1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAOZONAS INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA UNIDADE ACADEMICA DE BENJAMIN CONSTANT LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA ZITA DE SOUZA DA SILVA DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA: UM ESTUDO DE CASO COM ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. Benjamin Constant- AM 2011 2 ZITA DE SOUZA DA SILVA DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA: UM ESTUDO DE CASO COM ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) como requisito final para obtenção do título de Licenciada no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Orientadora: Professora MSc. Antônia Rodrigues da Silva. Benjamin Constant- AM 2011 3 ZITA DE SOUZA DA SILVA DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA: UM ESTUDO DE CASO COM ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) como requisito final à obtenção do título de Licenciada no curso de Licenciatura plena em Pedagogia. Aprovado em ----------- de --------------- 2011 BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________ Profª. MSc. Antônia Rodrigues da Silva./ INC/ UFAM / BC (Presidente) _______________________________________________________ Profª. MSc. Marcilene Nascimento da Silva Cavalcante. / INC/ UFAM/ BC (Membro) _______________________________________________________ Profª .MSc. Oderlene Bráulio da Silva./INC /UFAM /BC (Membro) 4 Dedicatória Dedico a realização deste meu trabalho a minha mãe Alexandrina de Souza da Silva e a memória de meu pai Francisco Nazareno da Silva que jamais o esquecerei, aos meus filhos Zildoney da Silva Pereira e Maída da Silva Aparício, a meu esposo Mario Fortes e aos meus irmãos. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à graça de estar cursando esta graduação na Universidade Federal do Amazonas. A minha família pela paciência e compreensão no decorrer do curso. Agradeço também as minhas colegas da turma, que me ajudaram quando mais precisei. Aos orientadores (as)do curso de Pedagogia, que não mediram esforços para nos transferir o conhecimento. E por serem educadoras (es) empenhadas (os) na educação com qualidade e competência. 6 EPIGRAFE Senhor fazei-me instrumento de vossa paz, onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa que eu leve perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz. O mestre fazei que eu procure mais, consolar que ser consolado. Compreender que ser compreendido, amar, que ser amado, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna. Amém! Oração a São Francisco. 7 LISTA DE GRÁFICOS EILUSTRAÇÕES Figura 01 Cenário da Escola enquanto Campo de Estágio ..............................................33 Figura 02 Escola CESBI de frente......................................................................................50 Quadro 01 Quadro de quantidade, especificação dos materiais do CESBI........................51 Gráfico 01Quantidade de funcionários existentes na escola CESBI...................................53 Gráfico 02 Índice de aluno no Projeto Avançar; Educação Infantil; Series Iniciais do Ensino Fundamental.............................................................................................................53 8 LISTA DE ABREVITATURAS E SIGLAS SEMED: Secretaria Municipal de Educação. PDDE: Programa Dinheiro Direto na Escola. APMC: Associação de Pais e Mestre e Comunitários. PDE: PLANO de Desenvolvimento da Educação. CE: Conselho Escolar. CESBI: Centro Social Batista Independente. COSAMA: Companhia de Saneamento do Amazonas. ONG: Organização Não Governamental. PNE: Plano Nacional de Educação. LDB: Lei de Diretrizes e Base. IDEB: Índice de Desenvolvimento da Educação. MEC: Ministério da Educação. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................ 10 CAPITULO I – EDUCAÇÃO E LEITURA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES....... 14 1.1 UMA ABORDAGEM TEÓRICO E LEGAL SOBRE EDUCAÇÃO........................ 14 1.2 CONCEITUANDO LEITURA............................................................................... 19 1.3 UM POUCO DE HISTÓRIA DA LEITURA.......................................................... 22 1.4 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA ATUALIDADE......................................... 26 1.5 DIFICULDADES DE LEITURA ........................................................................... 28 CAPITULO II - O CAMPO DA PESQUISA ............................................................ 33 2.1 O BAIRRO DE COIMBRA...................................................................................... 33 2.2 A ESCOLA CESBI................................................................................................... 35 2.2.1 Histórico da escola................................................................................................ 35 2.2.2 Características físicas da escola.............................................................................. 36 2.2.3 Recursos Financeiros e Humanos....................................................................... 37 2.2.4 Dimensão Pedagógica........................................................................................... 37 CAPÍTULOIII – ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS......................... 39 3.1 SITUAÇÃO DO PESQUISADO.............................................................................. 39 3.2 ESPAÇO ESCOLAR E SEUS RECURSOS............................................................... 43 3.3FATORES CONTRIBUINTES PARA DIFICULDADE NA LEITURA .................. 47 3.3.1 No convívio familiar........................................................................................... 48 3.3.2 No contexto da escola........................................................................................ 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 52 REFERÊNCIAS............................................................................................................... 54 APÊNDICE 10 RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso vem apresentar o resultado da pesquisa sobre As dificuldades de aprendizagem na leitura, realizada na escola CESBI, no 4ª ano do ensino fundamental. O objetivo geral desta pesquisa foi de realizar um estudo de caso para identificar os fatores que interferem no processo de aquisição da leitura com alunos do ensino Fundamental em uma escola pública do município de Benjamin Constant. A pesquisa teve como enfoque a abordagem teórica dialética. Por ser uma pesquisa na ária humana a abordagem utilizada a pesquisa foi de natureza qualitativa. Na coleta de dados foi necessário realizar a observação-participante, pesquisas bibliográficas, entrevista semiestruturada. Diante do estudo percebemos que existem fatores ligados a escola e a família. Na família não é feito um acompanhamento adequado dos responsáveis pelo aluno e ele fica muito solto e sem limites, o que fazia com que ele fique muito na rua e não faça as atividades escolares. Além disso, não tem ambiente de leitores porque as pessoas da casa são analfabetas e sua família não tem preocupação em ajudá-lo. No contexto escolar, a criança passa a sentir vergonha dessa sua situação, com medo dos colegas fazerem chacota dele. Isso faz com que ele não aprenda ler com segurança. Os textos são descontextualizados e sem significados para os alunos, as salas são superlotadas o que impede a professora de acompanhar cada um e, além disso, não existe um a boa relação da escola com a família, pois uma joga a responsabilidade para a outra. Por isso a escola e a família precisam trabalhar juntas. Palavras- Chave: Educação. Leitura. Dificuldades de Aprendizagem. 10 INTRODUÇÃO Como vivemos na sociedade da informação, desenvolver as competências em leitura passou a ser uma exigência muito importante, porque se a gente aprende a ler com qualidade, isso vai ajudar em toda a nossa vida. Mas como já se sabe, no Brasil existem um grande problema sobre a leitura. Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema: ―Dificuldades de Aprendizagem na Leitura‖. A partir desta temática decidimos realizar um estudo de caso com um aluno do 4º ano do Ensino Fundamental. O referente trabalho contém os resultados de uma pesquisa realizada ao longo do curso de pedagogia no contexto das cinco disciplinas de Práticas da Pesquisa Pedagógica do curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura conforme tema mencionado. O objetivo geral desta pesquisa foi de realizar um estudo de caso para identificar os fatores que interferem no processo de aquisição da leitura com alunos do ensino Fundamental em escola pública do município de Benjamin Constant, tendo como objetivos específicos: conhecer a realidade familiar e educacional do aluno pesquisado, verificar se o ambiente da escola favorece o ensino aprendizagem da leitura e analisar os fatores que implicam direta e indiretamente na aprendizagem da leitura deste aluno. Com base nas experiências, como professora da rede municipal de ensino na educação básica, tenho identificado a grande dificuldade dos alunos no processo de aquisição da leitura, porque esses alunos não aprendem a ler como deveria. Esse problema tenho visto desde o momento em que fiz o magistério até agora durante a realização das práticas e do estágio. Diante dessas situações que já vivi, surgiu a curiosidade de saber por que os alunos têm essas dificuldades na leitura? Será que a responsabilidade é só da escola ou é também da família? Assim, decidimos realizar um estudo para analisar as dificuldades de aprendizagem na leitura que tem refletido resultados de baixo nível de aprendizagem nas escolas públicas de Benjamin Constant. 11 Para realizar este estudo, foi necessário definir um caminho metodológico que ajudasse durante toda a pesquisa. Desta forma afirmamos que definimos como enfoque de abordagem a dialética. Vale ressaltar que a dialética busca conhecer a realidade dentro do concreto, ou seja, ela analisa todos os fatos procurando saber o porquê das causas, revirando todo o histórico da ação realizada. A escolha deste enfoque foi de suma importância, pois proporcionou à pesquisadora a observação da problemática de maneira global, isto é, verificaram-se quais os conflitos existentes que o educando enfrenta no âmbito escolar principalmente na sala de aula, possibilitando a elaboração de sugestões para o referido problema. Por ser uma pesquisa na área humana, a abordagem utilizada da pesquisa foi a de natureza qualitativa. Segundo SILVA (2007, p.49), ―a pesquisa qualitativa é aquela que procura estudar os fenômenos educacionais e seus atores dentro do contexto social e histórico em que acontecem e vivem‖. Dessa forma, a pesquisa qualitativa priorizou a compreensão do problema e a análise crítica do mesmo, aprofundando os fatos para assim atingir os objetivos propostos para a pesquisa. Diante dessa perspectiva, foi fundamental realizar os procedimentos inerentes ao método norteador de pesquisa. Os Procedimentos utilizados para a coleta de dados foram à observação – participante que visou obter informações detalhadas sobre a problemática. Utilizou-se a entrevista semiestruturada com o professor e o aluno, como uma forma de poder explorar mais amplamente a questão. Foi realizado o estudo de caso, com o propósito de aprofundar mais sobre a problemática da leitura. Foi feito um levantamento bibliográfico, que consiste na aquisição de subsídios teóricos para um melhor direcionamento da pesquisa, sendo que ―a sua finalidade é colocar o investigador em contato com o que já se produziu a respeito do seu tema de pesquisa‖ (GONÇALVES, 2003.p. 35). Além disso, foi feito também uma pesquisa de campo com finalidade de conhecer em lócus, a realidade do objeto de estudo. Nesse trabalho estão expostos os resultados finais da pesquisa no qual foram analisados e organizados os pontos positivos e negativos, enfatizando reflexões que me levaram a acreditar que a leitura é um hábito necessário e fundamental no processo de construção e organização de novos conhecimentos para o educando alcançar seus objetivos primários e secundários. Todavia o educador deve trabalhar de modo que possa dominar 12 os conhecimentos de modo que todos possam desenvolver o hábito da leitura para crescer plenamente como cidadão e terem consciência sobre os direitos e deveres perante uma sociedade. O presente trabalho apresenta os resultados deste estudo e está organizado da seguinte forma: introdução, referencial teórico, campo da pesquisa, resultados e discussões, considerações finais. 