Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
Apresentação oral
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
AO-01
TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS CÉLULAS CITOTÓXICAS NA SÍNDROME DE RECONSTITUIÇÃO IMUNE ASSOCIADA À
COINFECÇÃO HIV E TUBERCULOSE
AUTOR(ES): BEATRIZ KAWASAKI MENESES, LUANA LEANDRO GOIS, MONIQUE LÍRIO CANTHARINO DE
CARVALHO, ANTÔNIO CARLOS BANDEIRA, ROBERTO JOSÉ DA SILVA BADARÓ, MARIA FERNANDA RIOS GRASSI
INSTITUIÇÃO: FIOCRUZ-BA
Introdução. A terapia antiretroviral de alta eficácia (HAART) reduziu a morbi-mortalidade da AIDS. Contudo, alguns
pacientes vivenciam uma piora clínica devido à restauração da resposta imune contra patógenos oportunistas,
denominada de Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (IRIS). A tuberculose associada à IRIS (TB-IRIS) é uma
das manifestações clínicas mais prevalentes, principalmente em locais onde o HIV e o Mycobacterium tuberculosis (Mtb)
são endêmicos. A imunopatogênese da TB-IRIS não está esclarecida. O objetivo deste estudo foi avaliar a função
citotóxica inata e adaptativa em resposta aos antígenos de Mtb Material e Método. Avaliou-se a resposta imunológica em
20 pacientes divididos nos grupos: 1) pacientes HIV+ com TB-IRIS, 2) pacientes HIV+ com infecção latente por Mtb
virgens de HAART, 3) pacientes HIV+ com infecção latente por Mtb sob HAART entre 3 a 6 meses, 4) pacientes HIV- com
TB sintomática. Foi feita coleta de 10 mL de sangue para os ensaios imunológicos por citometria de fluxo. Realizou-se a
quantificação da frequência de linfócitos T citotóxicos (CTLs) e células NK no sangue total. A avaliação da atividade
citotóxica foi realizada através do ensaio de degranulação por CD107a. Para tal, as células mononucleares do sangue
periférico (CMSPs) foram separadas e estimuladas por 18h com PPD, fitohemaglutinina ou meio, na presença de antiCD107a. Posteriormente, as CMSPs foram marcadas com anticorpos para avaliar expressão de IFN-g e perforina. Análise
estatística realizada no software Graphpad Prisma utilizando o teste Kruskal-Wallis. Considerou-se significante valores de
p<0,05.Resultados. Observou-se uma maior frequência de CTLs perforinaNEGCD107aPOS nos pacientes TB-IRIS e TBHIV-TARV. As frequências de CTLs específicos que expressaram unicamente perforina, unicamente CD107a ou
coexpressaram perforina e CD107a foram semelhantes entre os grupos. Foi observada uma frequência semelhante de
células NK e NKT no sangue periférico dos pacientes. Além disso, observou-se uma maior expressão de HLA-DR nas
células NKT dos pacientes do grupo TB-IRIS em comparação aos dos outros grupos. Em relação às células NK, foi
observado no grupo TB-IRIS que a maior parte das células NK produzem IFN-g ou degranulam em resposta ao PPD. No
grupo de pacientes TB-HIV e TB foi identificado uma maior proporção de células NK IFN-gPOSCD107aNEG, enquanto a
maior parte das células NK do grupo TB-HIV-TARV são IFN-gNEGCD107aPOS. Quanto às medianas das subpopulações de
NK observadas nos grupos estudados, não foi encontrada diferença estatística. Discussão. Neste estudo foi observado
que no grupo TB-IRIS, a maioria dos CTL é perforinaNEGCD107aPOS, enquanto a maior parte das células NK é IFNgPOSCD107aNEG e IFN-gNEGCD107aPOS. Estes dados sugerem que as CTLs e as células NK possuem uma importante
atividade degranulativa em reposta ao PPD. A atividade citotóxica contra células infectadas por Mtb pode contribuir o
aumento da carga antigênica, o que promove a ampliação do estímulo da resposta imune. Além disso, os dados indicam
que as células NK podem ser uma importante fonte de IFN-g, o qual está aumentado nos indivíduos com TBIRIS. Conclusões. A imunopatogênese da TB-IRIS envolve tanto células da imunidade inata quanto da imunidade
adaptativa que podem estar induzindo uma resposta inflamatória exacerbada em resposta a patógenos pré-existentes.
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AO-02
TÍTULO: CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICAS E FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE EM UMA
COORTE DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO HIV POR TRANSMISSÃO VERTICAL (TV) EM SERVIÇO DE
REFERÊNCIA EM SALVADOR, BAHIA.
AUTOR(ES): CYNTHIA RODAMILANS SERRA LORENZO, CARLOS ROBERTO BRITES ALVES, FÁTIMA REJANE
PATRÍCIO
INSTITUIÇÃO: CEDAP
Introdução: Desde a introdução da terapia antirretroviral combinada (TARV) houve importante redução na
morbimortalidade de crianças infectadas pelo HIV. As crianças necessitam diagnóstico e tratamento precoce, já que tem
progressão rápida e alta mortalidade até 2 anos de vida. O objetivo deste trabalho é descrever as características clínicoepidemiológicas e fatores associados à mortalidade em uma coorte pediátrica acompanhada em serviço de referência no
Estado da Bahia. Métodos: Estudo de sobrevida composto por coorte retrospectiva de crianças infectadas pelo HIV
admitidas entre janeiro de 2002 e dezembro de 2013. Coleta de dados feita através de revisão de prontuários e análise
pelo SPSS versão 20. Resultados: Foram analisados 245 indivíduos infectados por TV (95%). Destes, 50,6% do sexo
masculino e 68,2% de Salvador. Apenas 30,9% das crianças iniciaram acompanhamento por exposição ao HIV (1,8%
nascidos até 2001, 47,6% 2001-2009 e 82% após 2009), os demais por sintomas clínicos, doença/óbito de familiar ou
outra gestação materna. A média de idade à primeira consulta foi de 4 anos (por exposição ao HIV 6,7 meses e 5,6 anos
para os demais); por época de nascimento: 6,7 anos até 2001, 2,2 anos 2002-2008 e 6,3 meses após 2009. Crianças
submetidas a profilaxia para prevenção da TV evoluíram para óbito em 6,6% comparado a 12,9% dos que não se
submeteram, diferença não significante. O mesmo ocorreu com o grau de imunossupressão, sem diferença entre os sem
ou com imunossupressão. 4,8% dos pacientes assintomáticos/sintomas leves evoluíram para óbito comparado a 17% com
sintomatologia moderada/grave, dado estatisticamente significante (p=0,004, OR=4). Permaneciam em acompanhamento
no serviço 68,2% dos indivíduos, 51,9% com carga viral < limite mínimo; Óbito ocorreu em 11%, com média de idade de
7,5 anos. Discussão: A não diferença de mortalidade entre as crianças expostas e as não expostas pode ser justificada
pelo início ainda tardio no acompanhamento, não favorecendo tratamento em tempo hábil. Conclusões: O fator mais
associado ao óbito foi a sintomatologia clínica inicial. As crianças continuam com diagnóstico e início de tratamento tardio,
porém isso vem melhorando ao longo do tempo.
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AO-03
TÍTULO: EXPANSÃO DO ATENDIMENTO DE PACIENTES COM AIDS: A ENFERMAGEM PODE SER UMA
ALTERNATIVA?
AUTOR(ES): GILMARA DE SOUZA SAMPAIO, CAMILA COUTINHO, LUZIA ESTELA MENEZES LUZ MARQUES, HAINA
ARAÚJO, IVANA LUZ, POLLYANNA OLIVEIRA, EDUARDO MARTINS NETTO
INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. EDGARD SANTOS
Introdução: A cronificação da infecção pelo HIV/Aids permite pensar na inserção da enfermagem no processo de
monitoramento de pacientes ambulatoriais, visto que algumas ações do MS em programas de atenção básica já
estabelecidos (TB, DM, HAS, etc.) conferem ao enfermeiro papel no acompanhamento do paciente, solicitação de exames
complementares e prescrição de medicações, conforme protocolos. Entretanto, são raros os trabalhos que abordam o
desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde nos programas de prevenção e assistência aos portadores de
HIV/Aids. Objetivos: Traçar o perfil de complexidade dos pacientes maiores de 18 anos atendidos no ambulatório
especializado em HIV/Aids do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos/UFBA e avaliar se os pacientes atendidos
permitem acompanhamento pela enfermagem. Metodologia: Estudo transversal do perfil epidemiológico de pacientes
com Aids atendidos no ambulatório, com análise de 282 prontuários referentes aos atendimentos no período entre junho
de 2012 a julho de 2013. Para a classificação de complexidade, foram considerados de baixa complexidade (BC) [CD4+ >
200 cels/ml e carga viral < 50 cópias/ml], e alta complexidade (AC) CD4 + < 200 ou carga viral > 50 cels/ml]. Para traçar o
perfil, observou-se: contagem de CD4+, carga viral, sexo, idade, procedência, tempo de diagnóstico e estado
civil. Resultados: Dos 282 usuários atendidos no período, 71 (25,2%) foram classificados como AC e 211 (74,8%) como
BC e nenhum desses apresentou no último período de 12 meses alguma condição definidora de Aids ou mudou TARV. Do
total, 261 (92,6%) apresentavam contagem de células CD4 + > 200cels/ml e 215 (76,2%) tinham carga viral indetectável;
quanto ao gênero, a maioria, 181 (64,3%), era do sexo masculino e a relação homem/mulher era de 1,8/1; a faixa etária de
maior concentração foi dos 36 a 45 anos, em 113 pacientes (40,1%), e menor entre 18 a 25 anos, com apenas 3 (1,1%),
sendo a média da idade de 46,2 anos; grande parte residia em Salvador, 237 (84%); 114 (40,2%) receberam o diagnóstico
de Aids há 15 anos ou mais; em relação ao estado civil, a informação estava presente em apenas 190 prontuários, destes,
119 (62,7%) eram solteiros. Conclusões: O perfil epidemiológico desta população aponta para um número grande de
pacientes com Aids clinicamente estáveis, com boa adesão ao tratamento, que são acompanhados por um longo período a
nível ambulatorial, o que possibilita começar uma mudança de pensamento em relação ao seguimento de pacientes de
Aids pelo profissional de enfermagem, sendo necessário o aprimoramento dessa abordagem para acompanhamento
desses pacientes.
