Universidade do Estado do Pará
Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Escola de Enfermagem Magalhães Barata
Curso de Mestrado Associado de Enfermagem
Daiane de Souza Fernandes
Avaliação da capacidade funcional de idosos
longevos amazônidas
BELÉM/PA
2015
Daiane de Souza Fernandes
Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Mestrado Associado de Enfermagem
UEPA-UFAM como requisito para obtenção do título
de Mestre.
Área de concentração: Enfermagem
Linha de Pesquisa: Educação e tecnologia de
Enfermagem para o cuidado em saúde a indivíduos
e grupos sociais.
Orientadora: Prof.ª. Drª. Maria Izabel P. de Oliveira
Santos.
BELÉM/PA
2015
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da UEPA
Fernandes, Daiane de Souza
Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas / Daiane de
Souza Fernandes. -- Belém, 2015.
92 f. : il.
Orientador: Maria Izabel P. de Oliveira Santos.
Dissertacão (Mestrado em Enfermagem) - Universidade do Estado do Pará,
Belém, 2015.
1.
Enfermagem. 2. Idosos - Amazônia. 3. Enfermagem geriátrica. I. Santos,
Maria Izabel P. de Oliveira, Orient. II. Título.
CDD 22.ed. 610.73
___________________________________________________________________
Daiane de Souza Fernandes
Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Mestrado Associado de Enfermagem
UEPA-UFAM como requisito para obtenção do título
de Mestre.
Área de concentração: Enfermagem
Linha de Pesquisa: Educação e tecnologia de
Enfermagem para o cuidado em saúde a indivíduos
e grupos sociais.
Orientadora: Prof.ª. Drª. Maria Izabel P. de Oliveira
Santos.
Data: _____/_____/______
Banca Examinadora:
______________________________________________– Orientadora
Prof.ª Dr.ª Maria Izabel Penha de Oliveira Santos
Doutora em Enfermagem - UFRJ
Universidade do Estado do Pará
______________________________________________– Examinadora Interna
Prof.ª Dr.ª Angela Maria Rodrigues Ferreira
Doutora em Enfermagem - UFRJ
Universidade do Estado do Pará
_____________________________________________– Examinadora Interna
Prof.ª Dr.ª Iaci Proença Palmeira (Suplente)
Doutora em Enfermagem - UFRJ
Universidade do Estado do Pará
______________________________________________– Examinadora Externa
Prof.ª Dr.ªLuciaHisako Takase Gonçalves
Doutora em Enfermagem – USP/SP
Universidade Federal do Pará
_______________________________________________– Examinadora Externa
Prof.ªDr.ª Silvana Sidney Costa Santos
(Suplente)
Doutora em Enfermagem– UFSC
Universidade Federal do Rio Grande/RS
BELÉM/PA
2015
A Deus, minha estrutura e fortaleza,
Toda honra e glória sejam dadas a ti, Pai.
Ao meu anjo na terra, Sophia,
Que, mesmo sem saber, motiva-me em cada passo dado.
Minha luz, paz e motivo sublime de felicidade
Amo-te, minha adorável filha.
AGRADECIMENTOS
 Aos amados idosos longevos que participaram do estudo. Aprendi muito com
vocês. A cada entrevista um sorriso, abraço, aperto de mão, olhar ou
lágrimas, os quais me transportavam a um momento de reflexão e
aprendizado. Quanta sabedoria vocês possuem! Que Deus abençoe a cada
um abundantemente.
 Ao meu esposo e companheiro nesta linda caminhada, Eloi. Obrigada pelo
apoio incondicional, paciência e compreensão da ausência por vezes
necessária. Amo você.
 Aos meus pais Silvio e Sani, irmãos Silvinho e Tuane, que, mesmo com a
distância geográfica que nos separa, sei que torcem e regozijam-se pelas
minhas conquistas. Amos vocês.
 Aos meus amados avós maternos Benedito (in memoriam) e Cecília, paternos
Purdenciana (in memoriam) e Sebastião. Vocês foram os primeiros idosos
com quem tive contato na vida e tenho certeza que através do nosso convívio
descobri o amor na gerontologia. Este estudo é para vocês, meus amados,
minhas fontes de inspiração. A cada trecho escrito lembrava de cada um, isto
me marcou profundamente. Amo vocês.
 À Patrícia, minha filha do coração. Se hoje cheguei aqui, saiba que a sua
participação foi fundamental. Muito obrigada por tudo.
 Em especial à Profa. Dra. Izabel Penha, minha orientadora, por toda
dedicação, condução e direcionamentos para com este estudo. Você é um
exemplo de docente a ser seguido. Saiba que aprendi muito com você e
buscarei compartilhar este aprendizado com meus alunos. Muito obrigada por
tudo, estimada Professora.
 À Profa. Dra. Lucia Takase, por estimular um mergulho profundo na
gerontologia,
estimulando-me
a
trilhar
caminhos
na
Enfermagem
Gerontológica para o fortalecimento da mesma Universidade. Admiro muito
você, que é um espelho como pessoa e profissional em que busco me
esmerar no cotidiano.
 Às Professoras Dra. Angela Ferreira e Dra. Silvana Sidney, pela partilha neste
estudo desde a qualificação até a finalização. Muito obrigada pelas valiosas
contribuições.
 Aos Professores doPrograma de Pós Graduação em Enfermagem PPGENFUEPA, Dra. Mary Elizabeth, Dra. Ana Gracinda, Dra. Elizabeth Teixeira, Dra.
Iaci Proença, Dra. Laura Vidal, Dra. Ivaneide Leal, Dra. Ivonete Pereira, Dra.
Margareth Sá, Dr. Nelson Ribeiro, muito obrigada pelo compartilhamento do
saber.
 À Coordenação do PPGENF- UEPA, pela disponibilidade durante os dois
anos de caminhada.
 À Nelma, secretária do PPGENF-UEPA pela resolutividade de todas as
demandas durante este período de convivência.
 À PROPESP/UEPA pelo incentivo através de fomentos da FAPESPA para
realização deste estudo.
 Ao Grupo de Pesquisa Ensino e Extensão em Saúde do Idoso da
Amazônia(GESIAMA)pelo apoio e incentivo à pesquisa na nossa região.
Tenho muito orgulho em fazer parte deste grupo.
 Aos meus amados amigos de turma: Adilson, Anderson, Camila, em especial
Cláudia e Érika. Construímos uma linda história. Nossos caminhos não se
cruzaram à toa, foi providência divina.
 À minha amiga Profa.Msc. Andrea Costa da Universidade Federal do Pará
(UFPA). Você foi fundamental nesta conquista, pois foram dois anos em que
tive que conciliar minha entrada como docente na Universidade e o Mestrado,
e o seu apoio incondicional foi fundamental. Você é um presente de Deus na
minha vida.
 Às Professoras Msc.Ana Paula e Dra. Heliana Chaves da UFPA, colegas de
semestre, muito obrigada pelo amparo constante.
 Meus estimados alunos da monitoria e extensão: Magaly, Christopher,
Fernanda, Oziele, Débora, Stelacelly e Carol. Vocês foram essenciais nesta
caminhada.
RESUMO
FERNANDES, Daiane de Souza. Avaliação da capacidade funcional de idosos
longevos amazônidas. Belém-Pará, 2015. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)
- Escola de Enfermagem Magalhães Barata, Universidade do Estado do Pará, 2015.
O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade funcional dos idosos longevos
amazônidas. Método: estudo epidemiológico, transversal, analítico realizado com
116 idosos com idade igual ou maior que 80 anos, cadastrados em uma Unidade
Municipal de Saúde na Cidade de Belém-Pará, Brasil. Método: os dados foram
obtidos por meio de formulário contendo as variáveis do estudo. Para avaliação da
capacidade funcional utilizou-se a Medida de Independência funcional e para
avaliação cognitiva o Mini Exame do Estado Mental. Construiu-se um banco de
dados no Statistical Package for the Social Science 20.0. Realizou-se a análise
univariada e bivariada, pelas medidas de proporção, média, desvio padrão e o teste
Qui-Quadrado de Pearson, admitindo-se um erro amostral de α=5% e o
p(valor)≤0,005. Resultados: dentre os longevos, 64,7 % eram mulheres, 48,3%
viúvos, 97,4% possuíam filhos, 89,7% moravam com familiares, 65,6% eram
procedentes do interior do estado, 92,2% apresentavam renda mensal de um salário
mínimo advinda de benefícios, 92,2% não possuíam trabalho com renda, 36,2%
eram analfabetos. As comorbidades se destacaram, 69,0% eram ex fumantes,
83,6% não ingeriam bebida alcoólica, 87,1% eram sedentários, 61,2% não caíram
nos últimos 12 meses, 17,2% relataram como principal atividade de lazer ir à igreja.
Quanto aos aspectos cognitivos observou-se, que quanto menor a escolaridade, pior
o desempenho cognitivo (p=0.00). Na avaliação da capacidade funcional pela
Medida de Independência funcional, notou-se que nos domínios autocuidado,
controle de esfíncteres e locomoção os idosos apresentaram independência
modificada, enquanto que na mobilidade/transferência a maioria dos longevos já
necessitava de supervisão. Na relação da Medida de Independência funcional com o
sexo verificou-se que no desempenho para o autocuidado e controle dos esfíncteres
não houve diferença quanto ao sexo (p valor ≥0,05). Na mobilidade (transferência)
os homens apresentaram independência total, já as mulheres necessitavam de
supervisão (com p valor ≤0,05). Na associação entre a Medida de Independência
funcional e faixa etária observou-se que a independência modificada estava
presente nos idosos, predominantemente na faixa etária de 80-89 anos (com p valor
≤0,05). Conclusões: apesar dos idosos terem desenvolvido alguma morbidade ainda
apresentam uma capacidade funcional para o dia-a-dia, mesmo que necessitem de
supervisão para as tarefas de maior gasto energético como a mobilidade e
transferência. Os resultados deste estudo evidenciaram as peculiaridades do
cuidado mostrando que a avaliação da capacidade funcional no atendimento ao
idoso longevo é uma estratégia fundamental para identificação precoce de declínios
funcionais, e sua manutenção e preservação, e que essa atividade poderia ser
desenvolvida por todos os profissionais de saúde, estendida nesta pesquisa ao
Enfermeiro, implicando na prevenção de incapacidades futuras, na redução de custo
ao Sistema Único de Saúde, assim como para o idoso e família.
Palavras-chave: Idoso de 80 anos ou mais. Capacidade funcional. Saúde coletiva.
Enfermagem.
ABSTRACT
FERNANDES, Daiane de Souza. Assessmento functional capacity of the oldest
Amazonia nelderly. Belém, Pará,2015. Dissertation (Master of Nursing) Nursing
Magalhães Barata, State University of Pará,2015.
The objective of this study was to evaluate the functional capacity of the oldest
Amazonian elderly. Method: epidemiological, cross-sectional analytical study of 116
elderly aged more than 80 years, registered in a Municipal Health Unitin the city of
Belem-Para. Method: Data were collected through a form containing the study
variables. Toassess functional capacity used the Functional Independence Measure
and cognitive assessment the Mini Mental State Examination. It built up a data base
in Statistical Package for the Social Science 20.0. We conducted univariate and
bivariate analysis, through the proportion of measurements, mean, standard
deviation and the Chi-square test of Pearson assuminga sampling error ofα= 5% and
p(value)≤0,005. Results: Among the oldest old, 64.7% were women, 48.3% widowed,
97.4% had children, 89.7% lived with family members, 65.6% were from the interior
of the state,92.2% had monthly income of a minimum wagearising benefits,92.2%
had no job within come, 36.2% were illiterate. Comorbidities stood out, 69.0% were
for mer smokers, 83.6% did not consume alcohol, 87.1% were sedentary, 61.2
%have not fallenin the last 12 months,17.2% reported as the main leisure activity go
to church.As for the cognitive aspects it was observed that the lower the educational
level, the worse the cognitive performance(p =0:00). In the assessment of functional
capacity through the MIF, it was noted that the are asself-care, sphincter control and
locomotion subjects presented modified independence, while mobility/ transfer most
long-lived longer need ed supervision.The relationship of MIF with sex it was found
that the performance for self-care and sphincter control there was no difference in
gender (pvalue≥0,05). While mobility (transfer) men had full independence, while
women need ed supervision with p value(≤0,05). The association between MIF and
age was observed that the modified independence was present predominantly in the
elderly aged 80-89years, with p value(≤0,05). Conclusions: The results showed that
although older people have developed some morbidity, but still have a functional
capacity for day-to-day, even in need of supervision for tasks requiringg reater
energy expendituresuch as mobility and portability. Therefore, the results of this
study drew attention to the care of the peculiarities showing that the assessment of
functional capacityin serving the elderly longevity isa key strategy for early
identification of functional decline, as well as its maintenance and preservation, and
that this activity could be developed for all health professionals, and consequently
extended this study to Nurse, resulting in preventing further disability, reduced costto
the National Health System, as well as for the elderly and family.
Keywords: Aged,80 and over. Functional capacity.Public health.Nursing.
LISTA DE QUADROS
p.
QUADRO 01 - Distribuiçãodos artigos brasileiros segundo autores,
75
título, ano de publicação, área da saúde e objetivo
QUADRO 02 - Distribuição dos artigos estrangeiros segundo o título,
76
periódico/ base de dados, ano de publicação, categorias e
autores
QUADRO 03 - Esquema de classificação da Medida de Independência
37
Funcional (MIF)
QUADRO 04 - Domínios e tarefas da MIF motora com suas respectivas
pontuações
40
LISTA DE FIGURAS
p.
FIGURA 01 - População de 80 anos ou mais de idade, por sexo
22
FIGURA 02 - Distribuição percentual da população projetada por grupo de
23
idade – Brasil – 2020/2060
FIGURA 03 - Saúde e funcionalidade
28
FIGURA 04 - Diagrama do delineamento amostral
36
LISTA DE TABELAS
p.
TABELA 01 - Perfil sociodemográfico dos idosos longevos que participaram do
44
estudo. Belém-PA, 2015
TABELA 02 - Distribuição das condições epidemiológicas de saúde dos idosos
45
longevos, Belém - PA, 2015
TABELA 03 -
Distribuição da função cognitiva dos idosos longevos que
46
participaram do estudo segundo o ponto de corte da
escolaridade do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) –
Belém-PA, 2015
TABELA 04 - Distribuição do desempenho dos idosos longevos do estudo
46
segundo os domínios da MIFm (Medida de Independência
Funcional Motora), Belém-PA, 2015
TABELA 05 -Distribuição do nível de independência dos idosos longevos que
participaram do estudo, segundo o sexo. Belém –PA, 2015
TABELA 06 -Distribuição do nível de independência dos idososlongevos que
participaram do estudo, segundo a faixa etária, Belém -PA,
2015
47
75
48
LISTA DE SIGLAS
ABEn
Associação Brasileira de Enfermagem
APS
Atenção Primária à Saúde
CAPES
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEP
Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos
CIF
Classificação Internacional de Funcionalidade
DAGUA
Distrito Administrativo do Guamá
DCNTs
Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DeCS
Descritores em Ciências da Saúde
ESF
Estratégia Saúde da Família
HAS
Hipertensão Arterial Sistêmica
Hiperdia
Sistema de Cadastro e acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MEC
Ministério da Educação e Cultura
MEEM
Mini Exame do Estado Mental
MIF
Medida de Independência Funcional
MIFm
Medida de Independência Funcional motora
PNSPI
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
SESMA Secretaria Municipal de Saúde de Belém
SIS
Síntese de Indicadores Sociais
SPSS
Statistical Package for Social Sciences
SUS
Sistema Único de Saúde
TCLE
Termo de Consetimento Livre e Esclarecido
UMS
Unidade Municipal de Saúde
WHO
World Health Organization
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO...........................................................................................................16
1.1.
Apresentação do estudo..................................................................................16
1.2.
Justificativa......................................................................................................19
1.3.
Contextualização do problema da pesquisa....................................................21
1.3.1 Da experiência docente e familiar à definição do tema.....................................21
1.4Objetivos...............................................................................................................25
1.4.1 Objetivo Geral...................................................................................................25
1.4.2 Objetivos Específicos........................................................................................25
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................................26
2.1 Envelhecimento humano e capacidade funcional...............................................26
2.2 O idoso longevo e as implicações para a formação de recursos
humanos.....................................................................................................................29
2.3 Envelhecimento e as contribuições da enfermagem gerontogeriátrica................31
CAPÍTULO III
MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................34
3.1 Tipo de estudo......................................................................................................34
3.2 Local da pesquisa................................................................................................34
3.3 População e procedimentos de amostragem.......................................................35
3.4 Coleta de dados...................................................................................................36
3.5 Análise de resultados ............................................. ............................................41
3.6 Aspectos éticos....................................................................................................41
CAPÍTULO IV
4- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..............................................................44
CAPÍTULO V
5- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................................................................50
5.1 Perfil sóciodemográfico dos idosos longevos......................................................50
5.2 Condições epidemiológicas e de saúde...............................................................55
5.3 Avaliação cognitiva...............................................................................................58
5.4 Capacidade funcional dos idosos longevos segundo a Medida de Independência
Funcional motora e sua relação com o sexo e faixa etária........................................59
CONCLUSÃO.............................................................................................................65
REFERÊNCIAS..........................................................................................................67
APÊNDICES...............................................................................................................75
ANEXOS....................................................................................................................84
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
16
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação do estudo
Esta pesquisa apresenta como objeto de estudo a capacidade funcional do
idoso longevo. Capacidade significa a aptidão de um indivíduo para executar uma
tarefa ou ação ajustada ao seu ambiente habitual. Funcionalidade é um termo mais
abrangente que busca designar o envolvimento de todas as funções do corpo,
atividades e participação, é contrária à incapacidade (Organização Mundial de
Saúde - OMS, 2003).
Neste estudo optou-se pelo conceito de capacidade funcional atribuído pela
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI, 2006), o qual se caracteriza
pela presença de habilidades físicas e mentais necessárias para realização de
atividades básicas e instrumentais da vida diária, e segundo essa política este é o
principal indicador que compromete a saúde do idoso atualmente.
Por esse motivo, foi introduzido em gerontologia esse novo indicador de
saúde dos idosos. Como o processo de envelhecimento ocorre de forma
heterogênea, as pessoas da mesma faixa etária podem apresentar a capacidade
funcional distinta uma da outra (MORAES, 2014; SANTOS; GRIEP, 2013). A
capacidade funcional tem sido geralmente entendida em termos da habilidade e
independência para realizar determinadas atividades do dia a dia. (BORGES;
BENEDETTI; FARIAS, 2011).
Bem-estar e capacidade funcional são equivalentes, pois são representados
pela presença de autonomia (capacidade individual de decisão e comando sobre as
ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras) e independência (capacidade
de realizar algo com os próprios meios), permitindo que o indivíduo cuide de si e de
sua vida (MORAES, 2012). A PNSPI considera que na velhice o conceito de saúde
está mais arraigado nas suas condições de autonomia e independência do que
necessariamente na ausência de doenças (MORAES, 2012).
Qualquer política destinada aos idosos necessita levar em conta a capacidade
funcional, a necessidade de autonomia, independência. E também ter a
possibilidade de atuações em variados contextos sociais e de elaboração de novos
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
17
significados para a vida na idade avançada, além de incentivar medidas preventivas,
o cuidado e a atenção integral à saúde (VERAS, 2009).
