FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM
CURSO À DISTÂNCIA: UMA EXPERIÊNCIA POSSÍVEL
Fabiane Lopes de Oliveira1 - PUCPR
Deise Maria Marques Choti2 - PUCPR
Grupo de Trabalho – Formação de Professores e Profissionalização Docente
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Este tema de estudo vem de encontro com algumas questões que se refletem em nossa
sociedade e que são emergentes de discussões. A principal justificativa deste relato de
experiência, é a de que os profissionais que atuam no nível da Educação Infantil, num cenário
de instituições particulares e públicas, apresentam uma formação incompleta a respeito das
características e olhares do desenvolvimento infantil e demais assuntos relacionados a esta
esfera, bem como uma grande desvalorização profissional. É preciso proporcionar a esses
profissionais a capacitação efetiva para sua atuação, e que esta possa ser efetivada
academicamente, a fim de garantir uma melhor formação, o que acaba refletindo no trabalho
desenvolvido na escola, com os alunos. Como o foco estará na formação inicial e inserção
docente, a contribuição amplia no sentido de que é urgente o maior investimento na
instrumentalização da educação infantil, visto que estaremos na discussão e na eminência de
realmente realizar algo concreto, no que diz respeito à ampliação do conhecimento dos
professores, pois fazemos parte da formação destes profissionais e desta forma temos a
oportunidade de fazer uma grande diferença na sociedade em que vivemos. Apresenta-se a
seguir, alguns autores que fundamentam o estudo que ora está em desenvolvimento, trazendo
embrionariamente um breve relato do que tem sido observado: Ariès (1981), Gaio, Silva
(2010), Gomes (2009), Pereira, Silva (2012), Sarmento, Gouveia (2009); sobre a formação de
professores Ens, Gisi e Eyng (2010), Ens, Behrens (2010), Santos (2005); sobre a
instrumentalização em espaço virtual de aprendizagem Matos, Gomes (2003), Torres (2003).
Palavras-chave: Formação de professores. Educação Infantil. Metodologia diferenciada.
1
Doutoranda em Educação: Pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em
Educação(PUCPR).Pedagoga e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa: "Paradigmas Educacionais e Formação de
Professores-PEFOP”.E-mail: [email protected]
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Doutoranda em Educação: Pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em
Educação(PUCPR).Pedagoga e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa: "Paradigmas Educacionais e Formação de
Professores-PEFOP”. E-mail: [email protected]
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Introdução
A Educação Infantil é um nível de ensino de extrema importância na formação do
indivíduo, pois é responsável pela formação inicial do sujeito em diferentes aspectos. Desta
forma, esta deve ser uma das etapas da educação onde os profissionais que atuam precisam
acumular o maior grau de conhecimento do desenvolvimento humano.
Contudo, na realidade da educação atual, não é exatamente este cenário que se vê.
Este nível de ensino, que tanto deve ser trabalhado desde a tenra idade para a inserção de
elementos fundamentais, que serão desenvolvidos a posteriori, está longe de ter professores
com atuação reconhecida e de profundidade teórica.
Na realidade, esta etapa da educação é a porta de entrada da educação para quem
está fazendo a formação para trabalhar com a educação. Os profissionais, em formação,
necessitam de uma maior inserção no ato de fazer, efetivar, experenciar, intervir e ampliar o
olhar de sua atuação, frente às crianças, pois há a necessidade de ir muito mais além do
simples fato de cuidar.
Com a publicação da Lei n. 9.394/96 e em 2002 com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores, a formação do profissional de pedagogia tem um
avanço, que será refletido na qualidade da educação básica. Entretanto, nos cursos de
graduação ainda há grande defasagem na formação do professor para atender à educação da
criança de até cinco anos de idade, com a especificidade que a creche e a pré-escola exigem.
A complexidade curricular exigida para essa faixa etária é grande, e engloba a
sociologia, a história, a antropologia, a psicologia, a cultura, a linguagem e a ecologia
específicas para a educação de bebes e crianças pequenas.
É necessário que o professor, o profissional que realmente é comprometido com a
aprendizagem efetiva de seu aluno, interaja cada dia mais com o seu conhecimento e o
amplie, através de olhares e possibilidades de atuação pedagógica. Esta área rica e fértil da
Educação Infantil, tanto para o trabalho efetivo do professor, quanto às aprendizagens
realizadas pelos alunos, proporciona aos profissionais que lá estão sejam muito mais do que
meros expectadores e sim partícipes de sua formação e interação com a realidade, seu mundo
e possibilidades.