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AO-04
TÍTULO: GLICOCÁLIX ENDOTELIAL ASSOCIADO A PARÂMETROS DE DISFUNÇÃO RENAL EM PACIENTES COM
HIV
AUTOR(ES): MALENA GADELHA CAVALCANTE, GDAYLLON CAVALCANTE MENESES, ALICE MARIA COSTA
MARTINS, GERALDO BEZERRA DA SILVA JUNIOR, ROBERTO DA JUSTA PIRES NETO, LEONARDO DUARTE
SOBREIRA LUNA, ELIZABETH DE FRANCESCO DAHER
INSTITUIÇÃO: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS, FACULDADE DE
MEDICINA,UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Apresentação/Introdução: A doença renal é uma das principais complicações da infecção pelo HIV. A infecção pelo HIV
e o uso de antirretrovirais (ARV), como o tenofovir (TDF), estão associados com dano cardiovascular subclínico e
disfunção endotelial, fatores observados em pacientes com Doença Renal Crônica.
Objetivos: Avaliar a função renal e endotelial de pacientes com HIV em uso de ARV.
Metodologia: Foram incluídos na pesquisa pacientes com HIV que não apresentaram outros fatores de risco para doença
renal, como diabetes e hipertensão. A função renal desses pacientes foi avaliada em dois grupos, com e sem uso de ARV,
após 10 horas de jejum através da Creatinina (Cr) e Ureia séricas, eTFG (Cockcroft Gault), Albuminúria, Proteinúria,
Fração de Excreção (FE) de eletrólitos e Osmolalidade Urinária (Uosm). Foi quantificada a liberação de Syndecan-1 (Syn1), marcador de lesão do glicocálix endotelial, por ELISA (Abcam, Cambridge, MA).
Resultados: Ao todo, 55 pacientes foram incluídos, com média de idade de 33±9 anos, sendo 80% do sexo masculino;
11 (20%) pacientes estavam sem uso de ARV e 24 (43,63%) usavam TDF. Foi observada eTFG, Cr e proteinúria normal
em todos os pacientes, 3 (5%) apresentaram albuminúria>30mg/g-Cr e 8 (14,5%) exibiram defeitos de concentração
urinária (Uosm<500mOsm/kg após jejum hídrico), destes 5 (62,5%) usavam TFD, 2 (25%) não usava ARV. Comparando
os diferentes grupos não foi observado diferença significativa em relação aos marcadores tradicionais de função renal e
endotelial, porém houve significativa correlação positiva do Syn-1 com a Cr (r=0,167 ; p=0,002) e ureia séricas (r=0,135
; p=0,007), e correlação negativa com a eTFG (r=0,159 ; p=0,003).
Conclusões/considerações: Os pacientes com HIV estudados não apresentaram alterações renais significativas
segundo os marcadores tradicionais de função renal, entretanto foi observado, através da liberação de Syndecan-1 do
glicocálix, sua correlação com marcadores de disfunção renal, apontando uma relação entre disfunção renal e o endotélio
ou vice-versa. Como atualmente os pacientes com HIV apresentam maior risco cardiovascular, o estudo dessa interação
endotélio-função renal deve ser investigada de forma mais detalhada. Os achados sugerem que a disfunção endotelial
pode estar relacionada com a disfunção renal na infecção pelo HIV e precede a ocorrência de alterações nos marcadores
tradicionais de função renal.
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AO-05
TÍTULO: QUALIDADE DO SONO COMO FATOR DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM PESSOAS QUE
VIVEM COM HIV/AIDS
AUTOR(ES): TATIANE ANDREZA LIMA DA SILVA, JULIANY DE SOUZA ARAUJO, DANIELLE COUTINHO DE
MEDEIROS, RAFAELA CATHERINE DA SILVA CUNHA DE MEDEIROS, JASON AZEVEDO DE MEDEIROS, RICARDO
DIAS DE ANDRADE, EVELYN LARISSA GOUVEIA MACHADO, LÚCIA DANTAS LEITE, PAULO MOREIRA SILVA
DANTAS
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Introdução: A infecção pelo HIV e a terapia antirretroviral (TARV) estão associadas a inúmeras alterações metabólicas e
fisiológicas, como dislipidemia, obesidade central, resistência à insulina e distúrbios do sono. Esses últimos, apesar de
reconhecidos desde o início da epidemia do HIV, carecem de dados na literatura científica no que diz respeito a sua
prevalência após a era da TARV de alta atividade, como também a sua relação com alterações metabólicas. Nesse
contexto, o estudo objetivou avaliar a associação entre qualidade do sono e Síndrome Metabólica (SM) em pessoas que
vivem com HIV/Aids (PVHA) sob TARV.Materiais e métodos: Estudo transversal realizado com 100 PVHA, sendo 61
indivíduos do sexo masculino e 34 do sexo feminino, com idade média de 44 ± 10 anos. A coleta de dados incluiu
entrevista estruturada, a qual foi composta por questões socioeconômicas e características da infecção (tempo de infecção
e de uso da TARV); investigação de SM de acordo com pontos de corte da NCEP ATP III; e Índice de Qualidade do Sono
de Pittsburg. Considerou-se boa qualidade do sono os escores menores ou iguais a 5 e má qualidade do sono os escores
maiores que 5. A análise estatística compreendeu a determinação frequência (prevalência) de má qualidade do sono e SM
e associação entre estas variáveis foi demonstrada através da Razão de Prevalência (RP). As inferências foram feitas
levando em consideração um valor de alfa inferior a 5%. Resultados: Quanto aos aspectos socioeconômicos, a renda
média foi de 543 reais e 44,7% cursaram, no máximo, o ensino fundamental. Quanto às características da infecção, o
tempo de diagnóstico foi de 108 meses (Intervalo de Confiança -IC: 94,2 – 137,9) e o tempo sob uso da TARV foi de 84
meses (IC: 79,6 -117,83). As prevalências de SM e Má Qualidade do Sono foram de 27% e 49%, respectivamente. A SM
apresentou forte associação com má qualidade do sono (RP=1,8), Discussão: Sabe-se que a relação entre distúrbios do
sono e SM é complexa. A SM pode influenciar a qualidade do sono, assim como prejuízos na qualidade do sono podem
contribuir para a SM, estando os dois fatores associados ao desenvolvimento de alterações características da Síndrome
Lipodistrófica. Conclusões: Além de fatores já anteriormente associados à SM, como dieta inadequada, tabagismo e uso
de inibidores de protease, observou- se que, em PVHA, a qualidade do sono é um fator fortemente associado a SM.
Partindo dessas observações, faz-se necessário o esclarecimento sobre a etiologia das alterações metabólicas e as vias
pelas quais os distúrbios do sono influenciam a SM em PVHA
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AO-06
TÍTULO: COMPORTAMENTOS DE RISCO EM MULHERES USUÁRIAS DO CTA DA UNIDADE DE REFERÊNCIA PARA
DST/AIDS DE JUAZEIRO/BA, EM 2012.
AUTOR(ES): ACÁSSIO DOS SANTOS AMORIM VIANA, LARISSA ROCHA DE OLIVEIRA SIMÕES, RAISA EVALY
ALVES DE REZENDE, ZILENE CASTRO, ROSANE SILVIA DAVOGLIO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - UNIVASF
Introdução: Com a evolução da epidemia da Aids, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passaram a ser foco
de atenção. As lesões provocadas pelas IST atuam como porta de entrada para HIV no organismo, facilitando a infecção.
Devido ao processo de feminização da Aids que vem ocorrendo, aumentou a busca por estratégias de diagnóstico de IST
entre mulheres. Este trabalho tem como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e comportamental de usuárias do
Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Unidade de Referência para DST/Aids de Juazeiro/BA, no ano de
2012. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo realizado com 507 participantes, utilizando dados secundários do CTA
de Juazeiro/BA, coletados dos Formulários de Entrada do Sistema de Informações do CTA, prontuário clínico e folha de
descrição de atendimentos. Os dados foram armazenados no programa Microsoft Office Excel e transpostos para o
software Stata 9.0 para a análise estatística, que avaliou a distribuição das variáveis por frequência simples com valores
absolutos e relativos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisa desta
universidade. Resultados: Os resultados apontaram predomínio de usuárias na entre 20 a 35 anos (43,39%), casadas
(51,68%), de cor parda (70,61%), com oito ou mais anos de estudo (57,6%), autônomas ou empregadas (39,83%), sendo
que a maioria tinha relações do tipo heterossexual (93,89%), parceiro estável (74,56%) e contraído alguma DST no último
ano (54,83%). O uso rotineiro de preservativo foi baixo com parceiro fixo (10,45%) e não fixo (23,40%). Os principais
motivos apontados para não usar foram os mesmos em ambas as parcerias: não gostar, confiar no parceiro e parceiro não
aceita/não consegue negociar. A prevalência de IST foi 11,64%, com maior ocorrência de sífilis (5,33%), seguida por HIV
(3,35%) e hepatite B (3,16%) e hepatite C (1,58%). As infecções foram mais frequentes entre as de cor preta (15,38%),
com menor escolaridade (57,69%), com 51-59 anos de idade (21,05%) e viúvas (33,33%). Discussões: Ainda existem
muitos tabus e dificuldades para as mulheres na negociação e na decisão final sobre o uso do preservativo devido às
desigualdades de gênero, onde a decisão do homem prevalece. Evidencia-se a elevada prevalência de IST, com destaque
para a sífilis, que apesar de já se ter formas de prevenção e cura há muito tempo, ainda não se alcançou um controle
efetivo na transmissão. Além disso, existe o risco de transmissão vertical e risco até 10 vezes maior de contrair HIV na
presença de sífilis. Conclusão: A maioria das mulheres investigadas e seus parceiros encontram-se extremamente
vulneráveis à IST, sugerindo a necessidade de mais ações de educação em saúde que estimulem o uso do preservativo e
de ações de empoderamento da mulher em relação à sua saúde sexual e reprodutiva.
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AO-07
TÍTULO: DIFERENÇAS DE GÊNERO NA OCORRÊNCIA DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ENTRE
ADOLESCENTES USUÁRIOS DE UM CTA DA BAHIA.
