C
iências
ontábeis
ADMINISTRAÇÃO
Caderno de Métodos e Técnicas de Pesquisa
Dom Alberto
Prof: Ana Paula Teixeira Porto
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C122
PORTO, Ana Paula
Caderno de Métodos e Técnicas de Pesquisa Dom Alberto / Ana
Paula Porto. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.
Inclui bibliografia.
1. Administração – Teoria 2. Ciências Contábeis – Teoria 3. Métodos e
Técnicas de Pesquisa – Teoria I. PORTO, Ana Paula II. Faculdade Dom
Alberto III. Coordenação de Administração IV. Coordenação de Ciências
Contábeis V. Título
CDU 658:657(072)
Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10
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Apresentação
O Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto iniciou sua
trajetória acadêmica em 2004, após a construção de um projeto pautado na
importância de possibilitar acesso ao ensino superior de qualidade que,
combinado à seriedade na execução de projeto pedagógico, propiciasse uma
formação sólida e relacionada às demandas regionais.
Considerando esses valores, atividades e ações voltadas ao
ensino sólido viabilizaram a qualidade acadêmica e pedagógica das aulas, bem
como o aprendizado efetivo dos alunos, o que permitiu o reconhecimento pelo
MEC do Curso de Administração em 2008.
Passados seis anos, o curso mostra crescimento quantitativo e
qualitativo, fortalecimento de sua proposta e de consolidação de resultados
positivos, como a publicação deste Caderno Dom Alberto, que é o produto do
trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo desenvolvido pelos professores
durante esse período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo
atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato inicial de
qualidade com as disciplinas que estruturam o curso.
A todos os professores que com competência fomentaram o
Caderno Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção didáticopedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto, um agradecimento
especial.
Lucas Jost
Diretor Geral
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PREFÁCIO
A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que
interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de
formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à
superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma
formação profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de
estabelecer elos entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais
de cada área de atuação, etc.
Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um
profissional
é
saber
discutir
diversos
temas
aos
quais
se
aplicam
conhecimentos específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla
e desafiadora de questões e problemas proporcionada pelas atuais
conjunturas. Para que isso se torne possível, além da dedicação daqueles
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, é preciso haver suporte
pedagógico que dê subsídios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que
supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos
na proposta pedagógica do curso.
Considerando esses pressupostos, a produção desse Caderno Dom
Alberto é parte da proposta pedagógica do curso da Faculdade Dom Aberto.
Com este veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca
apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teóricoprática, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e
necessária para a formação profissional qualificada dos alunos do curso.
Ser um canal de divulgação do material didático produzido por
professores da instituição é motivação para continuar investindo da formação
qualificada e na produção e disseminação do que se discute, apresenta, reflete,
propõe e analisa nas aulas do curso. Espera-se que os leitores apreciem o
Caderno Dom Alberto com a mesma satisfação que a Faculdade tem em
elaborar esta coletânea.
Elvis Martins
Diretor Acadêmico de Ensino
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Sumário
Apresentação........................................................................................................ 3
Prefácio................................................................................................................. 4
Plano de Ensino.................................................................................................... 6
Aula 1
Conhecimento e Método Científico........................................................................14
Aula 2
Projeto de Pesquisa............................................................................................... 20
Aula 3
Projeto de Pesquisa (Continuação)....................................................................... 29
Aula 4
Procedimentos de Pesquisa................................................................................. 41
Aula 5
Exercícios.............................................................................................................. 53
Aula 6
Trabalho de Avaliação.......................................................................................... 64
Aula 7
Trabalhos Técnicos e Acadêmicos....................................................................... 69
Aula 8
Citações Bibliográficas......................................................................................... 79
Aula 9
Notas de Rodapé.................................................................................................. 89
Aula 10
Formatação............................................................................................................97
Aula 11
Eventos e Comunicações científicas..................................................................... 105
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Centro de Ensino Superior Dom Alberto
Plano de Ensino
Identificação
Curso: Direito
Disciplina: Métodos e Técnicas de Pesquisa
Carga Horária (h/a): 60
Créditos: 4
Semestre: 2º
Ementa
Estudos metodológicos de iniciação à pesquisa jurídica. Análises científicas de caráter qualitativo,
quantitativo e sistêmico. Conhecimento científico e intervenção na realidade social.
Objetivos
Geral:
Explorar a Metodologia Científica como uma ferramenta extremamente útil e segura, para que o estudante
desenvolva uma postura amadurecida frente aos problemas científicos e compreenda o sentido político da
sua própria formação, fornecendo aos estudantes as diretrizes metodológicas e as competências
necessárias para o desenvolvimento de uma vida intelectual disciplinada e sistematizada, garantindo maior
produtividade.
Específicos:
1) Construir uma base epistemológica capaz de nortear o entendimento, em especial no que tange a
questão da Metodologia da Pesquisa e suas relações com o Direito;
2) Desenvolver temáticas específicas que associem metodologia da pesquisa a atividades de iniciação
científica a fim de estimular os graduandos a participar de Programas de Iniciação Científica;
3) Refletir sobre categorias jurídicas que permitam qualificar a intervenção dos graduandos em sua
realidade prática acerca das temáticas de pesquisa desenvolvidas;
4) Reconhecer os princípios da Metodologia Científica envolvidos no processo de produção científica
mediante investigação da realidade;
5) Identificar as potencialidades e os limites da metodologia, julgando os procedimentos mais adequados
para cada situação de pesquisa e tomando decisões que favoreçam o desenvolvimento científico na Ciência
do Direito;
6) Desenvolver raciocínio crítico, argumentação e oralidade, aplicando-os na formulação de problemas
científicos, desenvolvimento de possibilidades de intervenção e comunicação de resultados de pesquisa;
7) Ampliar a habilidade de leitura, compreensão e elaboração de textos científicos, reconhecendo sua
estrutura e utilizando metodologias científicas e normas técnica compatíveis aos objetos;
8) Conhecer e utilizar correta terminologia jurídica na elaboração de trabalhos científicos para que o
discente tenha condições de, explorando a pesquisa científica, apresentar adequada atuação técnicojurídica, em diferentes instâncias e procedimentos;
9) Conhecer recursos tecnológicos que contribuem para o desenvolvimento de pesquisas científicas na área
jurídica.
Inter-relação da Disciplina
A disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa promove o desenvolvimento do raciocínio lógico, da
argumentação e da habilidade de resolução e análise de problemas no âmbito das questões jurídicas. No
final do curso, o aluno deverá ser capaz de compreender fundamentos básicos de metodologia de pesquisa,
normas técnicas e estrutura de trabalhos acadêmicos e elaborá-los de forma adequada e condizente com o
contexto de interlocução. Além disso, deverá saber formular problemas de pesquisa, planejando-a e
conhecendo métodos para desenvolvê-la.
Competências Gerais
- leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos, com a devida
utilização das normas técnico-jurídicas;
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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- interpretação e aplicação do Direito;
- pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito;
- correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito;
- utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica;
- julgamento e tomada de decisões; e,
- domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito.
Competências Específicas
Compreensão técnica, humana e conceitual, desenvolvendo a leitura crítica, o espírito científico e a atitude
interdisciplinar, visando o exercício da criatividade séria e responsável.
Habilidades Gerais
- estar apto à leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos, com
a devida utilização das normas técnico-jurídicas;
- estar apto a interpretar e a aplicar o Direito;
- pesquisar e utilizar de forma adequada a legislação, a jurisprudência, a doutrina e outras fontes do Direito;
- utilizar de forma adequada a terminologia jurídica ou da Ciência do Direito;
- desenvolver raciocínio jurídico, poder de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica;
- estar apto ao julgamento e tomada de decisões; e,
- dominar tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito.
Habilidades Específicas
1) Construir uma base epistemológica capaz de nortear o entendimento, em especial no que tange a
questão da Metodologia da Pesquisa e suas relações com o Direito;
2) Desenvolver temáticas específicas que associem metodologia da pesquisa a atividades de iniciação
científica a fim de estimular os graduandos a participar de Programas de Iniciação Científica;
3) Refletir sobre categorias jurídicas que permitam qualificar a intervenção dos graduandos em sua
realidade prática acerca das temáticas de pesquisa desenvolvidas;
4) Reconhecer os princípios da Metodologia Científica envolvidos no processo de produção científica
mediante investigação da realidade;
5) Identificar as potencialidades e os limites da metodologia, julgando os procedimentos mais adequados
para cada situação de pesquisa e tomando decisões que favoreçam o desenvolvimento científico na Ciência
do Direito;
6) Desenvolver raciocínio crítico, argumentação e oralidade, aplicando-os na formulação de problemas
científicos, desenvolvimento de possibilidades de intervenção e comunicação de resultados de pesquisa;
7) Ampliar a habilidade de leitura, compreensão e elaboração de textos científicos, reconhecendo sua
estrutura e utilizando metodologias científicas e normas técnica compatíveis aos objetos;
8) Conhecer e utilizar correta terminologia jurídica na elaboração de trabalhos científicos para que o
discente tenha condições de, explorando a pesquisa científica, apresentar adequada atuação técnicojurídica, em diferentes instâncias e procedimentos;
9) Conhecer recursos tecnológicos que contribuem para o desenvolvimento de pesquisas científicas na área
jurídica.
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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Conteúdo Programático
1 CONHECIMENTO
1.1. O conhecimento popular
1.2. O conhecimento religioso
1.3. O conhecimento filosófico
1.4. O conhecimento científico
2 MÉTODO CIENTÍFICO E PESQUISA
2.l Conceitos de método, ciência e pesquisa
2.2 Finalidades
2.3 Características
2.4 Pesquisa e Ciência Jurídica
2.5. Pesquisa e Iniciação Científica
3.TÉCNICAS DE PESQUISA
3.1 Documentação indireta
3.1.1 Pesquisa bibliográfica
3.1.2 Pesquisa documental
3.2 Documentação direta
3.2.1 Pesquisa de campo
3.2.2 Pesquisa de laboratório
3.3 Outras técnicas de pesquisa
3.3.1Entrevista
3.3.2 Questionário
3.3.3 Formulário
4 PROJETO DE PESQUISA
4.1. A estrutura do projeto
4.2. Tema e Delimitação do tema
4.3. Introdução e problematização
4.4. Hipótese(s)
4.5. Justificativa
4.6. Objetivos
4.6.1. Geral
4.6.2. Específicos
4.7. Revisão de Literatura
4.8. Metodologia
4.9. Cronograma
4.10. Orçamento
4.11. Referências
5
TRABALHOS CIENTÍFICOS
5.1
Tipos e características dos trabalhos científicos
5.2
Artigos de periódicos
5.3
Comunicações científicas
5.4
Monografia
5.5
Dissertação
5.6
Tese
5.7
Paper e postition paper
5.8
Resumo
5.9
Resenha
5.10
Relatório
5.11
Eventos
6.NORMAS DA ABNT
6.1 Formatação (margens, digitação, paginação, ilustrações)
6.2 Citações (diretas, indiretas, citação de citação)
6.3 Referências
Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula)
Aulas expositivas dialógico-dialéticas. Trabalhos individuais e em grupo e preparação de seminários.
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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Leituras e fichamentos dirigidos. Elaboração de dissertações, resenhas e notas de síntese. Utilização de
recurso Áudio-Visual.
Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e
sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à
programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da
metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de
currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc.
A forma de avaliação será da seguinte maneira:
1ª Avaliação
–
Peso 8,0 (oito): Prova;
–
Peso 2,0 (dois): Trabalho
2ª Avaliação
Peso 8,0 (oito): Prova;
Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrônicas – SPE (maior nota das duas
provas do SPE)
Observação: Observação: As provas do SPE deverão ser realizas até o dia 30/09/2010 (1ª prova SPE) e até
o dia 30/11/2010 (2ª prova SPE), sendo obrigatória a realização de ao menos uma prova.
Avaliação Somativa
A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez,
permitindo-se a fração de 5 décimos.
O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele
obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas.
Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no
bimestre.
O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários,
pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma
nota representativa de cada avaliação bimestral.
Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete
(7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados.
Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral,
no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de
substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como
média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0).
Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem
Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que
são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h30min às 18h50min, na sala de aula.
Recursos Necessários
Humanos
Professor.
Físicos
Laboratórios, visitas técnicas, etc.
Materiais
Recursos Multimídia.
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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Bibliografia
Básica
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2000.
Complementar
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 1982.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2002.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2003
MONTEIRO, Cláudia Servilha; MEZZAROBA, Orides. Manual de Metodologia da pesquisa no Direito.
São Paulo: Saraiva, 200
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia prático para eficiência nos estudos.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Metodologia Científica para o Curso de Direito. Eva
Maria..São Paulo: Atlas, 2002.
Periódicos
Jornais: Zero Hora, Folha de São Paulo, Gazeta do Sul, entre outros.
Jornais eletrônicos: Clarín (Argentina); El País (Espanha); El País (Uruguai); Le Monde (França); Le Monde
Diplomatique (França).
Sites para Consulta
www.scielo.br
www.cnj.jus.br
www.tjrs.jus.br
www.trf4.gov.br
www.senado.gov.br
www.stf.jus.br
www.stj.gov.br
www.ihj.org.br
www.oab-rs.org.br
Outras Informações
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca:
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por
Cronograma de Atividades
Aula
Consolidação
Avaliação
Conteúdo
Procedimentos
Recursos
1ª
CONHECIMENTO E MÉTODO CIENTÍFICO
AE e TG
2ª
PESQUISA E CIÊNCIA JURÍDICA
AE e TG
AE e TG
PROJETO DE PESQUISA: TEMA E DELIMITAÇÃO
DO TEMA, OBJETIOS E JUSTIFICATIVA
PROJETO
DE
PESQUISA:
REVISÃO
DA
LITERATURA (CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS) E
METODOLOGIA
PROJETO DE PESQUISA: METODOLOGIA
AE e TG
AE e TG
AE e TG
AE e TG
AE
AE
PROJETO DE PESQUISA: ORÇAMENTO
CRONOGRAMA
PROJETO DE PESQUISA: REFERÊNCIAS
AE e TG
AE e TG
AE
AE
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
E
AE e TG
1
1
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS
8ª
9ª
10ª
11ª
12ª
13ª
AE
AE
FORMATAÇÃO DE TRABALHOS E COMUNICAÇÃO
ORAL (EVENTOS)
TRABALHOS ACADÊMICOS: RESUMO E RESENHA
AE e TG
AE e TG
AE
AE
TRABALHOS
ACADÊMICOS:
ARTIGO
DE
PERIÓDICO
TRABALHOS ACADÊMICOS:PAPER, CURRÍCULO E
MEMORIAL DESCRITIVO
TRABALHOS
ACADÊMICOS:
MONOGRAFIA,
DISSERTAÇÃO E TESE
AE
AE
AE e TG
AE e TG
AE
AE
2
2
1
Legenda
Procedimentos
Código
AE
TG
TI
SE
Recursos
Descrição
Aula expositiva
Trabalho
em
grupo
Trabalho
individual
Seminário
Procedimentos
Código
AE
TG
Recursos
Descrição
Aula expositiva
Trabalho em grupo
Procedimentos
Código
AE
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Recursos
Descrição
Aula expositiva
Trabalho em grupo
TI
Trabalho individual
TI
Trabalho individual
SE
Seminário
SE
Seminário
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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Cronograma de Atividades
Aula
Consolidação
Avaliação
Conteúdo
Procedimentos
Recursos
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
1
1
8ª
9ª
10ª
11ª
12ª
13ª
2
2
3
Legenda
Código
AE
TG
TI
SE
PA
Descrição
Aula expositiva
Trabalho em grupo
Trabalho individual
Seminário
Palestra
Código
QG
RE
VI
DS
FC
Descrição
Quadro verde e giz
Retroprojetor
Videocassete
Data Show
Flipchart
Código
LB
PS
AP
OU
Descrição
Laboratório de informática
Projetor de slides
Apostila
Outros
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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Cronograma de Atividades
Aula
Consolidação
Avaliação
Conteúdo
Procedimentos
Recursos
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
1
1
8ª
9ª
10ª
11ª
12ª
13ª
2
2
3
Legenda
Código
AE
TG
TI
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PA
Descrição
Aula expositiva
Trabalho em grupo
Trabalho individual
Seminário
Palestra
Código
QG
RE
VI
DS
FC
Descrição
Quadro verde e giz
Retroprojetor
Videocassete
Data Show
Flipchart
Código
LB
PS
AP
OU
Descrição
Laboratório de informática
Projetor de slides
Apostila
Outros
Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
AULA 01
1. CONHECIMENTO E MÉTODO CIENTÍFICO
Independente dos diferentes conceitos que possam a vir a ser adotados
para a definição de ciência (como Ander-Egg ou Trujillo), o importante é
esclarecer que a ciência significa compreender o método lógico do
raciocínio e da inferência dos fenômenos.
A ciência, portanto, constitui-se em um conjunto de proposições e
enunciados hierarquicamente correlacionados, de maneira
ascendente ou descendente, indo gradativamente de fatos
particulares para os gerais, e vice-versa (conexão ascendente=
indução, conexão descendente= dedução), comprovados (com a
certeza de serem fundamentados) pela pesquisa empírica
(submetidos à verificação). (MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 24).
Assim, estabelecer um conhecimento científico é buscar fatos que
possam ser verificados através de métodos e técnicas de pesquisa.
Com isso, o conhecimento científico difere-se de outras formas de
conhecimento, pois explica “como” os “fenômenos” ocorrem, sendo
necessário “evidenciá-los”, tanto buscando co-relações quanto observando
esses fatos a partir de uma visão mais global.
Pode-se fazer uma co-relação entre o conhecimento que é científico e
aquele conhecimento popular, ou seja, aquele que parte do senso-comum.
Segundo Marconi e Lakatos (2000), deve-se destacar que o conhecimento
popular não se distingue do conhecimento científico pela sua veracidade, nem tão
pouco pela natureza do objeto conhecido, o que os torna diferente é o método e os
instrumentos utilizados para “conhecer”.
Ainda seguindo as autoras citadas, observe o seguinte exemplo:
Saber se determinada planta necessita de uma quantidade “X” de
água e que, se não a receber de forma “natural”, deve ser irrigada,
pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável,, mas nem por
isso científico. Para que isso ocorra, é necessário ir mais além:
conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de
desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma da outra.
(MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 16).
Desse modo, o conhecimento científico pode ser caracterizado como:
1) Um conhecimento contingente, cujas proposições ou hipóteses têm sua
veracidade ou falsidade conhecida por meio de experimentação;
2) Um conhecimento sistemático, um saber formado por um sistema de
idéias (teorias), ordenado e lógico e não disperso;
3) Verificável, de modo que as afirmações que não podem ser
comprovadas são dispensáveis à ciência;
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2
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
4)
5)
Um conhecimento falível, pois não é absoluto, nem definitivo;
Aproximadamente exato, pois sendo falíveis novas proposições e
novas técnicas podem reformular o conhecimento existente até o
momento.
Quantos aos outros modos de conhecimento, as autoras anteriormente
citadas ilustram um quadro significativo no que se refere à compreensão das
características específicas e distintas de cada modo de conhecimento:
Conhecimento
popular
-valorativo;
-reflexivo;
-assimétrico;
-verificável;
-falível;
-inexato.
Conhecimento
científico
-real (factual);
-contingente;
-sistemático;
-verificável;
-falível;
-aproximadamente
exato.
Conhecimento
filosófico
-valorativo;
-racional;
-sistemático;
-não verificável;
-infalível;
-exato.
Conhecimento
religioso
(teológico)
-valorativo;
-inspiracional;
-sistemático;
-não verificável;
-infalível;
-exato.
*O conhecimento popular é valorativo por fudamentar-se numa relação operada
como base em emoções; reflexivo por limitar-se pela familiariedade com o objeto;
assistemático por organizar-se em idéias próprias do sujeito e não na sistematização
de idéias; verificável por limitar-se ao cotidiano e falível e inexato por conformar-se
com as aparências com aquilo que se ouviu dizer a respeito.
*O conhecimento filosófico é valorativo por partir de hipóteses que não poderão
submeter à observação, sendo que as hipóteses baseadas em experiências; não
verificável por apresentar resultados das hipóteses que não podem ser confirmados
nem refutados; racional por consistir em um conjunto de enunciados logicamente
correlacionados; sistemático porque suas hipóteses visam uma representação
coerente da realidade estudada, visando a sua totalidade e infalível e exato por
buscar uma realidade capaz de abranger todas as outras.
*O conhecimento religioso é valorativo por basear-se em doutrinas que possuem
proposições sagradas; inspiracional pelo fato das proposições serem reveladas de
modo sobrenatural; infalível porque são inspirações divinais e, por isso, também
indiscutíveis e exatas; sistemático por ser conhecimento da obra do criador do
mundo e não verificável visto que está implícito na atitude de fé perante o
conhecimento verificado.
Perante essas diferentes características, deve-se esclarecer que essas
formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa. Um cientista
poderá ser um ágil pesquisador, ter uma religião, fazer parte de um sistema filosófico
e em vários momentos de sua vida agir de acordo com o senso comum.
2. METODOLOGIA CIENTÍFICA
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3
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
Metodologia: é o caminho do pensamento e a prática exercida na
abordagem da realidade. Ocupa um lugar central no interior das teorias e está
sempre referida a elas.
Metodologia inclui:
a) as concepções teóricas de abordagem;
b) o conjunto das técnicas que possibilitam a construção da realidade;
c) o sopro divino do potencial criativo do investigador.
Teoria e metodologia caminham juntas, de maneira inseparável.
3. MÉTODOS CIENTÍFICOS DE INVESTIGAÇÃO
O conhecimento científico tem como característica a sua capacidade de ser
verificado. Para isso, é fundamental que se possa identificar quais foram as
operações mentais e técnicas realizadas que levaram à determinada afirmação.
Assim, a ciência exige que se determine qual o método utilizado para se atingir
determinado conhecimento.
Método é o caminho utilizado para se chegar a determinado fim. É o conjunto
de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.
Em ciências humanas, há uma variedade de métodos a serem aplicados,
conforme o objeto de estudo e o tipo de proposições a descobrir. Gil (1999), ao tratar
dos métodos que proporcionam as bases lógicas da investigação científica,
classifica-os da seguinte forma: a) método dedutivo; b) método indutivo; c) método
hipotético-dedutivo; d) método dialético; e) método fenomenológico.
a) Método dedutivo:
É o método que parte do geral para o particular. É o método proposto pelos
racionalistas, como Descartes, segundo os quais só a razão é capaz de levar ao
conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios reconhecidos como evidentes e
irrecusáveis. As conclusões decorrem puramente da lógica.
O método dedutivo é uma construção lógica, que parte de duas premissas, que
são pressuposições, e delas se extrai uma terceira, que será a conclusão.
Pode-se exemplificar a construção do conhecimento através deste método da
seguinte forma:
Premissa 1 (maior)
Premissa 2 (menor)
Conclusão
Todo homem é mortal.
Pedro é homem.
Logo, Pedro é mortal.
O método dedutivo tem maior aplicação nas ciências exatas, que possui
princípios que podem ser considerados leis, como a lei da gravidade. Em ciências
humanas, como a Administração de Empresas, por exemplo, o método dedutivo tem
aplicação muito restrita porque em nossa ciência os argumentos são passíveis de
dúvida, ou seja, noções científicas utilizadas têm mais chance de serem
questionadas.
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O método dedutivo é muito criticado, pois suas conclusões não acrescentam
muito mais do que as afirmações de suas premissas. Por exemplo, o fato de que
Pedro é mortal é uma conclusão óbvia a partir da primeira premissa de que todo
homem é mortal. Além disso, ao se adotar afirmações prévias, não se possibilita
colocá-las em dúvida. Logo, o método dedutivo sofre a crítica de ser dogmático,
assim como o conhecimento teológico ou religioso.
b) Método indutivo
O método indutivo é o inverso do dedutivo. Vai do particular ao geral, ou seja,
a partir da coleta de dados particulares, se produz uma generalização. A
generalização é buscada a partir da análise de casos concretos confirmadores de
uma determinada realidade.
O método indutivo foi proposto por empiristas como Bacon e Hobbes,
segundo os quais o conhecimento se fundamenta exclusivamente na experiência,
sem levar em conta princípios preestabelecidos.
Utilizando esse método, busca-se conhecer as causas de um determinado
fenômeno através de sua observação. Em seguida, os fenômenos são comparados
para ver se há relação entre eles. Então, faz-se a generalização. Um exemplo da
aplicação do método indutivo seria:
O calor dilata o ferro.
O calor dilata o cobre.
O calor dilata o alumínio.
O calor dilata os metais (todos).
Assim, as conclusões obtidas através do método indutivo, são verdades
afirmações não contidas nas premissas consideradas, ao contrário do que ocorre na
dedução. Esse método serviu, historicamente, para que se abandonasse uma
postura especulativa e se adotasse a observação como um procedimento
indispensável para se atingir o conhecimento científico. A partir desse método, se
construíram as técnicas de coleta de dados e se elaboraram instrumentos capazes
de mensurar os fenômenos sociais.
O método indutivo, no entanto, sofreu várias críticas. A principal delas foi
formulada por Hume (1711 – 1776), que ponderou a veracidade das conclusões
obtidas puramente através da observação. Exemplificou essa crítica da seguinte
maneira: considerando que há inconstância nos fenômenos naturais e sociais, pode
acontecer que todas as premissas estejam presentes, mas que a conclusão não seja
a esperada, pela interveniência de algum fato inesperado. Isso quer dizer que o
método indutivo trabalha com idéias de constância, permanência, uniformidade.
Assim, pode ser que se descubra um tipo de metal que não dilate com o calor, o que
impossibilita a generalização feita acima.
EXERCÍCIOS
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1. O saber científico compreende:
a) O conhecimento científico como um conjunto de enunciados estabelecidos,
de forma permanente, acerca de um objeto imutável.
b) A investigação científica, que busca produzir idéias ou postulados, tendo
entre seus resultados a produção de tecnologia.
c) A espontaneidade, como um dos elementos constituintes do senso comum
que é a condição de legitimidade da investigação científica.
d) O conhecimento que se relaciona com a produção de bens materiais em
detrimento da investigação e da pesquisa.
2. Sabe-se que a ciência apresenta concepções diversas que
a)
b)
c)
d)
Variam no decorrer do tempo.
Sempre têm a experimentação como método.
Buscam a homogeneidade e a coerência.
Pautam-se na busca de conceitos definitivos.
3. Da correlação entre Ciência, Metodologia e Universidade, é correto afirmar
que
a) O desenvolvimento da ciência sempre ocorreu dentro das universidades
tradicionais.
b) Na visão moderna de mundo e de homem, a ciência experimental é negada e
submetida a outras formas reflexivas de saber.
c) Questões como o acesso à leitura, à escrita, à expressão e ao cálculo são
incentivados pelos novos parâmetros que orientam a ação educativa.
d) Embora seja importante, a inserção no campo profissional não cabe nas
reflexões sobre metodologia científica e universidade.