13 CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO E LEITURA: ALGUMAS CONSIDERAÇOES Atualmente vivemos numa sociedade letrada e, para viver numa sociedade de cultura letrada, as pessoas precisam aprender a ler e escrever. Aprender a ler e escrever exige um esforço da parte de quem ensina e de quem aprende. No processo de aquisição da leitura, algumas pessoas enfrentam obstáculos que precisam ser identificados e superados visando à formação de um leitor competente. A dificuldade de aprendizagem na leitura não ocorre apenas em uma escola, ou somente, numa sala de aula, ou com apenas um aluno. Essa problemática é uma realidade mundial, do Brasil e também da nossa Região. Em nosso país, essa problemática tem afetado inúmeras crianças e adolescentes em idade escolar dificultando o desenvolvimento de alunos e alunas, conforme tem sido mostrado pela avaliação do MEC, para verificar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Para superar esta realidade, atualmente, foram incorporados ao sistema de ensino projetos que apresentam métodos diferentes em relação à aprendizagem do educando, tendo como objetivo solucionar essa problemática a fim de desenvolver uma boa qualidade na educação. Desta forma, é fundamental, que haja preocupação da escola, dos educadores, da família, ou seja, do sistema em geral em relação à leitura. Pois dessa forma, haverá melhoria no aprendizado do aluno. Com o propósito de realizar uma reflexão teórica sobre os fatores que interferem no processo de aquisição da leitura, consideramos ser importante e necessário apresentar neste capítulo conceitos pertinentes a esta temática. 1.1 UMA ABORDAGEM TEÓRICA E LEGAL SOBRE EDUCAÇÃO A educação pode ser compreendida como uma atividade que as pessoas realizam com o propósito de contribuir com a sua qualidade de vida, ―é através da educação, que nós seres humanos, podemos cada dia nos tornar melhores do que já somos, porque a educação dentro de uma sociedade não se manifesta com um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social‖ (LUCKESI, 1999, p. 3031). 14 Quando começou a educação? De acordo com Saviani (1997, p. 01), ―a educação é inerente a sociedade humana, originando-se do mesmo modo do mesmo processo que deu origem ao homem. Desde que o homem é homem ele vive em sociedade e se desenvolve pela mediação da educação‖. Brandão (2007, p.7), afirma que ―ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.‖ Diante dessa afirmativa podemos enfatizar que não há como fugir da educação, seja onde for cruzaremos com ela. Seja em casa, na rua, nos grupos comunitários nas aldeias indígenas e etc. Pois a educação abrange o conhecimento e enfatiza a história da humanidade através dos tempos, ou seja, a educação está relacionada com a cultura com as tradições dos povos que são passadas de pai para filho. Brandão (2007, p.73 ) define a educação como ―uma prática social (como a saúde pública, o serviço militar) cujo fim é o desenvolvimento do que na pessoa humana, pode ser aprendido entre os tipos de saber existente em uma cultura, para a formação de tipos de sujeitos, de acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade, em um momento da história de seu próprio desenvolvimento‖. A educação ocorre em todos os lugares, há dois tipos de educação: a educação formal e a educação informal. O ensino formal segundo Brandão (2007, p.26) ―é o momento em que a educação se sujeita a pedagogia (teoria da educação), cria situações próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos e constitui executores especializados.‖ Em outras palavras a educação formal é formada pela escola, aluno e professor. Também pode ser compreendida como um processo de desenvolvimento da capacidade intelectual do indivíduo. Braggio apud Goodman (1992, p.61) ressalta que: ―A educação deve começar onde os aprendizes estão partindo das questões: quem eles são? de onde vem? e para onde eles estão indo‖? É importante repassar para a criança qual seu papel na sociedade, isto é a criança deve saber que na vida irá passar por vários obstáculos, terá momentos de alegrias tristezas e dor. Não deve se sentir frustrada a cada erro cometido, tendo consciência de que a cada erro ela extrai conhecimento para se superar. 15 Segundo o autor, ―as escolas devem se ajustar às crianças‖ (p.61). Isso é um dos problemas que enfrentamos nas escolas, pois nem todas têm subsídios necessários para oferecer as crianças. Sabendo que a escola deve conter os mecanismos que a criança irá precisar para seu desenvolvimento. Nas diversas classes sociais que sejam ricas ou pobres, há muito a aprender desde criança: a língua materna, tarefas domésticas, normas de comportamento, religião caçar, pescar, cantar e dançar e etc. A educação informal ocorre fora da escola. É quando um pai repassa seus conhecimentos para seus filhos. São conhecimentos e experiências vividas no decorrer de sua vida, como os contos populares, mitos, lendas, conhecimento sobre determinado trabalho e etc. A educação informal é adquirida no convívio com os pais, irmãos, tios, vizinhos, amigos, pais de amigos e outras pessoas. Esse tipo de educação abrange também o respeito aos mais velhos as outras pessoas e amor ao próximo, também se reflete em bons modos ou de acordo com o conhecimento da família. ―Na educação informal, não há lugar, horários ou currículos. Nela, ensino e aprendizagem ocorrem espontaneamente, sem que, na maioria das vezes, os próprios participantes do processo deles tenham consciência.‖ (GASPAR, Art. Cient. A Educação Formal e a Educação Informal em Ciências: Ciência e Público). Todas essas recomendações em relação a essa etapa da educação escolar são para melhor contribuir com o aprendizado da criança. Uma vez que a mesma quando passa a fazer parte desse processo, desenvolve-se a sua maneira. Pois passa a conviver com o diferente e essa socialização facilita e possibilita um bom desenvolvimento conforme suas necessidades. Houve o tempo em que o aluno era considerado como um repetidor de ideias ou de informação, ou seja, não pensava por si próprio, pensava pelos outros, não podemos repetir o que já aconteceu na história, a criança de hoje também deve construir seu conhecimento. Segundo Cury (2003, p.34): ―Educar não é repetir palavras, é criar ideias, é encantar‖. De acordo com o que foi proposto, vale salientar que educar não consiste apenas em repetir informações, mas em criar e articular ideias. Ser educador é ser poeta, é saber atuar, é se colocar no ambiente em que nossos alunos estão e refletir sobre nossas práticas atitudes, observar quem elas vão influenciar, que melhoria elas trarão e buscar corrigir os erros, se superando cada dia. Baseando-se na afirmativa de Cury (2003, p.153): 16 A educação não precisa de reforma, mas de uma revolução. A educação do futuro precisa formar pensadores, empreendedores, sonhadores, líderes de si mesmos não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos. A educação é o primeiro dos direitos sociais estabelecidos na Constituição Federal de 1988, pois independente de cor, raça, sexo todos os indivíduos tem direito a uma educação de qualidade. Como determina o artigo 205: ―A educação direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho‖. A Lei 9394/96 que estabelece as diretrizes e as bases da educação no Brasil também reconhece que a educação acontece em todos os lugares quando diz em seu art. 1º que: A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. O parágrafo 1º do mesmo artigo afirma que esta ―lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias‖. A LDB regulamenta que a Educação formal é aquela que acontece nas instituições de ensino e divide em Educação Básica e Superior. Em relação à Educação Básica esta se divide nas seguintes etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Sobre o Ensino Fundamental a LDB⁄1996, em seu artigo 32 diz que esta etapa da Educação Básica é obrigatória com duração de nove (09) anos, sendo gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis (06) anos de idade, tendo como objetivo a formação básica do cidadão, mediante: o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. Após ter concluído o ensino fundamental o aluno vai para o ensino médio que leva o período de três anos para sua conclusão. Hoje a educação básica ainda vigora de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), que retrata em seu contexto original aprovado em 2001 que em seus cinco primeiros anos de vigência, o ensino fundamental deveria atingir a sua universalização, sob a responsabilidade do Poder Público, considerando a indissociabilidade entre acesso, 17 permanência e qualidade da educação escolar. Desta forma, o PNE demonstrou que o direito ao ensino fundamental não se refere apenas à matrícula, mas ao ensino de qualidade, até a conclusão. Mediante isso os objetivos dos parâmetros curriculares se definem em termos de capacidades de ordem cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e estética, tendo em vista uma formação ampla. É de fundamental importância o desenvolvimento integral de qualquer cidadão, principalmente no que concerne o ensino fundamental. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental determinam que as escolas devam estabelecer, como norteadoras de suas ações pedagógicas: a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres da Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais; Para que o educando desenvolva essas competências, é necessário que estes estejam inseridos na cultura letrada e possam adquirir os conhecimentos básicos relativos à leitura para assim se tornam leitores competentes e exercer mesmo a sua cidadania em qualquer lugar que ele se encontra. A leitura sendo um dos requisitos que devem ser desenvolvidos nos alunos do ensino fundamental, não deixa de ser um dos elementos significativos na formação dos homens, pois esta é um processo primordial para que o indivíduo possa dominar o código linguístico, mediante que a mesma está ligada direta e indiretamente no processo afirmativo social e histórico do ser homem. O professor deve ter consciência que em suas mãos está a missão de despertar no educando o interesse pela leitura relacionando no seu cotidiano. O estímulo vindo do professor deve ser direcionado as características individuais de cada educando, estimulando os desenvolvimentos intelectuais e suas habilidades pessoais. Diante do que foi exposto torna-se indispensável compreender os elementos chaves que envolvem os processos de leitura começando pelo entendimento do conceito de leitura. Essa compreensão pode ajudar na análise dos resultados da pesquisa. 18 1.2 CONCEITUANDO LEITURA Sabemos que a leitura faz parte da rotina diária da criança, pois ela está rodeada por placas, letreiros, programas de TV, embalagens, marcas, títulos, música, receitas, jogos e objetos constantes que transmitem um significado. A leitura tornou-se, portanto, uma prática usual entre as pessoas de diferentes classes sociais. Para falar de leitura é importante pensar sobre o seu significado. Etimologicamente, ler deriva do latim ―lego/legere‖, que significa reconhecer, apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. No entanto, entendemos, com Luckesi (2003, p.119) que ―[...] a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se a realidade‖. A leitura pode ser entendida como ―um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem‖ Martins (1982, p. 30). Mas, as mais variadas concepções que envolvem a leitura podem ser resumidas com base em duas caracterizações sintetizadas pelo autor. 