Assim, apresenta-se o presente com o intuito de relatar as diferentes possibilidades de
formação mais ampla do profissional que atua na Educação Infantil, visto que este necessita
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de uma maior instrumentalização, teorização e uma maior inserção no conhecimento
acadêmico, por uma lacuna muitas vezes oriunda de sua formação inicial.
Tal fato demonstra sua relevância, visto que a realidade da formação de professores,
que atuam neste nível de ensino, e que atualmente estão deixando as instituições de ensino
superior, é deficitária e por que não dizer, superficial.
Os profissionais recém-formados não apresentam um real conhecimento de métodos e
teorias específicas para a sua atuação, necessitando apreendê-lo em cursos realizados após sua
formação inicial ou na sua prática diária, onde a possibilidade de acerto e erro fica
concentrada em sua realidade.
Professor de educação infantil é uma profissão vista como maternal, feminina e de
pouca remuneração. Há ainda o entendimento equivocado que qualquer um pode desenvolver
essa função.
Os cursos de formação têm enfrentado dificuldades em vencer os graves problemas
que enfrentamos na aprendizagem escolar em nossa sociedade. Profissionalizar essa área e
reestruturar o modo de fazer pedagogia para infâncias, com a qualidade exigida pela
especificidade desse momento da vida humana é um desafio contemporâneo, que vem ao
encontro da obrigatoriedade da matrícula de crianças de 4 anos na educação infantil, de
acordo com a nova legislação que entrou em vigor neste ano de 2013.
É este exatamente o ponto pelo qual este relato de experiência trará uma característica
diferenciada, onde serão demonstrados como os profissionais da educação infantil estão tendo
a oportunidade de ampliar seus olhares e conhecimentos sobre uma gama de assuntos
relativos à sua prática educativa, onde a troca de experiências é o ponto alto do curso.
Trata-se de um curso de Especialização Latu Sensu, com duração de 18 meses, com
uma carga horária de 375 horas, onde os alunos estão tendo contato com diferentes realidades.
Este curso conta atualmente com duas turmas em andamento, aproximando-se de 150 alunos
matriculados e com um acompanhamento muito próximo de tutoras que têm domínio do
conteúdo apreendido pelos alunos. Os materiais foram escritos por autores, que aqui
denominaremos como conteudistas, de renomada e conhecida importância e relevância no
cenário nacional e até internacional sobre o tema das Infâncias.
Em alguns municípios brasileiros se torna difícil a educadores de regiões mais
distantes dos grandes centros urbanos, o acesso a um curso de formação pela falta de oferta na
região onde vivem, a baixa remuneração dos profissionais que atuam com educação infantil
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também muitas vezes acaba sendo um fator dificultador de participação, assim sendo são
muitos os profissionais que, apesar de terem um grande interesse me aprimorar sua formação,
encontram um percurso muito difícil e muitas vezes intransponível em algumas realidades
para acessar uma formação focada a público de educação infantil, acessível financeiramente e
geograficamente.
O curso é uma parceria entre uma entidade filantrópica e uma universidade com esta
mesma finalidade, onde os alunos foram indicados por parceiros jurídicos, não onerando o
profissional para esta formação.
O intuito deste profissional é o de ampliar a sua aprendizagem e atuação na sua prática
pedagógica. Como “prêmio” final este profissional estará mais instrumentalizado no nível de
ensino que atua, bem como obterá uma titulação de Especialista nesta área específica. Aí se
percebe que todos saem ganhando, pois a formação estará atendendo diversas necessidades: a
instrumentalização, a formação continuada e a formação com uma titulação de especialista na
área.
É de fundamental importância a ressalva de que as reflexões teórico-práticas
proporcionadas neste curso podem - e têm este objetivo – ampliar o cotidiano educacional,
oportunizando com isso um olhar mais amplo para a infância, por se tratar de um período de
extrema importância na constituição dos seres humanos.
Desenvolvimento
Sabe-se que a infância não é uma matéria presente na pauta das políticas públicas,
onde o estabelecimento de um olhar para este nível de ensino teve seu princípio na
Constituição de 1988, que no seu texto final “estabeleceu a educação infantil como direito da
criança no período do pós-nascimento até os seis anos de idade e como dever do Estado na
área da educação” (Didonet In Pereira e Silva, 2012). A partir deste aspecto legal colocado na
Constituição, pode-se levantar outra bandeira, de igual força, mas que estaria modificando o
cenário da educação no Brasil: este direito não era somente com relação aos cuidados básicos,
algo que já era fato desde a década de 1930 no pais.