O processo de envelhecimento populacional é cada vez mais notório,
apresentando altas taxas. A distribuição populacional por idade e sexo segue
direcionando para a tendência de envelhecimento da estrutura etária no País
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE, 2013).
A demanda crescente de idosos desperta uma necessidade de reestruturação
nas redes de atenção à saúde com vistas a atender esta parcela da população de
acordo com as peculiaridades que são necessárias. Para explicar o aumento
considerável de pessoas idosas, é preciso levar em conta alguns fatores como
diminuição das taxas de fecundidade, mortalidade infantil associada ao aumento da
expectativa de vida (MORAES, 2012).
A população idosa é subdividida em grupos de acordo com a faixas etárias
pela World Health Organization (WHO, 2004): idoso jovem (young-old), são as
pessoas com idade entre 60 e 69 anos; idoso velho (old-old), para as pessoas entre
70-79 anos; e idoso mais velho (oldest-old), para os idosos com 80 anos ou mais. O
grupo populacional de 80 anos ou mais pode ainda receber outras denominações
como: mais idosos, muito idosos, idosos em velhice avançada e longevos
(LENARDT; CARNEIRO, 2013; WILLIG,2012).
Torna-se importante destacar uma mudança etária significativa no grupo de
pessoas idosas, em especial no segmento que se encontra acima dos 80 anos de
idade, alterando a composição etária do próprio grupo (MENEZES; LOPES, 2012;
WILLIG,2012; BETIOLLI, 2012; MENEZES; LOPES, 2009).
O envelhecimento rápido provoca profundas consequências nos serviços de
saúde, com maior sobrecarga de doenças crônicas não transmissíveis e
incapacidades funcionais. O envelhecimento não é sinônimo de dependência, mas
de maior vulnerabilidade social, biológica, ambiental e familiar (MORAES, 2014).
Estudos enfatizam a necessidade da avaliação da capacidade funcional dos
idosos de acordo com o paradigma da capacidade funcional proposto pela PNSPI,
pois a mesma pode indicar complicações futuras relacionadas à saúde do idoso, tais
como incapacidade física, fragilidade, institucionalização e mortalidade precoce
(BRITO et al., 2013; SANTOS et al., 2013; HOEFELMANN et al., 2011).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
18
A avaliação da capacidade funcional necessita ser realizada de forma
interdisciplinar,
envolvendo
diferentes
profissionais
de
saúde.
Assim,
é
imprescindível que a equipe possa desenvolver ações que promovam o
redirecionamento da prática assistencial, na perspectiva de oferecerem um cuidado
em saúde de acordo com a sua realidade e principalmente voltado às necessidades
que os idosos apresentam, para que tenha um cuidado efetivo na aplicação de
tecnologias e na promoção da saúde (SANTOS; GRIEP, 2013). O idoso é
considerado ativo quando consegue realizar suas atividades cotidianas e seus
papéis sociais, mesmo com a presença de patologias.
Em 2013, a participação relativa dos idosos de 60 anos ou mais de idade foi
de 13,0% da população total. O aumento do grupo de pessoas com 60 anos ou mais
de idade é acentuado, as previsões indicam 15,7% em 2024 e 33,7% em 2060, ou
seja, um aumento de 18 pontos percentuais (IBGE, 2014). O grupo de idosos de 60
anos ou mais de idade será maior do que o grupo de crianças com até 14 anos de
idade após 2030, e em 2055 a participação de idosos na população total será maior
do que a de crianças e jovens com até 29 anos de idade (IBGE, 2013).
Na Região Norte a proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade revela
em 2013 o percentual de 8,8%, enquanto que o Pará apresentou 9,5% da sua
população composta por pessoas desta faixa etária. A região metropolitana de
Belém apresentou o total de 10,7%. Em relação às faixas etárias na velhice, os
idosos com idade a partir de 80 anos representam 13,8% da população idosa
brasileira. Quanto aos dados da região amazônica desta faixa etária, o Norte
apresentou o total de 1,1% de pessoas longevas enquanto que o Pará, 1,2%, e a
região metropolitana de Belém, 1,4% (IBGE, 2014).
De acordo com a distribuição da população total projetada de idosos de 80
anos ou mais, no Brasil em 2020 a estimativa é 1,9% da população, enquanto que
em 2060 a previsão é de 8,8%, configurando um aumento cada vez mais expressivo
dos idosos longevos (IBGE, 2013).
Uma grande parcela dos idosos longevos é portadora de doenças ou
disfunções orgânicas que, na maioria das vezes, não estão associadas à limitação
das atividades ou à restrição da participação social. Assim, mesmo com doenças, o
idoso pode continuar desempenhando os papéis sociais. O foco da saúde está
estritamente relacionado à funcionalidade global do indivíduo, definida como a
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
19
capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. A pessoa é considerada
saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha, de forma
independente e autônoma, mesmo que sofra de doenças (MORAES, 2009).
1.2 Justificativa
A prestação de serviços de saúde aos idosos acima de 80 anos nos níveis
primário, secundário e terciário é um dos grandes desafios Nesta faixa etária, são
diversas as peculiaridades demandadas, como, por exemplo: consultas frequentes,
cuidados permanentes, medicações de uso contínuo e exames periódicos. Para os
gestores de saúde, a falta de profissionais, estrutura física e recursos para prestar
atendimento a esta população gera transtornos e repercussões para toda a
sociedade. Torna-se importante salientar que estudos relacionados aos idosos
longevos ainda são incipientes (WILLIG,2012; BETIOLLI, 2012; VERAS, 2009).
Para identificar a relevância e contribuições que esta pesquisa poderá trazer,
buscou-se conhecer o estado da arte envolvendo o objeto de estudo do tema
proposto.
A exploração dos artigos científicos foi realizada nas seguintes bases de
dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde/ Biblioteca
Virtual em Saúde (LILACS/BVS), Medical LiteratureAnalysisandRetrievalSystem
Online /Biblioteca Virtual em Saúde (MEDLINE/BVS) e Scientific Eletronic Library
Online (SciELO)/ Biblioteca Virtual em Saúde (Scielo/BVS). Os artigos na integra
foram obtidos por meio eletrônico.
O Descritor em Ciências da Saúde (DeCS) disponível sobre idosos longevos
é: “Idoso de 80 Anos ou mais”. O termo capacidade funcional não é considerado um
descritor pelo DeCS. Optou-se por realizar a busca por meio de palavras-chave
como, por exemplo: atividades cotidianas, pela inexistência do termo “capacidade
funcional” como descritor. Foram realizadas as combinações descritas a seguir:
idoso de 80 anos ou mais e funcionalidade; idoso de 80 anos ou mais e capacidade
funcional; idoso de 80 anos ou mais e atividade cotidianas; idoso longevo; idoso
longevo e funcionalidade; idoso longevo e capacidade funcional; idoso longevo e
atividades cotidianas.
Adotou-se como critério de inclusão: artigos publicados em português, inglês
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
20
e espanhol no período de 2001 a 2014 e com disponibilização online do texto
completo. Os artigos foram pré-selecionados no período de 14 anos devido às
principais políticas na área terem sido promulgadas neste período. Como critério de
exclusão, não foram utilizados artigos que não focalizaram o seu objeto de estudo,
na capacidade funcional do idoso longevo. Assim, utilizando-se as combinações
obteve-se um quantitativo de 292 estudos envolvendo a produção científica de todas
as categorias profissionais da área da saúde.
Aplicando-se os critérios de inclusão, foram pré-selecionados 159 artigos, e
entre esses,11 estudos encontravam-se repetidos em outra base de dados, restando
148 artigos. Após a leitura dos resumos e aplicação dos critérios de exclusão
obteve-se a amostra de cinco artigos sobre o tema em questão conforme o Quadro
01 (Apêndice 01).
Para catalogação e posterior análise dos artigos, utilizou-se um instrumento
validado por Ursi (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Foram extraídas do
instrumento as seguintes informações: ano e região de publicação, modalidade, local
da coleta de dados, características metodológicas, objetivos, amostra e nível de
evidência.
Estudos específicos da enfermagem relacionados a capacidade funcional de
idosos longevos ainda são escassos no Brasil, sendo confirmado por alguns estudos
elaborados em nosso país elucidando esta questão (LENARDT; CARNEIRO, 2013;
BETIOLI, 2012; MENEZES; LOPES, 2012).
Na literatura estrangeira a busca foi realizada por meiodo portal de periódicos
da CAPES/MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior/Ministério
da
Educação
e
Cultura)
com
acesso
autorizado
pela
Universidade Federal do Pará.
O Portal de Periódicos reúne em um único espaço virtual as melhores
publicações do mundo. Ele conta com um acervo de mais de 36 mil títulos com texto
completo, 130 bases referenciais, 12 bases dedicadas exclusivamente a patentes,
além de livros, enciclopédias e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e
conteúdo audiovisual (CAPES, 2014).
A busca foi realizada por meio dos mesmos descritores e palavras-chave
utilizadas no levantamento em bases brasileiras, porém os termos foram
pesquisados em inglês, visto que o objetivo era ter acesso às publicações
estrangeiras. Inicialmente obteve-se o total de 314 publicações estrangeiras. Após a
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
21
leitura dos resumos foram selecionados 26 estudos estrangeiros publicados em
periódicos de alto impacto nos últimos 10 anos, conforme o Quadro 02 (Apêndice
02).
Por meio da busca em bases de dados estrangeiras, observou-se um
quantitativo maior de estudos, quando comparado à busca em bases brasileiras,
mas, independente do quantitativo, correlacionando a outros temas de interesse
envolvendo idosos, notou-se que publicações sobre idosos longevos e sua
capacidade funcional ainda são incipientes em nível mundial, brasileiro e local, o que
justifica ainda mais a relevância deste estudo.
Com base nas lacunas existentes no conhecimento, sobretudo em nossa
realidade, tal lacuna caracteriza-se como um aspecto que dará relevância à
divulgação deste estudo e às contribuições que poderá trazer para a ciência e
principalmente na enfermagem gerontológica, no incentivo de novas pesquisas
sobre o tema cujos resultados poderão subsidiar ações cuidativas para essa
população.
Este estudo trará subsídios para estruturação do Programa Saúde do Idoso
no local escolhido para a pesquisa, visto que o mesmo ainda não funciona em
conformidade ao que é estabelecido pela PNSPI.
1.3 Contextualização do problema da pesquisa
1.3.1 Da experiência docente e familiar à definição do tema
O interesse por estudar este tema surgiu a partir da experiência no
atendimento ao idoso como docente, suscitando motivos para o desenvolvimento
desta pesquisa, pois as observações diárias de atendimento instigaram a
necessidade de investigar sobre a avaliação da capacidade funcional dos idosos,
especificamente dos longevos, aliando-se ao fato de o local escolhido para esta
pesquisa não possuir o Programa de Saúde do Idoso estruturado. Esse panorama
não se apresenta somente aqui na Região Norte, mas traz um retrato também
nacional, como dito a seguir: em nosso país ainda existe a incipiência na pesquisa
envolvendo pessoas longevas (LENARDT; CARNEIRO, 2013; BETIOLI, 2012;
MENEZES; LOPES, 2012).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
22
A vivência familiar da pesquisadora com avós longevos também foi um fator
primordial para o engajamento na elaboração deste estudo, visto que influenciou
diretamente no olhar mais sensível às peculiaridades dos idosos com idade a partir
de 80 anos. Os resultados desta pesquisa poderão vir a contribuir com o
planejamento de ações individuais com respeito às peculiaridades dos idosos
longevos.
Nos últimos anos, o Brasil vem apresentando um novo padrão demográfico
que se caracteriza pela redução da taxa de crescimento populacional e por
transformações profundas na composição de sua estrutura etária, com um
significativo aumento do contingente de idosos. Estas modificações, por seu turno,
têm imprimido importantes mudanças também no perfil epidemiológico da
população, com alterações relevantes nos indicadores de morbimortalidade (IBGE,
2014), além das implicações para a funcionalidade, sobretudo dos mais longevos.
Esse panorama demográfico pode ser observado nas modificações da estrutura da
pirâmide etária projetada para 2050 (Figura 01):
Figura 01: População de 80 anos ou mais de idade, por sexo
Fonte: IBGE (Síntese de Indicadores Sociais - SIS, 2009).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
23
Tem se tornado preocupação a aplicação de procedimentos tecnológicos na
avaliação da saúde dos idosos, entre eles, a avaliação da capacidade funcional,
sobretudo dos que alcançam idades mais elevadas, ou seja, acima de 80 anos,
devido ao impacto dela na saúde e, portanto, em que se conhecer o padrão
funcional dessa população é imperioso. Essa nova demanda de cuidados e recursos
pode ser observada no relatório dos indicadores sociais e da saúde (Figura 02).
Figura 02: Distribuição percentual da população projetada, por grupos de idade – Brasil – 2020/2060
Fonte: IBGE (SIS, 2013p. 21).
Assim,
Os cuidados com a saúde do idoso exigem investimentos em recursos
físicos, medicamentos, pessoal capacitado e procedimentos tecnológicos.
As doenças crônicas não transmissíveis, que já são um dos maiores
problemas de saúde no mundo, exigem atenção permanente e tratamentos
diferenciados: a hipertensão arterial e a diabetes têm sido alvos de
programas de saúde pública, no entanto, outras doenças crônicas não
transmissíveis frequentes como a artrite/artrose e a depressão merecem ser
tratadas também como um problema de saúde coletiva. Diante desse
quadro, o desafio colocado para as políticas públicas, quanto ao
envelhecimento da população, compreende um aumento do fornecimento
de serviços e de benefícios, que possibilitem uma vida longa e de
qualidade, com saúde e dignidade (SIS, 2013, p.216) Grifo da autora
O aumento do número de idosos em todo o mundo desperta preocupações
para os governos, visto que esta situação pode acarretar uma maior utilização do
sistema de saúde, devido ao aumento da longevidade e ao aparecimento das
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
24
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), o que se configura como um dos
grandes desafios para a saúde pública (SANTOS et al., 2012). Esse grupo de
idosos, pelo próprio processo de envelhecimento, apresenta comorbidades
(LOURENÇO et al., 2012; GUIMARÃES et al., 2011).
Sobre os idosos longevos, quando se fala em envelhecimento ativo é
importante citar alguns aspectos peculiares como: saúde física e mental,
independência para atividades cotidianas, suporte familiar, integração social. O
envelhecimento comporta um período muito longo, no qual as fragilidades e
limitações tendem a aumentar com o passar dos anos, o que vai diferenciar um
idoso jovem de um longevo. É fato que o idoso longevo apresenta uma maior
predisposição para o desenvolvimento de patologias e comprometimento da
funcionalidade, quando comparado aos mais jovens (MENEZES, 2009). Porém as
características deste idoso são influenciadas pela forma como o mesmo vivenciou os
aspectos que podem interferir na sua senescência, durante todo o seu ciclo de vida.
Assim, admitiu-se como questão de pesquisa: Existe a possibilidade de os
idosos amazônidas atendidos em uma unidade básica de saúde pública de
Belém/PA, mesmo em idade avançada e com alterações fisiológicas presentes,
manterem e preservarem sua capacidade funcional para realizar as atividades
cotidianas?
Definiram-se como hipóteses para este estudo:
H0: Idosos longevos não apresentam nenhum comprometimento de sua
capacidade funcionalpara realização de atividades cotidianas.
H1: Idosos longevos apresentam comprometimento parcial da sua capacidade
funcional para realização de atividades cotidianas.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
25
1.4 Objetivos
1.4.1 – Objetivo geral
•
Avaliar a capacidade funcional de idosos longevos amazônidas cadastrados
em uma Unidade Básica de Saúde do SUS na cidade de Belém- Pará.
1.4.2 – Objetivos específicos
•
Identificar o perfil socioeconômico, demográfico e condições epidemiológicas
e da saúde dos idosos longevos;
•
Verificar a capacidade funcional do idoso longevo segundo a Medida de
Independência Funcional (MIF) motora;
•
Associar a capacidade funcional do idoso longevo com o sexo e faixa etária.
26
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA
Este capítulo comporta a revisão de literaturae traz como tema o
envelhecimento humano e capacidade funcional, o idoso longevo e as implicações
para formação de recursos humanos, sobretudo na enfermagem, e envelhecimento
e as contribuições da enfermagem gerontogeriátrica, destacando as tendências dos
estudos realizados envolvendo estas temáticas.
2.1 Envelhecimento Humano e Capacidade Funcional
O mundo está passando por um intenso processo de transição demográfica
que é caracterizado por um aumento significativo de pessoas de 60 anos ou mais. O
mundo está envelhecendo. Sobre esse contexto o conhecimento e o desejo de
compreender o envelhecimento são de interesse para os seres humanos desde os
tempos antigos. Filósofos da antiguidade estavam preocupados com a questão da
senescência e a preparação para a velhice. Platão e Cícero expressaram em suas
obras em forma de pensamentos estas preocupações (BARRIOS et al., 2012).
Desde os anos de 1970, no Brasil, se verifica um acentuado crescimento do
número de pessoas na faixa de 60 anos e mais (SANTOS, 2011). Estimativas
descrevem que, em 2025, o Brasil ocupará o sexto lugar no quantitativo de idosos,
alcançando cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (MORAES, 2012;
OLIVEIRA, 2010; MENEZES; LOPES, 2009). Em 2050, as crianças de 0 a 14 anos
representarão 13,15%, ao passo que a população idosa alcançará os 22,71% da
população total (SANTOS; GRIEP, 2013;).
Envelhecer
de
forma
bem-sucedida
implica
em
risco
baixo
para
incapacidades e doenças, assim com uma boa saúde mental. A mudança no perfil
demográfico da população reflete modificações intensas no perfil epidemiológico,
uma vez que as doenças transmissíveis que antes faziam parte do cenário
saúde/doença como as mais prevalentes, agora começam a disputar espaço com as
DCNTs (CALDAS, 2006).
Estas mudanças epidemiológicas aguçam o surgimento de novas demandas
de saúde, como a epidemia de doenças crônicas e as incapacidades funcionais que
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
27
demandam consequentemente uma maior e mais prologada procura pelos serviços
de saúde (MORAES, 2012; SANTOS, 2011; DAMY, 2010; OLIVEIRA, 2010; VERAS,
2009).
Logo, o conceito de saúde necessita estar claro, principalmente quando
relacionado à saúde do idoso. Estudos definem a saúde como uma medida da
capacidade de realização de aspirações e da satisfação das necessidades e não
simplesmente como a ausência de doenças. Uma grande parcela dos idosos é
portadora de doenças ou disfunções orgânicas que, na maioria das vezes, não estão
associadas à limitação das atividades ou à restrição da participação social (DAMY,
2010; MORAES, 2012; VERAS, 2009).
A PNSPI apresenta como finalidade primordial a necessidade de promover,
manter e recuperar a autonomia e independência de pessoas de 60 anos ou mais
por meio de medidas individuais e coletivas em consonância com os princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2006).
Para manutenção da capacidade funcional é primordial o estabelecimento de
ações preventivas, pois de acordo com as diretrizes básicas da PNSPI (BRASIL,
2006) torna-se nítido perceber a preocupação com ações que vislumbrem o
envelhecimento ativo, objetivando manter e melhorar ao máximo a capacidade
funcional dos idosos, prevenindo doenças, promovendo recuperação da saúde dos
que adoecem, e reabilitando os que venham a ter a sua capacidade funcional
restringida (VERAS, 2009; MENEZES; LOPES, 2009).
