GT História das Transmissões
Colaboração c/Coronel Tm (Eng) Silva Ramos
Período entre 1900 e a adesão à NATO
Em 1949 foi assinado nos Estados Unidos da América (Washington)
o Tratado do Atlântico Norte. A participação de Portugal constava da
mobilização e treino de uma Divisão a incluir na reserva do Comando do
Centro da Europa (AFCENT) o qual estava subordinado ao SACEUR
(Comando Supremo Aliado da Europa). No ano de 1953 é criada a Divisão
e também o Campo de Instrução Militar (CIM) de Santa Margarida onde
deveriam instalar-se algumas Unidades e onde teriam lugar os exercícios e
manobras.
NOTAS:
a. Para o estudo da história deste período (1900 até adesão à NATO) é
da maior importância todo o conteúdo da obra “As comunicações
militares de relação em Portugal – Subsídios para a sua história”,
do Tenente Afonso do Paço (da Associação dos Arqueólogos
Portugueses, Instituto de Coimbra, etc. Bolseiro do Instituto de Alta
Cultura), Lisboa, 1938.
b. No que respeita ao emprego das Transmissões na I Guerra Mundial
(1914/1918) a obra de Afonso do Paço está demasiado resumida,
relevando-se todas as referências no Resumo a seguir com a
indicação das respectivas páginas entre parêntesis ( ).
c. Para o estudo das Transmissões na I Guerra Mundial (1914/1918) é
da maior importância analisar o artigo, “A Batalha de ‘La Lys’ e as
transmissões”, da autoria do Tenente-Coronel de Engenharia, Carlos
de Barros Soares Branco, publicado na Revista de Artilharia
números, 55 (Janeiro de 1930), 56 (Fevereiro de 1930), 58 (Abril de
1930), 59 (Maio de 1930), 60 (Junho de 1930), 64 (Outubro de
1930), 65 (Novembro de 1930) e 66 (Dezembro de 1930). Este
trabalho refere-se à Lição inaugural do ano lectivo 1929/1930 da
Escola Militar (Academia Militar), proferida pelo autor, TCor Eng
Soares Branco.
d. Outros documentos relevantes para a história deste período constam
do trabalho desenvolvido pelo Coronel de Engenharia Guilherme
Bastos Moreira, nomeadamente:
- Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal,
1ºVolume – 1980.
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- Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal,
2ºVolume – 1983.
- Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal,
2ºVolume – 1985.
e. Na sequência do estudo das duas obras anteriores fica-se com
dúvidas sobre se não seria preferível seguir a organização geral do
Coronel Bastos Moreira, pelo que se recomenda que seja ponderado
o assunto.
I. Período entre 1900 e a adesão à NATO (1949).
a. Pessoal
b. Material
c. Técnicas e tácticas de emprego
d. Organização territorial
e. Organização logística
PESSOAL
Livro do Tenente Afonso do Paço (I Parte- Serviço Telegráfico
de Guarnição); Cap III, 1901 – 1911)
“Em 09 de Janeiro de 1901 apresentou-se na Penha de França para
dirigir o Serviço Telegráfico Militar o TCor Eng António Maria Mimoso
de Melo Gouveia Prego. ‘Comunico a VExcia, para conhecimento de Sua
Excia o General Director Geral, que hoje tomei posse da Inspecção dos
Telégrafos Militares que me foi entregue pelo Sr General de Brigada,
Reformado, Augusto César Bon de Sousa, Director da extinta Direcção dos
Telégrafos de Guarnição e Pombais Militares (...)’.
“Rodeou-se o tenente-coronel Gouveia Prego de bons auxiliares e
entre os oficiais seja-nos lícito citar o Subinspector capitão Manuel de
Campos Ferreira Lima. Também não devemos esquecer aqui o chefe dos
guarda-fios, 2º sargento Carlos Augusto Marques da Silva, dotado de
‘qualidades de Zelo e aptidão’, ‘que não era fácil encontrar reunidas em
outro’”
“ (...) O coronel Prego era duro, rijo, sabendo-se ao mesmo tempo
fazer estimar do pessoal que consigo trabalhava.
O serviço telegráfico no seu tempo pouco se alargou. Apenas as novas
estações do Campo Entrincheirado de Lisboa (CEL) são dignas de registo.
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De resto nada mais houve. Encontrando o mesmo escolho em que
encalhara Bon de Sousa, a resistência dos Correios e Telégrafos em fazer as
ligações das estações civis às militares, não conseguiu obter mais
nenhumas além das estabelecidas por aquele general”.
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“Companhia de Telegrafistas de Praça. A criação desta Companhia
vem publicada na Ordem do Exército, nº20 (1ªSérie) de 24 de Dezembro de
1901.
(...)
A Reorganização de 1911 (Ordem do Exército, nº11 (1ªSérie) de 26
de Maio de 1911) inclui na Arma de Engenharia o SERVIÇO
TELEGRÁFICO MILITAR, o qual compreende:
- Inspecção do Serviço Telegráfico Militar
- Comissão Técnica de Telegrafia Militar
- Tropas de Telegrafistas de Campanha
- Tropas de Telegrafia Sem Fios
- Tropas de Aerosteiros
- Secção de Electrotecnia”.
(...)
Batalhão de Telegrafistas de Campanha.
A Ordem do Exército nº11, 1ªSérie de 18Julho de 1913 publica
alterações à organização de 1911”.
Livro do Tenente Afonso do Paço (I Parte; Cap IV, 1911 – 1926)
“A mudança de regime e a efervescência política dos primeiros anos
da república, trouxeram grandes alterações no pessoal de que muito se
ressentiram os serviços. (...)
Em 1914 e anos seguintes pode dizer-se que nada de apreciável
houve na telegrafia. Apenas em 1916 Castelo Branco militar ligou à civil
da localidade. Abrantes militar ligou a Tancos, interrompendo então os
Correios e Telégrafos a antiga ligação Abrantes-Portalegre-Elvas. Pediu-se
porém que se mantivesse.
O período da guerra foi todo ele de um labor intenso sob o ponto de
vista telegráfico de campanha, não merecendo o serviço de guarnição
atenções de vulto, por falta de tempo e pessoal. A preparação de quadros
para a mobilização absorvia quase toda a actividade da Inspecção. Depois,
com a marcha das tropas para os campos de instrução e batalha, tirou-se do
serviço o pessoal bem habilitado que havia e aquele ressentiu-se de forma
extraordinária. (...). O que havia de bom, era enviado para onde a sua
necessidade mais se fazia sentir: França ou África”. (Pag 98)
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Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte – Serviço Radiotelegráfico
de Guarnição); Cap I, 1901 – 1911)
“As primeiras experiências de TSF em Portugal devem-se a ‘oficiais
do nosso exército’ diz uma nota da Comissão dos Telégrafos Militares de
1901, e de indagação em indagação conseguimos apurar que as realizara o
Coronel João Severo da Cunha, então Cap do Regimento de Engenharia.”
“A aquisição de material de TSF trouxe a necessidade da criação de
tropas especializadas para o manter.
Em 16 de Março de 1909 o general Sebastião Teles apresentou bà
sessão da Câmara um projecto de reorganização do exército do qual
constava a criação de uma companhia de TSF, independente das divisões,
mas dentro das tropas da arma de engenharia”. (Pag 134)
(...)
“Como a unidade projectada em 1909 não fosse criada, havia falta de
pessoal especializado, mal chegando o existente para os exercícios a que
continuamente se procedia com as estações móveis, quanto mais para se
guarnecer as fixas. Era ele retirado do que dispunha a ITM para as suas
estações de TPF que por isso ficaram desfalcadas, prejudicando-se muito o
serviço”. (Pag 134)
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap II, 1911 – 1918)
“Promovido a capitão e colocado na nova companhia como seu
primeiro comandante, quis Pompeu de Meireles Garrido, auxiliado pelos
seus subalternos, dar um grande impulso à TSF, levando a cabo para
instrução do pessoal uma série de exercícios e experiências com as estações
móveis, bem como desejou por a funcionar convenientemente as estações
fixas”.
“A revolta de 5 de Dezembro de 1917 e consequente organização do
Corpo de Tropas de Guarnição de Lisboa colocara em serviço da defesa da
ordem pública algumas das estações de TSF que foram instaladas em
quartéis da capital e para as dirigir criou-se o lugar de Director do Serviço
Radiotelegráfico do CTGL, desempenhado cumulativamente com o de
comandante da companhia de TSF do BTC”.
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap III, 1919 – 1926)
“Terminada a guerra e as sublevações do Norte e Monsanto, não
entrou a Nação em maré de sossego e reconstituição das energias perdidas.
Greves gerais ameaçavam eclodir e ante a eminência de uma falta de
comunicações, o tenente-coronel Liberato Pinto, Chefe de Gabinete do
Ministro da Guerra mandou em fins de Abril mobilizar rapidamente a
companhia de TSF do BTC, cujo comandante se encontrava desde o fim do
ano anterior apresentado na Repartição do Gabinete”. (Pag 143)
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(...)