4. Sobre os componentes da ciência, é correto afirmar que
a) A finalidade preocupa-se em definir comportamentos diferenciados que regem
determinados fenômenos, criando leis específicas para cada evento.
b) A função da ciência é contribuir para aperfeiçoar as relações entre os seres
humanos e o mundo, a partir de um crescente acervo de conhecimentos.
c) O objeto material, propriamente científico, diz respeito à construção de
categorias abstratas e afastadas do campo lógico.
d) O objeto material é o resultado de invenções e tecnologias, produzidas pela
investigação formal, que melhoram a qualidade de vida da população.
5. Sobre as características do conhecimento científico, a alternativa correta é
a) Depois de ser testado sistematicamente, o conhecimento científico torna-se
exato e infalível.
b) Por trabalhar com dados, a ciência fica isenta de erros na interpretação das
provas e na crítica dos cientistas.
c) O conhecimento científico é valorativo: baseia-se em juízos de valor a
respeito das causas dos fenômenos da realidade.
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d) É o conjunto sistematizado de conhecimentos, obtidos mediante a utilização
de métodos e da organização lógica das idéias científicas.
6. A Metodologia Científica está presente em diversos cursos de nível técnico,
tecnológico e superior. Dessa forma, pode-se perceber que o conhecimento
científico diferencia-se do popular mais no que se refere ao seu contexto
metodológico do que propriamente no que concerne ao seu conteúdo. Visto assim,
assinale a resposta certa.
a) Conhecimento Científico: valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível e
inexato.
b) Conhecimento Científico: factual, contingente, sistemático, verificável,
aproximadamente exato.
c) Conhecimento Científico: valorativo, racional, sistemático, não verificável,
infalível e exato.
d) Conhecimento Científico: valorativo, inspiracional, sistemático, não verificável,
infalível e exato.
e) Nenhuma das alternativas acima.
7. Existem algumas leis que regem as teorias da ciência moderna, da mesma forma
que regem os métodos que são aplicados em determinadas ciências para
operacionalização das investigações. Nesses casos, podemos dizer que o Método
Indutivo e o Método Dedutivo são ordenados e regidos também por leis. Assinale
quais são as leis da Indução e da Dedução, respectivamente, para a investigação.
a) Do centro para o particular e do particular para o centro.
b) Do particular para o centro e do centro para o particular.
c) Do extremo para as partes e das partes para o extremo.
d) Do particular para o geral e do geral para o particular.
e) Todas as alternativas estão incorretas.
8. A complexidade do universo e a diversidade de fenômenos que nele se
manifestam, aliadas à necessidade do homem de estudá-los para poder entendê-los
e explicá-los, levam ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências
específicas. Esta necessidade de uma classificação quer seja de ordem de
complexidade e de conteúdo, quer sejam objetos e metodologias, classifica as
ciências de que forma?
a) Formais: Física e Direito; Factuais: Sociologia e Política.
b) Formais: Economia e Antropologia; Factuais: Lógica e Matemática.
c) Formais: Física e Química; Factuais: Lógica e Direito.
d) Formais: Lógica e Matemática; Factuais: Direito e Sociologia.
e) Nenhuma das alternativas acima.
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AULA 02
PROJETO DE PESQUISA
A realização de uma pesquisa depende de um planejamento, em que se
prevê o tema, o problema, os objetivos, a metodologia, a fundamentação teórica, o
tempo para realização de cada atividade, orçamento o estudo, etc. Para organizar
essas informações, o estudante precisa elaborar um projeto de pesquisa adequado
à área de estudo.
Um projeto de pesquisa consiste, de maneira geral, em um planejamento detalhado
de uma pesquisa científica que se pretende realizar.
Planejar significa decidir antecipadamente o que deve ser feito na pesquisa.
Esse planejamento deve apontar, passo a passo, o desenvolvimento, o tipo da
pesquisa, seus objetivos. Assim, ao se planejar a execução da pesquisa, ter-se-á em
mente – e no papel – um quadro claro e coerente do que se quer fazer.
Severino (2002) destaca que um projeto de pesquisa desempenha várias
funções, como:
♦ Definir e planejar o caminho a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa;
♦ Explicitar as etapas a serem alcançadas, os instrumentos e a metodologia
utilizada;
♦ Colaborar na organização do tempo a ser usado nas atividades;
♦ Estabelecer seqüência de roteiros e cumprimentos de prazos;
♦ Atender a exigências didáticas de disciplinas de cursos de graduação e
pós-graduação;
♦ Servir de base para solicitação de bolsas de estudo ou de financiamento
junto a agências de apoio à pesquisa;
♦ Servir de critério para seleção de alunos em cursos de pós-graduação;
Além de facilitar o trabalho do próprio executor da pesquisa, a elaboração do
projeto permite que outras pessoas (professores, colegas, membros de banca
examinadora em processos de seleção e avaliação de trabalhos) entendam com
clareza o que se pretende estudar.
Em geral, em um primeiro momento, o estudante sente ansiedade e até
demonstra indecisão e insegurança na formulação do projeto. Mas, ao se conhecer
a estrutura de um projeto de pesquisa e ao se ter em mente o quanto um projeto
facilita a execução de uma pesquisa, o estudante terá mais familiaridade com a
pesquisa.
Existem muitos roteiros para elaboração de um projeto. Este deve apresentar,
principalmente, o problema de pesquisa, os objetivos de estudo, a metodologia a ser
empregada, as bases de sustentação teórica, a previsão de tempo a ser utilizado
para o desenvolvimento da pesquisa e as referências básicas. Os roteiros de projeto
de pesquisa apresentam estruturas semelhantes. A seguir estão apresentados
exemplos de roteiros de projeto de pesquisa expostos por Nísia Martins do Rosário:
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Exemplo 1
1. Delimitação do
tema
2. Problema
Exemplo 2
1. Tema
Exemplo 3
1. Título
Exemplo 4
1. Título
Exemplo 5
1. Título
2. Problema
2. Súmula
2. Problematização
3. Hipóteses
3. Objetivos
2. Introdução e
justificativa
3. Objetivos
3. Objetivos
4. Objetivos
4.1 Geral
4.2 Específicos
5. Justificativa
4. Justificativa
4. Definição do
objeto de estudo
5. Contexto
5. Metodologia
6.
Revisão
bibliográfica
6. Metodologia
6.
Plano
atividades
7. Metodologia
7. Esboço
7. Bibliografia de
Referência
3.
Objeto
e
justificativa
4. Objetivos e
resultados
esperados
5.
Métodos,
materiais
e
cronograma
6.
Condições
científicas
do
proponente
7.
Referências
bibliográficas
8. Cronograma
9. Roteiro
8. Cronograma
9.
Referências
bibliográficas
de
4. Base teórica
5. Metodologia
6.
Referências
bibliográficas
10. Levantamento
bibliográfico
inicial
O roteiro de um projeto de pesquisa pode ser reduzido, ampliado ou estruturado
em diferentes ordens de acordo com a natureza da pesquisa a ser desenvolvida.
A estruturação de um projeto é, portanto, flexível, e seus elementos devem ser
organizados conforme as exigências do estudo.
A elaboração de um projeto de pesquisa requer estudo e reflexão. Na sua
produção, é aconselhável prestar atenção em algumas recomendações, que podem
facilitar o trabalho e proporcionar maior clareza na formulação de todas as partes do
projeto.
•
•
•
Ao elaborar um
projeto de
pesquisa, lembrese de......
•
Reservar tempo para pensar sobre o tema e o
problema de estudo, refletindo sobre a
possibilidade de encontrar respostas para suas
questões;
Fazer muitas leituras acerca do tema de pesquisa;
Buscar informações na literatura vigente sobre o
tópico de pesquisa, procurando identificar lacunas
em estudos e ver se o problema inicialmente
proposto já não foi respondido;
Organizar as idéias claramente, pensando nas
dificuldades, nas limitações, nos objetivos de
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•
estudo, nos procedimentos metodológicos,etc;
Elaborar um plano de estudo de maneira clara,
explicitando a proposta da pesquisa.
1. TEMA E DELIMITAÇÃO
É uma etapa fundamental na elaboração de um projeto de pesquisa. É o
momento em que se caracteriza de maneira mais detalhada o conteúdo da
problemática que se vai estudar e pesquisar. Assim, ao delimitar o tema, deve-se ter
uma idéia bem clara do assunto a ser pesquisado, fazendo um recorte do assunto a
ser investigado.
O tema da pesquisa deve relacionar-se com um tópico mais geral, ou seja, o objeto
selecionado, enquanto que a delimitação do tema deve restringir, limitar o máximo
possível o objeto de estudo. Assim, delimitar a pesquisa significa estabelecer limites
para a investigação.
Exemplos:
Tema: Comportamento do consumidor
Delimitação do tema: A influência das crianças na compra familiar de produtos
alimentícios
Tema:
Delimitação do tema:
Tema:
Delimitação do tema:
2. INTRODUÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO
Definido o tema da pesquisa, chega o momento de apresentar uma rápida
contextualização, introduzindo a questão da pesquisa. Assim, pode fazer referência
ao tipo de estudo, à área de interesse e às limitações encontradas para a realização
do trabalho. Também pode dar outras informações gerais que se façam necessárias.
É preciso cuidar para não repetir informações da seção Revisão da Literatura.
Em seguida é a hora de se identificar um problema de pesquisa.
Problematizar é apontar problemas, fazer perguntas. Nessa etapa, o pesquisador
deve deixar claro quais são os problemas, as dúvidas, as questões que pretende
investigar e solucionar ao longo do estudo. Essa tarefa será mais fácil quanto mais
leituras forem feitas.
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Um problema de pesquisa é uma questão não resolvida e que é objeto de
discussão. Deve ser claro e objetivo.
Um dos caminhos clássicos para encontrar um problema de pesquisa é
conversar com colegas e professores sobre o tema escolhido. Além disso, deve-se
considerar a literatura sobre a área de interesse para identificar as lacunas, que
apontarão áreas originais para pesquisa.
Existem diversas maneiras de formulação de problemas de pesquisa, as
quais variam de acordo com a criatividade do estudante. Os alunos iniciantes, em
geral, fazem perguntas simples e diretas, como os exemplos:
• O que Platão entende por justiça na República?
• Qual é o perfil do consumidor da loja JA Santos?
• Qual o nível de satisfação dos clientes da empresa dos Correios?
Independente da forma como é (são) apresentado(s) o(s) problema(s) de
pesquisa, é necessário sempre expressá-lo(s) com o máximo de clareza possível.
EXERCÍCIO: Julgue os problemas de investigação a seguir, considerando:
a) a escala avaliação: 1 (excelente), 2 (muito bom), 3 (bom), 4 (regular) e 5
(inadequado);
b) a relevância do objeto;
c) a clareza na elaboração;
d) a viabilidade do estudo;
e) a delimitação do enfoque.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Problema de pesquisa
Como desenvolver as vendas?
O acompanhamento de auditor faz-se
necessário a fim organizar as finanças das
empresas?
O marketing direcionado ao consumidor de
classe B está sendo eficaz para o aumento
das vendas da empresa SBK?
Quais são as causas da desmotivação dos
colaboradores da MWC?
Que estratégias de telemarketing podem ser
usadas para ampliar as vendas de
medicamentos, calçados e alimentos?
As atividades recreativas podem contribuir
para aumentar a produtividade de
colaboradores idosos?
Qual é a eficácia da implantação da ISO
9001?
Como otimizar benefícios com a
implementação da gestão da qualidade e
verificar a influência nos custos e nas
receitas da empresa XDD, considerando a
mudança contábil de tal implementação?
Ao realizar um estudo na empresa XSW,
1 2
3 4
5
Observações
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questiona-se quais são as estratégias de
atendimento usadas para aumentar o
número de clientes.
10 O estudo reflete sobre a influência do
acompanhamento psicológico dado pela
MAX aos seus colaboradores com deficiência
física na produtividade e desempenho destes
profissionais.
3. HIPÓTESES
A elaboração de hipóteses exige conhecimento sobre o assunto pesquisado e
habilidade na construção do projeto. A hipótese “é uma suposição que antecede a
constatação de fatos e tem como característica uma formulação provisória; deve ser
testada para determinar sua validade.” (LAKATOS; MARCONI, 2002, p. 28).
“As hipóteses são suposições que o pesquisador faz a respeito de como o problema
poderá ser resolvido. Devem representar a melhor e mais explícita solução do
problema proposto, visualizada pelo pesquisador antes de realizar seu estudo.”
(AVILA, 1999, p. 14)
Em projetos de alunos iniciantes, nem sempre é solicitada a formulação de
hipóteses, bastando uma boa revisão bibliográfica e uma problematização. Para os
alunos concluintes do ensino superior e os de pós-graduação, já são exigidas as
hipóteses de pesquisa. Em pesquisas experimentais, há maior exigência de
apresentação de hipóteses, sob pena de o experimento não ter valia.
Os resultados finais de uma pesquisa podem comprovar ou rejeitar as
hipóteses. À medida que se desenvolve o trabalho de pesquisa, pode-se confirmar a
hipótese, redimensioná-la ou abandoná-la caso se apresente totalmente falsa.
4. OBJETIVOS
Nos objetivos, o pesquisador deve indicar aonde pretende chegar, que metas
quer alcançar com o trabalho de pesquisa. A especificação dos objetivos responde
às questões: para quê? Para quem?.
Os objetivos devem expor as finalidades, as metas, os propósitos do estudo.
A redação dos objetivos sempre deve iniciar com verbos no infinitivo
(Analisar, identificar, compreender, ampliar, mostrar, desenvolver, etc).
Em geral, nos objetivos, deve-se apresentar os gerais e os específicos:
4.1
Objetivo Geral
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Os objetivos gerais estão ligados a uma visão global e abrangente do tema.
Constituem possíveis benefícios que poderão ocorrer após a execução do projeto.
Expõem as amplas intenções da pesquisa.
4.2
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos apresentam caráter mais concreto e têm a função de
atingir situações particulares, colaborando para o alcance do objetivo geral. Devem
apontar claramente as metas traçadas, o que o pesquisador efetivamente pretende
alcançar com a investigação. São relacionados ao problema de pesquisa.
Geralmente são iniciados com verbos como: investigar, analisar, relacionar,
compreender, explicar, etc.
EXERCÍCIOS
1) A elaboração de um projeto de pesquisa pode ser feita com base em
diferentes roteiros. Por que é possível essa variação?
2) Independentemente do roteiro, um projeto de pesquisa deve conter
obrigatoriamente:
a) Tema, problema, justificativa, metodologia, revisão de literatura, cronograma e
referências,
b) Tema, objetivos, justificativa, metodologia, revisão de literatura e referências,
c) Tema bem delimitado, problema, objetivos, justificativa, metodologia, revisão de
literatura, cronograma, referências e conclusão.
d) Título, objetivos, justificativa, revisão de literatura, cronograma e referências,
e) Tema bem delimitado, problema, objetivos, justificativa, metodologia, revisão de
literatura, cronograma e referências,
3)
Depois da escolha do tema, por que é necessário fazer uma delimitação?
4) Suponha que um estudante escolheu como delimitação de tema para sua
pesquisa o seguinte: “Estratégias de marketing”. A delimitação está adequada
para um estudo inicial?
5) Em relação às finalidades de um projeto de pesquisa, assinale as
alternativas corretas:
a) Servir como uma das etapas, em geral eliminatória, para ingresso em um
curso de Mestrado ou Doutorado.
b) Planejar procedimentos para realizar estudos de modo a obter as descobertas
mais válidas.
c) Registrar as leituras acerca de um tema, constituindo-se em fonte de
referência.
d) Apresentar uma idéia de pesquisa importante que atenda a interesses de uma
comunidade. Nesse sentido, um exemplo de projeto de pesquisa pode ser o
direcionado à elaboração de atividades motivacionais para colaboradores que
apresentam baixa produtividade.
e) Contribuir para melhorar a utilização do tempo para a realização de cada
atividade profissional ou de pesquisa, por exemplo.
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f) Expor resultados parciais ou finais de um estudo, destacando o tema, os
objetivos, a justificativa, a metodologia, a revisão de literatura e as
referências.
g) Apresentar uma síntese de uma pesquisa, destacando-se os elementos de
maior importância e interesse.
h) Planejar detalhamento um estudo que se pretende fazer, prevendo todas as
etapas de suas realização.
i) Decidir, sem possibilidade de alteração posterior, os caminhos a serem
desenvolvidos em um estudo, pois o projeto é um planejamento fixo que não
admite revisões.
6)
O primeiro passo para a elaboração de um projeto de pesquisa consiste
a) na definição dos objetivos.
b) na escolha de um assunto.
c) na busca de livros e textos sobre um assunto qualquer.
d) na delimitação de um tema.
e) na redação do texto do projeto.
7)
Relacione as colunas:
(1) Pesquisa científica
(2) Projeto de pesquisa
(
) “É a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e
redigida de acordo com as normas metodológicas consagradas pela ciências.”
(RUIZ, 2002, p. 48)
( ) Busca apresentar novas descobertas, soluções para problemas do dia-a-dia,
das organizações, das escolas, etc.
(
) Tem como principal objetivo fazer um esboço de uma investigação,
traçando todos os passos a serem percorridos.
( ) Desenvolve, no estudante universitário, a capacidade não só de conhecer as
conclusões que lhes foram transmitidas, mas também a de habilitá-los a
reconstituir e a refazer diversas etapas do caminho percorrido pelos cientistas.
(RUIZ, 2002, p. 49)
8) Na introdução de um projeto de pesquisa, estudante pode ressaltar várias
informações, exceto:
a) uma contextualização do trabalho para posicionar o leitor (e a si próprio) sobre o
que pretende fazer;
b) ressaltar os pontos principais que o trabalho vai focar;
c) enunciar a problematização;
d) incluir a área de interesse (exemplos: marketing, planejamento orçamentário,
recursos humanos, planejamento da produção, etc) na qual se insere à natureza da
investigação;
e) explicar os métodos e as técnicas a serem utilizadas na pesquisa.
9) O elemento fundamental de um projeto de pesquisa é:
a) a justificativa, que expõe os motivos e as possível contribuições do estudo.
b) a revisão de literatura, já que permite solucionar dúvidas quanto ao tema da
pesquisa.
c) as hipóteses, pois sem elas é impossível desenvolver uma investigação científica.
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d) o problema, pois em torno dele os demais componentes da estrutura do projeto
orbitam.
e) os objetivos, que destacam os resultados que se quer alcançar com a pesquisa.
10) Um bom problema de pesquisa deve ter:
( ) relevância para o pesquisador.
( ) delimitação: não pode ser amplo demais.
( ) factibilidade: a complexidade do problema deve estar adequada aos recursos
disponíveis para sua solução, inclusive em termos de experiência e conhecimento do
pesquisador e tempo disponível para a sua solução.
( ) clareza em sua elaboração.
11) Independentemente do roteiro, o estudante deve apresentar um problema de
pesquisa.
a) Em que consiste o problema de pesquisa? Explique.
b) Como pode ser apresentado?
12) Considere as seguintes assertivas:
I.
II.
III.
Os objetivos, em um projeto de pesquisa, são divididos
normalmente em: geral, que expõe as amplas intenções da
pesquisa; e específicos, que apresentam as metas mais concretas
do estudo.
A elaboração dos objetivos inicia-se com versos no infinitivo, como:
Apresentar, Indicar, Analisar, Compreender, Identificar, etc.
Nos objetivos, o autor do projeto deve deixar claro quais são as
razões e as possíveis contribuições da pesquisa.
E relação aos objetivos de pesquisa, qual(is) assertiva(s) está(ão) correta(s)?
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.
d) A I e a II.
e) A I, a II e a III.
13)
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) :
( ) O projeto, em vários pontos, pode ser alterado no decorrer da pesquisa. Isso é
normal e até positivo, já que eventuais descobertas de dados novos podem ser
encontradas pelo pesquisador.
(
) Os itens de um roteiro de projeto podem ser reduzidos, ampliados ou
estruturados em outra ordem, de acordo com a natureza da pesquisa a ser
desenvolvida.
( ) Projeto de pesquisa e o próprio trabalho (monografia, dissertação, tese, artigo,
etc) podem ser entendidos como sinônimos, pois têm a mesma estrutura.
( ) Uma monografia pode ser o resultado da execução de um projeto de pesquisa.
( ) Os resultados de uma pesquisa já devem ser apresentados no projeto, pois este
destaca todas as etapas de um estudo.
( ) Para a elaboração de um projeto, basta escolher um tema, pois problematizá-lo
não é necessário.
( ) Um projeto deve conter um título, que indica o assunto do trabalho.
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( ) A escolha e a delimitação de um tema de pesquisa pressupõem sua relevância
não só acadêmica, mas sobretudo social.
( ) O universitário, consciente de sua função na universidade, procura imbuir-se do
espírito científico, aperfeiçoando-se nos métodos de investigação e aprimorando
suas técnicas de trabalho.
( ) Deve-se evitar a escolha de temas que já foram estudados exaustivamente. A
quantidade de assuntos novos à espera de pesquisadores torna injustificável a
duplicação dos estudos.
( ) Tema é uma questão que envolve uma dificuldade teórica e/ou prática para a
qual se deve encontrar uma solução.
14)
I.
II.
III.
IV.
V.
Considere as seguintes afirmações em relação à elaboração de um
projeto de pesquisa:
O levantamento de problemas é tarefa obrigatória em todos os tipos de
pesquisa, enquanto a formulação de hipóteses deve acontecer apenas em
pesquisas na área da saúde.
Recomenda-se, para ser viável, que toda pesquisa feita por universitários tenha
o maior número possível de problemas.
O projeto, para garantir pleno êxito da investigação, deve ser elaborado pelo
próprio pesquisador antes de iniciar a pesquisa.
A escolha do tema sempre é tarefa fácil, rápida e tranqüila.
O tema de pesquisa deve estar adequado ao nível intelectual do pesquisador,
ao tempo e açor recursos materiais e bibliográficos disponíveis.
Qual(is) está(ao) correta(s)?
a) I, II e IV.
b) III, IV e V.
c) I, III e V.
d) III e V.
e) II, III e V.
15) Complete as lacunas dos excertos a seguir:
a) No projeto de pesquisa, a __________________________ consiste na exposição,
de maneira clara e objetiva, de quais são as dúvidas que o pesquisador pretende
sanar.
b) Os objetivos podem ser _______________ (que expõem as amplas intenções do
estudo) e ______________ (que atingem metas mais concretas).
c) As ____________________ são suposições do pesquisador em relação ao objeto
de estudo. É uma tentativa de explicação do problema levantado.
d) A _____________________ consiste na seleção de um tópico específico para ser
analisado e estudado em profundidade, tornando viável de ser pesquisado. Devem
ser evitados temas amplos que resultem em trabalhos superficiais.
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AULA 03
PROJETO DE PESQUISA (CONTINUAÇÃO)
JUSTIFICATIVA
Na justificativa, o pesquisador deve apresentar razões para desenvolver seu
estudo. Nela o pesquisador deve apontar respostas para a pergunta: por quê?.
Geralmente é o item do projeto que mais contribui diretamente para a aceitação da
pesquisa por parte da entidade que vai apoiar, do órgão que vai financiar o estudo.
“Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos
motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa.” (AVILA, 1999,
p. 14)
Na formulação da justificativa, pode-se destacar:
as contribuições teóricas e práticas que a pesquisa pode trazer;
a importância do tema do ponto de vista geral e para casos particulares;
a possibilidade de sugerir modificações na realidade abrangida pelo estudo;
a descoberta de soluções;
a necessidade do estudo para a ampliação e melhoria de uma empresa, por
exemplo;
EXERCÍCIOS
Você tem a seguir um trabalho caracterizado como projeto de pesquisa.Leia-o
parta respondem às questões que seguem após o texto.
1. Título do Projeto:
Determinação da motivação dos funcionários das áreas de congelamento e
expedição da empresa Seara Alimentos S/A – unidade de Sidrolândia, MS, em
2002.
2. Introdução
Analisar o grau de motivação dos funcionários da empresa Seara Alimentos S/A
(unidade de Sidrolândia, MS), dos setores de congelamento e expedição, no ano
de 2002, e como isto interfere na produtividade.
2.1 A questão da motivação
Segundo Maslow motivar alguém é entender em geral qual o nível da hierarquia
em que esta pessoa se encontra no momento e estimular a satisfação das
necessidades daquele nível ou do nível superior. Quando uma pessoa tem as
necessidades primárias, fisiológicas e de segurança atendidas, as necessidades
secundárias passam a dominar o comportamento da pessoa. No entanto, quando
uma necessidade primária deixa de ser atendida, esta volta a predominar e, o
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individuo irá promover um comportamento para satisfazer esta necessidade.
A teoria de Maslow foi muito bem estruturada e sua utilização é de grande utilidade
pelo administrador.
2.2 O problema em si
A Seara Alimentos S/A é uma empresa do Grupo Bunge Alimentos e é uma das
oito unidades distribuídas pelo Brasil nos estados de Mato Grosso do Sul, São
Paulo, Paraná e Santa Catarina. As unidades abatem 6.000 suínos e 905.000
frangos diariamente e, emprega 10.500 funcionários, sendo 1.200 na unidade de
Sidrolândia,MS. A empresa dispõe ainda de um terminal de cargas no porto de
Itajaí embarcando produtos carneos derivados de frangos e suínos para a
exportação da Seara e outras empresas como a Perdigão, Sadia e Frango Sul. A
Seara Alimentos dispõe de granjas matrizes, incubatórios e fábricas de rações
próprias em todas as unidades, produzindo pintinhos e ração para a integração,
fornecendo também assistência técnica para garantir a qualidade e sanidade dos
animais. É a segunda empresa no ranquim das exportações e os seus maiores
mercados são o Mercado Comum Europeu, Ásia e Oriente Médio (GORGEN, J.
Customers & Seara, Florianópolis, out/nov. 2002, v. 3).
Os setores de Congelamento e Expedição da empresa, durante o ano de 2002,
tem apresentado problemas de produtividade e alta rotatividade de funcionários
devido às condições de trabalho, pois o ambiente é frio e normalmente tem
expediente aos sábados. Como descobrir as causas e analisar os métodos
utilizados pela empresa para motivar estes funcionários e aumentar a eficiência e a
produtividade?
A hipótese básica é que o ambiente de trabalho é desfavorável, insalubre, com
muito frio e o ritmo de trabalho é continuo e acelerado. Outros fatores são o salário
e a escolaridade relativamente baixos.
Como hipóteses secundarias teríamos que:
·
os funcionários não têm atendidas suas necessidades primárias;
·
não existem instrumentos para estimular as necessidades secundárias.
3. Objetivos
O objetivo geral é identificar e avaliar o grau de motivação dos funcionários das
áreas de congelamento e expedição.
Os objetivos específicos são:
·
identificar o nível predominante dos funcionários na escala de necessidades;
·
identificar o nível da escala de necessidades para as quais estão orientados
os instrumentos motivacionais;
·
verificar a adequação dos instrumentos na organização.