AUTOR(ES): RAISA EVALY ALVES DE REZENDE, ARTUR ALVES DA SILVA, CAROLINE FERREIRA DE OLIVEIRA,
ANANDA ARIANE JANUÁRIO DO NASCIMENTO, ROSANE SILVIA DAVOGLIO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - UNIVASF
Introdução: No Brasil, cerca de 20% da população é constituída por adolescentes. Estima-se que, anualmente, 4 milhões
deles iniciam a vida sexual, tornando-se vulneráveis à Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), pois apenas cerca de
55% usam preservativo na primeira experiência sexual e nas relações posteriores. As IST são agravos com distribuição
desigual entre os sexos: as adolescentes e mulheres jovens são mais vulneráveis, tendo sido observada incidência
crescente dessas infeções no sexo feminino, em especial por HIV/Aids. O objetivo do estudo é investigar diferenças de
gênero na prevalência de IST em adolescentes usuários do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) para DST/Aids
de Juazeiro/BA, entre 2006 a 2012. Métodos: Estudo analítico observacional transversal exploratório, utilizando dados
secundários obtidos dos Formulários de Entrada do Sistema de Informações do CTA, prontuários clínicos e folha de
descrição de atendimentos. Para definição do desfecho (IST) foram considerados os resultados das sorologias realizadas
no serviço (HIV/Aids, sífilis, hepatites B e C). A análise estatística foi realizada pelo teste Qui-quadrado de Pearson,
adotando um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Univasf. Resultados: Foram investigados 1.159 adolescentes, sendo 658 do sexo feminino (56.9%). A idade
dos participantes variou entre 11 e 19 anos com uma média de 17 anos (Dp=1,9 anos). Quanto à presença do desfecho,
71 adolescentes (6,13%) tiveram resultado sorológico positivo para pelo menos uma das IST testadas. Na distribuição por
sexo, 22 (4,39%) são do sexo masculino e 49 (7,45%) do sexo feminino, com diferença estatisticamente significativa (p=
0.032). Discussão: A prevalência de IST nas meninas foi quase o dobro do observado entre os meninos. Isso se deve ao
fato que para as mulheres, de um modo geral, a negociação quanto ao uso de preservativo nas relações sexuais é mais
difícil. Essa dificuldade de negociação é resultado das diferenças de poder entre os gêneros. O aumento do número de
casos de IST entre as adolescentes também está relacionado ao início precoce da atividade sexual, muitas vezes com
homens mais velhos e mais expostos às IST, ao abuso e à exploração sexual. Além disso, existem aspectos biológicos
que aumentam a suscetibilidade feminina. Conclusões: Os profissionais e serviços de saúde devem criar espaços de
escuta e acolhimento dos adolescentes, promovendo discussões, fornecendo informações, insumos e suporte,
incentivando o autocuidado e a autonomia em relação à sua vida sexual e reprodutiva, com especial atenção para as
adolescentes, que se mostram mais vulneráveis às IST.
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AO-09
TÍTULO: O LOCAL DE TRABALHO COMO ESPAÇO DE TESTAGEM RÁPIDA EM HIV E SÍFILIS: UMA ESTRATÉGIA
PARA EXPANSÃO DO DIAGNÓSTICO EM ITABUNA-BAHIA
AUTOR(ES): JOSE ANTONIO LOYOLA FOGUEIRA, SUSE MAYRE MARTINS MOREIRA AZEVEDO, NAYALA DE
JESUS BISPO, JOÃO ROSÁRIO DE MELO NETO, JONAS SANTOS BARBOSA, CÁTIA SIRENE DA SILVA PEREIRA
INSTITUIÇÃO: CENTRO DE REFERÊNCIA EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS DR. JULIO BRITO
A testagem para HIV e Sífilis, por meio de Teste Rápido (TR) tornou-se um estratégia importante para diagnostico precoce
do HIV e Sífilis, incentivada pelo Ministério da Saúde por meio de campanhas intituladas FIQUE SABENDO. Diante da
necessidade de ampliação e popularização do FIQUE SABENDO efetivando as políticas sociais de prevenção a outros
públicos que, por incompatibilidade de horários devido às jornadas de trabalho têm dificuldades em realizar os referidos
testes e acessar este serviço de saúde é que esta ação foi desenvolvida, sendo realizada pela equipe multiprofissional do
Centro de Referência em DST/AIDS e Hepatites Virais (CR) nos anos de 2013 e 2014. O trabalho teve como objetivo
ampliar o diagnostico precoce para HIV e Sífilis, por meio de realização de TR em locais de trabalho, onde o publico
prioritário foram homens. Uma equipe formada por profissionais como: Biomédicos, enfermeiros, psicólogo, assistente
social e atendentes elaboram material didático para divulgação do projeto e um Termo de Parceria, entre a empresa
privada e o serviço publico de saúde, contendo as condições necessárias para realização do FIQUE SABENDO, baseando
se em primícias como sigilo, gratuidade, facultatividade de realização do teste e individualidade de resultados. Em data e
horário previamente agendados a equipe do CR, chega à empresa, para apresentação do serviço e esclarecimento aos
funcionários dispõe-se na organização dos espaços, um local amplo para cadastro com documento original com foto para
identificação (RG) e aconselhamento coletivo pré-teste. Uma outra equipe se coloca na coleta de material (sangue), em
outro espaço individualizado outros profissionais fazem a entrega do exame com aconselhamento pós-teste e gerencia os
encaminhamentos quando necessários. Em dois anos de realização do projeto podemos mensurar em números a
ampliação e eficácia do serviço, no segundo semestre de 2013, ano de criação do serviço foram celebrados 04, parceria,
com realização de 182 testes conjuntos para HIV e Sífilis. No ano de 2014 foram celebrados 11 parcerias e realizados 408
testes, mostrando em números um aumento de 124,5 % na oferta e ampliação desta ação, sendo uma estratégia exitosa
na perspectiva de melhoria e ampliação dos serviços de saúde, alcançando outros públicos em outros espaços. Além da
oferta de TR foram feitos encaminhamentos para tratamento de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis( IST’s)
durante o aconselhamento pré e pós-teste.
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AO-10
TÍTULO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DO CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DA
UNIDADE DE REFERÊNCIA PARA DST/AIDS DE JUAZEIRO-BA
AUTOR(ES): CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA, ANA VITÓRIA TEIXEIRA DE MEDEIROS GOMES, JÉSSICA
BEZERRA DE ARAÚJO, ZILENE CASTRO, ROSANE SILVIA DAVOGLIO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
Introdução: Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) têm por função realizar ações preventivas e diagnósticas
para doenças sexualmente transmissíveis, oferecendo testagem sorológica para HIV, sífilis e Hepatites virais B e C. Além
disso, a equipe de saúde auxilia os usuários no processo de adesão ao tratamento, estimula o diagnóstico dos parceiros
sexuais, assiste os serviços de pré-natal e oferece informações sobre prevenção de DTS/HIV/AIDS e uso de
drogas. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos usuários do CTA da Unidade de Referência para DST/ AIDS de
Juazeiro, Bahia, no período de 2006 a 2012. Material e Método: Consiste em um estudo descritivo do tipo levantamento
epidemiológico, utilizando dados secundários de serviço de saúde. A população foi composta por 7048 usuários
cadastrados no CTA no período, cujos dados foram coletados dos Formulários de Entrada do Sistema de Informação do
CTA, folha de descrição do atendimento e prontuário clínico. Foram excluídos da pesquisa os formulários de usuários com
idade inferior a 10 anos, formulários em branco, não localizados ou que não apresentavam pelo menos um resultado de
sorologia. Os dados foram digitados no Excel 2007 e analisados no Stata 9.0. A análise estatística consistiu na distribuição
das variáveis por frequência simples, com valores absolutos e relativos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Univasf. Resultados: Houve predomínio de usuários do sexo feminino (52,87), na faixa etária entre 20 a 30
anos (40,88%), pardos (24%), solteiros (44,59%), com 8 a 11 anos de estudo (38,14%) e parceiro fixo (74,13%). A
prevalência de IST foi 12,30%, com distribuição similar entre os sexos. O agravo mais prevalente foi a sífilis (4,52%),
seguido do HIV (3,33%) e hepatites B (2,62%) e C (1,78%). O tipo de exposição mais frequente foi a relação sexual
(83,94%), a ocorrência de DST no último ano foi elevado (41,86) e o uso consistente do preservativo foi baixo, tanto com
parceiro fixo (17,19) como não fixo (34,37%). Discussão: A maior procura do serviço pelas mulheres pode estar
relacionada ao aumento da incidência da Aids no sexo feminino. A faixa etária predominante corresponde a adultos jovens,
geralmente com maior atividade sexual e, por consequência, com maior exposição e risco de contaminação, justificando a
busca por aconselhamento e testagem sorológica. A adesão ao preservativo foi baixa e a prevalência de IST elevada,
podendo estar subestimada devido ao grande número de usuários que não realizou alguma sorologia, principalmente para
hepatites. Conclusões: Os resultados podem nortear as equipes no planejamento de ações de prevenção de IST,
educação e promoção da saúde estimulando a adoção de comportamentos sexuais mais seguros.
