O NASCIMENTO DA
PSICOLOGIA DOS GRUPOS
A psicologia grupal
• Surgiu na confluência de outras disciplinas
pré-existentes:
Psicologia do Indivíduo
+
Psicologia social
Psicologia dos grupos
• Contribuições pré-históricas:
– Le Bon (1841-1931): psicologia das multidões
Influencia Freud em seus trabalhos
posteriores sobre agrupamento humano
A história da Psicologia dos
Grupos
• Kurt Lewin (1890-1940):
– Face-to-face groups
– Desenvolvimento de método próprio de
investigação: PESQUISA-AÇÃO
ESTE MÉTODO PERMITE EXAMINAR AS
VARIÁVEIS DOS FENÔMENOS GRUPAIS NO
ÂMBITO DE PEQUENOS GRUPOS (12 A 15
MEMBROS), OU SEJA, GRUPOS NOS QUAIS OS
INDIVÍDUOS SE RECONHECEM EM SUA
SINGULARIDADEDURANTE A EXPERIENCIA EM
QUE ESTÃO ENVOLVIDOS.
– Nasce a dinâmica de grupo: atividades grupais sem
cunho terapêutico.
• A Psicanálise:oferece o aporte teórico para a
compreensão das motivações inconscientes da
conduta humana;
• A
teoria
dos
papéis
e
abordagem
psicodramática (Moreno);
• A teoria dos vínculos e a relação dos grupos
com a realização das tarefas (Pichón-Riviére);
• A teoria sistêmica (Von- Bertalanffy)
• A teoria da comunicação humana (Bateson)
Contribuições...
• Da dinâmica de grupo: noções básicas de campo grupal,das
distintas formas de liderança e do exercício da autoridade, do
aprendizado da autenticidade;
• Da psicanálise: sua teoria dos afetos e a compreensão das
motivações inconscientes das ações humanas;
• Da teoria dos vínculos e dos grupos operativos: a forma de
discernir os objetivos (tarefas) dos grupos e das instituições e o
modo de abordá-los operativamente, a partir dos vínculos
relacionais;
• Do psicodrama: a visualização dos papéis designados no
cenário dos sistemas humanos e a utilização do role-playing
como ferramenta operacional;
• Da teoria sistêmica: a possibilidade de perceber e discriminar o
jogo interativo dos indivíduos no contexto grupal e, a partir
dessa percepção, catalizar as mudanças possíveis no sistema;
• Da teoria da comunicação humana: desfazer os “nós
comunicacionais” que obstaculizam o fluxo operativo.
Definição do Conceito de
Psicologia dos Grupos
• A Psicologia Grupal tem como objetivo de
seu estudo os micro grupos humanos,
entendendo-se por tal todos aqueles nos
quais os indivíduos podem reconhecer-se
em sua singularidade (ou perceberem uns
aos outros como seres distintos e com
suas
respectivas
identidades
psicológicas), mantendo ações interativas
na busca de objetivos compartilhados.
A Psicanálise aplicada a Grupos
• Em 1905 Freud pontuava a influencia dos agrupamentos
humanos sobre o comportamento psicológico do
indivíduo, tema retomado com ênfase merecida em
trabalhos como: Toten e Tabu; Psicologia das Massas e
Análise do Ego; O Mal-estar na cultura e Moises e o
monoteísmo.
• Nestas obras trabalha idéias como: o edifício da
sociedade assenta-se sobre a relação primitiva do
homem com seu pai, sobre o que se convencionou
chamar de Complexo de Édipo.
• A religião é a neurose da humanidade podemos chegar
a entender os povos como fazemos com os neuróticos
individuais.
O grupo psicológico
• O grupo psicológico é um ser provisório,
formado por elementos heterogêneos que
por
um
momento
se
combinam
exatamente como as células que
constituem um corpo vivo formam, por sua
reunião, um novo ser que apresenta
características muito diferentes daquelas
possuídas por cada uma das células
isoladamente.
Conceitos importantes
• IDENTIFICAÇÃO: processo psicológico
pelo qual o indivíduo assimila um aspecto,
propriedade ou atributo de outrem e se
transforma segundo o modelo introjetado.
Conceitos importantes
• MELANIE KLEIN - IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA:
constitui em atribuir ao outro qualidades ou atributos de
si próprio. Inicialmente, entendido como um processo de
descarte dos sentimentos agressivos, utilizando a mente
do outro como continente ou como depósito de tais
sentimentos. Mais adiante, passou a ser entendida
como um processo de empatia, ou seja, à possibilidade
que temos de sentir o que sentiríamos caso
estivéssemos
em
situação
ou
circunstancia
experimentada por outra pessoa.A identificação
projetiva, assim, a via psíquica para o estabelecimento
do processo empático entre os seres humanos,
condição sinequanon para que se crie a mentalidade
grupal.