“Esta começou a funcionar em 1 de Maio de 1919, sem que disso
haja apreciável documentação escrita”.
Livro do Tenente Afonso do Paço (III Parte – Pombais Militares;
Cap III, 1901 – 1926)
“Uma das pessoas que bastante se interessou por este serviço
(Pombais) foi o então 1º sargento Américo Aguiar Aflalo que em 1905
idealizou um tipo de pombais volantes cuja construção nunca chegou a
executar-se”.
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“Dissolução do Batalhão de Telegrafistas de Campanha.
O Decreto 10705 publicado na OE nº6, 1ªSérie de 24 de Abril de
1925, determina que seja imediatamente dissolvido o Batalhão de
Telegrafistas de Campanha em virtude de ter tomado parte em revolta
contra os poderes constituídos.
A mesma OE referindo-se ao Decreto 10706 insere o seguinte: ‘as
estações e os postos de TSF do dissolvido Batalhão de Telegrafistas de
Campanha são imediatamente reconstituídos ficando incorporados na
Companhia de Telegrafistas de Praça”.
(...)
Extinção do Batalhão de Telegrafistas. Reconstituição do Batalhão
de Telegrafistas de Campanha.
O decreto 11725 referido na OE nº6, 1ªSérie, de 14 de Junho de
1926, extingue o Batalhão de Telegrafistas e reconstitui o Batalhão de
Telegrafistas de Campanha, com a composição e quadros que possuia à
data da dissolução.
Regimento de Telegrafistas.
O Decreto 12161 constante na OE nº10, 1ªSérie, de 31 de Agosto de
1926, dá execução ao disposto no Artigo 1º do Decreto com força de lei
nº11856 de 05 de Julho de 1926 (Base para a Organização do Exército
Metropolitano – OE, nº8 de 12 de Julho de 1926).
Nas tropas e serviços da Arma de Engenharia é considerado um
Regimento de Telegrafistas.
Segundo o texto da OE nº12, 1ªSérie, de 30 de Setembro de 1926, o
Regimento de Telegrafistas será constituído pelo actual Batalhão de
Telegrafistas de Campanha e o pessoal, material e animal da Companhia de
Telegrafistas de Praça.
Na Organização das Armas e Serviços a que diz respeito o Decreto
13851 publicado na OE nº7, 1ªSérie, de 30 de Junho de 1927 é previsto nas
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tropas e serviços da Arma de Engenharia, um Regimento de Telegrafistas
que compreende três Grupos”.
(...)
No Decreto é criada a Escola de Ligação e Transmissões integrada
no Regimento de Telegrafistas que se passa a designar Escola de
Transmissões na sequência do Decreto 16288, de Dezembro de 1928,
transcrito na OE nº1, 1ªSérie, de 20 de Janeiro de 1929. A Escola de
Transmissões não foi considerada na Reorganização de 1937, mas
continuou em funcionamento.
Em 1946 (OE, nº1, 1ªSérie, de 20 de Fevereiro) passa a ter a sua sede
no Palácio de Exposições no Parque Eduardo VII em Lisboa onde se
mantém por alguns meses embora em instalações precárias e pouco
aceitáveis para o efeito. A saída da Penha de França por ordem ministerial
foi devida à circunstância de ali vir a ser instalada uma Unidade de
Artilharia.
A Escola ainda veio a funcionar durante um curto período numa
arrecadação do Batalhão de Telegrafistas de Lisboa (Sapadores).
Posto superiormente o problema da Escola não poder funcionar com
dignidade nas condições em que se encontrava foi ordenada a sua extinção.
Todo o seu material foi transferido para Tancos onde a 3ª Secção de
Ensino (Comunicações de Relação) da Escola Prática de Engenharia foi
incumbida da realização dos cursos e estágios de Transmissões.
(...)
Batalhão de Telegrafistas.
Em 1937 é feita nova Reorganização do Exército e o Regimento de
Telegrafistas passa a Batalhão o que só se vem a concretizar em 1940.
Tal mudança é feita em face do DL 28401 publicado na OE nº12,
1ªSérie, de 31 de Dezembro de 1937”.
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“Em 1901 a Inspecção do Serviço Telegráfico de Guarnição de
Aerostação e de Pombais Militares é substituída pela Inspecção dos
Telégrafos Militares.
A OE nº21 de 15/12/1900 publica o Regulamento do Serviço
Telegráfico Militar, onde se diz que esta Inspecção ficará dependente do
Comandante da Primeira Divisão em tudo que disser respeito ao pessoal do
seu serviço (OE nº22 de 1901).
Em 1908 é publicado o novo Regulamento do Serviço Telegráfico
Militar (OE nº1, 1ªSérie, de 18/01/1908) que desenvolve e aperfeiçoa o de
1900.
A OE nº11 de 26 de Maio de 1911, insere a Reorganização do
Exército, que inclui na Arma de Engenharia o Serviço Telegráfico Militar
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cuja composição discrimina incluindo a Inspecção do Serviço Telegráfico
Militar, a Comissão Técnica de Telegrafia Militar, as Tropas de
Telegrafistas de Campanha, as Tropas de Telegrafistas de Praça, as Tropas
de Aerosteiros e a Secção Electrotécnica.
A OE nº10, 1ªSérie, de 31/08/1926, Decreto 12161, determina que a
Arma de Engenharia compreenda: Direcção da Arma; e entre outras a
Inspecção das Tropas de Comunicações (...) instalada desde Dezembro de
1926 no 2ºandar do edifício da Travessa de Santo António da Sé, nº2 (OE
nº1, 1ªSérie, de 1927).
(...)
Em 20 de Junho de 1946 é publicado na OE nº4, 1ªSérie, o
Regulamento da Inspecção das Tropas de Transmissões com atribuições e
organização, nomeadamente no parágrafo único do artigo 1º diz-se: A
Escola de Transmissões constituirá um Centro de Instrução de
Transmissões do Exército.”
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“A Repartição do Gabinete da Secretaria de Estado dos Negócios da
Guerra, fez publicar na OE nº2, 1ªSérie, de 20 de Janeiro de 1902, o
seguinte: ‘Em harmonia com o disposto no artigo 5º do Decreto de
29/11/1901 e no artigo 4º do Decreto de 07 de Dezembro do mesmo ano,
determina Sua Majestade El-Rei que os emblemas especiais das praças de
pré das companhias de (...), Telegrafistas de Praça sejam os designados nas
figuras. (Castelo com oito raios dispostos radialmente)
Na OE nº16, de 09 de Agosto de 1911 (Plano de Uniformes para o
Exército) consta que os emblemas a usar são os seguintes:
- Para Oficiais da Arma de Engenharia, um Castelo;
- Para as Praças da Arma de Engenharia: Estrela com oito Raios,
Companhias de Telegrafistas; Castelo com oito Raios, Companhias de
Telegrafistas de Praça; Bobina com oito Raios, Companhias de
Telegrafistas Sem Fios.
Na Reorganização de 1911, OE nº11, de 26 de Maio de 1911, está
incluído o Serviço Telegráfico Militar que compreende além de outros
órgãos, as Tropas de Aerosteiros que tinham a seu cargo os trabalhos
relativos ao estabelecimento de comunicações por meio de aerostação, de
aviação e de pombos correios. O Plano de Uniformes para o Exército
apresenta numa das suas estampas o desenho do emblema a usar por
aquelas Tropas.
Em 1913 constitui-se o Batalhão de Telegrafistas de Campanha que
adopta o mesmo emblema das Companhias de Telegrafistas (Estrela com
oito Raios surgindo radialmente).
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O Regimento de Telegrafistas é criado em 1926 adoptou como
emblema o Castelo com oito Raios dispostos radialmente.
A Estrela com oito Raios, que foi emblema do Batalhão de
Telegrafistas de Campanha, passou a constituir distintivo da Especialidade
de Telegrafistas e a Bobina com oito Raios, passou a emblema da
especialidade de Radiotelegrafista.
A Companhia de Projectores passou a usar o distintivo respectivo
constante do Plano de Uniformes do Exército (OE nº16 de 09 de Agosto de
1911).
A OE nº8 de 14 de Dezembro de 1948 determina quais devem ser os
distintivos indicativos de Especialidade: Estrela com oito Raios dispostos
radialmente, Telefonistas e Telegrafistas; Bobina com oito Raios dispostos
radialmente, Radiotelgrafistas.
(...)
A Portaria 10480 publicada na OE nº6, 1ªSérie, de 1943
(TRADIÇÕES), expressa a conveniência em designar as Unidades da
organização vigente que devem ser consideradas legítimas herdeiras das
tradições e da história militar dos Corpos de Tropas das organizações
anteriores e considera também conveniente despertar nas Unidades
Militares o culto pelas glórias do seu passado, inscrevendo nas suas
Bandeiras legendas ou divisas de honra que perpetuam actos de heroismo
colectivo praticados pelas mesmas Unidades em acções ou combates em
que tenham tomado parte.
Assim, os Batalhões da actual organização são considerados
provenientes das Unidades previstas na Organização de 1911.
