CARTA ABERTA AOS MEMBROS DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEPATOLOGIA
Senhoras e Senhores Membros da
Sociedade Brasileira de Hepatologia,
As estatísticas nacionais sinalizam a existência de uma endemia de doenças
hepáticas no Brasil, com pelo menos 4 milhões de portadores de hepatites virais, sem
contar as demais hepatopatias. Todos somos unânimes em admitir que o número de
hepatologistas
é
gastroenterologista,
escasso
quanto
e
que
do
há
problemas
hepatologista.
na
Em
formação,
muitas
tanto
localidades,
do
o
gastroenterologista tem se afastado do atendimento de portadores de afecções
hepáticas, o que representaria, na prática, uma separação informal. Por outro lado, a
crescente complexidade da Hepatologia exige que os hepatologistas estejam focados
no cuidado dos pacientes com doenças do fígado, particularmente aqueles que atuam
em Centros de Transplante Hepático. O conhecimento avança de forma rápida, com o
surgimento de novas drogas antivirais e de imunossupressores, além de outras novas
modalidades de tratamento, o que exige aumento da especialização. A especialização,
sem dúvida, agrega aumento de conhecimento em campos específicos, permitindo o
desenvolvimento de habilidades cognitivas e técnicas do mais elevado nível, o que é
muito adequado para centros especializados, porém aumenta o tempo necessário à
formação, o que representa grande inconveniente e agrava a escassez de
especialistas no mercado. Assim, o país precisa repensar como formar seus
gastroenterologistas e seus hepatologistas.
Devemos reconhecer que tanto criar mecanismos inovadores de acesso aos
programas de formação quanto aumentar a quantidade de hepatologistas são
importantes, mas, por si só, não resolvem nem resolverão o problema das endemias
de doenças hepáticas no Brasil. Políticas públicas de Estado bem direcionadas,
consistentes e em longo prazo, visando a infra-estrutura, a fixação de recursos
humanos e a formação são fundamentais. Caso ações paralelas e simultâneas não
ocorram,
corremos
o
risco
de
novas
propostas
agravarem
o
problema
da
1
concentração
dos
especialistas
nos
grandes
centros,
ao
invés
de
abrirem
oportunidades para que o médico atue e nos locais em que dele precisam.
Para o médico que exerce sua atividade na comunidade e que é responsável
pela maioria dos atendimentos do sistema de saúde, é importante oferecer opções de
treinamento e de reciclagem profissional. Tal profissional que deve ter um
conhecimento mais amplo, deve fundamentalmente saber reconhecer o momento de
encaminhar o paciente aos centros especializados. Estatísticas internacionais apontam
que algum tipo de problema hepático responde por cerca de 20% do total de
pacientes atendidos por um gastroenterologista em uma comunidade, o que torna
pouco provável que um profissional altamente especializado em hepatologia consiga
dedicar-se integralmente somente às doenças hepáticas; este médico também deverá
atuar nas áreas de Clínica Geral, Gastroenterologia, Endoscopia e Hepatologia, como
ocorre nos países desenvolvidos de todo o mundo. Já em centros maiores,
considerados de referência, há necessidade de hepatologistas treinados para atender
casos mais complexos e os transplantes de fígado. Em nossa visão, os dois perfis
profissionais são necessários em nosso país.
Prezado (a) colega, permita-me apresentar um resumo de meu Currículo
profissional, construído ao longo de mais de 30 anos nos quais me dediquei à
Gastroenterologia, com foco especial na Hepatologia.
Natural:
São José do Rio Preto (SP)
Formação Pessoal:
Graduação Medicina
•
Universidade Estadual de Londrina (1973)
Residência em Gastroenterologia
•
Escuela de Patologia Digestiva, Universidad Autónoma de Barcelona – Prof.
Francisco Villardell (1974 – 1976)
2
Research Fellow - Hepatologia
•
Unidad de Hígado, Hospital Clínic de Barcelona, Universitat de Barcelona – Prof.
