VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
O NEGRO NA LITERATURA
Alex Sandro Lucas dos Santos (G - UENP)
[email protected]
Dra.Luciana Brito (Orientadora – UENP)
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a visão de
literatos negros com relação à sociedade do período de escravidão e pósescravidão, para que assim, junto com os estudos de alguns teóricos
voltados para o assunto, possamos entender um pouco mais sobre a
participação dos autores negros na literatura brasileira, bem como sua
importância para a formação do cânone literário nacional. Para tanto,
foram selecionados alguns literatos, a saber: Machado de Assis, Cruz e
Souza, Lima Barreto, Luiz Gama, Oswaldo Camargo e Mario de Andrade.
Vale lembrar que tais literatos, mesmo com suas vastas contribuições
para com a literatura nacional, não escaparam de um tratamento
discriminatório por parte de críticos literários que desprezavam sua
etnia/raça no processo de construção de nossa história literária.
Segundo Rosenfeld, em seu livro A personagem de ficção
(2004), a literatura negra consiste naquela que é escrita por um autor
auto-referenciado ou identificado, ou ainda, um eu-lírico/narrador que se
queria negro. Entretanto, tal afirmação é duramente criticada por alguns
pesquisadores da área que acreditam que nenhum bem cultural pode
estar relacionado somente ao um determinado grupo social ou racial. Para
tais pesquisadores, o elemento que difere literatura negra das outras está
em sua temática. Sendo assim, em qualquer obra na qual se refira ao
negro.
Há certa impossibilidade de se tratar do tema sem abordá-lo
no seu contexto histórico e social, pois como afirma Bakthin a literatura e
o social são: “uma parte inalienável da cultura, sendo impossível
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compreendê-la
fora
do
contexto
global
da
cultura
numa
dada
época”(BAKTHIN,2000,p.362).
Assim a literatura negra aparece como uma forma de
reconstrução da imagem do negro perante a sociedade, aonde autores
negros demonstravam através de suas publicações sua visão de mundo,
ideologias, crenças e realizações que, aliadas às condições sociais e
históricas, favorecem uma certa singularidade ao tema. Uma das grandes
estudiosas sobre o assunto, Luiza Lobo, afirma que o início da literatura
negra se dá a partir do momento que o negro deixa de ser apenas um
tema de autores branco para se tornar criador de sua própria história,
com menos estereótipos e mais realidade. Diz ela que:
Um dos aspectos que ao meu ver define a literatura negra,muito
embora não seja um elemento norteador,em geral dos estudos
sobre o assunto, é o fato de a literatura negra do Brasil – ou afro
– brasileira – ter surgido quando o negro passa de objeto a sujeito
dessa literatura e cria a sua própria historia; quando o negro visto
geralmente de forma estereotipada, deixa de ser tema para
autores brancos para criarem sua própria escritura no sentido de
Derrida:a sua própria visão de mundo.Só pode ser considerada
literatura negra,portanto ,a escritura de africanos e seus
descendentes que assumem ideologicamente a identidade de
negros (LOBO, 1989, p.91 ).
No Brasil, a literatura negra inicia-se no século 18 e chega
até a atualidade com expressiva importância, tendo como maior força de
expressão Domingos Caldas Barbosa, Cruz e Souza, Luis Gama, Solano
Trindade, Lima Barreto, Oswaldo Camargo e Eduardo de Oliveira, dentre
outros. A valorização da literatura negra bem como seu repensar e
conceituação
teve
como
grandes
influências:
o
Movimento
do
Renascimento Negro surgido nos Estados Unidos em 1920 e também o
Movimento da Negritude surgido em Paris entre 1920 e 1930, em que
estudantes negros lutavam por respeito e igualdade, sendo que alguns
destes jovens produziram textos literários retratando a integridade negra
africana.
