PRODUÇÃO DIDÁTICO­PEDAGÓGICO
FICHA PARA CATÁLOGO
Título: A (re) descoberta da poesia em sala de aula: uma perspectiva além das palavras Autor:
LUCIMARA BARBIERI SVERSUT DE OLIVEIRA
Escola de Atuação:
COLÉGIO ESTADUAL FLAUZINA DIAS VIÉGAS – E.F.M
Município da escola:
PARANAVAÍ
Núcleo Regional da Educação: PARANAVAÍ
Orientador:
ME. CARLOS DA SILVA
Instituição de Ensino Superior: UNESPAR – Campus Paranavaí. Disciplina/Área :
Produção
LÍNGUA PORTUGUESA
Didático­ UNIDADE DIDÁTICA
pedagógica:
Relação Interdisciplinar:
NÃO
Público Alvo:
ALUNOS DE 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Localização:
RUA MAUÁ, 125 ­ JARDIM MORUMBI – PARANAVAÍ – PARANÁ
Apresentação:
A leitura e a sensibilidade ultimamente tem competido de forma desleal com as mídias pois encontramos nas salas de aula uma forte resistência por parte dos alunos em relação a manifestações orais e escritas que explorem sentimentos. Este projeto de intervenção pedagógica apresenta uma proposta de sensibilizar o aluno ao ler poemas, aproximá­los do universo poético promovendo uma melhor compreensão do mundo que o cerca bem como a conseqüente melhora da autoestima. O gênero textual Poesia foi proposto por se tratar de textos curtos, o que torna o ato de ler mais prazeroso e por ser destinado a alunos de uma faixa etária em que as emoções estão aflorando. Nesse contexto, este trabalho se caracteriza como uma pesquisa social aplicada de maneira qualitativa que se enquadra como pesquisa­ação com o propósito de despertar o interesse pelo gênero poético em que o aluno consiga preencher os espaços vazios com o seu conhecimento prévio de mundo e refletir acerca do que lê. A pesquisa será desenvolvida no Colégio Estadual Flauzina Dias Viégas, na cidade de Paranavaí, no ano de dois mil e onze. Os sujeitos da pesquisa serão os alunos do primeiro ano do Ensino Médio. Para a coleta de dados será realizada uma sondagem entre os educandos para verificar o nível de conhecimento dos mesmos em relação ao gênero Poesia. Face ao exposto, o trabalho se configurará para leituras e produção de textos poéticos e criação de um blog coletivo.
Palavras­chave: Língua Portuguesa, Gêneros Discursivos, Poesia.
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL - PDE
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Título: A (re) descoberta da poesia em sala de aula:
uma perspectiva além das palavras
Área PDE: Língua Portuguesa
Tema de estudo: A Poesia como Instrumento Pedagógico no Conhecimento
do Adolescente
Professor PDE: Lucimara Barbieri Sversut de Oliveira
IES: FAFIPA / UNESPAR
NRE: Paranavaí
Professor orientador: Prof. Me. Carlos da Silva
PARANAVAÍ
2011
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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.1 Professor PDE: Lucimara Barbieri Sversut de Oliveira
1.2 Área PDE: Língua Portuguesa
1.3 NRE: Paranavaí
1.4 Professor Orientador IES: Prof. Me. Carlos da Silva
1.5 IES Vinculada: Fafipa/Campus de Paranavaí
1.6 Escola de Implantação: Colégio Estadual Flauzina Dias Viegas
1.7 Público alvo da intervenção: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
1.8 Duração: 02 meses (32 horas­aula) – 04 aulas semanais
2. APRESENTAÇÃO
O presente trabalho aqui proposto como Produção Didático Pedagógica tem como finalidade apresentar uma perspectiva de prática de leitura para os textos poéticos que levem em conta seus aspectos textuais bem como suas peculiaridades. Assim, o aluno, de mero decodificador de significados, será instigado a interagir criativamente com o texto na leitura literária a fim de compreender efetivamente seus sentidos.