1) Como decodificação mecânica de signos lingüísticos, por meio de aprendizado estabelecido a partir do condicionamento estímulo-resposta (perspectiva-behaviorista-skinneriana); 2) Como um processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos ( perspectiva cognitivo-sociológica). Entendemos que esta ultima concepção é mais abrangente e possibilita uma compreensão mais aprofundada do conceito de leitura. Essa compreensão está de acordo com a ideia de Paulo Freire (2007, P.11,12) que afirma ―a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior a leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele‖. Dentre muitas formas da leitura, pode-se citar a leitura crítica que mais se destaca, pelo fato de ser uma das técnicas que incentiva o leitor a desenvolver a crítica em si, elaborando um novo texto em cima do que foi lido e compreendido. De acordo com Silva (2002.p.48): A leitura depende basicamente da forma e grau da alfabetização do indivíduo, conforme for o seu reconhecimento com as letras do alfabeto maior será a compreensão da leitura. Uma boa leitura depende do grau de intimidade 19 estabelecida entre o indivíduo e o alfabeto [...] chamada crise da leitura na esfera dos métodos da alfabetização. Digamos que a leitura não pode ser confundida como a codificação de sinais, por que será uma forma de limitar o leitor a um consumidor passivo. O bom educador desde o primeiro momento deve ser motivador e descobridor do que está escrito em um determinado espaço. Em sua descoberta o próprio educador despertará em si e no aluno o gosto pela leitura, dessa forma o educador passará informações e desenvolverá compreensão para seus alunos de acordo com que lhe foi entendida, com produção mecânica e informações com respostas convergentes ao estímulo pré-elaborado. O melhor caminho para que a criança possa ter atitude de iniciar sua própria leitura é percebendo o meio que ela vive através de objetos e coisas que os rodeiam como livros, cartazes, gravuras, sinais ou formas de letras e com as pessoas que estejam presente em seu cotidiano incentivando a aprender. Para LAKATOS & MARCONI: (2001, p. 19) A leitura consistiu-se em fator decisivo de estudo, pois propicia a ampliação de novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o enriquecimento de vocabulário e o melhor entendimento do conteúdo das obras. A leitura vai além da decodificação de signos, ela deve oferecer para o aluno estímulo e respostas para novas concepções e dando uma amplitude de mundo, engrandecendo e renovando os conhecimentos. O conhecimento é o caminho que serve de libertação do ser humano, transformando-o em uma ponte capaz de tirar o indivíduo de um mundo de trevas e de ignorância, dando iluminação e esclarecimento para uma nova vida cheia de conhecimento e liberdade. Portanto, o indivíduo que não domina a leitura estará inevitavelmente privado das lições que um texto ou uma obra de arte pode proporcionar a um leitor. Conforme Lago (2002, p. 5) ―A leitura é uma porta aberta para compreender melhor o mundo e a nós mesmos‖. A leitura é a coluna que sustenta o indivíduo no processo de formação de cidadania. Sem ela não ocorre à comunicação e nem escrita. Vale ressaltar que ela: [...] é a peça fundamental para o saber, o conhecer, o aperfeiçoar, o expressar-se para mudanças. No entanto, um conhecimento de mundo, muitas vezes pode 20 estar oculto em livros, jornais e folhetos, apenas a espera que alguém os pegue e os leiam, causando assim uma mudança de ideias, abrindo portas para o conhecimento do mundo das letras, e do conhecimento novo. A leitura não é apenas uma ferramenta de trabalho, mas também um dos grandes prazeres da vida. Para YUNES (2003), ―Ler significa uma descoberta, mudar de horizontes, interagirem com o real, interpretá-lo, compreendê-lo e decidir sobre ele. Ler é, pois interrogar as palavras, duvidar delas; amplia-las. Deste contato, desta troca nasce o prazer de conhecer, de imaginar, de inventar a vida. O ato de ler é um ato de sensibilidade e da inteligência, da compreensão e da comunhão com o mundo [...]‖ A leitura reaproxima o mundo em que vivemos, expandindo conhecimento e emoção no mundo do leitor. É através dela que esclarecemos nossas dúvidas e nos inserimos na sociedade. Rangel (1990) ressalta que ―ler é uma prática básica, essencial para aprender. Nada substitui a leitura, mesmo numa época de proliferação dos recursos audiovisuais e da informática‖. Atualmente estamos na era digital, hoje os computadores são super avançados. Antigamente a tv emitia imagem preta e branca, depois veio a imagem colorida sendo substituída pela tela plana, atingindo o formato LCD, e agora já há imagem de alta definição, a cada dia que passa as coisas mudam. No entanto, a leitura ainda ultrapassa toda essa tecnologia, pois se não fosse esta ainda estávamos na pré- história. Foucambert (1994, p.121) salienta que: ―[...] a leitura aparece também como um instrumento de conquista de poder por outros atores [...]‖. Ou seja, quando o individuo tem a leitura como hábito realiza grandes conquistas. Pois, não tem dificuldades para se expressar diante de multidões, seu vocabulário é rico em gramática, pois a pessoa pode falar em diversos níveis de linguagem, ela pode se comunicar com as diferentes classes sociais, tendo uma compreensão ampla do meio em que vive. Portanto, ler é questionar-se, é compreender tudo o que está em nossa volta, é refletir sobre nossas ações, é imaginar a vida fora do lar em que moramos ou distante de nossa comunidade. A leitura constitui uma fonte de liberdade para que as pessoas vejam seus horizontes cheios de conhecimento e experiência. 21 1.3 UM POUCO DE HISTORIA DA LEITURA Com base nas leituras realizadas, compreendemos que a leitura tem sido um privilégio de poucas pessoas. Jolibert (1994) relata que ―desde os primórdios da civilização o homem busca habilidades que lhe torne mais útil à vida em sociedade e lhe possam tornar mais feliz. A criação de mecanismos que possibilitassem a disseminação de conhecimento tornava-se um imperativo de saber/poder, que ensejava respeito e administração pelos companheiros de tribo‖. Ela também afirma que ―com o surgimento das inscrições rupestres, simbologia, posteriormente e num estágio mais avançado das civilizações, os hierógrafo e as esculturas que denotavam sua própria e mais nobre conquista: a conquista de ser‖. Diante dessa afirmativa percebemos que o homem se desenvolveu através da leitura. Na pré-história o homem utilizava recursos como gestos, ou pinturas rupestres para expressar seus sentimentos, sua preocupação e medo. Cada vez mais o homem foi aperfeiçoando suas ferramentas relacionadas à comunicação. Desde então, a leitura se tornou uma ferramenta na vida do homem. Na antiguidade, o conhecimento era transmitido oralmente. Por isso, a arte da oratória era base dos ensinamentos, sendo através do diálogo que os mestres ensinavam os aprendizes. Em função das dificuldades de publicar e divulgar as obras escritas, o leitor era um ouvinte, onde leitores e não leitores tinham mais contato no sentido de resignificar os textos. Os textos eram escritos em volumes, rolos de papiros, um dos primeiros de registrar os pensamentos. (Origem: Wikipédia). Podemos analisar que até o surgimento da escrita, o conhecimento era passado de pai para filho. Dentro desse contexto surge a leitura e a escrita como elementos pertencentes à própria história da civilização. Para Foucambert (1994), ―a criação dessa disponibilidade que chamamos de escrita e leitura, cria outras disponibilidades, pois ela é basilar e que dela provém as demais.‖ Através do conhecimento da leitura, o homem conseguiu estreitar os laços de afetividade com seus semelhantes, harmonizando os interesses, resolvendo seus conflitos e se organizando num estágio atual da civilização, com a abstração a que nomeamos ―Estado‖. ―O homem consegue se organizar politicamente.‖ 22 No início do processo da civilização, a invenção da escrita e o processo de alfabetização foram apropriados e controlados pelos elementos letrados (sacerdotes, mandarins e escribas). A alfabetização era realizada de modo que os educandos gravassem ou memorizassem mecanicamente os conteúdos dos textos. O ato de ler devia ser realizado a crítica e passivamente, qualquer rebeldia ou qualquer questionamento era severamente punido. O método da educação chinesa na antiguidade constitui um exemplo do que foi exposto anteriormente. Monroe (1978, p19) resume o objetivo desse método da seguinte forma: ―[...] Aquele que fosse capaz de imitar a construção, a forma métrica na poesia, a estrutura equilibrada na prosa, da literatura sagrada, seria o aluno exemplo [...]‖. Já foi mencionado que a leitura se tornou numa arma de poder, para a elite dominante na antiguidade. Nessa época, A leitura e à escrita estava restrita a poucos privilegiados. Na Grécia, restringiase aos filósofos e aristocratas, enquanto em Roma a escrita tornou-se uma forma de garantir os direitos dos patrícios às propriedades. Na Idade Média, uma minoria era alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos únicos centros da cultura letrada. Nos mosteiros e abadias medievais encontravam-se as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos da herança greco-romana. (Origem: Wikipédia). Podemos observar que somentes os filósofos e aristocratas e sacerdotes tinham o acesso à leitura. Na ―Alta Idade Média, a educação ficou restrita basicamente ao clero‖, isto é a igreja. Se assistirmos ao filme ―O nome da rosa‖, veremos cenas que ressaltam como era a educação na igreja, nenhuma pessoa de classe baixa tinha acesso à aprendizagem da leitura a não ser os que pertenciam à igreja como os monges no qual vinham de famílias que possuíam muitas rendas. Estes não tinham liberdade de ler, ou de escrever. Quando um deles descobre a existência de um livro de Aristóteles começa a praticar a leitura escondido sem que alguém o descubra, não sabendo ele que encontraia a morte ao ler o determinado livro. ―Durante muito tempo, a leitura ficou atrelada à esfera clerical. Porém, em meados do século XI, com o aumento das atividades comerciais e manufatureiras, que provocou o crescimento das zonas urbanas, a igreja começou a perder, pouco a pouco, o poder sobre o ensino. A escrita avançou então além dos muros da igreja, chegava também ao alcance dos leigos.‖ (Origem: Wikipédia). 