Joan Rodés (1976 - 1977) – Primeiro aluno estrangeiro do Grupo de
Barcelona
Docente em Londrina (Auxiliar de Ensino)
•
Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, implantando o
Grupo de Hepatologia Clínica dentro do Departamento de Gastroenterologia
(1978 – 1980)
Teses em Gastroenterologia
Área Hepatologia junto a FMUSP
•
Mestrado – 1987
•
Doutorado – 1993
•
Livre-Docência – 2000
Docente em São Paulo
(De Auxiliar de Ensino a Professor Titular)
•
Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP (1981
até a presente data). Transferência de Londrina (PR) para São Paulo (SP) a
convite dos Profs. Drs. Agostinho Bettarello e Luiz Caetano da Silva
Bolsista no Japão
•
1987 Bolsa da JICA – Japan International Cooperation Agency de 3 meses
junto a Universidade de Chiba, Prof. Kunio Okuda, para aprendizado do
sistema de rastreamento do câncer precoce de fígado em cirróticos
Assistência à comunidade em São Paulo:
•
Chefia do ambulatório de Hepatologia do HCFMUSP a partir de 1/7/1981 com
um atendimento anual inicial de 270 pacientes em 1982, incrementado
progressivamente para 15.780 pacientes em 2010 (atenção secundária e
terciária). Atualmente, o mesmo ambulatório tem 32 unidades de Hepatologia
3
Ambulatorial, distribuídas em 9 salas de atendimento, de segunda à sextafeira, em dois turnos. A taxa de crescimento anual foi de 12% ao ano nos
últimos 10 anos.
•
1987 - implantação do Programa de rastreamento precoce do Carcinoma
Hepatocelular (CHC) em pacientes portadores de cirrose hepática do HCFMUSP,
com uma taxa de detecção de 15% de CHC em 5 anos, com 96% dos tumores
detectados dentro do Critério de Milão.
•
2002 - Coordenação do atendimento clínico dos pacientes em Lista e Pós
Transplante de Fígado do Programa do HCFMUSP.
•
2009 - Criação do Centro de Diagnósticos em Gastroenterologia (área de
500 m2) com estrutura para realização de exames diagnósticos e terapêuticos
na área de Hepatologia (ultrassonografia, endoscopia, biópsias hepáticas,
alcoolização e radiofreqüência de tumores e elastografia / Fibroscan).
•
2010 - Criação do Ambulatório de Hepatologia no Núcleo de
Gerenciamento Ambulatorial Várzea do Carmo, na cidade de São Paulo,
em convênio com a Secretaria de Estado da Saúde do Estado de SP, com um
atendimento anual (atenção secundária) de 4.473 pacientes (últimos 12
meses) de 39 municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS) I da
Grande SP, além da rede ambulatorial e hospitalar da SES-SP. O objetivo desta
iniciativa foi criar um sistema de referência e contra-referência
especializado em Hepatologia no Estado de SP.
•
2010 - Criação do Ambulatório de Endoscopia no Núcleo de
Gerenciamento Ambulatorial Várzea do Carmo, na cidade de São Paulo,
em convênio com a Secretaria de Estado da Saúde de SP, com atendimento
(atenção secundária) anual de 1.800 pacientes portadores de Hipertensão
Portal de 39 municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS) I da
Grande SP, além da rede ambulatorial e hospitalar da SES-SP.
4
•
Criação juntamente com os Profs. Eduardo L. R. Cançado e João Renato
Rebelo Pinho do Laboratório de Gastroenterologia e Hepatologia
Tropical “João Alves de Queiróz e Castorina Bittencourt Alves”, em área
de 500 m2 junto ao Instituto de Medicina Tropical da USP, com recursos
obtidos da FAPESP e da iniciativa privada ASSOLAN INDÚSTRIA LTDA e
CASAS BAHIA COMERCIAL LTDA, para pesquisas em biologia e genética
molecular das doenças virais, autoimunes e metabólicas.
Ensino:
Residência Médica
•
Gastroenterologia 1º. Ano – 5 vagas
•
Gastroenterologia 2º. Ano – 5 vagas
•
Hepatologia Clínica – 2 vagas
•
Hepatologia Transplante hepático – 2 vagas clínicas
O residente de Gastroenterologia recebe sólida formação em Gastroenterologia,
Hepatologia, Endoscopia diagnóstica e terapêutica e Patologia Hepática (com os
Profs. Venâncio A. F. Alves e Evandro Sobroza de Melo).
No período de 1981 a 2011 foram formados 132 médicos residentes, praticamente
de todos os Estados do país.