Este material didático será desenvolvido no primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Flauzina Dias Viégas, durante o terceiro período do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), objetivando um alargamento dos Horizontes de expectativas quanto à leitura de poesias, 4
fundamentada na Estética da Recepção. O material didático será constituído de Unidades Didáticas, com abordagem centrada em um tema específico: “Adolescência”, contendo poemas diversos, músicas com intencionalidade poética e sugestões de atividades a serem trabalhadas com os alunos, uma vez que a adolescência é uma fase cheia de conflitos onde afloram os mais variados sentimentos e os adolescentes não se sentem seguros frente às mudanças pessoais e sociais que estão por vir. Neste Material Didático constarão todos os encaminhamentos, passo a passo, do trabalho a ser realizado a partir do Método Recepcional, de Bordini & Aguiar (1988). Sendo assim, propõe­se um trabalho que propicie aos educandos um momento lúdico, tendo em vista o exercício da imaginação, da fantasia, da criatividade, ao mesmo tempo em que mostre ao aluno a vida de forma mais prazerosa, com maior liberdade para construir seu conhecimento de forma crítica enquanto ser participativo de uma sociedade em transformação. Para que isso aconteça, acredita­se que o espaço escolar deva privilegiar estratégias de leitura que evidenciem a compreensão efetiva dos gêneros, em especial, do gênero poético. É mister que o leitor possa se tornar um indivíduo independente na sua criação de significados, para que não seja um simples reprodutor de conceitos preestabelecidos pelos livros didáticos. Percebe­se que para trabalhar com o texto literário, é pertinente mostrar ao aluno que a importância da literatura está no fato de que ela o leva à compreensão de épocas passadas, permite “viajar” por outros tempos e a descobrir a si mesmo, reconhecendo emoções e sentimentos que ele nem sequer supõe conhecer. Para tanto, faz­se necessário que o professor se sinta envolvido por esse gênero literário, uma vez que o trabalho com poesia exige mais do que uma análise superficial do texto ou a uma simples leitura que requeira apenas respostas objetivas. Ao acrescentar suas próprias emoções, experiências, conhecimentos de mundo e sentimentos a partir das construções de sentidos que a leitura da poesia proporciona, o leitor/aluno não só reproduz o que possivelmente o autor procurou expressar como também faz da poesia uma poderosa ferramenta de humanização que o auxiliará no desenvolvimento da sensibilidade. Vivendo em uma sociedade dominada pelas relações utilitárias do capitalismo, o aluno, assim como qualquer leitor, está condicionado a procurar informações geralmente práticas, num espaço de tempo também dominado pelas relações imediatistas, quase nunca permitindo o exercício da reflexão sobre o texto lido. As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica (2006) propõe que as aulas de literatura e, mais especificamente ao se falar em poesia em sala de aula, que esta não seja meramente a escolha de uma prática utilitária de leitura ou que o texto literário deva servir como pretexto para outras questões de ensino, mas ser um importante 5
instrumento de reflexão na busca de sanar e/ou minimizar problemas éticos, morais e sociopolíticos da vida, ajudando a desenvolver a personalidade e construir um conceito de mundo, através de uma atitude reflexiva possibilitada pela leitura.
Para que isso aconteça de fato, é necessário possibilitar ao aluno o desenvolvimento de uma postura crítica perante o texto lido e perante o mundo que o cerca, fazendo com que ele consiga interagir com essa modalidade de texto, explorando a combinação das palavras, seus significados e seus sons, tornando­se leitor mais sensível, capaz de reconhecer as sutilezas de um texto poético. Uma vez que sendo a poesia uma manifestação subjetiva do poeta, utilizada para descrever emoções e sentimentos, ela também pode retratar as contradições existentes no espaço social em que foi produzida, servindo como instrumento de transformação social ou de reflexão de determinada sociedade. 3. PROCEDIMENTOS
Buscando meios para fazer com que os educandos leiam de maneira agradável e eficaz, e na expectativa de que a leitura vá além das palavras, optou­se pelo Método Recepcional, organizado por Bordini & Aguiar (1988) para a formação desses leitores, uma vez que o método em questão atende aos pressupostos das Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa.