23 No século XVIII surge a leitura sentimental, a partir daí surgem os romances, assim, aumenta se o número de leitores, pois se percebe a necessidade de aquisição da leitura. Para responder a essas necessidades aumenta o número de escolas, mas somente quem possuía recursos financeiros adequados podia colocar os filhos para estudar no qual os escravos, os camponeses, e os pobres nem ousavam em sonhar, ou seja, sonhavam, mas esse sonho parecia impossível aos seus olhos diante das situações em que viviam. Dessa forma, a leitura se eleva devido às necessidades das classes dominantes, onde o capitalismo exige cada vez mais formação de sua mão de obra. Isto não tem o significado de que a classe dominante se preocupava e se preocupa com a aprendizagem de seus trabalhadores e sim com o crescimento de suas empresas. Para Abreu (1995, p.48), Em primeiro lugar, cabe refletir sobre os objetivos da aquisição e do desenvolvimento da leitura, na escola frequentada pelas classes populares. Pesquisas tem demonstrado que, para essas classes, a leitura se apresenta como uma necessidade para atender ao modo de produção das sociedades contemporâneas e para responder as exigências da cultura dominante, que se organiza, fundamentalmente, pela linguagem escrita. No processo histórico da leitura percebe–se que a classe popular se interessa inicialmente pelos estudos para oferecer mão de obra para as classes dominantes. Através da leitura as pessoas menos desfavorecidas participam do meio social em que vive, mesmo não tendo direitos sobre os resultados de seus trabalhos. Para os pesquisadores: ―Saber ler ―para arranjar serviço‖, ―para saber onde a gente pode entrar e onde não pode entrar‖, ―para não precisar pedir a outro que leia a carta que a gente recebeu", " paras entender documentos e, assim, não ser enganado" -são respostas típicas, entre as obtidas de alunos e pais de alunos de classe popular, em pesquisa sobre leitura, que vimos desenvolvendo na Faculdade de Educação da UFMG. (ABREU, 1995, p48) Podemos dizer que a leitura surge no objetivo de alienar as classes populares, mas o que as classes dominantes não esperavam era que a leitura tem um poder muito maior de influenciar sobre a mente do ser humano. Sendo que uma simples leitura proporciona um leque de conhecimentos imaginários que estimula a mente humana a partir de uma busca infinita por meio de novos saberes e conhecimentos. Podemos citar como exemplo um operário que levava ler apenas para aprender a manipular uma máquina, mas, com o passar do tempo, passa a ensinar para outros os procedimentos como se trabalhar com a máquina e depois ele ganhou uma promoção e assumiu outro cargo de poder mais elevado. Nisto podemos notar que o objetivo da leitura inicial foi superado por sua força de vontade ser humano e de aprender sempre mais. 24 A leitura tem sido historicamente, um privilégio das classes dominantes; sua apropriação pelas classes populares significa a conquista de um instrumento imprescindível não só a elaboração de sua própria cultura, mas também a transformação de suas condições sociais. Entretanto, em decorrência de ser a leitura produto da cultura das classes dominantes, sua apropriação pelas classes populares apresentam uma série de problemas, alguns de natureza ideológica, que tem de ser enfrentados no momento e no espaço em que se ensina leitura, no espaço da escola (ABREU, 1995, p.48). Diante dos conhecimentos sobre a história da leitura, podemos observar o seguinte quadro comparativo da leitura nos tempos antigos e nos dias de hoje, LEITURA NOS TEMPOS ANTIGOS LEITURA NOS DIAS ATUAIS Pré-história: repassada a gerações através Hoje: praticamente quase todos podem acessar a de pinturas nas cavernas; leitura. Segundo a bíblia sagrada, notamos que na antiguidade somente os sacerdotes e levitas Hoje: os livros estão em todos os lugares, na tinham acesso à leitura. igreja, nas escolas publicas nas placas nos programas de televisão, nas praças públicas, por Grécia antiga: somente os aristocratas, a fim por todos os lugares. alta nobreza, filósofos, sofistas e o clero. A oralidade era uma forma de leitura. Idade média: pessoas da igreja (monges e Hoje: Podemos ler através dos monitores dos abades) computadores, da TV, etc. FONTE: HISTÓRIA DA LEITURA. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. "http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_leitura" Categoria: Linguística. Acessado no dia 21/04/2011 Obtida de De acordo com Barbosa (1994, p.95) ―A leitura ao longo dos séculos vai perdendo seu caráter público e sonoro e se transforma numa forma dinâmica, silenciosa, intima do leitor se divertir, se informar, se orientar, imaginar, criar e participar.‖ Podemos observar que a leitura deixa de ser monótona e passa a ser prazerosa, ou seja, na Idade Média, quem tinha o privilégio de aprender a ler só lia o que seu professor autorizava e, além disso, havia as regras para exercer a leitura. Também havia o horário para ler, a leitura era realizada na sala de aula para que todos os presentes ouvissem, ou seja,ninguém podia ler sozinho no quarto ou em outro lugar, se fosse pego lendo qualquer outro livro que não fosse de acordo com a escola seria punido e o livro era queimado. 25 1.4 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA ATUALIDADE A leitura é fundamental na vida do ser humano, o professor e os alunos devem superar as concepções sobre o ato de ler para aprimorar seu aprendizado. Portanto a leitura, está ligada diretamente ao processo de informação e formação tanto social e histórico de cada individuo. O ato de aprender a ler é imprescindível na formação do indivíduo, devido que este o tornará um ser autônomo, criativo, dinâmico, etc. É necessário que constantemente o aluno vá à busca de novas leituras. Ler nos possibilita viajar em lugares fascinantes e navegar pelo universo na força da imaginação. Para que o aluno tenha hábito de leitura, precisa ser estimulado pela sociedade, pelos pais e principalmente pelos professores e vem se tornando um desafio a ser vencido nas escolas. Ler é uma atividade indispensável em nossa cultura contemporânea. Não somente é necessário para obter resultados satisfatórios nas provas em sala de aula, mas para conhecer, apreciar e valorizar tudo o que escrevemos. É através da leitura que o indivíduo cresce intelectualmente e profissionalmente, sendo assim capaz de adaptar uma postura pessoal perante tudo o que foi escrito pelo o ser humano, é por isso que a leitura está ligada a todo o processo de conhecimento da cultura em que vivemos. É importante que o professor possa mostrar no dia-a-dia da sala de aula que ler é uma forma de entrar em outros mundos, reais ou imaginário possível ou impossível. É importante também que o professor tenha um espaço para realizar a leitura, e ler para os alunos diferentes tipos de textos. Segundo Silva (1948, p.3) ―O discurso e o bom senso nos mostra que a leitura é importante no processo de escolarização das pessoas [...]‖. É perceptível que a leitura é importante no processo ensino – aprendizagem dentro do contexto escolar. Possibilitando desta maneira o desenvolvimento intelectual do sujeito em formação. Através da leitura descobrimos outros horizontes, aprendemos o desconhecido e nos realizamos enquanto cidadãos. Como nos ressalta Rangel (1990, p. 11) quando diz que: "A leitura é parte essencial do trabalho, empenho, da perseverança, da dedicação em aprender". A aprender a ler é como se você estivesse ganho um troféu em um campeonato, depois de tantos esforços, empenho, você é contemplado em conhecer o mundo das palavras isso terá grandes significados, novas possibilidades e uma grande mudança em sua vida. 26 Ler é muito importante na vida do ser humano, devido que somos o que vivemos e o que lemos, até porque alguns livros nos marcam definitivamente pela riqueza de suas mensagens, pelos ensinamentos e, sobretudo pelo conteúdo. Barbosa (1994, p. 97) ressalta que: ―Para os que sabem ler, esse saber é um ato tão natural hoje em dia que chega a ser difícil imaginar outras concepções de leitura‖ Isto é, hoje a leitura é acessível para todos. Podemos ler em qualquer lugar em que estivermos. Podemos ler em casa, no banco de um hospital, na internet, nos jardins, nas praças, no celular, nas bibliotecas e etc. Não dá nem pra imaginar que um dia a leitura era restrita aos aristocratas, condes, reis, sacerdotes e filósofos. Gouveia, (2010) salienta que ―a leitura na atualidade também não é como no passado, quando não se imaginava que um dia leríamos na tela de um computador, por onde se acessa um labirinto cibernético de textos e hipertextos, ou de um artefato próprio para leitura de livros digitais‖. No processo educativo, a leitura é fundamental para o crescimento do aluno no meio em que vive. Através da leitura o indivíduo conhece o mundo sem sair do local em que vive. A leitura abre janelas para que a criança voe na sua imaginação e conheça a beleza da natureza, a arte que influencia nossa história, a vida na terra e etc. A leitura deve proporcionar ao aluno uma prática prazerosa, tendo como objetivo principal de estimular a criança e aguçar a sua curiosidade. O professor deve incentivar o gosto pela leitura, sendo importante que desde sua chegada á escola a criança embarque no mundo de aventuras que correspondam à leitura. Para que isso aconteça deve haver compromisso e dedicação da parte do professor e da escola onde a criança está inserida. No processo de leitura não vale ter pressa, é fundamental ser paciente e persistente. Não podemos ignorar que o gosto e o prazer de ler precisam ser cultivados. Cury (2003, p.51) As sementes são semeadas, nós a regamos para que nasçam e logo venham brotar lindas flores e por os frutos. No entanto, nem sempre as respostas vêm da forma que esperamos, algumas sementes brotam, outras não, as que nascem se são regados todos os dias para que sol não as queime ficam lindas as que são esquecidas acabam morrendo, mas nem por isso devemos deixar de semear. Na escola também é assim, o professor encaminha a criança no mundo da leitura com diversas habilidades, certas crianças assimilam com facilidade o que o professor repassou na sala de aula, outras encontram dificuldades, outras logo aprendem e se tornam sonhadoras, mas com o passar do tempo se não há quem as regue, logo murcham. 27 Quando o aluno conhece o mundo das letras, este adquire uma nova visão sobre o conhecimento de tudo que o rodeia, desenvolvendo assim, a capacidade de analisar, sintetizar e passa a ter uma visão reflexiva e crítica da realidade. O ato de ler antes era direcionado somente a ambientes fechados, hoje, observam-se pessoas lendo em todos os lugares, dentro do ônibus, nos aviões e aeroportos, nos bancos das praças... Portanto, a leitura hoje é fundamental porque é através dela que conhecemos a história de nossos antepassados e do mundo em que vivemos. Se não fosse através dela diversos tipos de conhecimentos teriam se perdido no decorrer dos tempos. Sem a leitura nossa vida é uma folha de papel em branco. 1.5 DIFICULDADES DE LEITURA O que significa dificuldade? De acordo com o dicionário Michaellis (2002), significa ―impedimento‖ ou ―obstáculo‖. Nesse sentido falar de dificuldade de leitura, estamos nos referindo a situações que impedem as pessoas de aprender a ler. ―A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre durante a vida do indivíduo, desde a mais tenra infância, até a mais avançada velhice‖ (Nazareth, 2002, p. 7). Diante dessa afirmativa percebemos que a aprendizagem resulta da assimilação e aquisição de tudo o que presenciamos durante nossa vida que alteram e desenvolvem ou sufocam o comportamento humano afetando seu crescimento de forma positiva ou negativa. A dificuldade de aprendizagem abrange diversos tipos e que possuem uma significação na aquisição e na utilização da compreensão da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio. José (1991, p.23) salienta que: ―As dificuldades de aprendizagem referem-se às situações difíceis enfrentadas pela criança normal e pela criança com desvio do quadro normal, mas com expectativa de aprendizagem em longo prazo (alunos multirrepetentes)‖. Existem alguns fatores que afetam diretamente o processo de aquisição da leitura e dificultam sua aprendizagem, dentre eles é possível colocar: as condições sóciaseconômica tais como, moradia, alimentação e relações familiares; falta de estímulo; problemas nas famílias e falta de metodologia adequada no ensino da leitura, bem como de um ambiente motivador, dentre outros, pode afetar processo de ensino-aprendizagem dos alunos. 