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Spasso memória
WAGUINHO, O CRAQUE DE SUMARÉ
Associação Pró-Memória de Sumaré
[email protected]
W
aguinho sonhava
ser
jogador
de
futebol profissional. Nas salas de aula, no
Colégio Dom Jayme de Barros Câmara, costumava falar
para os colegas, com convicção, que um dia iria jogar no
time do Corinthians, time do
coração.
Wagner Santos de Souza
Dias nasceu em Sumaré no
dia 23 de julho de 1963. Seu
pai, Sinézyo de Souza Dias,
tinha vindo de Americana
para tentar a vida em Sumaré,
como sapateiro, com a esposa César Santos de Souza e
os irmãos Vitor Oscar Santos
de Souza, Marlene de Souza
Dias Cruz e Marilda Souza
Dias Prestes da Silva.
Sua aprendizado começou
no Clube Recreativo Sumaré,
no time juvenil dirigido pelo
Paulo Ghirardello e Douglas
Ferreira, o “Salim”. Franzino, de pernas finas, mostrava
que ia ter futuro com a bola.
Enquanto essa oportunidade
não chegava, encorpou-se
nos times amadores da cidade
– primeiro com o Santana de
Paulo Castanho, depois com o
Alvorada, de João Rodomilli.
O auge de seu futebol na cidade aconteceu em 1979, na
decisão contra o Guarani sumareense.
Daí em diante começou
seu ciclo de profissionalismo. Foi treinar na Ponte Preta
de Campinas, com o famoso
técnico Cilinho, especialista em revelar jogadores para
times profissionais. Com a
habilidade que tinha, explorada por um grande técnico,
deu no que tinha que dar: o
menino de Sumaré ia ser um
grande jogador de futebol.
Foi tricampeão paulista de
juniores, tricampeão da Copa
São Paulo e Campeão (e goleador) dos Jogos Regionais
por Campinas – disputado em
Sumaré.
Para jogar nas divisões in-
feriores da Ponte, Waguinho
teve que sacrificar alguma
coisa. Começou pelo estudo – deixou de completar o
colegial no Dom Jayme. Felizmente a Ponte já era um
grande clube na década de
1980: transformou o menino
de Sumaré num grande homem: obrigou-o a completar
os estudos no Colégio Ateneu
solidariedade, em pessoa, do
goleiro Carlos e do zagueiro
Osmar Guarnelli, titulares do
time principal da Ponte.
Depois desse período
começou a fase de ouro de
Waguinho. Lembra-se com
nostalgia dos presidentes do
clube: Edson Aggio, Lauro
Morais, Carlos Vacchiano. E
dos treinadores: Jair Picer-
de Campinas, pagando todo o
curso. Foi esse diploma que o
ajudaria a se formar em Educação Física, em 2006.
Como reconhece Waguinho, o clube campineiro foi
uma escola de vida completa.
Além de projetar seu futebol,
de pagar seus estudos, deu-lhe as diretrizes básicas para
ser um cidadão: até hoje ele
não bebe e não fuma.
No futebol, que passou a
ser o dia-a-dia, teve que encarar um segundo desafio: o
de ganhar corpo. O menino
mirrado tinha que se preparar
para ser um atleta completo.
Aí entrou o Nivaldo Baldo,
presidente da Ponte, que centrou no menino o trabalho
físico. Waguinho lembra-se
que nessa época tinha bronquite, que foi curada com tratamentos pagos pelo clube.
Outra coisa que se lembra,
com tristeza, foi a morte do
pai, em 1984, que não chegou
a vê-lo no auge do profissionalismo. Waguinho relembra,
emocionado, que todo funeral foi pago pelo clube campineiro. Nesse dia recebeu a
ni, Milton dos Santos, Tuta,
Dino Sani, Dadá Maravilha,
Carbone e Tim. Sabem o que
Tim, o Elba de Pádua Lima,
falou dele?
- No meu time joga Waguinho e mais dez...
Em 1982 Waguinho começou a treinar e almoçar com
os principais jogadores. Jogou a primeira partida como
profissional nesse ano, sob o
comando do Olegário Toloi,
o famoso Dudú do Palmeiras.
Resultado: Ponte Preta 1 x
XV de Jaú 0, gol de Chicão.
Sua ascensão como jogador profissional foi rápida.
