COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO CRIADA ATRAVÉS DO
REQUERIMENTO Nº 1, DE 2007 – CD, PARA INVESTIGAR AS CAUSAS,
CONSEQÜÊNCIAS E RESPONSÁVEIS PELA CRISE DO SISTEMA DE
TRÁFEGO AÉREO BRASILEIRO, CHAMADA DE “APAGÃO AÉREO”,
DESENCADEADA APÓS O ACIDENTE AÉREO OCORRIDO NO DIA 29 DE
SETEMBRO DE 2006, ENVOLVENDO UM BOEING 737-800, DA GOL (VÔO
1907) E UM JATO LEGACY, DA AMÉRICA EXCELAIRE, COM MAIS DE
UMA CENTENA DE VÍTIMAS
REQUERIMENTO Nº
(Do Sr. Rodrigo de Castro)
Requer a convocação do Sr. Marco
Aurélio Garcia
Senhor Presidente,
Requeiro a Vossa Excelência, nos termos do § 3º do artigo 58 da
Constituição Federal, combinado com o art. 2º da Lei nº 1.579, de 18 de
março de 1952, que seja convocado o Sr. Marco Aurélio Garcia, Assessor
Especial da Presidência da República, para prestar depoimento a esta
Comissão Parlamentar de Inquérito.
JUSTIFICAÇÃO
Torna-se imperioso o depoimento do Sr. Marco Aurélio Garcia nesta
CPMI para prestar esclarecimentos sobre fato ocorrido no dia 19 de julho,
conforme matéria publicada no jornal “Folha de São Paulo”, 20 de julho de
2007, pág. C4 :
“Assessor especial de Lula faz gesto obsceno ao assistir, na TV,
à notícia sobre a TAM
PEDRO DIAS LEITE e LETÍCIA SANDER
Um dos principais assessores do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, Marco Aurélio Garcia foi flagrado ontem fazendo um gesto
obsceno após assistir à reportagem da Rede Globo s obre o
defeito técnico no avião da TAM que explodiu em São Paulo.
No momento em que a reportagem ia ao ar, às 20h17, Garcia assessor especial para assuntos internacionais da Presidênciafez por três vezes o gesto em que se bate a palma da mão
estendida contra a outra mão, fechada.
Ao seu lado, o assessor Bruno Gaspar foi mais efusivo, esticando
os dois braços para a frente e depois trazendo os cotovelos em
direção ao quadril. A imagem foi transmitida no "Jornal da
Globo".
Procurado, Gaspar negou inicialmente que ambos tenham
comemorado a notícia, que traz o foco da investigação sobre o
acidente para a aeronave e a TAM -conseqüentemente tirando
parte da pressão sobre o Planalto.
O governo vem recebendo críticas por ter entregue de forma
incompleta a pista de Congonhas, o que pode ser um fator
contribuinte à tragédia.
"A gente ficou espantado, como qualquer pessoa", disse.
Confrontado com a informação de que há imagens mostrando a
reação de ambos, o assessor de Marco Aurélio pediu então "um
tempinho".
Quando voltou a falar com a Folha, explicou: "Não aceito dizer
que a gente comemorou. Foi um momento de extravasamento
com a conclusão de que o acidente pode ter sido mais complexo
do que em princípio chegaram a levantar. Foi uma reação de
"poxa, tá vendo?"... Porque houve precipitação. Alguns setores
tentaram atingir o governo politicamente e nos culpar. Agora está
visto que não é bem assim".
A Folha tentou falar com o ministro, mas o assessor afirmou que
ele não se pronunciaria sobre o episódio.
Em entrevista ao "Jornal da Globo", porém, Garcia negou que
estivesse comemorando o conteúdo da reportagem.
De acordo com o assessor, "as imagens foram tomadas de forma
clandestina" e mostram sua "indignação frente a uma
determinada versão (...) que creditava ao governo a
responsabilidade por um acontecimento dramático".
A imagem foi captada enquanto os dois estavam na sala de
Garcia, no terceiro andar do Palácio do Planalto, o mesmo de
Luiz Inácio Lula da Silva, assistindo ao noticiário. O câmera de
TV que captou a cena estava no térreo do Palácio do Planalto, do
lado de fora, e a cortina estava aberta.
O episódio deverá somar-se a outros casos que deixaram o
governo federal em situação delicada diante da opinião pública
no decorrer da crise.
Há o "relaxa e goza" da ministra Marta Suplicy (Turismo), sobre
as agruras dos viajantes nos aeroportos antes de chegar aos
destinos, e a afirmação de seu colega Guido Mantega (Fazenda)
de que os problemas são decorrência da prosperidade
econômica.
Desde terça à noite, assessores do presidente mostram
contrariedade com a tese, segundo eles precipitada, de que o
acidente foi uma tragédia anunciada. O discurso oficial adotado
foi o de que nenhuma hipótese pode ser excluída e que qualquer
especulação sobre as causas do acidente com o Airbus seriam
"leviandade".”
Sala da Comissão, 31 de julho de 2007.
Deputado RODRIGO DE CASTRO
PSDB/MG
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comissão parlamentar de inquérito criada através do requerimento