Constituem-se como diretrizes da PNSPI: a) promoção do envelhecimento
ativo e saudável; b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; c) estímulo
às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; d) provimento de
recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; e)
estímulo à participação e fortalecimento do controle social; f) formação e educação
permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa;
g) divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; h) promoção de
cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa
idosa; i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (VERAS, 2009;BRASIL,
2006).
A avaliação da funcionalidade necessita incluir testes ou escalas apropriadas.
Foram desenvolvidas várias escalas específicas para avaliação do idoso e a escolha
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
28
do instrumento baseia-se na simplicidade, rapidez, portabilidade e fidedignidade dos
resultados. Todas apresentam vantagens e desvantagens e necessitam ser
utilizadas como indicadores da presença de incapacidades (MORAES, 2010).
Para que a autonomia e a independência estejam preservadas é importante
atentar para o funcionamento adequado dos sistemas corporais relacionados a
cognição, mobilidade, humor e comunicação, conforme representado pela Figura 03.
Figura 03: Saúde e funcionalidade
Fonte MORAES, 2012, p.13
A funcionalidade global é o ponto de partida para a avaliação da saúde do
idoso e necessita ser realizada de forma criteriosa e detalhada, atentando que, caso
seja necessário, devem-se utilizar informantes, familiares ou não, desde que tenham
um contato próximo ao idoso e assim sejam capazes de detalhar o desempenho das
atividades de vida diária do mesmo. Presença de declínio funcional não pode ser
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
29
atribuída ao envelhecimento normal e sim às incapacidades mais frequentes no
idoso (MORAES, 2012).
2.2 O idoso longevo e as implicações para a formação de Recursos Humanos
O mundo e o Brasil estão envelhecendo e isto já é um fato confirmado. Outro
aspecto que chama a atenção neste processo do envelhecimento é o aumento
gradativo de idosos de 80 anos ou mais, denominado ainda de longevos,
octogenários, mais velhos, muito idosos, mais idosos (LENARDT; CARNEIRO, 2013;
BRITO et al., 2013; BETIOLI, 2012; LOURENÇO et al., 2012; TALLMANN, 2011).
Em se tratando de dados populacionais sobre os idosos longevos, essa
população aumentou de 600 mil em 1980 para 1,6 milhão no ano 2000. Nos dez
anos seguintes, o crescimento desse segmento etário foi bastante significativo –
aproximadamente três milhões. Com este quantitativo de longevos no Brasil,
descreve-se que as projeções para esses idosos são de nove milhões no ano de
2020 e 14 milhões em 2040 (BETIOLI, 2012).
Os idosos longevos apresentam características fisiológicas, psicológicas,
sociais e econômicas particulares e esta situação ocasiona diferenças significativas
nesta faixa etária. Tais diferenças são peculiares de cada indivíduo, considerando
seu contexto social e cultural (LOURENÇO et al., 2012).
Na continuidade do processo fisiológico após os 80 anos de idade, se
percebe uma diminuição na capacidade funcional e cognitiva, direcionando ao que
pode ser denominado de envelhecimento longevo (LOURENÇO et al., 2012;
KARLAMANGLA et al.,2009).
Os idosos longevos apresentam uma heterogeneidade significativa quando
comparados aos idosos mais jovens, isto relacionando ao grau de dependência que
nesta faixa
etária apresenta variações de
independentes a
dependentes
(TALLMANN, 2011).
Sobre esse aspecto, estudos descrevem um número de publicações ainda
reduzidas, principalmente no Brasil, relacionadas ao idoso longevo, fato este que
demonstra a necessidade premente de aumento de publicações envolvendo esta
temática (LENARDT; CARNEIRO, 2013; BETIOLI, 2012; MENEZES; LOPES, 2012).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
30
A necessidade de ampliação de conhecimentos na área da atenção à saúde
do idoso longevo, especificamente, é primordial, pois este tem sido o segmento
populacional que mais cresce no Brasil (MENEZES; LOPES, 2009)
Nos próximos 30 anos, o aumento de pessoas muito idosas irá resultar em
um maior número absoluto de idosos fragilizados, apesar de haver redução no
número de idosos fragilizados, devido às ações de promoção à saúde e prevenção
de doenças (MENEZES; LOPES, 2012).
Estudos realizados sobre independência descrevem um aumento da parcela
de idosos com comprometimentos incapacitantes. Com o passar dos anos a
tendência é apresentar um aumento de dependência. E, tratando-se de idosos mais
velhos, os mesmos podem ser mais dependentes que os mais jovens (LENARDT; &
CARNEIRO, 2013; MENEZES; LOPES, 2009).
Além da prevalência das DCNTs na velhice, e o aumento das incapacidades,
denominado de envelhecimento funcional, pode-se dizer que com o passar dos anos
o envelhecimento diminui a capacidade funcional do indivíduo (LENARDT;
CARNEIRO, 2013; BRITO et al., 2013).
Estudos envolvendo capacidade funcional são válidos para o entendimento de
como as pessoas vivem os anos de vida ganhos com o aumento da longevidade. É
um conceito útil para avaliar a saúde dos idosos e o impacto na vida cotidiana. A
partir disso, é evidente a relevância de estudos que auxiliem no conhecimento das
alterações presentes nestes grupos (SANTOS et al., 2012).
De acordo com toda as modificações vivenciadas na transição demográfica e
epidemiológica percebida atualmente, elucida-se que a mesma promove grandes
desafios para os profissionais de saúde, trazendo importantes consequências para a
educação profissional no que tange ao processo do envelhecimento.
A PNSPI apresenta duas diretrizes que elucidam a necessidade de preparo
para atuação na área da geriatria e gerontologia, a saber: formação e educação
permanente dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) na área
de saúde da pessoa idosa e divulgação e informação sobre aPNSPI para
profissionais de saúde (BRASIL, 2006), ratificando dessa forma que para atuar com
esta população é primordial a realização de capacitações.
No cotidiano dos serviços de saúde, é possível observar a carência ou a
dificuldade de habilidades para avaliação da capacidade funcional, assim como é
possível afirmar que evidências indicam que os profissionais de saúde apresentam
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
31
dificuldades para identificação e intervenção nas síndromes geriátricas, porém
apresentam abordagem correta de problemas clínicos isolados (MOTA; AGUIAR,
2007).
A interdisciplinaridade e a intersetorialidade são eixos importantíssimos para
uma prestação de cuidado integral ao idoso, atendendo assim suas peculiaridades
mais íntimas e fornecendo uma assistência integral de acordo com os princípios do
Sistema Único de Saúde. Uma equipe profissional qualificada, com ética e
humanização, pode proporcionar ao idoso chances para uma melhor qualidade de
vida (HOEPERS et al., 2013).
Desenvolver práticas interdisciplinares incide na revisão de legislações
profissionais, bem como na flexibilização de papéis sociais, contribuindo para
ampliação das práticas na formação dos profissionais de saúde, e dessa forma
ajudando na prestação de serviços com maior qualidade para o idoso (MOTA;
AGUIAR, 2007).
2.3 Envelhecimento e as contribuições da Enfermagem Gerontogeriátrica
Com o mundo envelhecendo, as práticas de saúde necessitam estar
arraigadas em uma prestação de cuidados que atenda às necessidades desta nova
parcela da população: os idosos (CALDAS, 2006).
A velhice é uma fase da vida que requer cuidados diferenciados devido às
peculiaridades apresentadas. Neste contexto, a enfermagem gerontogeriátrica é
uma especialidade da enfermagem fundamentada nos conhecimentos que envolvem
a enfermagem, geriatria e gerontologia, com foco no cuidado à pessoa idosa
(GONÇALVES; ALVAREZ; SANTOS, 2012).
A enfermagem gerontogeriátrica é uma especialidade em ascendência no
Brasil, a qual vem se organizando e estruturando uma gama de conhecimentos
específicos, atrelados às habilidades práticas direcionadas, acumuladas pela
experiência. A terminologia “enfermagem gerontogeriátrica” foi adotada neste
estudo, pois está em conformidade com a mesma adotada nas oitos Jornadas
Brasileiras de Enfermagem Geriátrica e Gerontológica, já levadas a termo no Brasil
(GONÇALVES; ALVAREZ; SANTOS, 2012).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
32
A Jornada Brasileira de Enfermagem Geriátrica e Gerontológica configura um
evento de grande importância envolvendo a temática, no âmbito nacional. Foi
através da VIII Jornada que consolidou-se a criação do Departamento Científico de
Enfermagem Gerontológica na Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), uma
valiosa conquista para a enfermagem gerontogeriátrica brasileira (GONÇALVES;
ALVAREZ; SANTOS, 2012).
Os cuidados relacionam-se com a enfermagem gerontogeriátrica, a qual
caracteriza-se por um campo do conhecimento que incorpora aos conhecimentos
específicos da enfermagem, os relacionados ao processo de envelhecer, para
estabelecer, junto ao idoso e ao ambiente no qual está inserido, condições que
viabilizem envelhecer de forma saudável, maximizando sua autonomia e
independência, promovendo conforto, assim como também facilitando diagnósticos,
tratamento de condições crônicas, entre outros (TALLMAN, 2011).
A prática do cuidado na enfermagem gerontogeriátrica é visualizada a partir
da vinculação ao processo do cuidar em enfermagem integral, orientando esta
pessoa idosa em seu contexto cotidiano (GONÇALVES; ALVAREZ; SANTOS,
2012).
O enfermeiro desempenha um papel de grande importância na prestação de
cuidados ao idoso por meio de estratégias de promoção à saúde, prevenção de
doenças, agravos e reabilitação. Na equipe de saúde o enfermeiro necessita atentar
para a capacidade funcional e atendimento do idoso, estando pautado no
conhecimento gerontológico, o que irá contribuir significativamente para a prestação
de cuidado de acordo com as peculiaridades deste público (LOURENÇO et al.,
2012).
A atenção primária em saúde desempenha um papel importantíssimo na
atenção à saúde do idoso. O enfermeiro que atua neste nível de atenção à saúde
geralmente possui contato direto com o idoso, realizando um acompanhamento
longitudinal, e isso ocasionará benefícios significativos para esta parcela da
população (BETIOLLI, 2012).
O enfermeiro tem um importante papel e a enfermagem destaca-se como
profissão, pois é capaz de utilizar abordagens contextualizadas e individuais,
realizando uma promoção à saúde integral, considerando ainda as múltiplas
dimensões que ocorrem no processo do envelhecimento, o que irá contribuir para o
aprimoramento das práticas em saúde dos idosos (TALLMANN, 2011).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
33
O enfermeiro necessita realizar cotidianamente um trabalho diferenciado,
pautado nas necessidades do idoso, fazendo uma ponte entre a subjetividade do
indivíduo e objetividade da prática assistencial, conforme nos descreve o estudo:
A promoção do cuidado gerontológico de enfermagem deve se concretizar,
sem que esteja somente submetida à cura, mas sim valorize o tratamento
com as pessoas, o 'cuidado digno', partilhando e interagindo para alcançar o
bem viver. Isto exige dos profissionais o estímulo à compreensão
abrangente com a definição dos limites e atuações da própria profissão, de
forma a promover não somente o cuidado e o profissional, mas todo o
contexto envolvido no processo. (HAMMERSCHMIDT; BORGHI; LENARDT,
2006, p. 115).
A transição etária que está ocorrendo dentro do grupo das pessoas idosas,
sendo caracterizada por um aumento significativo de pessoas de longevas, desafia o
enfermeiro para prestação de cuidados neste novo segmento (MENEZES; LOPES,
2009).
A produção acadêmica de enfermagem na área do idoso longevo necessita
de uma maior visibilidade. O que se torna primordial pois a partir do momento em
que ocorre a agregação dos resultados na produção acadêmica no contexto da
prática de atendimento ao idoso, isso com certeza refletirá na qualidade dos serviços
prestados. A necessidade de um olhar diferenciado para a assistência e um
redirecionamento da prática em saúde são fundamentais para a avalição do cuidado
de forma integral (MENEZES; LOPES, 2009).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
34
CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de estudo epidemiológico, transversal, analítico. É um método de
análise de dados em um grupo de indivíduos selecionados aletoriamente, sendo um
recorte da realidade. O estudo é delineado para possibilitar o diagnóstico imediato
de determinada situação característica de uma população, como qualidade de
saúde, por exemplo, com base na avaliação individual do estado de saúde de cada
um dos seus membros (FONTELLES, 2012; KLEIN; BLOCK 2005).
No estudo transversal, as variáveis são identificadas num ponto no tempo e
as relações entre as mesmas são determinadas. Este tipo de pesquisa é indicado
quando pouco se sabe sobre um fenômeno em particular (SOUSA; DRIESSNACK;
MENDES, 2007).
3.2 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada na Unidade Municipal de Saúde (UMS) localizada no
Bairro do Guamá no Município de Belém/Pará, devido a esta Unidade de Saúde
fazer parte do meu cotidiano profissional como campo de aulas práticas da
Universidade Federal do Pará, ao qual estou vinculada como docente.
O bairro do Guamá está localizado na extremidade sul do Município de
Belém. Fica à margem do rio Guamá e apresenta como bairros adjacentes Canudos,
Terra Firme, São Braz, Cremação e Condor. Sua área urbana é de 4.127.78 km2 e
faz parte do Distrito Administrativo do Guamá (DAGUA), composto por 11 bairros,
conforme o anexo 01 (DIAS Jr., 2009).
No ano de 2000, o Guamá ganhou o status do bairro mais populoso de
Belém, representando na época 7,9% do total de habitantes de Belém. De acordo
com o anuário de Belém (2012), a população do bairro é de 94.610 habitantes.
Em relação ao quantitativo de idosos de 80 anos ou mais o bairro apresentou
2.426 idosos, o que correspondia na época a 2,5% da população, sendo
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
35
considerado um dos bairros de Belém com maior concentração de pessoas nesta
faixa etária (BELÉM, 2012).
3.3 População e procedimentos de amostragem
Para identificação da população de referência para o estudo, inicialmente foi
realizado um levantamento no período de janeiro a fevereiro de 2014 nos arquivos
da Unidade de Saúde para obtenção do total da população acima de 60 anos
cadastrados na referida unidade. Utilizarem-se como bases de dados para
levantamento os programas Hiperdia (Sistema de cadastro e acompanhamento de
Hipertensos e Diabéticos) e Saúde do Idoso, o último ainda em processo inicial de
estruturação. Obteve-se o total de 1.210 idosos cadastrados.
Entre esses idosos cadastrados, 187 idosos tinham idade igual ou superior a
80 anos. A partir dessa subamostra foi realizado o cálculo amostral pela fórmula
destinada para populações finitas, conforme demonstrado abaixo, de onde obtevese a amostra inicial, que foi de 127 idosos. Considerou-se o nível α de 5% e p valor
≤ 0,05% (FONTELLES, 2012).
n=N x n0 onde N0= 1/E2
N+n0
Em que se tem:
n= tamanho da amostra desejada
N= Tamanho da população de referência
n0= primeiro valor aproximado do tamanho da amostra
E0= nível alfa estabelecido (margem de erro)
Adotou-se como critérios de inclusão para a amostra da população deste
estudo: idosos de 80 anos ou mais, de ambos os sexos, cadastrados na Unidade
Municipal de Saúde do Guamá.Para melhor entendimento do delineamento
amostral, apresenta-se um fluxograma abaixo, que contempla todas as etapas da
amostragem (Figura 04).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
36
Figura 04 – Diagrama do Delineamento amostral
Fonte: Construído pela autora, 2015.
O quantitativo de 11 (8,6%) perdas na amostra justifica-se pela recusa dos
idosos em participarem do estudo.
3.4 Coleta de dados
Para realização da coleta de dados foi elaborado um formulário estruturado
contemplando
as
variáveis
de
interesse
para
o
estudo,
entre
elas
as
sociodemográficas e econômicas (idade, sexo, procedência, estado civil, anos de
estudo, renda mensal, trabalho, coabitação e número de filhos). Para investigação
das condições epidemiológicas e de saúde foram pesquisadas as doenças préexistentes ou comorbidades, uso de álcool e cigarro, presença de quedas, atividade
física e lazer.
Para o rastreamento da função cognitiva (screening cognitivo) foi utilizado o
Mini Exame do Estado Mental (MEEM), o qual foi desenvolvido por Folstein et al.
em1975 e validado no Brasil por Bertolucci et al., em 1994. O referido teste possui
11 itens, agrupados em sete categorias: orientação temporal, orientação espacial,
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
37
registro de três palavras, atenção e cálculo, lembrança das três palavras, linguagem
e capacidade construtiva visual. A pontuação é de zero a 30. As notas de corte
sugeridas para este estudo são: Analfabetos = 19; 1 a 3 anos de escolaridade = 23;
4 a 7 anos de escolaridade = 24; > 7 anos de escolaridade = 28 (BRASIL,2007).
Optou-se pelo MEEM para compor a função cognitiva da avaliação funcional, pois a
que foi proposta na MIF (Medida de Independência Funcional) é de caráter subjetivo.
Para avaliação da capacidade funcional utilizou-se a MIF, a qual foi traduzida
e adaptada para o Brasil em 2000 (RIBERTO et al., 2001). A Medida da
Independência Funcional (MIF) ou Functional Independence Measure (FIM) teve
origem nos anos de 1980 e foi desenvolvida nos Estados Unidos para avaliação de
pessoas em processo de reabilitação (HOERPERS et al., 2013).
A MIF avalia o desempenho da funcionalidade (independência funcional) de
uma pessoa idosa a partir da realização de um conjunto de 18 tarefas
(funcionalidade motora e cognitiva), as quais referem-se às subescalas ou domínios
denominados de autocuidado, controle esfíncteriano, transferências, locomoção,
comunicação e cognição social. Isso permite quantificar de forma objetiva a
necessidade de ajuda ou a independência do idoso, dando subsídios para o
planejamento terapêutico singular. Nas tarefas avaliadas pela MIF cada item pode
ser classificado em uma escala de graus de dependência de 7 níveis, sendo o valor
1 correspondente à dependência total e o valor 7 à independência completa, ou seja,
correspondente à normalidade na realização de tarefas de forma independente.
Desse modo, o escore da MIF TOTAL (incluindo a parte motora e cognitiva) pode
variar de 18 (totalmente dependente) a 126 (completamente independente)
(LENARDT; CARNEIRO, 2013; LOURENÇO, 2011). Essa classificação da
funcionalidade encontra-se demonstrada no Quadro 03 a seguir:
Quadro 03 – Esquema de classificação da Medida de Independência funcional (MIF)
INDEPENDÊNCIA (SEM AJUDA)
Não é necessária a ajuda de outra
pessoa para realizar atividades.
7. INDEPENDÊNCIA COMPLETA
Todas
as
tarefas
descritas
que
constituem a atividade em questão são
realizadas
em
segurança,
sem
modificação, sem ajuda técnica e em
38
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
tempo razoável.
6. INDEPENDÊNCIA MODIFICADA
A atividade requer uma ajuda técnica,
adaptação, prótese ou órtese, um
tempo
de
realização
demasiado
elevado, ou não pode ser realizada em
condições de segurança suficientes.
DEPENDENTE (COM AJUDA)
É
necessária
outra
pessoa
para
supervisão ou ajuda física, sem esta, a
atividade não pode ser realizada.
5. SUPERVISÃO OU PREPARAÇÃO A pessoa só necessita de um controle,
ou uma presença, ou uma sugestão, ou
um encorajamento, sem contato físico.
