O País O Estado do Maranhão - São Luís, 3 de março de 2015 - terça-feira 5 Em ato reservado, Dilma sanciona Lei dos Caminhoneiros sem veto Sanção foi uma das propostas do governo para encerrar bloqueios; protestos pelas rodovias foram contra preços do diesel e do frete; o texto foi aprovado pela Câmara em 11 de fevereiro e estabelece regras para o exercício da profissão de motorista Roberto Stuckert Filho/ PR B RASÍLIA - Em ato reservado no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem sem veto a Lei dos Caminhoneiros. O texto foi aprovado pela Câmara em 11 de fevereiro e estabelece regras para o exercício da profissão de motorista. O ato faz parte de acordo entre governo e caminhoneiros para o desbloqueio de rodovias no país. Em nota divulgada na manhã desta segunda, a Secretaria Geral informou que a sanção foi motivada pela "liberação de quase todas as rodovias federais brasileiras e a diminuição das manifestações de caminhoneiros". Conforme a nota, o governo tomará as medidas necessárias junto ao Congresso Nacional para permitir a prorrogação por 12 meses das parcelas de financiamentos de caminhões adquiridos por programas federais. Boletim divulgado pela Polícia Rodoviária Federal ontem às 15h30 informava que havia interdições totais ou parciais Mais Dilma sanciona a lei junto com os ministros Antonio Carlos Rodrigues, Miguel Rosseto e Aloizio Mercadante de rodovias em 4 estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na semana passada, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, informou, após reunião com empresários e caminhoneiros em Brasília, que a Pe- trobras se comprometeu a não reajustar o preço do diesel pelos próximos seis meses. Em entrevista no Palácio do Planalto, Rossetto chegou a informar também que empresários e caminhoneiros elaborarão uma tabela para definir os preços do frete. De acordo com a pasta, haverá nova rodada de negociação em 10 de março para a definição de como será feita a tabela. 'Boa recepção' - Um dia após o ministro apresentar as propostas do governo para encerrar os bloqueios pelo país, a presidente Dilma comentou o assunto e afirmou que, até aquele mo- Com a crise, cai número de bilionários brasileiros conforme lista da Forbes Divulgação Jorge Paulo Lemann é o mais rico, com patrimônio de US$ 25 bilhões; ele é um dos donos da AB Inbev e do fundo 3G Capital SÃO PAULO - A crise econômica bateu no bolso dos bilionários brasileiros. Pela primeira vez desde 2008, o número de bilionários brasileiros na lista da Forbes encolheu. Depois de bater recorde no ano passado, com 65 integrantes no clube dos mais ricos, o Brasil este ano integra a lista com 54 pessoas. A desvalorização do real é uma das explicações para a queda no número de brasileiros, dado que a revista mede fortunas em dólar (acima de US$ 1 bilhão), mas não a única. Reorganização societária e até mesmo os escândalos da Lava Jato ajudam a explicar as quedas. O empresário Jorge Paulo Lemann, um dos controladores da AB Inbev segue como o brasileiro mais rico, com um patrimônio de US$ 25 bilhões. Lemann ficou US$ 5,3 bilhões mais rico desde o ano passado, ampliando sua fortuna ao ritmo de US$14,5 milhões por dia ou US$ 605 mil por hora. Apesar de a lista estar menor, os bilionários que ficaram estão, em média, ainda mais abastados. A fortuna média dos bilionários brasileiros este ano é de U$ 3,35 bilhões, 14% a mais do que os US $2,95 bilhões de 2014. A despeito do câmbio, a lista ganhou sete novatos: Carlos Sanchez, Itamar Locks, Blairo Maggi, O brasileiro Jorge Paulo Lemann lidera a lista divulgada pela Forbes Ranking Os 10 primeiros bilionários 1º Jorge Paulo Lemann, com patrimônio de US$ 25 bilhões 2º Joseph Safra, com US$ 17,3 bilhões 3º Marcel Herrmann Telles, com US$ 13 bilhões 4º Carlos Alberto Sicupira, com US$ 11,3 bilhões 5º Joao Roberto Marinho, com US$ 8,2 bilhões 6º Jose Roberto Marinho, com US$ 8,2 bilhões 7º Roberto Irineu Marinho, com US$ 8,2 bilhões 8º Eduardo Saverin, com US$ 4,8 bilhões 9º Abilio dos Santos Diniz, com US$ 4,4 bilhões 10º Francisco Ivens de Sa Dias Branco, com US$ 3,7 bilhões. Carlos Alberto Sicupira foram aqueles que tiveram o maior crescimento de patrimônio (US$ 2,8 bilhões e US$ 2,4 bilhões respectivamente). Em seguida, vêm Abilio Diniz, com alta de US $1,6 bilhão, e o banqueiro Joseph Safra (US$ 1,3 bilhão mais rico). Alexandre