XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
UMA ANÁLISE SOBRE O
ALINHAMENTO DOS SISTEMAS DE
GESTÃO AMBIENTAL DAS EMPRESAS
BAIANAS QUANTO AO REQUISITO
POLÍTICA AMBIENTAL DA ISO 14.001 A
PARTIR DA TEORIA INSTITUCIONAL
Luan Estrela Souza (UFBA )
[email protected]
Sonia Maria da Silva Gomes (UFBA )
[email protected]
Esta pesquisa teve como objetivo determinar se há isomorfismo quanto
ao nível de atendimento aos critérios da NBR ISO 14001 do requisito
política ambiental por setor de atuação no estado da Bahia no ano de
2012. Para tanto, aplicou-se questtionário como instrumento de coleta
de dados a 28 empresas, dos setores industrial e de comércio, sendo,
posteriormente, os dados obtidos analisados estatisticamente. Quanto
aos resultados, obteve-se, para o setor industrial, um valor 84%
próximo o ideal, o que indica grande alinhamento ao requisito política
ambiental da NBR ISO e alto grau de isomorfismo entre as
organizações. No que se refere ao setor de alimentos e confecções
encontrou-se um resultado 96% próximo do valor ideal, o que também
demonstra alto grau de convergência desse setor ao requisito política
ambiental. Todavia, não se pode dizer o mesmo quanto ao isomorfismo
na referida convergência, uma vez que houve apenas uma empresa do
supracitado setor ao questionário. Como limitação deste trabalho temse o quantitativo pequeno de empresas respondentes ao questionário,
principalmente do setor de alimentos e confecções, o que prejudicou a
análise dos dados obtidos. Desta forma, recomenda-se para pesquisas
futuras que sejam analisadas mais empresas, inclusive de outros
estados, principalmente as organizações que realizam atividades de
alto impacto ambiental.
Palavras-chaves: Teoria Institucional. Isomorfismo. Sistema de Gestão
Ambiental. ISO 14.001.
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1. Introdução
É notório o movimento das organizações para alinhar práticas produtivas e de gestão a
padrões ambientais. Assim, empresas têm buscado reduzir impactos ambientais gerados por
suas atividades através da implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), pelo fato
deste se propor a balancear resultados financeiros com desempenho ambiental.
Nesse sentido, Diniz (2003) afirma que as exigências globais de padrões de qualidade
ambiental levam as empresas a abrigarem-se sob a proteção de certificações ambientais como
a ISO 14001. Por ser uma norma internacional respeitada, a implantação do SGA via ISO
14001, confere visibilidade às empresas, repercutindo de forma favorável quanto sua
adequação aos padrões sociais instituídos, o que implica em melhoria de imagem perante os
stakeholders e, em última instancia, melhoria da posição no mercado, repercutindo nos
resultados financeiros.
Diante disso, questiona-se: Os sistemas de gestão ambiental implantados por entidades
baianas atendem aos critérios da NBR ISO 14001 do requisito política ambiental? Assim, o
objetivo dessa investigação consiste em determinar o nível de atendimento aos critérios da
NBR ISO 14001 do requisito política ambiental por setor de atuação no estado da Bahia no
ano de 2012.
Essa é uma discussão que a literatura contábil carece, pois não há registros de estudos
envolvendo essa temática. No âmbito da administração, Diniz (2003) e Alperstedt et
al.(2009), trabalharam a presença de sistema de gestão ambiental e práticas isomórficas nas
empresas, porém tais estudos não analisam o sistema instituído pelas organizações conforme
padrão determinado pela ISO. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA),
em 2004, realizou um estudo muito semelhante a este, contudo a discussão não foi embasada
pela Teoria Institucional, como propõe o presente trabalho.
2. Revisão da literatura
2.1. Teoria institucional
A abordagem institucional surgiu como tentativa de contrapor o modelo racionalista,
no qual o sucesso organizacional dependia apenas de controles técnicos dos processos
produtivos. Nesse sentido, Meyer e Rowan (1991) colocam o sucesso organizacional como
dependente de outros fatores além da coordenação eficiente e dos controles das atividades
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produtivas. Os autores referem-se à necessidade das entidades estarem atentas ao contexto no
qual estão inseridas, pois sendo este construção social e as entidades sistemas abertos, haverá,
necessariamente, relação entre eles.