Jogaria no Campeonato Brasileiro da série A contra o Internacional de Porto Alegre:
resultado de 2 x 2, com dois
passes seus ao Jorge Mendonça. Nesse período foi convocado para jogar na Seleção
Brasileira Sub-20, dirigida
pelo Sebastião Lapola, que
tinha, entre outros, jogadores
como Bebeto, Heitor, Dunga,
Mauricinho e Jorginho (lateral). Infelizmente não pôde ir
porque o técnico Dudú não o
liberou, por considerá-lo in-
dispensável ao time da Ponte.
Em 1986 começaria novo
ciclo em sua carreira. Foi emprestado ao XV de Novembro
de Piracicaba, para jogar ao
lado de Gaúcho e Dadá Maravilha; em 1987 foi jogar no
Hercílio Luz de Santa Catarina. Nesse lugar lembra-se de
ter jogado contra o Falcão do
Internacional.
Em 1987 veio para o Bragantino de Jesus Chedid. Foi
campeão da repescagem paulista, sob o comando de Ilzo
Neri. Em 1988 a Ponte Preta
trocou seu passe com o Mogi
Mirim, que revelava um novo
jogador chamado Roberto.
Em 1989 o Rio Branco de
Americana comprou seu passe. Ficou lá até 1991, sob o
comando de Walter Zaparolli,
Luiz Carlos Ferreira e Afrânio Riul, que conseguiu levar
o time para a primeira divisão
paulista, num time que tinha
Pianelli e Macedo.
Em 1991 foi jogar no Esportivo de Passos, Minas Gerais. O time conseguiu um
feito inédito, ainda não superado: foi o terceiro colocado
do campeonato mineiro. Em
1992 voltou para o Rio Branco, onde jogou até 1993. Dores intermitentes no púbis
obrigaram-no a encerrar a carreira com 30 anos de idade.
TREINADOR
Voltando para Sumaré,
Waguinho resolveu abrir uma
escolinha de futebol, que
existe até hoje: a Fome de
Bola. Em 1999 foi convidado
para ser técnico dos juvenis
do União Barbarense. Começava aí uma nova carreira.
Em 2001 foi dirigir o infantil
do Guarani de Campinas. Em
2002 voltou ao Rio Branco de
Americana, agora como técnico dos juniores e dos profissionais. Em 2005 voltou
ao Guarani, desta feita como
Coordenador Técnico. No
ano seguinte dirigiu o time
principal. No mesmo ano foi
para o Atlético Sorocaba. De
2006 até este ano passou pelo
Sumaré (na 4ª. Divisão pau-
lista), Santa Rita de Alagoas,
Portuguesa Santista, Operário
de Campo Grande, Sendas do
Rio de Janeiro e finalmente o
Guarani de Campinas, agora
como Gerente de Futebol.
Nesse verdadeiro “tour”
Waguinho tem muita coisa
interessante para contar. Uma
delas foi ser jogador da Ponte Preta e treinador do maior
rival, o Guarani. A sensação,
diz, foi terrível:
- No Guarani era chamado de pontepretano; na Ponte
Preta de “traidor”. Precisei
ter muita calma e paciência
para atravessar esse pedaço
da vida. É o momento em
que o profissionalismo tem
que falar mais alto.
zero para a Ponte. Se tivesse
marcado, liquidaria a partida.
Só que a Ponte perdeu por 2 a
1. Seu gol perdido fez falta e
até hoje é lembrado por ele.
Hoje Waguinho divide seu
tempo com a escolinha, com
a esposa (Adriana de Cássia
Menuzzo Pazetti), com os
filhos (Siany Pazzeti Dias e
Renan Pazetti Dias), e com
os amigos de Sumaré e do futebol, como Barbieri, Careca,
João Paulo, Nenê Santana,
entre outros - craques do futebol campineiro e brasileiro.
Não se arrepende de nada,
mesmo tendo seguido um
percurso difícil para ele e
para a família, com viagens e
concentrações. Mas fez o que
Waguinho faz questão de
mencionar sua passagem pelo
Sendas, do Rio de Janeiro.
Segundo ele, a estrutura do
clube é de primeira. Nem parece ser um time de pequena
expressão.
Outro fato muito lembrado pelo Waguinho aconteceu
num jogo no Moisés Lucarelli, contra o Corinthians.