Grendene Bartelle, dono da Melissa, ficou US$ 1 bilhão mais rico. E o cofundador do Facebook, Eduardo Saverin, viu o patrimônio aumentar em US$ 700 milhões. propostas foi divulgado e a gente tem visto que elas têm tido uma boa recepção [dos caminhoneiros]. Agora, aguardamos. Os ministros responsáveis estão todos em atividade, trabalhando essas propostas", afirmou a presidente. Leia mais em Economia 6 Cunha recua de medida que autoriza passagem para mulher de deputado Presidente da Câmara disse que fará proposta alternativa à mesa diretora em reunião hoje Lúcia Maggi, Maurizio Billi, Marli Pissollo e Hugo Ribeiro. José Luís Cutrale, que já figurou no ranking por um ano, em 2000, voltou nesta edição, juntamente com a herdeira do Itaú Maria de Lourdes Egydio Villela, que entrou no ranking de 2013, mas não no do ano passado. Mais pobres - Entre aqueles que perderam o status de bilionário está o presidente da construtora OAS, envolvida nos escândalos da operação Lava-Jato. No ano passado, quando a OAS estava em alta construindo estádios para a Copa e plataformas de petróleo para a Petrobras, Cesar Mata Pires entrou para a lista com uma fortuna de US$ 1,55 bilhão. Este ano, com a construtora em crise e proibida de entrar em novos contratos com o poder público, a fortuna caiu para menos da metade. Os três donos da fabricante de máquinas industriaisWEG, Eggon João da Silva, Lilian Werninghaus e Werner Ricardo Voigt, que entraram na lista no ano passado, saíram este ano após uma distribuição de patrimônio entre familiares. O mesmo aconteceu com Victor Gradin, que tinha 20% da Odebrecht mas que transferiu a participação para os filhos. Depois de Lemann, seus sócios na 3g Capital Marcell Telles e mento, elas haviam tido "boa recepção" pelos caminhoneiros. "O governo está fazendo, como vocês viram, todo um esforço na questão da resolução da greve. Nós apresentamos, junto com várias lideranças e empresários que foram consultados e avaliados, um conjunto de propostas. Esse conjunto de BRASÍLIA - Diante da repercussão negativa, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ), decidiu ontem reecuar da medida que autoriza o uso de dinheiro da cota parlamentar para a compra de passagens aéreas para cônjuges de deputados. Ele afirmou que levará uma proposta alternativa para a reunião de hoje, 3, da mesa diretora da Câmara, que aprovou a medida no último dia 25, entre uma série de outros benefícios para os parlamentares. "Eu chamei a reunião da mesa amanhã [terça] com uma única pauta, justamente para tratar do assunto das passagens, em que vamos propor algum tipo de mudança. Ainda vou acertar. Como foi a mesa que decidiu, caberá à mesa mudar", afirmou. Na tarde de ontem, a Procuradoria da República no Distrito Federal informou que recomendou à Câmara a sustpensão da concessão de passagens aéreas a cônjuges de deputados. Na última sexta (27), a procuradoria informou que iria analisar o caso. Na recomendação, o procurador Douglas Kirchner afirmou que a decisão da Câmara viola os princípios da "moralidade, da impessoalidade e da indisponibilidade do interesse público". Segundo ele, o não cumprimento da recomendação poderá acarretar na responsabilização dos integrantes da Mesa Diretora da Câmara por ato de improbidade administrativa. O PSDB chegou a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de suspender a medida. Na noite de sexta-feira, o ministro Teori Zavascki recusou o pedido dos tucanos. Ontem, o PT anunciou que abria mão do benefício. Outros partidos já tinham feito o mesmo. Repercussão - Eduardo Cunha admitiu que a repercussão contrária à medida motivou o recuo. "Realmente, a repercussão foi muito negativa, eu reconheço que a repercussão foi negativa", disse. "Eu acho que não houve o procedimento correto sobre o que existia no passado. De qualquer forma, nós estamos sempre subordinados à vontade da opinião pública e, se nós fizemos efetivamente algo que a repercussão não está positiva, cabe a nós fazermos a 'mea culpa' e corrigirmos", declarou. Cunha afirmou que, na reunião da mesa diretora de hoje, vai propor que o benefício seja concedido somente se o parlamentar entrar com um pedido, que será analisado de acordo com critérios a serem definidos. "Defendo criar uma condição, as excepcionalidades que poderiam ser adotadas mediante decisão de cada caso individual", afirmou.