Tais relações, conforme Fonseca (2003), juntamente aos sistemas culturais, modelam e
sustentam a estrutura e ação das organizações. Isso porque os indivíduos tendem a agir,
segundo Berger e Luckmann (1964), a partir de certos padrões preestabelecidos socialmente.
Portanto, entende-se que alguns comportamentos organizacionais podem ser direcionados por
este conjunto de fatores institucionalizados.
Assim, o objetivo dessa teoria, segundo os autores supracitados, é explicar os
fenômenos contábeis a partir dos padrões de comportamento, normas, crenças e
procedimentos a que as organizações recorrem para ganhar legitimidade no ambiente em que
atuam.
Esse processo tende a tornar as organizações parecidas em suas práticas, sendo
chamado, conhecido por isoformismo (DI MAGGIO E POWELL, 1983). Tal fenômeno, de
acordo com os mesmo autores, é fruto da burocratização e de outras mudanças
organizacionais. Os autores indicam que o isomorfismo organizacional pode se manifestar
através de três mecanismos:
i.
Coercitivo: Resulta de influências políticas e problemas de legitimidade, como a
adoção de procedimentos por força da lei (DI MAGGIO E POWELL, 1983);
ii.
Mimético: Resulta de padrões de respostas a incertezas (DI MAGGIO E
POWELL, 1983);
iii.
Normativo: Está associado à profissionalização (DIAS FILHO E MOURA, 2010).
Essa profissionalização é o esforço coletivo dos membros de determinada
ocupação em definir condições e métodos de seu trabalho, para controlar a
produção de procedimentos e estabelecer a base e legitimação de sua autonomia
ocupacional (DI MAGGIO E POWELl, 1983).
2.2. Sistemas de gestão ambiental
De acordo com Túlio (2009), historicamente, a gestão ambiental não era tratada como
prioridade pelas organizações fosse de pequeno ou grande porte. A preocupação ambiental só
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era colocada em primeiro plano no momento em que ocorriam grandes desastres ambientais.
Hoje, entretanto, as empresas estão agindo além do que determina a lei, objetivando,
principalmente, à melhoria da sua imagem junto ao mercado e através do atendimento a
padrões institucionalizados, como é o caso da implantação do Sistema de Gestão Ambiental
(SGA).
Widmer (1997) afirma que a principal finalidade do SGA é proteger o meio ambiente
e a saúde humana dos impactos ambientais das atividades desenvolvidas pela empresa. Nessa
linha, para Moreira (2001), os objetivos principais do referido sistema são: controlar
sistematicamente o desempenho ambiental e promover a melhoria contínua.
Para determinar se ações adotadas na construção dos sistemas de gestão ambiental em
duas organizações do Espírito Santo poderiam ser consideradas similares, Diniz (2003)
realizou um estudo baseado na teoria institucional e no conceito de isomorfismo. O resultado
indicou que as organizações pesquisadas realmente utilizam ferramentas similares para o
atendimento das demandas referentes à construção do sistema de gestão ambiental, tendendo,
assim, ao isomorfismo.
Alperstedt et al, (2009) realizaram um estudo com 88 empresas do setor industrial, de
todos os portes, do estado de Santa Catarina, no intuito de analisar os fatores determinantes
das estratégias de gestão ambiental. O referido estudo demonstrou que os fatores de maior
relevância foram a pressão da sociedade, a importância das regulamentações governamentais
e a adequação a padrões normativos e à concorrência, demonstrando que as organizações
parecem movimentar-se à gestão ambiental por pressões miméticas coercitivas e normativas.
2.3 Normas da série ISO 14000 e NBR- ISO 14000
Após a Rio-92, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, ocorrida em 1992, no Rio de Janeiro, foi proposta a criação de um grupo
especial na ISO para a elaboração de normas e padronização relacionadas ao meio ambiente.
Então surgiu o Comitê Técnico ISO 207 (TC/207), o qual culminou no surgimento das
normas da série ISO 14000 (MOREIRA, 2001, p. 38-39 apud MELO, 2006, p. 35).
