, porque a gente aprende
muitas coisas boas. (aluno)
O aluno com dificuldade acredita que desenvolver o hábito da leitura é muito
bom, pode proporcionar coisas novas, como conhecer melhor o mundo que vive e poder ler
suas próprias atividades, e etc. Ele não tem segurança na hora de ler, porque tem medo de
motivo de risadas e chacotas, pois pode falar errado algumas palavras. Mas, a professora
não que os colegas de sala de aula, fiquem rindo dos outros quando estiverem
desenvolvendo a leitura, mas assim mesmo não se sente seguro para fazer a leitura.
Sabemos que ser motivos de risos em qualquer situação não são bem aceitos por
muitas pessoas, e no caso das crianças é muito preocupante. Uma vez que esta situação
pode interferir em seu desenvolvimento a vida inteira.
Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém
consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito
importante que o professor saiba motivar os seus alunos. (PILETTE, 2007, p.33)
Tem muitos professores que tentam vários meios de motivar seus alunos,
tropeçam mas, finda conseguindo encontrar um caminho certo para a leitura, onde tem
outros que cruzam os braços achando que sua prática é única correta, sem se preocuparem
de ir em busca de outras alternativas de trabalho continuam na forma do tradicional, só
42
com o livro didático sem perceber que muitas vezes estão trabalhando fora da realidade do
aluno.
3.2 O ESPAÇO ESCOLAR E SEUS RECURSOS
Neste item iremos apresentar os resultados da pesquisa referente ao ambiente da
escola, na perspectiva de analisar se as condições favorecem o processo de aquisição da
aprendizagem na leitura.
Organizamos este texto com base em dois elementos que acreditamos ser
importante: o material e espaços existentes e a prática pedagógica da professora
É importante ressaltar que ensinar a ler é o maior desafio que a escola tem
enfrentado, e para que esse desafio seja superado é preciso res-significar o trabalho na
escola, visando à aquisição da leitura, porque bons leitores são capazes de adquirir
informações sozinhos e abrirem para si mesmos os caminhos de muitos conhecimentos
necessários para a vida na sociedade atualmente. Porém existem outros que necessitam de
todas as condições possíveis para que isto aconteça.
As pessoas que lidam diretamente com o processo ensino aprendizagem da leitura
na escola, professora e coordenadora pedagógica, têm claro o valor e a importância da
leitura no processo de formação dos alunos. Conforme falas a seguir:
A leitura é muito importante na vida do ser humano, porque quem não sabe ler
tem pouco conhecimento, faz a leitura do mundo em que vive. Para suprir essa
dificuldade trabalhamos em sala de aula o livro didático, cartão com palavras e
cartazes com poesia. Sendo que com os que apresentam maiores dificuldades eu
trabalho mais com leitura através de atividades diferenciadas. (Professora)
Considero a leitura como instrumento inovador de idéias, isto é, quando foca o
objetivo e chega a repassar o almejado. É importante quando atinge o lado
critico construtivo que favorece a si e os outros, também ajudam a nortear novos
horizontes e perspectivas, abre leque para argumentar opiniões e debates afins.
(Coordenadora Pedagógica)
43
Mas, ter essa compreensão não é suficiente, porque é preciso dispor dos recursos e
das condições indispensáveis para que os/as alunos/as aprendam com competência. De
acordo com as colocações acima, nota-se que a escola dispõe de recursos humanos que
sabem conceituar o significado da leitura no desenvolvimento escolar do ser humano.
Para compreender os fatores que interferem no processo de aquisição da leitura,
acreditamos ser necessário conhecer a realidade da escola em que se desenvolve o processo
educativo no sentido de verificar se as condições físicas e materiais da escola favorecem ou
contribuem com o ensino da leitura.
Na escola, existe além das salas de aulas, a escola tem banheiros, cozinha,
refeitório, sala da gestão escolar, secretaria, salas dos professores, sala da coordenação,
sala de recurso, biblioteca no momento não tem, foi substituída pela sala de recursos.
A sala de leitura dispõe de alguns livros, revistas e gibis que podem ser usados pela
professora na sua prática pedagógica. Porém a ventilação pode comprometer, porque as
janelas e portas pequenas não possibilitam a ambientalização adequado para o ensino da
leitura. Além disso, por ser um espaço muito pequeno não comporta todos os alunos e isso
traz prejuízos, porque,
O trabalho docente deve ser organizado e orientado para educar a todos os alunos
da classe coletivamente. O professor deve empenhar-se para que os alunos
aprendam a comportar-se tendo em vista o interesse de todos, ao mesmo tempo
em que preste atenção às diferenças individuais e às peculiaridades de
aproveitamento escolar. (LIBÂNEO, 1994, p.159)
Na biblioteca da escola funciona a sala de recursos, é ventilado, tem arcondicionado. Na sala de recurso ficam dois professores para atender os alunos duas vezes
por semana, no turno matutino e vespertino. Embora tenha um ambiente bom não está
sendo usada como deveria.