Ou ainda o ajudante (a ajuda) arranja
ou prepara os objetos necessários ou
coloca-lhe a órtese ou prótese (ajuda
técnica).
4. ASSISTÊNCIA MÍNIMA
O contato é puramente “tátil’, com uma
ajuda leve, a pessoa realiza a maior
parte do esforço.
3. ASSISTÊNCIA MODERADA
A pessoa requer mais que um contato
leve, uma ajuda moderada. Realiza um
pouco da metade do esforço requerido
para a atividade.
DEPENDÊNCIA COMPLETA
A pessoa efetua menos da metade do
esforço requerido para a atividade.
Uma
ajuda
máxima
ou
total
é
requerida, sem a qual a atividade não
pode ser realizada.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
2. ASSISTÊNCIA MÁXIMA
A
pessoa
metade
desenvolve
do
necessitando
menos
esforço
de
ajuda
39
da
requerido,
ampla
ou
máxima, mas ainda realiza algum
esforço que ajuda no desempenho da
atividade.
1. ASSISTÊNCIA TOTAL
A
pessoa
necessitando
efetua
de
esforço
ajuda
mínimo,
total
para
desempenhar as atividades.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa, 2007.
A MIF TOTAL pode ser utilizada em dois domínios, ou seja, a motora e
cognitiva. Porém, para este estudo optou-se por avaliar somente a MIF motora,
justificando-se que os itens avaliados no domínio cognitivo são de caráter subjetivo e
não comportam no objetivo deste estudo neste momento. Além disso, a MIF motora
faz parte do rol de medidas de avaliação da capacidade funcional recomendadas
pelos técnicos do Ministério da Saúde e consta no Caderno de Envelhecimento e
Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2007), sendo indicada sua aplicação na atenção
primária. Justifica-se, que para a avaliação cognitiva, preferiu-se utilizar um
instrumento com comparâmetros mais objetivos, como é o caso do MEEM.
Ainda sobre a MIF, se esclarece que o domínio de avaliação da função
MOTORA recebe uma pontuação que pode variar de13 a 91 pontos (SILVA et al.,
2015; MIRANDOLA, 2014; ROCHA et al., 2014;). O Quadro 04 representa os
domíniose tarefas da MIF motora com suas respectivas pontuações:
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Quadro 04 – Domínios e tarefas da MIF motora com suas respectivas pontuações
Níveis
7- Independência completa (em segurança, em
Sem ajuda
tempo normal)
6- Independência modificada (ajuda técnica)
Dependência modificada
Com Ajuda
5- Supervisão
4- Assistência mínima (indivíduo>=75%)
3- Assistência moderada (indivíduo >=50%)
2- Assistência máxima (indivíduo >=25%)
1- Assistência total (indivíduo>=0%)
DATA
Domínios e Tarefas
Pontuação
AUTOCUIDADOS
6-42 pontos
A
Alimentação
B
Higiene pessoal
C
Banho ( lavar o corpo todo)
D
Vestir-se acima do tronco
E
Vestir-se abaixo do tronco
F
Uso do vaso sanitário
CONTROLE DE ESFÍNCTERES
G
Controle de urina
H
Controle de fezes
MOBILIDADE ( transferências)
I
Leito, cadeira, cadeira de rodas
J
Vaso sanitário
K
Banheira ou chuveiro
LOCOMOÇÃO
L
Marcha
Cadeira de rodas
M
Escadas
TOTAL
Fonte: Mirandola, 2014.
2-14 pontos
3-21 pontos
2- 14 pontos
40
41
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
A MIF é utilizada para aplicação em faixas etárias definidas (RIBERTO et al.,
2004), neste caso, os idosos longevos, os quais são uma parcela da população
idosa exposta a maior risco de desenvolver perdas funcionais (SANTOS et al.,
2013).
Segundo o Caderno de Atenção à Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, a
avaliação dos domínios e tarefas da MIF motora devem ser pontuados de acordo
com as árvores de decisões (Anexo 04), que atuarão como guias para a
identificação do nível de independência/dependência avaliado.
Algumas observações necessitam ser consideradas para aplicação da MIF
motora: sempre que uma tarefa for preparada por outrem, o nível máximo de
avaliação é 5; não expor a pessoa idosa a riscos para testar alguns itens da escala,
considerar o valor 1; sempre que dois cuidadores forem necessários para execução
de uma tarefa, marcar 1; nunca deixar nenhum item sem marcar (BRASIL, 2007).
3.5 Análise de resultados
Para a análise dos dados deste estudo construiu-se um banco de dados
organizado no aplicativo SPSS (Statistical Package for the Social Science) for
Windows 20.0. Os dados digitados foram submetidos à dupla conferência para
garantir
a
confiabilidade
dos
resultados.
Para
o
tratamento
dos
dados
socioeconômicos e demográficos (variáveis quantitativas), realizaram-se análises
descritivas com medidas de posição e dispersão, e para as variáveis nominais,
categóricas ou ordinais aplicou-se o Teste Qui-Quadrado de Pearson.
3.6 Aspectos éticos
O estudo foi pautado na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde,
cujas diretrizes sobre pesquisa que envolve seres humanos asseguram direitos e
deveres da comunidade científica, e em especial dos participantes da pesquisa,
trazendo referências da bioética tais como autonomia, não maleficência,
beneficência, justiça e equidade, visando assegurar os direitos e deveres que dizem
respeito às mesmas. Dessa forma, se buscará atender aos referenciais básicos
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
42
éticos e científicos. Considerando a dignidade humana e pela proteção dos
participantes desta pesquisa que envolve seres humanos, foi elaborado o TCLE
(Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) conforme Apêndice 04.
O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe
após consentimento livre e esclarecido dos participantes, que por si manifestem a
sua anuência à participação na pesquisa. Os participantes do estudo foram
selecionados pela própria pesquisadora, pois a mesma é docente no local em que
aconteceu a coleta de dados.
O TCLE contendo o assunto e o objetivo da pesquisa foi entregue ao
participante para leitura até a compreensão e sua assinatura, para que o mesmo
tivesse ciência da seriedade da pesquisa, confidencialidade dos dados informados,
da não lucratividade da mesma e a garantia de desistência a qualquer momento
durante a coleta de dados. A coleta de dados aconteceu somente após a leitura e
assinatura do TCLE e o esclarecimento de qualquer dúvida sobre a pesquisa. Foram
assinadas duas vias do TCLE, ficando uma via com o participante.
Ratifica-se que, caso o participante da pesquisa não soubesse ler e escrever,
o mesmo consentiu a realização da coleta dos dados após a leitura do TCLE pelo
pesquisador, com a autorização do registro da polpa digital do participante no TCLE
em duas vias.
Riscos para os participantes e pesquisadores
Os riscos que poderiam ocorrer durante o estudo envolvendo os participantes
e pesquisador seriam mínimos. Porém destaca-se o risco de exposição de
privacidade dos participantes. Para contornar esse risco, as informações prestadas
pelos participantes do estudo foram coletadas em um ambiente reservado,
consultório específico, climatizado e com conforto, tomando-se medidas necessárias
para permanência no ambiente somente do entrevistador e entrevistado, de modo a
preservar sua identidade, bem como a liberdade de recusa na participação da
pesquisa e ainda de abandonar a qualquer instante a mesma, sem que isso lhe
trouxesse quaisquer tipos de prejuízo.
No decorrer na pesquisa foi utilizado um formulário (Apêndice 03) com
identificação somente numérica dos participantes, preservando a identidade civil dos
mesmos.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
43
As informações serão guardadas por cinco anos e depois incineradas pelo
pesquisador.
Quanto aos benefícios que o estudo poderá gerar a partir dos resultados
encontrados, ressaltam-se as ações de educação em saúde individuais e/ou
coletivas que poderão ser revistas para o melhor controle da saúde dos idosos,
principalmente os longevos. Assim como a Secretaria Municipal de Saúde do
Município de Belém será informada sobre os resultados do estudo, com isso
contribuindo para uma readequação da assistência deste perfil de idosos na Atenção
Primária à Saúde.
Destaca-se que para a minimização de qualquer dano eventual imediato ou
tardio, comprometendo o indivíduo ou a coletividade, a coleta de dados foirealizada
somente após a submissão à apreciação do projeto pelo Comitê de Ética em
Pesquisa, sistema CEP/CONEP da Universidade do Estado do Pará para análise de
danos imediatos ou posteriores, no plano individual ou coletivo dos participantes,
tendo como número de Parecer: 1.101.295, com data de 26 de maio de 2015(Anexo
06).
Ratifica-se ainda que foi solicitada a autorização da Secretaria Municipal de
Saúde (SESMA) de Belém/Pará (Anexo 05) para o desenvolvimento da pesquisa.
44
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
CAPÍTULO IV –APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados do estudo, organizados conforme a
ordem das variáveis analisadas, ou seja, as socioeconômicas, demográficas,
condições epidemiológicas de saúde, avaliação cognitiva, MIF e a relação da
mesma com o sexo e faixa etária, conforme demonstrado nas tabelas a seguir.
Tabela 1 – Perfil sociodemográfico dos idosos longevosque participaram do estudo.Belém/PA, 2015.
(n=116).
Variáveis
f
%
Feminino
Masculino
Idade (média=85,1; DP= 4,703±)
75
41
64,7
35,3
80-89
90-99
100 ou +
Estado civil
100
14
2
86,2
12,1
1,7
Sexo
56
Viúvo (a)
Casado (a) ou vive com alguém
41
Separado (a)
6
Solteiro (a)
13
Possui filhos?
113
Sim
Não
3
Com quem mora?
104
Familiares
Sozinho (a)
9
Outros
3
Procedência
76
Interior do estado
Belém
32
Outro estado
7
Outro país
1
Renda Mensal(SM)*
107
Até 1 SM
2 SM
8
> 3 -4 SM
1
Possui algum trabalho com renda?
107
Não
Sim
9
Anos de estudo
42
Analfabeto/Nunca estudou
< 1 ano de estudo
14
1 a 3 anos de estudo
39
4 a 8 anos
17
Mais 8 anos
4
Nota: Medidas em frequência e proporção. * Salário Mínimo (SM) = R$788,00
48,3
35,3
5,2
11,2
97,4
2,6
89,7
7,8
2,6
65,6
27,6
6,0
0,9
92,2
6,9
0,9
92,2
7,8
36,2
12,1
33,6
14,7
3,4
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
45
Segundo os dados demonstrados na Tabela 1, observa-se que a maior
proporção dos idosos longevos era do sexo feminino, em comparação com o
masculino da amostra analisada. A faixa etária predominate foi entre 80-89 anos, na
maioria os idosos eram viúvos, possuiam filhos, viviam com a família, eram
procedentes do interior do Estado do Pará, tinham renda mensal de até um salário
mínimo, não possuiam algum tipo de trabalho com renda e apresentavam baixa
escolaridade.
Tabela 2 – Distribuição das condições epidemiológicas de saúde dos idosos longevos. Belém/PA,
2015. (n=116).
Variáveis
Doenças mais prevalentes
Comorbidade
Hipertensão Arterial Sistêmica
Sem doenças
Outras doenças
Diabetes
Ex- fumante
Sim
Não
Ingestão de bebida alcóolica
Não
Sim
Atividade física
Não
Sim
Quedas nos últimos 12 meses
Não
Sim
Atividades de lazer
Ir à igreja
Assistir televisão
Não tem lazer
Conversar
Viajar
Passear
Brincar com os netos
Outros
Nota: Medidas em frequência e proporção
f
%
46
36
22
10
02
39,7
31,0
19,0
8,6
1,7
80
36
69,0
31,0
97
19
83,6
16,4
101
15
87,1
12,9
71
45
61,2
38,8
20
16
16
10
7
4
4
39
17,2
13,8
13,8
8,6
6,0
3,4
3,4
35,1
A tabela 2 estratifica as condições epidemiológicas e de saúde dos longevos
entrevistados. A maioria relatou possuir comorbidades, sendo a doença de base a
Hipertensão Arterial Sistêmica, eram ex fumantes, não utilizam bebida alcóolica, a
maioria não havia caído nos últimos 12 meses, eram sedentários e tinham algum
tipo de participação e/ou lazer.
46
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Tabela 3 – Distribuição da função cognitiva dos idosos longevos do estudo, segundo o ponto de corte
da escolaridade do Mini Exame do Estado Mental(MEEM) – Belém/PA, 2015, (n=116).
Escolaridade
28 a +
%
0
0
1
4,2
0
0
3
12,5
Analfabetos
< 1 ano
estudo
Pontuação MEEM
24 a 27
%
20 a 23
de
%
19 ou -
%
P*
15
30,6
26
72,2
0,000
7
14,3
4
11,1
22
49,9
1 a 3 anos
2
28,6
10
41,7
5
7
29,2
4 a 8 anos
5
71,4
4
8,2
1
Total
7
100
21
87,6
48
103
36
Nota: Medidas em proporção e teste Qui Quadrado de Pearson(p). * P valor ≤0,05
13,9
2,8
100
A Tabela 03 apresenta a pontuação no Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
relacionada com a escolaridade em anos de estudo. Observa-se, que quanto menor
a escolaridade, menor a pontuação no MEEM. As duas variáveis apresentaram
correlação (p valor ≤0,000).
Tabela 4- Distribuição do desempenho dos idosos longevos do estudo segundo os domínios da
MIFm (Medida de Independência Funcional Motora), Belém/PA, 2015 (n=116).
Domínios da MIFm
7
1,7
Níveis de Independência Funcional
%
6
5
4
3
2
86,2
0,0
6,9
0,9
2,6
1
1,7
Controle dos
Esfíncteres
38,8
44,8
0,0
6,0
5,2
0,9
4,3
Mobilidade
(Transferências)
25,0
19,8
38,8
7,8
3,4
0,0
5,2
Locomoção
9,5
54,3
3,4
9,5
10,3
6,9
6,0
Autocuidado
Nota: I(Independente=7);IM(Independência Modificada=6);S(Supervisão=5); DM(Dependência
Mínima=4); DMo(Dependência Moderada=3); DMa(Dependência Máxima=2); DT(Dependência
Total=1).
A Tabela 4 apresenta o desempenho dos idosos segundo os domínios da
MIFm.Os quatro domínios da MIF motora correspondem ao autocuidado
(alimentação, higiene pessoal, banho, vestir-se acima e abaixo do tronco, uso do
vaso sanitário), controle de esfíncteres (urina e fezes), mobilidade (leito, cadeira ou
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
47
cadeira de rodas, vaso sanitário, banheira ou chuveiro) e locomoção (marcha ou
cadeira de rodas e escada).
Observou-se pelo relato dos idosos entrevistados que as atividadesde
autocuidado para uma grande proporçãojá apresentavam uma independência
modificada, assim como mais de 40% para o controle dos esfíncteres e 54% para
locomoção. Quanto à mobilidade, notou-se que a maior parte dos idosos já
necessitava de supervisão.
Tabela 5 –Distribuição do nível de independência dos idosos longevos que participaram do estudo,
segundo o sexo, Belém/PA, 2015 (n=116).
MIFm (Domínios)
Masculino
f
%
Feminino
f%
*p
Autocuidado
Nível 7
0
0,0
2
2,7
0,168
Nível 6
38
92,7
62
82,7
Nível 5
0
0,0
0
0,0
Nível 4
0
0,0
8
10,7
Nível 3
1
2,4
0
0,0
Nível 2
1
2,4
2
2,7
Nível 1
1
2,4
1
1,3
Controle de esfíncteres
Nível 7
21
51,2
24
32,0
0,319
Nível 6
36
48,0
16
39,0
Nível 5
0
0,0
0
0,0
Nível 4
1
2,4
6
8,0
Nível 3
1
2,4
5
6,7
Nível 2
0
0,0
1
1,3
Nível 1
2
4,9
3
4,0
Mobilidade (Transferências)
Nível 7
17
41,5
0,032
12
16,0
Nível 6
7
17,1
16
21,3
Nível 5
34
45,3
11
26,8
Nível 4
3
7,3
6
8,0
Nível 3
0
0,0
4
5,3
Nível 2
0
0,0
0
0,0
Nível 1
3
7,3
3
4,0
Locomoção
Nível 7
0,042
5
12,2
6
8,0
Nível 6
29
70,7
34
45,3
Nível 5
0
0,0
4
5,3
Nível 4
2
4,9
9
12,0
Nível 3
1
2,4
11
14,7
Nível 2
1
2,4
7
9,3
Nível 1
3
7,3
4
5,3
Nota: Medidas em frequência e proporção; teste Qui-Quadrado de Pearson. * P valor (≤0,05)
48
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Na Tabela 05 verificou-se que no desempenho para o autocuidado e controle
dos esfíncteres, segundo o relato dos idosos do estudo, não houve diferença quanto
ao sexo (p valor ≥0,05). Muito embora para o controle de esfíncteres a proporção
entre os homens para independência total foi maior em relação às mulheres, que já
tinham independência modificada. Quanto à mobilidade (transferências) os homens
apresentaram independência total, enquanto que as mulheres já necessitavam de
supervisão, com p valor ≤0,05. Assim como na locomoção uma maior proporção de
idosos do sexo masculino apresentou independência modificada em relação às
idosas, com p valor também ≤0,05.
Tabela 6 –Distribuição do nível de independênciados idosos longevos que participaram do estudo,
segundo a faixa etária, Belém -PA, 2015 (n=116).
Variáveis
80-89
90-99
f%
Autocuidado
Nível 7
Nível 6
Nível 5
Nível 4
Nível 3
Nível 2
Nível 1
Controle de esfíncteres
Nível 7
Nível 6
Nível 5
Nível 4
Nível 3
Nível 2
Nível 1
Mobilidade
(transferências)
Nível 7
Nível 6
Nível 5
Nível 4
Nível 3
Nível 2
Nível 1
Locomoção
Nível 7
Nível 6
Nível 5
Nível 4
Nível 3
Nível 2
Nível 1
100 +
f%
*p
f%
2
92
0
4
1
1
0
2,0
92,0
0,0
4,0
1,0
1,0
0,0
0
7
0
4
0
1
2
0,0
50,0
0,0
28,6
0,0
7,1
14,3
0
1
0
0
0
1
0
0,0
50,0
0,0
0,0
0,0
50,0
0,0
0,000
42
47
0
3
6
1
1
42,0
47,0
0,0
3,0
6,0
1,0
1,0
3
4
0
4
0
0
3
21,4
28,6
0,0
28,6
0,0
0,0
21,4
0
1
0
0
0
0
1
0,0
50,0
0,0
0,0
0,0
0,0
50,0
0,000
28
21
41
7
1
0
2
28,0
21,0
41,0
7,0
1,0
0,0
2,0
1
2
3
2
3
0
3
7,1
14,3
21,4
14,3
21,4
0,0
21,4
0
0
1
0
0
0
1
0,0
0,0
50,0
0,0
0,0
0,0
50,0
0,000
0
60
4
8
8
6
3
0,0
60,0
4,0
8,0
8,0
6,0
3,0
0
3
0
2
4
2
3
0,0
21,4
0,0
14,3
28,6
14,3
21,4
0
0
1
0
0
0
1
0,0
0,0
50,0
0,0
0,0
0,0
50,0
0,002
Nota: Medidas em frequência proporção; teste Qui quadrado de Pearson(p) * P valor (≤0,05)
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
49
Observou-se, nos resultados apresentados na Tabela 6, que a independência
funcional para as atividades de autocuidado e controle dos esfíncteres estavam
presentes nos idosos mais independentes e predominantemente na faixa etária de
80-89anos, com p valor (≤0,05). Quanto ao desempenho para transferências e
locomoção, cerca de 60% dos idosos entre 80-89 anos ainda mantinham
independência modificada, porém mais de 75% dos idosos nas faixas etárias mais
avançadas já necessitavam de algum tipo de ajuda, segundo os domínios avaliados.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
50
CAPÍTULO V - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A avaliação da capacidade funcional nos indivíduos na fase da velhice é uma
recomendação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2006), e
do Caderno de Envelhecimento da pessoa Idosa (BRASIL, 2007).