Entende­se que o Método Recepcional seja um caminho que busque o prazer de ler, conduzindo os alunos à apropriação de novos conceitos e posturas diferentes frente aos textos literários poéticos, bem como exige um maior comprometimento por parte dos professores ao trabalhar com o gênero em questão
Algumas etapas serão desenvolvidas para que o horizonte de expectativa do aluno, em relação à literatura, seja ampliado. Os objetivos desse método com relação ao educando são: ler, compreender, interpretar e inferir nos textos. Proporcionará a abertura a novas leituras, de acordo com o mundo que o cerca, leituras estas que o ajudarão a se conhecer , ter a sua percepção de mundo ampliada através de textos simples, de acordo com o seu gosto pessoal até os mais complexos, provocando uma ruptura de seus horizontes, tornando­o um leitor mais consciente e desenvolvendo o seu intelecto em busca de uma atitude crítica. Desse modo, sugere­se cinco etapas a serem desenvolvidas:
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­ Determinação do horizonte de expectativas;
­ Atendimento do horizonte de expectativas;
­ Ruptura do horizonte de expectativas;
­ Questionamento do horizonte de expectativas;
­ Ampliação do horizonte de expectativas.
Para a eficiência desse método há que se priorizar textos que se referem ao universo do aluno, apresentando fatos semelhantes aos que acontecem no seu cotidiano, para que ele possa colocar­se de maneira a ser co­autor das obras trabalhadas. Acredita­se que, assim, a leitura se tornará mais prazerosa e a reflexão fluirá espontaneamente, transformando o aluno em um ser enriquecido intelectualmente.
Ao optar­se pelo Método Recepcional, tem­se a consciência de que o ponto de vista do leitor é imprescindível, pois o que o texto silencia deverá ser preenchido pelas inferências do leitor com suas experiências pessoais. Todo leitor possui expectativas ante um texto a ser lido, o que é chamado pela Estética da Recepção de “Horizonte de Expectativas”. O método propõe que inicialmente faça­se o trabalho com textos que atendam a esses horizontes de expectativas do aluno, textos que estejam dentro de seus limites de compreensão, e só depois passa­se a textos que venham a ampliar esses horizontes.
O primeiro passo para trabalhar com o Método Recepcional é, sem dúvida, determinar os horizontes de expectativas da turma. Ao ser trabalhado com a poesia, que é o gênero literário escolhido nesta Unidade Didática, o professor procurará saber junto aos alunos o que eles entendem por poesia, quais os poemas que eles conhecem, os que já leram, ouviram, quais temas preferem, que autores de poesias conhecem, enfim, tudo o que for pertinente para que o professor conheça o que os alunos sentem ou esperam quando lêem poesia. Para isso, é necessário escolher textos que abordem temas ou situações bem próximas da vivência desses alunos, o que, seguramente, poderão despertar neles o desejo de ler ou interagir enquanto leitores, explorando o sentido dos textos, sentindo­se motivados e seguros ao expressarem suas opiniões.
Em seguida, as certezas dos alunos deverão ser abaladas. É o momento da “ruptura do horizonte de expectativas”, em que serão apresentados textos que se assemelham com os já trabalhados no momento anterior, como por exemplo, o tema, a estrutura ou a linguagem, para que o aluno/leitor não se sinta inseguro, mas que exijam dele maiores questionamentos. Os alunos deverão ser conduzidos a realizar atividades que aprofundem seus conhecimentos em relação a 7
novos textos, descobrir sua capacidade em resolver novos conflitos, ler e entender textos que não fazem parte de suas experiências. O aluno/leitor deverá perceber o aspecto polissêmico da linguagem dos textos poéticos, seus diversos sentidos, construindo inferências sobre o que foi lido, de modo que sejam capazes de tirar conclusões e expor ideias, sentimentos e fatos apresentados nos textos.
Após essa etapa, ocorrerá o “questionamento do horizonte de expectativas”, em que a turma analisará juntamente com o professor, qual dos textos exigiu um nível maior de reflexão e satisfação. Pretende­se que nessa etapa, os educandos percebam que a facilidade de entendimento de um texto abre possibilidades para um conhecimento maior de mundo.
As reflexões da etapa anterior levam à “ampliação do horizonte de expectativas” e à percepção de que a leitura pode estabelecer um diálogo com as pessoas, sejam elas de diferentes épocas, classes sociais ou realidades distintas. É uma forma de ver e sentir o mundo.