A norma da série ISO 14000 referente ao SGA é a ISSO 14001. Criada em 1996, suas
especificações referem-se aos requisitos que devem possuir um SGA. De acordo com Daiane
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(2006, p.35), esta norma se aplica a todos os tipos e portes de organizações, não estabelecendo
requisitos absolutos para o desempenho ambiental além do comprometimento, expresso na
política empresarial, de atender à legislação e regulamentos aplicáveis com melhoria contínua
desta.
Em 2004, a ISO 14001 foi revisada, atualizada e publicada em português pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tornando-se NBR ISO 14001.
2.3.1 Requisitos para a implantação de um SGA de acordo com a NBR ISO 14001
A NBR ISO 14001, inspirada nos sistemas de gestão da qualidade, tem formato
fundamentado na metodologia conhecida como Plan, Do, Check, Act (PDCA) (Helena, 2010,
p. 46). PDCA, em português, significa planejar, executar, verificar e agir. Nesse sentido, são
necessárias cinco etapas (requisitos) para implementação do SGA, conforme a NBR ISO
14001. São eles:
i.
Política ambiental: Representa as direções e intenções gerais relacionadas a seu
desempenho ambiental, conforme expressas formalmente pela organização. (NBR ISO
14001, 2004);
ii.
Planejamento: Consiste em três etapas principais: levantamento de aspectos
ambientais e avaliação de seus impactos, levantamento de requisitos legais e outros e
definição de objetivos e metas (HELENA, 2010, p. 48);
iii.
Implementação e operação: Na etapa de implementação e operação devem ser
observados os seguintes fatores: estrutura e responsabilidade; treinamento,
conscientização e competência; comunicação; documentação do sistema de gestão
ambiental; controle de documentos; controle operacional e preparação; e atendimento
emergencial (HARRINGTON; KNIGHT, apud GLAUBER, p. 40);
iv.
Verificação e ação corretiva: Para este requisito, a NBR ISO 14001 recomenda que
sejam abordados o monitoramento e medição; avaliação dos requisitos legais e outros;
não conformidade; ação corretiva e preventiva; e controle de registros.
2.3.2 Política ambiental
A política ambiental é elemento motor para implementação e aprimoramento do
sistema de gestão ambiental da organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja
mantido e potencialmente aperfeiçoado (NBR ISO 14001, 2004). Nesse intuito, a NBR ISO
14001 recomenda que a alta administração da organização defina e documente a política de
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gestão ambiental, sendo esta constituída de um indivíduo ou de um conjunto destes e que
tenham responsabilidade executiva sobre a organização.
Portanto, conforme consta na NBR ISSO 14001 (2004), a alta administração deve
definir a política ambiental e assegurar que ela:
i.
seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos
ou serviços;
ii.
inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de poluição;
iii.
inclua o comprometimento com atendimento à legislação e normas ambientais
aplicáveis;
iv.
forneça estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais;
v.
seja documentada, mantida e comunicada a todos os empregados;
vi.
esteja disponível para o público;
3 Procedimentos metodológicos
3.1 Caracterização da amostra
Esta pesquisa teve como objetivo determinar o nível de atendimento aos critérios da
NBR ISO 14001 do requisito política ambiental por setor de atuação no estado da Bahia no
ano de 2012. Em função desse objetivo e de acordo com Gil (2002), esta pesquisa classificase como descritiva, pois procura descrever as características de populações ou fenômenos.
Foram utilizados os Bancos de Dados da Junta Comercial do Estado da Bahia
(JUCEB) e da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) para levantar as
organizações empresariais sediadas no estado da Bahia que implantaram o SGA. Para tanto,
em decorrência do grande volume de empresas presentes nos bancos de dados, optou-se por
considerar alguns critérios, de modo a filtrar aquelas que participariam da pesquisa. Assim,
foram consideradas organizações com capital social acima de R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais) para aquelas de comércio. Para as empresas do ramo industrial, utilizou-se como
critério para filtragem aquelas que possuíam acima de 49 funcionários.
Assim, após aplicação do filtro, 1.653 empresas formaram a segunda parte da amostra
da pesquisa. Então, realizou-se contato telefônico com todas essas empresas para verificar se
as mesmas possuíam Sistema de Gestão Ambiental implantado e se concordariam participar
desta pesquisa. As empresas que aceitaram participar deste trabalho e que afirmaram possuir
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Sistema de Gestão Ambiental totalizaram 256, subdivididos da seguinte forma: indústrias:
218 empresas; Calçados e materiais de construção: 3 empresas; Alimentos e confecções: 20
empresas, e Eletricidade e gás: 15 empresas.