Para a criança com dificuldade na leitura a escola dispõe de recursos para que
aprenda a ler, mas o aluno diz ser o culpado dele não está se desenvolvendo de acordo
com desejado. Porque não acordar cedo para ir as aulas de reforços, já que não tem
motivação para ir à sala de leitura pela manhã, uma vez, que o mesmo estuda pela tarde.
Percebeu-se que a criança não tem ânimo para ir à escola no turno matutino, para
receber reforço. Neste caso a escola poderia oferecer para esse aluno reforço no horário em
44
que ele estuda. Sendo que as escolas municipais dispõem de professores de apoio. Libâneo
(1994, p.33), diz o seguinte:
Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém
consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito
importante que o professor saiba motivar os seus alunos.
Sabemos que os recursos didáticos existentes nas escolas não são suficientes para
que o ensino aconteça com sucesso, mas existem casos em que a profissionalização e o
compromisso do educador (a) fazem diferença no resultado final do ano letivo. O mesmo
busca preencher a dificuldade encontrada diariamente em sala de aula com análise e
diagnóstico desenvolvido pelo educador (a). Sendo que o mesmo busca desenvolver
metodologia e objetivos adequados que lhe possa auxiliar.
A escola dispõe de alguns recursos didáticos, mas é percebível no cotidiano, que
não é o suficiente para suprir as necessidades, encontradas diariamente no
desenvolvimento escolar dos alunos. A seguir faremos uma abordagem sobre as questões
que envolvem o fazer pedagógico do professor e que podem interferir no processo de
ensino da leitura.
A metodologia desenvolvida pela professora na sala de aula é dinâmica, tem
brincadeiras com temas geradores; leitura em grupo e individual; atividades no quadro
e em cartazes. Para Nérici apud Martins (1989), ―a metodologia didática é a
sistematização do ensino, constituída por métodos e técnicas [...]‖.
De acordo com a metodologia da professora, da forma como presenciamos, é
possível afirmar que ela pode contribuir com o processo de ensino da leitura. As
―técnicas, recursos ou meios de ensino são complementos da metodologia, colocados à
disposição do professor para o enriquecimento do processo de ensino.‖ (LIBÂNEO,
1994, p.53), são fundamentais nesse processo, porém essas ações são bastante pontuais.
A escola dispõe de alguns materiais didáticos para a professora trabalhar com
os alunos como: livros variados; revistas; quebra-cabeça; dado; fichas de palavras;
dominó de adivinhação; mapas e quebra-cabeça de sílabas.
A relação professor-aluno é muito boa, porque a professora é amiga dos
alunos, chama a atenção quando é necessário, quando o aluno faz algo que não devia
45
ela demonstra desaprovação a atitude do aluno, mas também elogia quando fazem algo
bom. Isso é importante porque,
Nós, professores, temos momentos ou âmbitos específicos nos quais nossa
relação com os alunos é clara, diferenciada e importante; por exemplo, quando
fazemos perguntas orais na classe, estamos nos relacionando com alunos
concretos. (VALLEJO, 1998, p.11)
O planejamento da aula desenvolvida pela professora é feito às sextas feiras, das
15: horas as 17: horas. De acordo com a Coordenadora, os planejamentos dos professores
devem estar de acordo com a necessidade de seus alunos, ou de acordo com as opiniões de
todos os membros educacionais da escola, pois.
O plano da escola é um guia de orientação para o planejamento do processo de
ensino. Os professores precisam ter em mãos esse plano abrangente, não só para
uma orientação do seu trabalho, mas para garantir a unidade teóricometodológica das atividades escolares (LIBÂNEO, 1994, p.230).
Nesse sentido percebemos que a prática pedagógica da professora é pautada em
um planejamento. A professora realiza as atividades escolares, buscando ajudar os alunos
com dificuldades. Mas como são muitas crianças em sua sala de aula, não é o suficiente
para que o aluno com dificuldade aprenda rápido como os outros.
Pensar na sala de aula como lugar de relação pode abrir para nós um horizonte
de possibilidades, inclusive didáticas, que talvez não estejamos utilizando em
todo seu potencial. O modo como se dá nossa relação com os alunos pode e deve
incidir positivamente tanto no aprendizado deles, e não só das matérias que
damos, como em nossa própria satisfação pessoal e profissional, porque nossa
relação com os alunos deve ser considerada uma relação profissional.