Dando continuidade ao que propõe o Método da Recepção, nessa última etapa o aluno deverá estar ciente de que sua capacidade de decifrar o que não conhece, foi aumentada. Cabe ao professor, nesse momento, provocar os alunos e criar condições para que eles avaliem o que foi alcançado.
UNIDADE I
DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Caro(a) Professor(a),
O objetivo desse questionário é o de verificar, junto aos alunos, suas preferências pessoais, culturais e econômicas bem como o seu grau de interesse pelo gênero poético. As questões aqui apresentadas poderão ser adaptadas conforme a realidade da sua da turma.
Nesta unidade, será feita uma investigação junto aos alunos com atividades orais e escritas a fim de determinar os horizontes de expectativas em relação à leitura literária e à poesia. Para tal averiguação será distribuído um questionário aos alunos com as seguintes questões: 8
1) Você gosta de ler?
( ) Sim, muito ( ) Sim ( ) Não ( ) Não, nada 2) Qual é o tipo de leitura de que você mais gosta?
( ) livros ( ) jornais ( ) revistas ( ) internet ( livros eletrônicos, blogs, e­mails)
( ) outros. Quais? _______________________________________________________________
3) Você se lembra de algum livro em especial do qual tenha gostado muito? Qual o título?
___________________________________________________________________________
4) Você se considera um bom leitor?
( ) Sim ( ) Não
5) Quanto tempo por semana você se dedica à leitura de livros que não sejam os usados em sala de aula?
( ) 30 minutos ( ) 1 hora ( ) 2 horas ou mais ( ) não lê, a não ser os livros usados em sala de aula
6) Quando foi a última vez que você leu um livro, sem contar os livros didáticos ?
( ) 1 mês ( ) 6 meses ( ) 1 ano ( ) mais de 1 ano
7) Quantos livros aproximadamente há em sua casa, sem contar os livros didáticos?
( ) mais de 10 ( ) menos de 10 ( ) acima de 20 ( ) menos de 50 ( ) mais de 50
8) Você já leu livros de poesia?
( ) Sim ( ) Não
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9) Você gosta de ler poesias?
( ) Sim.Por quê? _______________________________________________________________ ( ) Não. Por quê? ______________________________________________________________
10) Que assuntos você acha que podem aparecer nos poemas? Por quê?
_______________________________________________________________________________
11) Quando você ouve músicas, presta atenção ao texto ou apenas ao ritmo? Comente.
12) Você lê por:
( ) prazer ( ) obrigação ( ) necessidade
13) Se você gosta de ler, acha que lê bastante?
( ) Sim ( Se assinalou esta opção, pule a pergunta 14 e vá para a pergunta 15) ( ) Não e gostaria de ler mais
( ) Não e não gostaria de ler mais. ( Se assinalou esta opção responda também a pergunta
14)
14) Assinale as razões pelas quais você não lê:
( ) Por falta de tempo ( ) Tenho muitos trabalhos de escola
( ) É uma atividade aborrecida ( ) Não encontro livros interessantes
( ) Há outras atividades mais interessantes ( ) Os livros são muito caros
Se há outros motivos, quais? _______________________________________________________
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15) Ler na escola ou para a escola é diferente de ler em casa? Por quê?
16) Você acha que a leitura melhora a aprendizagem escolar?
( ) Sim ( ) Não
17) Você acha que poderia ter um rendimento melhor na escola se lesse mais? ( ) Sim ( ) Não
Por quê?________________________________________________________________________
18) Você considera que os seus professores promovem suficientemente a leitura?
( ) Sim ( ) Não
19) Os seus pais são leitores?
( ) Sim ( ) Não
20) Quantas vezes você foi à biblioteca da escola esse ano letivo, a fim de buscar algum livro para levar pra casa e ler?