Vale lembrar que quando as idéias desses movimentos
chegaram ao Brasil, vieram impregnadas dos discursos de Luther King,
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Malcon
X
e
Ângela
Davis,
influenciando
a
produção
literária
Brasileira.Inicialmente, a literatura negra chegou ao Brasil como um
elemento denunciador das injustiças sociais que, de forma desumana e
hostil, descaracterizava a figura do negro perante a sociedade que o
desconsiderava como um ser humano e até mesmo rejeitava seus
aspectos culturais e a sua autonomia enquanto sujeito histórico.
A afirmação se torna ainda mais coerente, ao fazermos uma
breve análise de cânones famosos e tradicionais, principalmente aqueles
que estudamos nas escolas durante o Ensino Médio. Veremos que, na
organização
desses
cânones,
dificilmente
encontraremos
obras
de
escritores negros. Pelo contrário, estes ficaram exclusos, à margem da
dita literatura canônica, independente da qualidade de suas obras. Em
alguns poucos casos, quando conseguiam por alguma razão participar do
cânone, como Machado de Assis, não se fazia nunca menção a sua cor,
pois o interesse era no sentido de apresentar o lado “branco” do escritor,
ou seja, exaltar tudo aquilo que o aproximava do estilo dos escritores
“brancos”.
Outro exemplo interessante é o escritor modernista Mario de
Andrade,
a
maioria
dos
críticos
o
descreviam
com
traços
de
nordestinidade para justificar a sua possível afrodescendência.
É também notório nas publicações dos escritores negros o
desejo de ascender socialmente para chegar a um patamar de igualdade
perante a sociedade, como se o possível poder aquisitivo pudesse
mascarar
seu
lado
negro
e,
conseqüentemente,
diminuísse
a
discriminação sofrida. É possível ver claramente este desejo nas obras do
literato romântico Luiz Gama (1850-1882). Filho de uma africana com um
fidalgo, Gama, em uma das suas publicações, ironiza o fato de o negro ser
chamado de bode, relatando em seu texto as diversas cores que este
mesmo animal possuía e deixando claro que apesar das diferenças de
cores entre esses animais, todos realizavam a mesma função que a
natureza os havia incumbido: marrar e berrar, mostrando assim sua
aversão pela descriminação que o negro sofria pela sociedade:
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Quem sou eu
[...] Eu bem sei que sou qual Grilo,
De maçante e mau estilo;
E que os homens poderosos
Desta arenga receosos
Hão de chamar-me Tarelo
Bode, negro, Mongibelo;
Porém eu que não me abalo
Vou tangendo o meu badalo
Com repique impertinente,
Pondo a trote muita gente.
Se negro sou, ou sou bode
Pouco importa. O que isto pode?
Bodes há de toda casta
Pois que a espécie é muito vasta...
Há cinzentos, há rajados,
Baios, pampas e malhados,
Bodes negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus e outros nobres.
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios importantes,
E também alguns tratantes...
Aqui, nesta boa terra,
Marram todos, tudo berra;
(GAMA, 1944,p. 98-100)
Infelizmente, Gama ainda é um ícone da literatura brasileira
pouco prestigiado pelos críticos. Silvio Romero, por exemplo, o taxa de
mestiço de pouco talento, dando a entender que além de não ter a
nobreza da cor branca, também não tinha talento para a literatura. Em
outros casos, o autor deixa de ser lembrado, como Antonio Candido que,
em seu livro Formação da Literatura Brasileira, não chega sequer a
citá-lo em seu índice onomástico, o que parece estranho devido ao fato de
citar autores de papéis secundários. Aureliano Lessa, por exemplo, autor
que teve como única representatividade ter sido amigo de Bernardo
Guimarães e Álvares de Azevedo, Candido dispensa cerca de duas
páginas, incluindo sua biografia.