O fato é que esta inserção constitucional trouxe para a infância outra grande entrada: a
garantia de uma organização social e o compromisso com a educação, que posteriormente
auxiliaram na elaboração de outros documentos e novas Leis de garantia para as crianças,
como o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, a própria LDB – Lei de Diretrizes e
14400
Base da Educação Nacional, de 1996 e posteriormente, a inclusão das creches, locais onde
seriam garantido a entrada e o espaço para as crianças desta faixa etária.
Este modelo de formação já se faz presente em alguns estados da federação, chegando
a alguns lugares inóspitos, proporcionando uma formação mais aprofundada sobre os assuntos
relativos à educação infantil, seus aspectos gerais, tratando as infâncias e desenvolvimentos; o
currículo e as políticas públicas que estão engendradas nesta proposta; as múltiplas linguagens
que proporcionam uma riqueza de olhares sobre os trabalhos desenvolvidos na educação,
especialmente, na educação infantil; assim como o trabalho com rotinas, organização,
documentação, chegando até aos aspectos tecnológicos da aprendizagem.
Como se vê, é uma grande gama de possibilidades que está sendo apresentada e
ofertada para a formação do profissional, ainda sendo possível fazer os seus estudos sem sair
de sua casa ou localidade. Esta é uma das vantagens da EAD, que proporciona aos alunos um
aprofundamento de informações e conteúdos sem necessitar.
Tendo o investimento na primeira infância reconhecido internacionalmente como a
estratégia mais segura e mais produtiva de desenvolvimento humano e social. E que no
campo das políticas educacionais, ainda há a necessidade de universalizar o acesso e melhorar
a qualidade dos serviços prestados. Evidencia-se a necessidade de formar e valorizar
profissionais para o trabalho educacional com a primeira infância, ampliar o número de
equipamentos e mobilizar a sociedade para o controle social dessa etapa tão importante na
educação da criança.
O curso de extensão e pós-graduação para educadores da primeira infância responde à
lacuna deixada pela graduação em Pedagogia ao formar profissionais que estão atuando
diretamente com crianças, com foco em suas habilidades de planejamento, execução,
coordenação, acompanhamento e avaliação da docência na educação infantil.
Considerando a importância de conseguirmos alcançar a amplitude do território
nacional uma alternativa possível seria criar um formato de formação específica, educação a
distância, como uma ferramenta que oportunize a interlocução entre o discurso cientifico e a
atividade cotidiana qualificando o fazer pedagógico dos educadores, tendo como estratégia
diferenciada do projeto facilitar o acesso as profissionais que atuam junto a instituições e
escolas de educação infantil localizadas em áreas de vulnerabilidade social.
Desde modo a proposta do projeto contribui com a formação de educadores que atuam
na Educação Infantil, a partir do enfoque nos direitos das crianças. O programa do curso
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fundamenta-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, na proposta da
Rede Marista de Solidariedade e na experiência da PUCPR em Educação a Distância.
O curso atende tanto aos profissionais que estão nos grandes centros urbanos quanto
àqueles que estão em municípios brasileiros onde não há universidades. Sua estratégia de
ensino utiliza os recursos da educação à distância, numa modalidade semipresencial que
contempla a interação dos alunos, a relação teórico-prática, a reflexão sobre situações reais a
partir de conteúdos atuais e inovadores, que oferecem ao aluno do curso a clareza de seu papel
docente nos espaços onde atua.
Por meio de estudos online e encontros presenciais, o aluno fundamenta teoricamente
sua prática e realiza intercâmbio com outros alunos e formadores, por meio de fórum de
debates, vídeos, textos, atividades práticas e outros recursos que o meio tecnológico
disponibiliza.
As duas primeiras turmas, com 50 alunos cada iniciaram suas atividades em outubro
de 2012, em março de 2013 iniciou-se a terceira turma com 50 alunos, a formação completa
se dará em 18 meses, divididos em 6 módulos.
No total são 150 alunos realizando o curso na modalidade de pós graduação lato sensu
em 18 municípios brasileiros de 8 estados, são eles: Iguatu/CE, Ijaci/MG, Ipojuca/MG,
Varginha/MG, Cabo de Santo Agostinho/PE, Jacareí/SP, Apiaí/SP, Itaóca/SP, São Paulo,
Santos/SP Curitiba/PR, Cascavel/PR, Ponta Grossa/PR, São José/SC, Samambaia/DF,
Ceilândia/DF, Silvânia/GO e Aparecida de Goiânia/GO.