( ) uma única vez ( ) mais de uma vez ( ) nenhuma vez
21) Você vai à biblioteca da escola:
( ) por prazer ( para olhar os livros, manuseá­los, ver se há novos livros e escolher um ou mais para levar para casa)
( ) somente para fazer trabalhos escolares 11
22) Qual o gênero literário ou assunto que mais lhe agrada? Pode assinalar mais de uma opção:
( ) aventuras ( ) romances/narrativas ( ) contos ( ) poesias
( ) teatro ( ) ficção científica ( ) informativos
( ) outros. Especifique:___________________________________________________________
Caro(a) Professor(a),
O início da atividade se dará com a visita da professora PDE às salas dos 1º anos, divulgando o projeto e convidando os alunos a participarem.Será feita uma inscrição na secretaria da escola e as vagas serão preenchidas obedecendo à ordem da inscrição, pois o número das vagas será limitado. O horário já deverá estar estabelecido e o dia da semana também, porém nada impede que, depois do grupo formado, se façam os ajustes necessários para o bom desenvolvimento do projeto.
UNIDADE II
ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Após analisar as expectativas que os alunos têm quanto à leitura e ao gênero poético, o conhecimento acumulado, as experiências enquanto leitor,o professor fará a escolha de textos para dar continuidade ao trabalho.
De acordo com o Método da Recepção, uma vez detectadas as aspirações dos alunos em relação à literatura e a textos poéticos, a segunda etapa consiste no atendimento dos horizontes de expectativas – momento em que serão levados para a sala de aula textos poéticos e músicas que os alunos apreciem, e as estratégias deverão ser trabalhadas de forma a não apresentar dificuldades de interpretação. Para atrair os alunos e motivá­los para trabalhar o tema, o professor trará para a sala de aula as músicas “Terra do Nunca”, “Cara Esperto”, Minha Formatura” e “Vou em Frente”, da Banda Forfun, quando os alunos irão observar a temática, a linguagem poética, o trabalho com a linguagem como figuração, interpretações, onde o tema “Adolescência” será mantido nas músicas 12
selecionadas para essa atividade por ser familiar aos alunos a Banda escolhida, bem como o gênero musical aqui apresentado. Como trabalho inicial, as músicas serão utilizadas para introdução do tema podendo ainda ser explorado o lado poético do texto. Os alunos serão convidados ouvir as músicas, a cantar juntos e só então será feita uma breve análise das letras oralmente. Caro(a) Professor(a),
A Banda escolhida para essa primeira atividade foi sugestão dos próprios alunos. Cientes de que a música é um poderoso instrumento de apoio ao trabalho didático em sala de aula, fez­se uma pesquisa quanto às preferências musicais atuais. Sugere­se aqui, que os alunos visitem o Laboratório de Informática da escola, acessem o Youtube e vejam os clipes das músicas. Terra do Nunca – FORFUN
Não sou perfeito
Sou mais um em um milhão
Adolescente
Estranho e fora do padrão
Desde pequeno
O mais capeta do jardim
Agora eu sinto
O peso todo sobre mim
Disponível em: http://letras.terra.com.br/forfun/154000/
acesso em16/06/2011.
Cara Esperto
Forfun Composição : Rodrigo / Vitor / Danilo / Nicolas Antes era a garotinha apaixonada
Que me ligava todo dia preocupada
Com as coisas que eu fazia na madrugada
Mas no fundo já sabia que eu não valia nada
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Hoje tenho a vida que sempre quis,
Mas será que sou feliz?
Disponível em: http://letras.terra.com.br/forfun/153994/
Acesso em 16/06/2011
Minha Formatura Forfun Quase onze horas e eu não sei
Qual camisa escolher
Meus amigos buzinando pra eu descer
Meu cabelo tá legal, minha roupa não tá mal
Acho que ela vai gostar...
Festa animada tequila liberada
Minha prima com um cara no jardim
Que diversão!
Mas não pra mim...
Meu pai não sabe do tempo que eu passei
Matando aula à tarde e fingindo que estudei
Disponível em: http://letras.terra.com.br/forfun/153996/ Acesso em
16/06/2011
Vou Em Frente ­ Forfun
Já não sei onde eu tô indo
E nem se vou chegar
Mas eu corro pra praia
Conversando e dirigindo indo pra lugar nenhum
Por mais que a chuva venha sempre tem um céu azul
Mas vou em frente
Se eu cheguei até aqui eu não vou desistir
Disponível em: http://letras.terra.com.br/forfun/154002/
Acesso em 16/06/2011
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PONTOS SUGERIDOS PARA A INTERPRETAÇÃO ORAL DAS MÚSICAS
1) Se vocês tivessem apenas os textos das músicas acima, e nunca as tivessem escutado, diriam que transmitem alguma mensagem poética? Por quê?