Luiz Gama vem, através de sua obra, nos mostrar o negro
no pré-abolicionismo que se cansara do papel que vinha representando
naquela sociedade desigual. Trata-se de um negro lutando por mudanças
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durante todo o árduo caminho que trilhou desde que saíra da África rumo
ao Brasil. Notamos inclusive certa revolta por parte do poeta para com a
sociedade brasileira que ele buscava tanto se integrar. Vejamos a seguinte
colocação de Gama: “O escravo que mata o seu senhor pratica um ato de
legitima defesa” (Moura,2004, p. 168)
Em meio a tantos conflitos, o negro começa a pensar que
sua cor é um defeito, como Gama que assemelha a cor de sua mãe com a
cor da escravidão. O mesmo negro que luta para se ascender socialmente
é o mesmo que se cansa por diversas vezes de lutar contra o preconceito,
conformando-se com a sua situação perante a sociedade que, mesmo
após a escravidão, ainda o enxerga como objeto, uma mercadoria, um ser
inferior.
[...]Se dissessem: “É porque é pobre!” que diabo! – eu trabalharia!
Se dissessem: “É porque não tem a posição social!” juro-te que a
conquistaria, fosse como fosse!” É porque é um infame! um
ladrão! um miserável!” eu me comprometeria a fazer de mim o
melhor dos homens de bem! Mas um ex-escravo, um filho de
negra, um mulato! – E como hei de apagar a minha história da
lembrança de toda esta gente que me detesta (AZEVEDO, 1964, p.
272)
O livro de Aluísio de Azevedo, O Mulato, mostra-nos
claramente a visão branca a respeito do negro na segunda metade do
século XIX. Raimundo mesmo tendo uma boa educação, passa anos sem
conhecer sua origem escrava. Depois de um período, volta a sua terra
para descobrir o seu passado e se apaixona por sua prima branca, Ana
Rosa. Mesmo tendo a caridade do tio, o qual lhe proporcionou uma boa
vida, para ele é negada a mão de sua prima, pois o tio de Raimundo não
aceitava que sua filha se casasse com um negro.
Mas o ponto mais interessante é sem duvida o final da
trama, onde anos após a morte do mulato, Ana Rosa aparece então
casada com o pretendente preterido pelo pai e assassino de Raimundo, já
com três filhos e feliz, como se tudo o que aconteceu tivesse sido fruto de
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um momento de loucura de sua parte. Um exemplo dessa afirmativa pode
ser comprovado no trecho:
[...]O par festejado eram o Dias e Ana Rosa, casados havia quatro
anos. Ele deixara crescer o bigode e aprumara-se todo; tinha até
certo emproamento ricaço e um ar satisfeito e alinhado de quem
espera por qualquer vapor o hábito da Rosa; a mulher engordara
um pouco em demasia, mas ainda estava boa, bem torneada, com
a pele limpa e a carne esperta.Ia toda se saracoteando muito
preocupada em apanhar a cauda do seu vestido, e pensando,
naturalmente, nos seus três filhinhos, que ficaram em casa a
dormir.
- Grand'chaine, double, serré! berravam nas salas.O Dias tomara
o seu chapéu no corredor e, ao embarcar no carro, que esperava
pelos dois lá embaixo, Ana Rosa levantara-lhe carinhosamente a
gola da casaca.
- Agasalha bem o pescoço, Lulu! Ainda ontem tossiste tanto à
noite, queridinho!...(AZEVEDO, 1964, p.276 )
A inferioridade com a qual o negro era tratado naquela
época, chega a ser assustadora. A cor negra ou mestiça era vista como
uma doença, uma lepra. Quem nascia negro estava automaticamente
fadado à inferioridade, ao descrédito. Cruz e Souza é, com certeza, mais
um
claro
exemplo
das
figuras
que
sofreram
um
tratamento
marginalizador, não somente na literatura como no mundo real. Filho de
escravos alforriados foi impedido de ser promotor em Laguna devido à sua
cor. O precursor do simbolismo passou sua vida inteira no total
anonimato, só sendo reconhecido após a sua morte.