(VALLEJO, 1998, p.10)
O ambiente da sala de aula dispõe de um espaço pequeno, bem iluminado, mas
com pouca ventilação, tendo apenas dois ventiladores, mas não é o suficiente, para passar o
calor nos dias quentes. Conforme Vallejo (1998, p. 9),
Na sala de aula pensamos, de maneira espontânea, em termos didáticos (o que e
como vamos explicar o que vamos perguntar etc.). Sabemos que é bom ou
desejável manter uma boa relação com os alunos na classe; outra coisa é pensar
na classe como lugar de relação, lugar onde inevitavelmente nos relacionamos
com os alunos.
46
Isso significa que o ambiente em que acontece o processo ensino aprendizagem,
ou seja, no âmbito físico, pedagógico ou humano, contribui ou não.
A coordenadora pedagógica da escola assegura que:
Para o ensino da leitura a escola dispõe de uma sala de recursos que funciona
na antiga biblioteca da referida escola. Também contamos com a utilização de
revistas, material esse que a escola é assinante para dispor, sendo que o mesmo
vem complementar o acervo literário também disponível. Isto não é o suficiente
sendo que o professor deve buscar outros meios como desenvolver a leitura
critica a partir da realidade, usando TV, internet e o que esta na mídia, em
leitura silenciosa, individual e em grupo.
Analisando a colocação da coordenadora pedagógica, percebe-se que todas as
pessoas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem conhecem a realidade em que se
encontram algumas crianças, alunos da escola. Se a situação é explicita no cotidiano
escolar, porque não se toma providencia no planejamento escolar? Onde o professor
deveria expor as dificuldades apresentadas pelos alunos e junto com a coordenadora e o
apoio pedagógico buscaria uma solução, para reverter à situação.
Para a eficiência e a eficácia na mudança das estruturas da educação e da
sociedade, é preciso dispor de instrumentos adequados que representem, eles
mesmos, uma transformação estrutural. Por isso propomos, para a sala de aula, a
corrente de planejamento que já se consagrou em outras atitudes, chamada de
planejamento participativo. Planejar é, de fato, definir o que queremos alcançar;
verificar a que distância, na prática, estamos do ideal e decidir o que se vai fazer
para encurtar essa distância. (GANDIN, 2006, p.17, 22)
Frente ao exposto, percebemos que neste caso existem alguns aspectos que
colaboram como: a relação da professora com os alunos, por exemplo, mas o ambiente da
sala de aula e de leitura, bem com os recursos didáticos-metodológicos podem dificultar.
3.3 FATORES CONTRIBUINTES PARA DIFICULDADE NA LEITURA
A partir dos estudos realizados, podemos entender e até mesmo afirmar que a
dificuldade de aprendizagem na leitura apresentada pelo aluno não está ligado a fatores
47
físicos, pois de acordo com a mãe o aluno é muito bem de saúde, ou seja, ele não tem
nenhuma doença que prejudique sua aprendizagem.
Também não apresenta nenhum tipo de deficiência que venha prejudicar a
aprendizagem do aluno em todas as disciplinas, e neste caso muito menos no ensino da
leitura.
Mas mesmo assim o aluno tem muitas dificuldades, que inclusive o levou a ficar
reprovado duas vezes e também fez com que ele freqüentasse uma sala de aula que não é
para sua idade.
Durante essa pesquisa percebemos que essas dificuldades podem está sendo
acarretadas por dois locais que é na família e na escola.
3.3.1 No convívio familiar
Em casa a criança não tem limites e não encontra estímulos para se desenvolver
na escola. Esse aluno é criado muito ―solto‖ e fica muito tempo na rua, por isso em casa
não faz as atividades como deveria. Isso atrapalha porque se os pais não tem controle sobre
os filhos eles não conseguem aprender como está acontecendo com esse aluno.
Mas também o ambiente precisa ser acolhedor e motivar para que a pessoa possa
gostar daquilo que está fazendo. Mas neste caso, praticamente não há nada em relação a
essa situação.
Dessa forma, todos sabem que não é boa a situação em que a criança se encontra,
por isso, o caminho mais fácil é empurrar a responsabilidade do que vem acontecendo para
outro. Até a própria criança é responsabilizada nas palavras da mãe e do padrasto.
Foi também percebível que a dificuldade na leitura, perpassa pela família inteira,
uma vez que se o padrasto não tem formação, os irmãos são menores e a mãe iniciou a EJA
(educação de jovens e adultos), ou seja, a criança não vive num ambiente de leitura.
