OPINIÃO Comunidade EACH critica falta de ações Alunos, funcionários e professores da escola são prejudicados pela paralização das atividades no campus da USP Ana Luiza Tieghi Fernanda Maranha A Escola de Artes, Ciência e Humanidades (EACH) da USP está interditada pela Justiça desde 9 de janeiro, segundo pedido do Ministério Público Estadual (MPE), devido à contaminação do solo que pode causar danos à saúde dos frequentadores do campus. Histórico dos problemas De acordo com o MPE em relatório de 14 de novembro do último ano, em 2004, quando a escola foi construída, já havia em seu terreno a presença de gás metano no subsolo. O mesmo documento afirma que durante a gestão do diretor José Jorge Bou- eri Filho, mais precisamente no ano de 2011, cerca de 109 mil metros cúbicos de terra contaminada e com entulhos de construção civil foram despejadas no campus da USP Leste. Além desses transtornos, ao longo de 2013, as pessoas que frequentavam o local sofreram com infestações de pombos e ácaros, que, segundo Adriana Tufaile, professora da EACH, são de responsabilidade da má administração do diretor Boueri. “Só foram trabalhar no controle dessas pragas quando as pessoas começaram a ter problemas de pele por causa do ácaro”. Também foi constatado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que a água para consumo estava contaminada. Jornal do Campus | 421 | Março de 2014 | primeira quinzena RÚVILA MAGALHÃES 2 EACH está interditada desde janeiro e não houve início das aulas Edição online jornaldocampus.usp.br Curta a página /jornaldocampus Expediente – Jornal do Campus Nº 421 No final de 2012, a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) emitiu uma licença ambiental de operação para a escola, com 13 exigências a serem cumpridas. Porém, a reitoria não tomou as medidas necessárias para resolvê-las. À procura de soluções Diante da insatisfação causada pela falta de ação efetiva e buscando sanar os problemas da instituição, os alunos, professores e funcionários uniram-se em uma Comissão de Mobilização. Ainda foram criados grupos formados por representantes da EACH, de outros órgãos da USP e da Cetesb, com função de acompanhar o cumprimento das exigências e auxiliar na proteção do local. Por parte da reitoria, Marco Antonio Zago designou no final de fevereiro uma comissão formada por docentes da Universidade para acompanhar o andamento das providências que estão sendo tomadas no campus e propor formas de ajudar a solucionar os problemas. “São pessoas conceituadas, com história de produção científica, conhecimento e militância nessa área e são elas que vão nos aconselhar”, afirmou o reitor ao portal da USP. A liminar que determinou a interdição do campus também obriga a Universidade a encontrar outro lugar para dar continuidade às atividades acadêmicas, medida que ainda não foi tomada. “A Envie um email [email protected] gente percebe que não é um lugar fácil de encontrar, porque a nossa escola é muito grande. Só que não achamos que eles procuraram com afinco”, disse Adriana. A comunidade reclama que a Universidade está tomando medidas meramente paliativas ao invés de resolver as questões urgentes. Em documento redigido pela Comissão de Mobilização, esta alega que “a reitoria adotou como medida permanente a prorrogação de prazos perante a Cetesb e o Ministério Público Estadual”. Esta opinião é compartilhada pela promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira, representante do Ministério Público. Em documento de resposta à Universidade, publicado em 24 de janeiro, ela afirmou que “a requerida [USP], como sempre, está adotando comportamentos protelatórios.” Recentemente, uma empresa foi contratada para iniciar o processo de retirada de gás metano do solo. Mas Carlos Mendonça, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), que participa de um estudo sobre a presença do gás na unidade, acredita que apenas esta medida não seja suficiente. Segundo ele, existem bolsões de gás em níveis profundos do terreno, que não estão recebendo atenção neste momento. “A remediação é monitorar o solo e também encontrar esses bolsões e extraí-los, porque assim eles não irão alimentar os de cima”, afirma. Siga no Twitter @jornaldocampus Instagram @jornaldocampus Tiragem: 10.200 exemplares Universidade de São Paulo – Reitor: Marco Antonio Zago. Vice-Reitor: Vahan Agopyan. Escola de Comunicações e Artes – Diretora: Margarida Maria Krohling Kunsch. Vice-Diretor: Eduardo Monteiro. Departamento de Jornalismo e Editoração – Chefe: Mayra Rodrigues Gomes. Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho. Responsável: José Coelho Sobrinho. Redação - Diretor de Redação: Fabio Manzano. Diretores de Arte: Fernanda Drumond e Ricardo Kuraoka. Editor Online: Daniel Morbi. Editores: Ana Beatriz Brighenti, Ariane Alves, Bárbara D’Osualdo, Fernando Pivetti, Gabriella Feola, Rúvila Magalhães, Susana Berbert e Valdir Ribeiro Jr. Repórteres: Aldrin Jonathan, Ana Luiza Tieghi, Ana Paula Souza, Bruna de Alencar, Bruna Rodrigues, Érica Lima, Fernanda Maranha, Gabriela Fachin, Gabriela Silva, Giovanna Gheller, Jéssica Soler, Lara Deus, Lucas Coelho, Luiza Fernandes, Patrícia Figueiredo, Rogério Geraldo, Sofia Calabria. Ilustrações: Ricardo Kuraoka. Endereço: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, bloco A, sala 19, Cidade Universitária, São Paulo, SP, CEP 05508-900. Telefone: (11) 3091-4211. Fax: (11) 3814-1324. Impressão: Gráfica Atlântica. O Jornal do Campus é produzido pelos alunos do 5° semestre do curso de Jornalismo Noturno, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso II.