Anais
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Pôster
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P-01
TÍTULO: A PREOCUPANTE BAIXA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM HIV/AIDS EM TRATAMENTO NO
MUNICÍPIO DE MACEIÓ
AUTOR(ES): CECILIO ARGOLO JUNIOR, SONIA MARIA SOARES FERREIRA
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
Viver com HIV/AIDS é uma missão bastante difícil, haja vista atrelados a essa condição estão os preconceitos e
sofrimentos que a própria patologia carrega consigo. Essa cicatriz deixada pela doença nos soropositivos ajuda a produzir
eventos traumáticos em suas vidas, causando-lhes impactos negativos e progressivos no coping, enfrentamento da
doença. Dos municípios alagoanos, Maceió é o que possui mais casos de AIDS, 2.909. O aumento de casos de AIDS em
heterossexuais é explicado pelo grande número de mulheres que vêm sendo infectadas diariamente pelo HIV, inclusive,
em Alagoas. Objetivo: verificar a qualidade de vida (QV) de mulheres com HIV/AIDS que frequentavam um centro de
referência (Maceió-AL). Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, com 154 mulheres
portadoras do vírus HIV/AIDS, com idades entre 18 e 68 anos, atendidas no Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), do
Programa Municipal de AIDS de Maceió, Alagoas, Brasil, no período de abril a outubro de 2013. Este projeto foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário CESMAC sob o n 1651/2012. A amostra foi não probabilística
por conveniência. As pacientes responderam a uma entrevista, que constava de dois instrumentos: o primeiro, um
questionário semiestruturado com dados sociodemográficos e clínicos, e o segundo, um instrumento de avaliação de
qualidade de vida específico para indivíduos infectados pelo HIV, denominado HAT-QoL (HIV/AIDS-Targeted Quality of
Life).Resultados: a maioria das mulheres declarou-se solteiras, divorciadas ou separadas; moravam na capital do estado;
tinham baixa escolaridade; tinham baixa renda. A maioria disse estar inativa do ponto de vista laboral e declararam ter
incapacidade em virtude da AIDS. Elas declararam ser heterossexuais, com parceiros, que consideravam ser
relacionamento fixo. Usavam preservativo, masculino. Referem contaminação sexual. Com relação à infecção pelo HIV, as
mulheres apresentavam uma infecção recente de até cinco anos, havendo 54% com até um ano de diagnóstico. Tinham a
infecção sob controle, uma vez que a maioria fazia uso do HAART; tinham contagem de linfócitos T CD4+ maior que 200
células/mm3 e carga viral indetectável 85 (55,2%). Todos os domínios apresentaram média entre 27,3 e 83,7. Conclusão:
os resultados deste estudo permitem concluir que esse instrumento adequadamente traduzido e validado nos mostra um
importante prejuízo da qualidade de vida das mulheres pesquisadas.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-02
TÍTULO: ACOLHIMENTO E ACOMPANHAMENTO A PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE HTLV: CAMINHANDO PARA
A VISIBILIDADE. UMA AÇÃO DESENVOLVIDA NO CENTRO DE REFERÊNCIA EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS
DR. JÚLIO BRITO
AUTOR(ES): SUSE MAYRE MARTINS MOREIRA AZEVEDO, KLAREANA AZEVEDO FERREIRA, JOSÉ ANTÔNIO
LOYOLA FOGUEIRA
INSTITUIÇÃO: CENTRO DE REFERÊNCIA EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS DR. JULIO BRITO- ITABUNA- BAHIA
O HTLV (HumanT Lymphotropic Virus) foi o primeiro retrovírus humano descrito. No Brasil, o HTLV-1 é o tipo
predominante em regiões urbanas, enquanto o HTLV-2 é encontrado em populações indígenas, no norte do país. A
prevalência da infecção pelo HTLV-1 pode ser mais elevada onde há maior concentração de população afrodescendente,
a exemplo do Estado da Bahia, onde o índice é mais elevado (1,8%). No município de Itabuna-BA as pessoas com
resultado reagente para HTLV são encaminhadas ao Centro de Referencia em DST/AIDS e Hepatites Virais Drº Júlio Brito,
onde é feito todo acompanhamento, porém, esses são ainda invisíveis ao sistema de saúde por não haver nenhum
tratamento específico. São acompanhados 119 pessoas com diagnóstico de HTLV e desses, 50 possuem o exame
confirmatório Western Blot. Em um recorte de raça/cor 51 são de raça negra e em relação ao sexo as mulheres, somam
87 casos. Do total, 53 pacientes, apresentam sintomas, estando assim relacionados: 34 com mielopatia associada ao
HTLV/paraparesia espástica tropical HAM/TSP, 18 com Sífilis ou outras IST’s. Todos os pacientes que apresentam
alterações sensoriais progressivas, que evolui para dificuldade de deambular, incontinência urinária franca e restrição à
cadeira de rodas, são encaminhadas para o Centro de HTLV na cidade de Salvador – BA, com recurso do TFD –
Tratamento Fora do Domicilio e recebem suporte fisioterapêutico no centro de referência. Em 2014 também foram
atendidas 15 gestantes que receberam orientações sobre amamentação, acompanhamento ginecológico, bem como um
kit com inibidor de lactação e fórmula infantil até 01 ano. O objetivo desse trabalho é demonstrar o acompanhamento e
encaminhamentos realizados pelo Centro de Referencia, dando visibilidade aos casos de HTLV diagnosticados no
município de Itabuna - BA. Utilizamos o método quantitativo para analisar, no período de 22/08/14 a 13/02/15, 119
prontuários de onde extraímos dados gerais. Como resultado desse acompanhamento percebemos que existe um numero
expressivo de pessoas que buscam tratamento para doença. Do total, 10 pessoas foram encaminhadas ao Centro de
HTLV na cidade de Salvador – Ba, 34 fazem fisioterapia e outros casos de co-infecção com outras IST’s também são
tratados no Centro de Referencia. Atualmente, por meio de uma parceria com uma universidade local todas as pessoas
com diagnóstico inicial para HTLV estão sendo submetidas a outros exames visando avaliar o seu estado de saúde em
relação a outras patologias. Faz-se necessário uma maior atenção para essa população que até então é invisível ao
sistema público de saúde e espera-se que os números e dados sobre essa patologia comecem a ser divulgados e
revertidos em política de saúde.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-03
TÍTULO: APRESENTAÇÃO TARDIA AOS CUIDADOS DE SAÚDE EM UMA COORTE DE CASOS HIV/AIDS
ACOMPANHADOS EM DOIS SERVIÇOS DE REFERÊNCIA PARA AIDS NA CIDADE DO RECIFE, PERNAMBUCO,
ENTRE 2009 A 2013
AUTOR(ES): JOSÉ GILMAR COSTA DE SOUZA JÚNIOR, ANA MARIA DE BRITO, NAIDE TEODÓSIO VALOIS
SANTOS, IRACEMA DE JESUS ALMEIDA ALVES JACQUES, RITA DE CÁSSIA ALBUQUERQUE SOARES, ANA LÚCIA
RIBEIRO DE VASCONCELOS
INSTITUIÇÃO: CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES, FIOCRUZ-PE
A apresentação tardia aos cuidados de saúde, particularmente em pessoas vivendo com HIV/aids é um fenômeno
universal, sendo observado tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. Embora o Brasil tenha
uma política de acesso universal e gratuito de terapia antirretroviral, há fortes indícios de que o início dessa terapia ocorre
tardiamente para uma parcela razoável de pacientes, especialmente na Região Nordeste. Com o objetivo de estimar a
magnitude e os fatores associados a apresentação tardia para o cuidado em saúde de pessoas vivendo com HIV/aids, em
serviços de referências na cidade do Recife, realizou-se estudo de coorte retrospectiva, com base na revisão de
prontuários médicos, dos pacientes acompanhados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013. Considerou-se
apresentação tardia, conforme o Consenso Europeu, aquele paciente que acessou os serviços de saúde para o cuidado
em HIV/aids, quando ao primeiro teste sorológico, apresentou uma contagem de células T CD4 + ≤ 350 células/mm3 e/ou
ainda, apresentou pelo menos uma doença definidora de aids, e para a análise dos fatores associados considerou-se o
conjunto de variáveis (sociodemográficas, uso de drogas, uso de preservativos, antecedentes de DST, orientação sexual,
teste anti-HIV, contagem de linfócitos T CD4 +, comorbidades e uso de TARV), selecionadas a partir do modelo
explicativo, com base em ampla revisão de literatura e das frequências relativas obtidas quando da caracterização da
amostra de estudo. Mais da metade dos pacientes (50,4%) já se apresentou ao serviço de referência tardiamente. Na
análise não ajustada, em relação às variáveis sociodemográficas, a idade foi a única variável com associação significativa
(p < 0,05) com a apresentação tardia, sendo observada uma relação direta entre elas, ou seja, quanto maior a idade maior
a proporção de casos com apresentação tardia. Embora não tenha mostrado associação com a apresentação tardia, a
apresentação tardia foi mais frequente entre os homens, entre os pacientes com baixa escolaridade, e residentes em
municípios da RMR e ou interior. Das demais variáveis, ter antecedentes de DST e ter realizado o teste “por estar doente”
se mostraram associadas à apresentação tardia. No modelo multivariado, utilizou-se o processo de seleção “Backward”,
com p < 0,20 para inclusão da variável no modelo e, p < 0,05, para ser mantida, foram utilizadas as variáveis: faixa etária,
sexo, local de moradia, uso de drogas ilícitas e antecedentes de DST. Foi obtido o modelo, com três variáveis
significativas: faixa etária, local de moradia e história de DST, ou seja, a chance de um paciente ser classificado como
apresentação tardia é mais elevado para aqueles com idade mais elevada, ser residente do interior do estado, e ter tido
DST. O modelo foi aceito através do teste de Lemeshow (p = 0,991). Conclusão: a alta proporção de pessoas vivendo com
HIV/aids em Pernambuco que se apresentam tardiamente aos serviços para cuidados de saúde (50,4%) é preocupante e
reforçam a necessidade de testagem e assistência em estágios mais precoces da doença, sobretudo àquelas em situação
de maior vulnerabilidade biológica e social, assim como ampliação da rede de assistência especializada no interior do
Estado.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-06
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV) EM CRIANÇAS DE 1 A 12 ANOS EM
SALVADOR/BA
AUTOR(ES): GABRIELA TELES RICCI, LUZIA ESTELA MENEZES LUZ MARQUES, EDUARDO MARTINS NETTO,
CARLOS ROBERTO BRITES ALVES