4. Justificativa
4.1 Relevância acadêmica
Contribuir com um material teórico baseado em uma empresa de alimentos, que
possibilite a novos acadêmicos e ao mundo cientifico informações adicionais para
o estudo do tema motivação.
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4.2 Relevância social
Descobrir as causas da desmotivação de alguns funcionários para, atacar os
problemas e criar uma equipe homogênea que desenvolva as tarefas com
eficiência e que, este trabalho permita a progressão e o desenvolvimento destes
funcionários para se tornarem pessoas de referência na sociedade proporcionando
também o seu crescimento e melhoria.
4.3 Interesse pessoal
Adquirir uma bagagem teórica do tema abordado, aumentando nossos
conhecimentos de desenvolvimento do projeto de pesquisa e, contribuir para a
solução da dificuldade encontrada na empresa.
4.4 Viabilidade da pesquisa
As condições são favoráveis, pois se tem o material teórico, a liberdade para a
coleta de informações e também, conta-se com a orientação de professores da
instituição das disciplinas de Administração Geral e Metodologia Científica.
1. Julgue se este trabalho contém:
a) um roteiro adequado a um projeto de pesquisa.
b) as informações necessárias para a introdução e problematização da pesquisa,
os objetivos e a justificativa.
2. Avalie a formatação do projeto. Ela está adequada ao um trabalho técnicocientífico? Por quê?
REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura possui várias expressões equivalentes: Revisão
Bibliográfica, Revisão Teórica e Fundamentação Teórica. Inclui um esquema conceitual
ou quadro teórico da pesquisa e outros temas relacionados com a mesma. Nessa seção
do projeto, são expostas outras pesquisas ou trabalhos publicados relacionados ao tema.
Revisão da Literatura é a sistematização de conhecimentos iniciais sobre o tema da
pesquisa.
Conforme Severino, “O quadro teórico constitui o universo de princípios, categorias
e conceitos, formando sistematicamente um conjunto logicamente ordenado, dentro do
qual o trabalho do pesquisador se fundamenta e se desenvolve.” (2002, p. 162)
A revisão da literatura possui algumas características:
→ É uma revisão de pesquisas e conhecimentos acerca do tema a ser estudado.
→ É a forma usada para o pesquisador aprofundar conhecimentos relativos ao tema de
sua investigação. A partir desse conhecimento, o pesquisador tem mais clareza sobre o
tema e os problemas investigados.
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→ É uma etapa significativa para qualificar o pesquisador e sistematizar concepções
teóricas necessárias ao desenvolvimento do estudo. Na revisão da literatura, deve-se
colocar a base teórica disponível sobre o assunto para perceber aspectos relevantes a
serem abordados na pesquisa.
→ Constitui o ponto de partida do pesquisador no trabalho de pesquisa e é uma espécie
de bússola norteadora da investigação.
→ Serve para verificar qual é o atual estado da questão investigada, ou seja, saber o que
já foi feito.
→ Serve para o pesquisador construir um referencial teórico que lhe permita escolher
determinados autores ou linha teórica em detrimento de outros.
Ninguém investiga o que não conhece. É
extremamente relevante a revisão da literatura para que
o pesquisador aumente o acervo de informações e amplie
o conhecimento acerca de seu tema de estudo.
Para elaborar a revisão da literatura, seguem algumas orientações:
⇒ Pesquisar sobre o tema a ser investigado e selecionar as referências mais
significativas para o desenvolvimento do estudo.
⇒ Não fazer uma mera colagem de passagens ou textos dos mais diversos autores.
⇒ Apresentar uma síntese e uma análise de idéias dos diversos autores abordados.
⇒ Sistematizar informações e dados coletados.
⇒ Buscar informações em diversas fontes: livros, artigos de periódico, monografias,
documentos veiculados eletronicamente, etc.
⇒ Escrever um texto, sintetizando as informações necessárias ao desenvolvimento da
pesquisa.
⇒ Nesse texto, que deve ser dividido em parágrafos e que pode apresentar subdivisões,
para introduzir as idéias de um autor, pode-se iniciar a redação de variadas formas,
dentre as quais:
De acordo com autor, as pesquisas de campo dividem-se em três grandes grupos:
“quantitativo-descritivas, exploratórias e experimentais, com as respectivas subdivisões”
(TRIPODI, 1975, p. 42).
Conforme o pesquisador (ou Segundo o teórico), “a elaboração de um questionário
requer a observância de normas precisas, a fim de aumentar sua eficácia e validade”
(LAKATOS, 2002, p. 99).
Grönroos (1993) pesquisa as estratégias de marketing utilizadas por empresas. O
autor destaca (ou salienta ou esclarece ou sublinha ou enfatiza) que a imagem
corporativa é muito importante para a prestação de serviços, pois a partir dela os clientes
são capazes de identificar a ética da empresa, seus recursos e suas formas de operar.
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Na perspectiva de Oakland (1994), um projeto de qualidade desenvolvido por uma
empresa deve incluir as necessidades dos clientes da empresa, buscar a identificação de
problemas e tentar solucioná-los.
Esta pesquisa envolve estudos exploratórios, que “têm como principal
característica a informalidade, a flexibilidade e a criatividade” (BARROS, 2002, p. 29).
Para Barros (2002), os estudos exploratórios caracterizam-se pela informalidade,
flexibilidade e criatividade.
Na revisão da literatura, serão colocadas citações, que consistem na transcrição
das palavras de um autor. (Ver detalhes no item “Citações bibliográficas”).
EXERCÍCIO
Suponha que você esteja desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre
motivação e, na sua revisão de literatura, incluirá o seguinte texto. Como seriam
reproduzidas as principais informações do texto?
Motivação no trabalho: teoria ou necessidade?
Vanderleia Pereira Almeida
Uma grande preocupação das organizações contemporâneas é a questão da motivação
no trabalho. Desta forma, a busca de explicações para a motivação do trabalhador em
relação ao seu trabalho tem sido tema constante em várias pesquisas efetuadas por
cientistas do comportamento humano. O fenômeno motivacional pode ser entendido,
genericamente, como sendo uma fonte de energia interna que direciona ou canaliza o
comportamento do indivíduo na busca de determinados objetivos. Este estado interno que
energiza o comportamento está diretamente relacionado com as necessidades de cada
pessoa, necessidades estas, que variam de indivíduo para indivíduo, em razão das
diferenças individuais inerentes ao próprio ser humano. Daí a dificuldade de se estudar e
compreender o homem e sua interação com o seu trabalho.
As organizações no âmbito geral são sustentadas por uma gama de recursos, dentre os
quais é conveniente destacar a importância dos recursos humanos. Afinal, é o único
recurso insubstituível. No entanto, para que as pessoas possam exercer o máximo da sua
eficiência nas organizações é necessário que estejam bem motivadas.
A Administração Científica baseava-se na concepção do homoeconomicus, a qual o
comportamento das pessoas é motivado apenas pela recompensa salarial e material do
trabalho. Esta visão de homem mudou com a tão famosa experiência de Hawthorne,
desenvolvida por Elton Mayo e sua equipe. Ela teve o mérito de demonstrar que o
pagamento ou recompensa salarial não é o único fator decisivo na satisfação do indivíduo
dentro das situações de trabalho (CHIAVENATO, 2000).
O ser humano não é motivado apenas por estímulos econômicos e salariais, mas por
recompensas sociais e simbólicas. O comportamento humano é determinado por causas
que muitas vezes escapam do entendimento do homem. Essas causas chamam-se
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necessidades ou motivos, que por serem forças consideradas abstratas, levam o
indivíduo a um determinado comportamento muitas vezes inexplicável em busca da
satisfação de suas necessidades (ELTON MAYO, apud CHIAVENATO, 2000).
Frederick Herzberg, na Teoria dos Dois Fatores diz que os fatores motivacionais são
aqueles que fazem com que os indivíduos sintam-se especialmente bem. São eles:
crescimento, progresso, responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a
realização (CASADO, 2002). Frederick Herzberg (apud Maximiano, 2000), formulou a
teoria dos dois fatores para explicar o comportamento das pessoas em situação de
trabalho. Existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas: fatores
higiênicos, ou fatores extrínsecos, pois se localizam no ambiente que rodeia as pessoas
abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho, e fatores
motivacionais, os quais estão sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados com
aquilo que ele faz e desempenha.
A motivação é absolutamente intrínseca, isto é, nasce das necessidades interiores de
cada indivíduo, é uma força, uma energia que impulsiona na direção de alguma coisa
(VERGARA, 2000). Não é possível criar necessidades em alguém. A motivação surge a
partir das necessidades particulares de cada pessoa, portanto, se não é possível criar
necessidades em alguém, também não é possível que uma pessoa motive a outra, pois o
que pode ser fator de motivação para alguns indivíduos, pode não ser para outros, em
situações semelhantes.
A motivação não é estática. As pessoas não costumam ficar motivadas por muito tempo
pelo mesmo fator motivacional. É por este motivo que as organizações devem estar em
constante avaliação do grau de motivação dos seus colaboradores, pois o foco de
satisfação das necessidades muda continuamente, assim como, o objeto de motivação. A
motivação é o fator-chave para o alcance dos objetivos propostos pela organização.
Nenhum indivíduo desmotivado envolve-se plenamente em direção ao abarcamento
destes objetivos.
Ao se tentar empreender pesquisa no campo da motivação no trabalho é que se constata,
na prática, a vastidão e a complexidade que o assunto encerra. Na verdade, quaisquer
comentários conclusivos simplistas, decorrentes de generalizações fáceis, podem não
passar de meras especulações, não resistindo de modo algum a uma crítica mais
rigorosa. No entanto, as pessoas no ambiente de trabalho não agem somente por causa
dos seus impulsos interiores, das necessidades não atendidas ou devido a aplicações de
recompensas e punições. Em lugar disso, as pessoas devem ser vistas como indivíduos
pensantes cujas crenças, percepções e estimativas de probabilidade influenciam
fortemente seus comportamentos. Daí conclui-se que o tema Motivação no Trabalho não
se trata apenas de aglomerações teóricas. Trata-se da real necessidade de manter as
pessoas em contínuo estado de contentamento, para expandir suas habilidades e
competências de forma que o seu ambiente laboral não se torne um local de sofrimento
psíquico
Fonte: http://www.via6.com/artigo.php?aid=6705
Acesso em: 13 out. 2007.
METODOLOGIA DE PESQUISA
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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É um tópico muito importante num trabalho de pesquisa, uma vez que a
metodologia escolhida indica os caminhos a serem percorridos no desenvolvimento de um
estudo. Isto é, a metodologia esclarece como a investigação será realizada.
Na metodologia, deve-se descrever o método, os procedimentos e os materiais que
o pesquisador utilizará na pesquisa. A metodologia apresenta o caminho da pesquisa,
respondendo às questões: Como desenvolver a pesquisa?, Com quê? Onde? Quanto?.
A resposta à pergunta varia de acordo com o tipo de pesquisa, com os objetivos e com o
objeto de estudo. Por isso, a descrição do método, dos procedimentos e dos materiais
utilizados é muito relativa, variando conforme a área de conhecimento envolvida no
projeto.
Por exemplo, uma pesquisa que visa a uma discussão teórica acerca de um tema
pode optar pela pesquisa bibliográfica, e, nesse caso, os procedimentos de estudo serão
leitura, fichamento, síntese de textos, análise de dados e informações, sistematização de
idéias, etc.
Há várias maneiras para se descrever a metodologia de uma pesquisa. Para um
projeto de iniciação científica – como o desenvolvido na disciplina de Metodologia e
Técnicas de Pesquisa, é importante indicar:
1. Determinação do Método
Refere-se à escolha do método da pesquisa, especificando o tipo de pesquisa
(objetivos), os procedimentos e a abordagem. Para Cervo e Bervian (2002, p. 23), método
é “o conjunto de processos em pregados na investigação”.
1.1 Quanto à abordagem do problema
• Quantitativa
A primeira razão para se conduzir um Pesquisa Quantitativa é descobrir quantas
pessoas de uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de
características. Ela é especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis
que permitam uma análise estatística.
A Pesquisa Quantitativa é apropriada para medir tanto opiniões, atitudes e
preferências como comportamentos. Se você quer saber quantas pessoas usam um
produto ou serviço ou têm em um novo conceito de produto, a pesquisa quantitativa é o
que você precisa. Ela também é usada para medir um mercado, estimar o potencial ou
volume de um negócio e para medir o tamanho e a importância de segmentos de
mercado.
A Pesquisa Quantitativa não é apropriada nem tem custo razoável para compreender
“porquês”. As questões devem ser diretas e facilmente quantificáveis, e a amostra deve
ser grande o suficiente para possibilitar uma análise estatística confiável.
•
Qualitativa
A Pesquisa Qualitativa é útil como uma ferramenta para determinar o que é
importante para os clientes e por que é importante. Esse tipo de pesquisa fornece um
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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processo a partir do qual questões-chave são identificadas e perguntas são formuladas,
descobrindo-se o que importa para os clientes e por quê.
Esse tipo de estudo ajuda a identificar questões e entender por que elas são
importantes. Nesses casos, é recomendável trabalhar com uma amostra heterogênea de
pessoas enquanto se conduz uma pesquisa qualitativa. Além disso, é especialmente útil
em situações que envolvem o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas idéias.
Não se deve usar a Pesquisa Qualitativa quando o que se espera é saber quantas
pessoas irão responder de uma determinada forma ou quantas terão a mesma opinião. A
Pesquisa Qualitativa não é projetada para coletar resultados quantificáveis. Depois de
descobrir por que uma pessoa poderia comprar ou responder de determinada forma, é
relativamente fácil contar quantas pessoas pensam da mesma forma, através da pesquisa
quantitativa. A Pesquisa Qualitativa costuma ser seguida de um estudo quantitativo.
Pesquisadores destacam que a melhor forma de pesquisar é através da integração entre
os métodos quantitativos e qualitativos, pois para se analisar com dignidade uma
situação dada, é necessário o uso de dados estatísticos e outros dados quantitativos e
também a análise qualitativa de dados obtidos por meio de instrumentos quantitativos.
2. Delimitação do Universo da Pesquisa e Planejamento da Amostra
2.1 Delimitação do Universo
Universo é todo o grupo de elementos que se deseja estudar. Pode ser entendido
como todos os itens que integram a população a ser estudada. Delimitar o universo
consiste em dizer quais pessoas, coisas, fenômenos, etc. serão pesquisadas.
O ideal, em qualquer pesquisa, é trabalhar sempre com todo universo ou
população, porém quase sempre, na pesquisa social, o número de elementos é tão
grande que inviabiliza a pesquisa em termos de tempo e de custo. Por essa razão,
trabalha-se com uma amostra que seja representativa do todo.
3. Planejamento da Amostra
3.1 Determinação do Tamanho da Amostra
Para que uma amostra represente com fidedignidade as características do universo
deve ser constituída por um número suficiente de casos. Tal número, no entanto, está na
dependência de alguns fatores, tais como amplitude do universo, o nível de confiança
estabelecido, o erro máximo permitido e a porcentagem com a qual o fenômeno se
verifica.
-
amplitude do universo: a extensão da amostra está diretamente relacionada com
a extensão do universo. Assim, o universo, em pesquisa, é classificado em finito e
infinito. Considera-se finito o universo cujo número de elementos não excede a
100.000. O universo infinito, por sua vez, é aquele que apresenta número superior
a esse. Ele é assim denominado porque, acima de 100.000, qualquer que seja o
número de elementos do universo, o número de elementos da amostra a ser
selecionada será rigorosamente o mesmo;
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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-
nível de confiança estabelecido: em pesquisa, o número de desvios utilizados
representa a margem de segurança(ou de confiança) do cálculo da amostra,
influindo diretamente na sua amplitude, pois, quanto maior a margem de
segurança, ou intervalo de confiança, maior será a amostra. Valores mais
utilizados:
95,0% = 1,96
95,5% = 2,00
99,7% = 3,00
-
erro máximo permitido: os resultados obtidos em pesquisas elaboradas a partir
de amostras não são rigorosamente exatos em relação ao universo do qual foram
extraídos. Tais resultados apresentam sempre um erro de medição, que diminui na
proporção em que aumenta o tamanho da amostra. Em pesquisas sociais,
normalmente se trabalha com uma estimativa de erro entre 3 e 5%; e
é importante para definição do tamanho da amostra que se faça a estimação prévia
da porcentagem com a qual o fenômeno se verifica.
-
3.2 Cálculo do Tamanho da Amostra
____ = tamanho amostra
____ = tamanho da amostra aproximada
____ = tamanho do universo
____ = erro máximo consentido
1.Leia o texto extraído do site /macmagazine.uol.com.br/2009/02/18/apple-mais-umavez-lidera-pesquisa-de-satisfacao-de-clientes-com-seus-computadores/, acessado
em: 25 maio 2009.
Um estudo feito recentemente pela ChangeWave Research determinou mais uma vez a liderança da
Apple em número de clientes satisfeitos com os seus modelos de computadores. Os resultados
compilados afirmam que 81% dos usuários de Mac participantes da pesquisa alegaram estar “muito
satisfeitos” com seus computadores, enquanto as demais empresas no setor que vendem PCs
registraram nível de satisfação entre 50 e 67%.
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A nova pesquisa serviu para confirmar algumas impressões obtidas de um outra semelhante,
realizada no ano passado, relacionada ao nível de satisfação dos usuários com os sistemas
operacionais dos seus computadores. Enquanto 54% dos entrevistados disseram estar satisfeitos
tendo o Mac OS X Leopard como sistema principal, o desempenho do Windows Vista foi bem
inferior: de 5 a 12%, variando em função da edição do sistema utilizada.
Com esses dados, é possível concluir que a insatisfação de boa parte dos usuários contra um sistema
operacional ou hardware que estão utilizando no momento é capaz de influenciar o péssimo
desempenho do mercado de PCs. No último trimestre, ele regrediu pela primeira vez na história,
algo que motivará um número cada vez maior de pessoas a considerar e adotar o Mac. A Apple
ainda afirma que está vendendo cerca da metade dos seus computadores em lojas de varejo para
pessoas que nunca usaram um antes.
No entanto, é inevitável dizer que o total gasto por usuários com computadores diminuiu muito. A
pesquisa também serviu para constatar que uma parcela mínima (10%) de pessoas ainda se interessa
em trocar de computador nos próximos três meses, seja desktop ou notebook. No primeiro caso, a
Apple é a preferência de 26% dos usuários interessados nisso; já no segundo, o nível de preferência
é líder no mercado: 30%, graças ao sucesso da linha de notebooks introduzida em outubro.
a) A pesquisa é quantitativa ou qualitativa? Por quê?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
b) Há definição de amostra e universo? Explique.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Relacione os exemplo dados ao uso de
(A) abordagem quantitativa
(B) abordagem qualitativa
( ) definir atitudes e comportamentos - como, o que, quando, onde e com que freqüência o
usuário atua perante o produto;
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( ) determinar perfis demográficos e de personalidade;
( ) explicar as motivações para definição de perfis de demográficos;
( ) captar percepção, motivações e processos de interação dos usuários;
( ) pesquisar dentro de margens de erro pré-estabelecidas, etc;
( ) conhecer de modo sistêmico e aprofundado as causas da ineficiência de serviços
prestados por uma empresa;
( ) desenvolver estudos de base sobre um produto, uma linha ou um mix de produtos;
( ) determinar estilos de vida, perfis psicográficos do produto em estudo;
( ) realizar testes de produtos (com e sem marca, conceito e uso, validação das
propriedades dos produtos;
( ) apontar estratégias de marketing de relacionamento para uma empresa alavancar sua
carteira de clientes
( ) avaliar logomarcas, peças publicitárias e processos em geral;
3. Considere as seguintes situações de pesquisa e defina a amostra necessária,
usando a fórmula para cálculo do tamanho da amostra:
• N = Tamanho da população
• E° = erro amostral tolerável
• n° = primeira aproximação do tamanho da amostra
• n = tamanho da amostra
•
•
•
•
a) Numa pesquisa para identificação do nível de satisfação dos clientes de O
Boticário, qual deve ser o tamanho de uma amostra aleatória simples, se se deseja
garantir um erro amostral não superior a 2%
b) Numa empresa com 1000 funcionários, deseja-se estimar a percentagem dos
favoráveis a certo treinamento. Qual deve ser o tamanho da amostra aleatória
simples que garanta um erro amostral não superior a 5%?
c) Numa pesquisa para saber a opinião da população adulta (entre 21 e 40 anos)
sobre os impostos municipais de Venâncio Aires, qual deve ser o tamanho de uma
amostra aleatória simples, se se deseja garantir um erro amostral não superior a
4%?
d) Em um órgão da justiça estadual com 3500 funcionários, deseja-se estimar a
percentagem dos favoráveis à legalização de piso salarial estadual para todos os
funcionários que tenham curso superior. Qual deve ser o tamanho da amostra
aleatória simples que garanta um erro amostral não superior a 5%?
4. Relacione as colunas, considerando a adequação das abordagens dos temas de
pesquisa a seguir:
(1)
(2)
(3)
Quantitativa
Qualitativa
Quantitativa e qualitativa
( ) Quais são as causas da falta de motivação dos colaboradores da empresa que atuam
no setor de vendas?
( ) Qual é o percentual de lucros anuais da empresa nos últimos cinco anos? Como eles
podem ser ampliados nos três anos subseqüentes através do aumento da produtividade
sem ampliar o número de colaboradores no setor?
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(
) Até que ponto a gestão da informação sobre a satisfação dos clientes está
relacionada à orientação para marketing nas empresas de turismo do Distrito Federal?
( ) Qual é o nível de satisfação dos usuários de transporte urbano de Santa cruz do Sul?
(
) Para o crescimento da empresa LLA $ CIa. Ltda, é importante a adoção de um
sistema operacional informatizado? Quais as vantagens e desvantagens de sua
implementação?
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1
AULA 04
PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
Há vários procedimentos para o desenvolvimento da pesquisa. A seguir estão
algumas opções, cujas características e peculiaridades são formuladas por Lakatos
e Marconi (1992).
•
Estudo de Caso
É uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa
profundamente. Pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem
definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou
uma unidade social. Visa a conhecer o seu “como” e os seus “porquês”,
evidenciando a sua unidade e identidade próprias. É uma investigação que se
assume como particularística, debruçando-se sobre uma situação específica,
procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico.
O estudo de caso é um dos tipos de pesquisa qualitativa que vem ganhando
crescente aceitação na área da educação. Pode ser utilizado tanto em pesquisas
exploratórias, quanto descritivas e analíticas/explanatórias.
Características do estudo de caso:
→ Trata-se de um tipo de pesquisa que tem sempre um forte cunho descritivo. O
pesquisador não pretende intervir sobre a situação, mas dá-la a conhecer tal como
ela surge. Para tanto, pode valer-se de uma grande variedade de instrumentos e
estratégias. No entanto, um estudo de caso não tem de ser meramente descritivo.
Pode ter um profundo alcance analítico, pode interrogar a situação. Pode confrontar
a situação com outras já conhecidas e com as teorias existentes. Pode ajudar a
gerar novas teorias e novas questões para futura investigação. Pode ainda ser
exploratório, neste caso serve para obter informação preliminar acerca do respectivo
objeto de interesse. Pode ser necessário como um estudo piloto de uma
investigação em larga escala.
→ Os estudos de caso visam à descoberta: mesmo que o investigador parta de
alguns pressupostos teóricos iniciais, ele manter-se-á atento a novos elementos que
poderão surgir, buscando novas respostas e novas indagações no desenvolvimento
de seu trabalho.
→ Estes estudos enfatizam a interpretação em contexto: para melhor compreender a
manifestação geral de um problema, deve-se relacionar as ações, os
comportamentos e as interações das pessoas envolvidas com a problemática da
situação a que estão ligadas.
→ Buscam retratar a realidade de forma completa e profunda: o pesquisador
enfatiza a complexidade da situação, procurando revelar a multiplicidade de fatos
que a envolvem e a determinam.
→ Usam uma variedade de fontes de informação: o pesquisador recorre a uma
variedade de dados, coletados em diferentes momentos, em situações variadas e
com uma variedade de tipos de informantes.
→ Revelam experiência vicária e permitem generalizações naturalísticas: o
pesquisador procura relatar as suas experiências durante o estudo de modo que o
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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2
leitor possa fazer as suas generalizações naturalísticas, através da indagação: o que
eu posso (ou não) aplicar deste caso na minha situação?
→ Procuram representar os diferentes pontos de vista presentes numa situação
social: a realidade pode ser vista sob diferentes perspectivas, não havendo uma
única que seja a verdadeira. Assim, o pesquisador vai procurar trazer essas
diferentes visões e opiniões a respeito da situação em questão e colocar também a
sua posição.
→ Os estudos de caso devem ter uma base teórica para a sustentação que sirva de
suporte à formulação das respectivas questões e instrumentos de recolhimento de
dados e guia na análise dos resultados. A teoria é necessária para orientar a
investigação.
•
Levantamento ou Survey
As pesquisas desse tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de
informações de um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado
para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões
correspondentes a dados coletados.
Quando o levantamento recolhe informações de todos os ingredientes do
universo pesquisado, tem-se um censo. Pelas dificuldades materiais que envolvem
sua realização, os censos só podem ser desenvolvidos pelos governos ou por
instituições de amplos recursos. São extremamente úteis, pois proporcionam
informações gerais acerca das populações, as quais são indispensáveis em boa
parte das investigações sociais.
Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da
população estudada. Seleciona-se uma amostra significativa de todo o universo, a
qual é tomada como objetivo de investigação. As conclusões obtidas a partir dessa
amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a
margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos.
Os levantamentos por amostragem gozam hoje de grande popularidade entre
os pesquisadores. Principais vantagens dos levantamentos:
► Conhecimento da realidade: À medida que as próprias pessoas informam acerca
de seu comportamento, crenças e opiniões, a investigação torna-se mais livre de
interpretações calcadas no subjetivismo dos pesquisadores.
► Economia e rapidez: Tendo uma equipe de entrevistadores, codificadores e
tabuladores devidamente treinados, torna-se possível a obtenção de grande
quantidade de dados em curto espaço de tempo. Ainda, quando os dados são
obtidos por questionários, os custos tornam-se relativamente baixos.
► Quantificação: Os dados obtidos mediante levantamentos podem ser agrupados
em tabelas, possibilitando a sua análise estatística. À medida que os levantamentos
se valem de amostras probabilísticas, torna-se possível até mesmo conhecer a
margem de erro dos resultados obtidos.
Principais limitações:
► Ênfase nos aspectos perspectivos: Os levantamentos recolhem dados referente à
percepção que as pessoas têm acerca de si mesmas. Ora a percepção é subjetiva, o
que pode resultar em dados distorcidos. Há uma diferença entre o que as pessoas
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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fazem ou sentem e o que elas dizem respeito. Existem alguns recursos para
contornar esse problema.
► Pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais: Mediante
levantamentos, é possível a obtenção de grande quantidade de dados a respeito dos
indivíduos, porém os fenômenos sociais são determinados sobretudo por fatores
interpessoais e institucionais. Os levantamentos mostram-se pouco adequados para
a investigação profunda desses fenômenos.
► Limitada apreensão do processo de mudança: O levantamento, de modo geral,
proporciona uma visão estática de fenômeno mudado. Oferece uma espécie de
fotografia de determinado problema, mas não indica suas tendências à variação.
Considerando as vantagens e limitações, pode-se dizer que os levantamentos
tornam-se
muito
mais
adequados
para
estudos
descritivos
que
analíticos/explanatórios. São muito eficazes para problemas menos delicados como
preferência eleitoral, comportamento do consumidor. Ainda são muito úteis para o
estudo de opiniões e atitudes.
•
Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica consiste no exame de literatura científica, para o
levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado assunto. Seus
objetivos:
► Domínio da bibliografia especializada;
► Conhecimento exaustivo do que já foi publicado sobre o assunto;
► Atualização do pesquisador, evitando-se duplicação de pesquisas, redescobertas,
acusações de plágio e perda de tempo;
► Atualização do profissional e/ou educação continuada.
A pesquisa bibliográfica é mais utilizada no campo de monografias,
dissertações e teses. Através do estudo da documentação existente sobre o
assunto, o pesquisador descobre o problema e formula hipótese para solução. A
pesquisa bibliográfica é aquela que ocorre com a consulta de livros, revistas, jornais,
teses e dissertações existentes sobre o tema.
•
Pesquisa Experimental
Muito comum no meio acadêmico, porém não utilizada nas pesquisas
tradicionais, a pesquisa experimental é geralmente vista como o método mais
sofisticado para o teste das hipóteses.
O experimento tem sempre origem numa indagação sobre a natureza do
relacionamento entre duas ou mais variáveis. A indagação converte-se em uma ou
mais hipóteses. Experimento refere-se ao evento planejado e levado a cabo pelo
pesquisador para obter evidências relevantes ao teste de suas hipóteses, ou seja,
evidências que lhe permitirão comprová-las e refutá-las. O experimentador delibera e
sistematicamente introduz mudanças nos fenômenos naturais e então observa as
conseqüências dessas mudanças. Ele manipula e controla as variáveis e mede os
resultados. Colhe evidências concretas do efeito que uma variável tem sobre a outra.
A pesquisa experimental pode ser de laboratório ou de campo:
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_ de Laboratório: o investigador cria uma situação com as condições exatas
que ele deseja ter e na qual ele controla algumas variáveis e manipula outras. A
grande vantagem do laboratório é que essa simulação irá ocorrer sem a presença
(ou com a presença controlada) de variáveis poluidoras que existem nos ambientes
naturais. Esse tipo de técnica é pouco usado nas Ciências Humanas (Administração
de Empresas) por causa das dificuldades que costuma apresentar a manipulação de
variáveis naquelas ciências.
A pesquisa de laboratório é um tipo de estudo mais difícil, porém mais exato.
A pesquisa de laboratório “descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações
controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes adequados”,
destacam Marconi e Lakatos (2002, p. 87). As autoras sublinham que, nessas
pesquisas, os objetos de estudo tanto podem ser pessoas ou animais, quanto
vegetais ou minerais. Quando pessoas são objetos de estudo, elas são colocadas
em ambiente controlado pelo pesquisador, que efetua a observação sem tomar parte
pessoalmente.
Na pesquisa de laboratório, as experiências são realizadas em recintos
fechados (casa, laboratório, salas) ou em ambientes que permitam determinadas
manipulações.
_ de Campo: é utilizada “com o objetivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de
uma hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou
relações entre eles.” (MARCONI; LAKATOS, 2002, p. 83).
É um estudo de investigação em uma situação real, em que uma ou mais
variáveis independentes são manipuladas pelo investigador sob condições
controladas com o máximo cuidado permitido pela situação, fator que, em geral,
representa alguma desvantagem.
As pesquisas de campo são voltadas para o estudo de indivíduos, grupos,
comunidades, instituições e outros campos, e visam à compreensão de vários
aspectos da sociedade. sã muito usadas na Sociologia, Antropologia Cultural e
Social, Psicologia Social, Política, Serviço social.
•
Pesquisa documental
Baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou
podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Pode ser primária
ou secundária. Na pesquisa documental primária, os documentos são compilados e
organizados pelo autor da pesquisa e não recebem qualquer tratamento analítico.
Na pesquisa secundária, são utilizados e analisados documentos.
São fontes de documentos:
■ Arquivos Públicos
_ Documentos oficiais: Leis, ofícios;
_ Publicações Parlamentares: atas, debate, projetos de lei, etc;
_ Documentos Jurídicos oriundos de Cartórios: registros de nascimento, registros de
casamento, divórcio;
■ Arquivos Particulares:
_ Domicílios Particulares: diários, autobiografias, correspondência, etc;
_ Instituições de Ordem Privada: bancos, empresas, sindicatos, onde se encontram
ofícios, registros, atas;
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_ Instituições Públicas: delegacias, postos etc voltados ao trabalho, ao trânsito, à
saúde, etc. Exemplos: registro de automóveis, prisões, benefícios de seguro social,
etc.
■ Fontes de dados estatísticos: IBGE, IBOPE, etc.
Nos documentos, incluem-se os escritos e os não escritos (como fotografias,
objetos, canções folclóricas, vestuário, folclores, etc).
•
Pesquisa-ação
A pesquisa-ação é uma linha de pesquisa associada a diversas formas de
ação coletiva e é orientada em função da resolução de problemas ou de objetivos de
transformação. Tende a ser aplicada em diversos campos de atuação, como
educação, comunicação, difusão de tecnologia rural, organização e serviço social
(THIOLLENT, 2002).
É usada por muitos como sinônimo de pesquisa participante. Para Thiollent, a
pesquisa-ação é de tipo participativo, uma vez que exige a participação das pessoas
implicadas nos problemas investigados é absolutamente necessária. O autor
acrescenta que “a pesquisa-ação, além da participação, supõe uma forma de ação
planejada de caráter social, educacional, técnico ou outro, que nem sempre se
encontra em propostas de pesquisa participante.” (2002, p. 7). Buscando alternativas
ao padrão de pesquisa convencional, a pesquisa-ação e a pesquisa participante
estão ganhando mais espaço em vários meios sociais.
Ainda não há uma uniformidade quanto à terminologia (pesquisa-ação X
pesquisa participante). Thiollent (2002) observa que uma pesquisa só pode ser
qualificada de pesquisa-ação quando houver realmente uma ação por parte das
pessoas ou grupos implicados no problema sob observação. Além disso, é preciso
que a ação seja uma ação não trivial (como ações de tipo reivindicatório no contexto
associativo ou sindical; ações de caráter prático dentro de uma atividade coletiva –
exemplo: lançamento de um jornal popular ou de outros meios de difusão no
contexto de animação cultural; introdução de uma nova tecnologia dentro de uma
organização, etc).
Um dos objetivos da pesquisa-ação é uma ação transformadora:
dar aos pesquisadores e grupos de participantes os meios de se
tornarem capazes de responder com maior eficiência aos problemas
da situação em que vivem, em particular sob a forma de diretrizes
da ação transformadora. Trata-se de facilitar a busca de soluções
aos problemas reais para os quais os procedimentos convencionais
têm pouco contribuído. (THIOLLENT, 2002, p. 8)
A “pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida
e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.”
(THIOLLENT, 2002, p. 14)
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Em síntese, pode-se definir algumas características gerais da pesquisa-ação
conforme Thiollent (2002):
•
•
•
•
há uma ampla e explícita interação entre pesquisadores e pessoas implicadas
na situação investigada;
o objeto de investigação não é constituído pelas pessoas e sim pela situação
social e pelos problemas de diferentes naturezas encontrados nesta situação;
o objetivo da pesquisa-ação consiste em resolver ou, pelo menos, em
esclarecer os problemas da situação observada;
a pesquisa não se limita a uma forma de ação (risco de ativismo): pretende-se
aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o conhecimento ou o “nível de
consciência” das pessoas e grupos considerados.
1. Considerando que o estudo de caso é um método de pesquisa que
analisa uma unidade com aprofundamento, julgue as afirmações a
seguir:
I.
II.
III.
Estudo de Caso tem tido um uso extensivo na pesquisa social, seja nas
disciplinas tradicionais, como a Psicologia, seja nas disciplinas que
possuem uma forte orientação para a prática, como a Administração.
Estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de um contexto hipotético.
Estudo de caso é adequado para responder às questões "como" e '"por
que", que são questões explicativas e tratam de relações operacionais que
ocorrem ao longo do tempo mais do que freqüências ou incidências.
Assinale
a)
b)
c)
d)
e)
se I está correta.
Se I e II estão corretas.
Se I, II e III estão corretas.
Se I e III estão corretas.
Se II e III estão corretas.
2. Qual alternativa apresenta uma informação INCORRETA?
a) No caso do Método Experimental, as respostas a estas questões são obtidas
em situações onde o investigador pode manipular o comportamento de forma
direta, precisa e sistemática, sendo-lhe possível isolar variáveis, como no
caso de experimentos em laboratório.
b) O Estudo de Caso tem como objetivo fazer uma avaliação, ainda que de
forma descritiva, da intervenção realizada pelo pesquisador. Exemplo:
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descrever e analisar por que uma empresa não atinge suas metas de
produção.
c) Os levantamentos ou surveys servem para explicar ligações causais nas
intervenções na vida real que são muito complexas. Exemplo: discutir por que
a maioria das pequenas empresas, no Brasil, fecha antes de completar dois
anos.
d) Para obter êxito em uma pesquisa baseada no Estudo de Caso, deve-se
evitar narrações longas e relatórios extensos, uma vez que relatórios deste
tipo desencorajam a leitura e a análise do estudo do caso.
3. Estabeleça uma comparação entre a pesquisa documental e a pesquisa
bibliográfica.
4. Assinale V ou F:
( ) Para o desenvolvimento de um estudo de caso, seleciona-se uma amostra
significativa de todo o universo, a qual é tomada como objetivo de investigação.
( ) Os levantamentos são muito úteis para o estudo de opiniões dos clientes de
uma empresa quanto à qualidade dos serviços prestados, por exemplo.
(
) Diários, livros, revistas, jornais,artigos, teses e pareceres legais são
exemplos das fontes de informação usadas na pesquisa bibliográfica.
(
) O teste de hipóteses é feito nas pesquisas experimentais. O uso desse
método pode ser para checar se, com a adoção do plano de participação nos
lucros anuais, os colaboradores de uma empresa tornam-se mais motivados para
a realização de suas tarefas.
( ) Deve-se levar em conta que, estando o conhecimento em Administração
ligado tão de perto à geração de bens e serviços, é inevitável a existência de
uma interface muito ativa entre a academia - que conduz pesquisas - e as
companhias, que fazem tentativas com a implantação de práticas gerenciais.
(
) A manipulação de variáveis é realizada no método experimental de
laboratório.
( ) As fontes de pesquisa documental são menos diversificadas e dispersas do
que as da pesquisa bibliográfica
( ) A pesquisa experimental de laboratório é muito menos usada nas ciências
humanas e sociais (ou na Administração de Empresas), não por uma questão de
valor ou de gosto estético, mas sim por inúmeras dificuldades que costuma
apresentar a manipulação de variáveis naquelas ciências.
( ) As fontes documentais devem ser analisadas de forma crítica para que se
enquadrem no contexto histórico e social do momento em que foram produzidas.
(
) A pesquisa documental tem como vantagem o baixo custo, pois exige
praticamente apenas disponibilidade de tempo do pesquisador;.
( ) Os estudos de caso permitem generalizações das conclusões obtidas no
estudo para toda a população, pois focalizam a sua atenção em diversas
unidades do universo.
5. Qual assertiva apresenta uma informação incorreta?
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a) As entrevistas são uma fonte de informações para o Estudo de Caso, uma
vez que os estudos de caso em pesquisa social lidam geralmente com
atividades de pessoas e grupos.
b) Os levantamentos são métodos de estudos usados para responder questões
como: Quem? O Quê? Onde? Quantos?
c) Para o desenvolvimento de pesquisas com os temas a seguir, o
Levantamento é adequado como método: acompanhamento do percentual de
empresas que iniciam e que encerram as atividades a cada ano; quantidade
e perfil de alunos concluintes dos cursos de graduação no Brasil.
d) O levantamento é de um tipo de pesquisa que tem sempre um forte cunho
descritivo.
e) Estudo de Caso se caracteriza pela capacidade de lidar com uma completa
variedade de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e observações.
6. Suponha as seguintes situações e para cada um indique procedimentos
e tipo de pesquisa adequados.
a) Para o desenvolvimento de sua tese de doutorado, um estudante escolhe como
tema de sua pesquisa o perfil do acadêmico de Direito e de Administração das
universidades privadas do Rio Grande do Sul. Considerando o tema e a
necessidade de o acadêmico concluir o estudo em quatro anos, que técnicas de
pesquisa podem ser adequadas ao tema proposto?
b) Para ampliar a compreensão dos processos de seleção e recrutamento de
pessoal das indústrias alimentícias de Santa cruz do Sul, um grupo de
pesquisadores resolve identificar quais são as técnicas usadas por estas
organizações para recrutar e selecionar pessoal. o estudo deverá ser concluído em
oito meses.
7. Leia
o
texto
a
seguir,
extraído
do
site
http://www.uj.com.br/publicacoes/pecas/default.asp?action=peca&codpec=1682, em 25
de outubro 2008
Peça Processual - Petições: DENÚNCIA - DUPLO HOMICÍDIO
Protegido pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998 - Lei de Direitos Autorais
Enviado por: Paulo Gomes Pimentel
Promotor de Justiça.
Trata-se de denúncia oferecida pelo Ministério Público contra acusado de duplo homicídio. Segundo
consta dos autos do Inquérito Policial, as vítimas seriam a ex-mulher e o filho do denunciado. Com
base nas circunstâncias do fato e na comprovação de autoria da figura típica, o Promotor de Justiça
denunciou o réu por crime de duplo homicídio qualificado, um na modalidade consumada e o outro na
modalidade tentada. A qualificação dos crimes se deu, uma vez que foram cometidos com motivo
torpe e cruel.
EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA (XXX)
O MINISTÉRIO PÚBLICO, por seu Promotor de Justiça que esta subscreve, no uso de suas
atribuições constitucionais e legais, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer
DENÚNCIA contra (XXX), brasileiro, natural de (XXX), RG n. (xxx) (expedida em (xxx)), nascido aos
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(xxx), Cert. Nasc. (xxx) Liv. (xxx). Cart. de (XXX), 39 (trinta e nove) anos, (XXX), filho de (XXX) e de
(XXX), residente na (XXX), Loteamento (XXX), bairro (XXX), (XXX), atualmente preso, pelo seguinte
fato:
Consta dos autos do Inquérito Policial tombado sob o n°. (xxx) (IP n. (xxx) – DEAM) que, por
volta das 04h da madrugada do dia 15 de xxxx de xxxxx, na Rua (XXX), (xxx), (XXX), nesta capital, o
acusado (XXX), de surpresa, após agredi-la violentamente com socos e o cabo de uma arma de fogo,
pegou um tijolo de grande proporção e, com este, reiterando vários golpes, barbaramente ceifou a
vida de sua ex-companheira (XXX). Em seguida, com uma faca de serra e emprego de asfixia
mecânica, atentou contra a vida de seu próprio filho, (XXX), que possui 13 (treze) anos de idade, tudo
com motivação torpe, repugnante.
Como se infere da análise do Inquérito Policial, a vítima (XXX) viveu com o denunciado por dez
anos, tendo dele se separado havia três. A vida do casal era sempre conturbada, pelas constantes
surras que o acusado dava em sua companheira. A ofendida chegou a noticiar, várias vezes, as
agressões à Polícia, mas sempre ameaçada de morte, desistia de ir além. Também o filho de ambos
sofria com o acusado. Nem mesmo a separação fez com que ele, ainda que tivesse outro
relacionamento amoroso, deixasse de violentá-la.
A ofendida, então, procurou a Justiça, e também o seu filho, o outro ofendido, dessa vez com o
intuito de ir até o fim, com a responsabilização do denunciado por seus atos. Os procedimentos já
estavam em fase conclusiva. Também o acusado foi representado à Corregedoria-Geral da
Secretaria de Segurança Pública e de Defesa Social, e estava, em razão de seu comportamento,
proibido de portar arma de fogo e afastado de suas funções policiais.
Demais disso, a vítima (XXX) ensinava durante um turno em uma creche e, em outro, estava
fazendo Faculdade de XXXX, sonhando com um futuro melhor.
No dia 15 de agosto de 2006, o acusado (XXX) pegou sua arma de fogo, um revólver calibre 38,
municiando-o por completo, e partiu em direção à residência das vítimas, que estavam dormindo. Ao
chegar, começou a dar chutes na porta, exigindo que abrissem, e gritou para os vizinhos que, “quem
se metesse, também morreria”. Embora a filha mais velha da Professora (XXX), (XXX), tenha pedido
que não deixasse o acusado entrar, foi por ela respondido que ele deveria estar bêbado e que, ao se
acalmar, iria embora, deixando-o, assim, ingressar. Mal isto aconteceu e o acusado (XXX) passou a
apontar a arma de fogo para a cabeça da primeira vítima e acionou todas as (06) seis munições do
revólver, que não desfechou tiros, por circunstâncias alheias à sua vontade, fato que o enfureceu
ainda mais, fazendo-o iniciar os atos de terror subseqüentes, desferindo socos, depois batendo
contra a ofendida com o cano da arma e, em seguida, puxando-a para fora de casa, no quintal, com
um grande tijolo, reiteradas vezes atingiu-lhe a face, desfigurando-a, pela fratura dos ossos, até o
afundamento de seu crânio, o que acabou causando-lhe a morte. Antes de seu fim, a vítima ainda
implorou por sua vida, mas o acusado (XXX) seguiu adiante com a sua vontade, destruindo o que lhe
restava de dignidade e esperança.
Ao ouvir os barulhos das agressões em sua mãe, e o grito de lamentação do acusado, de que se
tivesse funcionado o revólver teria matado a todos, (XXX) pegou seu bebê de um ano e nove meses
e fugiu de casa, ficando nela o outro ofendido, filho do casal, para o qual se voltou o denunciado após
assassinar a sua ex-companheira, de forma extremamente cruel, mediante recurso que lhe
impossibilitou a defesa, aproveitando-se de sua hospitalidade e relações domésticas, em razão desta
estar querendo iniciar vida nova, não o aceitando de volta, e, por não agüentar mais as violências
físicas e morais, com o apoio da família, querer responsabilizá-lo por seus atos.
O acusado (XXX), então, entrou no quarto de seu próprio filho, e bradou: “CORRA QUE EU VOU
LHE MATAR TAMBÉM!”, pegando uma faca de serra, para este fim. Em seguida, desferiu diversos
socos, agarrou-o e tentou furá-lo, na altura do abdômen, mas não conseguiu. Segurou o seu
pescoço, sufocando-lhe, e aplicou um golpe “mata-leão”, tentando asfixiá-lo, mas o jovem conseguiu
fugir, ao enfiar dois dedos de uma das mãos nos olhos de seu agressor.
O denunciado (XXX) ainda foi à Rua (XXX), com os sangues das vítimas jorrados em suas
vestes, e quis arrombar a porta da casa de uma outra passada companheira sua, (XXX), momento
em que os policiais o detiveram em flagrante.
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As investigações indicam que, na localidade, o acusado (XXX) é pessoa mal quista, em razão de
seu comportamento truculento, dentro e fora de casa, abuso de sua autoridade de policial civil e
postura arrogante, como a de quem se sente o “dono do mundo”. A própria Professora (XXX)
fotografou projéteis que ele disparou com o seu revólver, noutras vezes, dentro de sua residência e
no muro do lado de fora, para impor medo a todos.
Desprovida de dúvidas resta a conclusão jurídica do que acima se expôs, fundada nas oitivas da
vítima sobrevivente e das testemunhas no Inquérito Policial instaurado mediante Auto de Prisão em
Flagrante Delito, que comprovaram a materialidade e autoria da figura típica de duplo homicídio
qualificado, crimes hediondos de direito e de fato, sendo um consumado e o outro tentado, ambos por
motivo torpe, o primeiro, também pela extrema crueldade e impossibilidade de defesa da vítima, e o
outro pelo emprego de asfixia mecânica, contra menor de 14 (catorze) anos, além das agravantes
genéricas.
Destarte, estando o denunciado incurso nas penas do art. 121, §2º., I, III e IV (com relação à
vítima (XXX)) e 121, §2º., I e III, combinados com os arts. 14, II, e 121, §4º, in fine (com relação à
vítima (XXX)), e todos com os arts. 61, II, e e f e 69 do Código Penal, e art. 1º., I da Lei 8.072/90 (Lei
dos Crimes Hediondos), requer, após o recebimento e autuação desta denúncia, seja este citado para
o interrogatório e, enfim, para se ver processar até final julgamento, quando, então, deverá ser
condenado, inclusive à perda do cargo que exerce, notificando-se as pessoas do rol abaixo para
virem depor em juízo em dia e hora a serem designados, sob as cominações legais.
Requer, ainda, o Ministério Público:
1. Seja requisitado à Ilma. Sra. Delegada que junte aos autos: a. Os documentos de identificação
pessoal da vítima (XXX), especialmente a Certidão de Nascimento; b. Declarações de vínculo (ou
documentos similares) da Creche onde trabalhava a Professora (XXX) e do Instituto (XXX), em que
cursava o (xxx) período universitário de XXXXX (nome do curso);
2. Seja requisitado do ITEP, através da Coordenadoria de Medicina Legal – COMELE o Laudo de
Exame de Corpo de Delito realizado na vítima (XXX), em conformidade com o Código de Processo
Penal, considerando que os autos não versam infração de menor potencial ofensivo (regida pela Lei
9.099/95), mas crime hediondo;
3. Seja encaminhada cópia desta denúncia e das reportagens acostadas aos autos ao
Excelentíssimo Senhor Corregedor-Geral da Secretaria de Segurança Pública e de Defesa Social,
com a finalidade de que apure a omissão no atendimento aos pedidos de socorro dirigidos ao
COPOM, na ocasião em que se praticavam os delitos;
4. Seja encaminhada cópia desta denúncia aos Excelentíssimos Senhores Juízes que tiverem
feitos em tramitação, com o acusado no pólo passivo da relação processual;
5. Seja comunicado ao ITEP/RN e ao SINIC o ajuizamento desta Ação Penal, de forma mais
pormenorizada possível (conforme solicitado pela Polícia Federal: qualificação completa do acusado
– nome completo, filiação, n. da certidão, naturalidade e data de nascimento, números de outros
eventuais documentos-, tipo penal incurso, número do Inquérito de origem e do Processo-Crime etc.),
determinando a inclusão destes dados em seus sistemas de informação e requisitando-lhes as que
possuem em nome do denunciado;
6. Seja convertido o título da medida cautelar do flagrante, em prisão preventiva, com expedição
do respectivo mandado, recomendando-o no local em que se encontra custodiado, aditando-se aqui,
fruto das investigações, além do fundamento da necessidade de manutenção da ordem pública, pela
manifesta e alta periculosidade do acusado, também pela conveniência da instrução criminal, pelo
temor que este impõe na vítima sobrevivente e nas testemunhas, contra as quais já agiu, inclusive,
com violência física e moral.
Nestes termos,
Pede deferimento.
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(XXX), 06 de xxxxxxx de xxxx.
PAULO GOMES PIMENTEL JÚNIOR
Promotor de Justiça
Rol:
1°. (XXX), qualificado à fls. 02 do IP;
2º. (XXX), qualificada à fls. 03 do IP;
3º. (XXX), qualificada à fls. 04 do IP;
4º. (XXX) (vítima), qualificado à fls. 05 do IP;
5º. (XXX), Delegada Geral da (XXX) – DPGRAN.
A petição acima utiliza algum procedimento de pesquisa? Explique por quê.
8. Identifique, nos excertos abaixo, exemplos de procedimentos de pesquisa:
(i) Estudo de caso
(ii) Pesquisa bibliográfica
(iii)Pesquisa documental
(iv)Levantamento
(v) Pesquisa-ação
(vi)Pesquisa experimental
Texto 1: Texto inicial de ação negatória de paternidade, visando a reverter condição de
paternidade anteriormente reconhecida de forma voluntária pelo autor
( ) Não há que se falar em prescrição do direito do autor porque, em se tratando de ação
de estado, a ação respectiva é imprescritível, conforme proclama o art. 1601 do novo
Código Civil.
( ) Em relação à prescrição do direito do autor, o douto Caio Mário, a respeito, leciona:“se o
estado é imprescritível, imprescritível obviamente será o direito de ação visando a declarálo, pois que a ação de reconhecimento compulsório é uma ação declaratória".
( ) Em 1996 o requerido, por sua genitora, ingressou com ação de investigação de
paternidade contra o requerente. Em audiência de instrução, em 08.04.1996, o requerido
prestou depoimento informando que embora tivesse mantido relações sexuais com a
genitora do requerido, tinha conhecimento que naquela época, também já se relacionava
com Abraão de Tal. Abraão era motorista de caminhão...(doc. anexo).
( ) A genitora do requerido, (..), reconheceu que havia mantido relacionamento com o tal
ABRAÃO, mas apenas depois do 2° mês de gravidez. Foi realizado exame de tipagem
sanguínea, que não excluiu a paternidade e, obviamente, não a confirmou.
( ) Sucede, no caso, que a decisão homologatória do acordo realizado na ação de
investigação de paternidade (doc. anexo), não contém certeza capaz de dar segurança às
relações jurídicas, já que apenas resolveu a pretensão, não a examinou. Homologar
transação, na lição de Paulo Roberto De Oliveira Lima, é resolver sem examinar. Fo nte
(http://www.uj.com.br/publicacoes/pecas/default.asp?action=peca&codpec=1682
Texto 2: Artigo científico sobre marketing de relacionamento
( ) A administração de marketing é definida como a análise, planejamento,
implementação e controle dos programas destinados a criar, desenvolver e manter
trocas de benefício com os compradores alvo, a fim de atingir objetivos
organizacionais. Portanto, envolve uma demanda administrada, que por sua vez
envolve relacionamentos administrados com o cliente (KOTLER 2004).
( ) A empresa Gama atua na área de tecnologia, com prestação de serviços como
provedor de internet e hospedagem de sites desde 1996, sendo pioneira nesta área
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na região. Atualmente, a empresa faz parte de um grupo empresarial e possui 6
funcionários atendendo uma carteira de aproximadamente 500 clientes.
( ) Identificou-se que 39% dos respondentes buscaram os serviços da empresa
devido ao baixo preço oferecido. A empresa possui uma estratégia de mix de
marketing, focado no preço dos serviços, através de pacotes com preços reduzidos
para moradores de um mesmo condomínio que adquirirem os serviços. Verificou-se
valor. acreditam lhe oferecer mais valor . Já 17%, consideraram a marca consolidada
no mercado como fator que os motivaram a adquirir os serviços da empresa.