Nestas condições o Batalhão de Telegrafistas é considerado legítimo
herdeiro das tradições do Batalhão de Telegrafistas de Campanha e da
Companhia de Telegrafistas de Praça, tendo o direito de usar a legenda, ou
divisa de honra, ‘França 1917-1918’
(...)
Cargos de Chefia, Direcção, Comando e Ensino.
Batalhão de Telegrafistas:
Coronel de Engenharia, Artur Arsénio Oliveira Moreira (1940/1941);
Tenente-Coronel de Engenharia, João Alegria dos Santos Calado
(1941/1944);
Tenente-Coronel de Engenharia, Virgílio Ferreira Quaresma
(1944/1946);
Tenente-Coronel de Engenharia, Flávio Álvares dos Santos
(1946/1948);
Tenente-Coronel de Engenharia, António Nunes Freire (1948/1950).
Depósito Geral de Material de Transmissões:
Capitão do Serviço Geral do Exército, Manuel Fernandes Moreira
(1947/1954).”
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Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 2ºVolume (1983).
No respeitante aos aspectos Columbófilos recordam-se os Oficiais e
Sargentos que se dedicaram ao sector a quem se deve a obtenção de
material e a vivência e manutenção dos pombais durante o período em
análise; 1905, 1ºSarg Américo Aflalo; 1928, Asp José Rodrigues; 1930,
Ten Eng João Paulo Galhardo, Maj Eng Duro Xavier e 2ºSarg Manuel
Silva; 1935, Ten Eng paz de Andringa; 1937, Ten Eng Manuel Cortês dos
Santos e Maj Medeiros Tânger.
(...)
A presença das Transmissões em expedições e campanhas e em
territórios de além-mar.
A Guerra em França (1914/1918), Corpo Expedicionário Português,
no respeitante às Transmissões, constitui-se: uma Secção de Telefrafistas
de Campanha (2 Oficiais, 12 sargentos, 14 Primeiros-Cabos e 46
Segundos-Cabos e Soldados); uma Secção de Telegrafia Sem Fios (um
Oficial, o Comandante, que acumulava com a Direcção do Serviço de TSF
do Corpo, 4 Sargentos e 11 Cabos e Soldados).
Em Janeiro de 1917 partiu para França uma Divisão Reforçada que
no tocante a Transmissões englobava: duas Secções de Telegrafistas de
Campanha e uma Secção de Telegrafia Sem Fios, ambas com igual
composição que as anteriores, e ainda uma Secção de Telegrafistas de
Praça (um Oficial, 3 Sargentos e 36 Cabos e Soldados).
Em Novembro de 1917 foram reorganizadas as Tropas do Serviço
Telegráfico que passaram a dispor: uma Companhia de Telegrafistas de
Corpo (Capitão, Comandante, Estado-Maior e Estado-Menor, Secção de
Operadores de Estação do Corpo, Secção automóvel de linha de fio, Secção
de Campanha – total de 4 Oficiais, 11 Sargentos e 116 Cabos e Soldados) e
duas Companhias Divisionárias de Telegrafistas.
O Chefe do Serviço Telegráfico do CEP (Comandante das
Transmissões) era o Capitão de Engenharia, Carlos Barros Soares Branco,
que foi condecorado com a Miltary Cross (alta condecoração britânica).
(...)
A evolução dos acontecimentos na Europa em 1914, com a eclosão
da GG 1914/1918, mostraram a conveniência de guarnecer devidamente
alguns pontos da fronteira sul de Angola, constituindo-se um Destacamento
Misto comandado pelo Tenente-Coronel Alves Roçadas (promovido a
Coronel em 1915) para comandar o Destacamento Expedicionário a Angola
com um efectivo de 1600 militares, incluindo pessoal do Batalhão de
Telegrafistas de Campanha. O Destacamento embarcou em Setembro de
1914 nos navios Cabo Verde e Moçambique. Em fins de Outubro foram
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constituídas as “Forças em Operações no Sul de Angola” das quais fazia
parte uma Secção Mista de Sapadores e Telegrafistas.
Em Agosto de 1914 foi decretado o envio de um Destacamento
Misto Expedicionário para Moçambique, com 1500 militares, incluindo
Telegrafistas. Seguiram-se mais expedições tendo a 3ª sido a mais forte,
5600 militares, que partiram em 1916 nos navios Portugal, Moçambique,
Zaire, Machico e Amarante. Nesta Expedição estava integrado pessoal de
Telegrafistas de Campanha, Telegrafistas de Praça e Telegrafistas de
Telegrafia Sem Fios.
A Secção de Telegrafia Sem Fios teve acção notável na retirada de
Nevala (devido a poderoso ataque dos alemães) tendo o seu Comandante,
Tenente Moreira de Sá realizado prodígios de habilidade e valor, cobrindose de glória. (ver descrição pormenorizada – Pag71 das Notas)
Na conflagração geral que decorreu entre os anos de 1939 e 1945,
Portugal manteve uma situação de neutralidade, mas foram enviadas tropas
em acções de soberania para Madeira, Açores e Cabo Verde.
Para a Madeira previa-se a mobilização de uma Companhia
Expedicionária, mas em Julho de 1943 apenas embarcou a Formação sob o
Comando do Tenente de Engenharia, Rodrigues Mano e constituído por
elevado quantitativo de Especialistas.
Nos Açores foi criado um Comando das Transmissões, tendo
assumido o cargo de seu Comandante o Major de Engenharia, Fernando
Sales Lougares e seu Adjunto o Capitão de Engenharia, Miguel da Costa
Paiva.
Mobilizada uma Companhia de Transmissões, comandada pelo
Capitão de Engenharia, António Ferreira Basto. Este Oficial, por ser mais
antigo que o Cap Costa Paiva, assume o Comando das Transmissões em
virtude do Maj Sales Lougares ter recolhido ao Continente por doença.
Em Agosto de 1941 embarcou no paquete Colonial com destino a
Cabo Verde uma Secção de Transmissões comandada pelo 2ºSargento,
António Maria da Silva. Esta Secção integrava quatro Equipas de
Radiotelegrafistas cada uma das quais constituída por um Primeiro-Cabo,
um Segundo-Cabo e dois Soldados. O Posto Director era chefiado pelo
Primeiro-Babo, Armindo Carvalho e estava montado numa dependência do
Quartel-General.
Em Março de 1942 chegou a S. Vicente um contingente de 29
militares de Transmissões, comandado pelo Furriel Radiotelegrafista,
Manuel Cassio.
Posteriormente foram constituídas mais seis Equipas de 4 militares,
chefiadas pelos Primeiros-Cabos Radiotelegrafistas, Raleira, Magro,
Mourão, Belo, Liberal e Figueiredo.
Com a chegada do Capitão de Engenharia, Costa Pereira e do
Tenente de Engenharia, Abel Cardoso, passou a estar em S. Vicente o
10/31
Comandante das Transmissões e o seu Adjunto, passando o pessoal de
Transmissões que estava subordinado à Companhia de Engenharia a
constituir uma Formação de Transmissões, comandada pelo Ten Eng Abel
Cardoso, adida à CompEng para efeitos administrativos, que atingiu o
efectivo de 70 Sargentos e Praças.
O Comando das Transmissões não dependia do Comando de
Engenharia, mas entre os dois Comandos havia estreita ligação, sendo o
Major de Engenharia, Manuel Augusto Gomes, o Comandante de
Engenharia e o Tenente de Engenharia, Guilherme Bastos Moreira, o
Adjunto.
(...)
Antes de 1951, quando o navio Índia transportou as primeiras tropas
idas da Metrópole para a Índia que constituíam um Pelotão comandado
pelo Tenente Miliciano de Engenharia, Seia Ramos, pelotão integrado na
Companhia de Engenharia, já o pessoal de Transmissões operava as
Estações instaladas, utilizando postos BTR-6.
As redes que estavam em exploração eram as seguintes:
a. Alparqueiros, Aeródromo, Dabolim, Angediva e Margão.
b. Pangim, Velha Goa, Aguada e Pondá.
c. Mapuçá, Bicholim, Valpoi e Tiracol.
(...)
Em finais de Setembro e meados de Outubro de 1945, chegou a
Timor, depois de ter permanecido algum tempo em Moçambique, uma
Companhia Mista Expedicionária do Batalhão de Telegrafistas, comandada
pelo Capitão de Engenharia, Armando Marques Girão, tendo como Adjunto
o Tenente de Engenharia, Francisco Aires de Oliveira Júnior, que fazia
parte das Forças Expedicionárias para reocupação do Timor Português
ocupado pelos japoneses durante a II GG Mundial
O Comandante Chefe das Forças Expedicionárias no Extremo
Oriente, Brigadeiro (hoje, 2006, Major-General), Sequeira Varejão,
designou o Comandante da Companhia para as funções de Chefe da
Repartição Técnica dos Correios e Telégrafos de Timor.
(...)
Em Dezembro de 1945 e Março de 1946 as Forças Expedicionárias
regressam à Metrópole mantendo-se na Província o Destacamento Militar
de Timor no qual ficaram incluídos alguns militares da Companhia de
Transmissões.