Ainda assim, para
que tal reconhecimento acontecesse, teve que ser citado pelos críticos
como o escritor negro de alma cândida, ou seja, branca. Veja a citação
que o grande historiador bibliográfico Silvio Romero faz a respeito de
Cruz:
Este é o caso único de um negro, um negro puro, verdadeiramente
superior no desenvolvimento da cultura brasileira, Mestiços
notáveis temos tido muitos; negros não, só êle; porque Luis Gama
por exemplo, nem tinha grande talento, nem era negro puro
sangue. Assim outros. Sofreu terríveis agrores de sua posição de
preto e de pobre, desprotegido e certamente desprezado.Mas a
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sua alma cândida e seu peregrino talento deixaram sulco bem
forte na poesia nacional (ROMERO, 1960,p.1686)
Morreu muito moço, em 1898, período em que a lírica
brasileira se encontrava em seu ponto culminante, após quatrocentos
anos de existência.
Não bastasse a falta de reconhecimento pelos críticos, o
poeta simbolista é ainda, por diversas vezes, acusado de ser omisso na
causa negra, como faz Fernando Goés em seu estudo introdutório para
uma nova edição da obra completa do poeta, em 1943. Vale ressaltar que
discordamos das considerações de Goés, pois vemos que em alguns de
seus textos o autor crítica a situação em que é obrigado a viver o negro
no Brasil. No poema “Da senzala”, por exemplo, o mesmo autor acusado
de ser omisso na causa negra e de ser taxado possuidor de uma alma
cândida, relata a frustração do homem negro diante das celas que
aprisionam a sua própria identidade.
DA SENZALA...
De dentro da senzala escura e lamacenta
Aonde o infeliz
De lágrimas em fel, de ódio se alimenta
Tornando meretriz
A alma que ele tinha, ovante, imaculada
Alegre e sem rancor,
Porém que foi aos poucos sendo transformada
Aos vivos do estertor...
De dentro da senzala
Aonde o crime é rei, e a dor -- crânios abala
Em ímpeto ferino;
Não pode sair, não,
Um homem de trabalho, um senso, uma razão...
e sim um assassino! (Cruz e Souza,1988,p.156)
O descrédito para com as produções literárias dos negros
chega a atingir até mesmo o grande historiador bibliográfico Silvio
Romero, que confessa em sua obra que a literatura feita pelo negro tem
sim um certo valor, mas que ninguém poderia se mobilizar a dar o status
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necessário sem correr o risco de ser taxado (o que me parece ser um
delito mortal a Romero) como um mestiço:
Qual a carta etnográfica d’Africa ao tempo do descobrimento do
Brasil, época em que começou este a importar escravos d’alémmar? E no século XVII, que nos forneceu centenas de milhares de
africanos? E no XVIII, que prosseguiu fartamente na messe? E no
XIX, até 1850, que se excedeu no terrível comércio? Qual então a
classificação das raças, a situação política de vários estados do
continente fronteiriço? Qual o grau de cultura em que se achavam?
Qual a organização social dessas gentes? Quais as tribos de que
nos trouxeram cativos? Em que número? que lhes devemos na
ordem econômica, social e política? Ninguém o sabe ainda hoje!...
Ninguém jamais quis sabê-lo, em obediência ao prejuízo da cor,
com mêdo de em mostrando simpatia em qualquer grau por êsse
imenso elemento da nossa população, passar por descendente de
raça africana, de passar por mestiço!... Eis a verdade nua e crua. É
preciso acabar com isto; é mister deixar de temer preconceitos,
deixar de mentir e restabelecer os negros no quinhão que lhes
tiramos: o lugar que a êles compete, sem a menor sombra de
favor, em tudo que tem sido, em quatro séculos, praticado no
Brasil. (...)E o mais admira, o que é mais censurável, sem dúvida,
é que o não tenham já feito tantos negros inteligentes, tantos
mestiços ilustrados, que abundam em elevadas posições no país.