Esta avaliação pode ser realizada por diversos profissionais da área da saúde
em conformidade com os princípios preconizados pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). Deve ser uma avaliação integral, a qual objetiva principalmente detectar
precocemente alterações iniciais, manutenção ou reabilitação da capacidade
funcional, objetivando primordialmente o não estabelecimento ou potencialização de
incapacidades.
Para atender aos objetivos propostos por este estudo, este capítulo realizará
a discussão dos resultados, embasada em estudos que enfocaram a temática em
questão. Destaca-se que os longevos que foram participantes da pesquisa eram
usuários assíduos nos programas aos quais eram vinculados na Atenção Primária à
Saúde (APS), o que, supõe-se, também influenciaria na sua capacidade funcional.
A discussão seguirá a ordem dos resultados apresentados no capítulo
anterior a saber: Perfil sociodemográfico, condições epidemiológicas e de saúde,
avaliação cognitiva, capacidade funcional dos idosos segundo a Medida de
Independência Funcional motora e a sua relação com o sexo e faixa etária.
5.1 Perfil sociodemográfico dos idosos longevos
O perfil demográfico irá mudar drasticamente nos próximos anos devido ao
aumento de idosos muldialmente. Em 2050 as pessoas longevas serão
responsáveis por um quinto das pessoas idosas no mundo (TAEKEMA et al. 2012).
Os idosos com idade igual ou maior de 80 anos constituem um crescente
grupo etário dentro da população. A preocupação é que o aumento da extensão da
vida vai ser acompanhada por níveis mais elevados de doença que se traduzem em
incapacidade, dependência e aumentando demandas por serviços de saúde e
assistência social. Ratifica-se que os chamados muito idosos têm sido pouco
representados nas ivestigações relacionadas ao envelhecimento. Os dados sobre os
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
51
mesmos são rotineiramente com base em amostras relativamente pequenas
(JAGGER et al., 2011).
Os idosos com idade a partir de 80 anos são grupo que vem se destacando
dentro da fase da velhice e correspondem no Brasil à 13,8% da população idosa
(IBGE, 2014).
Os resultados da pesquisa demostraram uma maior prevalência do sexo
feminino na amostra estudada. A feminização é um fenômeno notório na velhice. A
Síntese de Indicadores do IBGE mostrou que no ano de 2013 as mulheres idosas
corresponderam a 55,5% na população, com faixa etária a partir de 60 anos (IBGE,
2014).
A longevidade é maior entre as mulheres quando comparada aos homens
(PEREIRA; BESSE, 2011). Num estudo de coorte realizado na Dimanarca com
nonagenários nascidos em 1905 e 1915, o qual avaliou 2.262 longevos nascidos em
1905 e 12 anos depois avaliou 1.584 nonagenários nascidos em 1915, observou-se
prevalência de mulheres longevas (CHRISTENSEN et al., 2013), assim como em
outros estudos estrangeiros e brasileiros(INOUYE;PEDRAZZONI, 2007; TERRY et
al., 2008; LANDI et al., 2009;DE RANGO et al., 2010; NOGUEIRA et al.,
2010;JAGGER et al., 2011; BARBOZA, 2011; RABUNÃL-REY et al., 2012;
LENARDT; CARNEIRO, 2013; ANSAI;SERA, 2013; MOSSAKOWSKA et al., 2014).
Este processo apresenta implicações em às Políticas Públicas, pois a maioria
das mulheres é víuvas, com baixa escolaridade e pouca experiência no mercado
formal. Com isso a longevidade feminina nem sempre é vista como vantagem
(CAMARANO, 2002).
A faixa etária mais prevalente no estudo foi entre 80 e 89 anos, semelhante a
resultados encontrados em outros estudos realizados com idosos longevos
(INOUYE; PEDRAZZONI, 2007; NOGUEIRA et al., 2010; ROSSET et al., 2011;
BRITO et al., 2013; LENARDT; CARNEIRO, 2013; MIRANDOLA, 2014). A
expectativa de vida do brasileiro em 2013 foi de 74,9 anos (IBGE, 2013). Fato que
está em congruência com este estudo.
A viuvez foi o estado civil mais preponderante, principalmente entre as
mulheres. O processo de feminização está atrelado ao processo da viuvez. Com o
aumento da expectativa de vida, a proporção de viúvas tem acompanhado este
processo, observando-se uma diminuição no quantitativo de idosas casadas. Alguns
fatores estão relacionados a este fato, como a maior longevidade no sexo feminino e
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
52
a prevalência cultural de os homens casarem-se novamente com mulheres mais
novas (CAMARANO, 2002; BOTH et al., 2012).
Um estudo realizado com objetivo de descrever o perfil socioepidemiológico
de 227 idosos longevos residentes em Recife, no Estado de Pernambuco, mostrou
que 64,8% dos entrevistados eram viúvos (PORCIÚNCULA, 2012).
Em outro estudo seccional realizado na cidade de Belém-Pará com o objetivo
de avaliar a capacidade funcional de 259 idosos atendidos no programa
Hiperdia/SUS, 22,8% relataram como estado civil a viuvez, sendo a faixa etária
predominante 60 a 70 anos (SANTOS; GRIEP, 2013).
A abordagem sobre a viuvez em idade avançada é uma das temáticas menos
investigadas, apesar de ser um dos acontecimentos dos ciclos da vida mais
normativo. A escassez de projetos ou movimentos culturais que incluam a
participação da pessoa idosa contribuem para a dificuldade na superação do luto
(SILVA; FERREIRA-ALVES, 2012; BOTH et al., 2012).
A maioria dos idosos do estudo afirmou ter filhos, fato este relacionado
também ao maior quantitativo de mulheres no estudo, as quais vivenciam o
processo da gestação. Uma pesquisa realizada na Georgia, EUA, com centenários,
apontou que o número de filhos é considerado uma variável positiva no processo do
envelhecimento (BARBOZA, 2011).
A moradia com familiares destacou-se nesta pesquisa, demostrando que os
idosos longevos, os quais tendem a apresentar um comprometimento funcional,
acabam vivenciando esta fase da velhice com pessoas do seu convívio familiar
(filhos, cônjuge, netos).
No ano de 2013, o arranjo familiar mais prevalente para os idosos (30,6%) foi
aquele composto por idosos morando com filhos, todos com 25 anos ou mais de
idade, na presença ou não de outros parentes ou agregados, sendo este indicador
mais elevado para as idosas (33,3%) do que para os idosos (27,3%). Dessa forma,
84,9% dos idosos estavam em arranjos em que havia presença de outra pessoa
com quem estabelecessem alguma relação familiar, fosse cônjuge, filho, outro
parente ou agregado (IBGE, 2014).
Mais da metade dos idosos do estudo afirmou ter como procedência a região
interiorana/rural do estado. Idosos que são procedentes de regiões rurais podem
apresentar uma melhor capacidade funcional, visto que os hábitos de vida podem
ser mais saudáveis.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
53
Em estudo realizado na cidade de Curitiba/Paraná, com 116 longevos,
observou-se que 78,4% tinham como procedência a área rural/interiorana do estado.
Foi verificado ainda que a partir das décadas de 1970 e 1980 os movimentos
migratórios da zona rural para a urbana foram intensos e estavam relacionados à
mecanização da agricultura e industrialização nos grandes centros urbanos
(LOURENÇO, 2011).
Em outro estudo, realizado na China envolvendo 8.805 idosos com idade
entre 80 e 105 anos, observou-se a procedência da região interiorana do país e o
estudo apontou que estes longevos possuíam níveis de atividades de vida diária
maiores do que aqueles que residiam na zona urbana (LENARDT; CARNEIRO,
2013).
A renda média dos participantes do estudo foi de um salário mínimo. Em um
estudo realizado no Rio Grande com Sul, em duas cidades distintas, totalizando 272
longevos, a média da renda dos participantes era de um salário mínimo (ROSSET et
al., 2011).
A síntese de indicadores do IBGE mostrou que a aposentadoria corresponde
a principal fonte de renda dos idosos no Brasil, com 59%, e na Região Norte esse
percentual é de 58,7. Em relação à distribuição percentual de pessoas com idade a
partir de 60 anos, que residem em domicílios particulares, por classes de rendimento
mensal domiciliar per capita (%), mostrou que 41,6% ganham até um salário mínimo
no Brasil, sendo no Norte 59,6%, considerado um dos valores significativamente
mais altos, ficando atrás somente da Região Nordeste, que obteve 61,2% (IBGE,
2014).
Os idosos que possuem um rendimento financeiro restrito apresentam um
acesso limitado aos cuidados alimentares e sociais, enfatizando a saúde e
educação, ratificando que estes são influenciadores significativos na qualidade de
vida dos mesmos. Os fatores socioeconômicos influenciam na saúde dos mais
velhos (INOUYE; PEDRAZZONI, 2007; MORAES; RODRIGUES; GERHARDT,
2008).
Quanto ao fato de possuírem algum trabalho com renda, a maioria dos idosos
entrevistados afirmou não possuir. Os idosos que mantêm algum trabalho com
renda, além de aposentadorias, pensões ou outros benefícios, tendem a apresentar
uma maior autonomia e independência. Segundo estudo, existe a necessidade de
implementação de políticas públicas que estimulem a inserção destes idosos no
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
54
mercado de trabalho, pois isso é uma forma de ratificar o estímulo a manutenção da
capacidade funcional. O trabalho para as pessoas a partir de 60 anos ou mais no
Brasil contribuiu com 28,3% da composição do rendimento deste grupo (IBGE,
2014).
O analfabetismo foi o grau de escolaridade com maior percentagem entre os
longevos entrevistados. Hoje, no Brasil, a média em anos de estudos dos idosos
corresponde a 4,7 anos, e na Região Norte, 3,7anos. No país, 28,4% dos idosos
apresentam menos de um ano de estudo (IBGE, 2014).
O contexto histórico do século XX, o qual está relacionado ao período de
nascimento e infância dos longevos, apresentava uma limitação de acesso à rede
escolar pública. Quem morava na zona rural tinha essa dificuldade mais acentuada
em função do irrisório número de escolas disponíveis, dificuldade de locomoção
devido ao espaço geográfico, entre outros motivos (BIOLCHI et al., 2013).
Em uma pesquisa realizada em município de porte médio, situado na região
central do Estado de São Paulo, com 80 idosos longevos, 75% eram analfabetos. O
estudo descreveu que alguns fatores contribuem significativamente para o alto
índice de analfabetismo entre os idosos longevos, como, por exemplo, a dificuldade
de acesso à escola. Os homens tinham um maior nível de instrução quando
comparado às mulheres, pois a cultura da época não valorizava a educação escolar
para as mesmas, que geralmente eram educadas para serem boas esposas, donas
de casa e mães (INOUYE; PEDRAZZONI, 2007).
Outro estudo, realizado na cidade de Calabria na Itália, com 853 idosos sendo
um grupo com idade superior a 90 anos (400 indivíduos) e outro com idade entre 65
e 85 anos (453 indivíduos), mostrou que cerca de 82% dos indivíduos com idade
superior a 90 anos não havia terminado o primeiro nível da escola, com 50% das
mulheres e 41% dos homens completamente analfabetos (DE RANGO et al., 2010).
Um estudo realizado com o objetivo de investigar a funcionalidade de 124
idosos cadastrados em uma unidade da Estratégia Saúde da Família (ESF) na
região metropolitana de Belém/Pará mostrou que a maioria dos idosos apresentou
uma baixa escolaridade (LOPES; SANTOS, 2015).
Os fatores citados anteriormente também apresentam uma relação direta com
o processo de feminização na velhice, visto que, uma vez que houve a restrição de
estudos em décadas passadas para as mulheres, e sendo elas hoje em maior
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
55
número na velhice, isso corrobora para o elevado índice analfabetismo entre os
idosos.
A baixa escolaridade e o analfabetismo são fatores que relacionam-se
diretamente com o comprometimento do nível de entendimento do idoso e isso
contribui para limitação de acesso às informações (FARIAS; SANTOS, 2012).
5.2 Condições epidemiológicas e de saúde
As doenças crônicas não transmissíveis relatadas como comorbidades foram
as que se destacaram no questionamento sobre realização de tratamentos para
patologias citados pelos idosos no estudo, tendo ênfase a Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS). Destacam-se como problemas de saúde mais comuns entre os
idosos, principalmente os mais velhos, os quais são menos investigados pelos
serviços de saúde, as comorbidades, declínios cognitivo e funcional (ROSSET et al.,
2011).
A comorbidade na velhice é um fenômeno que pode favorecer o aumento da
vulnerabilidade, resultado da diminuição das reservas fisiológicas e do possível
comprometimento funcional associados às diversas mudanças físicas (TIER et al.,
2014).
A HAS aparece como uma das principais doenças que acometem os idosos
com idade de 80 anosou mais, seguida da diabetes (LANDI et al., 2009). Com o
processo do envelhecimento ocorre uma tendência para para o aumento da pressão
arterial acima dos parâmetros normais, de acordo com o avançar da idade (NUNES
et al., 2009).
Estima-se que a maioria dos idosos apresentem pelo menos uma doença
crônica, com isso a situação de cronicidade e longevidade atual, contribuem para o
aumento das limitações funcionais dos idosos brasileiros, necessitando de cuidados
constantes (GONÇALVES et al., 2006).
Na cidade de Leinden, na Holanda, foi realizado um estudo populacional
prospectivo em um período de 12 anos, no qual avaliou-se sobrevida de 599 idosos
longevos com idade de 85 anos, e observou-se que as doenças crônicas, como
doenças cardiovasculares, HAS, diabetes, artrose e artrite, foram as mais
prevalentes nos estrevistados (TAEKEMA et al. 2012).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
56
Em um outro estudo realizado no Brasil, no Rio Grande do Sul, com 137
idosos longevos, verificou-se que dentre as doenças crônicas não transmissíveis
indagadas, a hipertensão arterial foi citada por praticamente a metade dos idosos,
seguido por problemas de coluna, reumatismo, insônia, catarata e problemas de
circulação. E que, apesar de a mesma ter sido a doença mais prevalente, não foi a
que mais interferiu na capacidade funcional dos idosos, e sim o reumatismo, seguido
de problemas na coluna e insônia. Afirmando que o indicador da funcionalidade foi
mais significativo naquela população do que a mera presença de doenças
(MORAES; RODRIGUES; GERHARDT, 2008).
Destaca-se que um estudo mostrou que os idosos longevos podem ser
portadores de comorbidades, e este fator está atrelado ao comprometimento
funcional, mas mesmo assim podem apresentar uma vivência positiva do
envelhecimento (BARBOZA, 2011).
De acordo com estudo realizado com 841 idosos com idade média de 85
anos, nascidos em 1921, vivendo em Newcastle e North Tyneside no Reino Unido,
apesar de considerável morbidade, as pessoas se mostraram muito independentes
(JAGGER et al., 2011).
O número de longevos ex-fumantes foi expressivo no estudo, enquanto que o
hábito de ingestão de bebida alcóolica foi inexpressivo. Já são feitas associações
negativas entre a utilização de fumo, bebidas alcóolicas e a sobrevida em idades
extremas. O tabagismo está associado a várias morbidades, dentre elas destaca-se
a hipertensão arterial (BARBOZA, 2011).
Em estudo realizado na cidade de Gotemburgo, na Suécia, com todos os
homens nascidos em 1913, total de 855, com objetivo de identificar as variáveis de
importância para se alcançar os 90 anos de idade, observou-se que o não hábito de
fumar foi uma das varáveis que influenciou na sobrevida de 111 homens que
conseguiram chegar na idade determinada (WILHELMSEN et al., 2010).
A não realização de exercícios físicos foi uma característica da maioria dos
idosos deste estudo. A prática regular de exercício físico é uma forte aliada na
minimização de perdas como equilíbrio, alterações de massa muscular e óssea
decorrentes do processo fisiológico do envelhecimento (FARIAS; SANTOS, 2012).
Um estudo realizado em Florianópolis, Santa Catarina com o objetivo de
avaliar as percepções quanto às barreiras e facilitadores para a prática de atividades
físicas, com 30 idosas longevas inativas, mostrou que existem mais barreiras que
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
57
facilitadores para a prática de atividades físicas. As principais foram: limitação física,
falta de disposição, excesso de cuidado da família, exercícios físicos inadequados,
doenças, falta de segurança, medo de quedas, aumento da idade, nunca ter
realizado atividade física para o lazer (KRUG; LOPES; MAZO, 2015).
A capacidade de limitar doenças relacionadas à idade tem sido proposta
como um dos mecanismos responsáveis pelo sucesso envelhecimento em
indivíduos extremamente velhos e manter a realização do exercício físico
provavelmente desempenha um papel significativo neste processo (VENTURELLI;
SCHENA; RICHARDSON,2012).
As quedas foram relatadas por 38,8% dos idosos longevos deste estudo. A
incidência de quedas tende a aumentar com o avançar da idade, e existem diversos
fatores relacionados ao evento de cair (ANTES et al., 2013; TIER et al., 2014).
Esses fatores possuem gênese multifatorial podendo envolver condições intrínsecas
ou extrínsecas. Entende-se como o primeiro a relação com as alterações
anatomofisiológicas e o segundo, com os ambientes inseguros (COSTA et al., 2013).
Uma pesquisa realizada com o objetivo de verificar associação entre quedas
e capacidade funcional com 94 idosos longevos residentes em comunidade urbana
no Estado da Bahia mostrou que a prevalência de quedas foi de 27,7%, e foram
classificados como dependentes para Atividades básicas da vida diária 19,6% dos
idosos. O estudo afirmou que os resultados mostraram proporção de quedas
significativamente maior entre idosos longevos funcionalmente dependentes do que
entre idosos independentes (BRITO et al., 2013).
Num estudo de coorte sueco com duas amostras, sendo uma composta por
973 e outra por 1273 idosos menores e maiores de 80 anos, observou-se que as
quedas foram mais prevalentes em pessoas com idade mais avançada, pois as
mesmas relacionam-se diretamente com a capacidade funcional e esta tende a
reduzir-se com o aumento da idade (MOLLER et al., 2013).
O comprometimento funcional é um fator de risco para quedas, o que pode
ser visto como a fase inicial de um declínio funcional onde o idoso está em transição
de ser independente para ser dependente. Isso enfatiza a necessidade de detectar
esta característica nas pessoas mais velhas e iniciar uma intervenção preventiva a
fim de melhorar a função física, para evitar quedas futuras. (MOLLER et al., 2013).