Além disso, nos deparamos com uma realidade muito comum em nossa região, os
pais ou responsáveis não tem escolaridade para ensinar seus filhos. ―Se não sei! Como
posso ensinar‖. São colocações que foram feitas pelos pais, quando são questionados sobre
as dificuldades dos seus filhos enquanto alunos.
48
Há caso que os filhos mais velhos é quem ajudam os menores a responder as tarefas
que os professores passam para criança fazer em casa. Mas, neste caso, a situação é
diferente, a criança não tem irmãos maiores, ele é o primeiro filho de sua mãe.
Fica que essa criança não encontro na família um referencial adequado para o
desenvolvimento de suas capacidades de leitor. Conforme cita PILETTE (2007, p.17),
A família, por exemplo, é o primeiro elemento social que influi na educação.
Sem a família a criança não tem condições de subsistir. Tal necessidade não é
apenas de sobrevivência física, mas também psicológico, intelectual, moral e
espiritual. A família, no entanto, encontra uma série de problemas, na sua missão
de educar. A falta de preparo de muitos pais para exercer integralmente essa
função é o principal problema.
Pois o processo de formação de um filho leitor está ligado primeiramente ao
contexto familiar, isto é se houver presença de livros, de pais leitores e leitura no lar. Mas
na maioria das famílias que passam por muitos problemas de caráter familiar, social e
econômico não consegue passar nenhum tipo de estímulo para seus filhos.
O processo educativo deste aluno, em certa medida tem sido comprometido em
parte por falta de acompanhamento da família, pois como a mãe trabalha fora, não tem ido
muitas vezes à escola. A professora também falou dessa questão, quando na entrevista
falou que ―um dos fatores que tem contribuído com a dificuldade na leitura, não só o aluno
em destaque mais de forma em geral é a falta de acompanhamento dos pais ou
responsáveis‖.
A família deve ser uma referência para vida de todas as pessoas, porque se a
família não ajudar como que as crianças vão poder seguir em frente nessa sua caminhada.
3.3.2 No Contexto Escolar
A escola dispõe de espaço e de alguns recursos para o ensino aprendizagem de
seus alunos, mas não é o suficiente para atender as necessidades encontradas em sala de
aula. Neste caso que é sobre a leitura isso fica mais triste e complicado.
49
Digo isto porque o aluno estudado não encontra na escola um ambiente que contribua para a
dificuldade de aprendizagem na leitura. O aluno disse o seguinte, ―o que me atrapalha na leitura é
que tenho medo dos outros alunos mangarem de mim.‖ Para Vallejo (1998, p.59),
Os alunos devem sentir-se livres para errar e aprender com seu erro. O sentiremse livres se traduz aqui por ausência de modo, de angústia... Aprender com os
próprios erros é importante para o crescimento pessoal, seja emocional, social ou
cognitivo.
Embora a professora desenvolva um trabalho que pode contribuir com o
desenvolvimento da leitura e mesmo ela tendo uma relação muito boa com os seus alunos,
os textos usados pela professora, momento da investigação foi só sobre o conteúdo do livro
didático, ou seja, a leitura aparece como uma obrigação e não tem significado para os
alunos.
Para Freire (1989, p.11-12), ―leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí
que posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele‖ (p.1112). Isso significa que a professora deveria realizar a leitura a partir da realidade dos alunos
com textos e também a partir das experiências dos alunos, mas não foi visto na pesquisa.
Se o educador não tiver uma preocupação em resgatar esse tipo de leitura em sala
de aula e estimular seus alunos enquanto processo de interação, essa crise de leitura a
tendência é agravar cada vez mais nas escolas.
Além disso, existem muitas crianças em sua sala de aula. Esse fato dificulta o
trabalho da professora porque não tem como a professora dar atenção para todos os alunos,
e isso com certeza tem atrapalhado o trabalho.
Outro aspecto aponta, principalmente pela professora, refere-se a falta de
participação e acompanhamento da família na escola. Sobre esta questão LIBÂNEO (1994,
p.229),
Não pode atribuir aos pais o desinteresse e a falta de dedicação dos alunos, muito
menos acusar a pobreza como causa do mau desempenho escolar; as
desvantagens intelectuais e a própria condição de vida material dos alunos, que
dificultam o enfrentamento das tarefas pedidas pela escola, [...].
É compreensível que a participação dos pais, tenha funcionado de maneira positiva, no
processo de ensino aprendizagem, mas que uma escola bem preparada para atender os anseios da
clientela de alunos é de suma importância para o sucesso. Não se esquecendo de salientar que a
50
preparação não se restringe ao espaço físico ou recurso tecnológico, engloba a preparação
profissional das pessoas envolvidas e a responsabilidade para com a profissão ou trabalho
desenvolvido.