28 O aluno com dificuldades não obtém um bom desempenho em seu crescimento intelectual e social. O professor deve despertar no aluno a arte de pensar e questionar, devendo expor ideias e não impô-las ao discente. O aluno deve ser orientado a debater, questionar e trabalhar em equipe. José (1991) também menciona que ―as dificuldades de aprendizagem consistem em problemas que o educando enfrenta no seu dia-a-dia na escola, relacionando o seu desempenho, comportamento e participação na sala de aula ou fora dela, que resulta no não acompanhamento do processo educacional na escola‖. Quando um aluno não aprende a fazer as coisas com facilidades e demora muito para assimilar tudo o que está sendo lhe ensinado ou recusa dizer o que sabe com medo de errar, pode-se dizer que ele está com dificuldades. Pois não consegue acompanhar as atividades propostas pelo professor e também consegue se concentrar na aula. Weisz (2004) defende a ideia de que: A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (apreendente), seja no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer ―dissociações de campo‖ e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão e no agir sobre o mundo. No quesito escolar a dificuldade de aprendizagem pode e é considerada uma das causas que levam o aluno ao fracasso escolar. A aprendizagem da leitura requer paciência perseverança, compreensão, reflexão da metodologia aplicada na sala de aula e habilidades criativas da parte do professor. A dificuldade de leitura é um problema sério que vem perturbando muitos professores, tornando um desafio enorme para as instituições de ensino. A tarefa de aprender a ler e escrever pode constituir obstáculos para o discente. Dessa forma, é fundamental fazer uma autoanálise sobre as dificuldades que prejudicam o aluno no processo da leitura. Bencini (2005, p. 30) ressalta que: [...] através do hábito da leitura que o educador abre novas possibilidades para absolver conhecimentos continuo através da violência do individuo. As dificuldades são mais divertidas possíveis, através do estimulo o educando supera dificuldades na leitura, e assim acorda para a leitura de mundo, o fator fundamental para o desenvolvimento critico do ser humano. Ao dominar a leitura abrimos a possibilidades de adquirir conhecimentos, desenvolver racionais participa ativamente da vida social ao largar a visão do mundo e de si mesmo. 29 São vários os motivos que levam os alunos sofrerem dificuldades de aprendizagem na leitura, talvez seja por questões sociais ou econômicas. Sabemos que nas escolas públicas existem crianças de diversas classes sociais onde algumas são filhos de pais desempregados, agricultores, pescadores, analfabetos. Essas crianças são as que mais enfrentam dificuldades para sobreviverem, às vezes, até começam a trabalhar muito cedo, por esses motivos que elas sofrem dificuldades de aprendizagem na leitura. Na escola o professor deve ter todo o cuidado, pois deve ser educador e orientador, acima de tudo deve amar sua profissão e ter vocação para passar um ensino-aprendizagem de qualidade. Ler é a prática básica, essencial na aprendizagem [...], as dinâmicas de leitura, [...], são utilizadas para auxiliar, fixar a aprendizagem, para introduzir elementos que estimulem o trabalho de ler e aprender, para incentivar habilidades necessárias ao estudo, para diversificar atividades em termos dos graus de ensino em qualquer disciplina. (RANGEL, 2001.p.15). A leitura não pode ser compreendida pelos alunos apenas como uma tarefa obrigatória, esta não pode se tornar para a criança em um ―bicho-papão‖ que faz a mesma sentir medo de realizá-la. A leitura não pode se tornar monótona ou ―chata‖. O aluno ao ler deve sentir prazer, alegria e emoção, ou seja, o aluno deve ter o hábito de ler. Nesse sentido vale enfatizar a ideia de Silva; ―[...] a leitura deve ser tomada como uma prática social a ser devidamente encarnada na vida cotidiana das pessoas. [...]‖. A leitura alivia a tensão de nosso dia-a-dia, também pode ser considerada como um remédio para o estresse. Quando lemos com vontade entramos num mundo diferente. Cavalcanti (1996, p.54) retrata que: É importante que os alunos aprendam que a leitura também é um instrumento para o ócio e a diversão, uma ferramenta lúcida que nos permite explorar um mundo diferentes dos nossos, reais ou imaginários, que nos aproxima de outras pessoas e de suas ideias, que nos converte em exploradores de um universo que construímos com nossa imaginação. Ela afirma que em todos os níveis escolares é essencial haver tempo e espaço programado para ler sem ser forçado, ler para si mesmo, sem outra finalidade que a de 30 sentir o prazer de ler. Pois a leitura nos faz compreender a vida. Ela é um alimento para nosso intelecto. A dificuldade de aprendizagem na leitura, como já foi dito, é um dos grandes maiores desafios para o professor. Este, muitas vezes tem dificuldades para lidar com essa problemática. Muitas vezes os alunos com dificuldades são considerados como ―problemáticos‖ na sala de aula, não se concentram, sempre estão tirando a atenção do professor não mostram interesse no que está sendo ministrado. Podemos relacionar alguns fatores que resultam nas dificuldades de aprendizagem; os problemas cognitivos, a escola, o ambiente da sala de aula, a metodologia utilizada pelo professor, à falta de materiais didáticos entre outros. Apresento esses fatos com base em leituras e convivência com o problema em sala de aula. Almeida ressalta que: ―a solução para um ensino eficaz não está na repetição dos conteúdos ou na afirmação pobre de que ―os jovens não gostam de estudar‖, estar na obrigação de que a escola tem de oferecer a oportunidade de todos aprenderem‖. (Revista Nova Escola, dezembro 2010). A escola nem sempre tem materiais necessários para receber as crianças. Dessa forma, torna-se essencial que a escola reveja as condições impostas ao ensino da leitura. Esta também deve estar compromissada com o processo de formação de leitores construtores de conhecimento. Drouet, (2002) ressalta que: Em geral as dificuldades de leitura e escrita conduzem a outras dificuldades de aprendizagens. As crianças que não conseguem aprender a ler e a escrever acabam por fracassar nas outras disciplinas escolares que implicam no conhecimento da linguagem (p.125). No âmbito escolar, o aluno com dificuldade de ler, também pode ter dificuldades de se relacionar com seu professor com os colegas da classe e pode não conseguir acompanhar outras disciplinas que são estudadas no período escolar. É importante que o professor conheça seus alunos, não deve julgá-lo sem antes procurar compreendê-lo. O aluno tem uma imagem terrível do professor e este por sua vez marginalizará esse aluno e o detestará até o fim do ano letivo. A sala de aula deve se mostrar como um ambiente tranquilo, amigável, acolhedor e prazeroso, senão for assim ela pode ser vista pelos alunos como uma prisão ou camisa-deforça. Sem deixar de mencionar que a sala de aula deve ser bem climatizada. Se esta não 31 aparentar nada chamativo o aluno se sentirá dentro de uma caixa apertada, isto quer dizer que para que haja aprendizagem da parte do aluno é preciso que este se sinta motivado. Smith, (2001, p.20) relata que: ―[...] a motivação no ambiente pode fazer uma diferença impressionante no progresso educacional de uma criança [...] embora as dificuldades de aprendizagem sejam consideradas as condições permanentes, elas podem ser drasticamente melhoradas, fazendo-se mudanças em casa e no programa educacional da criança‖. Podemos perceber que é necessário que a criança tenha um espaço só seu para exercer suas atividades da escola. Nesse espaço o ambiente deve apresentar aspectos que chamem a atenção da criança e que a faça sentir-se confortável, concentrada e tranquila. Vale lembrar que sem motivação não fazemos nada direito. Portanto, devemos refletir mais sobre a problemática dificuldade de aprendizagem na leitura com muito cuidado tomando precauções para combater a mesma. 32 Capítulo II - O CAMPO DA PESQUISA Neste capítulo faremos uma contextualização do ambiente onde foi realizada a pesquisa de campo, envolvendo dois elementos importantes: o bairro onde está situada a escola e em seguida faremos uma breve explanação sobre a escola onde estuda o aluno com o qual realizamos a pesquisa. 2.1 O BAIRRO DE COIMBRA Figura 1 – Cenário da Escola enquanto Campo de Estágio Fonte - Oderlene Bráulio da Silva – 2010 2.1.1 O Bairro de Coimbra O Bairro de Coimbra é um dos mais antigos do município. Por conta disso, existe um número muito grande de moradores e faz com que ele seja muito conhecido pelos habitantes do município. A através de entrevista realizada com uma ex- moradora do bairro, conhecida como professora Carlita Silva Castelo Branco, foi possível conhecer que o bairro teve origem após a união de Antônio Augusto da Cruz e Maria Freitas Veloso, filha de Rosa Ferreira de Souza1. O referido bairro limita-se ao norte com o Rio Solimões, a leste com o Bairro de Bom Jardim, ao sul com o Bairro da Colônia II e ao oeste com o Centro da Cidade. Por conta da sua localização e pelo fato do hospital pertencer a este bairro, existe um fluxo muito grande de pessoas. 1 De acordo com as narrativas populares ela foi à fundadora do Município de Benjamin Constant 33 Dentre os muitos serviços públicos existentes neste bairro, destacamos: água encanada, luz, coleta de lixo, e outros, mas vale ressaltar que nem todos os moradores usufruem desses serviços porque em alguns deles como é o caso da coleta de lixo, e da iluminação pública de acordo com os moradores, esses serviços são escassos. Além disso, a população do Bairro de Coimbra conta também com outros serviços como faremos a descrição: a) Instituições públicas e privadas: 01 hospital, 03 escolas (dentre elas a escola CESBI), 01 igreja católica nossa Senhora de Fátima, 04 igrejas Evangélicas, Posto de água da COSAMA, 01 igreja da Santa Cruz, Prefeitura, Secretaria Municipal de Educação e uma ONG denominada Águia dourada que trabalha com adolescente e crianças, desenvolvendo atividades de: reciclagens, pinturas, danças e músicas. b) Empresas do setor comercial: 01 farmácia, 03 panificadoras, 01 comércio Santo Expedito, 04 mini boutiques, 01 hospedaria com lanchonete, 01 salão de beleza, Serraria, 01 copiadora, 05 oficinas de motocicletas, 01 movelaria, 09 mercearia e 05 bares. c) Área de lazer: 01 quadra Arnaldo Pires, 01 Bumbodromo, 01 pracinha nomeada e homenageada com o nome do aluno William Guerreiro. No bairro ocorrem alguns eventos culturais como o Novenário de Santo Expedito; Novenário de Nossa Senhora de Fátima seguido de um animado arraial; o arraial das escolas e o festival folclórico dos bois bumbás (Corajoso e Mangangá) que acontecem no Bumbodromo. O Boi Bumbá Corajoso foi criado pelos moradores do bairro e por isso o representa durante o festival. Atualmente, o Bairro de Coimbra é adminsitrado por uma Diretoria, cujo presidente é o senhor Hilton Rodrigues de Lima. Essa diretoria organiza alguns eventos do bairro para os seus moradores como nas datas festivas como é o caso do Dia das Maes e Dia das Crianças. No bairro tabém existe a escola CESBI, porque uma escola representa um bem muito grande para os seus moradores, pois como já dizia Paulo Freire ―a educação sozinha não forma, mas sem educação não existe transformação‖. Nesse sentido, a seguir apresentaremos a escola CESBI, porque é nela que estuda o aluno da pesquisa. 34 2.2 A ESCOLA CESBI Centro Social Batista Independente Figura 2 – Escola CESBI Fonte: Acadêmica Marcela. 2010 A Escola Municipal CESBI — Centro Social Batista Independente, se localiza na Rua Elízio Ataíde n.441, no bairro de Coimbra na zona urbana do município de Benjamin Constant, tendo como gestor: Edson Pacífico de Almeida, formado em Normal Superior. A gestão da escola é formada pelo gestor, duas coordenadoras pedagógicas e uma assistente administrativa. Conforme temos observado a escola, apesar de ainda apresenta características na visão de administração, aparece alguns itens de gestão democrática porque ela tem conselho escolar e Associação de Pais e Mestres, além disso, está em fase de elaboração do Projeto Político Pedagógico por meio da assessoria de professoras e acadêmicos/as da UFAM. 2.2.1 Histórico da escola Foi criada como uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, inaugurada em 1985 pelo missionário Pedro Vargas (Militar do Exército do Rio Grande do Sul). As atividades na instituição foram iniciadas oferecendo Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série e com cursos profissionalizantes gratuitos, tendo como acionista a convenção das Igrejas Batistas Independentes e Missão Evangélicas da Noruega e Suécia. Ao longo dos anos, a demanda aumentou e consequentemente, os recursos arrecadados pela Igreja foram ficando poucos, apareceram inúmeras dificuldades financeiras. Por causa dessas dificuldades teve uma aproximação com o governo do Estado do Amazonas em 1990. Nessa época foi feito o primeiro convênio, onde o antigo centro 35 dava lugar a mais uma escola pública no município de Benjamin Constant. Mas, o convênio teve a duração apenas de dois anos, em seguida, o governo municipal se interessou em celebrar convênio. No ano de 2000 o prédio foi cedido para a prefeitura, através de um termo de comodato que passou a ser responsável pela administração do prédio com a educação dos alunos. Tendo como visão desenvolver as múltiplas possibilidades de participação popular demonstrando a real necessidade de investir na educação como única alternativa para a construção da dignidade humana e a preparação do cidadão para o exercício da cidadania. Em março de 2007 o prédio passou por uma reforma, com convênio: recursos próprios / FUNDEF, na administração do prefeito atual – José Maria Freitas da Silva Júnior. 