(...)
No final dos anos 40 é criado o Agrupamento Misto das Forças da
Guarnição de Macau, passando a existir uma Companhia Independente de
Transmissões e uma Companhia de Engenharia que decorridos poucos anos
são extintas, ficando no Quartel-General um Pelotão de Transmissões.
(...)
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A partir de 1914 surgem disposições legais respeitantes ao Pessoal de
Transmissões, destacando-se:
1914 – Classificação das Praças do Batalhão de Telegrafistas de
Campanha (OE nº16, 1ªSérie, de 1914).
1917 – Graduação de funcionários dependentes da Administração
Geral dos Correios, Telégrafos, Telefones e Fiscalização das Indústrias
Eléctricas (Portaria nº1099, OE nº13, 1ªSérie, de 1917).
1918 – Subordinação do pessoal da Companhia de Telegrafistas de
Praça (OE nº10, 1ªSérie, de 31 de Agosto de 1918).
1931 – Funções dos Oficiais habilitados com o curso de
Transmissões da Escola de Transmissões, nas suas Unidades (OE nº11,
1ªSérie, de 25 de Agosto de 1931).
1932 – Cargos a desempenhar nas Unidades de Infantaria por
Oficiais habilitados com o curso da Arma (OE nº4, 1ªSérie, de 1932).
1936 – Cargos a desempenhar por Oficiais (OE nº5, 1ºSérie, de Maio
de 1936).
1940 – Especialidades das Praças da Arma de Engenharia (OE nº2,
1ªSérie, de 1940).
1944 – Ordem de prioridade nas comunicações telefónicas das redes
telefónicas do Governo Militar de Lisboa e da Regiões Militares (OE nº4,
1ªSérie, de 1944).
1944 – Especialidades da Arma de Infantaria (OE nº5, 1ªSérie, de
1944).
1949 – Especialidades comuns às diferentes Tropas de Engenharia
(OE nº7, 1ªSérie, de 1949).
(...)
Até ao ano de 1945 não havia propriamente radiomontadores no
Exército, sendo a manutenção executada por aqueles que se tinham
particularmente dedicado ao assunto e que tinham jeito.
Em 1946 os Sargentos e Furriéis de Engenharia que se incluíam
naquele caso frequentaram um curso de especialização nas Oficinas Gerais
de Material de Engenharia. A seguir faz-se convite aos Sargentos e Furriéis
das Armas e Serviços para a frequência de um curso nas Oficinas Gerais de
Material de Engenharia, tendo em vista a criação de um Quadro de
Radiomontadores. (O artigo 46º do DL 28401 de 1937, estabelece o
Quadro Permanente de Sargentos dos Serviços Especiais, mas apenas se
refere aos Mecânicos Electricistas, em número de 6)
O artigo 22º do DL 35984 de 1946, estabelece um Quadro conjunto
de Sargentos Mecânicos Electricistas e Radiomontadores, num total de 66
(6 Sargentos-Ajudantes, 15 Primeiros-Sargentos, e 45 Segundos-Sargentos
e Furriéis).
Em 1947 surgem dificuldades quanto à antiguidade relativa atribuída
aos Radiomontadores e aos Mecânicos Electricistas, passando a efectuar-se
12/31
cursos no Grupo de Especialistas de Paço de Arcos, mas apenas era
utilizado o material afecto à Artilharia o que era considerado inconveniente
para o pessoal de Engenharia.
Em 1948 é criado no Instituto dos Pupilos do Exército o curso de
Radiomontador com a duração de quatro anos, incluindo o curso de
Montador Electricista (três anos) prolongado com mais um.
(...)
No período em análise destacam-se no âmbito da Instrução de
Transmissões:
Instituto de Altos Estudos Militares. Em 1911 criou-se a Escola
Central de Oficiais, transformada em Instituto de Altos Estudos Militares
em 1937. A primeira funcionou em Caxias passando depois, já como
Instituto para Pedrouços. A instrução de Transmissões que tinha como base
a orgânica e a táctica era incluída na Engenharia.
Escola de Transmissões. Criada em 1927 com a designação Escola
de Ligação e Transmissões, alterada em 1929 para Escola de Transmissões.
A Escola foi extinta em 1937, mas continuou a funcionar nas instalações da
Penha de França até 1946.
Academia Militar. Denominada Escola do Exército em 1837, Escola
de Guerra em 1911, Escola Militar em 1919 e Escola do Exército em 1940.
As matérias sobre Transmissões eram ministradas no curso de Engenharia
que tinham sete anos. A partir de 1940 os alunos continuam a ser Cadetes e
frequentam aulas na Escola do Exército e no Instituto Superior Técnico.
Escola Prática de Engenharia. Em 1946 a 3ªSecção de Ensino
recebeu todo o material que pertencia à Escola de Transmissões extinta em
1937, passando a realizar todos os cursos do âmbito das Transmissões.
Escola Central de Sargentos. Começou por funcionar em Mafra, mas
em 1926 é transferida para Águeda. Nesta Escola o ensino de Transmissões
desenvolvia-se nos âmbitos dos Meios, Material e Emprego.
MATERIAL
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 2ºVolume (1983).
“Na Guerra de 1914/1918 as tropas estavam dotadas com artifícios
pirotécnicos com lançamento por meio de dispositivos especiais,
nomeadamente pistolas.
(...)
O Regulamento Provisório para o Serviço de Transmissões em
Campanha (1935) considera os Artifícios como um meio especial de
Sinalização Óptica. São utilizados os seguintes tipos: Foguetes e Foguetões
com o respectivo tubo de lançamento; Cartuchos de calibre 28 mm que
13/31
empregam pistolas adequadas e que tiveram a sua origem em data anterior
à Guerra de 1914/1918.
O mesmo Regulamento também prevê a aplicação de Fogos de
Bengala para efeitos de balizagem.
(...)
A Lanterna Zeiss pode emitir sinais quer com luz branca, quer com
raios infravermelhos. As radiações infravermelhas são obtidas filtrando o
feixe de emissão por meio de um anteparo de cianina corado de vermelho.
(...) Esta Lanterna, adquirida nos anos 30, foi destinada à Escola de
Transmissões, mas não foi generalizada devido ao seu elevado custo.
(...)
Na Organização das Armas e Serviços de 1927 é previsto nas Tropas
e Serviços da Arma de Engenharia, um Regimento de Telegrafistas que
incluía no 3ºGrupo uma Companhia de Projectores.
Quando em 1937 a Reorganização do Exército desmembra o
Regimento de Telegrafistas e cria o Batalhão de Telegrafistas a Companhia
de Projectores já não é considerada.
O emprego dos projectores tinha por finalidade: pesquisa e
reconhecimento de objectivos e de movimentos do inimigo;
encegueiramento do inimigo; iluminação de itinerários e trabalhos;
sinalização e telegrafia ópticas.
O tipo de Unidade de Campanha é a Secção que compreendia: uma
viatura auto ligeira; três auto-projectores; uma viatura auto pesada; uma
moto.
Os projectores mediam 0,90 cm de diâmetro e eram alimentados por
energia eléctrica.
(...)
O primeiro material telefónico com que o Exército foi dotado, finais
do século XIX, manteve-se ao serviço durante largos anos, sendo de origem
sueca, marca Ericsson. O material era de excelente qualidade e
compreendia telefones de mesa e de parede, telefones comutadores,
comutadores manuais de variado número de direcções e telefones de
campanha.
Os carros da Companhia de Telegrafistas (1898) eram dotados do
seguinte material telefónico da marca Ericsson: Carro Estação – duas
Estações Telefónicas; Carro de Cabo – uma Estação Telefónica.
Neste período trava-se a Guerra de 1914/1918 e nas Unidades do
Corpo Expedicionário Português é adoptado este material e também outro
de origem inglesa, cedido pelo Exército Britânico.
Por esta altura, até 1930, surge também o Fullerfone, invento do
Major inglês Fuller, que se destina à transmissão de sinais acústicos com
linha unifilar e retorno pela terra.
14/31
Neste período os modelos utilizados eram de origem inglesa,
nomeadamente durante a Guerra de 1939/1945: PO-235; PO-237; W5;
Mark I; Mark II e Mark III.
(...)
Ao longo da década 1930/1940 as Oficinas Gerais de Material de
Engenharia (Belém/Lisboa) produzem vasta gama de equipamento
telefónico destinado a equipar Unidades de todas as Armas e Serviços (todo
o material e suas características está relacionado em NOTAS (2º volume).
O material telefónico de origem americana e de classificação NATO
surge logo a seguir ao período que se está a analisar: Amplificador
telefónico EE-89-A (alimentado por pilhas BA-40); Central TC-12,
composta essencialmente pelo Indicador BD-91 e Acessórios; Central TC4, composta por Indicador BD-96, Painel BD-97, Telefones FF-8-2,
Conversor M-222-1, Auscultadores HS-30, Microfone de peito TD-1-2,
Microfone T-45, Estaca de terra MY-448/g, Pilhas BA-30 e Pilhas BA-33;
Comutador SB-993/GT.