9. Considerando que o estudo de caso é um método de pesquisa que analisa uma
unidade com aprofundamento, julgue as afirmações a seguir:
IV.
Estudo de Caso tem tido um uso extensivo na pesquisa social, seja nas
disciplinas tradicionais, como a Psicologia, seja nas disciplinas que possuem uma
forte orientação para a prática, como a Administração.
Estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de um contexto hipotético.
Estudo de caso é adequado para responder às questões "como" e '"por que", que
são questões explicativas e tratam de relações operacionais que ocorrem ao
longo do tempo mais do que freqüências ou incidências.
V.
VI.
Assinale
a)
b)
c)
d)
e)
se I está correta.
Se I e II estão corretas.
Se I, II e III estão corretas.
Se I e III estão corretas.
Se II e III estão corretas.
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AULA 05
1. Nos textos abaixo retirados do trabalho de Eduardo Diener Gentil,
“PLANO DE MARKETING INSTITUCIONAL: O ESTUDO DE CASO DO
CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA
(CIESC)”, qual metodologia é predominante?
a) De acordo com Westwood (1996), o marketing tático tem por objetivo otimizar determinada área
de resultados e não propriamente a empresa em si. Trabalha com decomposições dos objetivos,
estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico.
Desenvolvidos em níveis organizacionais inferiores, têm como principal finalidade a
utilização eficiente para a consecução de objetivos previamente fixados, seguindo uma estratégia
pré-determinada, bem como as políticas orientavam para o processo decisório da empresa
(OLIVEIRA, 2001).
b) O CIESC possui um quadro funcional enxuto e jovem. Composto por 11 colaboradores com
média de idade de 28 anos, a grande maioria dos colaboradores já possui o terceiro grau
completo, como se pode observar no gráfico:
GRÁFICO 1 - Grau de instrução dos colaboradores
Grau de instrução dos colaboradores
3º grau completo
3º grau incompleto
27%
73%
Quando se analisou o gráfico (acima), observou-se que 73% (que representa
oito colaboradores) já possuem o terceiro grau completo e a outra parcela de 23%
(três colaboradores) possuem o terceiro grau incompleto, sendo que esses três
colaboradores irão completar o terceiro grau no ano de 2004. Logo conclui-se que
no ano de 2004 todos os colaboradores do CIESC terão o terceiro grau completo.
Outro ponto importante é a distribuição de sexo dos colaboradores da
organização, conforme gráfico:
GRÁFICO 2 - Distribuição por sexo dos colaboradores
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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2
Distribuição por sexo dos colaboradores
masculino
feminino
45%
55%
Pode-se observar que o quadro funcional da organização estudada é muito homogêneo,
em se tratando de distribuição por sexo, sendo que 45% (cinco colaboradores) são mulheres e
55% (seis colaboradores) são homens.
Em relação à idade, como já se comentou anteriormente, a média de idade dos
colaboradores é de 28 anos. A distribuição por idade dos colaboradores pode-se observar
graficamente:
GRÁFICO 3 - Distribuição por faixa etária
Distribuição por faixa etária
20-29
30-39
36%
64%
Analisando-se o gráfico (acima), constatou-se que a grande maioria dos colaboradores
está entre a faixa etária de 20 a 29 anos, sendo que esta parcela representa 64% (sete
colaboradores). Observou-se, também, que uma pequena parcela dos colaboradores está entre a
faixa de 30 a 39 anos, ou seja, apenas 36% (4 colaboradores) encontravam-se nessa faixa etária.
c) A análise das vendas teve como referência os dados extraídos da base de teleatendimentos do
CIESC, onde se pode encontrar todos os dados referentes às receitas auferidas, no ano de 2003
por produto.
Explicitaram-se, após, as receitas auferidas durante o ano de 2003. Pode se dizer que o
CIESC possui três categorias de receita: a) receita de produtos e serviços oferecidos; b) receita de
serviços prestados à FIESC; c) contribuição dos associados do CIESC.
TABELA 1 - Distribuição das vendas em 2003
VENDAS EM 2003
A) Serviços / Produtos
Guia Web
Venda Anual
(R$)
55.232,43
Participação
12%
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3
Métodos e Técnicas de Pesquisa
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Vida Plus
Ciesc Data
Certificado de Origem
Fiescnet
Indusplace
Câmara Mediação Arbritragem –
CMAC
Compre Fácil
Outros Serviços
B) Serviços prestados à FIESC
C) Contribuições de associados
Total da receita em 2003
20.107,65
20.692,26
18.000,00
20.000,00
15.917,13
4%
4%
4%
4%
3%
30.000,00
6.415,29
8.400,00
194.764,76
107.400
107.400
6%
1%
2%
42%
23%
23%
163.200,00
163.200,00
465.364,76
35%
35%
100%
METODOLOGIA DO PROJETO DE PESQUISA
Instrumentos de pesquisa – Coleta de dados
É a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos
elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados
previstos. Tem como aspecto importante o perfeito entrosamento das tarefas
organizacionais e administrativas, obedecendo aos prazos e orçamentos previstos.
São vários os procedimentos para a realização da coleta de dados, os quais
podem variar de acordo com as circunstâncias ou tipo de investigação. Em geral,
são:
•
Observação
É uma técnica de coleta de dados utilizada para conseguir informações,
utilizando os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, isto é,
consiste em ver, ouvir e examinar os fatos ou fenômenos que se pretende
investigar.
A observação torna-se científica à medida que convém a um formulado plano
de pesquisa, à medida que é planejada sistematicamente, quando é registrada
metodicamente e quando está sujeita à verificação.
Há varias formas de observação conforme Lakatos e Marconi (2002):
_ Observação Assistemática: É a técnica que consiste em recolher e registrar os
fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise
fazer perguntas diretas.
_ Observação Sistemática: O observador sabe o que procura e o que carece de
importância em determinada situação. Deve ser objetivo, reconhecer erros e eliminar
sua influência sobre o que vê ou recolhe.
_ Observação Não Participante: O pesquisador toma contato com a realidade
estudada, mas sem integra-se a Lea. Presencia o fato, mas não participa dele; faz o
papel de espectador.
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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4
_ Observação Participante: É a tentativa de colocar o observador e o observado do
mesmo lado, isto é, a participação real do pesquisador com o grupo, criando grandes
dificuldades ao observador para manter sua objetividade.
•
Entrevista
A entrevista, conforme Lakatos e Marconi (2002, p. 92), “é um encontro entre
duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional.”
Trata-se de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica,
proporcionando ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária sobre
determinado assunto ou problema.
A entrevista é utilizada para se conhecer o que as pessoas pensam ou
acreditam que os fatos sejam. Tem a vantagem de poder ser utilizada com todos os
seguimentos da população: alfabetizados ou analfabetos. Além disso, dá
oportunidade para obtenção de dados que dificilmente seriam conseguidos em
fontes documentais.
Lakatos e Marconi (2002) salientam que há diferentes tipos de entrevista, que
variam de acordo com o propósito do entrevistador:
_ Entrevista Padronizada ou Estruturada: O entrevistador segue um roteiro
previamente estabelecido, fazendo perguntas predeterminadas. O entrevistador não
é livre para adaptar suas perguntas a determinada situação, de alterara ordem dos
tópicos ou de fazer outras perguntas.
_ Entrevista Despadronizada ou Não Estruturada: O entrevistador tem liberdade
para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É
uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão.
_ Painel: Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas
pessoas a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas
devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as
respostas com essas repetições.
•
Formulário
O formulário é uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de
dados resultantes de observações ou interrogatórios. Caracteriza-se pelo contato
face a face entre o pesquisador e o informante, em que o roteiro de perguntas é
preenchido pelo entrevistador no momento da pesquisa.
•
Questionário
É um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador. Junto dele deve-se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da
pesquisa, sua importância e necessidade de obtenção da resposta. As questões
podem ser:
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5
_ Perguntas Abertas: São as que permitem ao informante responder livremente,
usando linguagem própria, e emitir opiniões.
_ Perguntas Fechadas: São aquelas em que o informante escolhe sua resposta
entre duas opções (sim e não; favorável e contrário) ou três opções (sim, não e não
sei; favorável, contrário e não sei).
_ Perguntas de Múltipla Escolha: São aquelas fechadas, mas que apresentam
uma série de possíveis respostas.
•
Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é mais utilizada no campo de monografias,
dissertações e teses. Através do estudo da documentação existente sobre o
assunto, o pesquisador desenvolve sua pesquisa. A pesquisa bibliográfica é aquela
que ocorre com a consulta de livros, revistas, jornais, teses e dissertações existentes
sobre o tema.
Exercícios sobre técnicas de pesquisa
1.Considere as assertivas:
I. Técnicas de pesquisa podem ser consideradas normas para condução de um
estudo científico, e a escolha das técnicas depende do tipo de pesquisa que se
pretende fazer.
II. O levantamento de dados é o primeiro passo de uma pesquisa e pode ser feito de
várias maneiras, entre as quais se incluem a pesquisa documental e a pesquisa
bibliográfica.
III. Pesquisa documental e pesquisa bibliográfica são técnicas de coletas de dados
similares, pois não há diferenças entre elas quanto às fontes de pesquisa.
Quais são verdadeiras?
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I, II e III.
2. Classifique o tipo das perguntas abaixo:
1. A sua renda familiar é de quantos salários?
( ) de 1 a 3 salários
( ) de 3 a 5 salários
( ) acima de 5 salários
2. Você leva em consideração o atendimento do vendedor na hora de decidir onde
realizar suas compras?
( ) Sim
( ) Não
3. Em relação ao tipo de atendimento oferecido na loja X, você considera que é
( ) muito satisfatório
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(
(
(
(
6
) satisfatório
) nem satisfatório nem insatisfatório
) insatisfatório
) muito insatisfatório
4. O que você leva mais em consideração na hora de escolher a loja X para fazer
suas compras?
( ) Localização
( ) Atendimento
( ) Condições de pagamento
( ) Preço
5. Costuma ser fiel a uma determinada marca de eletrodomésticos?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes.
6. De um modo geral, como você avalia os serviços e produtos oferecidos pela Loja
X? Explique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3.Relacione as colunas
(1) Pesquisa documental
(2) Pesquisa bibliográfica
(3) Pesquisa de campo
(4) Pesquisa de laboratório
( ) Este tipo de pesquisa permite que o pesquisador reitere, provoque e produza
fenômenos em condições de controle, manipulando variáveis.
( ) Este tipo de pesquisa é o primeiro passo de qualquer estudo de natureza
científica, pois consiste no levantamento de fontes e bibliografia importantes para a
condução da pesquisa.
( ) Este tipo de pesquisa não permite a manipulação de variáveis, pois se concentra
em analisar e selecionar fontes primárias de pesquisa, como diários e autobiografias.
( ) Esta pesquisa consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis
que se presume relevantes, para analisá-los.
4. Complete as lacunas do texto a seguir:
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7
A ___________________________ requer, primeiro, a realização de uma
_____________________ sobre o tema em questão, o que é o primeiro passo para
saber em que estado se encontra atualmente o problema e identificar os trabalhos
já realizados sobre o assunto. Esse tipo de pesquisa geralmente utiliza
____________ suficiente e representativa para apoiar as conclusões e é usado na
Sociologia, Antropologia Cultural e Social, Psicologia Social, Política e Serviço
Social.
a) pesquisa de campo – pesquisa bibliográfica – amostra
b) pesquisa de laboratório – pesquisa bibliográfica – amostra
c) pesquisa de campo – pesquisa bibliográfica – universo
d) pesquisa bibliográfica – pesquisa de campo – amostra
e) pesquisa de campo – pesquisa documental – amostra
5. Suponha as seguintes situações hipotéticas:
a) Para o desenvolvimento de sua monografia de conclusão de curso, um estudante
de Direito escolhe como tema de sua pesquisa a visão clássica do poder judiciário
na Constituição de 1988. Considerando o tema e a necessidade de o acadêmico
concluir o estudo em dois semestres, que técnicas de pesquisa podem ser
adequadas ao tema proposto?
b) A oferta de crédito no setor lojista tem se constituído como uma estratégia
atraente para o aumento as vendas. Nesse contexto, um grupo de pesquisa da
Faculdade Dom Alberto decide fazer um estudo científico para identificar quais são
as facilidades de crédito oferecidas pelas lojas de calçados e saber como o público
consumidor reage a essas “tentações” do mercado. Esta pesquisa prevê um ano de
estudo, associando alunos dos três cursos de graduação. Pergunta-se: que técnicas
de pesquisa podem ser exploradas para alcançar as metas?
c) Num município da região, tem-se observado a reincidência de casos de suicídios.
Nesse sentido, um projeto de pesquisa procura identificar as possíveis causas das
mortes bem como estudar casos específicos de pessoas que atentaram contra suas
próprias vidas. Busca ainda conhecer as conseqüências desses casos. Para tanto, o
projeto envolve uma equipe multidisciplinar: acadêmicos de Direito, Psicologia e
Administração. Em relação a essa pesquisa, como pode ser desenvolvida?
6.Leia o fragmento:
É uma técnica de pesquisa em que o próprio pesquisador preenche o instrumento de
coleta de dados de acordo com as respostas dos informantes. Tem como vantagem
a possibilidade de ser aplicado em informantes analfabetos.
A definição acima refere-se a:
a) Questionário
b) Entrevista
c) Formulário
d) Observação Sistemática
e) Experimento
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8
7. Em relação à entrevista, não é correto afirmar que:
a) Consiste no diálogo com o objetivo de colher, de determinada fonte, de
determinada pessoa ou informante, dados relevantes para a pesquisa em
andamento.
b) Para a aplicação dessa técnica o informante deve ser criteriosamente
selecionado.
c) O entrevistador deve mostrar suas opiniões, podendo até ser importuno, pois
necessita colher dados relevantes.
d) O entrevistador não deve confiar em sua memória: deve anotar os informes
coletados, registrando-os sumariamente durante a entrevista e completando suas
anotações após a entrevista o mais breve possível.
e) O entrevistador deve apenas coletar dados e não discuti-los com o entrevistado e
disso se conclui que o entrevistador deve falar pouco e ouvir muito.
8. Sobre o questionário, considere as afirmações a seguir:
I. Nessa técnica, o informante escreve ou responde por escrito a um elenco de
questões cuidadosamente elaboradas.
II. Tem a vantagem de poder sr aplicado simultaneamente a um grande número de
informantes.
III. O anonimato de quem responde poder constituir uma vantagem apreciável sobre
a entrevista.
Quais são verdadeiras?
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I, II e III.
9. Cite cinco características básicas (comuns) de um questionário e de um
formulário.
10. As alternativas a seguir apresentam vantagens da técnica de observação, à
exceção de:
a) Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de
fenômenos.
b) Exige menos do observador do que as outras técnicas.
c) Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas.
d) Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou
questionários.
e) Não necessita de planejamento sistemático.
11. Para que a entrevista seja válida e proporcione informações relevantes
para o estudo, algumas normas devem ser observadas. Quais? (Assinale as
corretas)
a) Contato inicial: o pesquisador deve entrar em o informante e estabelecer uma
conversa amistosa, explicando a finalidade da pesquisa, seu objeto, relevância e a
necessidade da colaboração.
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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9
b) Formulação de perguntas: deve-se fazer um pergunta de cada vez para não
confundir o entrevistado e fazer primeiro as que não tenham ´probabilidade de ser
recusadas. Deve-se evitar toda pergunta que sugira uma resposta.
c) Registro de respostas: as respostas devem ser anotadas, se possível, no
momento da entrevista, para maior fidelidade e veracidade das informações.
d) Término da entrevista: ambiente de cordialidade deve ser mantido do início ao fim
da entrevista.
12. Formulários e questionários podem ser elaborados com três tipos de
pergunta: abertas, fechadas e de múltipla escolha. Complete o quadro a seguir,
fazendo uma comparação dessas categorias de perguntas e distinguindo as
vantagens e limitações de cada uma.
Pergunta aberta
Características
Pergunta fechada
Permite ao
informante
responder
livremente;
Informante usa
linguagem própria;
Informante emite
opiniões
Vantagens
Limitações
Dificulta a
resposta ao próprio
informante;
Dificulta o
processo de
tabulação,
levantamento
estatístico e a
interpretação.
Restrição da
liberdade de
respostas;
Pergunta de
múltipla escolha
Apresenta uma
série de possíveis
respostas;
Abrange várias
facetas do mesmo
assunto;
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10
Métodos e Técnicas de Pesquisa
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PROJETO DE PESQUISA
CRONOGRAMA
No cronograma de um projeto de pesquisa, trata-se estabelecer no tempo
previsto para a execução das atividades de pesquisa.
O cronograma apresenta a distribuição das tarefas da pesquisa nos períodos do
calendário.
É necessário salientar que o cronograma de atividades não diz respeito ao
projeto, que já está pronto, mas à pesquisa em si. Assim, “a elaboração do
cronograma responde à pergunta quando? A pesquisa deve ser dividida em partes,
fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra.”
(LAKATOS; MARCONI, 1992, p. 112).
É importante destacar que algumas partes da pesquisa podem ser
executadas simultaneamente, enquanto outras dependem das anteriores (como a
análise de dados, que depende da coleta e da codificação dos dados; como a
elaboração do relatório, que depende da execução de todas as fases da pesquisa).
Em síntese, no cronograma coloca-se o tempo previsto para a realização de
cada atividade da pesquisa. Por exemplo, se a previsão de duração da pesquisa é
de um ano, pode-se estabelecer em cada um dos meses as atividades a serem
realizadas. A seguir exemplos de cronogramas.
Exemplo 1:
Atividade
Revisão Bibliográfica.
Etapas iniciais do trabalho (definição do
público-alvo, definição dos objetivos,
definição dos conteúdos abordados)
Planejamento das atividades dos alunos
Planejamento das ferramentas do WebCT
Desenvolvimento dos conteúdos
Planejamento das atividades do instrutor
Planejamento
das
ferramentas
do
Yahoogroups
Teste piloto do trabalho desenvolvido
Relatório Parcial.
Relatório Final.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12
X X X X X X X X X X
X X
X
X X X X X X X
X X X X X X X
X X X X X X X
X X X
X X X
X X X
X
X X
X
X
Cronograma do projeto “Planejamento e Desenvolvimento de um Curso a Distância de
Estatística Não-Paramétrica para um Curso de Graduação em Administração”, da Prof. Dra.
Adriana Backx Noronha (USP)
Exemplo 2:
Preparação da pesquisa
Revisão de Literatura
Elaboração e revisão de
questionário
Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.
X
X
X
X
X
X
X
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11
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
Aplicação de questionário
Tabulação dos dados
Análise de dados
Interpretação dos dados
Elaboração de relatório
Entrega do relatório
X
X
X
X
X
X
X
X
X
ORÇAMENTO
Nesse item do projeto, o pesquisador deve descrever os custos de execução
do seu projeto de pesquisa. Em trabalhos realizados por universitários, esse tópico é
dispensável.
Quanto mais detalhado for o orçamento, apontando custos com materiais,
transporte e deslocamento envolvidos, mais chances terá de aprovação no caso de
enviar o projeto para uma agência financiadora.
O orçamento consiste na descrição dos custos da pesquisa.
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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
TRABALHO DE AVALIAÇÃO – 1º BIMESTRE 2010/02 – PESO: 2,0
ALUNOS(AS):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
O trabalho deve seguir o roteiro a seguir:
Tema e delimitação do tema;
Introdução e Problematização;
Objetivos;
Objetivo Geral;
Objetivos Específicos;
Justificativa;
Revisão da Literatura;
Metodologia;
Cronograma;
Orçamento.
ANTEPROJETO DE PESQUISA
1 Tema e delimitação do tema
2 Introdução e Problematização (Pelo menos três parágrafos)
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3 Objetivos
3.1 Objetivo Geral
3.2 Objetivos Específicos
4 Justificativa (Pelo menos três parágrafos)
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5 Revisão da Literatura (Pelo menos três parágrafos)
6 Metodologia
Página 67 / 111
7 Cronograma
Atividade/período
8 Orçamento
Item
Quantidade / Valor unitário Valor total em R$
em R$
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Valor Total em R$:
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FACULDADE DOM ALBERTO
Métodos e Técnicas de Pesquisa
1
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
AULA 07
TRABALHOS TÉCNICOS E ACADÊMICOS
A realização de uma pesquisa gera resultados e estes são apresentados
em trabalhos técnicos e científicos, que podem ser escritos ou apresentados
oralmente em eventos. Existem muitos tipos de trabalhos científicos, cuja estrutura
varia de acordo com os objetivos, com a tipo da pesquisa, com o contexto, com o
leitor do texto.
São exemplos de trabalhos técnicos e científicos: artigos de periódicos,
paper, position papers, relatório, resumo, resenha, curriculum vitae, memorial
descritivo, eventos e comunicações científicas e seminário.
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FACULDADE DOM ALBERTO
Métodos e Técnicas de Pesquisa
2
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
TIPO DE TRABALHO
Curriculum Vitae
Memorial Descritivo
Resumo
Resenha informativa
ou bibliográfica
Resenha crítica
Relatório
OBJETIVO
PRINCIPAL
ESTRUTURA
Apresentar de forma Seções dos dados + informações
objetiva as principais objetivas
informações
pessoais,
de
formação
e
profissionais de alguém.
Apresentar de forma Capa + seções dos dados +
descritiva e analítica as informações detalhadas
principais
informações
pessoais, de formação e
profissionais de alguém.
Título
Sintetizar
as
idéias Autor
principais de uma obra Introdução
(livro, filme, etc)
Desenvolvimento
Conclusão
Título
Apresentar dados da Autor
publicação de uma obra Introdução
(livro,
filme,
etc), Desenvolvimento
sintetizando
a
idéia Conclusão
central.
Título
Sintetizar
as
idéias Autor
principais de uma obra Introdução
(livro,
filme,
etc), Desenvolvimento
apresentando
seus Conclusão
dados característicos e
apresentando
comentários
críticos,
juízo de valor sobre ela
para incentivar ou não a
a leitura.
Pré-textual
Relatar dados de uma
• Capa
atividade acadêmica ou
• Folha de rosto
técnica (como pesquisa,
• Resumo
visita técnica, viagem,
• Abstract
etc).
• Sumário
Textual
•
•
•
Introdução
Desenvolvimento
Considerações finais
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3
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Pós-textual
• Referências
Apresentar resultados de
uma pesquisa científica.
Artigos de Periódicos
Pré-textual
• Título
• Autor
• Resumo
• Palavras-chave
• Abstract
• Key-words
Textual
•
•
•
Introdução
Desenvolvimento
Considerações finais
Pós-textual
• Referências
Resumo
O resumo é um tipo de trabalho científico que apresenta a síntese de um
livro, de uma pesquisa, etc e que exige seleção de idéias e concisão. Na
perspectiva de Lakatos e Marconi,
O resumo é a apresentação concisa e freqüentemente seletiva do
texto, destacando-se os elementos de maior interesse e
importância, isto é, as principais idéias do autor da obra. A
finalidade do resumo consiste na difusão das informações
contidas em livros, artigos, teses, etc., permitindo a quem o ler
resolver sobre a conveniência ou não de consultar o texto
completo. (1992, p. 72-73)
A elaboração de um bom resumo pode ser facilitada se o estudante seguir
passos como os que seguem:
►Ler o texto a ser resumido do começo ao fim sem interrupções, buscando um
primeiro contato com o texto;
►Através de nova leitura, pesquisar as palavras, cujos significados são
desconhecidos. Para isso, ter sempre à mão um dicionário;
► Ler o texto novamente, destacar a idéia central e grifar tudo o que se prende a
ela no artigo. Prestar atenção no título, no resumo apresentado, no artigo e nas
conclusões do autor;
► Para chegar à idéia central do artigo, estabelecer tópicos do que considerar
fundamental para que a noção do todo (artigo, por exemplo) não se perca. Seguir
esta orientação:
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
4
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
a) Numerar os parágrafos do artigo;
b) Prestar especial atenção às chamadas salientes.
►Relacionar a idéia central do artigo com as partes grifadas e a orientação
contida no item anterior. Estabelecer uma seqüência dessas idéias;
►A partir da seqüência das idéias arroladas, elaborar um esquema, que
constituirá o esqueleto de seu resumo;
►Diante do esquema elaborado, desenvolver um rascunho;
►Aperfeiçoar o rascunho, buscando clareza, concisão e precisão gramática;
►Passar o rascunho a limpo. Com base nesse roteiro, o resultado será um
resumo bem estruturado.
O resumo consiste em um verdadeiro arquivo de informações a respeito
dos inúmeros assuntos presentes em uma infinidade de artigos lidos. Resumir um
texto representa sintetizá-lo. Devemos buscar sempre a essência do texto, do
pensamento. Analisando o pensamento, lendo e relendo o texto, é possível chegar
à síntese da mensagem nele contida.
EXEMPLO:
“Leonardo Boff inicia o artigo ‘A cultura da paz’ apontando o fato de que
vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violência. Diante disso,
o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não.
Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois
as próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais
reforçariam essa cultura da violência, tornando difícil sua superação.
Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas forças, Boff considera que, nesse
momento, é indispensável estabelecermos uma cultura de paz contra a violência, pois essa
estaria nos levando à extinção da vida humana no planeta. Segundo o autor,
seria possível construir essa cultura, pelo fato de que os seres humanos são providos de
componentes genéticos que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e
dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o
cuidado, definido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade, que
poderia levar à superação da violência.
A partir dessas constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as
potencialidades humanas para a paz, como projeto pessoal e coletivo.” (MACHADO,
Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo:
Parábola Editorial, 2004. p. 16)
Resenha
Comumente solicitada por professores em disciplinas de cursos de
graduação e pós-graduação, a resenha tem sido utilizada como meio de estimular
os estudantes à leitura e à capacidade de entendimento, síntese e crítica. Para
tanto, existem dois tipos de resenha, a resenha bibliográfica e a resenha crítica.
Uma resenha pode ser puramente informativa, limitando-se a expor o
conteúdo do texto resenhado com a maior objetividade possível, caracterizando-se
como bibliográfica, ou resumir idéias da obra, avaliar as informações nela contidas
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
5
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
e a forma como foram expostas e justificar a avaliação realizada, assumindo as
feições de uma resenha crítica.
O objetivo da resenha, para Lakatos e Marconi (1992), é informar o leitor de
forma sucinta, objetiva e clara sobre o assunto tratado no texto original.
Acrescentando-se, no caso de uma resenha crítica, a possibilidade de
comentários e opiniões, bem como de posicionamento a respeito do tema
discutido.
Quanto à estrutura, segue o mesmo formato de um resumo, ou seja, deve
possuir título, introdução, desenvolvimento e conclusão. Não deve ser extensa,
limitando-se, ao máximo, a cinco páginas.