2.2.2 Características Físicas da escola A escola atualmente possui uma ampla extensão, onde contém 21 salas de aula (estas atendem as séries iniciais do ensino fundamental, educação infantil e o projeto Avançar2) bem como 01 diretoria, 01secretaria, 01 sala de apoio pedagógico, 01 sala para professores com banheiro, 02 banheiros masculinos e 02 femininos, 01 refeitório, 01 cozinha, e 01 pátio com área de estacionamento, 01 biblioteca onde atualmente funciona como sala de recursos didáticos, ou um espaço de leitura para os alunos. Em relação às salas de aulas, algumas são amplas contendo um espaço adequado, mas outras são muito pequenas. De acordo com as informações coletadas ao longo da pesquisa, existem aproximadamente 35 alunos matriculados por sala de aula, considerando as salas pequenas, esse fato pode interferir desenvolvimento de um processo ensino aprendizagem de qualidade. Outro aspecto que merece citar neste estudo é sobre o clima da sala de aula, porque existem os espaços para os ares-condicionados, mas fazem alguns (desde a reforma) que a escola espera por eles e até hoje não chegou. Esse fato prejudica o trabalho dos/as professores/as e dos/as alunos/as na escola. 36 2.2.3 Recursos Financeiros e Humanos A escola, atualmente, é mantida pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto (SEMED), ou seja, praticamente todos os recursos (materiais, humanos e financeiros) são oriundos da SEMED. Isso significa que, por se tratar de uma escola pública, o poder público deve arcar com a sua responsabilidade. Mas existem também os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) – executado pela Associação de Pais e Mestre (APMC) E atualmente do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), os quais visam o bom funcionamento da escola e consequentemente a melhoria da educação na escola. Com os recursos repassados pela Secretaria Municipal de Educação, Programa Dinheiro Direto na Escola, foram obtidos equipamentos que auxiliam no trabalho pedagógico da escola como: A escola conta com um amplo quadro funcional, constituído por 42 professores em efetiva docência, distribuído nos turnos da manhã e tarde, desde a pré-escola até as séries iniciais do ensino fundamental e o Projeto Avançar. Além disso, possuem 03 professores de apoio, 01 bibliotecário, 02 coordenadoras pedagógicas, 01 gestor, 14 auxiliares de serviços gerais, 04 vigias, 05 merendeiras, 04 administrativos, sendo que deste total, apenas 04 são contratados e os demais são efetivos. A constituição do quadro de funcionários desta escola visa atender 1.235 alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e da Pré-Escola – Educação Infantil distribuídos nos turnos matutino e vespertino. 2.2.4 Dimensão Pedagógica A Escola CESBI, oferece a educação escolar através dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e da Pré-Escola (Pré I e II). Além disso, trabalha com o Projeto AVANÇAR na tentativa de diminuir a distorção idade/série. Para atender esses níveis de ensino a escola organizou atualmente as seguintes turmas: Pré I 03 turmas, Pré II 06 turmas, 1º Ano 06 turmas, 2 º 06 turmas, 3 º 07 turmas, 4 º 06 turmas, 5 º 05 turmas e Projeto Avança 03 turmas No campo pedagógico a escola, conforme falado na frente, a escola conta com duas coordenadoras pedagógicas que buscam organizar e orientar o funcionamento da escola. 37 Embora a escola ainda não tenha elaborado o seu Projeto Político Pedagógico, de acordo com o diretor, esta instituição tem como missão trabalhar o processo de aprendizagem do aluno de forma que estes alunos venham aprender com qualidade e tenha um futuro muito bom. Por isso, a organização didático-pedagógica está baseada na tendência construtivista, respeitando suas peculiaridades, desenvolvendo valores morais, éticos e culturais, tendo em vista, participar ativa e comprometidamente com a Sociedade. Em relação ao planejamento, atualmente, ele acontece toda sexta-feira. Também existem os encontros pedagógicos que servem para ser planejadas as ações e atividades da escola. Libâneo, (1994, p.226) relata que: ―[...] o planejamento escolar é uma atividade que orienta a tomada de decisões da escola e dos professores em relação às situações docentes de ensino e aprendizagem, tendo em vista alcançar os melhores resultados possíveis‖. 38 3. CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS No interesse de realizar uma discussão sobre a temática da ―leitura‖ no cotidiano escolar, uma vez que este trabalho refere-se às dificuldades de aprendizagem na leitura no ensino fundamental, realizamos um estudo investigativo, sobre o assunto em questão. O texto aqui apresentado, discorre sobre o estudo realizado e tem como objetivo expor de forma sistemática os resultados da pesquisa desenvolvida com aluno da rede pública de ensino do município de Benjamin Constant, devidamente matriculado e cursando o 4° ano do Ensino Fundamental, antiga 3ª série do Ensino Fundamental. 3.1 SITUAÇÃO DO PESQUISADO No primeiro momento do estudo buscamos conhecer a realidade educacional que represente o cotidiano de muitas crianças do município de Benjamin Constant. Por isso, desenvolvemos o estudo a partir de uma amostra, o qual envolveu seu cotidiano familiar e o contexto escolar. Esse momento foi muito importante no sentido de se entender com mais qualidade, os fatores que implicam diretamente no rendimento escolar, em especial da leitura com alunos/as do ensino fundamental do município de Benjamin Constant. O principal sujeito da pesquisa foi um aluno de onze anos de idade, do sexo masculino, nascido no dia trinta de junho de mil novecentos e noventa e nove, natural do município de Benjamin Constant. O ambiente familiar deste aluno é formado por sua mãe, seu padrasto e dois irmãos (menino e menina). Sua mãe trabalha em casa de família e nos momentos de folga vai para a roça, por isso fica a maior parte do tempo fora e os filhos ficam ―soltos‖. O padrasto não tem emprego e vive de ―bicos‖, trabalha no que aparece para fazer. A família desse aluno vive de uma renda familiar que corresponde a aproximadamente 01 (um) salário mínimo. De acordo com a mãe, o aluno começou os estudos aos cincos anos de idade, e não teve dificuldades de adaptação, mas ainda na alfabetização, ele teve dificuldade de aprender a ler e escrever. ―A aprendizagem dele sempre foi “um pouco” lenta, disse a mãe”. 39 Consideramos, talvez que essa dificuldade tenha contribuído para sua reprovação no segundo e também no quarto ano, porque hoje ele estar repetindo o quarto ano e ainda apresenta muita dificuldade, principalmente na leitura. Sabemos que quando a criança tem dificuldades de aprendizagem na alfabetização, pode ser um problema que continuará existindo nas outras séries, mas é possível e importante compreendermos as dificuldades para podermos reduzir o impacto delas na vida das crianças. No inicio do ano de 2011, o aluno chegou a frequentar um projeto de apoio, existente no município, que desenvolve atividades sócio-educativas, mas foi ficando desmotivado e desistiu, só está indo à escola. Com base nas informações obtidas, a mãe do aluno sai muito cedo para trabalhar, e como ela não vive com o pai, as crianças ficam com o ―padrasto‖. Como o padrasto desse aluno não se preocupa muito com ele é por isso depois que chega da escola passa muito tempo na rua e não cuida dos estudos. Quando perguntamos para o seu padrasto sobre essa questão ele disse: ―Como vou cuidar desse menino, se não sou seu pai, e ele não me obedece, quando não está na escola fica o tempo todo na rua”. De acordo com o padrasto, não é filho dele, então não deve se preocupar com o bem estar desta criança. Se quiser estudar tudo bem, não é problema dele, já que a criança em questão não o obedece, é melhor deixar livre para fazer o que bem entender. Em concordância com o padrasto encontramos a mãe que resume a vida escolar do filho da seguinte forma: A escola não mudou nada no meu filho, porque ele continua com a mesma preguiça de frequentar a escola. Como vemos, o padrasto se exime dessa responsabilidade com a educação da criança e contraria o que estabelece a lei sobre o direito das crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu Art. 4º apregoa que: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 40 A mãe do aluno disse que ele é muito desinteressado e joga a responsabilidade para a escola ao afirmar que a “escola não mudou nada no meu filho, porque ele continua com a mesma preguiça de frequentar a escola”. Mas ao mesmo tempo em que, denuncia a responsabilidade da escola e anuncia também a sua responsabilidade, quando diz: Minha relação com a escola é normal, vou até lá quando posso. Como estou trabalhando em casa de família e não sou cadastrada no programa bolsa família, por isso tenho que trabalhar mais ainda e é por esse motivo que eu tenho ido muito pouco a escola de meu filho, quem vai às reuniões quando comunicado é o meu companheiro, o padrasto desse meu filho. Em busca de respostas mais coerentes a respeito da dificuldade e da desmotivação por parte da criança, foi necessário ir ao de encontro do contexto escolar do mesmo, onde foi encontrada a professora da turma, e a mesma disse o seguinte: Trabalho na sala de aula 16, com 31 alunos que freqüenta diariamente, sendo que tem 11 alunos que demonstram maior dificuldade na leitura destacando o caso do aluno da pesquisa que é o que necessita de mais atenção nesta situação em destaque. Os pais não ajudam o aluno fazer as atividades escolares. (Professora) A professora, que tem sua parcela de responsabilidade com os alunos tenta enxergar somente as falhas da família. Libâneo (1994, p.229), condena esse pensamento ao falar que: . Um professor não pode justificar o fracasso dos alunos pela falta de base anterior; o suprimento das condições prévias de aprendizagem deve ser previsto no plano de ensino. Não pode alegar que os alunos são dispersivos; é ele quem deve criar as condições, os incentivos e os conteúdos para que os alunos se concentrem e se dediquem ao trabalho. Como podemos perceber nas falas das pessoas envolvidas com a realidade em que se encontra a criança, a dificuldade na aprendizagem apresentada por essa criança, pode está ligada ao descaso tanto da criança, quanto da escola. Essa postura é contrária ao dispositivo legal, o qual estabelece que a educação de qualidade seja um direito e dever de todos. 