(...)
No respeitante ao material de rádio, em princípios de 1900, o
fabricante francês E. Ducretet entrega ao Exército Português o primeiro
material, destinado ao estudo experimental, na sequência do envolvimento
na respectiva aquisição do Tenente de Engenharia, da Companhia de
Telegrafistas, Sá Carneiro. O Emissor, com excepção de um manipulador e
as ligações do oscilador a uma antena e à terra, era constituído por
aparelhos idênticos aos utilizados por Hertz nas suas célebres experiências.
O Receptor era semelhante ao utilizado pelo célebre Físico russo Popoff no
estudo das vibrações eléctricas produzidas pelas descargas atmosféricas e
na recepção pelo som, por um aparelho portátil designado Receptor
Radiotelefónico Popoff-Ducretet, onde em lugar do tubo de Branly era
utilizado um revelador de agulhas de aço.
O Inspector do Serviço Telegráfico Militar, Tenente-Coronel
Engenheiro, Gouveia Prego, acompanhou a evolução da TSF celebrandose, em 1909, contrato entre a Inspecção do Serviço Telegráfico Militar,
como delegada do Ministério da Guerra e a Sociedade AEG Thomson
Houston Ibérica, como delegada da Casa Telefunken, para o fornecimento
de duas estações móveis de campanha de tipo ligeiro, uma do tipo
transportável a dorso e duas estações fixas. (...) Em 1912 estas estações
serviram para a instrução da primeira geração de radiotelegrafistas, sendo
uma delas instalada em S. Julião da Barra em 1914 para ligação do
Exército aos navios da Marinha de Guerra.
Em 1915, já em plena Guerra de 1914/1918, para equipar as
Unidades que deveriam seguir para África e para França, foi adquirido em
Inglaterra material Marconi de 15/20 Watts (dorso, hipomóveis e
automóveis).
15/31
Em 1926 são abolidos internacionalmente os equipamentos de faísca,
iniciando-se por uma lado a transformação dos material existente e por
outro a aquisição de postos SIF (Societé Independente Française de TSF) e
Marconi de 10 Watts e Estações de Trincheira.
No ano de 1941 o Batalhão de Telegrafistas iniciou nas suas oficinas
da Ajuda/Lisboa o fabrico de um novo Emissor/Receptor de 100 Watts
destinado aos Açores, Cabo Verde e Campo Entrincheirado de Lisboa.
Em 1942, na Ajuda, é fabricado um pequeno Emissor/Receptor de
0,5 Watts designado BT-0,5 e outro de 10 Watts, BT-10, destinados a Cabo
Verde.
Neste período foram recebidos postos de rádio Lorenz e durante a
Guerra de 1939/1945 o Exército foi dotado com equipamentos: P-9; P-11;
P-17; P-19; P-21; P-22; P-38: P-58; p-ZC-1: SR-HQ; SR-OS; R-103 e R107.
(...)
No respeitante a Fios e Cabos em 1901 utilizavam-se: FIO, 4 fios de
0,0008 m de ferro galvanizado enrolados em espiral; CABO, inglês
(Siemens Br.s e C), alma com 2 fios de cobre e 5 de aço, armadura com 12
fios de aço, forrado a cautchouo e tecido.
Mais tarde, nas linhas aéreas, utilizaram-se condutores de bronze
silicioso com diâmetros de 1,1 e 1,5 milímetros.
Em 1939 o Serviço de Telecomunicações Militares iniciou, em
Lisboa, o enterramento dos traçados utilizando cabos armados com um
número de pares de 6 a 180.
Os cabos de campanha adoptados a partir da década de 30 foram:
Cabo duplo, D-8; Cabo simples, D-8; Cabo duplo, D-3; Cabo simples, D-3;
cabo duplo ligeiro; cabo simples ligeiro; cabo quarta S-4 (spiral four) e
depois já no final do período que estamos a analisar WD1/TT e W-143.
No respeitante a Desenroladores e Carretéis, em 1943 surgem:
Desenrolador de mão, m/943; Desenrolador carretel, n/943; Desenrolador
carretel para dois portadores, m/943.
Em 1946 existia o Desenrolador de mochila, m/946, e outro tipo de
material ainda não mencionado, nomeadamente: Carro braçal desenrolador;
Desenrolador manual para viatura, m/943; Desenrolador mecânico nº1.
(...)
As viaturas hipomóveis de Transmissões utilizadas, antes da viatura
pesada Karrier que iniciou a sua utilização nos anos 30, ou seja adoptadas a
partir do final do século XIX, foram: Carro de postes; Carro de fio; Carro
de cabo e Carro de parque.
Mais tarde utilizou-se a viatura Fordson nas esquadras de
consolidação de linhas de campanha, que transportava, carretéis com cabo,
escadas, forquilhas (inteiras e desmontáveis) postos e outros acessórios,
nomeadamente, luvas de coiro e o estojo TE-33 (alicate e navalha). E no
16/31
fim do período que estamos a analisar, viaturas correntes de 2,5 Ton e 1/4
Ton, para lançamento, consolidação e manutenção de linhas.
(...)
O material columbófilo também se caracteriza em algumas datas
mais características no período em análise.
No ano de 1931 executou-se o estudo e a adaptação de antigas
viaturas a pombais móveis e de transporte de cestos.
Em 1937 são construídos, nas Oficinas Gerais de Material de
Engenharia, um reboque automóvel pombal móvel e uma viatura auto
pombal e adquiridos cestos mochilas para transporte de pombos por tropas
de Infantaria e Cavalaria.
O Regulamento do Serviço Columbófilo em Campanha (1942)
refere-se material de exploração com que devem ser dotados os pombais:
Cestos para 4 e 12 pombos; Cestos de avião para 4 pombos; Cestos com
aviário para 2 pombos; Caixas de grade para cestos de 4 e 12 pombos;
Bebedouros para cestos de 2, 4 e 12 pombos; Comedouros para cestos de 2,
4, e 12 pombos; Tubos porta-despachos; Bolsas porta-esboços e Cadernos
de despachos e de esboços.
(...)
O material de Alimentação Eléctrica caracteriza-se com o início da
fabricação de pilhas pela indústria nacional nos anos 30, fábricas Tudor e
Autosil e funcionamento generalizado de Grupos Electrogéneos e
Rectificadores. Grupo de 300 Watts BSA; Grupo Marconi Stanley de 1 HP
e Rectificador seco Westalite (200/250 Volts, 50 Hertz, especialmente para
serviço em tempo de paz – fabricado por Westinghouse Brake Signal).
A partir dos anos 40 o Exército foi dotado com material de origem
inglesa surgindo os Grupos de Carga de 300, 550 e 1260 Watts.
(...)
A partir de 1940 foram utilizadas viaturas de TSF, nomeadamente:
Morris para Posto de Rádio tipo P-11; Ford com Posto de Rádio P-9 e Ford
com Posto de Rádio Lorenz.
(...)
O assunto relativo à manutenção, reparação, substituição, estudo,
pesquisa, ensaio e fabrico do material é de extrema importância para as
Transmissões.
Na OE nº5, 1ªSérie, de 1921, determina-se: As reparações do
material telegráfico, telefónico e heliográfico distribuído às diferentes
Unidades do Exército serão executadas na Oficina da Inspecção do Serviço
Telegráfico Militar, só sendo permitido o recurso às oficinas particulares
quando, requisitadas as reparações a essa Inspecção por parte da mesma
houver absoluta impossibilidade de as executar.
A partir dos anos 30 foram utilizados as seguintes colecções de
artigos de manutenção e reparação: Bolsa de lona para reparação – R – de
17/31
linhas telefónicas e telegráficas; Trousse para montadores de TPF e para
radiomontadores e ajudantes de radiomontador; Mala de ferramenta para
radiomontador de diversos modelos com sucessivos aperfeiçoamentos;
Colecção de ferramenta para material de Transmissões e Conjunto de
ferramenta para mecânico montador de cabos.
(...)
Em Março de 1942 o contingente de 29 militares de Transmissões
que chegou a S. Vicente (Cabo Verde) era portador de um posto de rádio de
100 Watts, construído nas Oficinas do Batalhão de Telegrafistas, destinado
a assegura as ligações directas com a Metrópole que se estavam a fazer
através da Marconi. Como a potência do equipamento não era suficiente
para a frequência para que fora construído não se conseguiu estabelecer a
ligação. A ligação foi posteriormente conseguida com um equipamento de
40 Watts a trabalhar na frequência de 7,5 a 12 MHertz.
Livro do Tenente Afonso do Paço (I Parte; Cap III, 1901 – 1911)
“Diz-se que a situação do material telegráfico e de linhas era precária
(...) e que não havia sobressalentes em Depósito a não ser dois receptores
em Lisboa e um no Porto. Para instrução não havia material especial (...)”
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“As Transmissões de Guarnição e o Serviço de Telecomunicações
Militares.
(...)
1900.