Roteiro básico para elaborar uma resenha:
► Referências bibliográficas: identificar o autor, título, local, edição, editora, ano
► Credenciais do autor: informações gerais sobre sua formação, atividades,
experiências de quem fez o estudo, quando, por que, onde
► Conhecimento: resumo detalhado das idéias principais. Ênfase em: de que trata
a obra, o que ela destaca, se possui característica especial, como foi abordado o
assunto, se exige outros conhecimentos.
► Conclusão do autor: existe conclusão ou não? Onde está? Quais foram as
conclusões?
►Metodologia do autor: que métodos utilizou? Que técnicas utilizou? Entrevistas?
Questionário?
► Quadro de referência do autor: que teoria serve de apoio ao estudo
apresentado? Qual o modelo teórico apresentado?
► Crítica do resenhista: julgamento da obra. Apreciação. Qual a contribuição da
obra? As idéias são originais? Há aprofundamento do tema?
► Indicações do resenhista: a quem é dirigida a obra? Pode ser adotada em
alguma disciplina ou curso? Qual?
IMPORTANTE:
•
•
•
•
•
Redigir as idéias do autor na 3ª pessoa;
Evitar o uso de expressões como: o autor falou; o autor disse; na minha
opinião;
Utilizar o mínimo possível ás citações diretas ou formais;
Não apresentar: tabelas, figuras, referencias, formulas, equações etc;
Fazer uso das normas técnicas da ABNT.
Não esquecer de........
•
•
•
Demonstrar o tempo e o espaço da obra, uma vez que, toda teoria é uma
concepção da realidade social inserida pelo autor;
Interpretar as idéias do autor com suas próprias palavras e emitir opinião
sobre o texto:
Sempre argumentar suas opiniões mesmo sendo positiva ou negativa
quanto à proposta do autor;
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•
•
•
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Ter uma seqüência coerente de frases concisas;
Escrever em vários parágrafos;
Ser breve, mas não omitir as principais idéias do autor;
EXEMPLO:
O que é ser jovem
Hilário Franco Júnior
Há poucas semanas, gerou polêmica a decisão do Supremo Tribunal Federal que
inocentava um acusado de manter relações sexuais com uma menor de 12 anos. A
argumentação do magistrado, apoiada por parte da opinião pública, foi que "hoje em dia
não há menina de 12 anos, mas mulher de 12 anos".
Outra parcela da sociedade, por sua vez, considerou tal veredito como a aceitação de
"novidades imorais de nossa época". Alguns dias depois, as opiniões foram novamente
divididas diante da estatística publicada pela Organização Mundial do Trabalho, segundo a
qual 73 milhões de menores entre 10 e 14 anos de idade trabalham em todo o mundo. Para
alguns isso é uma violência, para outros um fato normal em certos quadros sócioeconômico-culturais.
Essas e outras discussões muito atuais sobre a população jovem só podem pretender
orientar comportamentos e transformar a legislação se contextualizadas, relativizadas.
Enfim, se historicizadas. E para isso a "História dos Jovens" - organizada por dois
importantes historiadores, o modernista italiano Giovanno Levi, da Universidade de
Veneza, e o medievalista francês Jean-Claude Schmitt, da École des Hautes Études em
Sciences Sociales - traz elementos interessantes.
Nos textos abaixo, indique se são resumos ou resenhas e por quê.
a)
Atwood se perde em panfleto feminista
Marilene Felinto
Da Equipe de Articulistas
Margaret Atwood, 56, é uma escritora canadense famosa por sua literatura de tom
feminista. No Brasil, é mais conhecida pelo romance "A mulher Comestível" (Ed.
Globo). Já publicou 25 livros entre poesia, prosa e não-ficção. "A Noiva Ladra" é seu
oitavo romance.
O livro começa com uma página inteira de agradecimentos, procedimento normal em
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teses acadêmicas, mas não em romances. Lembra também aqueles discursos que autores
de cinema fazem depois de receber o Oscar. A escritora agradece desde aos livros sobre
guerra, que consultou para construir o "pano de fundo" de seu texto, até a uma parente,
Lenore Atwood, de quem tomou emprestada a (original? significativa?) expressão
"meleca cerebral".
Feitos os agradecimentos e dadas as instruções, começam as quase 500 páginas que
poderiam, sem qualquer problema, ser reduzidas a 150. Pouparia precioso tempo ao
leitor bocejante.
É a história de três amigas, Tony, Roz e Charis, cinqüentonas que vivem infernizadas
pela presença (em "flashback") de outra amiga, Zenia, a noiva ladra, inescrupulosa
"femme fatale" que vive roubando os homens das outras.
Vilã meio inverossímel - ao contrário das demais personagens, construídas com certa
solidez -, a antogonista Zenia não se sustenta, sua maldade não convence, sua história
não emociona. A narrativa desmorona, portanto, a partir desse defeito central. Zenia
funcionaria como superego das outras, imagem do que elas gostariam de ser, mas não
conseguiram, reflexo de seus questionamentos internos - eis a leitura mais profunda que
se pode fazer desse romance nada surpreendente e muito óbvio no seu propósito.
Segundo a própria Atwood, o propósito era construir, com Zenia, uma personagem
mulher "fora-da-lei", porque "há poucas personagens mulheres fora-da-lei". As
intervenções do discurso feminista são claras, panfletárias, disfarçadas de ironia e humor
capengas. A personagem Tony, por exemplo, tem nome de homem (é apelido para
Antônia) e é professora de história, especialista em guerras e obcecada por elas, assunto
de homens: "Historiadores homens acham que ela está invadindo o território deles, e
deveria deixar as lanças, flechas, catapultas, fuzis, aviões e bombas em paz".
Outras alusões feministas parecem colocadas ali para provocar riso, mas soam apenas
ingênuas: "Há só uma coisa que eu gostaria que você lembrasse. Sabe essa química que
afeta as mulheres quando estão com TPM? Bem, os homens têm essa química o tempo
todo". Ou então, a mensagem rabiscada na parede do banheiro: "Herstory Not History",
trocadilho que indicaria o machismo explícito na palavra "História", porque em inglês a
palavra pode ser desmembrada em duas outras, "his" (dele) e story (estória). A sugestão
contida no trocadilho é a de que se altere o "his" para "her" (dela).
As histórias individuais de cada personagem são o costumeiro amontoado de fatos
cotidianos, almoços, jantares, trabalho, casamento e muita "reflexão feminina" sobre a
infância, o amor, etc. Tudo isso narrado da forma mais achatada possível, sem maiores
sobressaltos, a não ser talvez na descrição do interesse da personagem Tony pelas
guerras.
Mesmo aí, prevalecem as artificiais inserções de fundo histórico, sem pé nem cabeça,
no meio do texto ficcional, efeito da pesquisa que a escritora - em tom cerimonioso na
página de agradecimentos - se orgulha de ter realizado.
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b) Um
gramático contra a gramática
Gilberto Scarton
Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino
(L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de
idéias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por
combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula.
Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate,
intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a
maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de
língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria
gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever
certo, o esquecimento a que se relega a prática lingüística, a postura prescritiva,
purista
e
alienada
tão
comum
nas
"aulas
de
português".
O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito
lúcido e de larga formação lingüística e professor de longa experiência leva o leitor
a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática
artificial; gramática tradicional e lingüística; o relativismo e o absolutismo
gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos lingüistas, dos
professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante.
Essa fundamentação lingüística de que lança mão - traduzida de forma simples
com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a
tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não
é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de
tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processos espontâneo,
automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco,
dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo
do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra,
para
desenvolver
seu
espírito
crítico
e
para
falar
por
si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original
quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem
em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma
obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que
os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um
autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.
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2. Considere os fragmentos a seguir, retirados do texto “Opinião de
mulheres sobre a legalização do aborto em município de porte médio no Sul
do Brasil”, publicado na Rev. Saúde Pública, v. 31, n. 6, São Paulo, dez. 1997.
Relacione os trechos às partes de um relatório de pesquisa:
(1) Introdução
(2) Metodologia
(3) Resultados
(4) Discussão
( ) A população-alvo foi constituída por mulheres em idade fértil (15 a 49
anos), residentes nas áreas urbanas e rural do município. Considerando um
nível de confiança de 95% e uma precisão de 5%, o estudo deveria cobrir, pelo
menos, 1.250 mulheres.
( ) Visando a contribuir para um melhor entendimento deste assunto, realizouse um estudo de base populacional no extremo Sul do Brasil. O objetivo da
presente pesquisa, entre outros, foi conhecer a opinião das mulheres em idade
fértil sobre a legalização do aborto e medir a influência de algumas variáveis na
tomada desta decisão.
( ) Cerca de 90% dos dados foram coletados nos meses de janeiro e de
fevereiro de 1995; o restante foi completado nos meses de março e abril,
quando do retorno de algumas famílias do período de férias.
( ) Verificou-se, que cerca de 20% de todas as mulheres já haviam tido pelo
menos um aborto, um terço dos quais provocado. O misoprostol (CitotecR)
sozinho foi responsável por um quarto destes abortos; as sondas vieram em
segundo lugar com 20% junto com o uso de chás associados ao misoprostol,
também com 20%. A curetagem apareceu em 13% dos casos e os demais
resultaram da combinação desses métodos.
( ) A codificação dos questionários foi realizada pelo próprio entrevistador ao
final de cada dia de trabalho; os questionários foram duplamente digitados
através do software Epi Info e, posteriormente, transcritos para o pacote
estatístico, onde foram analisados.
( ) Em virtude de o aborto ser um tema cercado de preconceitos e tabus, a
abordagem através de questionários personalizados leva, inegavelmente, a
subestimação de dados. No presente estudo, apesar de se ter tomado o
cuidado de entrevistar as mulheres na ausência de outras pessoas e de
garantir que as informações prestadas seriam sigilosas, há de se esperar que
isto tenha ocorrido. Algumas mulheres devem ter deixado de mencionar a
ocorrência de abortos prévios, principalmente se provocados, e de se
mostrarem contrárias à legalização do aborto porque a legislação não permite
e a igreja condena. Há que se levar em conta essas limitações ao interpretar
estes dados.
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( ) Ao se estudar a legalização do aborto conforme a idade, verificou-se que o
percentual de mulheres favoráveis aumenta substancialmente com o avançar
da idade. Entre as adolescentes, este percentual é pouco inferior a 20%; aos
30 anos este valor chega a 35%, estabilizando-se a partir desta idade.
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1
AULA 08
CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
No desenvolvimento de uma pesquisa, o autor recorre a livros, artigos, sites
da Internet a fim de colher informações úteis para seu estudo. Muitas informações
selecionadas são utilizadas como aporte teórico, como referência fundamental para
o desenvolvimento da pesquisa. Para que essas informações sejam utilizadas no
trabalho de forma adequada, muitas vezes o pesquisador faz citações bibliográficas
de textos de outros autores.
A citação é a menção no texto de uma
informação colhida em outra fonte.
O objetivo do uso de citações bibliográficas em um trabalho de pesquisa é
dar maior clareza e autoridade ao texto, relacionando as idéias expostas com idéias
defendidas em outros trabalhos por outros autores.
É obrigatório indicar os dados completos das fontes de onde foram extraídas as
citações, seja em nota de rodapé ou em lista no fim do texto. Nunca fazer uma
citação de uma obra sem referenciá-la. As fontes devem ser indicadas ou pelo
sistema autor-data ou pelo sistema numérico.
As citações são elementos retirados de documentos pesquisados, e podem
ser de três tipos: citação direta, citação indireta e citação de citação.
1)
Citação direta: é a transcrição ou cópia literal de parte de algum texto
consultado; pode ser apenas uma linha ou um trecho maior. Feita a citação (sempre
marcada entre aspas), é necessário indicar a fonte de onde foi tirada, através de
duas formas: ou pelo sistema numérico ou pelo sistema autor-data.
Conforme a NBR 10520 (2002, p. 4), o sistema número consiste na indicação
da fonte “por meio de uma numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos,
remetendo à lista de referências ao final do trabalho (...) na mesma ordem em que
aparecem no texto.” A mesma norma esclarece que o sistema numérico não deve
ser utilizado quando há notas de rodapé. Como dificilmente há trabalhos sem notas
de rodapé, o que se recomenda é a adoção do sistema autor-data, que é mais
simples.
O sistema autor-data indica o autor (apenas o sobrenome em maiúscula), o
ano de publicação do documento e o número da página de onde a citação foi
retirada (se houver). Exemplo:
A formação universitária exige, cada vez mais, organização de estudos e
experiência em pesquisa, e, nesse sentido, “o estudante dar-se-á conta de que se
encontra diante de exigências específicas para a continuidade de sua vida de
estudos” (SEVERINO, 2002, p. 23).
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2
A NBR 10520 (2002, p.2) também pontua que, se na fonte consultada houver
volume (s), tomos(s) ou seção (ões), estes devem ser apresentados após a data,
separados por vírgula e precedidos pelo designativo de forma abreviada. Exemplo:
(BOCAYUVA; VEIGA, 1992, v. 1, p. 68-88).
O uso das citações deve ser padronizado. Por
isso qualquer que seja o sistema adotado, devese segui-lo rigorosamente em todo o trabalho.
As citações diretas podem ser breves ou longas. É preciso observar cada
uma delas, pois há normas específicas sobre o modo como devem ser apresentadas
no texto.
•
Citação direta breve:
_ transcrição textual de até três linhas;
_ integrada ao texto e entre aspas;
_ sem alteração do tamanho da fonte (no caso, Times, 12);
_ espaçamento igual ao do parágrafo (1,5 cm);
_ depois da citação, apresentação da referência (autor, data, página) da respectiva
citação:
Exemplos:
Nas palavras do autor, “um dos aspectos fundamentais que leva Apel a
propor uma transformação da ética de Kant é a deficiência de fundamentação
presente nela.” (CENCI, 1999, p. 117).
Conforme Cenci, “um dos aspectos fundamentais que leva Apel a propor uma
transformação da ética de Kant é a deficiência de fundamentação presente nela.”
(1999, p. 117).
De acordo com Cenci, “um dos aspectos fundamentais que leva Apel a propor
uma transformação da ética de Kant é a deficiência de fundamentação presente
nela.” (1999, p. 117).
•
Citação direta longa:
_ com mais de três linhas;
_ destacada com recuo de 4cm da margem esquerda (citação em bloco);
_ letra menor (no caso, Times ou Arial, 10);
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3
_ citação redigida com espaçamento simples;
_ sem aspas;
_ separada do texto que a precede e a sucede por dois espaçamentos 1,5;
_ depois da citação, apresentação da referência (autor, data, página).
Exemplo:
Na visão do pesquisador,
Em nossos meios acadêmicos atuais, nem sempre se distingue bem
o significado específico de cada tipo de evento e, na linguagem
comum, os termos são muitas vezes tomados uns pelos outros. No
entanto, pode-se identificar algumas características peculiares que
deram origem à designação, as quais, embora possam ter se perdido,
indicam a idéia geratriz do evento. (SEVERINO, 2002, p. 177)
A observação do autor é importante para mostrar que a nomenclatura é
relativa e depende, em geral, da comissão organizadora de cada evento.
IIM
MP
PO
OR
RTTA
AN
NTTE
E!! Deve-se evitar que a citação destacada (em bloco) fique dividida
parte numa página e parte noutra.
2)
Citação indireta: consiste na transcrição livre do texto do autor consultado;
nesse caso, faz-se uma paráfrase (reconstrução das idéias do autor). Ou seja, a
citação indireta é a reprodução das idéias de um autor ou autores com palavras
próprias do autor do trabalho. Deve-se indicar o nome do autor e a data de
publicação do material parafraseado para que o leitor saiba de onde foi retirada a
idéia apresentada. A indicação da página é opcional, mas sempre que possível
deve-se indicar o número da página da referência.
Há diversas formas de elaborar a reconstrução de uma idéia de outro texto e
outro autor. Exemplos:
Marcondes (1979, p. 29) afirma que...
Segundo Cardoso (2004), o conto de fadas atual apresenta características
que o distancia dos protótipos de gênero produzidos nos séculos passados.
Nas palavras de Bakhtin (1988), o dialogismo consiste na incorporação do
discurso alheio ao próprio discurso de forma que .....
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4
Em livro recente, a autora defende a tese de que o Estado Novo conferiu ao
poder municipal um valor muito maior do que qualquer outra fase da história
brasileira. (COLUSSI, 1996, p. 97).
Conforme Bosi (1997), .....
Na opinião de Silva et al. 1982, p. 47), o ser humano....
3)
Citação de citação: consiste na “Citação direta ou indireta de um texto em
que não se teve acesso ao original.” (NBR 10520, 2002, p. 1).
EM SÍNTESE... É a citação direta ou indireta de um texto em que não se teve
acesso ao original, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em
outro trabalho.
Deve-se evitar citação de citação quando for possível o acesso ao texto
original. Quando isso não for possível e quando a citação feita por outro autor for
relevante, a citação é feita como se fosse uma citação direta (longa ou breve) ou
indireta, conforme o caso. Na referência, deve-se indicar o autor e a data de onde
tal citação foi extraída. Para isso, usa-se a expressão apud, que significa citado por.
Exemplos:
O discurso “é uma máquina de produzir sentidos” (POSSENTI apud BUNZEL,
2002, p. 57).
Uma das grandes vantagens da proposta ética de Habermas consiste no
fato de que a validade de uma norma não é estabelecida por meio de um
procedimento monológico, mas por meio de um procedimento dialógico de formação
imparcial do juízo em meio a um discurso prático. Nesse sentido,
ao invés de prescrever a todos os demais como válida uma máxima que eu
quero que seja uma lei universal, tenho que apresentar minha máxima a
todos os demais para o exame discursivo de sua pretensão de
universalidade. O peso desloca daquilo que cada indivíduo pode querer
sem contradição como lei universal para aquilo que todos querem de
comum acordo reconhecer como norma universal. (MCCARTHY apud
HABERMAS, 1989, p. 88).
Independentemente da maneira como se utiliza uma informação, sempre se deve indicar a
fonte para não cometer plágio. Este consiste em reproduzir apenas partes de um texto, sem
citar sua fonte. A Lei de Direitos Autorais 9.610/98 estabelece que reproduzir
integralmente um texto, mesmo indicando a fonte, mas sem a autorização do autor, pode
constituir crime de violação de direitos autorais.
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5
IMPORTANTE!
ASPECTOS
EXEMPLOS
Um autor - citar o
sobrenome e o ano.
De acordo com Polke (1972), é função do pesquisador conhecer o que
os outros realizaram anteriormente, a fim de evitar duplicações,
redescobertas ou acusações de plágio.
Dois a três autores - citar
os respectivos sobrenomes
separados por ponto e
vírgula ‘;’ e data da obra.
“Documento é toda base de conhecimento fixado materialmente e
suscetível de ser atualizado para consulta, estudo ou prova.” (CERVO;
BERVIAN, 1978, p. 52).
Mais de três autores - citar Quanto ao uso de maiúsculas ao longo do texto, segundo Bastos et al.
o sobrenome do primeiro
(1979) é recomendável a adoção das normas provenientes da
autor seguido pela
Academia Brasileira de Letras.
expressão ‘et al.’
Sem autoria conhecida citar o título e o ano.
Conforme análise feita em Conservacionistas... (1980) os ecologistas
nacionais estão empenhados no tombamento da referida montanha.
No diagnóstico das neoplasias utilizou-se a classificação histológica
internacional de tumores dos animais domésticos, segundo o Bulletin...
(1974).
Entidade coletiva - citar o “O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as
conclusões do trabalho.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
nome da instituição e ano.
Nas citações subsequentes, TÉCNICAS, 1978, p. 46).
usar apenas a sigla.
Um autor e mais de uma
obra - citar o sobrenome e
os vários anos de
publicação, em ordem
cronológica.
“A hierarquia de dominância e necessidade dos sexos alelos do loco
p(pigmentação) é diferente nos dois sexos.” (HALKKA et al., 1973,
1975a, 1975b).
Quando o ano também for o
mesmo, acrescentar letras
minúsculas ao ano, tanto no
texto, quanto nas
referências.
Citações e referências são conceitos distintos, pois se referem respectivamente à
reprodução de informações extraídas de uma fonte (bibliográfica ou não) e à
listagem de obras utilizadas como fonte de informações citadas no texto científico.
Veja os exemplos:
Exemplo de citação:
Conforme Freeman (1999), na maior parte de nossas vidas, fazemos parte de
uma organização: uma faculdade, uma equipe de esporte, um grupo de música ou
de teatro, uma organização religiosa ou uma empresa.
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Exemplo de referência:
FREEMAN, Edward. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
EXERCÍCIOS
1. Em relação às normas de apresentação das citações diretas, todas as
assertivas a seguir estão corretas, exceto em:
a) As citações diretas constituem transcrições literais de parte de um texto
consultado.
b) O uso de citações diretas deve ser padronizado, seguindo rigorosamente o
sistema adotado.
c) De acordo com a ABNT, citações diretas podem ser em bloco quando a parte
transcrita de um livro, por exemplo, ultrapassar sete linhas.
d) Nas citações diretas, a referência da fonte da informação transcrita deve ser
apresentada pelo sistema autor-data ou pelo sistema numérico, sendo que
este não deve ser utilizado quando o trabalho apresentar notas de rodapé.
e) As citações diretas podem ser breves e longas, e há normas específicas da
ABNT para a apresentação de cada uma delas.
2. Considere o seguinte exemplo de citação direta longa:
Ao abordar o surgimento e desenvolvimento da Psicologia, Molina (1997),
destaca que na Antigüidade, aparecem as primeiras tentativas de sistematização da
Psicologia, concebida pelos gregos como estudo da alma. Conforme o pesquisador,
“As formulações dos filósofos Platão e Aristóteles são as mais representativas
do período, pois assinalam os primeiros tratados em Psicologia através de duas
teorias: a platônica, que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do
corpo, e a aristotélica, que afirmava a mortalidade da alma e sua relação de
pertencimento ao corpo”. (1997, pág. 147).
O autor também salienta que, na Idade Média, pelo fato deste período
caracterizar-se pelo aparecimento e desenvolvimento do cristianismo, a Psicologia
relaciona-se ao conhecimento religioso, já que a Igreja Católica, além de ter poder
econômico e político, monopolizava o saber e o estudo do psiquismo
Analise a apresentação da citação direta longa, verificando se segue
corretamente as normas da ABNT. Explique.
3. Relacione as colunas:
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(1) Citação direta
(2) Citação indireta
( ) Tem como característica a reprodução literal de fragmento de um texto.
( ) Tem o mérito de reunir uma síntese ou uma paráfrase de principais pontos levantados
por um autor ou texto.
( ) Não apresenta limite de extensão.
( ) Se usada repetidamente, acarreta prejuízo na qualidade do trabalho acadêmico.
( ) Pode ser organizada de diferentes modos que dependem da extensão do fragmento
citado.
A seqüência correta de cima para baixo é:
a) 1 – 2 – 1 – 1 – 1
b) 1 – 1 – 2 – 2 – 1
c) 1 – 2 – 2 – 2 – 1
d) 1 – 2 – 2 – 1 – 2
e) 1 – 2 – 2 – 1 - 1
4. Classifique s tipos de citação:
Exemplo 1:
O primeiro autor a abordar este tema foi Aguilar (1967), num estudo sobre as formas pelas
Quais os gestores obtêm informação relevante sobre os eventos que acontecem no ambiente
geral (externo) da empresa.
Exemplo 2:
De fato, e conforme Costa (1997, p. 3) argumenta, "(…) à medida que as empresas crescem
em tamanho e complexidade, as suas necessidades de planejamento estratégico formal
aumentam."
Exemplo 3:
A investigação levada a cabo até hoje nesta área demonstra que a importância, que a análise
estratégica externa tem para as empresas, pode ser inferida pela forma como as atividades de
análise são integradas no processo de planejamento estratégico (COSTA, 1997, p. 3).
Exemplo 4:
O conhecimento destes eventos permite aos gestores a identificação das principais tendências
na sua área de negócios, podendo orientar as ações das suas empresas de forma consonante.
Com base nos resultados deste estudo, Aguilar (1967, p.VII) definiu análise estratégica
externa como: A recolha e análise de informação sobre eventos no ambiente empresarial
externo, cujo conhecimento assistirá os gestores na sua tarefa de programar e conduzir o
futuro da empresa.
Exemplo 5:
Segundo Costa et al. (1997), para que se possam tomar decisões estratégicas informadas, é
necessário que os gestores estejam bem documentados sobre o seu ambiente de negócios.
Exemplo 6:
A teoria da Gestalt tem nesta perspectiva sua orientação teórica, entrando-se nos conceitos de
estrutura e totalidade. “Ela consiste em explicar cada invenção da inteligência por uma estruturação
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renovada e endógena do campo da percepção ou do sistema de conceitos e relações.”
(PIAGET, 1976 apud MOLL,1996, p. 80).
5. De acordo com a NBR 10520 (2002), corrija os erros das citações (se
houver).
a) A história da literatura tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no início do
século XVIII, quando a criança passa a ser diferente do adulto, com necessidades e
características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma
educação especial que a preparasse para a vida adulta. (Cunha, 1997, p. 22).
b) S e g u n d o F e r n a n d e s ( 2 0 0 4 ) , “Responsabilidade Social trata-se de um processo
dinâmico que se reflete no nosso meio social, no qual se cruzam diversos fatores de ordem econômica,
política e cultural [...]”
6.Leia o fragmento do artigo a seguir e faça um resumo das idéias centrais,
utilizando as normas de citações:
A Importância do Estágio Supervisionado
para a Formação do Administrador – O Caso UNIME
Denise Ribeiro de Almeida
Letícia Lagemann
Sílvio Vanderlei Araújo Souza
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a importância do estágio supervisionado
para a formação do Administrador, procurando identificar as características das organizações e perfis
sócio-econômicos que poderiam propiciar maior aproveitamento da prática do estágio.
Justifica-se a iniciativa deste trabalho pela investigação sobre a importância do estágio para a
formação de competências, pela possibilidade de inserção do estagiário no mercado de trabalho, pelo
contato com uma cultura organizacional, pelo desenvolvimento da ética profissional, pela inserção em
ambiente de colaboração, pela troca de experiência com outros profissionais, pelo estímulo à reflexão
crítica, pela ampliação de perspectivas profissionais, entre outros. Como o estágio é uma prática
obrigatória nos currículos de Administração, a percepção de sua efetividade torna-se importante na
discussão sobre sua essencialidade e reais contribuições para a carreira do administrador.
A especificidade do estágio em propiciar um contato próximo e concreto da realidade do
administrador, se apresenta como uma ferramenta eficaz no aprendizado uma vez que estabelece o
aproveitamento de experiências, promovendo a aquisição de conhecimento aplicado. Este fato
decorre da constatação de que administradores não devem ser formados exclusivamente em sala de
aula. A sala de aula garante o contato inicial com capacidades, conhecimento e aquisição de bases
científicas. Isso parece ser insuficiente, uma vez que administrar envolve em grande parte a
conjugação de ciência e técnicas aplicadas às organizações. Além disso, fica dificultada a própria
educação gerencial, pois a prática é fundamental ao desenvolvimento dessa capacidade
(MINSTZBERG E GOSLING, 2003). Dessa forma, tem-se o entendimento de que o aprendizado se
dá em decorrência do contato entre conceitos e experiência, cuja associação cria oportunidades para
reflexões que em última instância fomentam o desenvolvimento do estagiário.