(ROMERO, 1960, p 211)
A situação do escritor negro passa a melhorar somente a
partir dos anos 90, momento marcado pelo intenso trabalho feito no
sentido de repensar o cânone nacional brasileiro, levando-se em conta:
[...] expressão das vozes que ficaram á margem do cânone da
literatura brasileira. É o momento marcado pelo multiculturalismo
nas reflexões da critica e história literária brasileira, em que se
busca revitalizar o cânone,através da inclusão dos textos que
expressam as vozes dos porventura deixados á margem em função
de etnia,gênero ,sexualidade,condição sócio-econômica ou por
outro tipo de sanção ideológica, e consequentemente exclusão
daqueles que não mais correspondem ao horizonte de expectativa
do presente.(Cairo, 2002,p.16)
O movimento que se deu após os anos 90 contribuiu e
muito para a causa negra, escritores afros que até então eras desprezados
pela elite crítica, passaram a ter suas obras citadas como exemplo em
estudos que buscavam por um fim a problematização que envolvia o
cânone literário e as suas exclusões. Podemos sem dúvida alguma dizer
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que esse movimento foi o primeiro passo para o reconhecimento do negro
perante a sociedade, uma conquista tão grandiosa quanto a abolição da
escravatura brasileira. Os anos 90 representaram para a literatura negra e
para as outras literaturas excluídas, não só pelo cânone mas pela
sociedade como um todo, como um divisor de águas para a luta vivida
pelos autores que desejavam ter seu trabalho reconhecido e apreciado
pelas massas. Após anos e anos de lutas pela causa negra, escritores e
poetas puderam enfim ver uma luz ao fim do túnel. O significado desta
conquista nos anos 90 apresenta grande parentesco com o famoso
discurso que Martin Luther king proferiu nos Estados Unidos defendendo a
causa negra:
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o
verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas
verdades e elas serão claras para todos, que os homens são
criados iguais.Eu tenho um sonho que um dia nas colinas
vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os
filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar
junto à mesa da fraternidade.Eu tenho um sonho que um dia, até
mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o
calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será
transformado em um oásis de liberdade e justiça.Eu tenho um
sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em
uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas
pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
(KING,2009,on-line)
Infelizmente, muitos de nossos autores partiram desse
mundo antes de verem suas obras sendo reconhecidas pela sociedade,
mas é inegável o valor que cada uma delas agregou a nossa cultura
através da literatura. O negro do passado e por que não dizer também o
negro do presente nunca alçou receber do seu país honras e glórias ou
datas comemorativos. Pelo contrário, o negro sempre visou conquistar o
seu espaço na sociedade, espaço esse que se encontra bem ao lado do
branco, da mulher, do rico e do pobre, nem em cima nem embaixo, mas
em posições iguais. Iguais no respeito dos seus valores, iguais em suas
publicações, iguais em sua história e em sua memória.
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(http://www.mariana.com.br/cellb/texto1.html )
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KING,MartinLuther.Disponível:<http://www.portalafro.com.br/religio
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LOBO Luiza, “A Pioneira Maranhense Maria Firmina dos Reis” in Estudos
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MOURA,Clóvis.Dicionário da escravidão negra no Brasil.São Paulo:
Editora Universidade de São Paulo,2004.
PROENÇA FILHO, Domicio. A trajetória do negro na literatura
brasileira. Estud. av. [online]. 2004, vol.18, n.50, pp. 161-193.
ROMERO,Sílvio.História da Literatura Brasileira. 6ª Ed. São Paulo:
Melhoramentos,1960.
ROSENFELD, Anatol et al. A personagem de ficção. São Paulo:
Perspectiva, 1968.
SOUZA, João da Cruz, Literatura Comentada São Paulo: Nova Cultural,
1988.
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