O evento da queda acarreta diversificadas consequências para o idoso. Estas
podem ser das mais simples até as mais complexas. Identificar o risco de quedas na
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
58
avaliação da pessoa idosa influencia consideravelmente na minimização de
complicações, como o comprometimento da capacidade funcional (TIER et al., 2014)
Os idosos deste estudo destacaram o hábito de ir à igreja como a atividade de
lazer mais frequente. As práticas religiosas são mais comuns entre os idosos,
quando comparados a outras faixas etárias do ciclo de vida. Os mais longevos
tendem a expressar ainda mais a forte religiosidade. As atividades religiosas podem
diminuir com o envelhecimento devido às limitações funcionais, porém as atitudes
religiosas permanecem (FARIAS; SANTOS, 2012).
Um estudo realizado com 316 idosos residentes em Lafaiete Coutinho, Bahia,
com o objetivo de analisar a associação do comprometimento da capacidade
funcional com condições de saúde e fatores sociodemográficos e comportamentais,
mostrou que 92,4% dos entrevistados participavam de alguma atividade religiosa
(FREITAS et al., 2012).
Os idosos deste estudo, apesar da longevidade, eram ativos em algumas
atividades, e isso pode ter influência no desempenho das atividades religiosas
frequentes no seu cotidiano. Neste estudo as mais destacadas foram assistir
televisão e conversar.
Um estudo realizado para averiguar o envelhecimento ativo de 87 idosos mais
idosos em Santa Catariana em relação às condições epidemiológicas e de saúde
verficou que 86,2% apresentavam doenças cardiovasculares. Destes, 48,2%
apresentavam HAS e Diabetes, 25,9% realizavam exercício físico, 8,5% fumavam,
29,8% consumiam bebida alcóolica, 43,6% referiram terem caído no último ano
(FARIAS; SANTOS, 2012), assemelhando-se aos achados das condições
epidemiológicas em saúde deste estudo.
5.3 Avaliação Cognitiva
Na avalição cognitiva segundo o MEEM, observou-se que, quanto menor a
escolaridade, menor é o desempenho no teste de capacidade funcional.
Esse aspecto também foi observado em uma pesquisa realizada utilizando o
mesmo teste com 530 idosos e que demonstrou que a idade não interferiu nos
escores alcançados, em contrapartida, ao se comparar os níveis de escolaridade a
diferença estatística foi significativa. Com isso se afirmou que um fator de erro
59
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
importante é a atribuição de distúrbios cognitivos evidentes a razões culturais ou à
idade (BERTOLUCCI et al., 1993).
Um estudo que descreveu o perfil social e funcional de 503 idosos assistidos
pela Estratégia Saúde da Família em Dourados, no Mato Grosso do Sul, realizou a
avaliação cognitiva pelo MEEM. Foram identificados 215 (42,7%) idosos com deficit
cognitivo, dos quais 116 (54%) eram analfabetos. Ao se comparar o resultado da
avaliação cognitiva com outros estudos, os dados foram semelhantes, pois a baixa
escolaridade foi determinante nos escores finais (ALVARENGA; OLIVEIRA;SOUZA,
2011).
Outro estudo de coorte dinamarquês, que avaliou 2.262 nonagenários
nascidos em 1905, e 12 anos depois avaliou 1.584 nonagenários nascidos em 1915,
afirmou que a melhoria na educação contribui para a melhora do estado cognitivo,
visto que são fatores intimamente relacionados (CHRISTENSEN et al., 2013). A falta
de estímulo das atividades cognitivas tende a exarcebar o declínio cognitivo em
idades mais avançadas (BARBOZA, 2011).
Em um estudo realizado com 340 idosos centenários na Polônia, no qual para
avaliação cognitiva se utilizou o MEEM, observou-se que um baixo rendimento
cognitivo pode ser um fator que irá interferir na sobrevida do longevo e que a
avaliação cognitiva rotineira dos mais velhos é uma conduta necessária, visto que o
declínio
cognitivo
pode
influenciar
no
desempenho
funcional
do
longevo
(MOSSAKOWSKA et al., 2014).
5.4 Capacidade funcional dos idosos longevos segundo a Medida de
Independência Funcional motora (MIFm) e a sua relação com sexo e faixa
etária
Para avaliação da capacidade funcional neste estudo optou-se por utilizar a
Medidade de Independência Funcional motora. A identificação do desempenho
funcional é um importante indicador de saúde para os idosos em todas as faixas
etárias. Este é influenciado por condições multifatoriais e está associado à interação
de fatores demográficos, sociais, econômicos, epidemiológicos e comportamentais.
Os longevos do estudo, quanto ao desempenho funcional de acordo a MIFm
em relação aos domínios autocuidado, controle de esfincter e locomoção,
apresentaram independência modificada, enquanto que para as tarefas de
60
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
mobilidade/transferência, nos idosos mais longevos, já se identificou a necessidade
de supervisão que caracteriza dependência.
Num estudo realizado em Criciúma/Santa Catarina, para investigação da
capacidade funcional pela MIF com 20 longevos institucionalizados, observou-se
que nos domínios autocuidado (33%), controle de esfíncter (50%) e locomoção
(27,2%)
apresentaram
independência
modificada,
enquanto
que
na
mobilidade/transferência (25%) apresentaram dependência modificada do tipo
supervisão (HOEPERS et al., 2013).
Outro estudo, realizado com 116 longevos admitidos em uma Unidade de
Internação Hospitalar, na qual se avaliou a capacidade funcional por meio da MIF
motora, observou-se que a maioria dos idosos era independente para a realização
das atividades. Quantos aos domínios autocuidado, controle de esfíncter, controle
de locomoção e transferência, os mesmos apresentaram independência modificada
(LOURENÇO, 2011).
No
estudo
em
questão
observou-se
que
no
domínio
da
mobilidade/transferência a maioria dos longevos foi classificada na dependência
modificada do tipo supervisão. A dificuldade na mobilidade/transferências para
cadeira, cama, cadeira de rodas, vaso sanitário tem uma intrínseca relação com a
motivação de algumas DCNTs, pois dependendo do tipo podem dificultar a
realização de tais atividade pelo idoso (LOURENÇO, 2011).
A avaliação da mobilidade direciona a visibilidade para verificação do declínio
funcional, sendo considerada valiosa no estudo das relações da capacidade
funcional com características sociodemográficas, condições crônicas e eventos
relacionados à saúde, visto que são situações que podem interferir diretamente na
mesma (ROCHA et al., 2014).
Em relação à investigação da capacidade funcional de idosos que são
acompanhados na APS na região metropolitana de Belém/Pará, dois estudos
concluíram que os idosos avaliados apresentaram boa capacidade funcional
(SANTOS; GRIEP, 2013; LOPES; SANTOS, 2015), porém, esses estudos não
apresentaram resultados com idosos longevos, o que talvez não seja possível para
realizar comparações mais apuradas na nossa região.
Neste estudo, quando associada a capacidade funcional ao sexo, notou-se
que que as mulheres apresentaram dependência no domínio mobilidade, enquanto
que os homens em todos os domínios mantiveram-se na classificação da
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
61
independência total ou modificada. Ressalta-se que os homens apresentam perdas
anátomo-fisiológicas em alguns aspectos de forma mais lentificada que a mulher,
como, por exemplo, a perda da massa mineral óssea por volta dos 50 a 60 anos,
enquanto que na mulher ocorre entre 45 e 70 anos, e menor perda de massa
corporal (SANTOS, 2011).
O fenômeno de feminização na velhice talvez também possa explicar este
fato, pois é um processo notório, e apesar de este grupo apresentar maior
expectativa de vida, consequentemente apresenta maior perda funcional. Algumas
hipóteses podem explicar este fato, como maior prevalência de condições
incapacitantes não letais entre as mesmas (osteoporose, depressão, por exemplo) e
o fato de a mulher apresentar um maior número de condições de saúde, quando
comparada aos homens na mesma faixa etária (NUNES et al., 2009).
Assim como a solidão potencializada pela condição de viuvez, que pode
influenciar no comprometimento funcional com tendência a cuidar menos da sua
sáude (NUNES et al., 2009).
Um estudo realizado com 33.515 idosos, com objetivo de analisar a influência
dos fatores demográficos, socioeconômicos, condições de saúde e do contexto das
unidades da federação na incapacidade funcional dos idosos, mostrou a relação do
sexo feminino à incapacidade funcional (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010).
Outro estudo prospectivo observacional foi realizado na Espanha com 80
centenários, sendo 26 homens e 64 mulheres, observou-se que o sexo masculino
apresentou
melhor capacidade funcional e
desempenho
cognitivo
quando
comparado ao feminino (RABUÑAL-REY et al.,2012).
Na cidade de Calabria, na Itália, foi feita uma pesquisa com 853 idosos, sendo
um grupo com idade superior a 90 anos (400 indivíduos) e outro com idade entre 65
e 85 anos (453 indivíduos), e observou-se que os homens apresentaram melhor
desempenho funcional que as mulheres. Homens envelhecem melhor que as
mulheres, embora seja paradoxal o fato de os mesmos apresentarem menor
expectativa de vida que as mulheres (DE RANGO et al., 2010).
Outro estudo transversal realizado em Boston, nos Estados Unidos, com 523
mulherese e 216 homens com 97anos ou mais, os homens tiveram uma melhor
avaliação funcional do que as mulheres (TERRY et al., 2008).
Num estudo realizado com 841 idosos longevos com idade igual ou superior a
85 anos, na Inglaterra, os resultados apontaram os homens como mais
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
62
independentes que as mulheres (JAGGER et al., 2011). Nesse mesmo estudo 41%
dos idosos foram considerados independentes. As mulheres tendem a apresentar
um pior desempenho funcional que os homens (SANTOS et al., 2012).
Na relação da MIFm com a faixa etária, os octagenários apresentaram
independência modificada nos domínios autocuidado, controle de esfíncteres e
locomoção, enquanto que os nonagenários e centenários oscilaram entre
independência modificada e dependência, demostrando que, quanto maior a faixa
etária, pior a capacidade funcional, e que talvez seja uma condição esperada na
população pelas perdas funcionais relacionadas ao próprio envelhecimento
fisiológico.
Em um estudo de coorte longitudinal realizado com 207 idosas centenárias
dinamarquesas, as quais foram avaliados em dois grupos separadamente: nascidas
em 1895 e 1905, observou-se que as nascidas em 1895 apresentaram pior
desempenho funcional comparadas às que nasceram em 1905 (ENGBERG et al.,
2008).
Em outro estudo brasileiro, realizado com o objetivo de estudar a relação
entre capacidade funcional, capacidade de tomar decisão e qualidade de vida com
47 longevos, no qual se utilizou a MIFm, observou que os nonagenários
apresentaram pior capacidade funcional, quando comparados aos octogenários
(MIRANDOLA, 2014).
Os idosos mais velhos tendem a apresentar uma pior capacidade funcional,
assim como entre os próprios longevos. Conforme o aumento da idade, este
processo é acompanhado pelo declínio da capacidade funcional (MIRANDOLA,
2014). Nesse contexto, alguns dados sociodemográficos podem interferir nas
habilidades funcionais dos idosos, dentre eles destacam-se a faixa etária e local de
nascimento (LENARDT; CARNEIRO, 2013).
O comprometimento funcional aumenta com a idade. A maior proporção de
idosos com algum tipo de dependência estão os com idade a partir de 80 anos
(JAGGER et al., 2011). Já existem alguns estudos que relacionam o declínio da
capacidade funcional de acordo com o avançar da idade (SCATTOLLIN;
COLOMBO; DIOGO, 2007; NUNES et al., 2009; ALVES; LEITE; MACHADO, 2010;
NOGUEIRA et al., 2010; MIRANDOLA, 2014).
O processo de envelhecimento humano influencia em alguns determinantes,
como a diminuição da aptidão física, e trazendo como consequência a diminuição
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
63
progressiva nas atividades habitais, o que influenciará na qualidade de vida dos
idosos mais velhos. O idoso, ao alcançar os 80 anos com saúde e manter-se
funcionalmente ativo, pode caracterizar menor idade funcional quando comparado
com um outro de 60 anos inativo (BIOLCHI et al., 2013).
Detectar o grau de dependência dos idosos atentando para os diversos
constituintes da aptidão física torna-se uma conduta fundamental para o
direcionamento e seleção de intervenções individuais ou grupais, com vistas à
melhoria ou manutenção da capacidade funcional, principalmente as relacionadas
com as atividades de vida diária (GONÇALVES et al., 2010).
O processo de envelhecimento é heterogêneo e com isso encontram-se
longevos em elevadas faixas etárias com um bom desempenho funcional. As
pessoas mais velhas, em pelo menos alguns países, são mais independentes do
que em gerações anteriores. Essa situação sugere um futuro um pouco mais
otimista para pessoas longevas e desafia a idéia de que o aumento da longevidade
e da expectativa de vida de sucessivas gerações dos idosos, devem sempre ser
tratados com alarme (JAGGER et al., 2011).
A capacidade funcional está diretamente relacionada ao potencial que os
idosos possuem em decidir e atuar nas suas vidas com idependência no seu dia a
dia. As avaliações obtidas sobre a capacidade funcional permitem conhecer o perfil
dos idosos, o que auxiliará no estabelecimento de condutas que visem retadar ou
prevenir incapacidades (BIOLCHI etal., 2013).
Estudo de coorte, realizado na Dimanarca com nonagenários nascidos em
1905 e 1915, sugere que as pessoas longevas podem viver até idades mais
avançadas com um bom funcionamento global (CHRISTENSEN et al., 2013).
Indivíduos com boa escolaridade são menos propensos à exposição a fatores
de risco à saúde e ainda à submissão a condições de trabalho inadequadas. Um
elevado nível educacional corrobora para acesso às informações, mudanças no
estilo de vida relacionadas à saúde, principalmente no que tange à promoção da
mesma e especialmente no seguimento de orientações para melhor qualidade de
vida (SCATTOLLIN; COLOMBO; DIOGO, 2007). Isto influencia positivamente na
capacidade funcional.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
64
Limitações do estudo
Uma das limitações, quanto a comparações mais sustentadas, foi a
dificuldade de encontrar pesquisas específicas sobre a temática na realidade
brasileira para embasamento da discussão, e este aspecto pode ser sinalizado pelo
estado da arte.
Outra limitação identificada é por ser este estudo de cunho transversal, onde
os dados foram obtidos em um determinado período do tempo, além do tamanho da
amostra, contrapondo generalizações para este público, mas promovendo reflexões
sobre as condutas futuras.
Mesmo diante das limitações, esta dissertação/pesquisa apresentou o intuito
de contribuir para discussão relacionada à capacidade funcional do longevos,
especificamente os amazônidas, visto que é um estudo pioneiro sobre a temática na
região e servirá de apoio para os demais que estão por vir, permitindo dessa forma
um olhar e uma assistência peculiares para os idosos da nossa região.
65
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
CONCLUSÃO
Os objetivos propostos para este estudo foram alcançados, reforçando as
afirmações sobre a importância da avaliação da capacidade funcional, sendo esta
um valioso indicador de saúde dos idosos.
O processo de envelhecimento mundial e brasileiro faz emergir uma série de
desafios para a prestação do cuidado integral ao idoso. Identificar as condições de
saúde dos longevos, grupo etário que vem se destacando na velhice, é fundamental
para intervenções direcionadas de forma a atender às demandas desta população e
consequentemente promover uma melhor qualidade de vida.
A
metodologia
apresentada
no
estudo
permitiu
mostrar
o
perfil
sociodemográfico e condições epidemiológicas de saúde dos idosos longevos
amazônidas, o que foiao encontro de estudos mais recentes publicados sobre a
temática, sobretudo os estrangeiros.
A capacidade funcional avaliada dos longevos mostrou que a independência
modificada foi prevalente nos domínios de autocuidado, controle de esfíncteres e
locomoção,
enquanto
que
na
mobilidade/transferência
foi
observada
uma
dependência modificada que já exige supervisão, na qual aquele longevo precisa de
um encorajamento visual, auditivo ou oral sem o toque corporal por outrem para
realização da atividade, o que confirma a hipótese levantada no estudo de que os
idosos longevos apresentam comprometimento parcial da sua capacidade funcional
para realização de atividades cotidianas.
Na relação da capacidade funcional com o sexo, notou-se uma maior
independência em todos os domínios da medida de indepêndencia funcional para os
homens, mostrando que o sexo maculino apresentou um melhor desempenho
funcional, fato que está em congruência ao que é exposto pelos estudos
envolvendo a capacidade funcional dos mais velhos.
No que concerne a comparações entre as diversas faixas etárias identificadas
no estudo com a capacidade funcional, verificou-se que, quanto maior a idade, há o
aumento da dependência e consequente declínio funcional. Esse aspecto pode ser
uma pista para encorajar a necessidade de atenção dos profissionais de saúde no
atendimento a este público.
A avaliação da capacidade funcional no atendimento ao idoso é uma
premissa da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, e necessita ser uma
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
66
atividade desenvolvida por todos os profissionais de saúde, e consequentemente é
estendida neste estudo ao Enfermeiro.
Apesar das limitações, este estudo apresenta resultados que poderão
contribuir para estruturação do Programa do Idoso no local em que foi desenvolvida
a pesquisa, com vistas às especificidades encontradas nessa população.
Os resultados também direcionaram para o predomínio da independência
modificada, apesar da idade avançada dos idosos que participaram do estudo,
sugerindo-se que se pensar no momento atual na adoção de medidas de promoção
à saúde e prevenção de incapacidades no futuro pode ser uma estratégia para
melhoria na qualidade de vida, bem como de redução dos custos para o Sistema
Único de Saúde, para o idoso e sua família, que estão diretamente implicados pela
dependência.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
67
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Elizabeth Souza Silva et al. Avaliação da capacidade funcional de idosos
associada ao risco de úlcera por pressão. Acta Paul Enferm. São Paulo, v.25, n.1,
p.94-100, 2012.
ANSAI, Juliana Hotta; SERA, CeliseTiemiNakagawa. Percepção da autonomia de
idosos longevos e sua relação com fatores sociodemográficos e funcionais. Revista
Kairós Gerontologia, São Paulo, v.16, n.5, p.189-200, Set. 2013.
ANTES, Danielle Ledur et al. Medo de queda recorrente e fatores associados em
idosos de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,
v.29, n.4, p.758-768, Abr. 2013.
ALVARENGA, Márcia Regina Martins et al. Perfil social e funcional de idosos
assistidos pela estratégia da saúde da família. CogitareEnferm. Paraná, v.16, n.3
p.478-85, Jul/Set. 2011.
ALVES, Luciana Correia; LEITE, Iúri da Costa; MACHADO, Carla Jorge. Fatores
associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev.
Saúde Pública, São Paulo, v.44, n.3, p. 468-478, Jun. 2010.
BARBOZA, Tânia de Araújo. Idosos centenários: a arte de envelhecer. 2011. 84 f.
Dissertação (Mestrado)– Faculdade de Medicina - Programa de Pós Graduação em
Saúde Pública- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
BARRIOS, María Dolores Mondejar et al. Caracterización clínica y genética de los
adultos mayores centenários del município Morón.Rev MEDICIEGO,
2012. Disponível em:<http://bvs.sld.cu/revistas/mciego/vol18_01_2012/articulos/t2.html>. Acesso em: 05 de março de 2014.
BELÉM, Prefeitura Municipal de. Anuário Belém 2012. Disponível em:
http://www.belem.pa.gov.br/app/pdf-segep/anuarioPDF/2_01_Demografia.pdf.
Acesso em: 09 de janeiro de 2014.
BETIOLLI, Susanne Elero. As práticas culturais de cuidado com a saúde dos
idosos longevos no âmbito domiciliar– Universidade Federal do Paraná Curitiba, 2012. 187f. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, 2012.