Como a oferta do curso foi organizada e apresentada a grupos de interesse por meio de
cotas, muitas vezes o grupo de estudantes é de uma mesma localidade. A participação dos
educadores na formação tem sido bem intensa considerando o intercâmbio de informações, as
trocas de ideias e de percepções que estão sendo observadas na intensa trocar de e-mails e na
participação nos fóruns propostos pelo projeto.
O projeto tem percebido também interações organizadas pelos próprios educando nas
cidades onde estão sendo realizadas as formações, por iniciativa própria, alguns alunos da
primeira turma criaram espaços para estudo em grupo de acordo com sua agenda e
possibilidades, mesmo a modalidade sendo semi-presencial, os educadores se encontram
periodicamente para acessaram a plataforma, desenvolvem algumas atividades em conjunto e
trocarem informações e experiências.
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A seguir, destacaremos alguns relatos de alunos do curso, sobre a sua experiência de
aprendizagem bem como de dificuldades apresentadas até o momento. Os alunos se
mostraram receptivos e animados em relação ao início do curso e da disciplina, conforme os
relatos abaixo:
Fico muito agradecida pelo seu contato e acredito que estreitaremos nossas relações,
no decorrer do curso.(aluna 1)
Tenho certeza que nós teremos uma ótima relação...(aluna 2)
Obrigada, por estar disponível para qualquer esclarecimento!! (aluna 3)
Estou atenta aos estudos. Aprendendo com o sistema. Espero alcançar os objetivos.
(aluna 4)
Vou solicitá-la sempre que necessário, muito obrigada pela atenção.(aluna 5)
As alunas do curso necessitam de alguns reforçamentos positivos para que saibam que
estão conseguindo ser bem sucedidas suas atividades. Esta questão, num modelo presencial é
mais evidente, pois o professor faz comentários no momento da entrega, o que proporciona
um maior entendimento de suas dúvidas.
No modelo em EAD, estes feedbacks também acontecem, porém não no momento da
entrega e sim, na devolutiva das correções. E isto, de uma certa forma, causa certa
insegurança para quem não tem uma experiência com cursos à distância.
Mesmo após o a realização das atividades de ambientação, alguns alunos apresentavam
dúvidas a respeito da utilização das funcionalidades do ambiente virtual de aprendizagem,
como pode ser verificado nas seguintes mensagens recebidas por email:
Oi, preciso de ajuda, não sei onde encontrar o vídeo e a entrevista. (aluna 1)
Estou fazendo as atividades porém não estou conseguindo enviar como devo
proceder?(aluna 2)
Como faço para conversar (chat) com os participantes on-line? Também, onde
acesso a pasta "edital" e ainda porque não tenho nota na prova on-line no período
ambientação?(aluna 3)
Deixei de realizar alguma atividade. Gostaria também de receber as atualizações em
meu email do trabalho,consigo acessar mais facilmente. Pode ser incluído?(aluna 4)
Por favor, veja se estou fazendo corretamente o uso da pasta da sala. (aluna 5)
Podemos publicar e compartilhar novos textos e os resumos e reflexões realizadas
com os estudos? (aluna 6)
Percebe-se, com estas questões, que os alunos envolvidos não estão ambientados com
o modelo de aprendizagem em EAD, onde o maior desafio reside no fato de conseguir se
apropriar da tecnologia e desta forma demonstram certa dificuldade.
Até um momento específico do curso, alguns alunos, por exemplo, ainda não tinham
acessado a disciplina no ambiente virtual. Assim, foi enviado um email da tutora para esses
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alunos com o objetivo de verificar se estavam com alguma dúvida ou dificuldade. Alguns
alunos responderam que estavam com problemas pessoais e outros com dificuldades de
acesso a Internet, conforme os relatos apresentados abaixo:
Tive sim alguns problemas, mas não foi com acesso, foi pessoal, já retornei a ativa e
conto com você.(aluna 7)
Estou tendo um problema porque trabalho o dia todo e somente a noite tenho para
acessar a página, porém mudei de casa recentemente e ainda estou em processo de
mudança. Gostaria que me ajudassem.(aluna 8)
Ao final de cada unidade de estudo foi enviado pela tutora um email aos alunos que
não entregaram os trabalhos com o objetivo de verificar o motivo pelo qual não entregaram o
trabalho e também para orientá-los a respeito da possibilidade de entregar os trabalhos em
atraso, em outro período. De acordo com os relatos abaixo, pode-se verificar que as
dificuldades de acesso ao ambiente virtual e à internet – por questões de velocidade de
conexão - e questões pessoais podem ter sido as possíveis causas da não entrega dos trabalhos
na data prevista:
Durante este módulo estive viajando muito, não tive tempo - nem conexão boa, para
realizar as atividades. Vou sim continuar realizando as atividades.(aluna 9)
Não entreguei as atividades, porque estava em um período intenso de trabalho.