Formação Especializada em
•
2 vagas por ano
•
3 vagas por ano
•
40 dissertações defendidas na área de
Hepatologia para Estrangeiros
Estágios de Complementação
Especializada em Hepatologia (3
a 6 meses/ano)
Mestrado
Hepatologia
Doutorado
•
32 teses defendidas na área de Hepatologia
5
Pós-Doutorado em Hepatologia
•
5 alunos na área de Hepatologia
Cursos
1. 2002 – Criação, juntamente com os Profs. Vicente Arroyo (Universitat de
Barcelona) e Ana de Lourdes C. Martinelli (FMRP-USP), do Encontro
Internacional de Hepatologia entre as Universidades de São Paulo e
Universitat de Barcelona, bienal, com o objetivo de dar visibilidade às
pesquisas realizadas nas duas instituições para os colegas hepatologistas
brasileiros. Desde sua primeira edição, a audiência tem sido superior a 400
participantes brasileiros e foram realizadas cinco edições, e com acreditação
da AMB e SBH.
2. 2009 e 2011 – Escola de Altos Estudos da CAPES. Criação, juntamente com
com os Profs. Isabel M. V. G. C. Mello, Marc Adam (E.U.A.), Beth Allison
Shapiro (E.U.A.) e Philippe Michel Lemey (Bélgica) do curso Evolução
Viral e Epidemiologia Molecular dos Vírus causadores de Hepatites, São
Paulo, com objetivos de Pós-graduação senso estrito.
3. 2010 – Criação, juntamente com os Profs. João Renato Rebelo Pinho,
Stephen Locarnini (Austrália), Richard M. Single (E.U.A.), Jason D.
Barbour (E.U.A.), Marcos Miretti (Argentina), Mary Carrington (E.U.A.),
Scott Muerhoff (E.U.A.), Anna Kramvis (África do Sul) e Christopher M.
Walker (E.U.A.) do International Theoretical Course on Viral Hepatitis
and the Human Host, São Paulo, bienal, com objetivos de Pós-graduação
senso estrito, de 2 em 2 anos.
4. Participação da organização do 2010 EASL Special Conference on
Hepatocellular Carcinoma – From Genomics to Treatment, em
Dubrovnic, Croácia, 24-26/06/2010, com os Profs. J. M. Llovet (EASL), M.
Sherman (AASLD), M. Omata (APASL) e F. J. Carrilho (ALEF), com mais de
500 participantes.
5. 2010 – Criação, juntamente com os Profs. Luiz Augusto Carneiro
D’Albuquerque e Ivan Cecconello do Fórum Internacional de
Transplantes do Aparelho Digestivo, São Paulo, com mais de 200
participantes.
6
Convênios / Intercâmbios
1. University of Tokyo School of Medicine, Japão – Department of
Gastroenterology, com os Profs. M. Omata, Y. Shiratori, N. Kato e S. OnoNita.
2. University of Bar-Ilan, Israel, com o Prof. A. Neumann e José Eymard
Medeiros-Filho.
3. Nelson Mandela School of Medicine, University of Natal, África do Sul,
com o Dr. Túlio P. N. A. de Oliveira e João Renato Rebelo Pinho.
4. University of Kurume School of Medicine, Kurume, Japão, com o Prof. M.
Kojiro.
5. University of Chiba School of Medicine, Chiba, Japão, com o Prof. M.
Ebara e Dra. Denise C. Paranaguá-Vezozzo.
6. Unidad de Hígado Del Hospital Clínic de Barcelona, Espanha com os Profs.
Joan Rodés, Vicente Arroyo, Jaume Bosch e Jordi Bruix.
7. 2009 – estabelecimento do Convênio entre o Hospital das Clínicas da
FMUSP e o Hospital Clínic de Barcelona da FM da Universitat de
Barcelona para projetos conjuntos entre as instituições em todas as áreas da
medicina, além da Hepatologia.
8. 2010 – criação, juntamente com o Prof. Vicente Arroyo, da Universitat de
Barcelona, de uma Rede de Hospitais e Instituições de Ensino/Pesquisa
na América Latina (Brasil, Chile, México, Colômbia, Argentina) e
Espanha, para formação de recursos humanos em Hepatologia e outras áreas
7
da Medicina para os países da América Latina e Espanha.