Estádio lotado. Torcedores de
Sumaré, em peso, foram incentivar a “macaca”, por causa do Waguinho. Diz que nesse dia perdeu um gol incrível,
quando o placar estava um a
gostava e ainda gosta.
Quem agradece é Sumaré.
Como filho da terra projetou o
nome da terra natal como um
atleta de grande qualidade esportiva e moral elevada.
Qualidades raras no futebol, que servem de exemplo
para os meninos que ajudou e
ajuda a treinar. Que sonham
ser como Waguinho, o craque
de Sumaré.
Alaerte Menuzzo – Professor de História e Diretor
da Associação Pró-Memória de Sumaré.
Cidades
Pacientes ficam sem atendimento na UBS do Jardim Picerno
Renata Muniz/SUMARÉ
[email protected]
A
falta de médico ginecologista na UBS (Unidade Básica de Saúde) do
Jardim Picerno tem deixado
usuárias sem atendimento.
Segundo pacientes, a unidade possui somente um especialista, que está de férias.
Ainda assim, o médico estaria atendendo uma vez por
semana as usuárias grávidas
e as que precisam fazer a revisão pós-parto.
“As outras mulheres que
precisam de um atendimento
de rotina acabam ficando sem
a consulta. A coordenação do
posto faz o que pode, mas
precisa de mais médico no
local”, criticou a jornaleira
Maria Ângela Siqueira, de 48
anos. Ela contou que conseguiu um encaixe em virtude
de alguns exames, mas outras
usuárias não conseguem o
mesmo e ficam desassistidas.
O problema também foi
denunciado esta semana
pelo vereador Josué Cardozo
(PT). Através de requerimento o parlamentar cobrou uma
solução e sugeriu que a prefeitura remanejasse profissionais de outras unidades da
rede para atender a demanda
da UBS. Segundo informações do documento, cerca
de 130 gestantes passam por
atendimento no postinho.
A Secretaria de Saúde de
Sumaré informou, em nota,
que está contratando uma
médica ginecologista para a
unidade. A previsão é de que
a profissional inicie o atendi-
mento na próxima semana. A
quantidade de pacientes atendidos por mês pelo ginecologista e a quantidade de horas
que o profissional atende no
local não foram informados
para a reportagem do Spasso
Comercial.
O problema da falta de
médicos nas unidades da rede
municipal de Saúde de Sumaré é a principal queixa feita
pela população ao Conselho
Municipal de Saúde. A prefeitura alega dificuldade na
contratação dos profissionais.
Arquivo
Fachada da UBS do Jardim Picerno
Câmara aprova divulgação mensal de multas de trânsito
Renata Muniz/SUMARÉ
[email protected]
A
SMMUR (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Rural) pode ser obrigada
a divulgar todos os meses dados
sobre a aplicação de multas de
trânsito aplicadas no município.
Na última sessão da Câmara
Municipal, na terça-feira (6),
os vereadores aprovaram por 11
votos o projeto de lei 02/2009,
que prevê a obrigação. A proposta, de autoria do vereador Décio
Marmirolli (PSDB) estava em
tramitação na Casa há três anos.
O projeto segue agora para
sanção do prefeito José Antonio
Bacchim (PT), que ainda pode
vetá-lo total ou parcialmente.
Segundo a proposta, o número total de multas aplicadas
no município, por agentes de
trânsito e pelos equipamentos
eletrônicos (radares) e os valores arrecadados com o recolhimento das penalidades deverão
ser divulgados até o dia 10 de
cada mês. A publicação deve-
Arquivo
Vereador Décio Marmiroli (PSDB), autor do projeto de Lei
rá ser feita na imprensa oficial
do município ou nos cadernos
de editais de jornais da região
e em quadros da prefeitura. A
publicação do número total de
multas deverá ser dividida por
tipo de infração.
Além desses dados, um
relatório detalhado com informações sobre a aplicação dos
recursos arrecadados com as
multas também deverá ser disponibilizado para os cidadãos.
De acordo com o artigo 320
do CTB (Código de Trânsito
Brasileiro), a receita arrecada com a cobrança de multas
de trânsito deve ser aplicada,
exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego e de
campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
“Com esse projeto objetivamos cumprir o papel de publicidade da administração pública e
de fiscalização por parte de todo
cidadão, real interessado e detentor do direito político primário
utilizado para eleger seus representantes”, justificou Marmirolli.
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WAGUINHO, O CRAQUE DE SUMARÉ