Instalação de telefones militares.
Publicado o ‘Regulamento do Serviço Telegráfico Militar’, descrito
na OE, nº21, 1ªSérie, de 15 de Dezembro de 1900.
1901.
Passagem do Serviço Telegráfico Militar para a Engenharia.
Entra em funcionamento a Inspecção do Serviço Telegráfico Militar.
Criação da Companhia de Telegrafistas de Praça que depende da
Inspecção.
Primeiras experiências de TSF. Instalação dos primeiros telefones
militares. Fabrico em Portugal de heliógrafos militares. Fabrico em
Portugal de heliógrafos Mance.
1902.
Montagem da rede heliográfica do Campo Entrincheirado de Lisboa
(Ameixoeira, Monsanto, Caxias, S. Julião da Barra, Paço de Arcos,
raposeira e Alto Duque).
Estabelecimento de novas linhas heliográficas (Lisboa e Centro
Entrincheirado, Norte, Centro e Sul).
18/31
1903.
Regulamento para o Serviço de Pombais em tempo de Paz.
1904.
Instalação da primeira rede telefónica militar em Lisboa, com 27
correspondentes (Central em S. Domingos).
1906.
Entra em funcionamento a rede heliográfica da Guarnição do Porto,
da Guarnição do Minho (Valença, Viana, Braga, Barcelos e Guimarâes) e
Guarnição do Douro.
1907.
Ligações telefónicas entre as baterias e fortes do Campo
Entrincheirado de Lisboa com central no Alto Duque.
1908.
Publicado novo ‘Regulamento do Serviço Telegráfico Militar, OE
nº1, 1ªSerie, de 18 de Janeiro de 1908.
1909.
Fornecimento dos primeiros equipamentos de TSF, marca
Telefunken.
1910.
Ligação entre as duas margens do Tejo por cabo subaquático.
1911.
Segundo o constante na Reorganização do Exército as estações fixas
de TSF passam a depender tecnicamente da Companhia de TSF. A Arma
de Engenharia é desdobrada em Serviço de Pontoneiros, Telegrafistas,
Caminhos de Ferro, Torpedos e Fortificações.
1912.
Instalação de Estações de TSF em Paço de Arcos, Trafaria, S. Julião
da Barra e Cascais.
Montagem de redes telefónicas em Elvas, Coimbra, Porto, Lamego e
Torres Novas.
1913.
A Central Telefónica de Lisboa é transferida para o Quartel do
Carmo.
1914.
Adoptada a lanterna eléctrica de sinais tipo Lucas.
1915.
Aquisição de equipamentos de TSF marca Marconi.
Montagem de uma rede rádio para serviço do Campo Entrincheirado
de Lisboa e ligação com a Marinha.
1917.
Os Correios e Telégrafos civis entram em greve. As estações do
Exército em colaboração com as da Marinha têm acção meritória,
garantindo a continuidade das ligações.
19/31
O Comandante da Companhia de TSF assume as funções de Director
do Serviço Radiotelegráfico da Guarnição de Lisboa.
1918.
A Central Telefónica de Lisboa é transferida do quartel do Carmo
para o Castelo de S. Jorge.
1919.
Início efectivo da rede rádio militar com postos permanentes em
Lisboa [Campolide, Batalhão de Telegrafistas de Campanha (Graça) e
Castelo de S. Jorge], S. Julião da Barra, Caxias, Coimbra. Viseu, Tomar,
Santarém, Évora, Beja, Porto, Braga e Vila Real.
Funcionamento de um Serviço Radiotelegráfico Militar, dirigido pelo
Comandante da Companhia de TSF do Batalhão de Telegrafistas de
Campanha, em ligação directa com a Repartição do Gabinete.
1920.
Ensaios para o serviço rádio particular e público entre Lisboa e o
Porto.
1921.
Construção nas oficinas da Ajuda de torres metálicas. Instalação
dessas torres em Braga, Ajuda e Batalhão de Telegrafistas.
O Serviço Radiotelegráfico passou a agrupar-se em 3 circunscrições,
Norte, Centro e Sul.
1924.
Abertura das estações rádio militares ao serviço público (Decreto
nº9456 de 25 de Fevereiro de 1924).
Instalados mais postos (Covilhã, Castelo Branco e Leixões).
1925.
Aquisição das primeiras cinco estações SIF de onda contínua para
Telegrafia e Telefonia, com destino a Lisboa, Porto, Castelo Branco, Évora
e Viseu.
1926.
Nova Reorganização do Exército após o movimento de 28 de Maio.
É criado o Regimento de Telegrafistas onde são concentrados todos os
serviços telegráficos, radiotelegráficos, telefónicos, ópticos e columbófilos.
A Companhia de Telegrafistas de Praça é integrada no Regimento.
Experiências no Regimento de Telegrafistas de equipamentos ópticos
de faixa estreita (infravermelhos).
Nas oficinas do Regimento são transformados os postos de faísca
banidos internacionalmente e são construídos novos equipamentos de onda
contínua de 0,5 e 1 KW.
1927.
Instalada uma oficina em Coimbra para transformação de
equipamentos de TSF e para construção de novos para renovação e
substituição dos existentes.
20/31
Instalação da Central Telefónica de Belém (Lisboa).
1928.
Instaladas estações de rádio em Viana do Castelo, Elvas e Alverca
(Aviação).
1929.
Instaladas estações de rádio em Portalegre, Mafra e Entroncamento.
1931.
Despovoamento de Pombais ficando apenas operacional o de Lisboa.
Adaptação de carros existentes a pombais móveis.
Instaladas estações de rádio em faro, Leiria e Chaves..
Fabrico em Portugal de lanternas eléctricas de sinais e heliógrafos.
1932.
Instalada estação de rádio em Tancos.
1935.
As oficinas de Coimbra são transferidas para o Regimento de
Telegrafistas (Lisboa).
1936.
Construído nas instalações da Ajuda um posto para empastelamento
das redes rádio da guerra civil de Espanha.
Aquisição de novos emissores-receptores e de novas torres metálicas.
1937.
Construção do primeiro pombal móvel.
Construção nas Oficinas Gerais de Material de Engenharia de um
reboque para automóvel como pombal móvel.
Aquisição de cestos-mochila para pombos, destinados às tropas de
Infantaria e de Cavalaria.
Início do Serviço de Som.
1938.
A Central Telefónica de Lisboa é transferida do Castelo de S. Jorge
para o quartel do Batalhão de Telegrafistas.
O Batalhão de Telegrafistas faz a sua inscrição na Sociedade
Columbófila do Centro de Portugal para efeitos de treino e de concursos.
1939.
Início do enterramento de cabos telefónicos da rede do Governo
Militar de Lisboa.
1941.
O ciclone assola o País. O Exército garante em emergência as
comunicações em grande parte afectadas.
No Batalhão de Telegrafistas são construídas estações de 100 watts e 3
Megahertz para serviço em Cabo-Verde e Açores.
1942.
Fabrico nas instalações da Ajuda de equipamentos de TSF com a
designação BT-0,5 para ligação entre ilhas de Cabo-Verde.
21/31
1943.
Com o desenrolar dos acontecimentos da Guerra de 1939/1945 foi
considerada premente a criação da Defesa Antiaérea de Lisboa e a
organização das respectivas transmissões.
1947.
Escolhido para Dia Festivo do Serviço Telegráfico Militar o dia 9 de
Janeiro que corresponde à passagem daquele Serviço para a Engenharia.
1948.
Comemorado pela primeira vez o dia 9 de Janeiro no aquartelamento
do Batalhão de Telegrafistas com a presença dos actuais e dos antigos
oficiais telegrafistas.
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap I, 1901 – 1911)
“As primeiras experiências de TSF em Portugal devem-se a ‘oficiais
do nosso exército’ diz uma nota da Comissão dos Telégrafos Militares de
1901, e de indagação em indagação conseguimos apurar que as realizara o
Coronel João Severo da Cunha, então Cap do Regimento de Engenharia.”
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap II, 1911 – 1918)
“Em Abril de 1916 havia apenas em bom estado no BTC, quatro
estações de TSF pois algumas das adquiridas tinham sido mobilizadas com
expedições a Angola e Moçambique. Eram elas:
Uma Telefunken (MT1), em S. Julião da Barra (em serviço combinado com
a divisão naval).
Uma Marconi (MM1) em Cascais (em serviço combinado com a divisão
naval).
Uma Marconi (MM2) no BTC.
Uma Telefunken (MT2) a mobilizar com a 1ªDivisão.”
“Em fins de 1919 havis os seguintes postos de rádio:
No CEL ........................ MT1 – S. Julião da Barra
DM1 – Caxias
No QG da 5ªDE ............ AM1 – Coimbra
No CTGL ...................... AM2 – Campolide (QG do CTGL)
AM3 – BTC
DM2 – Graça
DM3 – Castelo de S. Jorge
Em reparação no BTC ... MM2
DM4
DM5
O posto de Cascais passou para Caxias onde estava o QG do CEL.”