2) Quais as emoções que aparecem nos textos das músicas e o que elas sugerem?
3) As músicas ouvidas têm a ver com a fase da adolescência na qual você está? Com qual das músicas você mais se identificou?
4) O título da primeira música é Terra do Nunca. Você já ouviu falar na Terra do Nunca?
5) Peter Pan é um personagem do filme homônimo que vive na Terra do Nunca e não queria crescer. O que esse personagem pode ter em comum com os adolescentes?
6) Você se acha um adolescente “estranho e fora do padrão”, como cita a música? Por quê?
Caro(a) Professor(a),
Após essa aula, sugere­se levar os alunos ao Laboratório de Informática da escola para acessarem o site www.burburinho.com, que é uma mistura de revista eletrônica e blog que traz informações e opiniões sobre assuntos culturais variados. Buscar pela palavra­chave “Peter Pan” e ler o texto escrito por Marcus Vinícuis Garret Chiado, que trata do assunto com muita sensibilidade e poesia.
Disponível em: http://www.burburinho.com/ Acessado em 21/06/2011
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Caro(a) Professor(a),
Sugerimos mais duas músicas para que o aluno ouça: “SEMENTE”, de Armandinho e “ROLAM AS PEDRAS”, de Kiko Zambianchi. Após ouvi­las, visitem o Laboratório de Informática para assistirem aos clipes no Youtube. Peça para que falem sobre o que as músicas lhes transmitiram. Numa próxima aula, serão lidos e analisados quatro poemas com o mesmo tema, estendendo­se o trabalho por duas ou três aulas, conforme necessário ao ritmo da turma. Os poemas escolhidos são: “AVISO”, “IDENTIDADE” e “O JOVEM FRANK” , todos de Carlos Queiroz Telles e o poema “AUTORRETRATO”, de Mário Quintana.
AVISO
Chega uma hora na vida
Em que tudo o que mais quero
É poder ficar sozinho.
Sozinho para pensar.
Sozinho para entender.
Sozinho para sonhar.
(TELLES, Carlos Queiroz. Sementes de Sol. São Paulo: Moderna, 1992.)
PONTOS SUGERIDOS PARA A INTERPRETAÇÃO ORAL DO POEMA:
1) Você já se sentiu como o eu­lírico do poema acima?
2) O que significa, para você, ficar sozinho?
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3) Quais os momentos em que você deseja ficar sozinho?
4) O que você costuma fazer quando vem essa vontade de ficar quieto em seu canto?
5) Qual o sentido de “Silêncio, jovem crescendo”?
Leia o poema a seguir, de Carlos Queiroz Telles:
IDENTIDADE
Cabelos molhados,
Sol encharcado, Pele salgada, vento nos olhos, areia nos pés.
( TELLES, Carlos Q. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo. Moderna, 1990. P.38)
PONTOS SUGERIDOS PARA A INTERPRETAÇÃO ORAL DO POEMA
1. O eu lírico de um poema nem sempre representa o próprio poeta.
a) Com base no verso “Mergulho em mim mesmo”, responda: Como o eu­lírico se mostra no poema?
b) Procure definir o espaço (lugar) em que se encontra o eu­lírico.
c) Você diria que o poema propõe uma atitude satisfatória diante da vida? Por quê?
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2. A 2ª estrofe do poema descreve as sensações do eu lírico :
“O corpo sem peso / é nuvem à­toa.”
“A vida é uma boa!”
a) Explique por que ele tem a sensação de ter o “corpo sem peso”.
b) Você também já se sentiu assim? Em que ocasiões? c) Para caracterizar a vida, foi empregada uma expressão coloquial: “uma boa”. O que ela significa?
d) Você expressa seus sentimentos ou os esconde? Se expressa, de que forma faz isso: com gestos, palavras, ou outras maneiras? Se os esconde, por que faz isso?
O Jovem Frank
Às vezes eu me pergunto
Que diabo de papel
Estou fazendo aqui.