Conceitos importantes
• Transferência: é o mecanismo pelo qual
deslocamos sentimentos originalmente
experimentados em relação a figuras
significativas de nossa infância (mãe, pai
e seus sub-rogados) para outras pessoas.
Contribuições de Bion
• Contribui com o conceitos de supostos
básicos que ocorrem no funcionamento
grupal.
• Para Bion, a atividade mental dos
indivíduos quando se reúnem em grupo é
regida
por
fantasias
inconscientes
compartilhadas e que determinam o
aparecimento do que ele chama de
“suposto básico”
• Os supostos básicos podem ocorrer
simultaneamente
ou
alternadamente,
opõe-se ao que Bion chamava de Grupo
de Trabalho, o que é o estado mental
cooperativo predisponente à realização da
tarefa grupal e vigente quando há uma
redução
da
carga
resistência
e
antioperativa do grupo.
• Os supostos básicos são:
• De dependência: no qual o grupo se comporta
como se esperasse que um líder fosse se
responsabilizar por todas as iniciativas e tomar
conta dos membros do grupo como os pais o
fazem em relação aos filhos pequenos.A
fantasia inconsciente básica é a de que o líder é
uma figura onipotente. Ex: grupos religiosos.
• De luta-fuga: no qual o grupo age como se existisse um
inimigo que se deveria enfrentar ou que se deveria
evitar. A fantasia inconsciente básica é a de que o líder
é invencível. Ex: grupos militares.
• De acasalamento: o grupo possui a crença de que os
problemas ou necessidades serão solucionados por
alguém que ainda não nasceu e que o fará mediante a
união geradora de dois elementos do grupo, com o
consentimento e cumplicidade dos demais membros do
grupo.A fantasia inconsciente básica é de que esse
“”líder por nascer” é perfeito. Ex: sociedades políticas.
• Numa situação grupal madura, o líder do
grupo é apenas confiável; o do grupo de
luta-fuga é tão somente corajoso e o do
grupo de acasalamento é simplesmente
criativo.
O método analítico e as
grupoterapias
• Ao considerar a psicologia individual aplicável à
compreensão dos fenômenos sociais, Freud
avalizou as tentativas que daí em diante se
sucederam no sentido de transpor a técnica
analítica, criada no contexto da situação dual
analista-paciente, para a situação grupal.
• Dois autores importantes:
– Schilder:tratava seus clientes coletivamente, ou seja,
simultaneamente, mas individualmente. É o protótipo
do que hoje consideramos tratar o paciente no grupo
e não pelo grupo.
– Foulkes: desenvolveu a noção de matriz
grupal, que apresentou como a trama (rede)
comum a todos os membros, dela
dependendo o significado e importância de
tudo o que ocorre no grupo, a ela se referindo
todas as comunicações e interpretações,
verbais e não verbais que circulam no grupo.
Os paciente seriam, pois, os pontos nodais
dessa rede, que é dotada de características
de conjunto distintas da soma de relações
nele processadas.
• O Grupo denominado Escola Argentina:
– A ênfase é posta na atitude interpretativa, que se caracteriza
por:
• A) interpretar o grupo como um todo, assinalando o clima
emocional com suas oscilações e fantasias subjacentes;
• B) interpretar em função dos papéis, por considerar que esses
estão em função de uma situação ou sentimento comum ao grupo;
• C) interpretar a atitude e as fantasias do grupo em relação a
determinada pessoa- seja ela um participante do grupo ou não - e
em relação ao terapeuta;
• D) interpretar, em termos de subgrupos, como partes
complementares de um todo e como dramatização das fantasias
inconscientes;
• E) interpretar em função do “aqui e agora”, cujo campo está
configurado pela interação e pela sobreposição de crenças e
atitudes de cada um dos integrantes em relação ao grupo como
totalidade, em relação aos outros membros e em relação ao
terapeuta.
• A crescente conscientização por parte dos
grupoanalistas
das
limitações
desta
transposição acrítica para o contexto grupal do
método psicanalítico, criado para instrumentar a
relação dual analista-paciente, os tem
predisposto e mobilizado para uma maior
permeabilidade aos aportes de outras correntes
que estudam e interpretam os fenômenos
grupais, criando as condições para o surgimento
das interfaces epistemológicas entre os vários
marcos referenciais que deram origem a
psicologia grupal.
A TEORIA DA GESTALT E A
DINÂMICA DE GRUPOS
• Surgiu no princípio do século XX. A
palavra Gestalt significa o modo como os
elementos estão agrupados juntos.A
noção de que o todo é maior do que suas
as partes constituintes e de que seus
atributos (do todo) não podem ser
deduzíveis a partir do exame isolado das
partes constituintes é um dos pilares da
teoria.