INSTITUIÇÃO: CENTRO ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA - CEDAP E HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGARD SANTOS - HUPES
Introdução: Para o sucesso da TARV em crianças soropositivas, é necessária adesão ao tratamento de pelo menos 95%,
que pode sofrer influência do regime prescrito e características dos cuidadores. Foi analisado se fatores ligados ao
tratamento e ao cuidador, têm correlação com a adesão da criança. Metodologia: Estudo de corte-transversal. Para a
coleta dos dados, foi utilizado um questionário estruturado, de setembro de 2013 a junho de 2015 em dois centros de
referência (HUPES e CEDAP) localizados em Salvador/BA. Foram incluídas 76 crianças de 1 a 12 anos infectadas por
transmissão vertical, com pelo menos 6 meses de tratamento e seus responsáveis. As características dos responsáveis
avaliadas foram escolaridade, renda mensal e soropositividade, e da criança, retirada dos antirretrovirais da farmácia,
carga viral (CV), se o esquema tem ou não inibidor de protease (IP) e a adesão. Posteriormente, foram feitas as
correlações. Resultados: A média de idade das crianças foi de 6,8 (+3,1) anos e a média do tempo de tratamento foi de
3,4 (+2,3) anos; 62/76 (81,5%) apresentaram adesão ideal, no questionário dos últimos 4 dias, 42% retiraram de forma
regular os medicamentos nos últimos 6 meses e 54% das crianças apresentaram carga viral indetectável. Foram
identificados 19 esquemas diferentes de TARV, sendo que 55,3% utilizavam IP. Dos responsáveis, 40 tinham HIV (52,6%)
e a média de idade foi de 40,9 (+12,0) anos. A renda mensal prevalente foi de 1 a 2 salários mínimos (56,6%) e a maior
parte possuía o ensino fundamental incompleto (48,7%). Dos 40 responsáveis soropositivos, 68,4% apresentaram 100%
de adesão, 2 não usavam nenhum medicamento e 48,7% apresentaram carga viral indetectável. A carga viral indetectável
da criança, apresentou correlação com a sua adesão (p=0,0001). Fatores como tempo de tratamento da criança (p=0,94),
escolaridade do cuidador (p=0,38), renda mensal (p=0,23), soropositividade do responsável (p=0,94) e ter ou não IP no
esquema da criança (p=0,41) não foram associados com a adesão à terapia. Conclusão: Dos fatores verificados, somente
a redução da carga viral mostrou correlação com a adesão.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-07
TÍTULO: BLITZ DA PREVENÇÃO- COMBINANDO PREVENÇÃO E CIDADANIA COM PRAZER: UMA AÇÃO VOLTADA
PARA POPULAÇÕES CHAVE NO MUNICÍPIO DE ITABUNA-BAHIA
AUTOR(ES): SUSE MAYRE MARTINS MOREIRA AZEVEDO, JOSÉ ANTÔNIO LOYOLA FOGUEIRA
INSTITUIÇÃO: CENTRO DE REFERÊNCIA EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS DR. JULIO BRITO- ITABUNA- BAHIA
Diante do aumento de casos de HIV em populações denominadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como
populações-chave onde fazem parte Homens que fazem sexo com homens (HSH), trabalhadores do sexo, usuários de
drogas, pessoas que vivem em prisões e transgêneros faz-se urgente a necessidade de políticas sociais de prevenção
voltada para este público. Essas populações especificas estão normalmente em espaços públicos de nossas cidade, em
ruas e avenidas no período noturno. Esse trabalho tem como objetivo contribuir para aumentar o acesso aos serviços de
saúde com foco na prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), HIV/AIDS e Hepatites Virais, respeitando
à diversidade e dignidade humana destas populações. Esta ação é desenvolvida pela equipe do Centro de Referencia em
DST/AIDS e Hepatites Virais (CR) em parcerias com outros organismos governamentais e ONGs parceiras, com a
participação de enfermeiros, psicólogos e pedagogo em abordagens diretas e simplificadas. O resgate da cidadania, a
divulgação de direitos são mecanismos por meio dos quais podemos construir redes de apoio e amparo para essas
populações que se encontram em constante situação de vulnerabilidade e violências de diversas formas. A ação é
desenvolvida com rodas de conversa com uma abordagem descomplicada e com uma pedagogia apropriada para o
espaço da rua, com distribuição de panfletos com informações em direitos humanos, cidadania, educação, dando-se
ênfase ao cuidado com o corpo e a saúde sexual aproximando essa população do SUS. Nos dois anos nos quais o projeto
tem sido executado houve um aumento nos índices, que comprovam a eficácia do projeto e apontam algumas linhas
especificas de atuação a serem trabalhadas, foram cadastradas 26 travestis, 03 transexuais, e 57 profissionais do sexo,
sendo que 100% dos cadastrados realizaram todos os exames ofertados no CR. Além do acesso ao serviço de saúde o
total de 86 cadastros, resultaram em 09 ações jurídicas, 40 acessos a algum tipo de documentação e 18 inscrições e
contribuições ao INSS, o projeto continua com suas visitas mensais a ruas e praças e casa de prostituições do município.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-08
TÍTULO: CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS USUÁRIOS DE ANTIRRETROVIRAIS ATENDIDOS NA
FARMÁCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CAMAÇARI-BA
AUTOR(ES): LAURIANE DOS SANTOS CARNEIRO
INSTITUIÇÃO: CENTRO DE REFERÊNCIA DE ESPECIALIDADES EM SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMAÇARI-BA
INTRODUÇÃO: A aids é uma doença pandêmica e, após 30 anos do surgimento da epidemia, o perfil das Pessoas que
Vivem com HIV/aids (PVHA) sofreu importante mudança. A feminização, heterossexualização, pauperização e
interiorização da epidemia mostraram a necessidade de ampliar o acesso da população à prevenção e assistência ao
HIV/Aids. A descrição do perfil dos pacientes, aspectos comportamentais, crenças e atitudes em relação a terapia
antirretroviral permite o conhecimento das demandas dos usuários bem como dos pontos de vulnerabilidade que
necessitam de ações corretivas ou de monitoramento contínuo.
OBJETIVO: Conhecer as características epidemiológicas das PVHA e em uso de Terapia Antirretroviral, atendidas na
Farmácia do Centro de Referência do município de Camaçari-Ba.
MÉTODOS: O estudo baseou-se em um corte transversal, retrospectivo, através da coleta de dados nos registros do
Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais (SICLOM) dos pacientes que fazem uso da terapia
antirretroviral no período de janeiro/2010 a maio/2015, além de discriminar a ocorrência quanto ao gênero, faixa etária e
município de residência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período de estudo foram atendidos 467 pacientes por mês, destes 225 (48,18%) do
gênero masculino e 242 (51,82%) do gênero feminino, observando que as mulheres apresentam um maior percentual. No
item faixa etária revelou um predomínio entre as idades de 31 a 40 anos, 175 (37,5%) pacientes, seguidos da faixa etária
41 a 50 anos, 113 (24,2%) e da faixa etária 21 a 30 anos, 81 (17,3%), seguidos da faixa etária 51 a 60 anos, 52 (11,1%),
faixa etária 11 a 20 anos, 23 (4,9%) pacientes, faixa etária maior que 60 anos, 18 (3,9%) e apenas 5 (1,1%) da faixa etária
0 a 10 anos. Em relação ao município de residência dos pacientes observou-se um predomínio dos residentes no
município de Camaçari, 322 (69,4%), seguido do município de Simões Filho, 52 (11,15), residentes em Dias D’Avila, 45
(9,6%), residentes em Salvador, 26 (5,6%), Mata de São João, 5 (1,1%), Lauro de Freitas, 04 (0,86%), seguidos Pojuca, 3
(0,64%), São Sebastião do Passe, 3 (0,64%), Candeias, 3 (0,64%) e Feira de Santana, 01 (0,21%).
CONCLUSÃO: Este estudo possibilitou traçar o perfil dos pacientes atendidos na Farmácia do Centro de Referência em
HIV/ Aids no município de Camaçari-Ba e verificar a necessidade de implementação de outros estudos para aprofundar o
conhecimento acerca desta população em estudo, bem como avaliar a adequação da assistência prestada pelo serviço de
farmácia.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-09
TÍTULO: COMPOSIÇÃO CORPORAL E IMAGEM CORPORAL DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS APÓS 12
SEMANAS DE EXERCÍCIO E ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL: UM ESTUDO DE CASO.
AUTOR(ES): DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS, JULIANY DE SOUZA ARAÚJO, HUNAWAY ALBUQUERQUE
GALVÃO DE SOUZA, RAFAELA CATHERINE DA SILVA CUNHA DE MEDEIROS, JASON AZEVEDO DE MEDEIROS,
TATIANE ANDREZA LIMA DA SILVA, RICARDO DIAS DE ANDRADE, PAULO MOREIRA SILVA DANTAS
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Introdução: Os avanços da terapia antirretroviral (TARV) promoveram o controle do sistema imunológico e supressão da
carga viral, aumentando a expectativa de vida de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Em contrapartida, seus efeitos adversos
são inevitáveis e culmina na lipodistrofia, responsável por provocar desordens físicas e metabólicas, as quais aumentam
os riscos no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, além de gerar insatisfação com a imagem corporal. Diante
desse contexto, o estudo se propôs a avaliar as mudanças corporais relacionadas à lipodistrofia após um programa de
treinamento aeróbico de 12 semanas associado a orientação nutricional, e suas repercussões na imagem corporal do
indivíduo.Material e Métodos: Estudo descritivo longitudinal, o qual participou uma mulher de 57 anos, com diagnóstico de
HIV/Aids, sob TARV. Avaliou-se a sua composição corporal antes e após um protocolo de treinamento aeróbico de 12
semanas associado à orientação nutricional, através da antropometria. Nesse protocolo a composição corporal foi aferida
por região corporal: tronco superior, tronco inferior, membros superiores e membros inferiores, devido ao comportamento
peculiar da lipodistrofia nessas regiões corporais. Avaliou-se também a imagem corporal através da escala de silhuetas
proposta por Stunkard. Nesse instrumento, o resultado da imagem corporal se dá por meio da subtração da imagem atual
(como o indivíduo se vê) pela imagem ideal (como gostaria de estar). O resultado dessa subtração igual a 0, indica
satisfação com a imagem corporal; e o resultando diferente de 0, indica a insatisfação. No entanto, podem variar de
números negativos (insatisfação pela falta de peso) a números positivos (insatisfação pelo excesso de peso).