22/31
Livro do Tenente Afonso do Paço (IV Parte – Serviço Óptico); Cap II,
1901 – 1938)
“Transitando para a Inspecção dos Telégrafos Militares todos os
serviços da extinta DTGPM (Direcção dos Telégrafos e Pombais Militares)
em 09 de Janeiro de 1901, não descurou o novo Inspector, TCor Gouveia
Prego, o serviço heliográfico, antes lhe dedicou especial carinho.”
(...)
“Em 1 de Abril de 1902 começou a funcionar a rede heliográfica do
CEL com postos em: Ameixoeira, Monsanto (já existente), Caxias, S.
Julião da Barra, Paço de Arcos e Raposeira.”
(...)
“O serviço heliográfico de guarnição foi decaindo, quer pela falta de
pessoal, quer por terem fechado algumas estações de TPF.
Assim, por ter desaparecido a estação telegráfica de Santarém em
1933, interrompeu-se a linha para Elvas por falta de pessoal de TPF
naquela cidade.
Igualmente por ter fechado a estação de TPF de S. Julião da Barra
em 1935, interrompeu-se a linha que até aí funcionava regularmente:
Central do Castelo-Ajuda (posto rádio)-Trafaria-Caxias-S.Julião da BarraCascais”. (Pag 256, penúltima da obra do Tenente Afonso do Paço)
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap III, 1919 – 1926)
“Em princípios de Setembro de 1919 havia estabelecidos os
seguintes postos:
Estações fixas americanas:
Lisboa (estação directora) e Coimbra, donde recolhera a AMI.
Estações de campanha:
Viseu, Tomar, Santarém, Évora, Beja e S. Julião da Barra.”
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap IV, 1926 – 1936)
“Durante o 28 de Maio, os postos de TSF desempenharam um papel
importante a favor dos revoltosos. Nenhum rádio era enviado sem ser
submetido à censura do chefe do comité revolucionário de Lisboa, general
Sinel Cordes.”
Livro do Tenente Afonso do Paço (III Parte – Pombais Militares;
Cap III, 1901 – 1926)
“Durante a conflagração europeia não tiveram os pombos dos nossos
pombais nenhuma acção digna de registo. Não chegaram mesmo a ser
‘mobilizados’ para a França ou África. Os pombos que havia no nosso
exército da Flandres foram fornecidos pelos ingleses.” (Pag 208)
Livro do Tenente Afonso do Paço (IV Parte – Serviço Óptico;
23/31
Cap II, 1901 – 1938)
“O tenente-coronel Gouveia Prego, nos serviços que tomou a seu
cargo em Janeiro de 1901, continuou com raro brilho a tradição dos seus
antecessores.
Tudo decorreu sem novidade de maior até que em 1913 se sentiu
necessidade de reformar as lanternas adoptadas no exército de campanha.
Optou-se entre 1914 e 1918 pelo modelo Lucas, usado nas tropas inglesas.”
(Pag 252)
TÉCNICAS E TÁCTICAS DE EMPREGO
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“A OE nº7, 1ªSérie, de 08 de Junho de 1901 publica que as normas
relacionadas com o estabelecimento e exploração de todos os sistemas de
telegrafia hertziana, telegrafia eléctrica ou semelhantemente destinados a
permutação rápida de correspondências são monopólios do Estado pela
legislação vigente.
A Reorganização de 1911, OE nº11 de 26/05/1911 no seu artigo 31º
menciona que o Serviço Telegráfico Militar está compreendido na Arma de
Engenharia e no artigo 42º apresenta a sua composição, publicando as
respectivas competências em artigos seguintes.
(...)
Na OE nº2, 1ªSérie, de 07 de Março de 1927, clarifica-se a ‘Abertura
ao Serviço Público das Redes Radiotelegráficas Militres’ tendo em atenção
os pareceres da Comissão Técnica de Telegrafia Militar e da Administração
Geral dos Correios e Telégrafos.
(...)
A Portaria 10104, assinada pelos Subsecretários de Estado da Guerra
e das Obras Públicas e Comunicações publicada na OE nº4, 1ªSérie, de 27
de Junho de 1942 refere-se à Cooperação entre os Serviços Radioeléctricos
Militares e os CTT.
(...)
O DL 32670 de 17 de Fevereiro de 1943, emanado da Presidência do
Conselho, publicado na OE nº2, 1ªSérie, de 01 de Março de 1943,
determina no artigo 1º: Em vista da preparação da Nação para o tempo de
guerra e com o fim especial de assegurar a prestação de trabalho e o regime
de produção que particularmente interessem ao regular abastecimento das
forças militares ou do País à manutenção das condições normais e de vida e
à defesa da economia nacional, pode o Governo ordenar a organização
militar das Instituições, Serviços ou Empresas de carácter p´blico ou
privado.
24/31
No parágrafo 1º considera-se, desde já, abrangida destas disposições,
‘A exploração do Serviço de Correios e de Comunicações telegráficas,
radiotelegráficas ou radiotelefónicas.’
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 2ºVolume (1983).
“Normativos relacionados com a Instrução:
1901 – Instruções relativas à Arma de Engenharia, Geral das Tropas
e Especial de Sargentos e Oficiais (OE nº5, 1ªSérie, de 1901).
1910 – A Instrução Anual do Regimento de Engenharia é dada em
quatro períodos. Instrução das Tropas Telegrafistas de Campanha (OE nº6,
1ªSérie, de 1910).
1913 – Regulamento para a Instrução do Exército Metropolitano:
Escola de Quadros, Escola Central de Oficiais, Escolas Preparatórias de
Oficiais Milicianos, Engenharia/Telegrafistas (OE nº20, 1ªSérie de 1913).
1919 – Aumento de duração da instrução das tropas Telegrafistas
(OE nº13, 1ªSérie, de 1919).
1930 – Programa de instrução de Transmissões de Cabos e Soldados
(OE nº11, 1ªSérie, de 1930).
1931 – Duração e Programas dos cursos de Transmissões para
Sargentos que funcionam nas Escolas Práticas das respectivas Armas (OE
nº11, 1ªSérie, de 1931).
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 3ºVolume (1985).
“Regulamentos, Instruções e Normas Regulamentares: relação de
elementos importantes.
1900 – Regulamento do Serviço Telegráfico Militar.
1901 – Regulamento Provisório para o Serviço dos Telegrafistas de
Campanha.
– Instruções Especiais para o Serviço do QG da 1ªDivisão
Militar (Inspecção dos Telégrafos Militares).
– Instruções para a fiscalização dos Serviços Telegráficos e das
correspondências Telegráficas (Secretaria de Estado dos Negócios da
Guerra).
1903 – Regulamento para o Serviço dos Pombais Militares em
Tempo de paz.
1905 – Regulamento Provisório para o Serviço dos Telegrafistas de
Campanha.
1908 – Regulamento do Serviço Telegráfico Militar.
1909 – Disposições de Execução Permanente acerca do serviço nas
Estações (Inspecção dos Telégrafos Militares).
25/31
1912 – Regulamento Provisório para o Serviço Telegráfico em
Campanha.
1932 – Regulamento das Brigadas Telegrafistas.
1935 – Regulamento Provisório para o Serviço de Transmissões em
Campanha.
1941 – Regulamento para a Exploração das Transmissões.
1942 – Regulamento para o Serviço Interno dos Pombais Militares.
– Regulamento para o Serviço Columbófilo em Campanha.
1945 – Regulamento para a Instrução das Tropas de Engenharia.
– Regulamento Provisório da Exploração das Transmissões.
1946 – Regulamento da Inspecção de Tropas das Transmissões.
1948 – Regulamento da Exploração das Transmissões.
(...)
Publicações diversas:
1905 – Memória sobre Aerostação Militar (Direcção Geral do
Serviço de Engenharia).
– Memória sobre Telegrafia Sem Fios.
– Pombos Correios em serviço do Exército em Campanha.
Pombais volantes (Aguiar Aflelo).
1926 – Sinaleiros (Tenente Guedes Pinto)..
1937 – Material de Transmissões da Brigada de Cavalaria (Capitão
Brito Aranha).
1938 – A TSF e as Transmissões (Major Luís da Câmara Pina).
(...)
Alguns Exercícios realizados ao longo dos anos analisados no
período:
1900 – Exercícios de Brigada realizados em Setembro na Zona de
Mafra, Pero Pinheiro, Belas e Algueirão, tendo os Telegrafistas constituído
três Grupos, dois de Cabo e um de Fio.
1928 – Exercícios de Quadros da 3ªRegião Militar, realizados na
Zona de Abrantes. O Regimento de Telegrafistas destacou em diligência
uma Secção de TPF, comandada por um Subalterno de Engenharia que foi
nomeado Comandante de Transmissões do Destacamento Misto.
1940 – Manobras Divisionárias, realizadas em Setembro na Zona de
Rio Maior, Santarém, Cartaxo, com uma Companhia de Transmissões.