Outra característica importante que contribui com o desenvolvimento do estagiário é a quebra do
paradigma do isolamento de especialidades (MOTTA, 1983 apud NICOLINI, 2003). Uma vez imerso
na atividade de estágio, o estudante de administração tem a oportunidade de adentrar em diversas
áreas de conhecimento de forma interdisciplinar. Esta interdisciplinaridade provoca a reunião e
cruzamento de conceitos vistos, muitas vezes, de forma isolada em ambiente de sala de aula, além
de tornar o aprendizado mais fácil e com maior aproveitamento.
Não menos importante, é a formação de uma ética administrativa que norteia a construção de um
conjunto de valores que guiam o profissional na execução de suas atividades (CFE, 1993 apud
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NICOLINI, 2003). A formação da ética do administrador é, portanto, um produto que se inicia em sala
de aula e tem consolidação na prática da organização.
O contato com a prática das organizações permite, portanto, a percepção do estagiário na sua futura
realidade profissional, providenciando-lhe um contato prévio com aquilo com que se espera que
interaja e modifique para o bem das organizações.
Dessa forma, analisadas as implicações apresentadas até aqui, percebe-se que o conhecimento
sobre a prática do estágio supervisionado se faz essencial para o entendimento dos desafios
inerentes à formação de administradores. Além disso, no decorrer do desenvolvimento desta
pesquisa percebeu-se uma lacuna substancial que evidencia a carência e a escassez de estudos
acerca do tema no Brasil. O que se mostra como um desafio adicional pela perspectiva de
contribuição sobre o entendimento das necessidades e requisitos da prática de estágio.
Afinal, a análise do conteúdo exploratório referenciado permite esboçar a questão central deste
trabalho: O Estágio Supervisionado contribui para o desenvolvimento das habilidades e competências
inerentes ao administrador?
A resposta a essa questão atende ao objetivo geral da pesquisa que corresponde ao conhecimento
das contribuições do Estágio Supervisionado para a formação do administrador, sob a perspectiva do
desenvolvimento das habilidades e competências conforme estabelecidas pelo CNE/CSE (2005).
Esse objetivo se desdobra nos seguintes objetivos específicos: explicitar os aspectos legais
relacionados ao Estágio Supervisionado; caracterizar a atuação efetiva do estagiário nas
organizações; verificar a contribuição das atividades de estágio para o desenvolvimento do estagiário
e, determinar a interferência dos aspectos sócio-econômicos relativos à efetividade dos resultados
obtidos na realização do Estágio Supervisionado. Essa abordagem é decisiva para se alcançar uma
compreensão adequada dos desafios inerentes à prática do Estágio Supervisionado como atividade
de desenvolvimento de competências.
Logo, o desenvolvimento deste artigo se deu a partir da revisão dos principais aspectos teóricos
relativos à legislação do exercício da profissão do administrador e dos aspectos que pautam o ensino
superior na área, sendo ainda apresentadas algumas das principais características sócio-econômicas
do estudante deste nível educacional, bem como um breve perfil das organizações no Estado da
Bahia. Na seqüência faz-se a revisão dos principais conceitos relativos ao Estágio Supervisionado
nos cursos de Administração. A seguir, apresenta-se a metodologia utilizada e as análises dos
resultados da pesquisa de campo. Por fim, são trazidas as conclusões e sugestões provenientes do
estudo.
2. A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Esta seção tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura referente à formação do
administrador e a sua implicação para a prática do Estágio Supervisionado, buscando os pontos mais
importantes para a realização do presente trabalho.
A profissão do administrador foi regulamentada no Brasil pela Lei nº 4.769 (BRASIL, 1965). Até este
momento, embora já existissem cursos de Administração sendo ofertados no País, profissionais de
todas as áreas de conhecimento podiam atuar na gestão das organizações de qualquer natureza e
porte.
A lei nº 4.769 (BRASIL, 1965), em vigor ainda hoje, em seu artigo 2º, alínea b, define os campos de
trabalho do bacharel em Administração:
Art 2º A atividade profissional de Administrador será exercida, como profissão liberal ou não,
mediante:
[...]
b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos
trabalhos nos campos da Administração, como administração e seleção de pessoal, organização e
métodos, orçamentos, administração de material, administração financeira, administração
mercadológica, administração da produção, relações industriais bem como outros campos em que
esses se desdobrem ou aos quais sejam conexos.
Fica evidenciada, neste artigo, a preocupação com a regulamentação do escopo de atuação
profissional do bacharel em Administração. Esperava-se com esta medida garantir que o exercício
das atividades de gestão fosse exclusivo dos egressos de cursos superiores que possuíssem esta
formação específica. A fim de garantir o cumprimento destas, e de outras determinações contidas na
lei, tornou-se necessária à criação de órgãos de classe que tivessem este objetivo, com isso, em
seus parágrafos 6º, 7º e 8º, a Lei 4.769 institui e define as funções do Conselho Federal de
Administração (CFA) e os Conselhos Regionais de Administração (CRA´s).
O papel destes órgãos se modificou, ao longo do tempo, com a incorporação de novas e crescentes
responsabilidades. O aumento da oferta de cursos de graduação em Administração no País, que de
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acordo com o INEP (2004) representou 14,9 % das matrículas totais do ensino superior brasileiro no
ano de 2004 – sendo concentradas na oferta na área privada – fez com que o CFA tivesse um papel
fundamental junto ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) no que se refere às discussões a
respeito das chamadas Diretrizes Curriculares para estes cursos.
Ampliou-se assim o foco de atuação do Conselho que, em consonância com as novas tendências
educacionais existentes no País, passou a objetivar não somente a garantia das áreas de atuação do
bacharel, como definido na lei original, como também, assumiu a responsabilidade de opinar na
definição de conteúdos, habilidades e competências necessárias para o exercício da profissão,
levando em conta as áreas de conhecimento específicas descritas anteriormente.
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AULA 09
Citações e referências são conceitos distintos, pois se referem respectivamente à
reprodução de informações extraídas de uma fonte (bibliográfica ou não) e à
listagem de obras utilizadas como fonte de informações citadas no texto científico.
Veja os exemplos:
Exemplo de citação:
Conforme Freeman (1999), na maior parte de nossas vidas, fazemos parte de
uma organização: uma faculdade, uma equipe de esporte, um grupo de música ou
de teatro, uma organização religiosa ou uma empresa.
Exemplo de referência:
FREEMAN, Edward. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
REFERÊNCIAS
1. REFERÊNCIA é conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um
documento, que permite a sua identificação individual. (NBR 6023, 2002, p. 2).
"Constitui uma lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto.
Não devem ser referenciados documentos que não citados no texto. Caso haja
conveniência de referenciar material bibliográfico não citado, deve-se fazer uma
lista própria após a lista de referências sob o título: Bibliografia recomendada."
(NBR 10719, 1989, p. 13).
2 ORDENAÇÃO DAS REFERÊNCIAS
2.1 As referências podem ter uma ordenação alfabética, cronológica e sistemática
(por assunto). Entretanto neste manual, sugerimos a adoção da ordenação
alfabética ascendente.
2.2 Autor repetido: Quando se referenciam várias obras do mesmo autor, substituise o nome do autor das referências subseqüentes por um traço equivalente a seis
espaços.
2.3 Localização: As referências bibliográficas podem vir:
• Em listas após o texto, antecedendo os anexos;
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•
•
•
No rodapé;
No fim do capítulo;
Antecedendo resumos, resenhas e recensões,
independentes do texto. (NBR 6028, 2003).
quando
publicadas
Exemplo:
GIL, Antonio Carlos, Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São
Paulo: Atlas, 2001.
KOTLER, Philip, Administração de marketing: a edição do novo milênio. São
Paulo: Prentice Hall, 2000.
KWASNICKA, Eunice Laçava. Introdução à administração. 4. ed. São Paulo: Atlas,
1990.
ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo:
Saraiva, 2000.
______. Comportamento organizacional. São Paulo: Saraiva, 2002.
3. ASPECTOS GRÁFICOS
3.1 Espaçamento: as referências devem ser digitadas, usando espaço simples
entre as linhas e espaço duplo para separá-las.
3.2 Margem: As referências são alinhadas somente à margem esquerda.
4.3 Pontuação:
• Usa-se ponto após o nome do autor/autores, após o título, edição e no final
da referência;
• Os dois pontos são usados antes do subtítulo, antes da editora e depois do
termo In:;
• A virgula é usada após o sobrenome dos autores, após a editora, entre o
volume e o número, páginas da revista e após o título da revista;
• O Ponto e vírgula seguido de espaço é usado para separar os autores;
• O hífen é utilizado entre páginas (ex: 10-15) e, entre datas de fascículos
seqüenciais (ex: 1998-1999);
• A barra transversal é usada entre números e datas de fascículos não
seqüenciais (ex: 7/9, 1979/1981);
• O colchetes é usado para indicar os elementos de referência, que não
aparecem na obra referenciada, porém são conhecidos (ex: [1991]);
• O parêntese é usado para indicar série, grau (nas monografias de conclusão
de curso e especialização, teses e dissertações) e para o título que
caracteriza a função e/ou responsabilidade, de forma abreviada. (Coord.,
Org., Comp.). Ex: BOSI, Alfredo (Org.)
• As Reticências são usadas para indicar supressão de títulos. Ex: Anais...
3.4 Maiúsculas: usa-se maiúsculas ou caixa alta para:
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•
•
•
•
•
Sobrenome do autor;
Primeira palavra do título quando esta inicia a referência ( ex.: O MARUJO);
Entidades coletivas (na entrada direta);
Nomes geográficos (quando anteceder um órgão governamental da
administração: Ex: BRASIL. Ministério da Educação);
Títulos de eventos (congressos, seminários, etc.).
3.5 Grifo: usa-se grifo, itálico ou negrito para:
• Título das obras que não iniciam a referência;
• Título dos periódicos;
• Nomes científicos, conforme norma própria.
4 AUTORIA
4.1 Autor Pessoal
"Indicar o sobrenome, em caixa alta, seguido do prenome, abreviado ou não desde
que haja padronização neste procedimento, separados entre si por ponto e
vírgula seguidos de espaço" (NBR 6023)
4.1.1 Um Autor
SCHÜTZ, Edgar. Reengenharia mental: reeducação de hábitos e programação de
metas. Florianópolis: Insular, 1997. 104 p.
4.1.2 Dois Autores
SÓDERSTEN, Bo; GEOFREY, Reed. International economics. 3. ed. London:
MacMillan, 1994. 714 p.
4.1.3 Três Autores
NORTON, Peter; AITKEN, Peter; WILTON, Richard. Peter Norton: a bíblia do
programador. Tradução de Geraldo Costa Filho. Rio de Janeiro: Campos, 1994. 640
p.
4.1.4 Mais de três Autores
BRITO, Edson Vianna, et al. Imposto de renda das pessoas físicas: livro prático
de consulta diária. 6. ed. atual. São Paulo: Frase Editora, 1996. 288 p.
Nota: Quando houver mais de três autores, indicar apenas o primeiro,
acrescentando-se a expressão et al. Em casos específicos tais como projetos de
pesquisa científica nos quais a menção dos nomes for indispensável para certificar
autoria, é facultado indicar todos os nomes.
4.1.5 Autor Desconhecido
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Nota: Em caso de autoria desconhecida a entrada é feita pelo título. O termo
anônimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor desconhecido.
PROCURA-SE um amigo. In: SILVA, Lenilson Naveira e. Gerência da vida:
reflexões filosóficas. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990. 247. p. 212-213.
4.2 Organizadores, compiladores, editores, adaptadores etc.
Nota: Quando a responsabilidade intelectual de uma obra for atribuída a um
organizador, editor, coordenador etc., a entrada da obra é feita pelo sobrenome,
seguido das abreviaturas correspondentes entre parênteses. Quando houver mais
de um organizador ou compilador, deve-se adotar as mesmas regras para autoria
(ítens: 5.1 a 5.5)
BOSI, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. 3. ed. São Paulo: Cultrix,
1978. 293 p.
EXERCÍCIOS
1. Faça a referência das obras a seguir conforme as normas da ABNT.
a) Livro: Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
Autor: Paulo Freire
Imprenta: São Paulo - Paz e Terra – 1998
b) Livro: Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito.
Autores: Ari Paulo Jantsch e Lucídio Bianchetti
Imprenta: Petrópolis – Vozes - 1995.
c) Livro: A prática reflexiva no ofício do professor.
Autor: Philippe Perrenoud
Imprenta: Porto Alegre – Artmed – 2002
d) Livro: Escola: Espaço do projeto político-pedagógico
Organizador: Ilma Passos Alencastro Veiga
Imprenta: Campinas – Papirus - 1998.
e) Livro: Introdução à administração: da competitividade à sustentabilidade
Organizadores: Reinaldo Dias; Tércia Zavaglia; Maurício Cassar
Imprenta: São Paulo - Alínea - 2003
f) Livro: Administração estratégica de serviços: operações para a satisfação do
cliente
Organizadores: Irineu Gianesi e Henrique Luiz Corrêa
Imprenta: São Paulo - Atlas – 1994
2. Em relação às referências bibliográficas, não é correto afirmar:
a) Devem ser digitadas em espaço 1,5cm entre linhas e espaço duplo para
separá-las.
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b) Podem vir em listas após o texto (antecedendo os anexos), no rodapé e no
final de capítulos.
c) Quando se referenciam várias obras de um mesmo autor, substitui-se o nome
do autor das referências subseqüentes por uma traço equivalente a seis
espaços.
d) Podem ter ordenação alfabética, cronológica e sistemática (por assunto).
3. Em relação às referências bibliográficas, analise:
A – Em caso de autor pessoal, indicar o sobrenome, em caixa alta, seguido do
prenome, abreviado ou não desde que haja padronização neste procedimento.
Exemplo: NORTON, Peter.
B – Em caso de autor desconhecido, a entrada deve ser pelo título em caixa alta.
Exemplo: PROCURA-Se um amigo.
C – Em caso de publicações periódicas (on-line), informar o site de onde foi
retirado o material, o qual deve ser precedido da expressão “Disponível em:”.
D – As referências devem ser digitadas, usando espaço simples entre as linhas e
espaço duplo para separá-las.
É/São verdadeiras(s):
a) Apenas a A.
b) Apenas a B.
c) Apenas a C.
d) A A e a C.
e) A A, a B, a C e a D.
Como fazer a referência das obras a seguir?
Referências Legislativas
Constituições
PAÍS, ESTADO ou MUNICÍPIO. Constituição (data de promulgação). Título.
Local: Editor, Ano de publicação. Número de páginas ou volumes. Notas.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira.
4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Série Legislação Brasileira).
Leis e Decretos
PAÍS, ESTADO ou MUNICÍPIO. Lei ou Decreto , número, data (dia, mês e ano).
Ementa. Dados da publicação que publicou a lei ou decreto.
BRASIL. Decreto n. 89.271, de 4 de janeiro de 1984. Dispõe sobre documentos e
procedimentos para despacho de aeronave em serviço internacional. Lex:
Coletânea de Legislação e Jurisprudência, São Paulo, v. 48, p. 3-4, jan./mar.,1.
trim. 1984. Legislação Federal e marginália.
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Capítulos de livros
NOGUEIRA, Daniela. A massoterapia. In: SANTOS, Pedro. Curso de médicos
do trabalho. São Paulo, 1974. p. 807-813.
EXERCÍCIOS
1) Elabore, segundo as normas da ABNT, as referências dos seguintes textos:
a)
Livro: Introdução à administração: da competitividade à sustentabilidade
Organizadores: Reinaldo Dias; Tércia Zavaglia; Maurício Cassar
Edição: primeira
Imprenta: São Paulo - Alínea - 2003
b)
Livro: Lições preliminares de direito.
Autor: Miguel Reale
Edição: vigésima segunda
Imprenta: São Paulo - Saraiva – 1995
c)
Texto de livro: A objetividade do conhecimento na ciência social e na
ciência política.
Autor do texto: Max Weber
Livro: Metodologia das ciências humanas
Organizador do livro: Paulo Salles Oliveira
Edição: primeira
Imprenta: São Paulo – Hucitec/UNESP, 1998.
Texto de livro: O papel político dos meios de comunicação de
massa
Autor: Sérgio Miceli
Livro: Brasil: o trânsito da memória
Organizadores: Jorge Schwartz e Saul Sosnowski
Imprenta: São Paulo – Universidade de São Paulo – 1994
e)
2) Assinale a alternativa correta que, conforme as normas da ABNT, indica a
referência bibliográfica do seguinte livro:
Livro: Introdução à teoria geral da administração
Autor: Idalberto chiavenato
Edição: quarta
Imprenta: São Paulo - Makron - 1993
a) CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São
Paulo: Makron, 1993.
b) CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 4.ed.
São Paulo: Makron, 1993.
c) CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 4.ed.
São Paulo: Editora Makron, 1993.
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d) CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 4ª.
ed. São Paulo: Mkron, 1993.
e) Chiavenato, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 4.ed.
São Paulo: Makron, 1993.
PARTES DE PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS
Artigo de Revista
AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título da Revista, (abreviado ou não) Local
de Publicação, Número do Volume, Número do Fascículo, Páginas inicial-final, mês
e ano.
ESPOSITO, I. et al. Repercussões da fadiga psíquica no trabalho e na empresa.
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 8, n. 32, p. 37-45,
out./dez. 1979.
Artigo de jornal
AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título do Jornal, Local de Publicação, dia,
mês e ano. Número ou Título do Caderno, seção ou suplemento e, páginas inicial e
final do artigo.
Nota: Os meses devem ser abreviados de acordo com o idioma da publicação,
conforme modelo anexo. Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação
do artigo precede a data.
OLIVEIRA, W. P. de. Judô: Educação física e moral. O Estado de Minas, Belo
Horizonte, 17 mar. 1981. Caderno de esporte, p. 7.
SUA safra, seu dinheiro. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 ago. 1995. 2. cad. p.
9.
Partes de Publicações Periódicas (On-line)
Artigos de Periódicos (On-line)
AUTOR. Título do artigo. Título da publicação seriada, local, volume, número,
mês ano. Paginação ou indicação de tamanho. Disponível em: <Endereço.>.
Acesso em: data.
MALOFF, Joel. A internet e o valor da "internetização". Ciência da Informação,
Brasília, v. 26, n. 3, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/>. Acesso
em: 18 maio 1998.
Artigos de Jornais (On-line)
AUTOR. Título do artigo. Título do jornal, local, data de publicação, seção, caderno
ou parte do jornal e a paginação correspondente. Disponível em: <Endereço>.
Acesso em: data.
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TAVES, Rodrigo França. Ministério corta pagamento de 46,5 mil professores. O
Globo, Rio de Janeiro, 19 maio 1998. Disponível em:<http://www.oglobo.com.br/>.
Acesso em: 19 maio 1998.
Exercícios:
1. Como deve ser a referência do artigo a seguir?
Título do artigo: Contribuições de trabalhos acadêmicos de contabilidade para a
gestão de indústria de pequeno porte
Autores: Eliana Ribas Maciel e Marines Ribas
Periódico: Revista Contabilidade e informação: conhecimento e aprendizagem,
Volume: 1
Número: 20
Período: janeiro a junho de 2004
Local: Bahia
Página: 37 a 45
2. Assinale a alternativa que contém a referência correta para um artigo extraído de
um site da Internet:
a) SIQUEIRA, João. O fluxo de caixa e sua importância no processo de
evidenciação das informações contábeis. Disponível em:
http://www.milenio.com.br/siqueira. Acesso em: 19/01/2003.
b) SIQUEIRA, João. O fluxo de caixa e sua importância no processo de
evidenciação das informações contábeis. Disponível em:
<http://www.milenio.com.br/siqueira>. Acesso em: 19/01/2003.
c) SIQUEIRA, João. O fluxo de caixa e sua importância no processo de
evidenciação das informações contábeis. Disponível em:
<http://www.milenio.com.br/siqueira>. Acesso em: 19 jan. 2003.
d) SIQUEIRA, João. O fluxo de caixa e sua importância no processo de
evidenciação das informações contábeis. Disponível em:
<http://www.milenio.com.br/siqueira>. Acesso em: 19 jan 2003.
e) SIQUEIRA, João. O fluxo de caixa e sua importância no processo de
evidenciação das informações contábeis. Disponível em:
<http://www.milenio.com.br/siqueira>. Acesso em: 19 jan. 2003.
3. Como deveria ser feita a referência do seguinte artigo de jornal?
Autores: Jossimara Santos Cardoso e Suzana Teichmann
Título do artigo: Qual a finalidade da campanha do desarmamento?”,
Jornal: Gazeta do Sul
Seção: “Opinião”,
Data da publicação: 13 de outubro de 2005
Página: 4
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AULA 10 - 2010
FORMATAÇÃO
A elaboração de trabalhos técnicos e científicos deve seguir algumas normas que visam à
padronização da forma. As normas referem-se às margens, à digitação, às citações, às referências,
etc. No Brasil, a apresentação gráfica de textos científicos é regulamentada pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que segue o padrão básico internacional, o qual padroniza e
permite a identificação de formas e origens de textos científicos em todo o mundo.
A seguir são apresentadas algumas normas de padronização conforme a ABNT.
As margens da folha devem permitir uma boa visualização do texto, sua reprodução e
encadernação. Para isso, o papel a ser utilizado para digitação é o A4 (21x29,7cm) e a impressão
deve ser feita em laudas (ou seja, utilizando apenas um dos lados da folha). A ABNT indica as
seguintes medidas para uma folha A4 (21x29,7cm):
* Superior: 3cm
* Inferior: 2,0 cm
* Esquerda: 3,0 cm
* Direita: 2,0 cm
Os espaços para separação de diversos elementos do trabalho devem seguir estas
orientações:
Recuo de parágrafo (primeira linha): de 1,25 cm.
Início de partes e capítulos: abra sempre uma nova página
Títulos: use espaço seis ou dois toques na tecla <Enter>
Subtítulos: use espaço seis
Entrelinhas: use espaço 1,5 cm
Gráficos, quadros e tabelas: use espaço seis acima e abaixo
A digitação de parágrafos de trabalhos científicos também deve seguir algumas orientações:
* Tipo da fonte: Times New Roman ou Arial
* Tamanho: 12
* Espaço entre linhas: 1,5 cm
Há exceção na digitação de resumos, notas de rodapé, citações longas, indicações de
tabelas, quadros e gráficos. Nesses textos, as normas são:
* Tipo da fonte: Times New Roman ou Arial
* Tamanho: 10
* Espaço entre linhas: simples
Os títulos devem ser digitados no mesmo tipo de fonte empregado no texto, recomendandose o uso limitado de subtítulos em cada seção do trabalho (preferencialmente até o subtítulo nível 3).
Os títulos devem apresentar a seguinte configuração:
* Título principal: centralizado, em fonte 14 (catorze pontos), em maiúsculas, em negrito e com
espaçamento de 1,5 cm.
* Subtítulo nível 1: alinhado à esquerda, em fonte 12 (doze pontos), em negrito e espaçamento de
1,5 cm.
* Subtítulo nível 2: alinhado à esquerda, em fonte 12 (doze pontos) e espaçamento de 1,5 cm.
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Métodos e Técnicas de Pesquisa
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Em relação à digitação do texto, recomenda-se o alinhamento justificado sem a separação
silábica. As palavras de outro idioma devem ser escritas em itálico.
A ABNT também orienta a paginação dos trabalhos técnicos e científicos. As páginas do
texto do trabalho (elementos textuais) devem ser paginadas seqüencialmente, em algarismos
arábicos, no canto superior direito da página (externo), a partir da introdução até a última página das
referências bibliográficas.
Os elementos anteriores aos textuais (folha de rosto, dedicatória, agradecimentos, sumário e
listas) podem ser arábicos ou podem receber números romanos minúsculos, posicionados no canto
inferior direito da página independente da numeração em arábico.
A paginação deve seguir ainda os seguintes critérios:
a) Os resumos não são paginados.
b) Os números devem ser colocados sem traços, pontos ou parênteses.
c) As páginas que indicam início de capítulo (título principal) são contadas na seqüência da
paginação, mas o número da página não deve aparecer.
d) Em páginas que apresentam quadros, tabelas ou ilustrações impressas na horizontal ou vertical,
ocupando todo o espaço das mesmas, a indicação do número de página é facultativa.
e) As listas (figuras, tabelas, abreviaturas e símbolos) não possuem paginação contínua a do texto
principal, mas podem ter paginação própria.
f) A capa não é contada para paginação; a folha de rosto é contada, mas sem apresentar o número
na página; termo de aprovação, por ser encartado, não é contado ma paginação.
Existem normas para a configuração de ilustrações, que, nos trabalhos, servem para explicar
ou complementar o texto. As ilustrações podem ser tabelas ou figuras em geral.
Consideram-se figuras os desenhos, gráficos, mapas, esquemas, fórmulas, modelos,
fotografias, diagramas, fluxogramas, organogramas, etc.
As figuras objetivam resumir ou sintetizar dados, fornecendo o máximo de informação num
mínimo de espaço. Os títulos das ilustrações devem ser colocados acima dos mesmos.
As figuras, tabelas quadros e gráficos devem ser localizados o mais próximo possível da parte
onde são citados. Devem ser designados e mencionados no texto ou sua referência localizar-se
entre parênteses no final da frase. Devem ter numeração independente e consecutiva em algarismos
arábicos.
A fonte, ou seja, a indicação da autoria da tabela ou figura quando esta não for a mesma do
trabalho monográfico, deve aparecer na parte inferior, centralizada, em fonte tamanho 10.
Exemplo:
GRÁFICO 2 – Percepção dos clientes
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Muito Satisfeito
De alguma Forma Satifeito
Atendimento
pagamento
Opções de
Pós vendas
Compra
Experiência
na Hora da
Preço
Qualidade
Nem Satisfeito nem Insatisfeito
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Tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente. Quadros são informações
textuais agrupadas em colunas. Há algumas normas de configuração para tabelas e gráficos:
* devem ser encabeçados pela palavra TABELA ou QUADRO, seguida por hífen, pelo número e pelo
título, sem ponto final;
* devem ser auto-explicativos;
* pode-se fazer uso de notas e chamadas colocadas no rodapé da tabela quando a matéria nela
contida exigir esclarecimentos;
* se a tabela não couber em uma página, deve ser continuada na página seguinte sem delimitação
por traço horizontal na parte inferior, devendo o título ser repetido nas páginas seguinte,
acrescentando-se s palavras “continua”, “continuação”, entre parênteses. Logo abaixo do título, no
canto superior direito. Lateralmente as tabelas não são fechadas.
Exemplos:
TABELA 1 – Número de Produtores de Café no Município de Soa João da Boa Vista
Ano
1999
2000
2001
Número de produtores
190
270
320
Número de sacas produzidas
476 000
530 000
590 000
Fonte: SAA/CATI, 1999.