Resultados: Os resultados demonstraram uma redução considerável no percentual de gordura da participante em todas
as regiões corporais, evidenciadas pelo comparativo entre a 1º e 12º semana dos somatórios das dobras cutâneas
Suprailíaca e supraespinhal (54,2- 44,6); subescapular e tórax (66,4 – 56,6); coxa (31,2 – 28,9); e tríceps e bíceps (37,8 –
21,6), como também pelas perimetrias de cintura (95,5 – 88,2); tórax (94,5 – 88,8), coxa média (52 – 52,5); e braço
relaxado (33 – 31). Quanto à imagem corporal, observou-se redução na insatisfação da imagem corporal, comprovada
através da aproximação da imagem atual com a imagem ideal ( 5 – 3) descrita pela participante. Discussão: A redução
expressiva no percentual de gordura, principalmente na região central (tronco inferior e tronco superior), normalmente
acometidas pela lipo-hipertrofia; e redução das perimetrias de cintura e tórax no período de intervenção, favoreceram à
melhoria da saúde cardiovascular da participante, contribuindo com a diminuição dos fatores de riscos para o
desenvolvimento de alterações cardiometabólicas associadas à gordura abdominal,como também a remodelação corporal,
afetada pela TARV. Conclusão: O programa de treinamento concorrente produziu mudanças corporais notórias, as quais
minimizaram os sinais estéticos da lipodistrofia e refletiram na melhoria da imagem corporal e, consequentemente, no bem
estar e resgate da autoestima da participante.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-10
TÍTULO: DISCUTINDO SOBRE SEXUALIDADE E SUAS VERTENTES NA ESCOLA SEGUNDO A ÓTICA DE
ESTUDANTES ADOLESCENTES
AUTOR(ES): GUSTAVO ELIAS DA SILVA, ALBERTINO JOSÉ FERREIRA NETO, ANA PAULA TEIXEIRA DA SILVA
CARVALHO, EDUARDO FRANCISCO MONTENEGRO DUTRA, ISABELLA MENDES GOMES, JÉSSICA LOPES
GOMES, NAYANNE MARIA MAGALHÃES BRINGEL, FÉLIX ALEXANDRE ANTUNES SOARES, MÔNICA CECÍLIA
PIMENTEL DE MELO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - UNIVASF
Introdução: A escola é um lócus de ações de promoção à saúde do adolescente em que o assunto sexualidade pode ser
tratado de forma mais natural e propício. Possui um campo fértil de discussões e práticas de ações na promoção a saúde
e prevenção das vulnerabilidades, logo se destacou-se como objetivo: identificar a partir da ótica de estudantes o modelo
de adoção de práticas discursivas e reflexivas sobre sexualidade. Material e Método: Pesquisa quantitativa, transversal,
exploratório-descritiva, através da aplicação de questionário estruturado padronizado, autopreenchível e não identificável,
realizado entre novembro a dezembro de 2014, com estudantes do nível fundamental II e médio, dos 3 turnos escolares,
durante as aulas, por adesão voluntária, no Colégio Estadual Misael Aguilar Silva. Para a análise dos dados, utilizou-se do
software Microsoft Excel 2007/2010, sendo considerados os dados estatísticos em sua forma percentual. O projeto foi
aprovado pelo comitê de ética da UNIVASF, sob nº 0014/250614. Resultados: Os estudantes foram questionados sobre
como gostariam que a escola desenvolvesse a temática sexualidade, apresentando as seguintes porcentagens: durante
aulas rotineiras (6%); em exposição de filmes sobre o assunto (14%); em aulas específicas de educação sexual (39%) e
através de palestras (41%). Nessa trajetória, os alunos sugeriram os seguintes assuntos: masturbação (5%);
homossexualidade (6%); uso de camisinha masculina e feminina (7%); anabolizantes e outras drogas e sua relação com a
sexualidade (8%); gravidez (8%); métodos anticoncepcionais (8%); violência sexual (8%); aborto (9%); higiene corporal e
ato sexual (9%); menstruação e cuidados com o corpo (10%); transformações no corpo do adolescente (10%); aids e
outras DST (11%); outros assuntos (1%). Dessa forma, voltando-se aos temas que mais suscitavam dúvidas, destaca-se o
maior interesse pelo assunto "aids e outras DST" (11%). Discussão: Como os adolescentes passam boa parte de seu
tempo na escola, ela é a principal fonte de conhecimento para o fortalecimento de decisões assertivas. Portanto, nada
mais natural que almejem na escola a responsabilidade por um papel mais informativo. Dadas as peculiaridades desse
público, nota-se, dentre os assuntos de maior interesse, um potencial preventivo para DST/Aids com ações em saúde mais
articuladas. Conclusões: Os Parâmetros Curriculares Nacionais já apontam para os temas trabalhados, ressaltando a
necessidade de intervenções no cotidiano escolar. Sabe-se que a faixa etária de 13 a 24 anos, representa 80% dos casos
de Aids identificados no país entre 2000 e 2006, o que evidencia a vulnerabilidade do grupo-alvo pesquisado. Assim, a
atenção primária em saúde, juntamente com a gestão escolar, devem se tornar aliados na efetivação da promoção do
cuidado voltado à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-11
TÍTULO: EFEITO DO TREINAMENTO CONCORRENTE NA CONFORMAÇÃO CORPORAL DE PESSOAS VIVENDO
COM HIV/AIDS, SOB TARV: UM ESTUDO DE CASO
AUTOR(ES): JULIANY DE SOUZA ARAUJO, DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS, TATIANE ANDREZA LIMA DA
SILVA, RAFAELA CATHERINE DA SILVA CUNHA DE MEDEIROS, JASON AZEVEDO DE MEDEIROS, RICARDO DIAS
DE ANDRADE, EVELYN LARISSA GOUVEIA MACHADO, HUNAWAY ALBUQUERQUE GALVÃO, PAULO MOREIRA
SILVA DANTAS
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Introdução: A Terapia Antirretroviral (TARV) está associada ao surgimento de diversos efeitos adversos na população
com HIV/AIDS, dentre as quais, a lipodistrofia que caracteriza-se como redistribuição anormal de gordura pelo corpo. Um
método bastante utilizado para verificar a conformação corporal é o somatótipo, o qual avalia não somente a forma, mas
também a composição corporal, sendo definida por três componentes denominados endomorfia (distribuição de gordura),
mesomorfia (massa muscular) e ectomorfia (linearidade corporal). Partindo desse contexto o objetivo desse estudo se
propôs a analisar o somatótipo de pessoas vivendo com HIV/Aids, com lipodistrofia, após intervenção de 16 semanas do
protocolo de treinamento concorrente associado à orientação nutricional. Métodos: A amostra consistiu em 1 mulher (40
anos), fisicamente ativa e em uso de antirretrovirais. Foi realizada uma intervenção de 16 semanas com o treinamento
concorrente, caracterizado pela associação de exercícios aeróbicos e de força numa mesma sessão de treino, sendo suas
intensidades de 60 a 80% FCmáx para o componente aeróbico e intensidade 8 (moderada) na escala de percepção de
esforço para exercícios resistidos (OMNI-RES). Além disso, a participante também recebeu aconselhamento dietético. A
partir dessa intervenção avaliou-se a conformação corporal através do somatótipo entre a 1º e 8º semana; 8º e 16º
semana; e 1º e 16º semana. A análise estatística do estudo foi realizada através de um tratamento de dados específico
para os somatótipos, em que se observou os espaços bi e tridimensional do somatótipo através do DDS (bidimensional) e
o DES (tridimensional) com seus índices de dispersão, respectivamente IDS e IDES, utilizando como ponto de corte para
determinação das diferenças DDS ≥ 2,0 e DES ≥ 1,0. Resultados: Os resultados mostraram uma redução entre os
componentes de endormorfia, manutenção da mesomorfia e um aumento na ectomorfia quando se comparou as
avaliações da 1º, 8º e 16º semana. Esses achados foram comprovados e visualizados por meio da somatocarta e pela
análise estatística específica para os somatótipos, que apontou diferença significativa tanto na análise da distância de
dispersão entre somatótipos da 1º e 16º semana(DDS = 2,69) quanto para a distância espacial entre somatótipos da 8º e
16º semana (DES = 1,03) e os da 1º e 16º semana (DES = 1,82). Discussão: A participante foi classificada em todas as
avaliações como endomesomórfica. No entanto, apesar de não haver mudança quanto a essa classificação, os dados
referentes aos componentes somatotípicos evidenciaram redução na distribuição de gordura (endomorfia), melhoria na
linearidade do corpo (ectomorfia) e manutenção da massa magra (mesomorfia) que está relacionado ao controle da
lipodistrofia e com a melhoria da pressão arterial. Sendo assim, tais resultados vem a contribuir para a redução dos fatores
de risco preditores do desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, inerentes às pessoas vivendo com
HIV/Aids. Conclusão: O programa de treinamento concorrente associado à orientação nutricional produziram resultados
positivos no somatótipo das participantes, melhorando a composição corporal e, por conseguinte, comprovando sua
eficácia no controle da lipodistrofia, bem como reduzindo os riscos no desenvolvimento de doenças cardiometabólicas da
participante avaliada.
Palavras-Chave: Lipodistrofia; Treinamento Concorrente; Composição Corporal; Somatotipo; HIV.
Anais
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P-12
TÍTULO: MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZADOS EM SALÕES DE BELEZA DE SALVADOR-BA
AUTOR(ES): FERNANDO LIMA DA SILVA, ANA CRISTINA AZEVEDO MOREIRA
INSTITUIÇÃO: UFBA
Introdução: Esterilização é o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana mediante a utilização de
agentes físicos, químicos e físico-químicos. Nos estabelecimentos de beleza, os riscos da ocorrência de infecção cruzada
pode representar um grave problema de saúde pública. As doenças que podem ser ocasionadas por contaminação direta
ou cruzadas do profissional e do cliente nesses estabelecimentos podem variar desde micoses de pele e anexos cutâneos,
até infecções mais graves como as hepatites dos tipos B e C e AIDS. Material e método: Foram selecionados 121 salões
de forma aleatória, em bairros centrais e periféricos no município de Salvador-Ba. Foi aplicado um questionário semiestruturado, composto por questões objetivas e subjetivas sobre o tema proposto. Resultados: 149 profissionais
entrevistados, a maioria pertencia ao sexo feminino, com faixa etária variando entre 16 a 65 anos, e o tempo de serviço
entre menos de um ano a mais de 10 anos. 32,6% dos estabelecimentos de beleza utilizavam forninhos ou esterilizadores.
47,6% dos entrevistados esterilizam alicate (unha e cutícula), tesoura e espátula. 11,4% responderam que não tinha
termômetro nas estufas. 75,9% dos profissionais não interrompiam o ciclo de esterilização.Discussão: Grande parte dos
estabelecimentos, 36,2% utilizavam forninhos ou esterilizadores. O uso de forninhos para a esterilização de instrumentais
não tem eficiência comprovada, pois esses aparelhos não possuem termômetro que indique a temperatura atingida pelo
aparelho. A maioria dos entrevistados afirmou esterilizar alicates (unha e cutícula), espátula, tesoura e outros materiais
metálicos, estando em conformidade com as recomendações feitas pelo Ministério da Saúde. A maioria dos profissionais
(75,9%) relataram que não interrompiam o ciclo de esterilização, porém o restante não tinha conhecimento da importância
dessa prática, de como ela pode influenciar na qualidade da esterilização dos seus instrumentais, evitando a ocorrência de
infecções pelo uso de materiais mal esterilizados. Conclusões: Apesar de alguns salões de beleza adotarem métodos de
esterilização corretos, em outros salões ainda eram utilizados processos de esterilização de eficácia questionável. Ficou
também evidente a necessidade de atualização de conhecimento dos profissionais sobre o manuseio correto dos
aparelhos usados para a esterilização. Diante da possibilidade da ocorrência de acidentes com materiais perfurocortantes
e de transmissão de doenças, como AIDS e hepatites, nos estabelecimentos de beleza, faz-se necessária a realização de
estudos aprofundados que detectem as causas mais comuns da ocorrência de tais riscos e de suas consequências.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-13
TÍTULO: PERFIL CLÍNICO – EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM DIAGNÓSTICO TARDIO DO HIV: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA.