Não pedi para nascer,
Não escolhi o meu nome, e tenho um corpo montado
Com pedaços de avós, fatias de pai
E amostras de mãe.
TELLES, Carlos Queiroz. Sementes de sol. São Paulo: Moderna, 1992. p.38.
PONTOS SUGERIDOS PARA A INTERPRETAÇÃO ORAL DO POEMA:
1) Suas características físicas já foram comparadas a familiares seus? O que você acha disso?
2) Você gosta do que vê quando olha no espelho? 18
O AUTORRETRATO
No retrato que me faço
– traço a traço –
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore...
QUINTANA, Mário. Apontamentos de História Sobrenatural. Editora Globo, 1976:17
PONTOS SUGERIDOS PARA A INTERPRETAÇÃO DO POEMA:
1) Você sabe o que é um autorretrato?
2) Como seria o seu autorretrato?
3) No poema, há muitas reticências. Para que servem as reticências e qual seria a finalidade delas no final de alguns versos?
Caro(a) Professor(a),
Como atividades extras, sugerimos incentivar os alunos a lerem os livros de onde foram retirados esses poemas: Sementes de Sol e Sonhos, Grilos e Paixões, de Carlos Queiróz Telles. Vale a pena conferir!!
Caro(a) Professor(a),
Os textos mencionados aqui servem apenas a essa Unidade Didática. O trabalho com textos poéticos musicais pode ser ampliado com a leitura e análise de textos diversos, de acordo com o propósito buscado pelo(a) professor(a).
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UNIDADE III
RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Para esta etapa do Método Recepcional, optou­se por manter a temática “Adolescência”. O aluno já deve estar familiarizado com o tema, mudando­se apenas a linguagem utilizada, que será mais elaborada. De acordo com a metodologia das autoras Bordini & Aguiar (1998), os textos a serem trabalhados nessa etapa, bem como as atividades propostas, deverão abalar as certezas dos alunos, apresentando maiores exigências. O aluno deverá perceber que está adentrando num campo desconhecido, pois o mesmo tema passa a ser abordado de maneira mais complexa. Foi escolhido o filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, bem como o poema “O Menino que carregava água na peneira”, de Manoel de Barros
Dados técnicos do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”
Título original: (Dead Poets Society)
Lançamento: 1989 (EUA)
Direção: Peter Weir Duração: 129 min
Gênero: Drama
Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/sociedade­dos­poetas­mortos/
­ Acessado em 13/07/2011
Sinopse do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”[
Em 1959, John Keating volta ao tradicionalíssimo internato Welton Academy, onde foi um aluno brilhante, para ser o novo professor de Inglês. No ambiente soturno da respeitada escola, Keating torna­se uma figura polêmica e mal vista, pois acende nos alunos a 20
paixão pela poesia e pela arte e a rebeldia contra as convenções sociais. Os estudantes, empolgados, ressuscitam a Sociedade dos Poetas Mortos, fundada por Keating em seu tempo de colegial e dedicada ao culto da poesia, do mistério e da amizade. A tensão entre disciplina e liberdade vai aumentando, os pais dos alunos são contra os novos ideais que seus filhos descobriram, e o conflito leva à tragédia.
Disponível em: http://www.lendo.org/21­filmes­em­que­a­educacao­e­um­tema­criativo/ Acessado em 13/07/2011
PONTOS SUGERIDOS PARA A ANÁLISE DO FILME:
1) Comentar alguma cena do filme que mais lhe chamou a atenção e por que.
2)A filosofia de vida do professor Keating era “Aproveitem a vida” ( CARPE DIEM ). O que significa “aproveitar a vida”?
3)Na sua opinião as ideias defendidas pelo professor Keating ainda são válidas nos dias de hoje? Por quê?
4)O filme pode ser considerado otimista ou pessimista? Para responder, leve em conta a cena final.
5)O filme pode ser considerado atual? Por quê?
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Caro(a) Professor(a):
Ao comentar acerca do filme, lembre-se que é pertinente
despertar nos alunos o sonho e a fantasia. Os alunos são pessoas
em formação, necessitam de nosso apoio e orientação. Cabe a nós
lembrar-lhes que o estudo é fundamental, mas o que torna nossa
existência válida, também tem a ver com o espírito e o prazer,
portanto a poesia e a literatura são fontes riquíssimas nestas
questões.