Cheguei pensar em desistir :( Estou muito sobrecarregada, mas Final de Ano é assim
mesmo um corre-corre.(aluna 10)
Primeiramente gostaria de dizer que estou muito feliz de estar realizando este curso,
mas o motivo principal é que perdi a atividade da unidade 2 e gostaria de saber se
tem alguma coisa que possa fazer para me ajudar.(aluna 11)
Qual o procedimento a seguir? Tive dificuldades na abertura dos textos e you tube,
porque minha internet é lenta. No dia de enviar meu computador começou a travar,
então não consegui enviar a tempo, quando consegui já faziam 8 minutos que a
plataforma havia fechado. (aluna 12)
Estou com muitas dificuldades em enviar o trabalho até esse momento, se não
conseguir até o prazo final, posso ter uma outra oportunidade se possível?(aluna 13)
Pode-se perceber que numa modalidade em EAD têm-se novas questões pertinentes à
efetivação do curso em si, o que nos dá um sinal de que não é somente nos cursos presenciais,
onde as pessoas precisam se deslocar de suas residências para assistir aulas é que há níveis
considerados de frustração com relação á aprendizagem. Muitas vezes, se não há um hábito de
estudo, uma disciplina e uma autonomia muito grande, o curso acaba ficando fragmentado e
muitos acabam por desistir.
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No decorrer da disciplina alguns alunos relataram que estavam gostando dos
conteúdos e trabalhos propostos, como pode ser verificado nos relatos abaixo:
Esta unidade foi bem densa, muito boa para rever conteúdos e conhecer novos.
Gostei muito dos vídeos - ricos, reflexivos. (aluna 14)
O texto apresentado, li algumas vezes e vou precisar ler ainda para mais
profundamente compreender. Tive um pouco de dificuldade por contadas muitas
atividades diárias, mas espero ter me saído bem.(aluna 15)
Muito bom a entrevista com o Prof “X”, mas não fiquei com nenhuma dúvida
referente ao tema, ótima discussão entre as colegas.(aluna 16)
Até o momento não há dúvidas em relação ao conteúdo. Os assuntos foram
abordados de forma clara e objetiva. As leituras estão colaborando
significativamente para o esclarecimento do conceito de infância no passado e na
atualidade. (aluna 17)
Os materiais disponibilizados neste módulo foram extremamente significativos.
Artigos, vídeos, filmes articulam-se entre si, propiciando uma melhor compreensão
dos temas propostos. (aluna 18)
Os alunos participaram ativamente dos dois fóruns de discussão propostos na
disciplina. No primeiro fórum há 189 postagens e no segundo, 174 postagens, o que
demonstra a participação da maioria dos alunos.
Nas unidades em que não foi utilizado o fórum de discussão, muitos alunos utilizaram
o fórum de dúvidas para postar seus questionamentos e comentários. Estas postagens foram
comentadas pelos demais colegas da turma, gerando em alguns momentos troca e discussão
que enriqueceram o desenvolvimento das atividades.
Ao final da disciplina, 15 alunos possuíam uma ou mais atividades em atraso. Foi
enviado um email para esses alunos informando o período para a entrega das atividades e
quais eram suas atividades em atraso.
Mesmo após o encerramento da disciplina e do período para a entrega de atividades
em atraso, uma aluna enviou um email pedindo para entregar suas atividades. O email foi
encaminhado para a coordenação do curso. Dos 50 alunos matriculados, 39 foram aprovados
e 11 reprovados (2 não acessaram a disciplina e 9 não atingiram a média para aprovação).
Considerações finais
O que se pode perceber é que na modalidade à distância também temos algumas questões
relativas à desistência e reprovação. Há uma maior abrangência de pessoas, mas o estudo
depende muito mais do estudante, que é o responsável pela organização e distribuição de
prazos e tarefas.
14405
Desta forma, o curso vai sendo desenvolvido e continua em funcionamento, com uma
nova turma tendo iniciado e com novas turmas sendo delineadas para os próximos meses.
Este relato tem o intuito de demonstrar a preocupação das pessoas com sua formação
continuada e como ações podem ser desenvolvidas para abranger pessoas que consigam ter a
possibilidade de ampliar seus conhecimentos, fazendo uma educação mais responsável e
eficiente.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. LDB Lei n. 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Disponível em
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BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores. RESOLUÇÃO
CNE/CP Nº 1, de 18 de Fevereiro de 2002. Disponível em
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