AUTOR(ES): ANA ELISA ALMEIDA SANTOS DE OLIVEIRA, CIBELE MARIA RIBEIRO DOURADO
INSTITUIÇÃO: ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA
Introdução: Desde a descoberta da infecção HIV/ AIDS, o manejo relacionado à mesma cresceu significativamente,
principalmente no que tange ao diagnóstico e terapêutica. No entanto, continuam sendo registrados pacientes que
procuram, pela primeira vez, os serviços de referência, a nível ambulatorial e hospitalar, com a doença em fase avançada,
levando muitas vezes a um desfecho fatal. Objetivo: Esboçar as características epidemiológicas dos pacientes com
diagnóstico tardio do HIV, assim como as doenças oportunistas mais prevalentes neste estágio da infecção. Material
e Método: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, logo foram revisados os artigos da base Biblioteca Virtual em
Saúde. Os descritores escolhidos foram “HIV” e “Diagnóstico tardio”, unidos pelo booleano “AND”. Os artigos selecionados
tiveram a qualidade avaliada pelo STROBE, tendo como ponto de corte 18 pontos. Resultados e Discussão: Os artigos
selecionados sugerem que o diagnóstico tardio da infecção HIV/ AIDS não está mais predominante na parcela masculina,
pois a epidemia vive um processo de feminização e, somado a isso, destaca- se doentes com faixa etária a partir dos 60
anos de idade. Além disso, os trabalhos demonstraram as doenças oportunistas que os pacientes com atraso no
diagnóstico mais desenvolvem. São elas: pneumocistose, linfoma, criptococose e tuberculose (TB), a qual se destacou por
ter sido referida em mais de um artigo. Conclusão: Com o presente estudo, foi possível perceber que a infecção HIV/
AIDS não está mais limitada aos que inicialmente eram considerados “grupos de risco”, se tornando uma infecção crônica
amplamente conhecida, que alcança qualquer faixa etária e sem preferência sexual. Além disso, é interessante
recomendar o rastreamento em relação ao HIV nos pacientes com TB, já que a coinfecção dessas duas doenças tem sido
muito prevalente.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-15
TÍTULO: PERFIL SÓCIO-COMPORTAMENTAL E CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE UMA COORTE DE CASOS HIV/AIDS
ACOMPANHADOS EM DOIS SERVIÇOS DE REFERÊNCIA PARA AIDS NA CIDADE DO RECIFE, PERNAMBUCO,
ENTRE 2009 A 2013
AUTOR(ES): JOSÉ GILMAR COSTA DE SOUZA JÚNIOR, ANA MARIA DE BRITO, IRACEMA DE JESUS ALMEIDA
ALVES JACQUES, MÔNICA DA ROCHA LEÃO DE MAGALHÃES, TIAGO MARIA LAPA
INSTITUIÇÃO: CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES, FIOCRUZ-PE
O conhecimento sobre as principais características sócio-comportamentais e clínico-epidemiológicas de pacientes com
HIV/aids atendidos em serviços de referência é fundamental para um adequada intervenção e planejamento das ações de
prevenção e assistência. Com o objetivo de contribuir para o enfrentamento da aids em Pernambuco, foi desenvolvido um
estudo epidemiológico, descritivo, de natureza quantitativa, em dois serviços de referência do Recife: Hospital Correia
Picanço e Centro de Saúde Lessa de Andrade, com base na revisão de prontuários médicos. A população alvo foi de 1536
casos atendidos no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2013. Utilizou-se um formulário de entrevista com questões
estruturadas, validada através de um estudo piloto. A maioria era do sexo masculino (69,5%), entre 30 e 49 anos de idade
(61,7%), raça/cor parda (56,5%), baixa escolaridade (61% com ensino fundamental ou analfabeto), solteiros (64,5%), e
residentes na cidade do Recife (60,8%). Apenas 8% (n=108) referiram ter feito uso de drogas ilícitas na vida, e desses,
52,9% usaram crack e 33,3%, cocaína; cerca de 40% era fumante, e 62% fazia uso de álcool. Em mais de 1/3 dos casos
(38,7%) tinha antecedentes de DST. A maioria não utilizava o preservativo (77,2%), e quando usava, era de maneira
eventual (76,3%). A quase totalidade das mulheres era heterossexual, e entre os homens, 60,2% eram heterossexuais,
29%, homossexuais e, 9,5%, bissexuais. Apenas 18,6% tinha realizado o teste anti-HIV há menos de dois anos. Quase
metade dos casos realizaram o diagnóstico por ocasião da primeira consulta ao serviço especializado em HIV/aids.
Metade dos pacientes apresentou um contagem de linfócitos T CD4+ inferior a 350 cel/mm3 na primeira consulta, e
destes, mais de 30% tinha menos de 200 cel/mm3. A maioria dos que tinham teste anti-HIV, realizaram-no em unidades
públicas de saúde (40,4%) e CTA (36,6%), e entre os motivos para a realização, destacam-se “estar doente” (35,8%) e “ter
cônjuge ou companheiro com HIV/aids” (26,8%), somente 18,9% decidiram fazer o teste espontaneamente. Em relação às
comorbidades, a tuberculose foi a mais prevalente (26,4%), e 75,5% dos pacientes faziam o uso de terapia anitrretroviral.
Conclusão: o perfil dos pacientes segue a tendência das outras cidades brasileiras.
Anais
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P-16
TÍTULO: PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR HIV EM IDOSOS USUÁRIOS DE UM CENTRO DE TESTAGEM E
ACONSELHAMENTO PARA DST/AIDS DA BAHIA
AUTOR(ES): CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA, KETLEN MILENA MOREIRA DUARTE, ARTUR ALVES DA SILVA,
ACÁSSIO DOS SANTOS AMORIM VIANA, ROSANE SILVIA DAVOGLIO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO – UNIVASF
Introdução: O aumento do número de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis e da mortalidade decorrente da
infecção pelo HIV em idosos evidencia a necessidade de ações preventivas voltadas para essa faixa etária da população.
Nos idosos, a abordagem da infecção HIV/Aids passa por questões culturais e de exclusão relacionadas à ideia de que o
idoso não tem vida sexual. O estudo tem como objetivo investigar a prevalência de infecção por HIV e a distribuição por
sexo, em idosos usuários do CTA de Juazeiro, Bahia, no período de 2006 a 2012. Métodos: Trata-se de um estudo
descritivo que utilizou dados da pesquisa“Levantamento Epidemiológico no Centro de Testagem e Aconselhamento da
Unidade de Referência para DST/Aids de Juazeiro-BA”, coletados dos Formulários de Entrada do Sistema de Informação
do CTA, folha de descrição do atendimento e prontuários clínicos. A população do estudo consistiu nos idosos, de ambos
os sexos, cadastrados no referido serviço no período estudado, totalizando 233 participantes. Os dados foram analisados
por meio de frequências absolutas e relativas, no Stata 9.0. Resultados: Houve predomínio de usuários do sexo
masculino (60,94%), faixa etária de 60 a 70 anos (75,97%), cor parda (26,61%), casados (61,80%), aposentados (57,08%)
e com escolaridade de 4 a 7 anos de estudo (35,19%). Verificou-se que 72,96% apresentavam parceiro fixo e que a
relação sexual foi o tipo de exposição mais prevalente (76,39%), assim como a preferência sexual heterossexual (92,27%).
O uso consistente do preservativo foi baixo tanto nas parcerias fixas (5,58%) quanto nas não fixas (32,73%), sendo “não
gostar“ o motivo mais referido para não usar o preservativo em ambos os casos, 60,61% e 23,26%, respectivamente. A
prevalência de HIV foi 3,43%, com distribuição semelhante entre homens (3,52%) e mulheres (3,30%). Discussão: Apesar
de similaridade na prevalência entre os sexos a literatura aponta para um crescimento da frequência da infecção entre os
idosos, mais acentuado no sexo feminino. O baixo uso do preservativo contribui para a circulação e disseminação do vírus
nesta população. O aumento da expectativa de vida da população geral e dos soropositivos também pode refletir-se na
elevação da prevalência nessa faixa etária. Conclusão: Os idosos estão vulneráveis à infecção por HIV. Há falta de
informação sobre o HIV/Aids direcionadas a esse grupo, pois as ações de prevenção têm uma abordagem voltada para a
população de faixas etárias mais jovens, sendo de difícil assimilação pelos idosos que não se identificam com ela e
acabam por não serem sensibilizados para adoção de comportamentos protetivos. O idoso não é considerado público alvo
das medidas de prevenção, controle e diagnóstico da AIDS.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-17
TÍTULO: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS AO USO DE PRESERVATIVO COM PARCEIROS NÃO FIXO EM
MULHERES USUÁRIAS DO CTA DE JUAZEIRO-BA
AUTOR(ES): ARTUR ALVES DA SILVA, ACÁSSIO DOS SANTOS AMORIM VIANA, ANANDA ARIANE JANUÁRIO DO
NASCIMENTO, GLÓRIA MARIA PINTO COELHO, ROSANE SILVIA DAVOGLIO
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - UNIVASF
Introdução: Atualmente está ocorrendo um processo de feminização da infecção por HIV/Aids, com aumento expressivo
no número de mulheres infectadas. Apesar da difusão do preservativo, o uso consistente ainda é considerado baixo,
mesmo em relações com parceiros não fixos. O estudo teve por objetivo investigar a prevalência e fatores associados ao
uso de preservativo com parceiros não fixo, em mulheres usuárias do CTA de Juazeiro/BA entre 2006 e 2012. Material e
Método: Consiste em um estudo analítico observacional transversal exploratório. Os dados foram obtidos do Formulários
de Entrada do Sistema de Informação do CTA. O desfecho uso de preservativo com parceiro não fixo foi considerado
presente quando relatavam usar sempre (uso consistente). A análise estatística bruta e ajustada foi realizada por
Regressão de Poisson e apresentadas por meio de Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança de 95% (nível de
significância de 5%). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univasf. Resultados: Foram
investigadas 790 usuárias que referiram ter parceiro não fixo, com média de idade de 27 anos (±10,3 anos). A prevalência
de uso consistente de preservativo foi baixa (27,97%). Os principais motivos apontados para ausência de uso foram “não
gosta” (35,71%), “o parceiro não aceita/não consegue negociar com o parceiro” (21,22%), e “confia no parceiro” (12,82%).