1943 – Manobras em Outubro tendo em vista a possibilidades de
represálias por parte da Alemanha devido às facilidades concedidas nos
Açores aos Aliados. As manobras realizaram-se no Alentejo onde actuaram
dois Batalhões de Transmissões Divisionários utilizando material novo de
origem inglesa que foi bem operado, tendo excelente comportamento. Os
batalhões foram comandados pelos Majores de Engenharia, Santos
Caravana e Mário Costa.
(...)
26/31
Sobre as Tropas de Telegrafistas refere-se com importante o artigo
do Coronel de Engenharia, Mascarenhas Inglês, publicado na Revista de
Engenharia de 1947.
Pelo Coronel Craveiro Lopes de Oliveira, foi elaborado o artigo ‘Os
prolegómenos da Inspecção do Serviço Telegráfico Militar’, talvez em
1946, mas ainda não identificada onde foi publicado (Revista Militar ou
Revista de Engenharia – em averiguação).
ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL
Livro do Tenente Afonso do Paço (I Parte; Cap III, 1901 – 1911)
O Decreto da Reorganização do Exército de 12 de Dezembro,
publicado na OE, nº21, de 15 de Dezembro de 1900, continha o
Regulamento da Inspecção dos Telégrafos Militares dizia, “os serviços de
telegrafia, telefonia, aerostação e pombais militares estarão a cargo de uma
inspecção dependente da Direcção Geral do Serviço de Engenharia e que se
denominaria: Inspecção dos Telégrafos Militares.”
Livro do Tenente Afonso do Paço (I Parte; Cap IV, 1911 – 1926)
“A reorganização do Exército de 1911 na parte que se refere a
Serviço Telegráfico de Guarnição não trouxe alterações, mantendo-se a
Companhia de Telegrafistas de Praça, apenas mudando de nome a
Inspecção do Serviço Telegráfico Militar”.
(...)
“Por ocasião do movimento de 19 de Outubro de 1921, a GNR
assaltou a central de guarnição no Castelo de S. Jorge e prendeu o oficial da
Inspecção do Serviço Telegráfico Militar (ISTM) que lá se encontrava. Isto
levou a pensar na sua transferência para a Penha de França, tendo-se feito
em 1922 os respectivos estudos e orçamentos que, por serem muito caros
não tiveram viabilidade”.
(...)
“A reorganização que se seguiu ao movimento de 28 de Maio de
1926, levado a cabo pelo prestigioso chefe general Gomes da Costa, reuniu
numa só unidade, o Regimento de Telegrafistas, tudo o que se referia a TPF
e TSF e Pombais, e que andava disperso pela ISTM, Companhia de
Telegrafistas de Praça (CTP) e Batalhão de Telegrafistas de Campanha
(BTC). A concentração de todos estes serviços sob um comando único deu
os melhores resultados”.
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap II, 1911 – 1918)
“Em Maio de 1911 foi publicada uma reorganização do Exército que no
seu artigo 228º diz que as estações fixas passariam a depender
tecnicamente da Companhia de TSF então criada”.
27/31
Livro do Tenente Afonso do Paço (II Parte; Cap IV, 1926 – 1936)
“A reorganização do exército que se seguiu a este movimento (28 de
Maio de 1926) criou o Regimento de Telegrafistas, unidade em que se
concentraram todos os serviços telegráficos, radiotelegráficos, telefónicos,
ópticos e pombais, em que se fundiu a Inspecção do Serviço Telegráfico
Militar, Batalhão de Telegrafistas de Campanha e Companhia de
Telegrafistas de Praça.”
Livro do Tenente Afonso do Paço (III Parte – Pombais Militares;
Cap III, 1901 – 1926)
“Pela reorganização do exército de 1899 transitaram para a
engenharia os serviços a cargo da DTGPM dependendo porém esta
passagem da publicação de um regulamento especial que só veio a lume em
15 de Dezembro do ano seguinte.”
(...)
“Ao passarem os serviços em 9 de Janeiro de 1901 para a Inspecção,
havia no País os seguintes pombais: Lisboa, Porto, Elvas, Portalegre,
Coimbra, Mafra, Viseu e Tancos. Estava porém a raça bastante definhada,
tendo-se adquirido alguns reprodutores novos na Bélgica para a revigorar.”
Livro do Tenente Afonso do Paço (III Parte – Pombais Militares;
Cap IV, 1926 – 1938)
“Com a reorganização do exército de 1926 e extinção da Inspecção
do Serviço Telegráfico Militar, passaram os pombais para o Regimento de
Telegrafistas e aos seus comandantes mereceu especial cuidado este meio
de comunicações tão importante na vida militar.”
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“Localização em tempo de paz de unidades de Engenharia.
A OE nº1, 1ªSérie, de 1940, publica as instruções para a execução do
Decreto 29957 de 6 de Outubro de 1939.
No respeitante à Engenharia temos:
O 1ºGrupo do Regimento de Telegrafistas (Porto) vai reunir-se ao
2ºGrupo do Regimento da Sapadores Mineiros para formar o Regimento de
Engenharia Nº1, com sede no Porto.
O Regimento de Telegrafistas fornece os elementos para a
constituição do batalhão de Transmissões do Regimento de Engenharia Nº,
com sede em Lisboa, e proveniente do existente Regimento da Sapadores
Mineiros.
28/31
O Regimento de Telegrafistas passa a constituir o Batalhão de
Telegrafistas com a organização prevista no DL 28401 (publicado na OE
nº12, 1ªSérie, de 31 de Dezembro de 1937)”.
Alteração do Quadro Orgânico do Batalhão de Telegrafistas.
A Portaria 12807 inserta na OE nº8, 1ªSérie, de 25 de Novembro de
1947 refere-se aos Quadros Orgânicos das Unidades e Escolas Práticas das
Armas, os quais substituem os publicados no DL 28401 de 31 de Dezembro
de 1937”.
ORGANIZAÇÃO LOGÍSTICA
Notas sobre as Transmissões Militares em Portugal –
Coronel Bastos Moreira, 1ºVolume (1980).
“Em 1901 é organizada a Inspecção do Serviço Telegráfico Militar e
criada a Companhia de Telegrafistas de Praça na sua dependência.
Na Penha de França é então instalado o Depósito de Material
Telegráfico (material de guarnição).
Criado em 1913 o Batalhão de Telegrafistas de Campanha que vai
ocupar o aquartelamento da Ajuda, é aqui que vem a ser instalado um
Depósito de Material de Transmissões para armazenamento
do
equipamento de campanha.
Na OE, nº7, 1ªSérie, de 30/06/1927, referindo-se ao Decreto 13851,
diz que a Arma de Engenharia no seu Depósito de Material de Engenharia
está incluído um Depósito Geral de Material de Transmissões que fica
subordinado ao Regimento de Telegrafistas e ocupou dependências do
aquartelamento da Penha de França.
A partir de Novembro de 1943 passou a ocupar instalações do
quartel de Queluz (OE, nº7, 1ªSérie, de30/11/1943).
Em 1947 o Depósito de Material de Transmissões, 2ªSecção do
Depósito Geral de Material de Engenharia, estava instalado no quartel do
Carrascal, em Linda-a-Velha (OE, nº5, 1ªSérie, de 30/06/1947)
......................
............................
...............................
......................
Pesquisa RTm (20/03/2006),
Seguida da observação/estudo de ORDENS DO EXÉRCITO (1ªSérie),
donde se considera conveniente retirar elementos:
09, 11Set1899
21, 15Dec1900
05, 30Mar01
29/31
07, 08Jun01
20, 1901
22, 28Dec01
03, 30Jan02
14, 08Set06
15, 22Set06 (ECS)
01, 18Jan08
11, 26Mai11
13,
1911
14, 30Jun11 (tb Pupilos)
16, 09Ago11
11, 18Jul1913
21, 11Set14 (ECS)
09, 15Mai16 (Pupilos)
15, 30Jun16 (AM)
12, 01Nov20 (ECS)
09, 15Set23 (Pupilos)
02, 07Mar24 (ECS)
06, 24Abr25
08, 16Jun25
06, 14Jun26
08, 12Jul26
10, 31Ago26 (Reorganização do Ex)
01, 20Jan27 (ECS)
02, 07Mar27
05, 16Mai27
06, 15Ago27 (AM)
07, 30Jun27 (DGMT)
01,
1929
02,
1929 (Decreto 16407 de 19Jan)
05, 30Mar29 (OGME)
06, 15Abr29
16, 20Out29
06, 20Mai30 (OGME)
13, 10Set30
15, 15Out30 (Pupilos)
12, 31Dec37 (Reorganização do Ex)
09, 08Dec38 (ECS)
01,
1940
10,
1940 (AM)
07, 30Nov43 (DGMT)
01, 20Fev46
03, 30Abr47 (AM)
30/31
05, 30Jun47 (DGMT)
08, 25Nov47 (DGMT)
08, 24Nov47
07, 15Nov48 (Pupilos – Vital)
2006/09/02
António de Oliveira Pena
Coronel TecnManTm (Ref)
Doutor em Ciências da Comunicação (FCSH/UNL, 23Jan06)
[email protected]
919 421 068 e 214 431 125
31/31
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