São Paulo, sábado a segunda-feira, 03 a 05 de outubro de 2015
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Especial
Fotos: Divulgação
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SÃO PAULO
DE
TODOS
OS
TEMPOS
Geraldo
eraldo Nunes*
A magia da vida nas
canções de Gal Costa
Mais uma grande musa de nossa canção completa 70
anos no estrelato e em plena atividade física e mental,
provando que juventude existe independente da idade
C
em um dueto. Depois, no
mesmo ano, grava seu primeiro compacto, Eu vim
da Bahia, composição de
Gilberto Gil.
© Foto de Thereza Eugenia. Gal Costa, 1974.
omo diz um comercial de TV, “velho é o seu preconceito” e Gal Costa saúda os fãs, ao iniciar uma
nova turnê nacional, para divulgar seu novo álbum
que leva o título Estratosférica. A primeira apresentação
aconteceu em um lugar especial para ela, Teatro Castro
Alves de Salvador, no domingo 27 de setembro onde
comemorou seu aniversário acontecido um dia antes.
Foi em um festival de música da TV Record, nos anos
60, que essa moça, de voz macia e cabelos tresloucados,
chamou a atenção, interpretando aquele que foi seu
primeiro sucesso, “Divino Maravilhoso”.
Foi em um festival de música da TV Record, nos
anos 60, que essa moça, de voz macia e cabelos
tresloucados, chamou a atenção, interpretando aquele
que foi seu primeiro sucesso, “Divino Maravilhoso”.
De início a voz de Gal
Costa tinha entonação
diferente do que estamos acostumados a ouvir.
Precisou aprimorar, fez
cursos, aplicou-se e por
fim ingressou na Tropicália, movimento musical
comandando por Gilberto
Gil e Caetano Veloso. Depois dos festivais, lança em
1969 seu primeiro long-play e nesse trabalho alcança
pela primeira vez projeção nacional, com a canção,
Baby. “Você, precisa saber da piscina, da gasolina, da
margarina, da Carolina...você precisa saber de mim...
baby, baby... I Love you.”
No mesmo ano é lançado um segundo LP, chamado
pelos fãs de “psicodélico'', por causa da capa multicores. Nele o destaque vai para a canção de Roberto e
Erasmo, "Meu nome é Gal". Esse disco figura até hoje
como o registro feminino mais radical na história da
música brasileira.
Mas o primeiro disco de ouro da carreira de Gal Costa
é "Água Viva", que traz "Folhetim" de Chico Buarque.
Desse disco surge o espetáculo "Gal Tropical", onde
a cantora passa por uma nova transformação. Depois
da fase hippie, mostrou sua sensualidade baiana nas
canções de Caymmi e agora a fazer o tipo de mulher
arrebatadora, gravando inclusive um clipe com os seios
à mostra. O show "Gal Tropical" faz imenso sucesso de
público e crítica e no disco estão alguns dos maiores
sucessos de sua carreira, como “Festa no Interior”,
"Força Estranha" e “Balancê”, cujo título deu nome
até a um programa de rádio que revelou Fausto Silva,
o Faustão, como apresentador.
Ela sempre chamou a atenção pelo cabelo ousado e
talvez por isso tenha gravado um tema exótico com o
nome “Cabelo” onde pergunta: “Quem disse que cabelo
não gosta de pente?” Essa diva da música é hoje referência para várias cantoras e aos 50 anos de carreira e
70 de idade chega a seu o trigésimo sexto trabalho. Em
Estratosférica, inova mais uma vez, interpretando composições de autores atuais, destacando Malu Magalhães
em “Quando você olha pra ela.” O que mais dizer sobre
Gal Costa a não ser desejar vida longa e mais sucessos
para a satisfação de todos nós.
Nascida em Salvador no ano de 1945, recebeu o nome
Maria da Graça Penna Burgos e desde criançinha adorava música e veja a sorte, seu primeiro emprego foi de
balconista na principal loja de discos da cidade. “Foi
como oferecer uma horta a um cabritinho”, brinca ela ao
lembrar que devorava as novidades que chegavam sendo
lá que ouviu pela primeira vez “Chega de Saudade”, com
o também baiano João Gilberto, “e dali para frente nunca
mais tive sossego”, diz sorridente, confirmando que seus
conceitos musicais começavam a mudar.
Em seguida sua melhor amiga, Dede Gadelha, apresenta
a ela seu namorado, Caetano Veloso, que por sua vez
lhe apresenta a irmã, Maria Bethania e em seguida os
colegas dela de faculdade: Gilberto Gil e Tom Zé. Todos
cantavam e Maria da Graça juntou sua baianice à deles
e seguiu cantando com ele participando do show, “Nova
Bossa Velha, Velha Bossa Nova” realizado nesse mesmo
Teatro Castro Alves, de Salvador.
(*) Geraldo Nunes, jornalista e memorialista, integra a Academia Paulista de
História. ([email protected]).
Depois dessa estreia, Maria da Graça cria um nome
artístico, Gal Costa e decide ir para a casa da prima
Nívea, no Rio de Janeiro. Segue assim, os passos de
Maria Bethânia, que havia despontado como cantora no
espetáculo Opinião. Sua primeira gravação se dá numa
participação no primeiro disco de Bethânia, em 1965
Es
tação 45
Lançado no fim do ano de 1984, “Profana” abriria o
verão de 1985, com Gal Costa cortando os cabelos,
vestindo uma imagem sensual e provocante.
Em 1971, Caetano Veloso é “convidado” a deixar o
país. Na cidade de Londres compõe uma música cuja
letra é repleta de dor e saudade, “London, London".
Depois que a moda hippie entra em declínio, Gal Costa
passa a usar a sensualidade e seu jeito meigo de ser nas
interpretações. Busca mais naturalidade na forma de se
apresentar e em 1975 desponta com o sucesso “Vatapá”,
de Dorival Caymmi.
Depois com a novela Gabriela, de Jorge Amado, chega
ao primeiro lugar nas paradas com canção tema. “Quando
eu vim para esse mundo, eu não atinava em nada, hoje
eu sou Gabriela...Gabriela, ê meus camaradas...” Foi
tamanho sucesso que Gal decide gravar um disco só
com músicas de Caymmi, inclusive “Só Louco”, que virou
também tema de abertura da novela “O Casarão”.
Em 1976 os quatro baianos Gal, Gil, Caetano e Bethânia
decidem fazer um show, “Doces Bárbaros” que acaba
se transformando também em disco e filme.
Em 1976 os quatro baianos Gal, Gil, Caetano e Bethânia decidem fazer um show, “Doces Bárbaros” que
acaba se transformando também em disco e filme. Na
época o trabalho não foi bem aceito pela crítica, mas
hoje é considerado um dos melhores discos lançados
pelos tropicalistas. No ano seguinte, sozinha, lança o
disco "Caras e bocas", que traz "Tigresa" composta por
Caetano, dizem, em homenagem a Sonia Braga.
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