As que relataram não ter usado preservativo na última relação com parceiro fixo apresentaram frequência de uso com
parceiro não fixo 49% menor, comparadas às que informaram ter usado (p=0,003); as que declararam ter iniciado a vida
sexual com 19 anos ou mais, usavam 3,62 vezes mais preservativo com parceiro não fixo do que aquelas que iniciaram
com 13 anos ou menos (p=0,012). Ambas as variáveis mostraram associação estatisticamente significativa com o
desfecho. Discussão: A baixa adesão ao uso consistente de preservativo com parceiros não fixos entre as mulheres
investigadas pode estar ligada à desinformação e mitos, desigualdades nas relações de gênero e questões afetivoconjugais. A associação do desfecho com ausência do uso do preservativo na última relação com o parceiro fixo aponta
que as mulheres investigadas têm a tendência de reproduzir, nas relações não fixas, os comportamentos adotados nas
relações com seus parceiros fixos. Já a idade de início da vida sexual pode ter influência nos comportamentos posteriores,
devido à maior informação sobre os riscos e maior habilidade para negociação do uso com o parceiro. Conclusão: O
estudo evidenciou baixa prevalência de uso de preservativo com parceiro não fixo, identificando associação com
características relacionadas à vulnerabilidade individual. Os achados trazem contribuições no entendimento dos
comportamentos sexuais femininos, principalmente por ter investigado exclusivamente o uso com parceiros não fixos,
sendo um dos poucos estudos que fez essa diferenciação.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-18
TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA E QUALIDADE DO SONO DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
AUTOR(ES): SAULO SAMUEL FREITAS DE MELO, DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS, JASON AZEVEDO DE
MEDEIROS, JULIANY DE SOUZA ARAÚJO, RICARDO DIAS DE ANDRADE, TATIANE ANDREZA LIMA DA SILVA,
PAULO MOREIRA SILVA DANTAS, RAFAELA CATHERINE DA SILVA CUNHA DE MEDEIROS
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
INTRODUÇÃO: A longa exposição à terapia antirretroviral (TARV) de alta atividade está associada a efeitos adversos
como a lipodistrofia, hepatotoxicidade, pancreatite e distúrbios no sono, os quais podem influenciar negativamente na
qualidade de vida (QV) dos indivíduos que vivem com HIV/Aids (PVHA), sob TARV. Diante desse contexto, o estudo
objetivou avaliar a correlação entre qualidade de vida e qualidade do sono em PVHA. METODOLOGIA: Estudo de corte
transversal, composto por 55 pessoas vivendo com HIV/AIDS. Foram utilizados como instrumentos os questionários de
Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh e o Questionário HIV/AIDS Targeted Quality of Life - HAT-Qol para observar a
qualidade de vida. Para a análise estatística foram utilizados os teste não paramétrico de Shapiro-Wilk para observar a não
normalidade dos dados, o teste de correlação Spearman para verificar a existência de associação linear entre os domínios
de qualidade de vida e qualidade do sono e, por fim, os valores de correlação foram classificados de acordo com o
proposto por Dancey e Reidy (2005), com nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: O domínio “Função Geral”
obteve correlação moderada, negativa, proporcional com a “Qualidade do Sono (-0,39, p = 0,003). Satisfação com a Vida”
também apresentou correlação moderada, com o a “Qualidade do Sono” (-0,46, p = 0,00). Já a “Função sexual”
apresentou correlação com a “Qualidade do Sono”, no entanto, esta foi correlação foi fraca (-0,29, p = 0,03). DISCUSSÃO:
A correlação moderada entre qualidade de vida e qualidade do sono se deu em virtude de tanto o sono como a QV
apresentarem prejuízos. Dessa forma, os escores baixos para o sono caracterizam sua má qualidade, podendo estar
associada tanto a fatores como ansiedade e estresse, provocados pela própria infecção como também pelo uso da própria
medicação. Os prejuízos no sono podem provocar complicações para a função geral do corpo como indisposição para as
atividades cotidianas e a justificativa para o comprometimento desse domínio pode estar associada à inatividade física no
grupo estudado. O sono de má qualidade pode também ter contribuído negativamente para o domínio “Satisfação com a
Vida”, causando diminuição do contentamento com a saúde, indisposição para desfrutar a vida, aumento da fadiga,
cansaço mental e diminuição das atividades sociais, além de estabelecer sentimentos sobre a falta de controle da própria
vida. Já o domínio “Função Sexual” apresentou uma fraca correlação e ma possível justificativa para tal resultado pode
está relacionada à predominância do sexo masculino na amostra, o que pode ter ocasionado omissão da verdade pela
vergonha em abordar sua intimidade. CONCLUSÃO: A correlação verificada em domínios da qualidade de vida com a
qualidade do sono evidencia a necessidade dos profissionais que lidam com essa população interpretarem essas
avaliações de forma conjunta para que se planejem estratégias de intervenções eficazes.
Anais
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P-20
TÍTULO: TRATAMENTO DE CONDILOMA ACUMINADO EM MUCOSA BUCAL EM PACIENTE HIV+ COM
IMIDAZOLQUINOLINA
AUTOR(ES): THAIANE DANTAS DIAS DOS SANTOS, RENATA PORTELA DE REZENDE, PATRÍCIA FONSECA
GUEDES, DAVI SILVA CARVALHO CURI, VINICIUS COSTA VIEIRA, PATRÍCIA LEITE RIBEIRO, VIVIANE ALMEIDA
SARMENTO
INSTITUIÇÃO: COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGAR SANTOS - UFBA/EBSERH
INTRODUÇÃO: O Condiloma acuminado é uma neoplasia benigna, induzida pelo papilomavírus (HPV), que afeta
principalmente as mucosas anogenital e bucal, tem uma maior prevalência em indivíduos infectados com o vírus da
imunodeficiência humana (HIV). Com o advento da Terapia Antirretroviral Altamente Ativa (HAART) para pacientes HIV+, a
prevalência de lesões bucais pelo HPV tem aumentado e várias terapias têm sido utilizadas para a remoção das lesões
visíveis, como a crioterapia, laser cirúrgico ou aplicação de substâncias ácidas. Nesse sentido, a utilização de
imunomoduladores tem sido proposta como uma alternativa, como é o caso da Imidazolquinolina. No entanto, o uso deste
medicamento em lesões da mucosa bucal é pouco relatado na literatura. O objetivo deste trabalho é relatar um caso
clínico de condiloma acuminado em mucosa labial em um paciente HIV+, tratado com Imidazolquinolina. RELATO DE
CASO: Paciente sexo masculino, 25 anos, portador do HIV, com carga viral de 21.370 cópias/mL e contagem de linfócitos
CD4 de 404 células/mm³, não submetido à terapia antirretroviral (TARV). Encaminhado ao Serviço de Assistência
Odontológica do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (UFBA/EBSERH) devido ao aparecimento de
lesões bucais, que recidivaram após tratamento cirúrgico e de cauterização química. Ao exame clínico foram observadas
proliferações papilomatosas, de superfície verrucosa no lábio superior. A hipótese de diagnóstico foi de Condiloma
Acuminado. Pela extensão das lesões e localização, optou-se pela utilização do Imidazolquinolina a 5%, para evitar
problemas estéticos resultantes da abordagem cirúrgica. O medicamento foi aplicado três vezes por semana, durante 60
dias. Ao final do período, observou-se remissão das lesões, com persistência de uma pápula, que foi excisada
cirurgicamente. A peça cirúrgica foi enviada para exame anatomopatológico que confirmou diagnóstico de condiloma
acuminado. O paciente encontra-se em proservação há 43 meses, sem recidiva. DISCUSSÃO: A literatura indica que o
desenvolvimento do Condiloma Acuminado pode estar relacionado ao estado ainda ativo do sistema imune do indivíduo
afetado, comportando-se como se estivesse fazendo uso da TARV, visto que a infecção de ceratinócitos pelo HPV
depende de três fatores: permissividade celular, tipo do HPV e estado imune do hospedeiro. Até o momento, não há
opções de tratamento não cirúrgicas claramente indicadas para verrugas bucais relacionadas ao HPV. A terapia ideal seria
uma formulação tópica, barata e que erradicasse efetivamente essas lesões. CONCLUSÃO: Imidazolquinolina mostrou-se
efetivo na remissão das lesões de HPV em mucosa bucal, de forma conservadora, não comprometendo a estética do
indivíduo. A ausência de recidiva por longo período também foi um fator positivo de seu uso.
Anais
5º Congresso Brasileiro Sobre HIV/Aids e Vírus Relacionados
P-21
TÍTULO: L-SELECTIN (CD62L) REGULATING CD4+ T-CELL TRAFFICKING BY RETROVIRUSES HIV AND HTLV
AUTOR(ES): CACIANE PORTELA SOUSA, MARIA FERNANDA RIOS GRASSI, JORGE CLARÊNCIO, CARLOS BRITES
INSTITUIÇÃO: FEDERAL UNIVERSITY OF PIAUÍ
HIV/HTLV-1 coinfection induces chronic immune activation that modulate immune response to the progression of HIV
infection. Although the exact mechanisms are not clear, this coinfection may favor the migration of naïve, CD4+ Tlymphocytes to peripheral lymphoid tissue, before activation and clonal differentiation in memory/effector T-cells. We
evaluate the frequency of myeloid, dendritic cells (mDC), CD4+, naïve, memory and effector T-lymphocytes in 9 HIV/HTLV1 coinfected patients, 12 HIV singly infected ones, and in 10 healthy controls. All cells subpopulations were quantified by
flow cytometry, using fluorescente monoclonal antibodies (for mDC: anti-CD3, anti-CD14, anti-CD16, anti-CD19, anti-CD20,
anti-CD56, anti-CD11c+ conjugated with phycoerythrin and anti-HLA-DR conjugated with phycoerytrin-cyanine). For
subtsets of T cell CD4+ naïve and T-cell with memory phenotype, we used anti-CD3 conjugate with phycoerythrin-cyanin,
anti-CD4 with phycoerythrin, anti-CD8+ conjugated with fluorescein isothiocynate, anti-CD45RA conjugated with
phycoerythrin, anti-CD45RO conjugated with phycoerythrin and anti-CD62L conjugated with phycoerythrin-cyanin. Mean
frequency of mDC was 0.049±0.034 for coinfected subjects, 0.045±0.032 for HIV singly infected, and 0.270±0.150 for
controls (p<0.05 comparing controls with other groups). The mean frequency of CD4+ naïve T-lymphocytes was
significantly lower for coinfected patients compared with mono-infected ones (25.04±13.18 vs 37.68±14.61,
respectively, p<0,05). We also detected a positive correlation between mDC frequency and CD4+, naïve T-cells for
coinfected patients (r=0.72, p=0.03), while there was an inverse correlation between CD4+, naïve T-cells and memory
CD4+ T-cells (r=-0.85, p=0.006). This suggests that HIV/HTLV-1 coinfection can induce a decrease in peripheral CD4+,
naïve T-cells, probably due to an intense migration of these cells to peripheral lymphoid tissue, for further activation and
clonal differentiation of CD4+ naïve cells in memory ones.
Key Words: HIV/HTLV-1 coinfection, myeloid dendritics, CD4+ T-cell of naïve and memory.
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Anais - Congresso de Hiv/Aids e vírus relacionados.