41 Acredito ser de fundamental importância que o professor conheça a maneira como o aluno aprende para ter condições de apresentar atividades desafiadoras que cause nos alunos reestruturações de conhecimentos, despertando-lhes o interesse pela leitura de mundo e assim partir para a leitura da palavra. Pois o papel do professor é de orientar as atividades que estar sendo desenvolvida e é a quem as crianças devem recorrer quando for preciso. Diante do exposto para melhor compreensão é necessário conhecer o que diz o protagonista de tantos questionamentos, que falou o seguinte a respeito da escola e sua permanência na mesma: Para mim a escola já ta bom assim mesmo. Eu tenho muitas dificuldades na leitura, eu não consigo aprender a ler como meus colegas da sala de aula, e fico com medo de falar errado, para mim a leitura é boa, porque a gente aprende muitas coisas boas. (aluno) O aluno com dificuldade acredita que desenvolver o hábito da leitura é muito bom, pode proporcionar coisas novas, como conhecer melhor o mundo que vive e poder ler suas próprias atividades, e etc. Ele não tem segurança na hora de ler, porque tem medo de motivo de risadas e chacotas, pois pode falar errado algumas palavras. Mas, a professora não que os colegas de sala de aula, fiquem rindo dos outros quando estiverem desenvolvendo a leitura, mas assim mesmo não se sente seguro para fazer a leitura. Sabemos que ser motivos de risos em qualquer situação não são bem aceitos por muitas pessoas, e no caso das crianças é muito preocupante. Uma vez que esta situação pode interferir em seu desenvolvimento a vida inteira. Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito importante que o professor saiba motivar os seus alunos. (PILETTE, 2007, p.33) Tem muitos professores que tentam vários meios de motivar seus alunos, tropeçam mas, finda conseguindo encontrar um caminho certo para a leitura, onde tem outros que cruzam os braços achando que sua prática é única correta, sem se preocuparem de ir em busca de outras alternativas de trabalho continuam na forma do tradicional, só 42 com o livro didático sem perceber que muitas vezes estão trabalhando fora da realidade do aluno. 3.2 O ESPAÇO ESCOLAR E SEUS RECURSOS Neste item iremos apresentar os resultados da pesquisa referente ao ambiente da escola, na perspectiva de analisar se as condições favorecem o processo de aquisição da aprendizagem na leitura. Organizamos este texto com base em dois elementos que acreditamos ser importante: o material e espaços existentes e a prática pedagógica da professora É importante ressaltar que ensinar a ler é o maior desafio que a escola tem enfrentado, e para que esse desafio seja superado é preciso res-significar o trabalho na escola, visando à aquisição da leitura, porque bons leitores são capazes de adquirir informações sozinhos e abrirem para si mesmos os caminhos de muitos conhecimentos necessários para a vida na sociedade atualmente. Porém existem outros que necessitam de todas as condições possíveis para que isto aconteça. As pessoas que lidam diretamente com o processo ensino aprendizagem da leitura na escola, professora e coordenadora pedagógica, têm claro o valor e a importância da leitura no processo de formação dos alunos. Conforme falas a seguir: A leitura é muito importante na vida do ser humano, porque quem não sabe ler tem pouco conhecimento, faz a leitura do mundo em que vive. Para suprir essa dificuldade trabalhamos em sala de aula o livro didático, cartão com palavras e cartazes com poesia. Sendo que com os que apresentam maiores dificuldades eu trabalho mais com leitura através de atividades diferenciadas. (Professora) Considero a leitura como instrumento inovador de idéias, isto é, quando foca o objetivo e chega a repassar o almejado. É importante quando atinge o lado critico construtivo que favorece a si e os outros, também ajudam a nortear novos horizontes e perspectivas, abre leque para argumentar opiniões e debates afins. (Coordenadora Pedagógica) 43 Mas, ter essa compreensão não é suficiente, porque é preciso dispor dos recursos e das condições indispensáveis para que os/as alunos/as aprendam com competência. De acordo com as colocações acima, nota-se que a escola dispõe de recursos humanos que sabem conceituar o significado da leitura no desenvolvimento escolar do ser humano. Para compreender os fatores que interferem no processo de aquisição da leitura, acreditamos ser necessário conhecer a realidade da escola em que se desenvolve o processo educativo no sentido de verificar se as condições físicas e materiais da escola favorecem ou contribuem com o ensino da leitura. Na escola, existe além das salas de aulas, a escola tem banheiros, cozinha, refeitório, sala da gestão escolar, secretaria, salas dos professores, sala da coordenação, sala de recurso, biblioteca no momento não tem, foi substituída pela sala de recursos. A sala de leitura dispõe de alguns livros, revistas e gibis que podem ser usados pela professora na sua prática pedagógica. Porém a ventilação pode comprometer, porque as janelas e portas pequenas não possibilitam a ambientalização adequado para o ensino da leitura. Além disso, por ser um espaço muito pequeno não comporta todos os alunos e isso traz prejuízos, porque, O trabalho docente deve ser organizado e orientado para educar a todos os alunos da classe coletivamente. O professor deve empenhar-se para que os alunos aprendam a comportar-se tendo em vista o interesse de todos, ao mesmo tempo em que preste atenção às diferenças individuais e às peculiaridades de aproveitamento escolar. (LIBÂNEO, 1994, p.159) Na biblioteca da escola funciona a sala de recursos, é ventilado, tem arcondicionado. Na sala de recurso ficam dois professores para atender os alunos duas vezes por semana, no turno matutino e vespertino. Embora tenha um ambiente bom não está sendo usada como deveria. Para a criança com dificuldade na leitura a escola dispõe de recursos para que aprenda a ler, mas o aluno diz ser o culpado dele não está se desenvolvendo de acordo com desejado. Porque não acordar cedo para ir as aulas de reforços, já que não tem motivação para ir à sala de leitura pela manhã, uma vez, que o mesmo estuda pela tarde. Percebeu-se que a criança não tem ânimo para ir à escola no turno matutino, para receber reforço. Neste caso a escola poderia oferecer para esse aluno reforço no horário em 44 que ele estuda. Sendo que as escolas municipais dispõem de professores de apoio. Libâneo (1994, p.33), diz o seguinte: Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito importante que o professor saiba motivar os seus alunos. Sabemos que os recursos didáticos existentes nas escolas não são suficientes para que o ensino aconteça com sucesso, mas existem casos em que a profissionalização e o compromisso do educador (a) fazem diferença no resultado final do ano letivo. O mesmo busca preencher a dificuldade encontrada diariamente em sala de aula com análise e diagnóstico desenvolvido pelo educador (a). Sendo que o mesmo busca desenvolver metodologia e objetivos adequados que lhe possa auxiliar. A escola dispõe de alguns recursos didáticos, mas é percebível no cotidiano, que não é o suficiente para suprir as necessidades, encontradas diariamente no desenvolvimento escolar dos alunos. A seguir faremos uma abordagem sobre as questões que envolvem o fazer pedagógico do professor e que podem interferir no processo de ensino da leitura. A metodologia desenvolvida pela professora na sala de aula é dinâmica, tem brincadeiras com temas geradores; leitura em grupo e individual; atividades no quadro e em cartazes. Para Nérici apud Martins (1989), ―a metodologia didática é a sistematização do ensino, constituída por métodos e técnicas [...]‖. De acordo com a metodologia da professora, da forma como presenciamos, é possível afirmar que ela pode contribuir com o processo de ensino da leitura. As ―técnicas, recursos ou meios de ensino são complementos da metodologia, colocados à disposição do professor para o enriquecimento do processo de ensino.‖ (LIBÂNEO, 1994, p.53), são fundamentais nesse processo, porém essas ações são bastante pontuais. A escola dispõe de alguns materiais didáticos para a professora trabalhar com os alunos como: livros variados; revistas; quebra-cabeça; dado; fichas de palavras; dominó de adivinhação; mapas e quebra-cabeça de sílabas. A relação professor-aluno é muito boa, porque a professora é amiga dos alunos, chama a atenção quando é necessário, quando o aluno faz algo que não devia 45 ela demonstra desaprovação a atitude do aluno, mas também elogia quando fazem algo bom. Isso é importante porque, Nós, professores, temos momentos ou âmbitos específicos nos quais nossa relação com os alunos é clara, diferenciada e importante; por exemplo, quando fazemos perguntas orais na classe, estamos nos relacionando com alunos concretos. (VALLEJO, 1998, p.11) O planejamento da aula desenvolvida pela professora é feito às sextas feiras, das 15: horas as 17: horas. De acordo com a Coordenadora, os planejamentos dos professores devem estar de acordo com a necessidade de seus alunos, ou de acordo com as opiniões de todos os membros educacionais da escola, pois. O plano da escola é um guia de orientação para o planejamento do processo de ensino. Os professores precisam ter em mãos esse plano abrangente, não só para uma orientação do seu trabalho, mas para garantir a unidade teóricometodológica das atividades escolares (LIBÂNEO, 1994, p.230). Nesse sentido percebemos que a prática pedagógica da professora é pautada em um planejamento. A professora realiza as atividades escolares, buscando ajudar os alunos com dificuldades. Mas como são muitas crianças em sua sala de aula, não é o suficiente para que o aluno com dificuldade aprenda rápido como os outros. Pensar na sala de aula como lugar de relação pode abrir para nós um horizonte de possibilidades, inclusive didáticas, que talvez não estejamos utilizando em todo seu potencial. O modo como se dá nossa relação com os alunos pode e deve incidir positivamente tanto no aprendizado deles, e não só das matérias que damos, como em nossa própria satisfação pessoal e profissional, porque nossa relação com os alunos deve ser considerada uma relação profissional. (VALLEJO, 1998, p.10) O ambiente da sala de aula dispõe de um espaço pequeno, bem iluminado, mas com pouca ventilação, tendo apenas dois ventiladores, mas não é o suficiente, para passar o calor nos dias quentes. Conforme Vallejo (1998, p. 9), Na sala de aula pensamos, de maneira espontânea, em termos didáticos (o que e como vamos explicar o que vamos perguntar etc.). Sabemos que é bom ou desejável manter uma boa relação com os alunos na classe; outra coisa é pensar na classe como lugar de relação, lugar onde inevitavelmente nos relacionamos com os alunos. 46 Isso significa que o ambiente em que acontece o processo ensino aprendizagem, ou seja, no âmbito físico, pedagógico ou humano, contribui ou não. A coordenadora pedagógica da escola assegura que: Para o ensino da leitura a escola dispõe de uma sala de recursos que funciona na antiga biblioteca da referida escola. Também contamos com a utilização de revistas, material esse que a escola é assinante para dispor, sendo que o mesmo vem complementar o acervo literário também disponível. Isto não é o suficiente sendo que o professor deve buscar outros meios como desenvolver a leitura critica a partir da realidade, usando TV, internet e o que esta na mídia, em leitura silenciosa, individual e em grupo. Analisando a colocação da coordenadora pedagógica, percebe-se que todas as pessoas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem conhecem a realidade em que se encontram algumas crianças, alunos da escola. Se a situação é explicita no cotidiano escolar, porque não se toma providencia no planejamento escolar? Onde o professor deveria expor as dificuldades apresentadas pelos alunos e junto com a coordenadora e o apoio pedagógico buscaria uma solução, para reverter à situação. Para a eficiência e a eficácia na mudança das estruturas da educação e da sociedade, é preciso dispor de instrumentos adequados que representem, eles mesmos, uma transformação estrutural. Por isso propomos, para a sala de aula, a corrente de planejamento que já se consagrou em outras atitudes, chamada de planejamento participativo. Planejar é, de fato, definir o que queremos alcançar; verificar a que distância, na prática, estamos do ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar essa distância. (GANDIN, 2006, p.17, 22) Frente ao exposto, percebemos que neste caso existem alguns aspectos que colaboram como: a relação da professora com os alunos, por exemplo, mas o ambiente da sala de aula e de leitura, bem com os recursos didáticos-metodológicos podem dificultar. 