QUADRO 1 – Evolução dos princípios básicos da Aliança Cooperativa Internacional – ACI
CONGRESSO DA ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL
1937 (Paris)
1966 (VIENA)
1995 (MANCHESTER)
Congresso do Centenário
da ACI
Adesão livre
Adesão livre (inclusive Adesão voluntária e livre
neutralidade
política,
religiosa, racial e social)
Gestão democrática
Gestão democrática
Gestão democrática pelos
membros
Retorno “pro nata” das Distribuição das sobras
Participação
econômica
operações
os membros
Juros limitados ao capital
Taxa limitada de juros ao Autonomia
e
capital social
independência
Desenvolvimento
da Constituição de um fundo Educação, formação e
educação em todos os para
educação
dos informação
níveis
cooperados e do público
em geral
Vendas a dinheiro
Ativa cooperação entre as Intercooperação
cooperativas, em plano
local,
nacional
e
internacional
Neutralidade
política,
Interesse
pela
religiosa e racial
comunidade
Fonte: adaptado de HARTUNG, 1999.
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Para formatar um trabalho, de acordo com as orientações metodológicas, o autor deve
organizar o trabalho e distribuir as suas partes de forma a facilitar a compreensão do todo e das
partes, a análise, a comparação e a síntese por parte do leitor. Nessa perspectiva, estruturalmente
deve montar o seu trabalho da seguinte forma:
a) parte pré-textual
capa
folha de rosto
dedicatória (opcional)
agradecimentos (opcional)
sumário
listas de figuras, tabelas e quadros (se houver)
b) parte textual
introdução
desenvolvimento
conclusão
c) parte pós-textual
referências
anexos
Para visualizar a formatação das principais partes de um trabalho, conferir os anexos.
É necessário enfatizar que, para efeito de apresentação de trabalhos que visem à obtenção de
títulos acadêmicos (monografias, dissertações, teses, etc) ou a aprovação em disciplinas, não é
possível afirmar que a estrutura seja menos ou mais importante que o conteúdo nem o contrário.
Ambos são partes fundamentais do processo de avaliação e de todo processo de formação do
acadêmico, do pesquisador, do profissional liberal, etc. (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 119)
EXERCÍCIOS
1)
Assinale a alternativa que preenche corretamente o excerto a seguir
Os trabalhos acadêmicos devem ser redigidos em Fonte ____, com espaçamento entrelinha de ___
(exceto nos resumos, notas de rodapé e citações longas, onde a fonte deve ser tamanho ___ e com
entrelinhamento _____.
a) 12 – 2,0 cm –
b) 12 – 1,5 cm –
c) 12 – 1,5 cm –
d) 12 – 1,5 cm –
11 –
11 –
12 –
12 –
1,5 cm
simples
simples
1,5 cm
2)
Em relação ao título principal e aos subtítulos dos trabalhos, marque a alternativa
correta:
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( ) o título principal deve ser alinhado à esquerda, em maiúsculas, em negrito e espaçamento de 1,5;
os subtítulos são alinhados à esquerda, em negrito e com espaçamento 1,5.
( ) o título principal deve ser centralizado, em maiúsculas, em negrito e espaçamento de 1,5; os
subtítulos são alinhados à esquerda, em negrito e com espaçamento 1,5.
( ) o título principal deve ser alinhado à esquerda, em maiúsculas, em negrito e espaçamento de 1,5;
os subtítulos são alinhados à esquerda, em maiúsculas, em negrito e com espaçamento 1,5.
3) Assinale o modelo de capa de segue as orientações da ABNT:
FACULDADE DOM ALBERTO
O PERFIL DO CONSUMIDOR
DA LOJA BECKER:
UM ESTUDO DE CASO
Sâmara Vasconcelos
Santa Cruz do Sul, agosto de 2004.
FACULDADE DOM ALBERTO
FACULDADE DOM ALBERTO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
O perfil do consumidor da Loja Becker:
um estudo de caso
O perfil do consumidor da Loja
Becker:
um estudo de caso
Sâmara Vasconcelos
Santa Cruz do Sul.
Santa Cruz do Sul, 23 de agosto de
2004.
4) Assinale afirmativas verdadeiras.
( ) A página de rosto contém os mesmos itens da cada, acrescentando-se a referência dados
técnicos do trabalho.
( ) Apresentando a enumeração de todas as partes do trabalho, o sumário deve apresentar os
itens na mesma ordem em que estão no corpo do trabalho.
( ) Para colaborar na visualização e mostrar capricho do autor do relatório, a capa, sempre que
possível, deve trazer alguma figura ou ilustração, pois esses detalhes doa mais credibilidade e
confiança ao trabalho.
( ) Nos sumários, os capítulos, seções, títulos etc devem ser alinhados à esquerda da página.
( ) Na introdução de um trabalho acadêmico, já devem ser apontados alguns resultados e
conclusões da pesquisa.
( ) Os sumários devem apresentar numeração progressiva, e não é necessário recuo maior em
relação à margem esquerda a cada subdivisão, subtítulo.
5) Complete corretamente as lacunas dos excertos a seguir:
a) Conforme sugere a ABNT, na redação de trabalhos técnicos e científicos, o recuo de parágrafo é
de _____ cm, devendo ser usada a fonte ____________, com entrelinhamento _____, exceto em
citações longas, notas de rodapé, indicações de tabela, que o espaço entrelinhas é _____________.
b) Nos resumos, que devem ter até __________ caracteres, a digitação deve ser feita em espaço
_____________ entre as linhas e não deve haver recuo de parágrafo.
c) Um trabalho acadêmico pode ser feito com um destas fontes: ___________ ou _______________;
outros tipos de fonte não são permitidos pela ABNT.
d) os anexos devem vir sempre após as referências e, no sumário, devem ser organizados em ordem
_________________, conforme a seqüência em que aparecem no trabalho.
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6) Considere as seguintes assertivas:
A) Os títulos de trabalhos acadêmicos, para efeito de realce, devem ser digitados com tipo de
fonte distinto ao do texto.
B) O alinhamento de texto deve ser justificado, sem a separação silábica.
C) A paginação de trabalhos científicos e acadêmicos deve ser feita seqüencialmente, em
algarismos arábicos, e colocada no canto superior direito da página (externo).
A seqüência correta é:
a) V – V – V
b) F – V – V
c) F – F – V
d) V – F – V
e) V – F – F
7) Qual dos exemplos a seguir é o modelo mais adequado de Sumário?
EXEMPLO 1:
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
04
1. O MÉTODO CIENTÍFICO E A PESQUISA
1.1 O método científico
1.2 A pesquisa científica
05
09
12
2. A INVESTIGAÇÃO E A COMUNICAÇÃO
2.1 A investigação científica
2.2 A divulgação dos resultados
2.2.1 Participação em seminários
2.2.2 Publicação de artigos
20
25
30
39
45
CONCLUSÃO
50
BIBLIOGRAFIA
60
ANEXO 1
65
EXEMPLO 2:
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
04
1. O MÉTODO CIENTÍFICO E A PESQUISA
1.1 O método científico
1.2 A pesquisa científica
05
09
12
2. A INVESTIGAÇÃO E A COMUNICAÇÃO
2.1 A investigação científica
2.2 A divulgação dos resultados
20
25
30
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2.2.1 Participação em seminários
2.2.2 Publicação de artigos
39
45
CONCLUSÃO
50
REFERÊNCIAS
60
ANEXO A – Modelo de questionário
65
8) Em alguns trabalhos acadêmicos, colocam-se agradecimentos. Estes são, em geral:
( ) mais no sentido de crédito do que de homenagem;
( ) para as pessoas que efetivamente contribuíram na elaboração do trabalho;
( ) para todos que auxiliaram (pais, amigos, namorados, conjugues, colegas, professores,
instituições, entidades, empresas, etc) no desenvolvimento das tarefas, devendo ser citados com
forma de homenagem;
( ) para professores e disciplinas cujos ensinamentos foram incorporados mo trabalho;
( ) para órgãos, instituições e autoridades que concederam autorizações para realização das
pesquisas de campo ou documentais;
( ) para bibliotecários e técnicos que facilitaram o trabalho de pesquisa e pessoas que
auxiliaram na redação;
( ) importantes, pois quem é lembrado fica muito agradecido;
( ) colocados, se em forma de pequeno texto, em um único parágrafo, na metade inferior da
página.
9) Em alguns trabalhos, são usados gráficos, tabelas e figuras. Como devem ser
formatados?
10) Assinale o modelo de folha de rosto formatado conforme a ABNT.
Sâmara Vasconcelos
Sâmara Vasconcelos
O PERFIL DO CONSUMIDOR DA LOJA
BECKER:
UM ESTUDO DE CASO
O Perfil do Consumidor da Loja Becker:
um Estudo de Caso
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Trabalho de Conclusão de Curso disciplina Teoria da Administração I, sob a orientação
apresentado à disciplina Teoria da
Administração I, sob a orientação da Profa. Dra. Juliana Barros, como requisito parcial
da Profa. Dra. Juliana Barros,
para aprovação.
como requisito parcial para
aprovação.
Santa Cruz do Sul, agosto de 2004.
Santa Cruz do Sul, agosto de 2004.
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11) Considere a formatação das referências a seguir e indique a que segue as
normas da ABNT.
BIBLIOGRAFIA
5 BIBLIOGRAFIA
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez ...
na escola: formando educadores para formar leitores.
Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez ...
na escola: formando educadores para formar
leitores. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.
ANTONIALLI, J. R.. Uma análise do poema Ritmo,
de Mário Quintana. Jornal de poesia, Fortaleza.
Disponível em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br/jantonialli2.html>.
Acesso em: 3 nov. 2006.
ANTONIALLI, J. R.. Uma análise do poema Ritmo,
de Mário Quintana. Jornal de poesia, Fortaleza.
Disponível em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br/jantonialli2.html>.
Acesso em: 3 nov. 2006.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola.
São Paulo: Global, 1983.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na
escola. São Paulo: Global, 1983.
______. Como e por que ler a literatura infantil
brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
ZILBERMAN, Regina. Como e por que ler a
literatura infantil brasileira. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2005.
QUINTANA, Mário. Melhores poemas de Mário
Quintana. 17. ed. São Paulo: Global, 2005.
QUINTANA, Mário. Melhores poemas de Mário
Quintana. 17. ed. São Paulo: Global, 2005.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez
... na escola: formando educadores para formar
leitores. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez
... na escola: formando educadores para formar
leitores. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.
ANTONIALLI, J. R.. Uma análise do poema Ritmo,
de Mário Quintana. Jornal de poesia, Fortaleza.
Disponível em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br/jantonialli2.html>.
Acesso em: 3 nov. 2006.
ANTONIALLI, João Romero. Uma análise do
poema Ritmo, de Mário Quintana. Jornal de poesia,
Fortaleza.
Disponível
em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br/jantonialli2.html>.
Acesso em: 3 nov. 2006.
QUINTANA, Mário. Melhores poemas de Mário
Quintana. 17. ed. São Paulo: Global, 2005.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na
escola. São Paulo: Global, 1983.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na
escola. São Paulo: Global, 1983.
______. Como e por que ler a literatura
infantil brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva,
2005.
______. Como e por que ler a literatura infantil
brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
QUINTANA, Mário. Melhores poemas de
Mário Quintana. 17. ed. São Paulo: Global,
2005.
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FACULDADE DOM ALBERTO
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
1
AULA 11
Eventos e Comunicações científicas
Uma comunicação científica é, no entendimento de Lakatos e Marconi (1992, p. 80), “a
informação apresentada em congressos, simpósios, semanas, reuniões, academias, sociedades
científicas etc, onde se expõem os resultados de uma pesquisa original, inédita, criativa, a ser
publicada posteriormente em anais ou revistas.”
Usualmente a comunicação científica caracteriza-se por ser uma modalidade de trabalho
cuja exposição é feita oralmente e em um tempo que varia entre dez e vinte minutos.
Os eventos científicos representam a possibilidade de determinada comunidade
acadêmica promover a troca de conhecimentos, demonstrar suas pesquisas em andamento, bem
como os novos avanços na área. Trata-se, portanto, de oportunidades ímpares para que o
estudante tenha contato direto com outros estudantes, pesquisadores e professores e suas
pesquisas.
Tradicionalmente os eventos científicos caracterizam-se por sua dinamicidade. Como são
realizados em restrito período de tempo, normalmente uma semana, várias atividades ocorrem de
forma paralela. De modo abrangente, um evento científico possui como integrantes de sua
programação as comunicações coordenadas, os simpósios, as mesas-redondas e os
painéis.
Em uma comunicação coordenada, um número limitado de pesquisadores apresenta
trabalhos relativos ao mesmo tema sob a direção de um professor pesquisador que gerencia
aquela sessão.
O simpósio pode ser considerado um meio eficiente para o conhecimento rápido, amplo,
profundo e atualizado de um tema. A explanação é feita por pessoas com alto grau de
especialização no assunto, analisando-o sob vários pontos de vista, com o objetivo de gerar a
discussão, esclarecer aspectos, fornecer informações, provocando antes a reflexão que a defesa
ou a justificativa do posicionamento assumido diante do tema.
A mesa-redonda consiste em uma reunião de especialistas que sustentam posições
diversas e mesmo opostas a respeito de um tema. Nessas seções, os debatedores expõem os
seus pontos de vista, diante de um auditório, sem finalidades polêmicas, mas tão somente se
propondo a precisar posições e a fornecer esclarecimentos.
O painel consiste na reunião de vários especialistas com o intuito de expor suas idéias
diante de um auditório, de modo informal, usando o diálogo, o que estimula a participação ativa
dos ouvintes. A discussão do tema entre os expositores e o tom de conversa que se estabelece
com a audiência faz com que esse tipo de evento proporcione grande interação, tornando
necessária a presença de um coordenador que tenha habilidade para conduzir discussões e
domínio de conteúdo.
Seminário
Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate. A geração de
novas idéias e pesquisas entre seus participantes é o principal objetivo do seminário. Em relação
à sua estrutura, um roteiro básico para a elaboração se um seminário conforme leva em conta:
a) escolha do tema
b) delimitação do assunto
c) pesquisa ampla, principalmente bibliográfica
d) anotações, em fichas, do material coletado
e) análise e seleção do material
f) plano geral do trabalho, bem pormenorizado
g) organização do assunto em tópicos
h) elaboração de um roteiro a ser distribuído na classe
i) redação de fichas-guia para orientar a exposição
j) preparação do material de ilustração: cartazes, slides, retro-projeções
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k) revisão crítica do conteúdo, verificação do material de ilustração, do roteiro a ser distribuído e
das fichas para guiar a exposição
l) fixação de critérios e ensaio da apresentação para definir o vocabulário a ser empregado, uso
das ilustrações, tempo necessário para a exposição e espaço para os debates.
Assim, é perceptível uma variedade de trabalhos técnicos e científicos, que devem ser
redigidos e elaborados de acordo com os fins pretendidos. Os de natureza científica, resultantes
de pesquisas, devem seguir muitas orientações, entre as quais as relacionadas à sua redação.
Independentemente do tipo de trabalho a ser apresentado oralmente, algumas discas de
comunicação verba e não-verbal devem ser seguidas.
Agora faça um teste para saber como você se comunica!
OS PONTOS DA SUA COMUNICAÇÃO (Robert Heller) -Questionário: Você Sabe se
Comunicar com Clareza ?
1. Que quantidade de informações você acha que consegue assimilar enquanto escuta
alguém?
A. O dobro das que estão sendo transmitidas
B. Somente as que estão sendo transmitidas
C. A metade das que estão sendo transmitidas
2. Quando uma pessoa fala com você, qual sua atitude?
A. Você escuta, e só
B. Você se esforça para demonstrar atenção
C. Você interrompe freqüentemente seu interlocutor
3. Se você acha que a pessoa com quem está conversando esconde algo que lhe
interessa saber, como você entra no assunto?
A. Pergunta se não há mesmo mais nada a ser dito
B. Sugere que talvez vocês estejam se esquecendo de falar sobre algo importante
C. Cobra diretamente a informação
4. O que você definiria exatamente como uma "pergunta fechada"?
A. Aquela cuja resposta só pode ser sim ou não
B. É uma pergunta que não tem resposta
C. É uma pergunta indiscreta
5. Se, ao longo de uma conversa, seu interlocutor diz uma palavra que você nunca
ouviu, você:
A. Pede explicações, sem constrangimentos
B. Força o significado da palavra no contexto, para ver se assim consegue entendê-la
C. Simplesmente continua a conversa
6. Quando você encontra uma pessoa pela primeira vez, como é seu comportamento?
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A. Deixa que o outro fale
B. Procura dividir a conversação
C. Você fala o tempo todo
7. Se você tiver que escrever uma carta sobre um assunto delicado, como a redige?
A. Com precisão, mas usando um tom coloquial
B. Em termos absolutamente formais, aplicáveis ao caso
C. Refere-se apenas ao essencial, em poucas palavras
8. Já é uma tese firmada que a comunicação interpessoal é formada por palavras - a
comunicação verbal - e por gestos e maneirismos - a comunicação não verbal. Em
que parcelas você acredita que essas duas formas de expressão acontecem numa
conversa?
A. Um terço de comunicação verbal e dois terços de comunicação não verbal
B. Meio a meio
C. Um terço de comunicação não verbal e dois terços de comunicação verbal
9. Seu interlocutor fala, fala, mas não chega a concluir o pensamento. Qual a sua
atitude?
A. Chama delicadamente sua atenção para o fato
B. Escuta passivamente
C. Interrompe a conversa
10. De repente, você tem uma frase brilhante na ponta da língua, mas se a disser corre o
risco de interromper a conversa. O que você faz?
A. Fica de boca fechada
B. Arma uma expressão divertida, esperando que seu interlocutor pergunte qual o motivo do
seu ar de riso
C. Interrompe a conversa, para não perder a oportunidade
11. A pessoa com quem você está conversando não entendeu muito bem uma idéia que
você acabou de expor. Como você reage?
A. Preocupa-se em reformular a questão de uma outra maneira, mais compreensível.
B. Repete o conceito exatamente como da primeira vez
C. Zanga-se
12. Durante uma conversa, pode acontecer de você revelar mais do que gostaria sobre o
assunto em questão, e isso o preocupa. Você então:
A. Vai com calma, e dá apenas as indicações necessárias ao caso
B. Procura falar o menos possível
C. Escapa usando uma linguagem obscura e confusa
13. Em certo momento, seu interlocutor tem uma reação idêntica à sua em ocasiões
semelhantes. Como você a julga?
A. Procura entendê-la dentro do contexto da pessoa com quem está falando
B. Dá a ela o mesmo significado que teria se fosse sua própria reação
C. Simplesmente ignora o fato
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4
14. Você não entende bem um determinado conceito, numa pergunta que lhe foi feita.
Ao responder, como você age?
A. Diz claramente que não entendeu e pede uma nova explicação
B. Não responde
C. Você generaliza
15. Você quer convencer a pessoa com a qual está conversando sobre uma decisão a
ser tomada, mas nota sua relutância. O que você faz?
A. Pergunta por que tem dúvida sobre a decisão em questão
B. Espera por outra ocasião mais adequada para um trabalho de convencimento
C. Insiste com seus argumentos
16. Alguém lhe faz uma pergunta embaraçosa. Qual a sua reação?
A. Diz que prefere não responder
B. Inventa uma mentira
C. Zanga-se
AVALIAÇÃO
As respostas A valem três pontos. Para as respostas B, marque dois pontos, e um ponto para as
respostas C. A seguir, veja a quantas anda seu poder de comunicação:
De 48 e 40 pontos - Você sabe, realmente, se fazer entender. E não apenas consegue expressarse com clareza como demonstra as habilidades de um bom ouvinte. Numa conversa, você é
sempre aquela pessoa que fica à vontade, ainda que atenta, e qual não demonstra sinais de
tensão ou nervosismo. Uma outra qualidade sua é não se sentir na obrigação de dar sempre uma
resposta brilhante às perguntas que lhe são feitas.
De 39 a 26 pontos - A maioria das pessoas fica nesta marca. Se este é o seu caso, considere
que talvez você fale um pouco demais, e tenha prazer em escutar a própria voz. Você se
comunica bem ainda assim, mas poderia melhorar seu desempenho se tentasse dar mais espaço
aos outros participantes de uma conversa. Todo mundo vai sair lucrando, na medida em que
diminuírem os "ruídos" da comunicação.
De 25 a 16 pontos - Não é possível deixar de reconhecer que aqui há problemas de
comunicação. Se este é o seu caso, será necessário um empenho extra para superar as
dificuldades. Mas vai valer a pena, na medida em que seu relacionamento com os outros melhorar
- e também a qualidade de seus negócios.
Leia o texto a seguir de Eunice Mendes (professora de Português e coordenadora de dinâmica de
grupo), publicado no site http://www.eunicemendes.com.br/art_oquenaofazer.html em outubro de
2007.
O QUE NÃO FAZER NAS APRESENTAÇÕES EM PÚBLICO
Pense rapidamente: nesses dois últimos anos quais foram os erros cometidos por
consultores/comunicadores em aulas, palestras, reuniões e programas de TV, que mais
aborreceram você? Que pecados foram esses que se tornaram uma barreira às informações
veiculadas?
Como você se sentiu sendo testemunha de deslizes que, muitas vezes, significaram o
comprometimento da qualidade do trabalho ali exposto?
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Organizamos uma lista de muitas muletas verbais e não verbais, que costumam destruir as
apresentações em público, enfraquecendo o poder da mensagem e impedindo uma sintonia eficaz
com a platéia.
A idéia é que você leia o texto, assinalando aqueles erros que mais se encaixam em sua atuação
no papel de comunicador.
Comunicação Verbal
Evitar:
- Falar muito baixo ou muito alto;
- Pronunciar mal as palavras;
- Falar muito depressa ou muito devagar
- Não pronunciar corretamente os termos estrangeiros;
- Utilizar vícios de linguagem: tá?, Né?, OK?, Certo?, Entendeu? Percebe? É isso aí!, - Tipo
assim..., a gente ...., acho que....,...
- Falar de forma robotizada;
- Cometer erros gramaticais;
- Comer os "esses" e "erres";
- Falar de forma estridente;
- Pronunciar as palavras atropeladamente;
- Falar em tom monocórdico;
- Ser prolixo ou monossilábico;
- Coordenar as idéias de forma inadequada;
- Exprimir-se sem objetividade e clareza;
- Fazer uso de termos técnicos para público leigo;
- Não considerar o momento, local e meio mais oportuno para transmitir a mensagem;
- Respirar mal;
- Perder-se no exagero de detalhes;
- Diminuir o volume da voz nos finais das frases;
- Não utilizar bem a pontuação;
- Não enfatizar as idéias principais;
- Abusar do excesso de citações;
- Usar vocabulário inadequado;
- Organizar mal a apresentação;
Achou a lista muito extensa? Vamos entrar para a Segunda parte...
Comunicação Não-Verbal
Evitar:
- Usar gestos que transmitam nervosismo e inibição;
- Mexer na gravata;
- Brincar com chaveiros e canetas;
- Ficar ajeitando os cabelos e os óculos;
- Coçar as orelhas, cabeça, nariz, etc.;
- Pigarrear;
- Bocejar;
- Descansar o corpo, deixando-o pender para o lado direito ou o esquerdo.
- Olhar todo o tempo para o sapato;
- Olhar através das pessoas;
- Postar-se como estátua;
- Movimentar as mãos em excesso;
- Mastigar qualquer tipo de alimento
- Mascar chicletes ou chupar bala;
- Roer unha;
- Deixar os braços cruzados;
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- Colocar as mãos para trás;
- Ficar com as pernas abertas como se fosse uma forquilha;
- Ficar de costas para a platéia;
- Torcer as mãos demonstrando ansiedade;
- Curvar o corpo para a frente ou para trás desnecessariamente;
- Andar sem motivo;
- Balançar o corpo de um lado para outro;
- Olhar só para uma pessoa da platéia;
- Deixar o corpo torto;
- Colocar as mãos nos bolsos e não tirá-las mais;
- Olhar para o vazio;
- Adotar a posição de xícara, as duas mãos agarradas à cintura;
- Deixar os braços cruzados;
- Ficar piscando;
- Apoiar-se nos móveis do cenário;
- Assoar o nariz
- Utilizar gestos teatrais fora de hora;
- Olhar para o chão ou para o teto;
- Olhar várias vezes para o relógio demonstrando pressa;
- Utilizar inadequadamente os recursos audiovisuais;
- Fazer do ponteiro ou da caneta lazer armas contra a público;
- Carregar nas mão canetas ou lápis;
- Esconder-se atrás dos recursos audiovisuais;
- Ficar com olhar assustado ou expressão de tédio;
- Falar palavrões e gírias;
A comunicação não verbal não é exata. Entretanto, os consultores ouvidos para esta matéria
afirmam que alguns gestos geralmente possuem o mesmo significado. Confira alguns deles:
- Cruzar os braços durante um diálogo passa idéia de superioridade e de não-envolvimento;
- Importante mostrar feições condizentes com o que se está falando, ou seja, jamais contar uma
boa notícia de cara amarrada;
- Estalar dedos ou ficar mexendo em objetos enquanto conversa denota falta de
comprometimento;
- Apoiar o queixo ou o rosto com as mãos significa atenção;
- Cruzar as pernas pode representar desconfiança ou dúvida;
- Manter o corpo ereto demonstra segurança. Todavia, se a postura for exagerada, a segurança
pode se transformar em arrogância.
EXERCÍCIOS:
Assinale V ou F:
( ) Uma boa regra de "algibeira" para determinar o número ideal de slides é considerar
adequado, no máximo, um slide simples para cada minuto de apresentação.
( ) Tente transformar sua apresentação numa comédia.
( ) A melhor maneira de "dar a impressão" de que você conhece o assunto de que está
falando é realmente falar de maneira calma.
(
) Compartilhar sua experiência com a platéia é uma das dicas para tornar a
apresentação mais interessante.
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FACULDADE DOM ALBERTO
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto
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( ) Um conceito-chave na arte da apresentação oral de temas científicos é a aceitação do
apresentador pela platéia.
( ) Para manter a atenção da audiência, use a velha regra: diga a eles o que você irá
apresentar, apresente o que você prometeu e diga a eles o que você apresentou.
(
) Para se comunicar eficazmente e mostrar domínio do tema, utilize sempre que
possível o uso de jargões e siglas próprios de sua área de conhecimento.
( ) Tome cuidado com afirmações sobre as quais nem mesmo você tem total convicção.
Em vez de dizer “isto é assim”, diga “presume-se ou cogita-se que isto seja assim”.
( ) É melhor usar metade do tempo que tentar preenchê-lo com inutilidades do ponto de
vista da mensagem “para casa” que se quer comunicar.
( ) Se durante sua apresentação algum slide não é discutido por todo o tempo em que
estiver visível, é melhor “desligar” o projetor e ascender às luzes.
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