EGRESSOS - Inserção dos Recursos Humanos formados pelo nosso grupo de
Hepatologia no Mercado de Trabalho no Brasil e Exterior como
Hepatologistas
1. Alberto Queiróz Farias – Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (SP)
2. Alex Vianey Calado França – Faculdade de Medicina da Universidade Federal
do Sergipe (SE)
3. Aline Lopes Chagas – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (SP)
4. Ana Heloísa de Siqueira Cavalcanti Veras – Foz do Iguaçu (PR)
5. André Castro de Lyra – Universidade Federal da Bahia (BA)
6. Bianca Della Guardia - Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
7. Carmen Lúcia de Assis Madruga – São Paulo (SP) e João Pessoa (PB)
8. Celso Eduardo Lourenço Matielo - Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
9. Cintia Mendes Clemente – Universidade de Brasília (DF)
10.Claudia Alves Couto – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Minas Gerais (MG)
11.Claudia Megumi Tani – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
12.Claudia Pinto Marques Souza de Oliveira – Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
13.Cleusa Regina de Moraes – Joinville (SC)
14.Conceição de Maria Sá e Rêgo – Universidade Federal do Piauí (PI)
15.Daniel Ferraz de Campos Mazo – HCFMUSP
8
16.Denise Cerqueira Paranaguá Vezozzo – Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
17.Denise Siqueira Vanni – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
18.Eduardo Fernandes Zanandrea – Vitória (ES)
19.Eduardo Luiz Rachid Cançado – Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (SP)
20.Erika Ruback Bertges – Juiz de Fora (MG)
21.Evandra Cristina Vieira da Rocha Motta – Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
22.Fábio Kassab – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
23.Fabrício Guimarães Souza – Bayer Health Care (SP)
24.Fernando Bessone – Faculdade de Medicina de Rosário – Argentina
25.Fernando Cubas – Universidade Católica Santo Toribio de Mogrovejo,
Chiclayo – Peru
26.Guilherme Eduardo Gonçalves Felga - Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
27.Isabel Maria Vicente Guedes de Carvalho Mello – Instituto Butantã (SP)
28.Ivana Carla S. Pinto – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
29.Jakeliny Vieira – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
30.Jorge Manuel Ferrandiz Quiroz – Universidade Cayetano Heredia, Lima –
Peru
31.José Eymard Moraes de Medeiros Filho – Universidade Federal da Paraíba /
João Pessoa (PB)
9
32.José Gurgel do A. Valente Filho – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (RN)
33.Juliano Machado de Oliveira – Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)
34.Karoline Loureiro Amancio – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (SP)
35.Liliana Sampaio Costa Mendes – Brasília (DF)
36.Luciana Lôfego Gonçalves – Faculdade de Medicina Estadual do Espirito
Santo (ES)
37.Luciana Oba Onishi Kikuchi – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo
(SP)
38.Lúcio Côrtes dos Anjos – Fortaleza (CE)
39.Luís Claudio Alfaia Mendes – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (SP)
40.Luís Edmundo Pinto da Fonseca – Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP)
41.Maira Ribeiro de Almeida – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (SP)
42.Maíra Solange Câmara dos Santos – Hospital Universitário da Universidade
de São Paulo (SP)
43.Manuel Fernando Cubas – Lima, Peru
44.Marcelo Simão Ferreira – Universidade Federal de Uberlândia (MG)
45.Márcio Dias de Almeida – Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
46.Marcos Mucenic – Porto Alegre (RS)
47.Maria Esther Pinho e Coelho – E.U.A.