Enviou-se o questionário para tais empresas. A amostra final foi composta pelas 28
empresas que responderam ao questionário. Considerando o ramo de atuação das empresas
respondentes, a amostra é composta 24 indústrias, 1 organização do setor de Alimentos e
Confecções e 3 com ramo de atividade desconhecido, pois as mesmas não assinalaram no
questionário, conforme aponta o Quadro 1:
Quadro 1- Caracterização da amostra
Subgrupo Ramo de Atuação
Calçados e Materiais de Construção
Alimentos e Confecções
Eletricidade e Gás
Indústrias
Não Informado
Total
Participantes
3
20
15
218
256
Respondentes
0
1
0
24
3
28
Fonte: dados da pesquisa
3.2 Instrumento de coleta de dados
Foi utilizado o questionário como instrumento de coleta de dados, sendo estruturado
com perguntas baseadas no requisito Política Ambiental da NBR-ISSO 14.001 para
implementação de um SGA. Sendo assim, esta pesquisa, quanto aos procedimentos,
classifica-se como de levantamento, pois, segundo Santos (2001), esse tipo de pesquisa busca
a informação diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que deseja obter.
O questionário foi elaborado com um total de 5 questões escalares com valores
possíveis de resposta variando de 0 a 5, dependendo do grau de atendimento da empresa ao
quesito proposto pela questão, de modo que, quanto mais próximo do atendimento do quesito
pela empresa, maior o valor a ser assinalado. Os questionários foram enviados aos gestores
por e-mail e respondidos através da ferramenta Google Docs®.
3.3 Procedimento para análise do requisito política ambiental
Foram empregadas, para as devidas análises, a média como medida de posição, com a
finalidade de sintetizar a informação contida na pesquisa e retratar uma tendência central dos
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dados; a amplitude e o desvio padrão como medidas de dispersão; e a comparação de
frequência por razão, proporção e percentagem.
Para determinar o nível de atendimento aos critérios da NBR ISO 14.001 do requisito
Política Ambiental por subgrupo de ramo de atuação, considerou-se a função da soma da
média aritmética simples da pontuação obtida pelas empresas por ramo de atuação (resultado
obtido) - através da soma da pontuação em cada variável - em razão da pontuação máxima
que poderia ser obtida pela soma da pontuação destas mesmas variáveis (resultado ótimo). O
resultado encontrado por essa função deu-se o nome de Desempenho do requisito Política
Ambiental do SGA - DPASGA:
∑ x1+x.2..xn (resultado obtido)
_________________________= DPASGA
∑ X1+X2...Xn (resultado ótimo)
Utilizou-se como ferramenta de aplicação de procedimentos estatísticos o Statistical
Package for Social Sciences - SPSS® versão 15, e a tabulação, análise e interpretação dos
dados coletados foram feitas por meio de séries estatísticas.
4. Análise de resultados
O conjunto de perguntas do questionário, cuja interpretação dos dados deu-se por meio
da frequência de respostas da amostra analisada está apresentada nas Tabelas de 1 a 5.
Tabela 1- P1: 1.1 Existe uma política de meio ambiente claramente definida e
divulgada?
Frequência
Resposta
Percentual
Percent. Acumulado
Discordo Totalmente
1
3,6
Discordo
1
3,6
7,1
Neutro
2
7,1
14,3
Concordo
14
50,0
64,3
Concordo Totalmente
10
35,7
100,0
28
100,0
Total
3,6
Fonte: Dados da pesquisa
A maioria dos respondentes, 85,7%, afirmaram que há uma política de meio ambiente
claramente definida e divulgada pela organização. Todavia 7,10% foram indiferentes aos
aspectos de clareza na definição e na divulgação da política de meio ambiente na empresa.
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Enquanto que 7,2% se posicionaram em desacordo no que se refere à existência dessa política
na empresa.
Tabela 2 – P1: 1.2 Existe um comprometimento da alta direção da empresa
para com a política socioambiental?