• A Gestalt-terapia fundamenta-se no
Existencialismo porque muito próximo da
Fenomenologia, absorveu o que a maioria
das terapias existenciais considera
importante, o encontro existencial
interpessoal. Um encontro existencial visa
a autoatualização e a gestalt-terapia
considera todo o campo biopsicosocial,
incluindo organismo/ambiente, como
importante.
• Pode ser considerado “existencial” tudo que diz
respeito à forma como o homem experimenta
sua existência, a assume, a orienta, a dirige. A
noção de responsabilidade de cada pessoa que
participa ativamente da construção de seu
projeto existencial em sua relativa liberdade.
(Ginger, 1987. p . 36)
• Existencialismo como ética, sustentada pela
liberdade, a ação da liberdade é um ato
consciente, uma awareness, uma escolha
• A Gestalt-terapia é fenomenológica por ser centrada na
descrição subjetiva do sentimento (awareness) do
indivíduo. É mais importante descrever do que explicar:
o “como” precede o “porque”. O essencial é o processo
que está se desenvolvendo aqui e agora.
Fenômeno é o que se torna luz, o que se apresenta,
traduzido para a Gestalt é aquilo que damos significado,
damos sentido ao mundo; sem consciência não há
mundo e sem mundo não há o nós. O sujeito só percebe
e dá significado se há intencionalidade, a subjetividade
vai se constituir a partir desse movimento.
•
• Com essa posição fenomenológica podemos justificar o
“aqui e agora” da Gestalt-terapia. O presente é ao
mesmo tempo o passado, o presente e o futuro. Neste
momento estão minhas experiências, meu self, meus
projetos. O passado está em mim, na minha fala, na
minha respiração, nos meus movimentos e na minha
expressão. O passado é reestruturado em cada
momento existencial.
• Sua proposta é que cada pessoa atinja uma real
percepção de si como um ser em relação, uma reflexão
sobre o tipo de sociedade que vivemos e em que base
ética estamos fundamentados.
• A teoria da gestalt é precursora da idéia
de incluir o observador na descrição do
fenômeno observado, dentro do princípio,
hoje universalmente aceito e sustentado
pela teoria da relatividade, que não há
objetividade
pura
na
aproximação
científica de qualquer fato natural.
• Lewin, em seus primeiros trabalhos com grupos
se apropriou de alguns aspectos da gestalt.
Entre estes, o princípio de que os fenômenos só
se tornam inteligíveis ao observador que
consente em participar da vivência grupal. Isto
levou a formular a aproximação metodológica
denominada pesquisa-ação, no qual não só o
observador era incluído no grupo, como não se
escotomizava o fato de que com tal inclusão o
modificava, o que, no entanto, não invalidava a
proposta investigatória.
Face to face groups
• Contexto de pequenos grupos cuja configuração deve
permitir aos participantes existirem psicologicamente
uns para os outros e se encontrarem em uma situação
de interdependência interação possível no decurso da
experiência.
• Os pequenos grupos, além de permitirem a observação
“ao vivo” dos processos de interação social, constituemse em uma unidade experimental de referência para a
formulação de hipóteses que possam posteriormente ser
confrontadas e comparadas com o encontro em outros
agrupamentos humanos.
Outras contribuições de Lewin:
• Autoridade e tipos de liderança:
estabeleceu três estilos básicos de liderar:
autocrático, o laissez-faire e o
democrático.
• Descreveu as várias etapas do
processo de solução de problemas em
grupo: definição do problema; promoção
de ideias, verificação das ideias, tomada
de decisão, execução.
Indicações Bibliográficas;
•
Perls, Frederick; Hefferline, Ralph; Goodman, Paul.(1997). GestaltTerapia. São Paulo: Summus Editorial.
– http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=b9pCM5xaJ6IC&oi=fnd&pg=PA2&dq=gestalt+terapia+conceitos&ots
=cHhWK_2wXe&sig=CaI6fG2KPvgvXNI8hq0PvcXj0Rk#v=onepage&q=gestalt%
20terapia%20conceitos&f=false
•
Yontef, G.M. (1993) Awareness, Dialogue & Process - Essays in
Gestalt. São Paulo: Summus Editorial.
– http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=32wrxZ6soz4C&oi=fnd&pg=PA7&dq=gestalt+terapia+conceitos&ots=
C1rsumgoA&sig=wU2tKJDSxRyDeX_ksjftWHWEMHs#v=onepage&q=gestalt%20terapia
%20conceitos&f=false
•
Ribeiro, Jorge Ponciano. (1985). Gestalt-terapia: refazendo um caminho.
São Paulo: Summus Editorial.
– http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=cJCjXZO1QPQC&oi=fnd&pg=PA5&dq=gestalt+terapia+conceitos&ot
s=hleTbkvXB&sig=F0_FfXL3r6ZfW02eU9xTX5fioK8#v=onepage&q=gestalt%20terapia%20
conceitos&f=false
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