COMUNICAÇÕES LIVRES
15.00 | 16.30
RETINA MÉDICA
SALA PÉGASO
Presidente: Isabel Lares
Moderadores: João Figueira, Susana Penas
15:30
CL185 - TRATAMENTO DE VARIANTES NEOVASCULARES DE DEGENERESCÊNCIA
MACULAR LIGADA À IDADE COM ANTI-ANGIOGÉNICOS: A NOSSA EXPERIÊNCIA
Ana Rita Azevedo, Samuel Alves, Filipe Silva, Susana Pina, Graça Pires, Filomena Silva,
Susana Teixeira
(Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca EPE)
Introdução: A Degenerescência Macular ligada à Idade (DMI) é a principal causa de cegueira
irreversível em indivíduos com mais de 50 anos, nos países desenvolvidos. No que diz respeito às
variantes neovasculares de DMI – Proliferação Angiomatosa Retiniana (RAP) e Vasculopatia
Coroideia Polipoidal (PCV)- não existem estudos aleatorizados e controlados que provem a eficácia
e segurança dos tratamentos disponíveis actualmente no seu controlo.
Os autores relatam a sua experiência no tratamento e acompanhamento de doentes com estes
tipos específicos de patologia macular com recurso a anti-angiogénicos.
Material e Métodos: Avaliação retrospectiva de doentes com RAP e PCV diagnosticadas entre
Janeiro de 2007 e Junho de 2010, com recurso a angiografia fluoresceínica e com verde de
indocianina e tomografia de coerência óptica (OCT). Os doentes foram submetidos a tratamento
com injecção intra-vítrea de anti-angiogénico (bevacizumab e/ou ranibizumab). Foram realizadas
em todos os doentes 3 injecções intra-vítreas mensais e, de seguida, sempre que necessário de
acordo com a evolução clínica. Foi feita avaliação da acuidade visual (AV), com escala de Snellen,
e da espessura macular central (EMC), com OCT Stratus, antes do tratamento e regularmente.
Resultados: Incluíram-se 13 olhos de 13 doentes, 7 com RAP e 6 com PCV. A acuidade visual na
altura do diagnóstico estava compreendida entre 0,12 e 0,5 e entre “conta dedos junto à face” e 0,5
nos grupos RAP e PCV, respectivamente. A EMC foi em média de 369 µm no primeiro grupo e de
379 µm no segundo. O tempo mínimo de seguimento nos 2 grupos foi de 12 meses e o máximo foi
de 36 e 51 meses, respectivamente, no grupo RAP e PCV. No grupo RAP os doentes foram
submetidos a uma média de 8 injecções e no grupo PCV a 4,5.
Aos 3 meses de seguimento, ocorreu melhoria da AV em 3 doentes com RAP e 3 com PCV. Em
85% de todos os doentes a EMC sofreu uma redução nesta avaliação. Na última avaliação
verificou-se melhoria da AV em relação à linha de base em 4 doentes com RAP e 4 com PCV.
Quanto à EMC, foi em média 288 µm no grupo RAP e 357 µm no PCV.
Conclusões: Ocorreu melhoria da AV em 57% dos doentes com RAP e em 67% com PCV, à data
da última observação. A EMC sofreu uma redução em 86% dos doentes com RAP e em 67% com
PCV. Assim, o tratamento com anti-angiogénicos foi eficaz e seguro e em alguns doentes ocorreu
melhoria da AV aos 3 meses de seguimento. Essa tendência acentuou-se nos meses seguintes e,
apesar das oscilações características da evolução destas formas de DMI, a AV manteve-se acima
do valor basal na maioria dos doentes à data da última observação.
Bibliografia
1.
Cheng CK et al; one-year outcomes of intravitreal bevacizumab (Avastin) Therapy for
Polypoidal Choroidal Vasculopathy; Retina31: 846-856, 2011.
2.
Meyerle CB; Intravitreal bevacizumab (Avastin) for Retinal Angiomatous Proliferation;
Retina 27: 451-457, 2007.
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