Frequência
Percentual
Percent. Acumulado
1
3,6
3,6
Neutro
5
17,9
21,4
Concordo
10
35,7
57,1
Concordo Totalmente
12
42,9
100,0
Total
28
100,0
Resposta Discordo
Fonte: Dados da pesquisa
Dos respondentes, 78,6% afirmaram que há comprometimento da alta direção da
empresa com a política socioambiental. Porém 17,9% foram indiferentes quanto ao
comprometimento com a política socioambiental. 3,6% dos respondentes discordaram da
existência deste comprometimento.
Tabela 3 – P1: 1.3 A política de meio ambiente de sua empresa está integrada a outras áreas como
qualidade, saúde e segurança?
Resposta
Erro Resp.
Total
Discordo Totalmente
Discordo
Neutro
Concordo
Concordo Totalmente
Total
Dados
Frequência
Percentual
1
2
3
6
15
27
1
28
3,6
7,1
10,7
21,4
53,6
96,4
3,6
100,0
Percent. Respostas Percent. Acumulado
Válidas
de Respostas Válidas
3,7
3,7
7,4
11,1
11,1
22,2
22,2
44,4
55,6
100,0
100,0
Fonte: Dados da pesquisa
Nas respostas obtidas quanto a esta questão houve um erro (Erro Resp.) de resposta
no questionário, decorrente de um dos respondentes não ter respondido à questão,
representando 3,6% do total de respostas obtidas.
Assim, um total de 75% equivalente a 77,8% dos respondentes válidos afirmaram que
a política de meio ambiente de sua empresa está integrada a outras áreas como qualidade,
saúde e segurança. Já 10,7% ou 11,1% dos respondentes válidos foram indiferentes quanto a
esse aspecto. Discordaram da existência desta integração entre política de meio ambiente e as
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áreas de saúde, qualidade e segurança 10,7% do total de respondentes, representando 14,8%
dos respondentes válidos.
Tabela 4 – P1: 1.4 A política de meio ambiente reflete ou está relacionada com
algum dos códigos de liderança do setor empresarial ou de outros setores?
Frequência
Resposta
Percentual
Percent. Acumulado
Discordo
4
14,3
14,3
Neutro
4
14,3
28,6
Concordo
14
50,0
78,6
Concordo Totalmente
6
21,4
100,0
28
100,0
Total
Fonte: Dados da pesquisa
A política de meio ambiente da organização reflete ou está relacionada com algum
dos códigos de liderança do setor empresarial ou de outros setores na opinião de 71,4% dos
respondentes. Porém, 14,30% foram indiferentes quanto ao aspecto de reflexo ou relação
desta política com algum dos códigos de liderança do setor empresarial ou de outros setores.
Por sua vez, 14,3% dos respondentes discordaram da existência desta relação ou reflexo da
política aos aspectos colocados.
Tabela 5 – P1: 1.5 A política de meio ambiente reflete o compromisso com a
melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa?
Resposta
Frequência
Percentual
Percent. Acumulado
Discordo Totalmente
1
3,6
3,6
Discordo
1
3,6
7,1
Neutro
1
3,6
10,7
Concordo
8
28,6
39,3
Concordo Totalmente
17
60,7
100,0
Total
28
100,0
Fonte: Dados da pesquisa
A investigação indicou que, na opinião de 89,3% dos respondentes, a política de meio
ambiente da organização reflete o compromisso com a melhoria contínua do desempenho
ambiental da empresa. Todavia, 3,60%, apresentaram indiferença quanto ao aspecto de
reflexo do compromisso com a melhoria do desempenho ambiental da empresa na política de
meio ambiente da empresa. Enquanto 7,2% dos respondentes discordaram da existência desta
relação ou reflexo da política aos aspectos comentados.
4.1 Análise do DPASGA
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Os quadros 2 e 3 abaixo demonstram o DPASGA das empresas respondentes por ramo
de atuação. São apresentados também os coeficientes descritivos, de acordo com as respostas
das perguntas referentes aos critérios do requisito política ambiental do SGA, que retratam as
medidas de tendência central média e mediana e as medidas de dispersão desvio padrão e
amplitude.
