TÍTULO: ISOLAMENTO DO BIFLAVONÓIDE DA FRAÇÃO N-BUTANÓLICA DAS FOLHAS DE
ANACARDIUM OTHONIANUM RIZZ
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
SUBÁREA: QUÍMICA
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE FRANCA
AUTOR(ES): FERNANDA RIBEIRO GUERRA
ORIENTADOR(ES): ANA HELENA JANUÁRIO
COLABORADOR(ES): FABIANO G. SILVA, FLÁVIA M. L. M. JORDÃO, MÁRCIO L. A. E SILVA,
PATRÍCIA M. PAULETTI, WILSON R. CUNHA
1. RESUMO
Neste trabalho realizou-se a investigação química da fração n-butanólica
obtida do extrato etanólico das folhas de Anacardium othonianum (Anacardiaceae),
uma espécie nativa do Cerrado. A cromatografia em fase reversa, desta fração que
originou quatro sub-frações com diferentes polaridades. As frações obtidas foram
analisadas por CLAE-DAD nos modos analítico e preparativo em fase reversa,
permitindo o isolamento do biflavonóide amentoflavona.
2. INTRODUÇÃO
Caju-de-árvore-do-cerrado (Anacardium othonianum Rizz). O A. othonianum
é uma espécie frutífera e medicinal nativa do Cerrado brasileiro. As plantas adultas
distinguem-se das demais espécies do gênero existente nesse bioma em função do
seu porte arbóreo. Sua exploração ocorre de forma extrativista e muitas vezes em
caráter predatório (ASSIS et al., 2012). No entanto, os estudos químicos de A.
othonianum são raros e restringem-se à investigação do teor nutricional do
pseudofruto (SILVA et al., 2008). Por esta razão esta espécie foi selecionada para
estudo, dentro do Projeto “Estudo Químico-Biológico de Espécies Vegetais do
Cerrado e Pantanal e de sua Microbiota Endofítica” (CNPq Processo n.
305783/2012-2). Análises recentes feitas pelo nosso grupo de pesquisa permitiram o
isolamento do biflavonóide amentoflavona da fração em acetato de etila advinda do
extrato etanólico de A. othonianum. (Figura 1, CURADO et al., 2013).
HO
7
9
5
HO
O
10
2
4
O
4'
2'
3'
8 ''
HO
4 '''
OH
O
OH
1 '''
6 ''
OH
O
Figura 1. Estrutura química do biflavonóide amentoflavona.
3. OBJETIVO
Identificar substâncias naturais presentes na fração n-butanólica (n-BuOH)
obtida a partir da partição do extrato etanólico de A. othonianum.
4. METODOLOGIA
Cromatografia Liquida Clássica (CLC) por adsorção em fase reversa sílica C18 (Fluka,) e eluente MeOH grau PA (Synth) e H2O em diferentes proporções sob
média pressão.
Nas separações cromatográficas líquidas de alta eficiência (CLAE) analítica
foi utilizado um cromatógrafo de sistema binário SHIMADZU Proeminence-LC-20AD,
equipado com um injetor automático SIL-20A HT, Forno CTO-20A, detector: UV-VIS
modelo SPD-M20A com arranjo de diodo, coluna analítica da Phenomenex-Gemini,
250 x 4,6 mm, 5 μm, C-18 110 Å, equipada com pré-coluna de mesmo material.
Coluna semi-preparativa SHIMADZU, Shim-pack ODS, (250 x 10,0 mm, 5 μm),
equipada com pré-coluna de mesmo material.
Condições de analise cromatográfica: modo analítico: coluna analítica da
Phenomenex-Gemini C-18 110 Å, volume de injeção de 20 μL, fluxo de 1,0 mL/min ,
eluente: gradiente linear CH3OH/H2O/CH3COOH (5:94,9:0,1 v/v/v) a CH3OH 100%
em 40 minutos mantida a 100% por mais 10 minutos, e retorno a condição inicial em
um intervalo de 3 minutos, temperatura de 40ºC, comprimentos de onda 230 e 254
nm.