BERTOLUCCI, Paulo Henrique Ferreira et al. O Mini Exame do Estado Mental em
uma população geral: impacto da escolaridade. ArqNeuropsiquiatr. v. 54, n.1, p. 17, 1993.
BIOLCHI, Claudia da Silva et al. A capacidade funcional de um grupo de idosos
centenários. Revista Kairós Gerontologia, São Paulo, v.16, n.3, p. 213-226, Jun,
2013.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
68
BORGES, Grasiely Faccin; BENEDETTI; Tânia Rosane Bertoldo; FARIAS, Sidney
Ferreira. Atividade física habitual e capacidade funcional percebida de idosas do sul
do Brasil. Rev. Pensar a Prática, Goiânia, v. 14, n. 1, p. 1-11, jan./abr. 2011.
BOTH, Tatiana Lima et al. Uma abordagem para o luto na viuvez da mulher idosa.
RBCEH, Passo Fundo, v. 9, Supl. 1, p. 67-78, 2012.
BRASIL, Ministério da Saúde.Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006.Política
Nacional de Saúde da Pessoa idosa.
_______. Ministério da Saúde.Envelhecimento e saúde da pessoa idosa.
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília, 2007.
192 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n.
19)
BRITO, Thaís Alves et al. Quedas e capacidade funcional em idosos longevos
residentes em comunidade. Rev. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis,
v.22, n.1, p. 43-51, Jan-Mar, 2013.
CALDAS, Celia Pereira; Introdução a gerontologia. In: VERAS, Renato Peixoto;
LOURENÇO, Roberto.(Ed). Formação humana em geriatria e gerontologia: uma
perspectiva interdisciplinar. UNATI-UERJ, Rio de Janeiro, 2006.
CAMARANO, AnaAmelia. Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de
Janeiro, IPEA, 2004. p. 25-73.
________. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição
Demográfica. Brasília-DF: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão –
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2002 p.26.
CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/
Periódicos. 2014. Disponível em:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em:
01 de novembro de 2014.
COSTA, Alice Gabrielle de Sousa et al. Fatores de risco para quedas em idosos.
Rev. Rene, Fortaleza, v. 14, n. 4, p. 821-8, 2013.
CHRISTENSEN, Kaare et al. Physical and cognitive functioning of people older than
90 years: a comparison of two Danish cohorts born 10 years apart. Lancet, v. 382
November, 2013.Disponível em :<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em:
14 de dez. de 2014.
DAMY, Alvaro José de Carvalho. Perfil multidimensional e avalição da
capacidade funcional em idosos de baixa renda. 2010, 191 f.; Tese (Doutorado) –
Universidade de São Paulo, 2010.
DE RANGO, Francesco et al. To Grow Old in Southern Italy: A Comprehensive
Description of the Old and Oldest Old in Calabria.Gerontology, v.57, p.327–334,
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
69
2011. Disponível em :<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 12 de nov.
de 2014.
DIAS JR, José do Espírito Santo. Cultura popular no Guamá: Um estudo sobre o
boi bumbá e outras práticas culturais em um bairro de periferia de Belém.
2009, 161 f.; Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Pará, 2009.
ENGBERG, Henriette et al. ImprovingActivitiesof Daily Living in Danish
Centenarians—ButOnly in Women: A Comparative Study of Two Birth Cohorts Born
in 1895 and 1905. Journal of Gerontology: MEDICAL SCIENCES, v. 63A, n.1,
p.1186–1192, 2008. Disponível em :<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso
em: 14 de dez. de 2014.
FARIAS, Rosimeri Geremias; SANTOS, Silvia Maria Azevedo dos. Influência dos
determinantes do envelhecimento ativo entre idosos mais idosos. Texto contexto
enferm., Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 167-176, mar. 2012.
FREITAS, Roberta Souza et al. Capacidade funcional e fatores associados em
idosos: estudo populacional. Acta Paul Enferm. São Paulo, v. 25, n. 6, p. 933-9,
2012.
FONTELLES, Mauro José. Bioestatística aplicada à pesquisa experimental.
Editora Livraria da física. Volume 2. São Paulo, 2012.
GONÇALVES, Lucia Hisako Takase; ALVAREZ, Angela Maria; SANTOS, Sílvia
Maria Azevedo dos. A enfermagem gerontogeriátrica e sua especificidade.In:
GONÇALVES, Lucia Hisako Takase; TOURINHO, Francis Solange Vieira (Org.).
Enfermagem no cuidado ao idoso hospitalizado. São Paulo: Manole, 2012. p.325.
GONÇALVES, Lucia Hisako Takase et al. Perfil da família cuidadora de idoso
doente/fragilizado do Contexto sociocultural de Florianópolis, SC. Texto Contexto
Enferm. Florianópolis, v. 14, n.4, p. 570-7, 2006.
GONÇALVES, Lucia Hisako Takase et al. O idoso institucionalizado: avaliação da
capacidade funcional e aptidão física. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26,
n.9, p.1738-1746, set, 2010.
GUIMARÃES, Isaac Newton et al. Fatores de Risco para mortalidade em
Octogenários submetidos a Cirurgia de Revascularização Miocárdica. Rev. Arq
Bras Cardiol,v.96, n.2, p.94-98, 2011.
HOEPERS, Neiva Junkes et al. Medidas de independência funcional em uma
instituição de longa permanência de idosos. Rev. Estud. interdiscipl. Envelhec.,
Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 7-26, 2013.
HOEFELMANN, Camila Peter et al. Aptidão funcional de mulheres idosas ativas com
80 anos ou mais.Journal of Physical Education Motriz, Rio Claro, v.17 n.1, p.1925, jan./mar, 2011. Disponível
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
70
em:<http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/motriz/article/view/19806
574.2011v17n1p19/pdf_62>. Acesso em: 02 de fevereiro de 2014.
HAMMERSCHMIDT, Karina Silveira de Almeida; BORGHI, Angela Cristina Silva;
LENARDT, Maria Helena.Ética e estética: envolvimentos na promoção do cuidado
gerontológico de enfermagem. Texto Contexto – Enferm. v. 15, p. 114-124, 2006.
INOUYE, Keika; PEDRAZZANI, Elisete Silva. Nível de instrução, status
socioeconômico e avaliação de algumas dimensões da qualidade de vida de
octogenários. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 15, n. spe, p. 742747, Oct. 2007.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE - Síntese de Indicadores
Sociais – Uma análise das condições de vida da população Brasileira –Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão; Rio de janeiro, 2013. Disponível em:
<http://biblioteca.ibge.gov.br/d_detalhes.php?id=266778>. Acesso em: 28 de agosto
de 2014.
______. Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da
população Brasileira –Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Rio de
janeiro, 2014. Disponível em:
<http://biblioteca.ibge.gov.br/d_detalhes.php?id=266778>>. Acesso em: 01 de março
de 2015.
______. [site]. Apresenta a expectativa de vida do brasileiro em 2014. Disponível
em:<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tabuadevida/2013/default.sht
m >. Acesso em: 20 de junho de 2015.
JAGGER, Carol et al. Capability and dependency in the Newcastle 85+ cohort study.
Projections of future care needs. BMC Geriatrics, p. 11-21, 2011. Disponível em
:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 01 de dez. de 2014.
KARLAMANGLA, Arunetet al,.Trajectories of cognitive function in late in the US:
demographic and socioeconomic predictors.Am J Epidemiol. Oxford, v.170, n. 3, p.
331-342, 2009.
KLEIN, Carlo Henrique; BLOCH, Katia V. Estudos Seccionais. In: MEDRONHO, R.
A. et al. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2005.
KRUG, Rodrigo de Rosso; LOPES, Marize Amorim; MAZO, Giovana Zarpellon.
Barreiras e facilitadores para a prática da atividade física de longevas inativas
fisicamente. Rev. BrasMed Esporte, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 5764, Fev. 2015.
LANDI, Francesco et al. Daily Pain and Functional Decline Among Old-Old Adults
Living in theCommunity: Results from theil SIRENTE Study. Journal of Pain and
Symptom Management. v. 38, n. 3 September, 2009. Disponível em
:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 01 de dez. de 2014.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
71
LENARDT Maria Helena; CARNEIRO Nathalia HammerschmidtKolb. Associação
entre as características sociodemográficas e a Capacidade funcional de idosos
longevos da comunidade.Rev. Cogitare Enfermagem,v.18, n.1, p.13-20, Jan/Mar,
2013.
LOPES, Geovanna Lemos; SANTOS, Maria Izabel Penha de Oliveira.
Funcionalidade de idosos cadastrados em uma unidade da Estratégia Saúde da
Família segundo categorias da Classificação Internacional de Funcionalidade. Rev.
Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 71-83, 2015.
LOURENÇO, Tânia Maria. Capacidade funcional do idoso longevo em unidades
de internação hospitalar na cidade de Curitiba -PR .2011, 133 f. Dissertação
(mestrado) – Universidade Federal do Paraná, 2011.
LOURENÇO, Tânia Maria et al. Capacidade funcional no idoso longevo: uma revisão
integrativa. Rev. Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre, v.33, n.2, p.176-185, jun,
2012.
MENEZES, Tânia Maria de Oliva. Ser Idoso Longevo: desvelando os sentidos do
vivido. 2009. 206 f. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem - Universidade
Federal da Bahia, 2009.
MENEZES, Tânia Maria de Oliva; LOPES, Regina Lúcia Mendonça. Produção do
conhecimento sobre idoso longevo: 1998-2008. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro,
v.17, n.4, p.569-74, out/dez, 2009.
_________. Significado do cuidado no idoso de 80 anos ou mais. Rev. Eletr. Enf.
Goiânia, v.14, n.2, p.240-7,abr/jun, 2012.
MIRANDOLA, Andrea Ribeiro. Capacidade funcional, capacidade de tomar
decisão e qualidade de vida de longevos. 2014. 110 f. Dissertação (mestrado) –
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Instituto de Geriatria e
Gerontologia. Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica, 2014.
MOLLER, U. Olsson et al. Prevalence and predictors off all sanddizziness in people
young erand olderthan 80 yearsof age-A longitudinal cohort study. Archives of
Gerontology and Geriatrics, v.56, p.160–168, 2013. Disponível em
:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 01 de dez. de 2014.
MOSSAKOWSKA, Malgorzata et al. Cognitive Performance andFunctional Status
Are the Major FactorsPredicting Survival of Centenarians in Poland. J Gerontol A
BiolSciMedSci v.69, n.10, p.1269–1275, October, 2014. Disponível em
:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 01 de dez. de 2014.
MORAIS, Eliane Pinheiro de; RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani;
GERHARDT, Tatiana Engel. Os idosos mais velhos no meio rural: realidade de vida
e saúde de uma população do interior gaúcho. Texto contexto - enferm.,
Florianópolis, v.17, n.2, p. 374-383, Jun. 2008.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
72
MORAES, Edgar Nunes; MORAES, Flavia Lanna. Avaliação Multidimensional do
Idoso. 4º ed. Belo Horizonte: Ed. Folium, 2014.
MORAES, Edgar Nunes.Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. Brasília:
Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
_________. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Belo Horizonte:
Folium, 2009.
_________. Avaliação multidimensional do idoso. Belo Horizonte: Folium, 2010.
MOTTA, Luciana Branco da; AGUIAR, Adriana Cavalcanti de. Novas competências
profissionais em saúde e o envelhecimento populacional brasileiro: integralidade,
interdisciplinaridade e intersetorialidade. Rev.Ciência& Saúde Coletiva, v.12, n.2,
p.363-372, 2007.
NOGUEIRA, Silvana L. et al. Fatores determinantes da capacidade funcional em
longevos. Rev. Bras. Fisioter., São Carlos, v. 14, n. 4, p. 322-9, jul./ago. 2010.
NUNES, Maria Célia R. et al. Influência das características sociodemográficas e
epidemiológicas na capacidade funcional de idosos residentes em Ubá, Minas
Gerais. Rev. Bras. fisioter., São Carlos,v.13, n.5, p.376-382, Out. 2009.
OLIVEIRA, Verônica Cunha Rodrigues de. Estudo comparativo das condições
clínicas de adultos, idosos e muito idosos internados em unidade de terapia
intensiva. 2010, 76 f.; Dissertação (mestrado) – Universidade de São Paulo, 2010.
Organização Mundial da Saúde – OMS. CIF: Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde [Centro Colaborador da Organização Mundial
da Saúde para a Família de Classificações Internacionais, org.; coordenação da
tradução Cassia Maria Buchalla]. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo
– EDUSP; 2003.
PEREIRA, Fernanda Macedo; BESSE, Mariela. Fatores associados à
independência funcional de idosos residentes em instituição de longa permanência.
Acta Fisiatr. São Paulo, v. 18, n. 2, p. 66-70, 2011.
PORCIÚNCULA, Rita de Cássia Román. Perfil socioepidemiológico de idosos
longevos em Recife, Nordeste do Brasil. 2012. Dissertação (Mestrado Acadêmico
em Saúde Pública) – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo
Cruz, Recife, 2012.
RABUÑAL-REY, Ramón et al. Electrocardiographicab normalities in centenarians:
impacton survival. BMC Geriatrics v. 12, n. 15, 2012. Disponível
em:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 01 de dez. de 2014.
RIBERTO, Marcelo et al. Reprodutibilidade da versão brasileira da Medida de
Independência Funcional. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 45-52, 2001.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
73
RIBERTO, Marcelo et al. Validação da Versão Brasileira da Medida de
Independência Funcional.Rev Acta fisiatria, v.11, n.2, p.72-76, 2004.
ROCHA, Anna Karynna Alves de Alencar et al. Análise da independência funcional
em pacientes com neuropatia hanseniana assistidos pelo centro de referência em
hanseníase da cidade de Campina Grande – Paraiba. Rev. Saúde e Biol v.9, n.3, p.
8-16, out./dez.,2014.
ROSSET, Idiane et al. Diferenciais socioeconômicos e de saúde entre duas
comunidades de idosos longevos. Rev. Saúde Pública, v. 45, n. 2, p. 391-400,
2011.
SANTOS, Maria Izabel Penha de Oliveira. Capacidade funcional de idosos
inscritos em programa de saúde pública de Belém/PA: implicações para a
enfermagem. 2011, 160 f.; Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 2011.
SANTOS, Maria Izabel Penha Oliveira; GRIEP, Rosane Harter. Capacidade
funcional de idosos atendidos em um programa do SUS em Belém (PA). Ciênc.
saúde coletiva, v.18, n.3, p. 753-761, 2013.
SANTOS, Vanessa Ribeiro et al. Associação entre fatores de risco cardiovasculares
e capacidade funcional de idosos longevos. Rev Medicina, Ribeirão Preto, 2013.
Disponível em:<http://revista.fmrp.usp.br>. Acesso em: 10 de abril de 2014.
SANTOS, Vanessa Ribeiro et al. Associação entre massa óssea e capacidade
funcional de idosos com 80 anos ou mais.Rev. bras ortop., v.48, n.6, p.512–518,
2013.
SANTOS, Sabrina Braga et al. Dificuldades auditivas percebidas por moradores
longevos e não longevos de uma instituição de longa permanência para idosos. Rev.
Estudos interdisciplinares no envelhecimento, Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 125143, 2012.
SCATTOLIN, Fátima Ayres de Araújo; COLOMBO, Roberta Cunha Rodrigues;
DIOGO, Maria José D’Elboux. Preditores de independência funcional em idosos
portadores de insuficiência cardíaca. Acta Fisiatr., São Paulo, v. 14, n. 4, p. 219225, 2007.
SILVA, Maria das Dores Ferreira da; FERREIRA-ALVES, José. O luto em adultos
idosos: natureza do desafio individual e das variáveis contextuais em diferentes
modelos. Psicol. Reflex. Crit.,Porto Alegre , v. 25, n. 3, p. 588-595, 2012 .
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010279722012000300019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 Jul. 2015.
SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de.
Revisão integrativa: O que é e como fazer. Einstein, Säo Paulo, v.8, n.1, jan.-mar.
2010
SOUSA, Valmi D.; DRIESSNACK, Martha; MENDES, Isabel A. C. Revisão dos
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
74
desenhos de pesquisa relevantes para enfermagem: Parte 1: desenhos de pesquisa
quantitativa. Rev. Latino-Am. Enfermagem, vol.15, n.3, p.502-507, 2007.
TAEKEMA, Diana G. et al. Predicting Survival in Oldest Old People. The American
Journal of Medicine, v.125, n.12, December, 2012.Disponível em
:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 01 de dez. de 2014.
TALLMANN, Ana Elisa Casara. O cuidado gerontológico de enfermagem e o
bem-estar psicológico do idoso longevo. 2011, 106 f.; Dissertação (mestrado) –
Universidade Federal do Paraná, 2011.
TERRY, Dellara F. et al. Disentangling the Roles of Disability and Morbidity in
Survival to Exceptional Old Age. ARCH INTERN MED v.168, n.3, FEB, 2008.
Disponível em :<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 14 de dez. de
2014.
TIER, Cenir Gonçalves et al. Condições de saúde dos idosos na Atenção Primária a
Saúde. Rev. Rene, Fortaleza-CE, v. 15, n. 4, p. 668-75, 2014 jul-ago, 2014.
TORRES, Juliana Lustosa et al. Functional performance and social relations among
the elderly in Greater Metropolitan Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil: a
population-basedepidemiologicalstudy. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
30, n. 5, p. 1018-1028, Mai. 2014.
VENTURELLI, Massimo; SCHENA, Federico; RICHARDSON, Russell S. The role of
exercise capacity in the health and longevity of centenarians. Maturitas v.73, p. 115–
120, 2012. Disponível em:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 14 de
dez. de 2014.
VERAS, Renato. Envelhecimento populacional contemporâneo: Demandas, desafios
e inovações.Rev. de Saúde Pública, São Paulo, v.43, n.3, p.548-554, mai/jun.,
2009.
WILLIG, MariluciHautsch. As histórias de vida dos idosos longevos de uma
comunidade: o elo entre o passado e o presente. 2012, 158 f. Tese (Doutorado) –
Programa de Pós Graduação em Enfermagem - Universidade Federal do Paraná Curitiba, 2012.
WILHELMSEN, L et al. Factors associated with reaching 90 years of age: a study of
men born in 1913 in Gothenburg, Sweden. Journal of Internal Medicine, v.269,
p.441–451, 2010.Disponível em:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em:
14 de dez. de 2014.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. A glossary of terms for community
health care and services for older persons. 2004. Agein gand Health Technical
Report, v. 5, 2004. Disponível em: http://www.who.org. Acesso em 14 ago. de 2013.
75
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
APÊNDICE 01
Quadro 01 – Distribuição dos artigos brasileiros sobre a avaliação da capacidade funcional de idosos
longevos segundo autores, título, ano de publicação, área da saúde e objetivo. Belém/PA, 2014
Autores
Título do artigo
Ano
Área de
Objetivo
conhecimento
NOGUEIRA , Silvana L. et
Fatores
al.
da capacidade funcional
determinantes
2010
Nutrição
Investigar a influência de fatores
socioeconômicos,
em idosos longevos
biológicos e de saúde, nutricionais, de
relações
demográficos,
sociais,
autoavaliação
capacidade
da
além
da
saúde sobre
funcional
de
a
idosos
longevos (80 anos e mais).