Quadro 2- Análise do requisito Política Sócio Ambiental: Indústrias
Observação
Estatísticas - subgrupo ramo de atividade – Indústrias
Extrema
Erro
Padrão
Média Mediana Amplitude Desv.Padrão
Inferior Superior
Variável
Média
P1.1
4,13
4,0
4,0
0,992
0,202
1,0
5,0
P1.2
4,25
4,0
2,0
0,737
0,150
2,0
5,0
P1.3
4,17
5,0
4,0
1,114
0,232
1,0
5,0
P1.4
3,83
4,0
3,0
0,963
0,197
2,0
5,0
P1.5
4,5
5,0
4,0
0,933
0,190
1,0
5,0
Soma Médias
20,88
Result. Ótimo
25
DPSSGA
0,84
Fonte: Dados da Pesquisa
A partir dos dados descritos no quadro 2, é possível notar o DPASGA das empresas do
setor industrial com o valor de 0,84. Isso significa que as organizações respondentes ao
questionário apresentam alto grau de convergência aos critérios do requisito política
ambiental da NBR ISO 14001 e, consequentemente, alto grau de isomorfismo entre si.
Quadro 3- Análise do requisito Política Sócio Ambiental : Alimentos e confecções
Observação
Estatísticas - Subgrupo ramo de atividade: Alimentos e Confecções
Extrema
Erro
Pad.
Média Mediana Amplitude Desv.Pad
Inferior Superior
Variável
Média
P 1.1
5
5,0
0,0
0,000
0,000
5,0
5,0
P1.2
5
5,0
0,0
0,000
0,000
5,0
5,0
P1.3
5
5,0
0,0
0,000
0,000
5,0
5,0
P1.4
4
4,0
0,0
0,000
0,000
4,0
4,0
P1.5
5
5,0
0,0
0,000
0,000
5,0
5,0
Soma Médias
24
Result. Ótimo
25
DPASGA
0,96
Fonte: Dados da Pesquisa
De acordo com o quadro 3, o DPASGA da empresa do setor de alimentos e confecções
apresentou o valor de O,96. Este número indica que essa organização apresenta alto grau de
atendimentos aos critérios do requisito política ambiental da NBR ISO 14001.
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Como puderam ser observados no quadro 3, os valores para as estatísticas de
Amplitude, Desvio padrão e Erro padrão da média estão todos zerados. Isso ocorre pelo fato
deste subgrupo de ramo de atividade só ter um caso respondente, o que anula a existência
desses valores.
5. Considerações finais
Esta pesquisa teve como objetivo determinar se há isomorfismo quanto ao nível de
atendimento aos critérios da NBR ISO 14001 do requisito política ambiental por setor de
atuação no estado da Bahia no ano de 2012. Para tanto, aplicou-se questionário como
instrumento de coleta de dados a 28 empresas dos setores industrial e de comércio, sendo,
posteriormente, os dados obtidos analisados estatisticamente.
Quanto aos resultados encontrados para os setores pesquisados, percebe-se que estão
próximos ao ideal. No setor industrial, o DPASGA apresentou-se em um nível correspondente
a 84% do valor máximo. Já no setor de alimentos e confecções obteve-se um resultado que
indica 96% de alinhamento das políticas ambientais do SGA da empresa e as determinações
da ISO para esse quesito.
Esses achados apontam para a existência de isomorfismo normativo entre as
organizações industriais pesquisadas. Contudo, não se pode afirmar o mesmo do setor de
alimentos e confecções, uma vez que houve a análise de apenas uma empresa deste quanto a
sua adequação ao requisito política ambiental do SGA. Os achados das organizações
industriais corroboram com os encontrados por Diniz (2003), da Embrapa (2004) e Alperstedt
et al, (2009) e encontram explicação teórica nos pressupostos da Teoria Institucional.
Tal fato evidencia a necessidade do profissional contábil (contador, controller, auditor
e outros) conhecer as questões relativas à política ambiental, sistema de gestão ambiental,
além das determinações da ISO.
Este estudo apresentou como principal limitação a baixa anuência das empresas ao
questionário, o que prejudicou as análises, principalmente do setor de alimentos e confecções.
Sendo assim, recomenda-se para estudos posteriores que sejam analisadas mais empresas,
principalmente aquelas que desempenham atividades de grande impacto ambiental.
Referências
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XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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uma análise sobre o alinhamento dos sistemas de gestão ambiental