Geada e friagem
A
geada
é
o
processo
de
passagem da água no estado gasoso
para o sólido sem passar pela fase
líquida (sublimação). A geada não é
congelamento do orvalho.
Geada branca

Consiste no depósito de gelo cristalino na
superfície do solo, das plantas e dos objetos,
e que se formam de maneira semelhante ao
orvalho, mas com temperaturas inferiores à de
congelamento.
Geada negra

Em certos casos, mesmo com temperaturas
inferiores a 0°C, não é produzido o gelo, por
causa, principalmente, da baixa umidade ou
de vento intenso. Essas geadas negras
costumam provocar danos muito severos
nas plantações.
No Brasil

As geadas ocorrem com relativa frequência
(normalmente vários casos por ano) na região
sul, devido à combinação de dois fatores
principais:
–
A passagem de frentes frias;
–
E a presença de uma topografia complexa que inclui
elevações superiores a 1.000 m.
Variabilidade temporal

Elas
ocorrem
principalmente
nos
meses de inverno (junho a agosto),
mas há muitos registros de geadas no
início do outono ou final da primavera.
Variabilidade temporal

Em geral, as geadas estão associadas
à
penetração
de
massas
denominadas “polares”.
de
ar
Topografia

As temperaturas ao nível do solo
dependem muito do relevo e do tipo de
solo. Em geral, as áreas elevadas ou
de baixadas são as mais suscetíveis.
Geadas radiativa e advectivas

as geadas podem ser produzidas por
dois processos:
Advectivos e
Radiativos.
Geadas advectivas

São provocadas pelo avanço de massas de
ar de latitudes mais altas. Como o processo
de advecção implica a presença de ventos
significativos nos baixos níveis da atmosfera,
as geadas decorrentes podem ser do tipo
negra.
Geadas radiativas

São produzidas em situações meteorológicas
que permitem que o solo perca calor durante a
noite,
até
atingir
temperaturas
negativas.
Devido a importância do balanço radiativo no
solo, esse tipo de geada é mais frequente no
inverno.
Geadas radiativas

O tipo de solo, as condições de umidade e a
topografia do terreno são outros fatores que
podem contribuir para a ocorrência de
geadas radiativas.
No Brasil

Na maioria dos casos, as geadas são
do tipo radiativo.
Friagens

As geadas não se restringem apenas ao
extremo sul do país. As incursões de “massas
polares” até baixas latitudes, incluindo a região
amazônica, são localmente conhecidas como
FRIAGENS.
Friagens

Elas seguem um padrão sinótico bem definido,
com um profundo cavado sobre o oceano
Atlântico e um eixo de crista sobre o oceano
Pacífico nos níveis altos e médios.
Friagens

Nas
latitudes
tropicais
e
subtropicais,
especialmente ao norte de 20°S, o fator
térmico é o principal responsável pelo
desenvolvimento da friagem.
Influência do ENOS

Durante a fase fria do fenômeno ENOS, a
diminuição da temperatura da superfície do
mar (TSM) da costa leste do oceano Pacífico
enfraquece
o
gradiente
meridional
de
temperatura, o que leva a um enfraquecimento
do jato subtropical.
Influência do ENOS

Em geral, uma redução da circulação zonal é
acompanhada
circulação
por
meridional
um
e,
incremento
na
portanto,
na
frequência e intensidade de incursões frontais
e, consequentemente, das friagens.
Influência do ENOS

O contrário ocorre durante episódios de El
Niño,
quando
o
fortalecimento
do
jato
subtropical contribui para o estacionamento
dos sistemas frontais na região sul, com um
menor aporte de ar frio para as latitudes
médias e baixas, e a decorrente diminuição da
incidência de geadas no centro-sul do Brasil.
Influência do ENOS

A região sul é bastante influenciada pelo
fenômeno La Niña. Durante anos de ocorrência
de La Niña aumenta a frequência de geadas
amplas e intensas em relação a anos de El
Niño.
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Unidade 5 - Geadas e Friagens