AIRES,
Capacidade funcional de
Marinês;PASKULIN,
idosos
velhos:
para as atividades de vida diária
LisianeManganelliGirardi;
Estudo comparativo em
(AVD) de 155 idosos com 80 anos ou
MORAIS, Eliane Pinheiro.
três
mais.
mais
regiões
do
2010
Enfermagem
Rio
Comparar o grau de dependência
Grande do Sul
EIBEL, Bruna et al.
Treinamento
com
estimulação
2011
Fisioterapia
elétrica
funcional
sobre
Avaliar os efeitos do treinamento com
EEF sobre a capacidade funcional e a
a
VPA em uma idosa centenária.
capacidade funcional e
a
variabilidade
da
pressão arterial em uma
idosa centenária: estudo
de caso
BRITO
,
Thaís
Quedas e capacidade
Alves;FERNANDES,
funcional
Marcos
longevos
Henrique;
COQUEIRO,Raildo
Silva;
da
em
2013
Enfermagem
idosos
Verificar associação entre quedas e
capacidade
residentesem
funcional
em
idosos
longevos residentes em comunidade.
comunidade
JESUS, Cleber
Souza.
SANTOS ,Vanessa R. et
Associação entre fatores
al.
de risco cardiovascular
2013
Educação Física
Analisar
presença
a
associação
e capacidade funcional
cardiovascular (FRC) e a capacidade
de idosos longevos
funcional de idosos longevos
de
fatores
entre
de
a
risco
Fonte: Tendências das produções científicas relacionadas à capacidade funcional dos idosos
longevos – Estado da arte - arquivos da autora (e-mail: [email protected]).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
76
APÊNDICE 02
Quadro 2 – Distribuição dos artigos estrangeirossobre a avaliação da capacidade funcional de idosos
longevos segundo título, periódico/base de dados, ano de publicação, categoria e autores. Belém/PA,
2014
nº
Título doartigo
Periódico/B Ano
Categoria
Autores
ase de
dados
01
GeneticContributionto Rate ofChange in
Web of
FunctionalAbilitiesamongDanishTwinsAged 75
Science
2002
Multiprofissional CHRISTENSEN,Kaar
e et al.
Yearsor More
02
Strategiestoenhancelongevityandindependentfunction
Scopus
2005
: The Jerusalem Longitudinal Study
03
MorbidityofTokyo-areacentenariansand its
relationshiptofunctional status
Multiprofissional STESSMAN,Jochana
n. etsl.
The
2007
journalsofgero
Multiprofissional TAKAYAMA, Michiyo
et al.
ntology
04
Daily ActivitiesandSurvivalatOlder Ages
Web of
2007
Science
05
HDL-cholesterolandphysical performance:
Pro Quest
Multiprofissional KLUMB,Petra L.;
MAIER. Reiner.
2007
resultsfromtheageingandlongevitystudy in
Multiprofissional LANDI, Francesco et
al
thesirentegeographicarea (ilSIRENTEStudy)
06
Web of
The JapaneseCentenarianStudy:
2007
Multiprofissional OZAKI, A. et al
2007
Multiprofissional GU, Danan ; XU, QIN
Science
Autonomywasassociatedwithhealthpractices as well
as physical status
07
SociodemographicEffectsonthe Dynamics ofTask-
Pro Quest
Specific ADL FunctioningattheOldest-old Ages: The
GU, Danan
Case of China
08
ImprovingActivitiesof Daily Living in
DanishCentenarians—ButOnly in Women: A
ComparativeStudyofTwoBirthCohorts Born in 1895
The
2008
journalsofgero
Não identificado ENGBERG,
Henriette et al.
ntology
and 1905
09
Disentanglingthe roles ofdisabilityandmorbidity in
survivaltoexceptionalold age
National Library 2008
of Medicine
Multiprofissional TERRY,Dellara F.;
SEBASTIANI, Paola;
ANDERSEN, Stacy
L.; PERLS,Thomas
T.
10
11
Exceptionallongevity does notresult in
Web of
excessivelevelsofdisability
Science
Self - perceptionofhealth (SPH) in theoldest-
Web of
oldsubjects
Science
2008
Multiprofissional CHRISTENSEN,Kaar
e et al.
2009
Multiprofissional ZINIC, L. et al.
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
12
Daily PainandFunctional Decline AmongOld-
Scopus
2009
77
Multiprofissional LANDI, Francesco et
OldAdults Living in theCommunity:
al
ResultsfromtheilSIRENTEStudy
13
Aged-relatedchanges in
Web of
attentionalcapacityandtheabilitytomulti-task as a
Science
2010
Multiprofissional MAKIZAKO, Hyuma
et al.
predictorforfalls in adultsaged 75 yearsandolder
14
15
Factorsassociatedwithreaching 90 yearsof age: a
Journalofintern
studyofmenborn in 1913 in Gothenburg, Sweden.
al medicine
Determinantfactorsoffunctional status
amongtheoldestold
Revista
2010
Medicina
WILHELMSEN, L. et
al.
2010
Não identificado NOGUEIRA, Silvana
Brasileira de
L. et al.
Fissioterapia
16
17
Capabilityanddependency in the Newcastle 85
Web of
cohortstudy. Projectionsof future careneeds
Science
ToGrowOld in Southern Italy: A
Web of
ComprehensiveDescriptionoftheOldandOldestOld in
Science
2011
Multiprofissional JAGGER, Carol et al.
2011
Multiprofissional RANGO, Francesco
de. et al.
Calabria
18
19
Electrocardiographicabnormalities in centenarians:
Web of
impactonsurvival
Science
The role ofexercise capacity in
Scopus
2012
Multiprofissional RABUNAL-REY,
Rámon et al.
2012
Multiprofissional VENTURELLI,
thehealthand longevity ofcentenarians
Massimo;
SHENA, Frederico;
RICHARDSON,
Russel S.
20
Functionalcapacity in elderlylongevity:
anintegrativereview
Directoryof
2012
Open Access
Enfermagem
LOURENÇO, Tânia
Maria. et al.
Journals
(DOAJ)
21
Functionalcapacityandassociatedfactors in theelderly:
populationstudy
Directoryof
2012
Open Access
Multiprofissional FREITAS, Roberta
Souza et al.
Journals
(DOAJ)
22
Predictingsurvival in oldestoldpeople.
The American
2012
Journalof
Multiprofissional TAEKAMA, Diana G.
et al
Medicine
23
Associationbetweenbonemassandfunctionalcapacityo
Scopus
2013
felderlyaged 80 yearsor more
24
Physicalandcognitivefunctioningofpeopleolderthan
Multiprofissional SANTOS, Vanessa
Ribeiro et al.
Lancet
2013
90 years: a comparisonoftwoDanishcohortsborn10
Multiprofissional CHRISTENSEN,Kaar
e et al.
years apart
25
Prevalenceandpredictorsoffallsanddizziness in
peopleyoungerandolderthan 80 yearsof age—A
longitudinal cohortstudy
Scopus
2013
Multiprofissional MOLLER, Olsson U.
et al
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
26
Cognitive Performance andFunctional Status Are the
Web of
Major FactorsPredictingSurvivalofCentenarians in
Science
2014
78
Multiprofissional MOSSAKOWSKA,
Malgorzata et al.
Poland
Fonte: Tendências das produções científicas relacionadas à capacidade funcional dos idosos
longevos – Estado da arte - arquivos da autora (e-mail: [email protected]).
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
79
APÊNDICE 03
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
ESCOLA DE ENFERMAGEM “MAGALHÃES BARATA”
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO ASSOCIADO EM ENFERMAGEM UEPA-UFAM
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS SOCIOECONÔMICO E CONDIÇÕES DE
SAÚDE
Parte I – Características Sociodemográficas
1. Idade: _______(anos)
1 ( ) 80-89; 2 ( ) ≥90-99 3 ( ) ≥100
2. Faixa etária:
3. Sexo: 1(
) Masc; 2(
) Fem.
4. Estado civil:
1.( ) Viúvo
2.( ) Casado (a)
3.( ) Separado (a)
4.( ) Solteiro (a)
5. Possui filhos:
1.( ) Sim 2. ( ) Não
6. Com quem mora:
1.( ) Familiares (cônjuge, filhos, netos....)
2.( ) Sozinho (a)
3.( ) Outros....(Arranjo familiar)
7. Procedência: 1(
) Belém; 2(
8. Tem alguma renda mensal:
1.( ) 1 salário mínimo
2.( ) 2 salários mínimos
3.( )> 3 -4 salários mínimos
9. Possui algum trabalho?
1.( ) Sim 2. ( ) Não
10. Anos de estudo:
1.( ) Analfabeto/Nunca estudou
2.( ) < 1 ano de estudo;
) Interior do estado ; 3(
) Outro estado; 4 ( ) Outro país
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
3.( ) 1 a 3 anos de estudo;
4.( ) 4 a 8 anos;
5.( ) Mais 8 anos..
Parte II – Condições Epidemiológicas e de Saúde
11. Ex-fumante.....
1.(
) Sim, Por quanto tempo? _________; 2.(
) Não
12. Faz uso de bebida alcoólica?
1.(
) Sim;2. (
1(
) Sim (
) Não. Se sim, todos os dias?
); 2( ) Eventualmente
13. Neste último ano o (a) senhor (a) apresentou alguma queda?
1.( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, quantas?....
14. O (A) senhor(a) prática alguma atividade física?
1.( ) Sim 2. ( ) Não
Qual?
Quantos vezes na semana_____
15- O que o (a) senhor(a) mais gosta de fazer para se divertir?
( ) Ir à igreja ( ) Assistir televisão( ) Não tem lazer ( ) Conversar
( ) Viajar
( ) Passear
( ) Brincar com os netos ( )Outros
16- O (A) senhor(a) realiza tratamento para alguma destas doenças?
1.( ) HAS
2.( )Artrite
3.( ) Osteoporose
4.( )Diabetes
5.( )Artrose
6.(
7.( )Alzheimer 8.( ) Asma
9. (
) Problemas Respiratórios
) problemas renais
10.( )Prostatite 11.( ) Cardiopatia 12.( ) Comorbidades
13. ( ) outros
80
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
81
APÊNDICE 04
Governo do Estado do Pará
Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Escola de Enfermagem “Magalhães Barata”
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Mestrado Associado em Enfermagem Uepa-Ufam
Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos – CEP/Campus
IV/CCBS/UEPA
TERMO DE ESCLARECIMENTO
Para a conclusão do meu curso de Pós-Graduação em
Enfermagem Mestrado Associado em Enfermagem da Universidade do
Estado do Pará-UEPA, realizarei uma pesquisa que tem como título:
“AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS LONGEVOS
AMAZÔNIDAS”, com o objetivo de conhecer qual a quantidade de ajuda
solicitada por um idoso de 80 anos ou mais para realização de suas
atividades de vida diária.
Os avanços na área da saúde ocorrem através de estudos como
este, por isso convidamos o (a) senhor (a) a participar do estudo
respondendo um conjunto de perguntas sobre a quantidade de ajuda de
que necessita para desenvolver algumas atividades no seu dia a dia, na
forma de entrevista, sendo suas respostas registradas por escrito pelo
pesquisador somente com a sua autorização. Caso não saiba responder
a alguma pergunta ou lhe provoque constrangimento, o (a) senhor (a)
tem a liberdade para não responder. Para evitar a preocupação de que
os dados sejam divulgados, deixamos claro que as informações obtidas
82
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
têm como única finalidade o estudo e que os resultados obtidos serão
descritos de uma forma geral e não individual, não sendo divulgada
qualquer informação sua. Os resultados poderão ser apresentados em
eventos científicos, ou outro meio de comunicação e publicados em
revista.
Sua participação
no estudo
é muito
importante,
pois
possibilitará, como benefícios, a melhoria dos serviços oferecidos aos
idosos com idade igual ou maior que 80 anos, bem como o (a) senhor
(a) receberá informações, se achar necessário, sobre a autonomia e
independência do idoso mais velho.
Esta pesquisa tem risco de exposição de privacidade, porém, para
garantir sua segurança, vamos manter sigilo das informações coletadas
e manter seu nome no anonimato.
Nesta pesquisa não será realizado qualquer procedimento que lhe
cause desconforto ou risco à sua vida. A qualquer momento o (a) senhor
(a) pode desautorizar a pesquisadora de fazer uso de suas informações
obtidas. Assim como afastar-se da pesquisa, e todo material anotado lhe
será devolvido. Não há despesas pessoais para o (a) senhor (a) em
qualquer fase do estudo. Este trabalho será realizado com recursos
próprios, e não haverá nenhum pagamento por sua participação. As
informações
obtidas
serão
utilizadas
somente
nesta
pesquisa,
guardadas pela pesquisadora por cinco anos e depois destruídas. Se
tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa ou os seus direitos poderá
entrar em contato com a responsável Daiane de Souza Fernandes,
domiciliada na Rua Itabira/ Condomínio Jardim Itabira, lote 02B Quadra
01, CEP 67030390 Ananindeua/PA, Coren-Pa nº. 149702, tel.:(091)
981228165, ou sua orientadora Profa. Maria Izabel Penha de Oliveira
Santos, tel.:(091) 981581028, e ainda o CEP (Comitê de Ética em
Pesquisa) da Universidade do Estado do Pará, End.: Av. José Bonifácio,
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
83
1289 CEP: 66063-010 Fone: (091) 3211-1612 Fax: 3249-4671 Ramal:
208, E-mail: [email protected].
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO
Declaro que li o esclarecimento acima e compreendi as
informações que me foram explicadas sobre a pesquisa. Conversei com
a coordenadora e/ou a pesquisadora do projeto sobre minha decisão em
participar, autorizando a realização da entrevista, ficando claro para mim
quais são os objetivos da pesquisa, a forma como vou participar, os
riscos e benefícios e as garantias de confidencialidade e de
esclarecimento permanente. Ficou claro também que a minha
participação não tem despesas, nem receberei nenhum tipo de
pagamento, podendo retirar meu consentimento a qualquer momento,
sem penalidades ou prejuízos. Concordo voluntariamente participar
desse estudo assinando este termo em duas cópias e uma ficará
comigo.
Belém, _____ de ________________ de 2015
Impressão
Digital
Assinatura do Participante
Assinatura do Pesquisador
Responsável
RG ________________
RG ________________
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Anexo 01
Figura 08: Bairro do Guamá/ Belém/Pará
Fonte: (DIAS JR, 2009).
84
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Anexo 02
MEEM – MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
1) ORIENTAÇÃO TEMPORAL: 0 A 5 PONTOS
PONTUAÇÃO
ANO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
SEMESTRE
(
) ACERTOU
(
) ERROU
MÊS
(
) ACERTOU
(
) ERROU
DIA
(
) ACERTOU
(
) ERROU
DIA DA SEMANA
(
) ACERTOU
(
) ERROU
2) ORIENTAÇÃO ESPACIAL: 0 A 5 PONTOS
ESTADO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
CIDADE
(
) ACERTOU
(
) ERROU
BAIRRO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
RUA
(
) ACERTOU
(
) ERROU
LOCAL
(
) ACERTOU
(
) ERROU
3) REGISTRO: 0 A 3 PONTOS
CANECA
( ) CONSEGUIU
( ) NÃO CONSEGUIU
TIJOLO
( ) CONSEGUIU
( ) NÃO CONSEGUIU
TAPETE
( ) CONSEGUIU
( ) NÃO CONSEGUIU
4) ATENÇÃO E CALCULO: 0 A 5 PONTOS
O SR.(A) FAZ CÁLCULO? SE SIM, FAZER O TESTE 4A, SE NÃO, 4B.
4A
100-7=93
(
) ACERTOU
(
) ERROU
93-7=86
(
) ACERTOU
(
) ERROU
85
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
86-7=79
(
) ACERTOU
(
) ERROU
79-7=72
(
) ACERTOU
(
) ERROU
72-7=65
(
) ACERTOU
(
) ERROU
86
4B – SOLETRAR A PALAVRA MUNDO DE TRÁS PARA FRENTE
O
(
) ACERTOU
(
) ERROU
D
(
) ACERTOU
(
) ERROU
N
(
) ACERTOU
(
) ERROU
U
(
) ACERTOU
(
) ERROU
M
(
) ACERTOU
(
) ERROU
5) MEMÓRIA E EVOCAÇÃO DAS PALAVRAS: 0 A 3 PONTOS
CANECA
(
) ACERTOU
(
) ERROU
TIJOLO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
TAPETE
(
) ACERTOU
(
) ERROU
6) LINGUAGEM E NOMEAÇÃO: 0 A 3 PONTOS
CANETA
(
) ACERTOU
(
) ERROU
RELÓGIO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
7) LINGUAGEM: REPITA A FRASE: NEM AQUI, NEM ALÍ, NEM LÁ.
(
) CONSEGUIU
(
) NÃO CONSEGUIU
8) FECHE OS OLHOS: LER E EXECUTAR 0 A 1 PONTO
(
) FECHOU OS
(
OLHOS
) NÃO FECHOU OS
OLHOS
9) PEGUE O PAPEL COM A MÃO DIREITA, DOBRE-O AO MEIO E COLOQUE NO CHÃO: 0 A 3
PONTOS
PEGOU COM A MÃO
DIREITA
(
) ACERTOU
(
) ERROU
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
DOBROU AO MEIO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
COLOCOU NO CHÃO
(
) ACERTOU
(
) ERROU
87
10) ESCREVA UMA FRASE COMPLETA: 0 A 1 PONTO
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________
11) COPIE O DESENHO: 0 A 1 PONTO
ESCORE TOTAL: 30 PONTOS - Analfabetos = 19;1 a 3 anos de escolaridade = 23;4
a 7 anos de escolaridade = 24; > 7 anos de escolaridade = 28 (BRASIL,2007).
88
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
ANEXO 03
MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL- MIF
Nº_______
Níveis
7- Independência completa (em segurança,
Sem ajuda
em tempo normal)
6- Independência modificada (ajuda técnica)
Dependência modificada
Com Ajuda
5- Supervisão
4- Assistência mínima (indivíduo>=75%)
3- Assistência moderada (indivíduo >=50%)
2- Assistência máxima (indivíduo >=25%)
1- Assistência total (indivíduo>=0%)
DATA
Domínios e Tarefas
Pontuação
AUTOCUIDADOS
6-42 pontos
A
Alimentação
B
Higiene pessoal
C
Banho ( lavar o corpo todo)
D
Vestir-se acima do tronco
E
Vestir-se abaixo do tronco
F
Uso do vaso sanitário
CONTROLE DE ESFÍNCTERES
G
Controle de urina
H
Controle de fezes
MOBILIDADE (transferências)
I
Leito, cadeira, cadeira de rodas
J
Vaso sanitário
K
Banheira ou chuveiro
LOCOMOÇÃO
L
Marcha
2-14 pontos
3-21 pontos
2- 14 pontos
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Cadeira de rodas
M
Escadas
TOTAL
( Não deixe nenhum item sem marcar, se não for possível testar, marque 1.)
89
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Anexo 04
Árvore de Decisões GERAL da MIF motora
Anexo 5
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa, 2007.
90
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Anexo 05
91
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Anexo 06
92
Fernandes, D. S. Avaliação da capacidade funcional de idosos longevos amazônidas...
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Escola de Enfermagem Magalhães Barata
Curso de Mestrado Associado de Enfermagem
Av. José Bonifácio, 1289 – São Braz
66063-075 Belém/PA
www.uepa.br
93
Download

Daiane de Souza Fernandes Avaliação da capacidade