A escola só conseguirá preencher essa função quando houver o entrosamento dos
pais com a escola e com a comunidade. Grande parte dos comportamentos e das
atitudes dos alunos é provocada pelo comportamento, pelos métodos e pelas
atitudes do professor. O professor que tem entusiasmo, que é otimista, que
acredita nas possibilidades do aluno, é capaz de exercer uma influência benéfica
na classe como um todo e em cada aluno individualmente, pois sua atitude é
estimulante e provocadora de comportamentos ajustados. (PILETTE, 2007, p.
17, 19)
Aprender a ler é visto atualmente como coisa muito importante na vida das pessoas,
porque não dar mais para viver no mundo sem leitura. Nesse processo o professor e a
escola tem um papel importante. Por isso, ―o professor, em sua atividade docente, poderá
estar trabalhando para mudar a sociedade ou para conservá-la na forma em que ela se
encontro‖ (PILETTE, 2007, p.20).
Assim foi possível perceber que no ambienta da escola os principais fatores que
interferem refere-se ambiente da escola no sentido de respeitar os limites de cada pessoa.
Os tipos de textos usados, para que este possam ter significado para os alunos. Além disso,
a boa relação da família com a escola também pode contribuir muito para a educação.
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de conclusão de curso traz em seu contexto sistematizado, resultados
de estudos e aprendizagens de uma trajetória de superação desenvolvida no percurso de
cinco anos aproximadamente.
Foi de grande importância realizar esta pesquisa sobre a dificuldade de
aprendizagem no Ensino Fundamental, pois me trouxe a oportunidade de conhecer melhor
esta realidade que tanto preocupam as escolas públicas de nossa cidade.
Durante as investigações foi possível realizar um estudo de caso, através de
entrevistas com os pais, aluno, professora e coordenadora pedagógica da escola.
Concluímos que essa criança não apresenta nenhum problema físico, portanto isso não
interfere na aprendizagem da leitura, ou seja, fisicamente aluno apresenta todas as
condições favoráveis ao seu desenvolvimento cognitivo.
Mas os fatores que prejudicam esse desenvolvimento do aluno estão ligados mais
as questões no contexto familiar e do ambiente da escola.
No ambiente da família, não é feito um acompanhamento adequado dos
responsáveis pelo aluno e ele fica muito solto e sem limites, o que faz com que ele fique
muito na rua e não faça as atividades escolares. Além disso, não tem ambiente de leitores
porque as pessoas da casa só de analfabetos. Sua família não tem preocupação em ajudá-lo.
Isso tudo atrapalha a vida escolar do aluno
No contexto escolar estão ligados ao ambiente que não favorece a criança passa a
sentir vergonha dessa sua situação, com medo dos colegas fazer chacota dele. Isso faz com
que ele não aprenda ler com segurança. Os textos são descontextualizados e sem
significados para os alunos, as salas são superlotadas o que impede a professora de
acompanhar cada um e, além disso, não existe um a boa relação da escola com a família,
pois uma joga a responsabilidade para a outra.
Sendo que o mesmo é composto por resultados de projetos e atividades
planejadas, desenvolvidas de acordo com o objetivo da grade curricular do curso de
pedagogia, priorizando o foco central nas atividades planejadas e executadas no campo de
pesquisa, procedimentos este que colocou os (as) acadêmicos (as) em contato direto com a
realidade educativa, de cada uma das instituições de ensino da rede pública dos municípios
onde foi desenvolvida a pesquisa.
52
Vale ressaltar nesta sistematização de resultados, que o curso de pedagogia é
composto por muitas disciplinas que auxiliam como base as práticas pedagógicas e os
estágios supervisionados, indicando as teorias de bases de cada campo, direcionando o
planejamento adequado a cada situação, indicando os métodos cabíveis para cada
desenvolvimento de atividades.
É bom que se preocupem mais com a educação desse aluno, porque se ele
continuar assim sem motivação, jamais ele conseguirá ter uma boa aprendizagem, pois esse
incentivo deve começa pela família.
Por isso escola e família precisam conversar mais, visando realizar um trabalho de
parceria para que juntas possam encontra o melhor caminho ou a melhor maneira de ajudar
as crianças a ter um ensino bem melhor do que o que existe hoje.
53
REFERÊNCIAS
ABREU, Márcia. (organizadora). Leitura no Brasil: Antologia comemorativa. 10° cole.
Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995.
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