48.Maricéia Puchuv Santos Engel – Pato Branco (PR)
10
49.Mario Guimarães Pessoa – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
50.Marlone Cunha da Silva – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
51.Marta Mitiko Deguti – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (SP)
52.Odilson Marcos Silvestre – INCOR – Instituto do Coração do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
53.Patrícia Lôfego Gonçalves – Universidade Federal do Espirito Santo (ES)
54.Paulo Lisboa Bittencourt – Hospital Português de Salvador e Universidade
Federal da Bahia (BA)
55.Raimundo Paraná Ferreira Filho – Universidade Federal da Bahia (BA)
56.Regiane Saraiva de Souza Mello Alencar – Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Instituto do Câncer do
Estado de São Paulo (SP)
57.Roberta Sitnik - Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
58.Roque Gabriel Resende de Lima – Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
59.Suzane Kioko Ono-Nita – Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (SP)
60.Suzete Notaroberto – Santos (SP) e Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
61.Tarciso Daniel dos Santos da Rocha – Fortaleza (CE)
62.Valdinélia dos Santos Bonfim – Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
63.Wanda Regina dos Santos – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC e Hospital
Heliópolis (SP)
11
Pesquisa:
Trabalhos completos publicados
•
151
•
17
no PUBMED/MEDLINE
Índice H
Número de citações de seus trabalhos (ISI Web of Knowledge)
•
1.266
Recursos financeiros obtidos junto a órgãos de fomento (FAPESP, CNPq, CAPES e
FINEP) e a iniciativa privada (ARISCO, ASSOLAN, MONTE CRISTALINA,
HYPERMARCAS, ALVES DE QUEIROZ FAMILY FUND FOR RESEARCH e CASAS
BAHIA) desde 1997
•
R$ 10.147.199,42, que foram utilizados na implantação de uma infra-estrutura
institucional e na formação de recursos humanos (médicos e biólogos em pósgraduação senso estrito) para pesquisas no Projeto Hepatologia - Hepatites /
Câncer e nos outros projetos dentro das linhas de pesquisas na Hepatologia e
Gastroenterologia.
Participações em Associações ligadas a Hepatologia
•
SBH - Sociedade Brasileira de Hepatologia – Membro Titular
•
APEF – Associação Paulista para Estudos do Fígado – Sócio Fundador, ExPresidente
•
ALEF – Associação Latinoamericana para Estudos do Fígado – Sócio, ExSecretário
•
EASL – European Association for Study of the Liver – Membro
Internacional
•
IASL – International Association for Study of the Liver – Membro
•
ILCA – International Liver Cancer Association – Membro fundador
12
Nossas propostas:
1. Apoiar a Hepatologia como Especialidade
Segundo
estatísticas
do
DATASUS,
as
doenças
do
fígado
representam
importante causa de morbidade e mortalidade em nossa população, sendo a sétima
causa de mortalidade entre os brasileiros.
O atendimento médico a essas condições deve levar em conta os determinantes
do processo saúde-doença e estabelecer os diferentes níveis de intervenção das
diversas especialidades que se ocupam desses cuidados. O modelo mais conhecido foi
proposto pelos epidemiologistas Leavel e Clark (Leavel H e Clark EG. Medicina
Preventiva, editora McGraw-Hill, 1976), que caracterizam a história natural das
doenças a partir do conhecimento do conjunto de processos interativos entre o
agente, o indivíduo susceptível e o meio ambiente. O conhecimento dos períodos de
pré-patogênese e patogênese é aplicável para definir níveis de aplicação das medidas
preventivas e estratégias visando à prevenção primária (promoção da saúde e
proteção específica), prevenção secundária (diagnóstico e tratamento precoce e
limitação da incapacidade) e prevenção terciária (reabilitação).
Com base no conteúdo programático da HEPATOLOGIA, podemos perceber que
se trata de ciência com objeto de estudo definido, atuando em praticamente todos os
níveis da história natural da doença e dos seus níveis de aplicação de medidas.
Restam poucas dúvidas de que, conceitualmente, a HEPATOLOGIA é uma
especialidade de fato. Sempre defendi esse ponto de vista nos encontros com
representantes da Comissão Mista de Especialidades.
Entretanto, precisamos discutir regras claras de acesso aos programas de
treinamento e sua relação com as especialidades afins, em particular, a sua alma
mater, a GASTROENTEROLOGIA. Esse é um ponto central da nossa candidatura. Em
outras oportunidades recentes, tivemos a oportunidade de expressar aos colegas
membros da SBH nosso pensamento acerca desta necessária relação entre
especialidades. Temos convicção de que HEPATOLOGIA e GASTROENTEROLOGIA
devem caminhar juntas. Na Universidade de São Paulo, temos formado, ao longo de
13
trinta anos, tanto hepatologistas quanto gastroenterologistas, que aliás destacam-se
em inúmeras instituições de ensino, pesquisa e assistência do nosso país.