Modo preparativo: coluna semi-preparativa (Shim-pack Prep-ODS) volume de
injeção de 1 mL, fluxo de 4,5 mL/min e condição isocrática CH3OH/ H2O 60%.
5. DESENVOLVIMENTO
As folhas foram moídas e extraídas com etanol exaustivamente por
maceração a frio, após o processo de estabilização e secagem, obtendo-se o
respectivo extrato bruto (30,79g) das quais 24,33 g que foram particionadas com
MeOH/H2O (2:8) e hexano, AcOEt e n-BuOH obtendo-se 8,00 g da Fração n-BuOH
(Yunes et al, 2001). Submeteu-se 6,30 g do extrato AO3, previamente diluída em
200 mL de uma solução CH3OH/H2O 10% à cromatografia em fase reversa e
aplicado em um funil de placa sinterizada empacotado com sílica C-18 (fase
estacionária) e condicionada com CH3OH/H2O 10% (fase móvel), gerando as
frações: AO3_1 (MeOH/H2O 10%), AO3_2 (MeOH/H2O 30%), AO3_3 (MeOH/H2O
50%) e AO3_4 (MeOH/H2O 100%). As frações obtidas foram avaliadas por CLAE
analítico, a fim de verificar o perfil químico. Selecionou-se a frações AO3_4 para ser
analisada por CLAE semi-preparativa, resultando no isolamento do biflavonóide
amentoflavona.
6. RESULTADOS PRELIMINARES
A análise dos dados de ultravioleta, RMN1H, comparação com padrão autêntico,
juntamente com a comparação com dados da literatura (BAHIA et al., 2010) permitiu
a identificação estrutural de AO3_4
como sendo o biflavonóide amentoflavona
(1)(Figura 1), previamente isolado de A. occidentalis
por ARYA et al., 1989 e
também identificado no extrato hidroalcóolico das folhas do caju (A. occidentalis)
(KONAN et al., 2007).
7. FONTES CONSULTADAS
ARYA, R.; BABU, V.; ILYAS, M.; NASSIM, K.T. Phytochemical examination
of the leaves of Anacardium occidentale. Journal of the Indian Chemical Society.
p. 66-68. 1989.
ASSIS, K.C.; PEREIRA, F.D.; ALBERTO, P.S.; SILVA, G.F.; SILVA, W.J.;
MENEZES, C.C.E. In vitro cultivation of Anacardium othonianum Rizz: Effects of
growth regulator, explant orientation and lighting. African Journal of Biotechnology. v.
11(7), p. 1559-1566, Jan. 2012.
BAHIA, M.V.; DAVID, J. P.; DAVID, J.M. Occurrence of biflavones in
leaves of caesalpinia pyramidalis specimens. Quim. Nova. v.33, p. 1297-1300.
2010.
CURADO, F.M.L.M.J.; ALVARENGA, T.A.; ALBERTO, P.S.; MAGALHÃES,
L.G.; SILVA, F.G.; SILVA, M.L.A.; CUNHA, W.R.; JANUÁRIO, A.H.; PAULETTI, P.M.
9 th International Congresso f Pharmaceutical Science, (CIFARP). 2013.
KONAN, N.A.; BACCHI, E.M. Antiulcerogenic effect and acute toxicity of
a hydroethanolic extract from the cashew (Anacardium occidentale L.) leaves. J
Ethnopharmacol. p. 237-42. Jun. 2007.
SILVA, M.R.; LACERDA, B.C.L.; SNATOS, G.G.; MARINS, D.M.O.
Caracterização química de frutos nativos do cerrado. Ciência Rural, v.38, p.
1790-1793. 2008.
YUNES, R.A.; CALIXTO, J.B. Plantas Medicinais sob a ótica da Química
Medicinal Moderna. Argos. p. 47-71. 2001.
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