3.3 FATORES CONTRIBUINTES PARA DIFICULDADE NA LEITURA A partir dos estudos realizados, podemos entender e até mesmo afirmar que a dificuldade de aprendizagem na leitura apresentada pelo aluno não está ligado a fatores 47 físicos, pois de acordo com a mãe o aluno é muito bem de saúde, ou seja, ele não tem nenhuma doença que prejudique sua aprendizagem. Também não apresenta nenhum tipo de deficiência que venha prejudicar a aprendizagem do aluno em todas as disciplinas, e neste caso muito menos no ensino da leitura. Mas mesmo assim o aluno tem muitas dificuldades, que inclusive o levou a ficar reprovado duas vezes e também fez com que ele freqüentasse uma sala de aula que não é para sua idade. Durante essa pesquisa percebemos que essas dificuldades podem está sendo acarretadas por dois locais que é na família e na escola. 3.3.1 No convívio familiar Em casa a criança não tem limites e não encontra estímulos para se desenvolver na escola. Esse aluno é criado muito ―solto‖ e fica muito tempo na rua, por isso em casa não faz as atividades como deveria. Isso atrapalha porque se os pais não tem controle sobre os filhos eles não conseguem aprender como está acontecendo com esse aluno. Mas também o ambiente precisa ser acolhedor e motivar para que a pessoa possa gostar daquilo que está fazendo. Mas neste caso, praticamente não há nada em relação a essa situação. Dessa forma, todos sabem que não é boa a situação em que a criança se encontra, por isso, o caminho mais fácil é empurrar a responsabilidade do que vem acontecendo para outro. Até a própria criança é responsabilizada nas palavras da mãe e do padrasto. Foi também percebível que a dificuldade na leitura, perpassa pela família inteira, uma vez que se o padrasto não tem formação, os irmãos são menores e a mãe iniciou a EJA (educação de jovens e adultos), ou seja, a criança não vive num ambiente de leitura. Além disso, nos deparamos com uma realidade muito comum em nossa região, os pais ou responsáveis não tem escolaridade para ensinar seus filhos. ―Se não sei! Como posso ensinar‖. São colocações que foram feitas pelos pais, quando são questionados sobre as dificuldades dos seus filhos enquanto alunos. 48 Há caso que os filhos mais velhos é quem ajudam os menores a responder as tarefas que os professores passam para criança fazer em casa. Mas, neste caso, a situação é diferente, a criança não tem irmãos maiores, ele é o primeiro filho de sua mãe. Fica que essa criança não encontro na família um referencial adequado para o desenvolvimento de suas capacidades de leitor. Conforme cita PILETTE (2007, p.17), A família, por exemplo, é o primeiro elemento social que influi na educação. Sem a família a criança não tem condições de subsistir. Tal necessidade não é apenas de sobrevivência física, mas também psicológico, intelectual, moral e espiritual. A família, no entanto, encontra uma série de problemas, na sua missão de educar. A falta de preparo de muitos pais para exercer integralmente essa função é o principal problema. Pois o processo de formação de um filho leitor está ligado primeiramente ao contexto familiar, isto é se houver presença de livros, de pais leitores e leitura no lar. Mas na maioria das famílias que passam por muitos problemas de caráter familiar, social e econômico não consegue passar nenhum tipo de estímulo para seus filhos. O processo educativo deste aluno, em certa medida tem sido comprometido em parte por falta de acompanhamento da família, pois como a mãe trabalha fora, não tem ido muitas vezes à escola. A professora também falou dessa questão, quando na entrevista falou que ―um dos fatores que tem contribuído com a dificuldade na leitura, não só o aluno em destaque mais de forma em geral é a falta de acompanhamento dos pais ou responsáveis‖. A família deve ser uma referência para vida de todas as pessoas, porque se a família não ajudar como que as crianças vão poder seguir em frente nessa sua caminhada. 3.3.2 No Contexto Escolar A escola dispõe de espaço e de alguns recursos para o ensino aprendizagem de seus alunos, mas não é o suficiente para atender as necessidades encontradas em sala de aula. Neste caso que é sobre a leitura isso fica mais triste e complicado. 49 Digo isto porque o aluno estudado não encontra na escola um ambiente que contribua para a dificuldade de aprendizagem na leitura. O aluno disse o seguinte, ―o que me atrapalha na leitura é que tenho medo dos outros alunos mangarem de mim.‖ Para Vallejo (1998, p.59), Os alunos devem sentir-se livres para errar e aprender com seu erro. O sentiremse livres se traduz aqui por ausência de modo, de angústia... Aprender com os próprios erros é importante para o crescimento pessoal, seja emocional, social ou cognitivo. Embora a professora desenvolva um trabalho que pode contribuir com o desenvolvimento da leitura e mesmo ela tendo uma relação muito boa com os seus alunos, os textos usados pela professora, momento da investigação foi só sobre o conteúdo do livro didático, ou seja, a leitura aparece como uma obrigação e não tem significado para os alunos. Para Freire (1989, p.11-12), ―leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele‖ (p.1112). Isso significa que a professora deveria realizar a leitura a partir da realidade dos alunos com textos e também a partir das experiências dos alunos, mas não foi visto na pesquisa. Se o educador não tiver uma preocupação em resgatar esse tipo de leitura em sala de aula e estimular seus alunos enquanto processo de interação, essa crise de leitura a tendência é agravar cada vez mais nas escolas. Além disso, existem muitas crianças em sua sala de aula. Esse fato dificulta o trabalho da professora porque não tem como a professora dar atenção para todos os alunos, e isso com certeza tem atrapalhado o trabalho. Outro aspecto aponta, principalmente pela professora, refere-se a falta de participação e acompanhamento da família na escola. Sobre esta questão LIBÂNEO (1994, p.229), Não pode atribuir aos pais o desinteresse e a falta de dedicação dos alunos, muito menos acusar a pobreza como causa do mau desempenho escolar; as desvantagens intelectuais e a própria condição de vida material dos alunos, que dificultam o enfrentamento das tarefas pedidas pela escola, [...]. É compreensível que a participação dos pais, tenha funcionado de maneira positiva, no processo de ensino aprendizagem, mas que uma escola bem preparada para atender os anseios da clientela de alunos é de suma importância para o sucesso. Não se esquecendo de salientar que a 50 preparação não se restringe ao espaço físico ou recurso tecnológico, engloba a preparação profissional das pessoas envolvidas e a responsabilidade para com a profissão ou trabalho desenvolvido. A escola só conseguirá preencher essa função quando houver o entrosamento dos pais com a escola e com a comunidade. Grande parte dos comportamentos e das atitudes dos alunos é provocada pelo comportamento, pelos métodos e pelas atitudes do professor. O professor que tem entusiasmo, que é otimista, que acredita nas possibilidades do aluno, é capaz de exercer uma influência benéfica na classe como um todo e em cada aluno individualmente, pois sua atitude é estimulante e provocadora de comportamentos ajustados. (PILETTE, 2007, p. 17, 19) Aprender a ler é visto atualmente como coisa muito importante na vida das pessoas, porque não dar mais para viver no mundo sem leitura. Nesse processo o professor e a escola tem um papel importante. Por isso, ―o professor, em sua atividade docente, poderá estar trabalhando para mudar a sociedade ou para conservá-la na forma em que ela se encontro‖ (PILETTE, 2007, p.20). Assim foi possível perceber que no ambienta da escola os principais fatores que interferem refere-se ambiente da escola no sentido de respeitar os limites de cada pessoa. Os tipos de textos usados, para que este possam ter significado para os alunos. Além disso, a boa relação da família com a escola também pode contribuir muito para a educação. 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho de conclusão de curso traz em seu contexto sistematizado, resultados de estudos e aprendizagens de uma trajetória de superação desenvolvida no percurso de cinco anos aproximadamente. Foi de grande importância realizar esta pesquisa sobre a dificuldade de aprendizagem no Ensino Fundamental, pois me trouxe a oportunidade de conhecer melhor esta realidade que tanto preocupam as escolas públicas de nossa cidade. Durante as investigações foi possível realizar um estudo de caso, através de entrevistas com os pais, aluno, professora e coordenadora pedagógica da escola. Concluímos que essa criança não apresenta nenhum problema físico, portanto isso não interfere na aprendizagem da leitura, ou seja, fisicamente aluno apresenta todas as condições favoráveis ao seu desenvolvimento cognitivo. Mas os fatores que prejudicam esse desenvolvimento do aluno estão ligados mais as questões no contexto familiar e do ambiente da escola. No ambiente da família, não é feito um acompanhamento adequado dos responsáveis pelo aluno e ele fica muito solto e sem limites, o que faz com que ele fique muito na rua e não faça as atividades escolares. Além disso, não tem ambiente de leitores porque as pessoas da casa só de analfabetos. Sua família não tem preocupação em ajudá-lo. Isso tudo atrapalha a vida escolar do aluno No contexto escolar estão ligados ao ambiente que não favorece a criança passa a sentir vergonha dessa sua situação, com medo dos colegas fazer chacota dele. Isso faz com que ele não aprenda ler com segurança. Os textos são descontextualizados e sem significados para os alunos, as salas são superlotadas o que impede a professora de acompanhar cada um e, além disso, não existe um a boa relação da escola com a família, pois uma joga a responsabilidade para a outra. Sendo que o mesmo é composto por resultados de projetos e atividades planejadas, desenvolvidas de acordo com o objetivo da grade curricular do curso de pedagogia, priorizando o foco central nas atividades planejadas e executadas no campo de pesquisa, procedimentos este que colocou os (as) acadêmicos (as) em contato direto com a realidade educativa, de cada uma das instituições de ensino da rede pública dos municípios onde foi desenvolvida a pesquisa. 52 Vale ressaltar nesta sistematização de resultados, que o curso de pedagogia é composto por muitas disciplinas que auxiliam como base as práticas pedagógicas e os estágios supervisionados, indicando as teorias de bases de cada campo, direcionando o planejamento adequado a cada situação, indicando os métodos cabíveis para cada desenvolvimento de atividades. É bom que se preocupem mais com a educação desse aluno, porque se ele continuar assim sem motivação, jamais ele conseguirá ter uma boa aprendizagem, pois esse incentivo deve começa pela família. Por isso escola e família precisam conversar mais, visando realizar um trabalho de parceria para que juntas possam encontra o melhor caminho ou a melhor maneira de ajudar as crianças a ter um ensino bem melhor do que o que existe hoje. 53 REFERÊNCIAS ABREU, Márcia. (organizadora). Leitura no Brasil: Antologia comemorativa. 10° cole. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995. ALMEIDA, Fernando José de. Artigo Gestão em Foco: para não levar lebre por gato. Revista Nova Escola: você no rumo certo. São Paulo: Abril, Dezembro, 2010. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. 2°ed. São Paulo: Cortez, 1994. BENCINI, Roberta. Ensine a estabelecer inferência e previsão. Estratégias que ajudam a atender melhor um texto. 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