Por solicitação dos Presidentes da SBH e FBG, no dia 29/07/2011, coordenei
uma reunião de duas horas com os colegas Professores Raimundo Paraná (SBH),
Henrique Sérgio Moraes Coelho (SBH), José Galvão-Alves (FBG), Luiz Gonzaga Vaz
Coelho (FBG) e Jaime Natan Eisig (FBG). Decidiu-se, por consenso, que a Federação
Brasileira de Gastroenterologia apóia fortemente o reconhecimento da Hepatologia
como Especialidade, hoje considerada uma área de atuação. Com isso, resgataremos
o lugar e o papel que a HEPATOLOGIA deve ter junto às demais especialidades. O
reconhecimento trará mais legitimidade aos representantes da SBH ao participar de
comissões relacionadas às políticas públicas de saúde. Concordamos plenamente com
o Presidente Paraná quando se refere ao embaraço, de termos na mesma sociedade,
membros considerados especialistas (portadores de título de especialista da AMB) e
portadores de certificado de área de atuação.
2. Propostas para Residência Médica e Formação em Hepatologia.
Fato amplamente divulgado, foi a recente decisão do Conselho Federal de
Medicina (Resolução CFM no. 1973, de 14/07/2011) de aprovar a residência médica
em Hepatologia, com formação de 2 anos, tendo como pré-requisitos residência em
Clínica Médica, Gastroenterologia ou Infectologia.
Temos como meta propor discussão ampla da SBH com as instituições
universitárias formadoras de recursos humanos, em conjunto com a FBG, quanto
ao ensino de Hepatologia.
Nossa experiência, como professor universitário, sedimentou o conceito de que o
ensino comporta várias modalidades e possibilidades de formação, não devendo ficar
engessado por aspectos formais.
Existe espaço para programas de residência médica, de dois anos em
Hepatologia, permitindo uma formação mais abrangente. Em nossa instituição,
oferecemos ao residente de Hepatologia plena capacitação para atendimento das
diferentes doenças hepáticas, inclusive as raras, assim como em transplante de
fígado, procedimentos correlatos à especialidade (biópsia hepática, elastometria,
endoscopias diagnóstica e terapêutica, ultrassonografia) e patologia hepática. Esse
modelo vigora nas principais instituições de ensino internacionais. Acreditamos que o
14
Hepatologista, aquele bem formado, deve ter habilidades cognitivas e práticas para
poder atuar não somente nos grandes centros urbanos, mas também nas cidades de
médio e pequeno porte. Isso somente é possível, se tal profissional tiver
conhecimento da nosologia digestiva mais freqüente. Por esse motivo, incluímos o
treinamento nas doenças digestivas mais freqüentes durante a sua formação.
Por outro lado, o gastroenterologista deve ter formação para diagnosticar e
tratar as doenças mais comuns da Hepatologia, de relevância para a saúde pública do
país. Estágio de Hepatologia durante o seu período de formação é necessário e deve
ser um aspecto a ser discutido com a FBG. Em nosso Serviço na USP o residente de
Gastroenterologia conclui sua formação com treinamento de alto volume em
hepatologia, biópsia hepática, ultrassonografia e endoscopia digestiva.
Assim cabe o terceiro ano de formação, para aqueles que desejam se
aprofundar na Hepatologia. Esse terceiro ano, que representa a área de atuação,
deve ser mantido e buscará, fundamentalmente, atender ao gastroenterologista e aos
colegas hepatologistas que desejarem atuar especificamente em transplante hepático.
Teremos que discutir muito a relação de pré-requisito na formação do
Hepatologista. No contexto do nosso país e, com respaldo na decisão do CFM, os
Serviços de Infectologia poderão postular a criação de programas de residência em
Hepatologia, o que dificultaria a afirmação da Hepatologia como especialidade,
contribuindo para mantê-la como área de atuação assistencial. Ademais, afastaria ou
reduziria drasticamente a participação da SBH nas políticas públicas de saúde, como
já vem ocorrendo na área das hepatites virais, tornando as atribuições da SBH
superponíveis às da Sociedade de Infectologia. Preocupa-nos o fato da formação em
Infectologia seguir o modelo de acesso direto, sem passar pela Clínica Médica. A
formação do médico infectologista em Hepatologia será adequada se realizada em
centros consolidados de ensino, que ofereçam a oportunidade do aprendizado de
doenças hepáticas menos comuns e das complicações da cirrose.
Não podemos esquecer de mencionar a necessidade de manter programas de
treinamento de alto nível em Hepatologia, de curta duração, com mecanismos
facilitadores de acesso, sem seguir necessariamente o modelo de residência médica.