O menino que carregava água na peneira Manoel de Barros
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Texto extraído do livro “Exercícios de ser criança”, Editora Moderna. São Paulo, 1999. 22
PONTOS SUGERIDOS PARA A INTERPRETAÇÃO DO POEMA
1) O que você imagina que seja “carregar água na peneira” ?
2) O menino descobriu que escrever seria o mesmo que carrega água na peneira. O que poderia tê­lo levado a essa descoberta?
3) O poema é carregado de imaginação. Você já se pegou imaginando coisas despropositadas como o menino do poema?
UNIDADE IV
QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
A próxima etapa a ser desenvolvida com os alunos é, conforme citam Bordini & Aguiar (1988), de questionamento do material didático trabalhado, o que pode ser feito através de um debate e exposições orais acerca dos textos trabalhados e quais exigiram um maior grau de reflexão. Faremos com os alunos uma análise comparativa entre as leituras realizadas e, diante das descobertas de seus sentidos possíveis, quais lhes trouxeram maiores satisfações diante das dificuldades transpostas. Levaremos os alunos a questionarem seus horizontes de expectativas. O que eles esperavam ao iniciar o trabalho com cada texto se concretizou? A construção poética e o uso da linguagem se apresentam da mesma forma em todos os poemas? O conhecimento e a experiência que tinham ajudaram na compreensão dos textos vistos? Será construído um blog coletivo onde os alunos poderão postar suas opiniões, ideias, comentários, sugestões, etc., relacionados aos trabalhos e atividades que serão realizadas sobre o tema Adolescência.
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UNIDADE V
AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Nesta última etapa, conforme Bordini & Aguiar (1988), os alunos deverão perceber que os textos literários não são apenas atividades da vida escolar, mas estarão conscientes das aquisições feitas obtidas através da experiência com a Literatura, mas precisamente com a Poesia. Os alunos terão seus horizontes de expectativas ampliados quando os tiverem inicialmente atendidos para depois passarem pela ruptura e questionamento desses mesmos horizontes de expectativas. Para ampliá­los, precisam ter essa intenção e cabe a nós, professores, provocar os alunos e criar condições para que eles avaliem o que foi alcançado e o que resta fazer. Desta etapa em diante os alunos reiniciarão um novo processo de aplicação do método, desenvolvendo sua capacidade de vivenciar e ver com outros olhos a literatura até agora apreendida, passando do senso comum para um senso crítico, buscando uma continuidade do processo em constante enriquecimento cultural e social.
AVALIAÇÃO
Os alunos serão avaliados constantemente através de atividades realizadas, e principalmente nas apresentações e participações durante as aulas, e ao final do projeto, com a elaboração de um blog coletivo.
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Caro(a) Professor(a),
Sugerimos como resultado do trabalho, um blog coletivo criado pela turma, como meio de circulação de poemas de que mais gostaram, autores com quem se identificaram, músicas com as quais se emocionaram, bem como um espaço onde possam falar de coisas comuns aos adolescentes. Caro(a) Professor(a),
Sugerimos algumas leituras e autores que valem a pena conhecer:
1 – TELLES, Carlos Q. Sonhos, grilos e paixões
2 – TELLES, Carlos Q. Sementes de Sol
3 – SCLIAR, Moacyr. Um país chamado infância
4 – BARROS, Manoel de. Exercícios de ser criança
Manuel Bandeira
Vinícius de Morais
Carlos Drummond de Andrade
Cecília Meirelles
Mário Quintana
REFERÊNCIAS
BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,1993.
PARANÁ. Diretrizes curriculares de Língua Portuguesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio. Curitiba: SEED, 2008. TELLES, Carlos Queiroz. Sonhos, Grilos e Paixões. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2003.
TELLES, Carlos Queiroz. Sementes de Sol. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2003.
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BARROS, Manoel de. Exercícios de ser criança. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999.
QUINTANA, Mário. Apontamentos de História Sobrenatural. Editora Globo, 1976
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