São candidatos naturais os colegas que já exercem a especialidade Hepatologia e
desejam reciclar seus conhecimentos. Tal modalidade existe há muitos anos em
nossa instituição e pretendemos aproveitar a experiência para amplia-la, caso eleito
para a Presidência da SBH.
15
3. Hepatologia na Semana Brasileira do Aparelho Digestivo – SBAD
Tradicionalmente, a SBH participa das atividades da Semana Brasileira do
Aparelho Digestivo. A Sociedade tem sido convidada e representada por seus
membros neste importante evento. Acreditamos que essa parceria é necessária e
deve continuar para a difusão dos novos conhecimentos na área. Por outro lado, o
avanço constante da Hepatologia, com a incorporação de conhecimentos específicos,
de interesse daqueles que a exercem, torna necessário a realização do seu próprio
congresso. O Congresso Brasileiro de Hepatologia é um patrimônio cultural e histórico
da SBH e um dos marcos da sua busca por identidade própria. Por isso, em nossa
visão, deverá continuar a existir. Poderemos discutir com a FBG e SOBED o momento
mais adequado para a sua realização, de forma que ao longo do biênio haja uma
programação adequada de atualização para os associados.
4. Participação da SBH nas Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde e
nas Políticas Públicas de Transplante Hepático
Inicialmente, devemos lembrar que a Hepatologia deve continuar sua luta para
voltar ao status de especialidade. Independente do fato de ser área de atuação no
momento ou especialidade no futuro, a SBH DEVE empenhar todo esforço e diligência
para ter assento nos órgãos governamentais pertinente, com igualdade de direitos em
relação aos demais membros. Do mesmo modo, deve participar das consultas
públicas do Ministério como representante da sociedade civil organizada e dos
médicos hepatologistas do país. Citamos, especificamente, as hepatites virais e o
transplante hepático. Nesse sentido, foi avanço inquestionável a indicação de
membros da SBH para participar da Câmara Técnica do Sistema Nacional de
Transplante Hepático, em Brasília. Dentro da nossa SBH, destacamos a iniciativa em
criar o Capítulo de Transplante de Fígado, com convite formulado a docentes do
Departamento de Gastroenterologia da USP para discutir o tema. Agradecemos à
atual Diretoria da SBH pelo reconhecimento da contribuição da nossa instituição na
formação de recursos humanos para os transplantes hepáticos em nosso meio.
16
5.
Interface com outras Especialidades e Áreas Médicas
A Hepatologia, por sua natureza multidisciplinar, naturalmente leva ao convívio
com diferentes especialidades. Essa interface é fundamental para o progresso
científico e para melhoria da assistência prestada. Como exemplo, em nosso meio, a
abordagem do paciente com carcinoma hepatocelular envolve hepatologistas,
radiologistas,
Precisamos
oncologistas,
avançar
em
cirurgiões,
outras
patologistas
formas
de
e
biólogos
cooperação,
com
moleculares.
ênfase
no
desenvolvimento de diretrizes conjuntas de diagnóstico e tratamento de várias
doenças hepáticas, que requerem abordagem interdisciplinar.
6.
Relação com a Indústria Farmacêutica e com as ONGs
Muito se tem discutido em todo o mundo qual deveria ser a relação entre a
Academia, as Sociedades Científicas e a Indústria Farmacêutica. Devemos dizer que
se trata de relação necessária, bem vinda e proveitosa, desde que exercida dentro de
preceitos éticos e em conformidade com os aspectos regulatórios do CFM e da
ANVISA (em particular a Resolução CFM 1974 e a RCD 96 da ANVISA).
As ONGs representam legitimamente o terceiro setor. São parceiros naturais da SBH,
que igualmente representa interesses da sociedade civil organizada. Conflitos de
interesses de ambas as partes devem ser afastados para que o relacionamento seja
saudável e em favor do interesse da população.
Prezado (a) colega,
Nesta breve síntese, quis demonstrar como tenho me preocupado com o
desenvolvimento da Hepatologia em nosso país e o que poderemos fazer.
Peço o seu apoio à minha candidatura à Presidência da Sociedade Brasileira
de Hepatologia para o biênio 2014 – 2015.
FLAIR JOSÉ CARRILHO
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Flair José Carrilho - Sociedade Brasileira de Hepatologia